Translate

sábado, 31 de agosto de 2019

São Raimundo Nonato, padroeiro das grávidas e parturientes

REDAÇÃO CENTRAL, 31 Ago. 19 / 05:00 am (ACI).- Diz-se que São Raimundo nasceu em uma família nobre da Espanha por volta do ano 1200. Foi-lhe dado o apelido de “non natus” (não nascido), porque sua mãe morreu no parto, antes que ele viesse à luz. Por esse fato, é tradicionalmente considerado padroeiro das grávidas, parturientes (que vão dar à luz), parteiras e recém-nascidos.

Ingressou na ordem dos Mercedários, comunidade que São Pedro Nolasco acabara de fundar com a missão de resgatar os cristãos que os muçulmanos tomavam como prisioneiros. Depois de dois ou três anos de sua profissão perpétua, sucedeu o fundador no serviço de “resgatar os cativos”.
Foi enviado para o norte da África com uma grande soma de dinheiro e resgatou muitos escravos. Quando acabaram os recursos econômicos, São Raimundo Nonato se ofereceu como refém pela liberdade de alguns prisioneiros que estavam em uma situação difícil e prestes a perder a fé.
Este sacrifício do santo exasperou os infiéis e o trataram com extrema crueldade, mas não o mataram porque o magistrado principal procurava ganhar muito dinheiro com seu resgate.  São Raimundo aproveitou o “tratamento humano” que lhe ofereceram para poder sair à rua, confortar os cristãos e converter muçulmanos.
Ao inteirar-se disso, o governador o condenou morrer empalado, mas, pelos interesses econômicos, foi apenas flagelado. Isso não desanimou o santo, que continuou ajudando e evangelizando. Como castigo, foi açoitado nas esquinas da cidade, teve os lábios perfurados com ferro quente e colocaram um cadeado em sua boca, cuja chave somente o governador tinha.
Por cerca de oito meses, São Raimundo viveu nesta penosa situação até que São Pedro Nolasco pôde enviar alguns membros da ordem para resgatá-lo.
São Raimundo retornou à Espanha por obediência e mais tarde foi nomeado cardeal pelo Papa Gregório IX. O santo permaneceu simples e não mudou nem suas vestes, nem sua pobre “cela” do convento de Barcelona.
Posteriormente, o Papa lhe pediu que fosse a Roma e empreendeu a viagem como um religioso humilde. Ao chegar a Cardona, a cerca de dez quilômetros de Barcelona, foi surpreendido por uma febre violenta e partiu para a Casa do Pai em 31 de agosto de 1240.
Oração a São Raimundo Nonato por um parto feliz
Oh! Santo padroeiro, São Raimundo Nonato, modelo de caridade aos pobres e necessitados, aqui estou eu, deitada a vossos pés para, humildemente, implorar a sua ajuda nesta minha necessidade.
Como sua maior alegria foi ajudar aos pobres e necessitados da terra, ajude-me, peço-vos, ó glorioso São Raimundo, nesta minha aflição. A vós, oh glorioso protetor, vim para que abençoe a criança que carrego em meu ventre.
Proteja a mim e ao filho das minhas entranhas agora e na hora do nascimento que se aproxima. Em troca, prometo educar meu filho de acordo com as leis e mandamentos de Deus.
Escuta a minha oração, meu protetor amoroso, São Raimundo, e me faça a feliz mãe desta criança que, espero, possa dar à luz através da sua poderosa intercessão. Amém.
ACI Digital

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Humildade e cuidado com a casa comum

Casa comum
Casa comum
Em comunhão com o Papa Francisco celebramos, neste 1º de setembro, o Dia Mundial de Oração e Cuidado com a Criação.


Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ
        
Com o tema central da humildade e da generosidade, neste primeiro dia de setembro e também o 22º domingo do tempo comum, iniciando o Mês da Bíblia, em comunhão com toda a Igreja no Brasil somos convidados a estudar e aprofundar de forma especial a Palavra de Deus e o que Deus nos ilumina na oração e no cuidado para com o planeta terra, a nossa “casa comum”. Em comunhão com o Papa Francisco celebramos, também, neste 1º de setembro, o Dia Mundial de Oração e Cuidado com a Criação. Relembro três trechos da Laudato Si: no primeiro (n.8-9) o Papa recorda que “o Patriarca Bartolomeu tem se referido particularmente à necessidade de cada um se arrepender do próprio modo de maltratar o planeta, porque «todos, na medida em que causamos pequenos danos ecológicos», somos chamados a reconhecer «a nossa contribuição – pequena ou grande – para a desfiguração e destruição do ambiente». No segundo – n. 236 – o Pontífice sublinha como na Eucaristia “a criação encontra a sua maior elevação”. No terceiro (n. 241-242), o Papa refere-se a Maria e José, colocando em evidência, em particular, como a Virgem ” Assim como chorou com o coração trespassado a morte de Jesus, assim também agora Se compadece do sofrimento dos pobres crucificados e das criaturas deste mundo exterminadas pelo poder humano”.

Nas intenções de intercessão, se reza para que os cristãos busquem em primeiro lugar o Reino de Deus, cresçam no espírito, produzam frutos abundantes, trabalhem pelo bem da Igreja e não falte nunca às novas gerações a partilha dos bens da criação.

Na liturgia dominical contemplamos que a humildade atrai sobre si o amor de Deus e o apreço dos outros, ao passo que a soberba os repele. Por isso, a primeira leitura (Cf. Eclo 3,19-21. 30-31) aconselha-nos: “Filho, realiza teus trabalhos com mansidão e serás amado mais do que um homem generoso. Na medida em que fores grande, deverás praticar a humildade, e assim encontrarás graça diante do Senhor” (Cf. Eclo 3,19-20). O homem humilde compreende melhor a vontade divina e sabe o que Deus lhe vai pedindo em cada circunstância. O humilde respeita os outros, as suas opiniões e as suas coisas; possui uma especial fortaleza, pois apoia-se constantemente na bondade e onipotência de Deus: “Quando sou fraco, então sou forte”, proclama São Paulo.
O que é ser humilde? Humildade deriva de humus, pó, lama, barro... Ser humilde é reconhecer-se dependente diante de Deus, é saber-se pobre, limitado diante do Senhor. Quem é assim, sabe avaliar-se na justa medida porque sabe ver-se à luz do Senhor! O humilde tem diante de si a sua própria verdade: é pobre, é indigente, mas infinitamente agraciado e amado por Deus. Por isso, o humilde é livre e, porque livre, manso. Tinha razão Santa Teresa de Jesus quando afirmava que a humildade é a verdade. O humilde vê-se na sua verdade porque vê-se como Deus o vê, vê-se com os olhos de Deus! Então, o humilde é aberto para o Senhor, dele reconhece que é dependente, e a ele se confia. Podemos, assim, compreender as palavras do Eclesiástico: “Filho, realiza teus trabalhos com mansidão; na medida em que fores grande, deverás praticar a humildade, e assim encontrarás graça diante do Senhor. O Senhor é glorificado nos humildes”. É assim, porque somente o humilde, que reconhece que depende de Deus, pode ser aberto, e acolher como uma criança o Reino que Jesus veio trazer.

No Evangelho (Cf. Lc 14, 1. 7-14) no banquete na casa do fariseu, o Senhor diz: “Quando fores convidado, vai tomar o último lugar, para que, quando vier o que te convidou, te diga: Amigo vem mais para cima. Então serás honrado na presença de todos os convivas. Porque todo aquele que se exalta será humilhado; e aquele que se humilha será exaltado”. A virtude da humildade não tem nada a ver com a timidez ou a mediocridade. A humildade leva-nos a ter plena consciência dos talentos que Deus nos deu, mas para fazê-los render com o coração reto. A humildade faz que tenhamos consciência clara de que os nossos talentos e virtudes, tanto naturais como na ordem da graça, pertencem a Deus, porque da sua plenitude, todos recebemos. Tudo o que é bom vem de Deus; a deficiência e o pecado, esses, sim, são nossos. Humildade é reconhecer que valemos pouco – nada -, e ao mesmo tempo sabermo-nos “portadores de essências divinas de um valor inestimável”.

A atitude que o Cristo hoje nos ensina é a gratuidade: “Quando deres uma festa (Tu dás: a festa da vida que o Senhor te concedeu e, mais ainda da vida nova em Cristo, recebida no Batismo e celebrada na Eucaristia), convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. Então tu serás feliz! Porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos”. A gratuidade é a virtude que dar sem esperar nada em troca, dar e sentir-se feliz, sentir-se realizada no próprio dar. Se prestarmos bem atenção, a gratuidade é filha da humildade. Só quem sabe de coração que em tudo depende de Deus e de Deus tudo recebeu gratuitamente (humilde), também sente-se impelido a imitar a atitude de Deus: dar gratuitamente! “De graça recebestes, de graça dai!” (Mt 10,8) ou, como dizia Santa Teresinha do Menino Jesus: “Viver de amor é dar sem medida, sem nesta terra salário reclamar; sem fazer conta eu dou, pois convencida de que quem ama já não sabe calcular!” Pois bem, quem faz crescer em si a humildade e cultiva a gratuidade, experimenta a Deus e seu Reino, pois aprende a sentir o coração do próprio Deus, que tudo nos deu gratuitamente. Quem cultiva a humildade e a gratuidade, deixa o Reino ir entrando em si e entrará, um dia, no Reino de Deus.

A humildade elimina os complexos de inferioridade – que com frequência resultam da soberba ferida -, torna-nos alegres e serviçais, sequiosos de amor de Deus: Nosso Senhor porá em nós tudo o que nos faltar. Só o humilde procura a sua felicidade e a sua fortaleza no Senhor. Um dos motivos pelos quais os soberbos andam à cata de louvores e se sentem feridos por qualquer coisa que possa rebaixá-los na sua própria estima ou na dos outros, é a falta de firmeza interior; o seu único ponto de apoio e de esperança são eles próprios.
Pratiquemos a humildade e a generosidade, prenhe de compaixão, cuidando e protegendo a nossa “casa comum”! Que a Palavra de Deus, que é lâmpada para os nossos pés e luz para os nossos caminhos, nos anime em comunidade a ler, refletir e rezar a Palavra de Deus, Amém!

Rádio Vaticano

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Martírio de São João Batista, decapitado por anunciar a Verdade

REDAÇÃO CENTRAL, 29 Ago. 19 / 05:00 am (ACI).- “Na verdade, vos digo, dentre os nascidos de mulher, nenhum foi maior que João Batista”. Assim se referiu Jesus Cristo ao seu primo, o qual morreu decapitado por anunciar a Verdade, fato que é recordado neste dia 29 de agosto, quando a IgrejaCatólica celebra o Martírio de São João Batista.

Em sua audiência geral de 29 de agosto de 2012, o Papa Bento XVI destacou que João Batista é o único santo na Igreja – além do próprio Jesus Cristo e da Virgem Maria – do qual se celebra tanto o nascimento (24 de junho), como a sua morte, ocorrida através do martírio.
Mas esta memória “remonta à dedicação de uma cripta de Sebaste, em Samaria onde, já em meados do século IV, se venerava a sua cabeça. Depois, o culto se estendeu a Jerusalém, às Igrejas do Oriente e a Roma, com o título de Degolação de São João Batista”, explicou.
O Papa Ratzinger acrescentou que “no Martirológio romano faz-se referência a uma segunda descoberta da preciosa relíquia, transportada naquela ocasião para a igreja de São Silvestre no Campo de Marte, em Roma. Estas breves referências históricas ajudam-nos a compreender como é antiga e profunda a veneração de São João Batista”.
Sobre São João Batista há narrações nos Evangelhos, em particular de Lucas, que fala de seu nascimento, vida no deserto, pregação, e de Marcos, que menciona sua morte.
Pelo Evangelho e pela tradição é possível reconstruir a vida do Precursor. Negou categoricamente ser o Messias esperado, afirmando a superioridade de Jesus, o qual assinalou aos seus seguidores por ocasião do batismo nas margens do Rio Jordão como o Cordeiro de Deus, aquele de quem não era digno de desatar as sandálias.
Sua figura parece ir se desfazendo à medida que vai surgindo “o mais forte”, Jesus. Todavia, “o maior dentre os profetas” não cessou de fazer ouvir a sua voz onde fosse necessária para consertar os sinuosos caminhos do mal.
João Batista reprovou publicamente o comportamento pecaminoso de Herodes Antipas e da cunhada Herodíades, com quem tinha uma relação adúltera. Mas, a suscetibilidade de ambos lhe custou a prisão em Maqueronte, na margem oriental do mar Morto.
O relato da morte de São João Batista está no Evangelho de São Marcos, capítulo 6, versículos 17 a 29, no qual narra o banquete oferecido por Herodes pelo seu aniversário, onde a filha de Herodíades dançou.
Herodes gostou tanto da dança que prometeu a jovem que cumpriria qualquer pedido que ela fizesse. Ela, então, por sugestão de sua mãe, pediu a cabeça de João Batista, que lhe foi entregue em um prato.
Para o Papa emérito, “celebrar o martírio de São João Batista recorda-nos, também a nós cristãos deste nosso tempo, que não se pode comprometer o amor a Cristo, à sua Palavra e à Verdade. A Verdade é a Verdade, não há comprometimentos”.
O Papa Francisco, ao falar sobre a vida de São João Batista em fevereiro de 2015, recordou os “mártires dos nossos dias, aqueles homens, mulheres e crianças que são perseguidos, odiados, expulsos das casas, torturados, massacrados”. O Pontífice sublinhou que esses mártires “terminam sua vida sob a autoridade corrupta de pessoas que odeiam Jesus Cristo”.
ACI Digital

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Dos Livros das Confissões, de Santo Agostinho, bispo

(Lib. 7,10.18;10,27: CSEL 33,157-163.255)                (Séc.V)

Ó eterna verdade e verdadeira caridade e cara eternidade!
Instigado a voltar a mim mesmo, entrei em meu íntimo, sob tua guia e o consegui, porque tu te fizeste meu auxílio (cf. Sl 29,11). Entrei e com certo olhar da alma, acima do olhar comum da alma, acima de minha mente, vi a luz imutável. Não era como a luz terena e evidente para todo ser humano. Diria muito pouco se afirmasse que era apenas uma luz muito, muito mais brilhante do que a comum, ou tão intensa que penetrava todas as coisas. Não era assim, mas outra coisa, inteiramente diferente de tudo isto. Também não estava acima de minha mente como óleo sobre a água nem como o céu sobre a terra, mas mais alta, porque ela me fez, e eu, mais baixo, porque feito por ela. Quem conhece a verdade, conhece esta luz. 
Ó eterna verdade e verdadeira caridade e cara eternidade! Tu és o meu Deus, por ti suspiro dia e noite. Desde que te conheci, tu me elevaste para ver que quem eu via, era, e eu, que via, ainda não era. E reverberaste sobre a mesquinhez de minha pessoa, irradiando sobre mim com toda a força. E eu tremia de amor e de horror. Vi-me longe de ti, no país da dessemelhança, como que ouvindo tua voz lá do alto: “Eu sou o alimento dos grandes. Cresce e me comerás. Não me mudarás em ti como o alimento de teu corpo, mas tu te mudarás em mim”. 
E eu procurava o meio de obter forças, para tornar-me idôneo a te degustar e não o encontrava até que abracei o mediador entre Deus e os homens, o homem Cristo Jesus (1Tm 2,5), que é Deus acima de tudo, bendito pelos séculos (Rm 9,5). Ele me chamava e dizia: Eu sou o caminho, a verdade e a vida (Jo 14,6). E o alimento que eu não era capaz de tomar se uniu à minha carne, pois o Verbo se fez carne(Jo 1,14), para dar à nossa infância o leite de tua sabedoria, pela qual tudo criaste. 
Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Eis que estavas dentro e eu, fora. E aí te procurava e lançava-me nada belo ante a beleza que tu criaste. Estavas comigo e eu não contigo. Seguravam-me longe de ti as coisas que não existiriam, se não existissem em ti. Chamaste, clamaste e rompeste minha surdez, brilhaste, resplandeceste e afugentaste minha cegueira. Exalaste perfume e respirei. Agora anelo por ti. Provei-te, e tenho fome e sede. Tocaste-me e ardi por tua paz.

Responsório
R. Ó luz e verdade do meu coração,
que as trevas em mim não gritem mais alto!
* Errei, mas voltei, lembrei-me de vós.
Eis que volto à fonte, cansado e sedento.
V. Não sou eu minha vida, pois por mim vivi mal;
mas em vós eu renasço. * Errei.

Santo Agostinho, Doutor da Igreja

REDAÇÃO CENTRAL, 28 Ago. 19 / 05:00 am (ACI).- A Igreja celebra neste dia 28 de agosto Santo Agostinho, Doutor da Igreja e “padroeiro dos que procuram Deus”, o qual em suas “Confissões” disse a Deus sua famosa frase: “Tarde te amei, ó Beleza sempre antiga, sempre nova. Tarde te amei”.

Santo Agostinho nasceu em 13 de novembro de 354, em Tagaste, ao norte da África. Foi filho de Patrício e Santa Mônica, que ofereceu orações pela conversão de seu marido e de seu filho.
Em sua juventude, entregou-se a uma vida dissoluta. Conviveu com uma mulher por aproximadamente 14 anos e tiveram um filho chamado Adeodato, que morreu ainda jovem.
Agostinho pertenceu à seita do maniqueísmo até que conheceu Santo Ambrósio, por quem ficou impactado e começou a ler a Bíblia.
No ano 387, foi batizado junto com seu filho. Sua mãe faleceu naquele mesmo ano. Mais tarde, em Hipona, foi ordenado sacerdote e em seguida Bispo, ficando a cargo dessa Diocese por 34 anos. Combateu as heresias de seu tempo e escreveu muitos livros, sendo o mais famoso sua autobiografia intitulada “Confissões”.
Em 28 de agosto de 430, adoeceu e faleceu. Seu corpo foi enterrado em Hipona, mas logo foi transladado a Pavia, Itália. É um dos 33 Doutores da Igreja, recordado como o Doctor Gratiae (Doutor da Graça).
Para o Papa Emérito Bento XVI, Santo Agostinho foi um “bom companheiro de viagem” em sua vida e ministério. Em janeiro de 2008, referiu-se a ele como “homem de paixão e de fé, de alta inteligência e de incansável solicitude pastoral… deixou um rastro profundo na vida cultural do Ocidente e de todo o mundo”.
Em agosto de 2013, o Papa Francisco, durante a Missa de abertura do Capítulo Geral da Ordem de Santo Agostinho, referiu-se ao santo como um homem que “comete erros, toma também caminhos equivocados, é um pecador; mas não perde a inquietação da busca espiritual. E deste modo descobre que Deus lhe esperava; mais ainda, que jamais tinha deixado de lhe buscar primeiro”.
Quem também fez grande difusão da vida e obra deste Doutor da Igreja foi São João Paulo II, que redigiu a Carta Apostólica “Augustinum Hipponensem”, em 1986, por ocasião do XVI Centenário da conversão de Santo Agostinho.
ACI Digital

terça-feira, 27 de agosto de 2019

Santa Mônica, padroeira das mães cristãs

REDAÇÃO CENTRAL, 27 Ago. 19 / 05:00 am (ACI).- “Continue a rezar, pois é impossível que se perca um filho de tantas lágrimas”. Este foi o conselho dado por um Bispo a Santa Mônica, cuja memória litúrgica a Igreja celebra neste dia 27 de agosto.

A santa seguiu este conselho, não se deixou abater pelas dificuldades até ver seu filho, Santo Agostinho, convertido. Por essa razão, tornou-se a padroeira das mães cristãs.
Ao recordar a vida desta santa, em 2013, o Papa Francisco destacou o exemplo que ela deixa a tantas mulheres que atualmente choram por seus filhos. “Quantas lágrimas derramou aquela santa mulher pela conversão do filho! E quantas mães, também hoje, vertem lágrimas a fim de que os seus filhos voltem para Cristo! Não percais a esperança na graça de Deus!”, disse.
Santa Mônica nasceu em Tagaste, atual Argélia, na África, em 331. Ainda jovem e por um acordo dos seus pais, casou-se com Patrício, um homem violento e mulherengo.
Algumas mulheres lhe perguntaram por que o seu marido nunca lhe batia, então lhes disse: “É que, quando meu marido está de mau humor, eu me esforço por estar de bom humor. Quando ele grita, eu me calo. E para brigar é preciso de dois e eu não aceito a briga, pois... não brigamos”.
Suportando tudo no silêncio e mansidão, encontrava o consolo nas orações que elevava a Cristo e à Virgem Maria pela conversão do esposo, que mudou de vida, batizou-se e morreu como bom cristão.
Mas a dor dessa mulher não terminaria aí. Agostinho, seu filho mais velho, tinha atitudes egoístas, caprichosas e não se aproximava da fé. Levava uma vida dissoluta e ela sofria por ver o seu filho afastado de Deus. Por isso, durante anos continuou rezando e oferecendo sacrifícios.
Agostinho se tornou um brilhante professor de retórica em Cartago. Mais tarde, foi, às escondidas, para Roma e depois para Milão, onde conseguiu o cargo de professor em uma importante universidade. Em Milão começaria também sua busca por respostas que a vida intelectual não oferecia. Abraçou o maniqueísmo e rejeitava a proposta da fé cristã.
Mônica não desistiu e viajou atrás de seu filho. Ela sentiu que a sua missão foi realizada quando, tempos depois, Santo Agostinho foi batizado na Páscoa de 387. Mãe e filho decidiram voltar para a terra natal, mas, chegando ao porto de Óstia, perto de Roma, Mônica adoeceu e logo depois faleceu, em 27 de agosto de 387.
O Papa Alexandre III confirmou o tradicional culto à Santa Mônica, em 1153, quando a proclamou padroeira das mães cristãs.
Sobre sua mãe, Santo Agostinho, que se tornou Bispo e doutor da Igreja, escreveu: “Ela me gerou seja na sua carne para que eu viesse à luz do tempo, seja com o seu coração para que eu nascesse à luz da eternidade”.
No Ângelus de 27 de agosto de 2006, o Papa Bento XVI, recordando estes dois santos, disse: “Santa Mônica e Santo Agostinho nos convidam a dirigirmo-nos com confiança a Maria, Sede da Sabedoria. A Ela confiemos os pais cristãos para que, como Mônica, acompanhem com o exemplo e a oração o caminho dos filhos”.
ACI Digital

domingo, 25 de agosto de 2019

21º DOMINGO DO TEMPO COMUM: QUEM SE SALVA?

+ Dom Sergio da RochaCardeal Arcebispo de Brasília
Continuamos a percorrer o caminho para Jerusalém, com Jesus e os apóstolos, conforme o início do Evangelho proclamado (Lc 13,22). S. Lucas continua a narrar a longa viagem de Jesus para Jerusalém, onde consumará a sua missão. A passagem de hoje apresenta a resposta de Jesus a uma curiosa pergunta: “Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?” (Lc 13,23).
Ao invés de responder à curiosidade sobre “quantos” se salvam, Jesus mostra como viver para entrar no Reino, destacando a universalidade da salvação e as suas exigências. A resposta ocorre em dois momentos principais. No final do texto, ao afirmar que “virão homens do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à mesa do reino de Deus”. Todos são chamados a serem salvos. Não basta pertencer a determinado povo, grupo ou instituição para assegurar-se da salvação, pois “há últimos que serão primeiros e primeiros que serão últimos” (Lc 13,30).
No contexto do Evangelho de hoje, a palavra dirigida por Jesus pode ser aplicada primeiramente aos membros do povo eleito, questionando, especialmente, os fariseus que tinham visão exclusivista da salvação, restringindo-a aos membros do seu povo. Contudo, a afirmação de Jesus interpela também os seus discípulos, ao se referir àqueles que comeram e beberam com ele, mas não praticaram a justiça do Reino.
A salvação é dom de Deus ofertado a todos; não se baseia em privilégios ou exclusivismo. Em Jesus Cristo, realiza-se plenamente a profecia de Isaías, conforme a primeira leitura: “virei para reunir todos os povos e línguas; eles virão e verão minha glória” (Is 66,18).
Ao mesmo tempo, aos quem o acompanhavam, Jesus indicou o caminho da “porta estreita” para entrar no Reino. Os que estavam ouvindo e vendo Jesus não poderiam se acomodar ou simplesmente alegar isso para serem salvos. Por isso, ele adverte: “fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita” (Lc 13,24). A porta estreita não significa que a vida cristã seja penosa ou triste.  Através dela, experimenta-se a alegria e a beleza da vida cristã, que não é vida fácil, pois exige esforço pessoal, fidelidade, vivência da justiça e santidade. Para isso, como verdadeiro Pai que ama seus filhos, Deus nos educa e corrige, conforme a Carta aos Hebreus (Hb 12,5), animando-nos a caminhar sempre sem desanimar e acertando os nossos passos.
Neste Dia Nacional do Catequista, com profunda gratidão, nós bendizemos a Deus e suplicamos as suas bênçãos para todos os que se dedicam à Catequese. Procuremos valorizar e apoiar, sempre mais, o valioso trabalho pastoral dos catequistas!
Arquidiocese de Brasília / O Povo de Deus

A Amazônia brasileira não é mais católica, prelado critica Instrumentum Laboris do Sínodo

Dom José Luis Azcona. Foto: CNBB / Divulgação
REDAÇÃO CENTRAL, 20 Ago. 19 / 12:54 pm (ACI).- Dom José Luis Azcona, Bispo Emérito da Prelazia do Marajó, na região amazônica, publicou algumas considerações em relação ao Instrumentum Laboris do Sínodo para a Amazônia, que acontecerá em outubro, no Vaticano.
Em sua análise, oferecida ao Grupo ACI, Dom Azcona questionou pontos centrais do documento de trabalho, como uma “visão distorcida” em relação ao chamado “rosto amazônico”, a “interculturalidade” e a ordenação de homens casados.
Sínodo: Rosto amazônico?
Segundo Prelado, “a Amazônia, ao menos a brasileira, não é mais católica” e “este ponto de partida é crucial para a celebração do Sínodo. Se a Amazônia tem uma maioria pentecostal, é necessário tratar este fenômeno a fundo. Qualquer saudosismo de uma Amazônia que não existe mais é fatal para a evangelização integral da mesma. Até em algumas regiões da Amazônia a maioria pentecostal chega a 80%”.
Por outra parte, assinalou, “a penetração pentecostal em várias etnias indígenas passando por cima das culturas, identidades étnicas, povos indígenas, em nome do Evangelho, é um fenômeno grave da Amazônia atual, que com suas conotações fundamentalistas e proselitistas incide profundamente nos povos indígenas. Não existe sobre este ponto uma palavra no IL (Instrumento de trabalho). Este é hoje o rosto amazônico. Não só”.
Dom Azcona indicou ainda que “a longa experiência de anos confirma que em muitas Dioceses amazônicas não se vive a fé nem na sociedade e nem na história. O abismo entre confissão de fé, celebração da mesma em belíssimas liturgias e a realidade social, ambiental, cultural e política, até agora não foi preenchido”.
Além disso, observou que, “lamentavelmente, o IL não sabe, ou sabendo não compreende, a transcendência para o presente e para o futuro da Amazônia, o rosto angustiado, revitimizado, denegrido das crianças pelos próprios pais e parentes, submetidas a uma escravidão que forma parte essencial do rosto abandonado e destruído de Jesus na Amazônia”.
“Todo este documento é palha se não compreende e se compromete com o espírito e a letra do evangelho: ‘Aquele que acolhe a uma criança como esta, a Mim acolhe e quem me acolhe a Mim, acolhe ao meu Pai que me enviou’ (Mc 9,37)”.
Nesse sentido, “somente no Pará em um ano foram 25.000 denúncias de crimes deste tipo (Ndr.: de pedofilia). Segundo especialistas dessa área, por cada caso de pedofilia existem por trás mais outros quatro. Se aproximadamente durante um ano houve 100.000 crianças abusadas no Pará, não constitui este rosto das crianças destruídas, uma parte essencial do rosto amazônico?”.
“Onde está a sensibilidade pastoral por parte dos responsáveis pelo IL tão evidente e tão firmemente expressa pelo Santo Padre o Papa Francisco?”, questionou e acrescentou: “Onde está a defesa da Amazônia, das suas crianças no IL e, portanto, no Sínodo? Vamos sair das falsas projeções sobre a Amazônia e vamos possibilitar de uma vez por todas os novos caminhos para ela”.
“Qual é o rosto amazônico? Pode-se construir um Sínodo desta envergadura no próximo outubro com uma apresentação tão fora do real, da identidade, do respeito ao diferente, quando esquemas pré-estabelecidos de interpretação da realidade deformam o real?”.
Sínodo: Culturas, interculturalidade?
Outro ponto abordado pelo Bispo Emérito do Marajó foram “as temáticas em torno da inculturação do Evangelho na Amazônia e afins”, os quais, segundo ele, “ são apresentadas num contexto de imanência, neo-pelagianismo, nivelando o Evangelho com as culturas amazônicas (indígenas), eclesiologicamente desprovidas de fundamentação teológica e pastoral, com a anulação do Evangelho da salvação”.
Assim, cita o Decreto Ad Gentes, o qual afirma que “as palavras do Evangelho proclamado pela Igreja decidem o destino das pessoas, dos povos, culturas e nações (Cfr. AG 8)”. “Em parte nenhuma do IL afirma-se algo semelhante de modo explícito. Pelo contrário, a tendência niveladora entre culturas (indígenas) e Evangelho é esmagadora. Este é um ponto de partida do qual não se pode prescindir num Sínodo”.
Desse modo, recordou que isso “é o que com vigor proclama o Papa Francisco” no título da mensagem para o próximo Dia Mundial das Missões datado de 9 de junho de 2019: “A missão supera os confins das pertenças étnicas e religiosas”.
“O esquecimento deste princípio fundamental inutiliza o Sínodo, ao anular o poder de Deus específico e único do Evangelho e, assim como todo dinamismo missionário na Amazônia e desde a Amazônia”, disse.
Além disso, Dom Azcona assinalou que, “em parte nenhuma do IL se fala da presença dos demônios ou da influência deles, das suas malícias nas pessoas, nos povos e nas culturas, assim como da vitória de Cristo, sua libertação e a destruição do poder do Maligno. O IL esquece as luminosas e orientadoras páginas que falam do Maligno e da sua presença na história, que dedica o Papa Francisco na Exortação apostólica do ano passado sobre a santidade, Gaudete et exultate, números 158 – 164”.
Assim, sublinhou, “o pelagianismo difuso do IL, que leva a atribuir ao homem amazônico, às suas etnias e culturas mais do que lhe pertence por serem realidades criadas e marcadas pelo pecado, se supera com a robusta doutrina conciliar sobre Evangelho e missão da Igreja no poder do Ressuscitado como aparece de novo na Lumen Gentium 16”.
“Por último, a utopia de dar vida às religiões pré-colombianas, separando-as de Cristo e da Igreja universal, não seria um progresso, mas uma regressão”, declarou, citando o discurso inaugural do Papa Bento XVI na Conferência de Aparecida, em 2007, quando afirmou que, “na realidade seria uma involução para um momento histórico ancorado no passado”.
Sínodo: Conversão ecológica.
Ao abordar a questão da conversão ecológica, o Bispo Emérito do Marajó defendeu que a “necessidade de arrependimento para o perdão dos pecados é o desafio fundamental que a Igreja tem que enfrentar na Amazônia. Sem esta prioridade absoluta do ser e fazer da Igreja, não existe futuro para a Amazônia porque assim esquecemos a presença do Reino de Deus (Mc 1,15) no mundo (Lc 24,44-48)”.
“Ao faltar o arrependimento que ‘faz existir o que não existe’ pela geração do homem novo amazônico (Cfr. At 2,38), o IL não experimenta a fome, a sede pelo Espírito Santo”.
De acordo com o Prelado, “o IL ao esquecer o Novo Pentecostes preconizado já pelo Papa S. João XXIII na oração preparatória do Concílio, deixa de lado o núcleo da missão na Amazônia. Trata-se da missão na Amazônia como terra e águas de missão? Ou trata-se da dimensão missionária que, como Igreja na Amazônia, é chamada e enviada ao mundo? Deixemo-nos levar pelo magistério inspirado do Papa Francisco na EG” (Evangelii Gaudium).
“Por que no IL não se grita esta verdade, a única que pode salvar a Amazônia?”, questionou acrescentando que “o que aqui propõe o Santo Padre é evangelização e, portanto, uma Amazônia muito diferente de um conjunto de tarefas vividas, de projetos, de planos de pastoral, de inculturação, de ecologia”.
Assim, frisou que “de nada vai servir a ordenação dos ‘Viri probati’”, pois “é colocar um retalho de pano novo num tecido velho. O rasgão é maior! Exatamente!”.
Por outro lado, observou, “o clero da Amazônia precisa, como a Igreja toda, de arrependimento, da conversão, da fé que salva em sentido estrito. A experiência oferece essa evidência. O sentido do ministério sacerdotal, e especificamente na Amazônia, se tem perdido, ou é inoperante na vida, ou na conversão pastoral autêntica de presbíteros. Para que ordenar os ‘Viri probati’ dentro de presbitérios em crise?”.
“A perfeita e perpétua continência pelo Reino dos Céus continuará sendo ao mesmo tempo e também na Amazônia sinal e estímulo da caridade pastoral e fonte original de fecundidade espiritual no mundo e também na Amazônia”.
Por isso, “podemos perguntar: Existe esta atitude de oração pelo dom do celibato nos presbíteros da Amazônia? A Igreja toda reza para que este sublime dom seja derramado em todo o Corpo de Cristo? Os fatos respondem: ‘Não’!”.
“Por outra parte, e principalmente, decidir sobre esta questão é algo completamente inoportuno num contexto em que tendências atuais de grandes grupos de católicos, assim chamados conservadores, questionam o Magistério da Igreja, em concreto do próprio Sumo Pontífice. Alguns o declaram herético publicamente, exigindo demissão imediata. Outros exigem sua renúncia por falta de coerência na questão de pedofilia na Igreja! Não entramos na discussão da legitimidade destes questionamentos. O que é certo é que uma resposta afirmativa abriria para um risco mortal de uma divisão, de um verdadeiro cisma na Igreja”.
Dessa forma, destacou que “não se trata da vitória dos assim chamados ‘conservadores’ ou ‘progressistas’. Trata-se do máximo na Igreja: da caridade. Diante da caridade, deve empalidecer qualquer conceito ou denominação de tipo sociológico”.
Sínodo: Ordenação sacerdotal de pessoas idosas
Por fim, Dom José Luis Azcona falou especificamente sobre a ordenação sacerdotal de pessoas idosas. O Prelado afirmou que, “reconhecendo que a venerável instituição do celibato sacerdotal pertence à área disciplinar da Igreja e, portanto, sujeita a mudanças, considero inconveniente, até perigoso neste momento para a unidade eclesial, abrir a possibilidade que pede o IL”.
“Não se trata de uma problemática exclusivamente de pastoral indígena. É uma situação de penúria generalizada de presbíteros na Igreja. As mesmas razões que podem ser invocadas para este reconhecimento pedido pelo IL são as mesmas que podem ser aplicadas a toda a Igreja, ou a grande parte da mesma”.
Segundo o Bispo, “o problema não é só a falta de sacerdotes suficientes, senão o exame, discernimento desta carência grave para uma solução realista. A raiz fundamental desta penúria de vocações na Igreja e também na Amazônia, incluindo os povos indígenas evangelizados, é de uma alarmante falta de fé ou da ausência de fé que opera na prática por meio do amor, também e necessariamente na história e na sociedade”.
Assim, explicou, “apesar de ser uma questão disciplinar, esta se converte em imperativo ético a partir do indicativo absoluto: Cristo morreu pelo irmão não esclarecido; tua liberdade não é algo absoluto; é contra Cristo que vocês pecam ferindo a consciência do irmão; o único absoluto é o amor; esse amor é o de Deus derramado nos corações pelo Espírito Santo (Rom 5,5)”.
Então, perguntou: “É esse o amor da Igreja na Amazônia? É esse o amor de Deus que impregna suficientemente os critérios de pastoral, os eclesiais, a práxis como a realidade suprema ou é a gnosis ou o Pelágio que comanda a barca da Igreja na Amazônia? (Cfr. Gaudete Exsultate, Francisco 2018)”.
“Esse perigo de cisma não é imaginário! Tampouco na Amazônia!”, concluiu Dom Azcona.
ACI Digital

São Luís IX, rei da França sábio e piedoso

REDAÇÃO CENTRAL, 25 Ago. 19 / 05:00 am (ACI).- A Igreja celebra neste dia 25 de agosto São Luís IX, que se distinguiu por seu espírito de penitência e oração e seu amor pelos pobres. Foi um governante justo e sábio.

São Luís nasceu em Poissy, perto de Paris, em 25 de abril de 1214. Era filho de Luís VIII da França e de Branca de Castela. É contemporâneo a Santo Tomás e São Boaventura.
Foi coroado aos 22 anos.
Casou-se com Margarida de Provença em 1227 e com ela teve onze filhos, aos quais deu pessoalmente uma excelente educação. Foi um esposo e pai exemplar.
A primeira das muitas abadias que fundou foi inaugurada em 1239.
Balduíno II, o imperador latino, presenteou o soberano com a “Coroa de Espinhos” para agradecer pela generosidade com que tinha ajudado os cristãos da Palestina e de outros países do Oriente.
O santo mandou derrubar sua capela de São Nicolau e construiu a “Saint Chapelle” em Paris para depositar ali a Coroa de Espinhos e outras relíquias.
O rei pertenceu à Ordem Terceira Franciscana. Fundou vários mosteiros, entre eles o de Royaumont, o convento de Maubuisson (com a ajuda de sua mãe) e o hospital de cegos Quinze-Vingts, mais conhecida como Os Trezentos.
Participou de duas cruzadas, cujo objetivo era recuperar o Santo Sepulcro e frear as invasões muçulmanas na região, mas estas não tiveram êxito. No entanto, foi considerado um dos cavaleiros mais valentes da época.
Na primeira cruzada, foi feito prisioneiro no Egito e durante a segunda ficou doente com disenteria, próximo de Cartago (Norte da África). Recebeu os últimos sacramentos em 24 de agosto de 1270 e expirou no dia seguinte. Tinha 55 anos.
Foi transladado para a França e depositado na Igreja de Saint-Denis, onde seus restos mortais ficaram até que foram profanados durante a Revolução Francesa. Foi canonizado em 1297.
ACI Digital

sábado, 24 de agosto de 2019

São Bartolomeu, um dos doze apóstolos

REDAÇÃO CENTRAL, 24 Ago. 19 / 05:00 am (ACI).- A Igreja celebra neste dia 24 de agosto São Bartolomeu, um dos doze apóstolos, cuja figura – afirmou Bento XVI – “mesmo sendo escassas as informações acerca dele, permanece contudo diante de nós para nos dizer que a adesão a Jesus pode ser vivida e testemunhada também sem cumprir obras sensacionais”.

Bartolomeu também é identificado na Bíblia como Natanael, devido à relação com Filipe. Nascido em Caná, na Galileia, é tido como um modelo para quem se deixa conduzir pelo outro ao Senhor.
O evangelho de São João narra que, após encontrar Jesus, Filipe vai até Natanael e lhe diz “Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei e que os profetas anunciaram: é Jesus de Nazaré, filho de José” (Jo 1,45).
Diante disso, Natanael lançou a pergunta: “Pode, porventura, vir coisa boa de Nazaré?”, ao que Filipe não rebate, mas apenas faz o convite “Vem e vê” (Jo 1,46).
Ainda segundo o evangelista, ao ver Natanael se aproximar, o próprio Jesus exclama: “Eis um verdadeiro israelita, no qual não há falsidade” (Jo 1,47). E, ao ser questionado por Natanael de onde o conhecia, Jesus afirma que antes que fosse chamado por Filipe, já o via quando “estavas debaixo da figueira”.
A resposta de Cristo leva Natanael a proclamar esta confissão de fé: “Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel” (Jo 1,49). Conforme explicou Bento XVI em sua catequese de outubro de 2006, nesta exclamação “é dado um primeiro e importante passo no percurso de adesão a Jesus”.
Como um dos doze, Bartolomeu pôde acompanhar a missão de Jesus na terra, compartilhando seu dia a dia, seus milagres, ouvindo seus ensinamentos, testemunhando a sua ressurreição. Posteriormente, recebeu, junto aos demais apóstolos o Espírito Santo em Pentecostes.
“Da sucessiva atividade apostólica de Bartolomeu-Natanael não temos notícias claras”, indicou o agora Papa emérito. Porém, recordou que “segundo uma informação referida pelo historiador Eusébio do século IV, um certo Panteno teria encontrado até na Índia os sinais de uma presença de Bartolomeu”.
De acordo com a tradição, o apóstolo teria evangelizado na Índia, passando pela Armênia, local onde conseguiu a conversão do rei Polímio, de sua esposa e várias pessoas. Este fato gerou a inveja de sacerdotes pagãos que, insuflaram o irmão de rei, Astiages, e conseguiram autorização para matar Bartolomeu esfolado.
Como Bartolomeu não morreu com o esfolamento, foi decapitado, em 24 de agosto do ano 51.
ACI Digital

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Santa Rosa de Lima, a primeira santa da América

REDAÇÃO CENTRAL, 23 Ago. 19 / 05:00 am (ACI).- A Igreja celebra neste dia 23 de agosto Santa Rosa de Lima, primeira santa das Américas, virgem e padroeira do Peru, do continente americano e das Filipinas, que viveu dedicada à oração, à mortificação e à ajuda aos mais necessitados. Em seu país natal, é celebrada no dia 30 de agosto.

Entre as principais virtudes da primeira santa da América, sobressai a solidariedade e amor aos doentes pobres, aos quais atendia em sua própria casa.
Nasceu em Lima (Peru) em 30 de abril de 1586, sendo batizada com o nome Isabel Flores de Oliva. Todos a chamavam Rosa porque, segundo a tradição, quando era apenas uma bebê seu rosto era muito rosado. Posteriormente, ela mesma quis se chamar Rosa de Santa Maria.
Rosa tinha como modelo Santa Catarina de Sena. Dedicou-se a atacar o amor próprio mediante a humildade, a obediência e a abnegação da vontade própria.
Ingressou na Ordem Terceira de São Domingos (Terciárias Dominicanas) e, a partir de então, encerrou-se em uma cabana que tinha construído na horta de sua casa.
Levava sobre a cabeça um estreito cinto de prata, cujo interior estava cheio de pontas, era uma espécie de coroa de espinhos.
Seu amor pelo Senhor era tanto que, quando falava Dele, mudava o tom de sua voz e seu rosto se acendia como um reflexo do sentimento que embargava sua alma.
Santa Rosa morreu em 24 de agosto de 1617, festa de São Bartolomeu, aos 31 anos de idade como ela mesma profetizou. O Papa Clemente X a canonizou em 1671. Hoje, seus restos mortais são venerados na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Lima (São Domingos) com uma grande devoção do povo peruano e da América. Em Lima, foi erguido um Santuário em sua honra.
ACI Digital

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Nossa Senhora Rainha

REDAÇÃO CENTRAL, 22 Ago. 19 / 05:00 am (ACI).- “Maria é a rainha do Céu e da terra, por graça, como Cristo é Rei por natureza e por conquista”. Assim afirma Luís Maria Grignion de Montfort, no Tratado da Verdadeira Devoção, número 38.

Neste dia 22 de agosto, a Igreja celebra a festa desse Reinado de Maria, a semelhança e em perfeita coincidência com o reino de Jesus Cristo, que não é temporal nem terreno, mas eterno e universal.
Esta festa litúrgica de Nossa Senhora Rainha foi instituída pelo Papa Pio XII em 1954, ao coroar a Virgem na Basílica de Santa Maria Maior, Roma (Itália), no dia 11 de outubro, quando o Pontífice também promulgou o documento principal do Magistério da Igreja que fala sobre a dignidade e realeza de Maria, a Encíclica “Ad Caeli Reginam”.
Inicialmente, a celebração se estabeleceu em 31 de maio, mês de Maria. Agora, celebra-se na oitava da Assunção, para manifestar a conexão entre a realeza de Maria e a sua assunção aos céus.
Na Encíclica “Ad Caeli Reginam”, lê-se que “os Teólogos da Igreja, extraindo sua doutrina” ao consultar as reflexões de vários santos e testemunhos da antiga tradição, “chamaram à Santíssima Mãe Virgem Rainha de todas as coisas criadas, Rainha do mundo, Senhora do universo”.
O Papa emérito Bento XVI, na celebração desta festa em 2012, disse que esta realeza da Mãe de Deus se faz concreta no amor e no serviço a seus filhos, em seu constante velar pelas pessoas e suas necessidades.
Ao referir-se à Virgem como Rainha do Universo, São João Paulo II ressaltou: “É uma Rainha que dá tudo o que possui compartilhando, sobretudo, a vida e o amor de Cristo”.
O Beato Paulo VI, na Exortação Apostólica “Marialis Cultus”, escreveu que na Virgem Maria tudo é referido a Cristo e tudo depende Dele: “Em vistas a Ele, Deus Pai a escolheu desde toda a eternidade como Mãe toda Santa e a adornou com dons do Espírito Santo que não foram concedidos a nenhum outro”.
O número 59 da Constituição Dogmática sobre a Igreja, “Lumen Gentium”, assinala que “a Virgem Imaculada (…) foi elevada ao céu em corpo e alma e exaltada por Deus como rainha, para assim se conformar mais plenamente com seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte”.
Em Apocalipse, 12, 1, lê-se: “Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze estrelas”.
Oração a Nossa Senhora Rainha
Deus todo-poderoso, que nos deste como Mãe e como Rainha a Mãe do seu Unigênito, nos conceda que, protegidos pela sua intercessão, alcancemos a glória de seus filhos no reino dos céus. Rainha digníssima do mundo, Maria Virgem perpétua, interceda por nossa paz e saúde, vós que gerastes Cristo Senhor, Salvador de todos. Por nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.
ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF