Translate

domingo, 31 de julho de 2022

Companhia de Jesus no Brasil

Os jesuítas participaram da fundação das primeiras cidades brasileiras, como representado
no painel de azulejos (foto), do artesão Eduardo Gomes. A obra integra o Marco de
Fundação da Cidade de Salvador, na praia de Porto da Barra, na capital baiana

Especial: Companhia de Jesus no Brasil

(Em 2019, a Ordem religiosa celebrou seus 470 anos no País)

(Publicado em 12 de dezembro de 2018)

 

No dia 29 de março de 1549, após 56 dias de viagem, uma das maiores armadas portuguesas desembarcava no Arraial do Pereira, na Bahia de Todos os Santos. Vindos de Portugal, os navios trouxeram mais de mil homens, entre eles, Tomé de Sousa, primeiro governador-geral do Brasil, e um grupo de seis religiosos que pisava pela primeira vez na Terra de Santa Cruz. Liderados pelo padre Manoel da Nóbrega, então com 32 anos, os padres Antônio Pires, Leonardo Nunes e João de Azpilcueta, junto com os irmãos Vicente Rodrigues e Diogo Jácome, tornaram-se os primeiros jesuítas a chegar às Américas.

470 anos depois, em 2019, a Província dos Jesuítas do Brasil – BRA celebrará a chegada desses primeiros companheiros de Jesus no País. Um ano para fazer memória da importância dos jesuítas na construção da nação brasileira e um momento para refletirmos: qual o legado que a Companhia de Jesus aportou na constituição da sociedade brasileira?

Para padre Carlos Alberto Contieri, coordenador do Cuidado do Patrimônio Histórico e Cultural da Companhia de Jesus no Brasil, o que moveu esses jesuítas foi o desejo de transmitir a doutrina cristã. “Somos uma Ordem religiosa eminentemente missionária e que tem como finalidade ‘ajudar as almas’. Essa expressão, típica do século XVI, dava a dimensão de ajudar as pessoas, por meio de diferentes ministérios, como a pregação da Palavra, os Exercícios Espirituais etc.”, explica.

Segundo o jesuíta, além do objetivo missionário, também um fator externo presente na época foi fundamental: a expansão europeia. “A Companhia não somente vai se aproveitar dessa era expansionista, mas ela mesma vai, por causa da credibilidade que tem, ser solicitada para poder, de fato, engrossar as esquadras expansionistas, tanto da Espanha quanto de Portugal”, afirma padre Contieri.

No artigo Trajetória da educação jesuítica no Brasil (2016), o padre Luiz Fernando Klein lembra que, no contexto do século XVI, evangelizar outros povos era um desejo da sociedade. “[…] não era de estranhar essa missão, pois vigorava à época a concepção de sociedade de cristandade, que não tolerava que nenhum povo ou grupo humano vivesse sem o conhecimento de Deus e a obediência aos seus mandamentos”, explica o delegado da Educação da CPAL (Conferência dos Provinciais Jesuítas da América Latina e Caribe). Por isso, segundo ele, o grupo dos primeiros jesuítas a desembarcar no Brasil “trazia a missão de difundir o Evangelho nas novas terras e catequizar os indígenas para a fé católica”.

Nesse cenário, padre Contieri destaca a ousadia da Companhia de Jesus. “A Ordem religiosa tinha apenas nove anos quando os primeiros jesuítas desembarcam no Brasil. Evidentemente, nesses poucos anos, ela vai crescer tremendamente. Mas, naquele momento, enviar seis jesuítas para uma terra desconhecida, sem saber o que iriam encontrar, mostra o risco que a Ordem religiosa assumia correr. Então, aceitar o risco é característica própria da Companhia de Jesus”, ressalta o diretor do Pateo do Collegio e do Museu de Arte Sacra dos Jesuítas.

FORMAÇÃO DO BRASIL

A ousadia da Companhia de Jesus em levar a Palavra de Cristo para diferentes povos mostrou-se decisiva para a América Portuguesa. Segundo Paulo Roberto Pereira, doutor em Letras pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e professor da UFF (Universidade Federal Fluminense), os jesuítas foram essenciais para a difusão dos fundamentos da civilização cristã, por meio do desenvolvimento do trabalho catequético e educacional com os povos indígenas. “A Companhia de Jesus foi essencial para a constituição de uma nação cujos fundamentos são a tolerância e o amor ao próximo. Através da criação de escolas e do trabalho missionário, o intuito era abolir costumes primitivos dos índios, como a antropofagia”, conta.

Paulo Roberto acredita que a influência dos jesuítas na formação do Brasil é imensurável porque envolve aspectos religiosos, sociais, econômicos, artísticos etc. “Como a Companhia de Jesus esteve intimamente relacionada com a evolução da história política brasileira, de 1550 a 1750, não se pode pensar em conhecer qualquer transformação do nosso País sem que não se sinta a presença do legado jesuítico”, afirma.

Um desses legados está no desenvolvimento do primeiro mapa do País. Segundo padre Contieri, a primeira cartografia do Brasil foi feita por um jesuíta. “O mapa deu essa dimensão nacional ou, como podemos dizer nos tempos atuais, consciência geopolítica. Uma consciência de todos os pontos de vista, seja geográfico, político, mas também eclesial, pois deu a noção do território que estava sendo trabalhado, evangelizado, unido e assim por diante. A importância que isso teve e tem para o Brasil até hoje é enorme”, diz o jesuíta.

“A Companhia de Jesus foi essencial para a constituição de uma nação cujos fundamentos são a tolerância e o amor ao próximo” (Paulo Roberto Pereira)

Padre Contieri, que também é reitor do Colégio São Luís, destaca outros pontos marcantes da atuação dos jesuítas no Brasil. Para ele, existem quatro elementos fundamentais desse trabalho. O primeiro é o reconhecimento do território nacional. “Como apontado na elaboração da primeira cartografia brasileira, os jesuítas foram os primeiros a percorrer o Brasil de norte a sul. A primeira questão dessa consciência nacional foi dada pelos jesuítas pelo conhecimento que eles tiveram do território nacional”, aponta ele. “Esse é um conhecimento agudo, capaz de descrever com uma riqueza de detalhes impressionante não só a natureza, mas também os costumes. Explorando o território, eles iam aglutinando as pessoas em torno deles, em torno dos lugares onde eles iam ficando. Nisso, os jesuítas foram fazendo essa ou aquela vila, fundando cidades e assim por diante”, diz.

O segundo elemento ressaltado por padre Contieri é a preocupação dos jesuítas com as pessoas como um todo. “De maneira prioritária, eles passaram a se preocupar com os indígenas que eram ameaçados, inclusive, pela Coroa Portuguesa por meio da escravização e assim por diante. Essa preocupação com as pessoas vai fazer, em primeiro lugar, com que os jesuítas se adaptem aos costumes dos indígenas e não simplesmente importem coisas da Europa”, afirma.

ensinamento da doutrina cristã é o terceiro ponto. Padre Contieri destaca que, ao abordarmos esse tema, devemos levar em consideração o contexto da época. “Quando falamos de história e de um período tão distante, nós não podemos esquecer sobre a questão da consciência possível. É importante ressaltar que não podemos julgar o passado com a consciência que temos hoje. Desse modo, um dos elementos que deu identidade a este País, e a Companhia foi responsável por isso, é a fé. A fé cristã e a fé católica”, explica.

Para padre Contieri, o quarto elemento marcante da atuação da Companhia de Jesus no Brasil é a educação (veja ao lado). “Os jesuítas vão descobrir a educação como um meio eficaz de promover o bem comum, portanto a educação vai dar, também aqui no Brasil, uma perspectiva de identidade. Sem educação, não há identidade, pois é ela que nos permite dizer quem somos e isso não só como pessoas, mas também quem nós somos como comunidade e nação. A educação promovida pela Companhia de Jesus patrocinou essa consciência nacional”, afirma.

PERSONAGENS NACIONAIS

jesuitasbrasil.org

Fundadores das primeiras cidades brasileiras, os jesuítas foram pioneiros também na educação na colônia portuguesa. Em 1550, criaram o primeiro colégio do Brasil, em Salvador, sendo responsáveis, nos anos seguintes, pela fundação de inúmeras instituições de ensino nos mais variados cantos do território brasileiro. O legado jesuíta é percebido não só na educação, referência até hoje como ensino de qualidade, mas também na cultura, na ciência e na política, entre outras áreas.

Na carta de apresentação da reedição do livro A história da Companhia de Jesus no Brasil (2004), de Serafim Leite, o padre Cesar Augusto dos Santos, coordenador da publicação na época, afirmou: “Para escrever a História do Brasil, é preciso primeiro escrever a História da Companhia de Jesus no Brasil, disse o grande historiador Capistrano de Abreu. Isso porque, até o século XVIII, as duas histórias se confundem”.

O professor Paulo Roberto ressalta também as figuras jesuítas marcantes na formação do Brasil. “A influência dos membros da Companhia de Jesus sobre a nascente sociedade brasileira abrangeu diversos aspectos. Foi uma influência totalizante porque os jesuítas, em especial Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, no século XVI, participaram da fundação das primeiras cidades do Brasil: Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro”, conta.

Organizador do livro Obra completa de Manuel da Nóbrega (2017), ele fala sobre o mérito do primeiro provincial do Brasil. “Nóbrega foi o responsável pela primeira missão jesuítica na América. Então, sua contribuição é pioneira para a formação da nacionalidade brasileira com textos reveladores do seu itinerário humano e intelectual”, afirma Paulo Roberto. Além disso, ele destaca que o jesuíta foi o responsável pela peça teatral Diálogo sobre a conversão do gentio, considerada a primeira obra literária escrita no Brasil, e pelo O Caso da Mesa da Consciência, documento jurídico contra a escravidão indígena praticada na colônia. Esses textos marcam o início do desenvolvimento do Teatro e do Direito no País.

No livro A Grande Aventura dos Jesuítas no Brasil (2016), o jornalista Tiago Cordeiro conta que Nóbrega percorreu todo o território que formava a colônia, de São Paulo a Pernambuco, e   conseguiu, com isso, mapear vilas e tribos. Essas peregrinações o ajudaram a ter um olhar mais amplo sobre o País. “Nenhum europeu foi tão importante para o início da colonização do Brasil quanto ele”, afirma o escritor.  O papel desempenhado por Nóbrega no século XVI se faz presente até hoje no País, pois ele foi um dos responsáveis por nos dar essa visão nacional, o que conhecemos atualmente como identidade brasileira.

“Nóbrega era um homem que tinha visão do todo. Além disso, ele percebia nas pessoas – em particular, nos jesuítas que estavam com ele – o que elas tinham de melhor e podiam oferecer para o serviço ou para a missão”, explica padre Contieri. Para ele, “Anchieta não seria o que é hoje se não fosse Nóbrega, se ele não tivesse dado ao jovem jesuíta a possibilidade de desenvolver aptidões e seu potencial. Se ele ignorasse isso, Anchieta passaria desapercebido pela história do Brasil, assim como tantos outros”.

Anchieta foi uma figura marcante na história do País, não à toa é considerado o Apóstolo do Brasil. O jesuíta desembarcou em terras tupiniquins ainda muito jovem, aos 19 anos, em 1553.  Em pouco tempo, tornou-se auxiliar de Nóbrega, dedicado professor e excepcional linguista. “Além dessa face de intelectual humanista bafejado pelos ventos da Renascença europeia, havia em Anchieta o homem de ação que participou, ativamente, da fundação das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro e foi figura fundamental na pacificação dos índios, quando os colonizadores tiveram de enfrentar a Confederação dos Tamoios”, explica Paulo Roberto. Essa atuação política de Anchieta demonstrou aos colonos o valor do diálogo.

“A celebração dos 470 anos da chegada dos jesuítas ao País é fundamental para que, fazendo memória do nosso passado, a gente possa efetivamente pensar a nossa missão atual” (Pe. Contieri)

Padre Klein, delegado da Educação da CPAL, conta que Anchieta era conhecido por sua agilidade intelectual, pela criatividade pedagógica e pela flexibilidade diante dos costumes das crianças. “Sabia português, latim e espanhol e logo aprendeu o tupi, escrevendo a primeira gramática e traduzindo o catecismo e outros textos para a catequese das crianças. O desempenho polivalente de Anchieta granjeou-lhe dos seus biógrafos diversos títulos, como educador do país, inaugurador da literatura, fundador do teatro, poeta, epistológrafo, etnólogo, indigenista, pacificador etc.”, afirma o jesuíta. A atuação da Companhia de Jesus foi um marco de destaque em diversas áreas e é percebida e apontada, ainda hoje, por historiadores e especialistas.

Além de Nóbrega e Anchieta, outro jesuíta essencial na história da Companhia de Jesus e do Brasil é o padre Antônio Vieira. Para Paulo Roberto, ele é a maior figura intelectual da cultura luso-brasileira do século XVII. “Embora nascido em Portugal, Vieira veio criança para o Brasil e teve toda sua formação escolar na Bahia, revelando-se, desde muito jovem, o gênio que causaria espanto nas principais cidades europeias, sendo recebido sempre com louvores à sua excepcional eloquência e saber, de Lisboa (Portugal) a Roma (Itália)”, conta o professor.

Paulo Roberto explica que “Vieira foi um missionário implacável na defesa da liberdade dos índios brasileiros, percorrendo as selvas da Amazônia e enfrentando os fazendeiros do Maranhão. Entretanto, também foi o intelectual que frequentou os salões refinados da elite europeia, principalmente como interlocutor privilegiado de papas e reis. Sua obra completa, publicada por Edições Loyola, revela a dimensão do seu gênio artístico e sua importância para o Brasil”, ressalta.

O professor da Universidade Federal Fluminense afirma que tantos outros são exemplos de atuação no Brasil. “Entre os que se destacam por seu pioneirismo estão, no século XVI, o padre Fernão Cardim, autor dos Tratados da terra e gente do Brasil, livro inovador com textos sobre a sociedade tupinambá que influenciou os estudos da antropologia, e, no século XVII, André João Antonil, pseudônimo do jesuíta João Antônio Andreoni, que escreveu o primeiro livro brasileiro de economia ao apresentar um detalhado quadro das principais riquezas do País nos seus dois primeiros séculos”, afirma.

Por tudo isso, 2019 foi um ano para olhar, de maneira criativa e agradecida, o passado e atuação dos primeiros jesuítas. “A celebração dos 470 anos da chegada dos jesuítas ao País é fundamental para que, fazendo memória do nosso passado, a gente possa efetivamente pensar a nossa missão atual. Acho que esse é o fato mais relevante, refazer a memória para que o nosso presente seja muito mais promissor, seja muito mais eficaz e esteja muito mais em conformidade com aquilo que Deus quer de nós”, finaliza padre Contieri.

*A edição completa dessa matéria foi publicada na 50ª Edição do informativo Em Companhia (Nov./Dez. 2018). Quer ler a edição completa e ver o vídeo que preparamos para você? Então, clique aqui!

Fonte: https://www.jesuitasbrasil.org.br/

O canto do Glória não é “para dançar, bater palmas e gritar”

Kamil Szumotalski/ALETEIA

"Proliferou-se a ideia de que se trata de um canto animado, barulhento, como se Missa fosse programa de auditório e não o Calvário."

O canto do Glória não é “para dançar, bater palmas e gritar”, enfatizou o pe. Wellington José de Castro por meio de rede social. O sacerdote destaca o vínculo direto entre o Glória e o “Kyrie eleison”, isto é, a súplica “Senhor, tende piedade de nós”, recordando que, no Glória, apresentamos a Deus um pedido de perdão e de misericórdia.

Não é, portanto, um “canto festivo“, mas, eminentemente, uma oração penitencial e de conversão, que se faz com recolhimento, contrição sincera e, sim, profunda confiança no amor divino – mas o momento é de pedido de perdão e isto não se faz “dançando, batendo palma, dando gritinhos”.

Confira o comentário do pe. Wellington:

“Alguém em sã consciência pediria perdão de seus pecados dançando, batendo palma, dando gritinhos? A resposta parece óbvia. Mas por que tantos o fazem quando cantam ‘…Vós que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós. Vós que tirais o pecado do mundo, acolhei a nossa súplica. Vós que estais à direita do Pai, tende piedade de nós…’?

Isso não é um pedido de perdão pelas culpas e pelo pecado?

O ‘Gloria in excelsis Deo’ está em plena unidade e continuidade com o ‘Kyrie eleison’. É errônea a ideia proliferada de que se canta Glória em louvor pelos pecados perdoados, até porque o Ato Penitencial não basta para perdoar os pecados mortais. Assim como é errada a ideia de que é um louvor à Trindade, haja vista que se trata de um hino cristológico.

Infelizmente, proliferou-se a ideia de que se trata de um canto animado, barulhento, como se Missa fosse programa de auditório e não o Calvário”.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Reflexão para o XVIII Domingo do Tempo Comum

O acúmulo de bens | Vatican News

O fazendeiro é louco, pois construiu sua riqueza sobre o suor de seus empregados e, agora, deseja descansar sobre o trabalho e o sofrimento de outros, sem nada partilhar. Jesus termina o relato desse caso, dizendo que tudo o que ele armazenou ficará para outros, já que sua vida será pedida naquela noite. O pecado do homem rico não está em ser rico, mas no fato que trabalhou exclusivamente para si e não se enriqueceu aos olhos de Deus.

Padre Cesar Augusto. SJ - Vatican News

"Um homem que trabalhou com inteligência, competência e sucesso vê-se obrigado a deixar tudo em herança a outro que em nada colaborou. Também isso é ilusão e grande desgraça" – nos diz Coélet, autor do Eclesiastes. E a solução proposta por ele é comer, divertir-se, enfim um moderado aproveitamento de tudo o que a vida oferece.

A resposta que satisfará plenamente nossa inquietação virá de Jesus, no Evangelho.

Em Lucas, um homem rico ao ver que sua fazenda produz bastante, fica muito feliz e planeja não uma redistribuição de sua produção com os seus empregados, mas encontrar lugar para armazenar mais. O fazendeiro é louco, pois construiu sua riqueza sobre o suor de seus empregados e, agora, deseja descansar sobre o trabalho e o sofrimento de outros, sem nada partilhar. Jesus termina o relato desse caso, dizendo que tudo o que ele armazenou ficará para outros, já que sua vida será pedida naquela noite.

Os bens tomaram conta da vida daquele homem e ocuparam o lugar de Deus, da família e dele mesmo.

Por outro lado, o que acumulou não pode ser chamado de vida, pois a vida se destina a todos e ele acumulou só pensando em si mesmo.

O pecado do homem rico não está em ser rico, mas no fato que trabalhou exclusivamente para si e não se enriqueceu aos olhos de Deus.

Jesus faz o alerta não apenas aos ricos, mas a todos aqueles que só trabalham para si mesmos. Mesmo um estudante de um curso supletivo, que estuda à noite com muito sacrifício e só pensa em desfrutar a vida no futuro, é destinatário dessa parábola porque, apesar de ser pobre, tem um coração de rico: deixou-se levar pelo egoísmo.

A segunda leitura nos dá a indicação de como deve ser a vida daqueles que desejam trabalhar com sentido e quais deverão ser seus valores. "Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus; aspirai às coisas celestes e não às terrestres." Mais adiante Paulo nos incentiva a fazer morrer em nós aquilo que é terrestre: "imoralidade, impureza, paixão, maus desejos e a cobiça, que é idolatria".

O emprego de nossa vida, com seus dons e suas potencialidades deverá ser realizado com um objetivo maior do que a simples satisfação mundana e a simples saciação de nossas necessidades básicas. Tudo isso acabará; será dissolvido pelo tempo, a doença, as traças e a morte. Nada ficará de lembrança. Até nosso nome, com o tempo, desaparecerá. De fato, tudo ilusão!

Apenas o uso de nossas potencialidades, de nossa vida em favor do outro, em favor da realização do Reino de Deus dará sentido ao nosso esforço e transformará tudo de material em imaterial, de imanente em transcendente, de meramente humano em divino. A eternidade está na dimensão da partilha, do nós, do outro.

O Homem busca a face do Outro, de Deus, que é Trindade, a Comunhão. O Homem busca a face de Deus, a comunhão eterna com o Outro. Só isso o sacia, só isso lhe dará a perenidade que é desejada na profundidade de seu ser. Abrir-se ao outro é abrir-se a Deus, é abrir-se à felicidade eterna.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santo Inácio de Loyola

S. Inácio de Loyola | Vatican News
31 de julho

Santo Inácio de Loyola

Origens

Seu nome de batismo era Iñigo Lopez de Loyola. Nasceu em 1491, numa família rica, nobre e cristã, na cidade de Azpeitia, pertencente à província basca de Guipuzcoa, Espanha. Era o caçula de treze irmãos. Sua educação foi toda voltada para fazer dele um aristocrata. Por isso, ele cresceu no meio do luxo da corte. Era praticante de esportes, dedicando-se mais aos equestres. 

Poder e esportes

No ano 1506, sua família Lopez de Loyola prestava serviço ao tesoureiro do reino de Castela chamado João Velásquez de Cuellar, de quem Iñigo era parente. Um ano depois, Iñigo foi feito cortesão e pagem no grande castelo desse tesoureiro. Lá, estudou e adquiriu grande cultura. Tornou-se excelente cavaleiro e passou a apreciar as aventuras militares. Por seu temperamento, valorizava mais o orgulho que os prazeres da luxúria. 

Militar

Dez anos mais, em 1517, aos 26 anos, Iñigo abraçou a carreira militar. Como tal, foi prestar seus serviços a outro parente muito importante: conhecido como duque de Najera. Este era nada menos que o vice-rei de Navarra. Iñigo defendeu seu parente real em inúmeras batalhas, tanto militares quanto diplomáticas. 

Uma bala de canhão muda sua história

Aconteceu, porém, que no dia 20 de maio de 1521, a bala de um canhão mudou sua história. Esta causou-lhe um grave ferimento na tíbia da perna esquerda, quando ele lutava defendendo a cidade de Pamplona. Por causa desse ferimento, Iñigo teve que ficar um longo tempo em recuperação. Nesse período, por acaso, deixou de ler romances de guerra e infantaria e começou a ler livros sobre a vida de vários santos e sobre a Paixão de Cristo. E assim, a graça de deus o tocou. Incentivado e poiado por irmã de sangue que cuidava dele, Iñigo abandonou de vez os livros que antes amava e passou a ler apenas e tão somente livros religiosos. Uma vez curado, decidiu trocar a vida militar pela dedicação a Deus.

Uma espada ficou pendurada

Um gesto marcou a decisão de Iñigo. Ele foi à capela do santuário de Nossa Senhora de Montserrat e, lá, deixou sua espada pendurada no altar. Tendo feito isso, deu as costas ao mundo, à corte e às aparências. De 1522 a 1523, retirou-se passando a vier numa caverna em Manresa. Vivia vide de eremita e mendigava para sobreviver. Passou esse tempo em penitência e solidão. Passou por sérias necessidades. Por outro lado, esse período foi bastante fértil. Durante esse tempo ele preparou toda a base de sua obra mais importante: o livro intitulado "Exercícios espirituais". Do campo de batalhas Iñigo assumiu a grande batalha espiritual, indo, depois, estudar filosofia e teologia nas cidades de Paris e Veneza.

Nasce a Companhia de Jesus

Em Paris, Iñigo conheceu seis amigos. Juntos, eles fundaram a Companhia de Jesus em 15 de agosto de 1534. Entre esses amigos estava São Francisco Xavier, um dos maiores missionários da Ordem, grande evangelizador da Ásia e do Japão. Este grupo de irmãos na fé só receberam a ordenação sacerdotal em 1537, ao concluírem os estudos. Na ordenação, Iñigo assumiu o nome de Inácio. Depois de três anos, o papa Paulo III deu aprovação oficial à nova Ordem. Inácio de Loyola foi eleito para assumir o posto de superior-geral. 

Missionário enviando missionários

Santo Inácio de Loyola formou e enviou missionários jesuítas a várias partes do mundo. Eles tinham a missão de implantarem a fé cristã, especialmente entre povos nativos pagãos das terras mais longínquas das Américas e da Ásia. Seus missionários jesuítas levaram o Evangelho de Jesus Cristo de maneira heroica e poderosa aos lugares mais improváveis e desconhecidos. Muitos morreram martirizados por causa da fé em Cristo, deixando maravilhosos testemunhos de coragem, fé e amor a Deus.

Morte

Por outro lado, desde que Santo Inácio assumiu o cargo de superior geral da Ordem, sua saúde só piorou. Muito debilitado, ele veio a falecer em 31 de julho de 1556, em Roma. Tinha, então, 65 anos. Sua canonização foi celebrada pelo papa Gregório XV no ano 1622. Em 1922 o Papa Pio XI o declarou Padroeiro dos Retiros Espirituais. Santo Inácio de Loyola contribuiu enormemente para a Igreja e para a humanidade. Sua busca interior trouxe revelações e afirmações que vem se confirmando sempre atuais. Ele tocou no cerne da pessoa humana.

Oração “Alma de Cristo”

Composta por Santo Inácio de Loyola

“Alma de Cristo, santificai-me.
Corpo de Cristo, salvai-me.
Sangue de Cristo, inebriai-me.
Água do lado de Cristo, lavai-me.
Paixão de Cristo, confortai-me.
Ó bom Jesus, ouvi-me.
Dentro das vossas chagas, escondei-me.
Não permitais que de Vós me separe.
Do espírito maligno, defendei-me.
Na hora da minha morte, chamai-me.
E mandai-me ir para Vós,
para que vos louve com os vossos Santos,
por todos os séculos.
Amém.”

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

O chamado do Senhor na Bíblia e nos santos Padres

Missa para a Vida Consagrada na Basílica de São Pedro, em de feve/2022
(Vatican Media)

Ao longo do mês vocacional aludiremos as vocações à vida sacerdotal, religiosa, matrimonial, laical. Somos convidados a viver uma vocação e a rezarmos ao Senhor pelo aumento de todas as vocações, para que haja pessoas disponíveis na ceara do Senhor. Nós temos consciência que as vocações são formas do chamado do Senhor para a realização de uma missão na família, na comunidade e na sociedade.

Por Dom Vital Corbellini, Bispo de Marabá (PA)

O mês de agosto é celebrado em todas as comunidades do Brasil como o mês vocacional, cujo tema proposto pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) é: Cristo vive! Somos suas testemunhas. O lema é Eu vi o Senhor (Jo 20,18). Jesus venceu a morte e por isso ele vive para sempre, está junto do Pai e está conosco, de modo que ele se serve dos apóstolos e de outros discípulos e discípulas como suas testemunhas para que o seu nome seja anunciado para todas as pessoas. Santa Maria Madalena disse que viu o Senhor ressuscitado, tornando-se a apostola dos apóstolos. Ela disse para os discípulos que viu Jesus ressuscitado dentre os mortos. O Senhor Deus sempre chama pessoas para o serviço da palavra, da eucaristia, para o anúncio do Reino de Deus. Diante da proposta do Senhor, as pessoas respondem sim ao plano do Senhor.

Ao longo do mês vocacional aludiremos as vocações à vida sacerdotal, religiosa, matrimonial, laical. Somos convidados a viver uma vocação e a rezarmos ao Senhor pelo aumento de todas as vocações, para que haja pessoas disponíveis na ceara do Senhor. Nós temos consciência que as vocações são formas do chamado do Senhor para a realização de uma missão na família, na comunidade e na sociedade. Louvemos a Deus Uno e Trino pela diversidade das vocações, pela unidade no serviço, no amor na Igreja e no mundo.

Pela Sagrada Escritura chamou Deus pessoas

O Antigo Testamento e o Novo Testamento colocaram exemplos diversos de chamados dados pelo Senhor para muitas pessoas, homens e mulheres para a vivência de seu amor no mundo. O chamado estava ligado à missão que a pessoa exerceria na comunidade, junto ao povo de Deus.

O Senhor chamou Abraão para sair de sua terra, Ur, para ir até a terra prometida (Gn 12,1) tornando-se o pai da fé, o pai de muitos povos (Rm 4,11). O Senhor também chamou Moisés para que ele fosse instrumento da graça do Senhor na libertação do povo de Israel no Egito (Ex 3,7-10). O Senhor chamou Ester, a rainha que defendeu o povo de Deus diante da ameaça de sua extinção no exílio, na qual ela pediu ao rei a sua vida e a vida de seu povo (Est 7,3). Ele chamou os profetas Elias (1 Rs 17,1-6), Isaias (Is 6,8)e Jeremias (Jr 1, 4-10), entre outros profetas, para que anunciassem o bem, denunciassem o mal junto ao povo de Israel e com outros povos. Os profetas convocavam o povo de Deus a vivência da vocação à aliança com Deus através dos mandamentos da lei para o seu povo. Muitas vezes o povo se manifestou infiel à vocação da aliança com o Senhor.

No Novo Testamento, João Batista apontou Jesus como o Cordeiro que tira o pecado do mundo(Jo 1,29), de modo que o seu chamado estava ligado ao Senhor. Com alegria e amor colocou-se Maria ao serviço do plano do Senhor em vista da salvação da humanidade e do mundo, aceitando ser a mãe de Jesus (Lc 1,38).

Jesus esteve na realidade humana e como o enviado do Pai e Ungido pelo Espírito Santo chamou os discípulos para estarem com ele, aprenderam dele a forma de como atuar, de como agir perante os desafios do mundo, sendo as suas testemunhas (Mc 3,13-19). Jesus fez os pescadores de peixes em pescadores de pessoas humanas, de modo que eles deixaram tudo e o seguiram (Mt 4,19-20). Antes de partir para a casa do Pai, enviou-os Jesus para o mundo para que fossem seus discípulos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo e ele garantiu a sua presença até o fim dos tempos (Mt 28, 19-20). Em Pentecostes, com a vinda do Espírito Santo entenderam os discípulos a importância do chamado do Senhor para o povo de Israel e para o mundo. O chamado no sentido bíblico é a participação do ser humano dado de uma forma generosa ao plano do Senhor em vista da redenção humana.

O chamado do Senhor a partir dos santos padres

Os padres da Igreja, os primeiros escritores cristãos, após o NT também perceberam a importância do chamado do Senhor às pessoas, às comunidades cristãs, afirmando que Ele sempre estava na origem de toda e qualquer vocação em vista do engrandecimento de seu Reino. As pessoas colaboraram com o Senhor.

Jesus, o caminho da salvação

São Clemente Romano, bispo de Roma e papa do século I, colocou o dom da salvação em Jesus Cristo, como sendo o único caminho a ser alcançado pelas pessoas humanas. A salvação é encontrada em Jesus Cristo, o sumo sacerdote das ofertas, o auxílio da fraqueza humana. Através dele o olhar humano é fixado para assim alcançar as alturas celestes. Por meio dele abriram-se os olhos do coração humano para o reflorescimento da luz, para que mediante ele, as pessoas experimentassem o conhecimento imortal[1]. Segundo São Clemente as pessoas são chamadas a uma vida de unidade com Deus, com os irmãos e irmãs.

 Igreja que presida no amor

Santo Inácio de Antioquia, bispo e mártir, século I afirmou que a Igreja de Roma era a Igreja que presidia o amor, que portava a lei de Cristo, apontando ao nome do Pai. O fato era que o bispo de Roma, segundo Santo Inácio tinha a missão de coordenar todas as outras igrejas a partir da caridade[2]. A vocação do sucessor de Pedro era dada pelo amor a Cristo e aos irmãos e irmãs. O seu chamado seguia o Senhor pela vida de fraternidade em todos.

 A vocação: o martírio

Santo Inácio desejava dar a sua vida pelo Senhor. Sendo condenado ainda em Antioquia veio acorrentado até Roma, desejando sempre que fosse julgado com a sentença de morte, através do martírio. Nele percebeu-se o martírio, como uma espécie de vocação, de chamado do Senhor, para algumas pessoas preparadas para a vivência do amor na radicalidade com o Senhor. O bispo de Antioquia pediu aos romanos que não desejassem nada para ele, senão ser oferecido em libação a Deus, enquanto existia um altar[3]. Ele entendia a vivência da vida cristã desta forma pelo martírio onde ele seria não somente na palavra, mas o seria de fato encontrado como tal, cristão[4]. Assim ele seria o trigo de Deus, moído pelos dentes das feras, para que ele se apresentasse como trigo puro de Cristo[5].

A oração vocacional de São Policarpo

A hora do martírio de São Policarpo de Esmirna, bispo e padre da Igreja, século II revelou uma vocação a ser dada e imolada ao Senhor Jesus Cristo. Ele foi um discípulo fiel do Senhor porque doou a sua vida pela Igreja e pelo Senhor. Antes do martírio e erguendo os olhos ao céu, disse o bispo que o Senhor Deus era todo-poderoso, Pai de seu Filho amado e bendito, Jesus Cristo, no qual recebeu o conhecimento do seu nome, Deus dos anjos e dos poderes, de toda a criação e de toda a geração de justos que vivem na sua presença. O bispo bendizia a Deus por tê-lo julgado digno daquele dia e daquela hora, por tomar parte entre os mártires, e do cálice de seu Cristo, para a ressurreição da vida eterna da alma e do corpo, na incorruptibilidade do Espírito Santo[6]. Ele entendeu o chamado como doação da vida para o Senhor e para as pessoas.

A vocação dos batismos de água e de sangue

Tertuliano, padre da Igreja do Norte da África, séculos II e III, afirmou a importância da vivência da vocação batismal, porque é o sacramento que impulsionou à vida da comunidade, e também para a vida futura. Os fiéis são lavados de seus pecados, libertados para a vida eterna[7]. O autor africano também falou do outro batismo, aquele de sangue. Para os cristãos, há um segundo batismo, o de sangue no qual o Senhor falou para os discípulos (Lc 12,50), ainda que ele tivesse recebido o batismo de água. Jesus veio com a água e com o sangue, para ser batizado com água e glorificado com o sangue. Desta forma ele fez surgir de seu lado aberto na cruz, quando foi traspassado pela espada do soldado romano(Jo 19,34), os dois batismos, porque todos os que acreditassem no seu sangue sejam lavados com água e quanto foram lavados com a água sejam lavados também com o sangue. É este o banho verdadeiro[8], a doação da vida do fiel ao Cristo. Para Tertuliano a vivência do batismo na água era uma vocação para ser assumida na vida diária e aquela do sangue era para os seguidores do Senhor, através da luta do bem, da justiça e da fraternidade.

A vocação da vida cotidiana

Sendo o martírio, a vocação sublime para os primeiros cristãos a ser alcançada, a prova máxima do amor da pessoa a Jesus Cristo, no entanto esta vocação não era dada a todos de modo que os autores cristãos também valorizavam a vida cotidiana como uma vocação muito importante até para o martírio e para a vida eterna. Os autores cristãos valorizavam o batismo, o seguimento a Jesus Cristo, sofredor, glorioso, ressuscitado, presente no serviço ao próximo, pela caridade, pelo amor a Jesus e aos outros. A cotidianidade das coisas assumidas com intensidade, a vida familiar, comunitária e social poderiam ser um martírio, uma vocação de doação, um sacrifício incruento, que se assumia através da oração, da eucaristia, da vivência da palavra de Deus, da superação do egoísmo, da partilha, no serviço aos irmãos e irmãs. Orígenes, padre alexandrino dos séculos II e III, falou do martírio público e o martírio diário[9].

 A vocação da santidade no estado que vive

Santo Agostinho, bispo de Hipona, séculos IV e V afirmou a vivência da santidade no estado em que a pessoa se situava, seja ao ministro consagrado, seja ao monge ou quem vivia na vida laical. O fato é que a vida de santidade é um chamado para todas as pessoas seguidoras do Senhor. Quem é justo empenha-se a ser sempre mais justo, buscando uma vida melhor(Ap 22,11)[10]. O bispo era ciente da importância de que todos tivessem com a exemplaridade da vida, a comunidade cristã, na qual as pessoas batizadas viviam a sua vocação[11]. Este ponto é dado também para a própria vocação onde as pessoas são chamadas a servir e amar a Deus, ao próximo como a si mesmo.

O chamado do Senhor é graça que vem do alto e é responsabilidade humana. Ele é feito na liberdade e no amor de modo que a pessoa responde sim ao plano de Deus, em Jesus Cristo, em unidade com o Espírito Santo.

--------------

[1] Cfr. Clemente aos Coríntios, 36, 1-2. In: Padres Apostólicos. São Paulo, Paulus, 1995, pg. 49.

[2] Cfr. Inácio aos Romanos, Introdução. In: Os Padres Apostólicos, pg. 103.

[3] Cfr. Idem, 2,1-2, pg. 104.

[4] Cfr. Idem, 3,1-2, pg. 104.

[5] Cfr. Idem, 4,2, pg. 105.

[6] Cfr. Martírio de São Policarpo, 14, 1-2. In: Idem, pgs. 152-153.

[7] Cfr. Tertulliano, Il battesimo, 1,1. Texto critico di CCL 1, de J. G. Ph. Borleffs. Introduzione, traduzione, note e appendice, Attilio Carpin.Bologna, Edizioni San Clemente, Edizioni Studio Domenicano,  2011, pgs. 123.

[8] Cfr. Idem, 16,1-2, pg. 181.

[9] Cfr. Origene. Esortazione al martírio, n. 21. Roma, Pontificia Università Urbaniana, 1985. Ver também: Dom Vital Corbellini, O martírio na Igreja antiga. Brasília, Edições CNBB, 2019, pg. pg. 31. 

[10] Cfr. Lettera 78,9. In: Opere di Sant`Agostino. Le Lettere. Roma, Città Nuova Editrice. 1992. Ver também: Giancarlo Ceriotti. La Pastorale delle vocazioni in S. Agostino. Palermo, Edizioni Augustinus, 1991, pg. 64.

[11] Idem, pg. 64.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF