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sábado, 30 de setembro de 2023

Agostinho e a liberdade (1/6)

Nesta página virtual, alguns episódios das Histórias Agostinianas de Ottaviano Nelli, afrescos da segunda metade do século XIV preservados na igreja de Sant'Agostino em Gubbio. Acima de Agostino e Ambrogio (30Giorni)

Arquivo 30Dias – 06/2002

Agostinho e a liberdade

O relatório do Arcebispo de Argel da Universidade de Pádua de 24 de maio, no final da série de conferências sobre a atualidade de Santo Agostinho.

por Henri Teissier

Em abril do ano passado, realizou-se em Argel um colóquio internacional sobre o tema “A africanidade e a universalidade de Santo Agostinho”. Nesta ocasião, o diretor do setor de antiguidades do Museu Tipasa, Sabbah Ferdi, publicou uma bela coleção fotográfica intitulada Agostinho retornando à África, 388-430. Achados arqueológicos no património argelino .

Entende-se que o título tem duplo sentido. Num primeiro nível, referimo-nos obviamente ao regresso de Agostinho à sua terra natal em 388, depois da sua estadia em Roma (383), depois em Milão (384-387) e, finalmente, novamente em Roma e Óstia (387-388). Mas para o Dr. Ferdi tratava-se sobretudo de celebrar “o regresso de Agostinho” à Argélia através do acolhimento que agora lhe é dado na sua terra natal. Direi, para esclarecer o tema desta conferência, que para nós se tratará antes de mais nada de descobrir como Agostinho tem hoje a liberdade de regressar à África, à sua terra de origem.

É neste quadro que colocarei as minhas reflexões sobre Santo Agostinho e a liberdade, isto é, no contexto de reconciliação que se vive na Argélia com a pessoa e a obra de Agostinho.

O discurso não terá o mesmo carácter dos que o precederam, mas espero que dê um contributo específico para a vossa reflexão sobre a relevância de Santo Agostinho, sobre a sua relevância num país do sul do Mediterrâneo que é hoje quase completamente muçulmano: l 'Argélia.

Deve compreender-se que a Argélia, depois de conquistar a independência, voltou-se em primeiro lugar para o seu passado árabe-muçulmano e, mais ainda, para os heróis da sua longa e difícil guerra de libertação. Mas, aos poucos, desenvolveu-se no país uma corrente que queria revelar a história da nação em toda a sua profundidade. A primeira manifestação desta evolução foi a oportunidade dada ao Cardeal Duval, então Arcebispo de Argel, de propor uma reflexão sobre Santo Agostinho por ocasião de uma conferência pública realizada no prestigiado cenário do Palácio da Cultura de Argel, em 26 de Janeiro de 1987. (ver El Moudjahid, 29 de janeiro de 1987). Participaram do evento numerosos ministros argelinos, um grande número de personalidades culturais e um público em que os jovens eram talvez a maioria. Nunca, como naquela ocasião, o salão esteve tão lotado. O título da conferência foi “Santo Agostinho e a liberdade”. Permitam-me retomar as ideias principais deste discurso.

A segunda ocasião que destacou a recuperação do seu grande ancestral cristão pela Argélia foi a conferência realizada em Rimini, em 23 de Agosto de 1999, pelo Presidente Bouteflika, no contexto do Encontro anual de Comunhão e Libertação. Naquela ocasião declarou: «E o que podemos dizer, então, do Santo Agostinho argelino que tanto deu à Igreja? Teólogo, filósofo, escritor, tribuno e homem de ação, autor de Cidade de Deus e Confissões , que foi bispo de Hipona, hoje Annaba, é justamente considerado um dos médicos mais influentes e prestigiosos da Igreja Católica. Dizia-se dele que “tratava uma questão de direito como um advogado de Roma, uma questão de exegese como um médico de Alexandria, argumentava como um filósofo ateniense, comentava um documento de arquivo como o mais erudito dos historiadores, ele contou uma anedota como um burguês de Cartago, uma façanha dos circuncelionários como um trabalhador de Hipona..."".

Esta declaração abriu as portas do país para que os amigos de Agostinho intensificassem sua ação pelo “retorno de Agostinho” à sua terra natal. Mas, ao nível do público em geral, na Argélia este regresso foi o resultado do colóquio internacional sobre “A africanidade e a universalidade de Santo Agostinho”, realizado em Abril do ano passado. Este encontro significou o regresso público do Bispo de Hipona à sua terra natal. O Presidente da República Argelina declarou aos seus compatriotas, no discurso inaugural proferido na presença de representantes do governo, do corpo diplomático e das autoridades estabelecidas, que Agostinho "pertence à genealogia dos argelinos" (El Moudjahid, 2 de Abril 2001 ) .

É, portanto, no contexto deste esforço para restaurar, na Argélia muçulmana, o lugar que pertence ao seu grande ancestral cristão, que gostaria de abordar convosco o nosso tema. Não pretendo propor a minha reflexão pessoal sobre Agostinho na sua meditação sobre os temas especificamente teológicos ou filosóficos do livre arbítrio, da graça e da liberdade do crente diante de Deus, mas antes evocar convosco, de forma mais ampla e sem excluir estes temas , as questões que a sociedade argelina coloca sobre Agostinho e a sua liberdade dentro da sociedade do seu tempo, com todos os determinismos que isso implicava: o Império Romano, a cultura latina, a sua posição como bispo na Igreja Católica, etc.

Procurarei, portanto, trazer à vossa atenção numerosos testemunhos sobre o debate que está a decorrer na Argélia sobre o tema da liberdade de Agostinho, recorrendo em particular à imprensa argelina que antes, durante e depois da conversa lhe dedicou cerca de 230 artigos em francês e em Árabe. Só durante os sete dias do encontro, foram publicados cerca de sessenta artigos na imprensa francófona e cerca de quarenta na imprensa árabe. Para compreender a extensão do fenómeno na sociedade, não devemos esquecer que se trata de publicações escritas por muçulmanos em meios de comunicação muçulmanos, para um público muçulmano e, sobretudo, num país onde o Islão é a religião oficial por ditame constitucional.

Fonte: http://www.30giorni.it/

Cardeal Dom Paulo Cezar fala sobre as expectativas para o Sínodo em Roma

Sínodo (Vatican Media)

A primeira sessão da 16ª Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, sobre o tema “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação, missão”, acontecerá de 04 a 29 de outubro deste ano, no Vaticano.

https://youtu.be/8Dw4rNML3Vw

O Cardeal Arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa, está animado para participar desse importante momento da Santa Igreja, com a realização do Sínodo em Roma, que contará com a presença de mais de 360 representantes de diversos lugares do mundo, entre eles, 12 brasileiros.

“Temos a responsabilidade de levar para o Sínodo a nossa experiência de igreja, a forma como nós brasileiros vivemos a fé e o ser igreja. Acredito que a igreja do Brasil tem uma contribuição muito interessante e bonita para oferecer às igrejas espalhadas pelo mundo, especialmente pela nossa maneira de viver a fé, de forma tão alegre, e através de como nos relacionamos. A igreja do Brasil conseguiu uma comunhão profunda e bonita entre a hierarquia e o laicato, o ministério ordenado e o laicato. Todos se sentem igreja e buscam caminhar juntos. É o que o Papa Francisco tem pedido, que a sinodalidade seja esse caminhar juntos na certeza de que o Senhor caminha conosco e todos caminhamos como igreja”, destaca o Cardeal Dom Paulo Cezar Costa.

A realização desta Assembleia do Sínodo será diferente, com envolvimento maior do povo de Deus. O Sínodo teve início em 2021, passando por diversas etapas de ouvir, consultar, participar e refletir com todos os membros da Igreja. Somente no Brasil, 261 dioceses e arquidioceses enviaram as sínteses da consulta realizada com os fiéis, entre outubro de 2021 e agosto de 2022.

As reflexões obtidas ao longo dos últimos dois anos foram reunidas no Instrumentum Laboris, material que vai guiar os trabalhos desta primeira etapa da Assembleia Sinodal, em que estão destacadas as experiências obtidas no processo sinodal e as três questões prioritárias que estão no centro deste Sínodo: comunhão, participação e missão.

“Vários assuntos serão discutidos na assembleia, entre eles, o relacionamento do ministério ordenado e o laicato. Papa Francisco quer uma igreja que caminhe junto, uma igreja missionária. A sinodalidade não é um fim em si mesma, mas ela conduz a igreja a ser mais missionária e participativa. Uma igreja que cada vez mais testemunhe e anuncie Jesus Cristo com beleza. Por isso, a Assembleia do Sínodo será composta de duas etapas, iniciando agora em outubro deste ano e será concluída em outubro de 2024. Papa Francisco quis que esse sínodo fosse desenvolvido em duas etapas que implicam a capacidade de um discernimento maior, maturação dos temas discutidos, de forma que os encaminhamentos sejam mais maduros”, conclui Dom Paulo Cezar.

Fontes de informações: Vatican News e Revista Aparecida.

https://arqbrasilia.com.br/

Em que consiste um consistório?

AFP PHOTO / Alberto PIZZOLI/EAST NEWS

Por Valdemar De Vaux

O Papa Francisco cria novos cardeais neste sábado, 30 de setembro, durante um consistório: mas o que é, como surgiu e como funciona essa reunião de cardeais?

O código de direito canônico especifica, no parágrafo 353, que os cardeais prestam assistência ao sumo pontífice por meio da ação colegial, “especialmente nos consistórios”. E o parágrafo seguinte nos especifica o que são esses consistórios que o papa reúne com certa regularidade – como será o caso neste sábado, 30 de setembro.

O termo vem do verbo latino “reunir-se com” e remonta ao Império Romano, quando o termo “consistorium” se aplicava à sala em que o imperador administrava a justiça. No caso do papa, refere-se à reunião com aqueles a quem ele escolheu para aconselhá-lo no governo da Igreja: os cardeais.

Há consistórios ordinários e extraordinários.

Durante os ordinários, os cardeais – especialmente os de Roma – são convocados para ser consultados sobre certos assuntos importantes e que surgem com frequência, ou para realizar atos “particularmente solenes” (cf. Código de Direito Canônico § 533.2). Esta forma de reunião é regular. É uma oportunidade para anunciar canonizações, como a de Charles de Foucauld em 3 de maio de 2021, ou para criar novos cardeais. Para este sábado, o Papa Francisco convocou um consistório ordinário a fim de realizar estes dois atos de governo. Quando são criados novos cardeais, é tradicional que a maioria dos atuais cardeais de todo o mundo esteja presente.

Os consistórios ordinários também podem ser secretos ou públicos. No primeiro caso, apenas os cardeais poderão comparecer – como ocorreu no primeiro consistório convocado pelo Papa Bento XVI em 2006. Foi também durante um consistório ordinário que o Papa Bento anunciou a sua decisão de renunciar ao cargo, em 11 de fevereiro de 2013, após ter anunciado diversas canonizações.

Já os consistórios extraordinários são celebrado quando as necessidades particulares da Igreja ou o estudo de assuntos de grande importância assim o aconselham (Código de Direito Canônico § 533.3). Neste caso, todos os cardeais são convocados a Roma, na maioria das vezes para um momento de estudo e discussão, junto com o papa, sobre um tema escolhido em decorrência da sua atualidade e seriedade. Em fevereiro de 2014, por exemplo, o Papa Francisco chamou todos os cardeais a Roma para falar sobre a família, antes da realização de um sínodo sobre o mesmo assunto. Os consistórios extraordinários nunca são públicos.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Neste sábado criados 21 novos cardeais: quem são eles?

Consistório Ordinário (Vatican Media)

O Papa cria 21 novos cardeais: 18 eleitores e três com mais de 80 anos, criados no Consistório deste 30 de setembro próximo. Entre eles, dois arcebispos e um religioso que se destacaram, disse Francisco, no serviço à Igreja.

Vatican News

Ao final do Angelus dominical do último dia 9 de julho, o Papa Francisco anunciou o Consistório para a criação de novos cardeais neste sábado, 30 de setembro. Entre os novos cardeais está o português dom Américo Manuel Alvez Aguiar. Mas quem são os novos cardeais?

Dom Robert Francis Prevost

Agostiniano, o prefeito do Dicastério para os Bispos, Dom Robert Francis Prevost, nasceu em 14 de setembro de 1955 em Chicago (Illinois, Estados Unidos). Entrou no noviciado da Ordem de Santo Agostinho e emitiu os votos solenes em 29 de agosto de 1981. Seis anos depois obteve o título de Doutor em Teologia. Foi em 1988 que foi enviado à missão de Trujillo, para ser o diretor do projeto de formação comum dos aspirantes agostinianos dos vicariatos de Chulucanas, Iquitos e Apurímac. Uma missão que durou 11 anos e foi seguida pela sua nomeação, depois de algum tempo, como Prior Provincial da sua Província “Mãe do Bom Conselho” (Chicago), e posteriormente como Prior Geral. Assim, foi responsável pelos processos de planejamento e gestão da Ordem Agostiniana ao redor do mundo. Em 3 de novembro de 2014, o Papa Francisco o nomeou administrador apostólico da Diocese de Chiclayo (Peru), elevando-o à dignidade episcopal como bispo titular de Sufar. Foi ordenado bispo de Chiclayo em 12 de dezembro de 2014. Em 15 de abril de 2020, o Pontífice o nomeou administrador apostólico da Diocese de Callao. Seguiu-se a nomeação como prefeito.

Dom Claudio Gugerotti 

Prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais desde janeiro de 2023, Dom Claudio Gugerotti nasceu em Verona, Itália,  em 1955, ingressou na Pia Sociedade de Pe. Nicola Mazza e foi ordenado sacerdote em 1982. Seus estudos estão ligados às línguas e literaturas orientais. Como docente, leciona nas Universidades de Veneza, Pádua e Roma, bem como na Gregoriana e no Pontifício Instituto Oriental. Está na Congregação para as Igrejas Orientais desde 1985 e foi seu subsecretário em 1997. Em 2022 foi nomeado arcebispo e depois serviu em várias nunciaturas de países de tradição cristã oriental: a partir de 2002 na Geórgia, Armênia e Azerbaijão; em 2011, Bento XVI o enviou à Belarus. O Papa Francisco o nomeou núncio na Ucrânia de 2015 a 2020 (o país com mais católicos de rito oriental) e depois na Grã-Bretanha.

Víctor Manuel Fernández

Desde 1º de julho de 2023, Dom Víctor Manuel Fernández é prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé. Nasceu em 18 de julho de 1962 no município de Alcira Gigena, Província de Córdoba, Argentina. Obteve a Licenciatura em Teologia com especialização Bíblica na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma e em 1990 o Doutorado em Teologia na Faculdade de Teologia da Universidade Católica Argentina, tornando-se posteriormente seu reitor. O Papa Francisco o nomeou arcebispo titular de Tiburnia em 13 de maio de 2013. Em 2017 foi eleito presidente da Comissão de Fé e Cultura da Conferência Episcopal Argentina. Em 2 de junho de 2018 foi nomeado arcebispo titular da arquidiocese de La Plata.

Dom Emil Paul Tscherrig

Núncio na Itália e San Marino desde 2017, Dom Emil Paul Tscherrig é o primeiro não italiano a ocupar este cargo. Nascido em Unterems, Suíça, em 3 de fevereiro de 1947, recebeu a ordenação sacerdotal em 11 de abril de 1974 e obteve o Doutorado em Direito Canônico na Pontifícia Universidade Gregoriana. O Papa João Paulo II o nomeou membro do serviço diplomático da Santa Sé em 1978, como secretário da nunciatura apostólica, servindo em Uganda, Coreia do Sul, Mongólia e Bangladesh. Em 4 de maio de 1996 tornou-se arcebispo titular de Voli e núncio apostólico em Burundi. Em 2000 foi núncio em Trinidad e Tobago, República Dominicana, Jamaica, Granada, Guiana, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas e Bahamas; desde 2001 em Barbados, Antígua e Barbuda, Suriname e Saint Kitts e Nevis. Em 2004 assumiu a nunciatura na Coreia do Sul e na Mongólia. Em 2008, o Papa Bento XVI o nomeou núncio nos países nórdicos (Suécia, Dinamarca, Finlândia, Islândia e Noruega) e, a partir de 2012, foi núncio apostólico na Argentina.

Dom Christophe Louis Yves Georges Pierre

Núncio Apostólico nos Estados Unidos da América desde abril de 2016, Dom Christophe Louis Yves Georges Pierre nasceu em Rennes, Ille et Vilaine, França, em 30 de janeiro de 1946. Em 1970 tornou-se sacerdote, após ter interrompido por dois anos seus estudos no seminário de Saint-Yves de Rennes em 1963 para cumprir o serviço militar. Em seguida, ingressa na Pontifícia Academia Eclesiástica de Roma. Sua primeira missão foi em Wellington, Nova Zelândia, em 1977. Posteriormente, foi enviado a Moçambique, Zimbábue, Cuba, Brasil e à Missão Permanente da Santa Sé junto ao Escritório das Nações Unidas e a instituições internacionais em Genebra. Em 12 de julho de 1995, João Paulo II o nomeou núncio apostólico no Haiti, conferindo-lhe o título de arcebispo titular de Gunela. Em 1999 foi transferido para Kampala em Uganda. Em 2007 foi nomeado núncio apostólico no México.

Dom Pierbattista Pizzaballa 

Desde 2020 Patriarca latino de Jerusalém, Sua Beatitude Pierbattista Pizzaballa nasceu em Cologno al Serio, província de Bérgamo, Itália, em 21 de abril de 1965. Vestiu  o hábito religioso em 5 de setembro de 1984 em Ferrara e passou o ano de noviciado em o Santuário Franciscano de La Verna. Em Bolonha emitiu a profissão solene em 10 de outubro de 1989 e em 15 de setembro de 1990, novamente em Bolonha, foi ordenado sacerdote. Em 1990 transferiu-se para a Terra Santa, para Jerusalém, onde obteve a Licenciatura em Teologia Bíblica no Studium Biblicum Franciscanum de Jerusalém. Responsável pela publicação do Missal Romano em hebraico e de vários outros textos litúrgicos, a partir de 2 de julho de 1999 entra formalmente ao serviço da Custódia da Terra Santa. Ocupa o cargo de vigário geral do Patriarca Latino de Jerusalém para o cuidado pastoral dos católicos de língua hebraica em Israel.

Desde 2008 é consultor na Comissão para as relações com o Judaísmo do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos. Foi nomeado Custódio da Terra Santa pela primeira vez em maio de 2004, por um período de seis anos. Em maio de 2010 foi reconfirmado para mais um mandato de três anos e, em junho de 2013, para os três anos seguintes. Em 24 de junho de 2016, o Papa Francisco o escolheu como Administrador Apostólico do Patriarcado Latino de Jerusalém, sede vacante, até a nomeação de um novo Patriarca. Em 15 de julho de 2016, por ocasião da reunião do Colégio de Consultores do Patriarcado Latino, Sua Beatitude o Patriarca Emérito Fouad Twal procedeu à transferência de seus poderes ao arcebispo Pizzaballa, designado administrador apostólico do Patriarcado Latino de Jerusalém por decreto do Papa. A ordenação episcopal teve lugar em setembro de 2016 em Bérgamo. Ele fala italiano, hebraico moderno e inglês.

Dom Stephen Brislin

O arcebispo da Cidade do Cabo (África do Sul) Dom Stephen Brislin, nasceu em Welkom em 24 de setembro de 1956. Entrou no Seminário para estudar Filosofia em St John Vianney, Pretória e Teologia no Missionary Institute de Londres. Foi ordenado sacerdote em 19 de novembro de 1983. Em 17 de outubro de 2006, Bento XVI o nomeou bispo de Kroonstad, na África do Sul, em 2007 bispo de Kroonstad, dois anos depois é arcebispo da Cidade do Cabo. De 2013 a 2019 foi presidente da Conferência Episcopal Sul-Africana.

Dom Ángel Sixto Rossi

Arcebispo de Córdoba, Argentina, Dom Ángel Sixto Rossi, jesuíta, nasceu em 11 de agosto de 1958. Em 1976 ingressou no noviciado da então Província argentina da Companhia de Jesus. Após os estudos de Filosofia e Teologia, realizados em parte no Equador, em 12 de dezembro de 1986 recebeu a ordenação sacerdotal, depois o diploma em Teologia Espiritual na Pontifícia Universidade Gregoriana com uma tese sobre o discernimento espiritual em Santo Inácio. De 1990 a 1992 foi reitor da Igreja de El Salvador, em Buenos Aires, e nesse período abriu o Lar San José, para moradores de rua. Em 1992 criou a Fundação Manos Abiertas, que atualmente presta ajuda às pessoas mais pobres e vulneráveis ​​em vários centros de assistência social localizados em dez cidades da Argentina. De 1992 a 1995 foi mestre de noviços da Companhia de Jesus e de 2013 a 2019 foi Superior da comunidade da Residência de Córdoba. Ofereceu numerosos Exercícios Espirituais inacianos a grupos de sacerdotes, religiosos e leigos.

Dom Luis José Rueda Aparicio

Arcebispo de Bogotá, Dom Luis José Rueda Aparicio, nasceu em San Gil (Santander, Colômbia) em 3 de março de 1962. Antes de entrar no Seminário, trabalhou com seu pai na construção, vendas do jornal e numa fábrica de cimento. Recebeu o diaconato em 23 de novembro de 1988 e o presbitério em 23 de novembro de 1989, completou seus estudos de especialização (setembro de 1992-julho de 1994) na Academia Alfonsiana de Roma, onde obteve a Licenciatura em Teologia Moral. Em 2 de fevereiro de 2012, o Papa Bento XVI o nomeou bispo de Montelíbano (Córdoba). Em 2018 o Papa Francisco o nomeou arcebispo de Popayán (Cauca), três anos depois foi nomeado arcebispo metropolitano de Bogotá. Em 6 de julho de 2021 foi eleito presidente da Conferência Episcopal Colombiana para o triênio 2021-2024.

Dom Grzegorz Ryś

Arcebispo de Łódź, Dom Grzegorz Ryś nasceu em 9 de fevereiro de 1964 em Cracóvia, Polônia. Ordenado sacerdote em 22 de maio de 1988 na Catedral de Wawel, em 1994 Ryś obteve o Doutorado em Ciências Teológicas com base na tese "Piedade popular medieval na Polônia". De 2007 a 2011 Ryś foi reitor do Seminário Maior da Arquidiocese de Cracóvia; em 16 de julho de 2011 foi nomeado bispo titular de Arcavica e bispo auxiliar da Arquidiocese de Cracóvia pelo Papa Bento XVI. Em 14 de setembro de 2017, o Papa Francisco o nomeou arcebispo de Łódź. Em 2018, Ryś convoca o quarto sínodo da história da Arquidiocese de Łódź sobre o tema da introdução do diaconato permanente para combater a escassez de sacerdotes. Em 2019 introduziu o diaconato permanente na arquidiocese e criou também o Seminário Missionário Diocesano Redemptoris Mater Internacional do Caminho Neocatecumenal. Em 21 de novembro de 2020, o Papa Francisco o nomeou membro do Dicastério para os Bispos.

Dom Stephen Ameyu Martin

Arcebispo de Juba desde 2019, Dom Stephen Ameyu Martin Mulla nasceu em 10 de janeiro de 1964 em Ido, na região oriental de Equatoria, no Sudão do Sul. Recebeu o Sacramento da Ordem pela Diocese de Torit em 21 de abril de 1991. Depois de seu trabalho pastoral na capital sudanesa Cartum, obteve seu Doutorado na Pontifícia Universidade Urbaniana de Roma de 1993 a 1997. Sua tese é intitulada "Rumo ao diálogo religioso e a reconciliação no Sudão”. Ameyu então lecionou no Seminário de Juba, capital do Sudão do Sul, do qual também foi reitor. Em 3 de janeiro de 2019, o Papa Francisco o nomeou Bispo de Torit, após a diocese ter ficado vacante por mais de cinco anos.

 Dom José Cobo Cano

Arcebispo de Madri desde 2017, Dom José Cobo Cano, nasceu em 20 de setembro de 1965 em Jaén (Andaluzia, Espanha), mas se mudou para Madri quando jovem. Apresenta sólida formação acadêmica: Licenciatura em Direito Civil; Bacharelado em Teologia e Mestrado em Teologia Moral Social. Destaca-se o seu conhecimento da Doutrina Social da Igreja. Em 23 de abril de 1994 foi ordenado sacerdote, permanecendo incardinado na Arquidiocese de Madrid onde desempenhou cargos de acentuada ênfase social, como o de vice-conselheiro das Confrarias do Trabalho (1994-1996). Na Conferência Episcopal foi responsável pelo Secretariado para Migrações, e desde março de 2020 é membro da Comissão Episcopal de Pastoral Social e Promoção Humana.

Dom Protase Rugambwa 

Arcebispo coadjutor de Tabora desde abril de 2023, Dom Protase Rugambwa nasceu em 31 de maio de 1960 em Bunena (Tanzânia). No final da sua formação, a 2 de setembro de 1990, foi ordenado sacerdote para a Diocese de Rulenge-Ngara, na cidade de Dar es-Salaam, pelo Papa João Paulo II durante a sua visita pastoral à Tanzânia. Em 1994 decidiu mudar-se para a Itália, onde obteve o Doutorado em Teologia Pastoral na Pontifícia Universidade Lateranense de Roma. Após o Doutorado em 1998, voltou à Tanzânia e em 2002 voltou a Roma para se tornar um dos Oficiais da Congregação para a Evangelização dos Povos. Posteriormente, em 18 de janeiro de 2008, o Papa Bento XVI o nomeou bispo titular da Diocese de Kigoma. Em 2012 tornou-se secretário adjunto da Congregação para a Evangelização dos Povos e presidente das Pontifícias Obras Missionárias, com o título pessoal de arcebispo. Em 9 de novembro de 2017 foi nomeado secretário da mesma Congregação.

Dom Sebastian Francis

Bispo de Penang e desde 2017 presidente da Conferência dos Bispos Católicos da Malásia, Cingapura e Brunei, Dom Sebastian Francis, nasceu em 11 de novembro de 1951 em Johor Bahru. Foi ordenado sacerdote em Melaka-Johor em 28 de julho de 1977. Em 1983 obteve a Licenciatura em Teologia Dogmática na Pontifícia Universidade "San Tommaso d'Aquino". Em seu país é professor de Teologia Dogmática, diretor espiritual do Seminário Maior de Penang, capelão dos universitários de Penang. Em 1991 formou-se em Direito. Em 7 de julho de 2012, Bento XVI o nomeou Bispo de Penang. A ordenação episcopal foi conferida em 20 de agosto na Igreja paroquial de Sant'Anna em Bukit Mertajam, com a participação de 10.000 católicos.

Dom Stephen Chow Sau-Yan

O bispo de Hong Kong, Dom Stephen Chow Sau-Yan, é jesuíta e nasceu em 7 de agosto de 1959 em Hong Kong. Após seus estudos pré-universitários, obteve um Bacharelado e Mestrado em Psicologia pela Universidade de Minnesota (EUA). Entrou na Companhia de Jesus em 27 de setembro de 1984, foi ordenado sacerdote em Hong Kong em 16 de julho de 1994. Ocupou vários cargos: desde 2007, supervisor de dois colégios jesuítas em Hong Kong e Wah Yan, Kowloon; professor assistente honorário da Universidade de Hong Kong (2008-2015) e formador jesuíta (2009-2017). Desde 2009 é presidente da Comissão para a Educação da Província Jesuíta na China. De 1º de janeiro de 2018 até sua nomeação como bispo, foi provincial da Província chinesa da Companhia de Jesus e, a partir de 2020, vice-secretário da Associação dos Superiores Religiosos dos Institutos Masculinos de Hong Kong. Em maio de 2021 foi nomeado bispo da Diocese de Hong Kong (China). O cargo estava vago desde 3 de janeiro de 2019. Chow Layer revelou ter inicialmente recusado o título de bispo. Acabou aceitando, após ter recebido uma carta escrita pelo Papa Francisco. Ele foi consagrado em 4 de dezembro de 2021. Em abril de 2023, Chow visitou a Arquidiocese de Pequim. Ele encontrou o bispo Joseph Li Shan, visitou várias igrejas e o cemitério de Zhalan, onde está a lápide de Matteo Ricci. Esta foi a primeira visita de um bispo de Hong Kong a Pequim desde 1985.

Dom François-Xavier Bustillo

Bispo de Ajaccio desde 2021, Dom François-Xavier Bustillo, franciscano conventual, nasceu em 23 de novembro de 1968 em Pamplona, ​​Espanha. Ingressando no Seminário Menor de Baztán, iniciou o postulantado na Ordem dos Franciscanos Conventuais de Pádua (Itália), onde completou os estudos filosóficos e teológicos. Emitiu a profissão solene em 20 de setembro de 1992. Dois anos mais tarde foi ordenado sacerdote. No mesmo ano fundou, com alguns irmãos, o convento de São Boaventura em Narbonne (França). De 2018 até sua nomeação como bispo, ele foi guardião do convento Saint-Maximilien Kolbe em Lourdes, delegado episcopal para o Santuário de Lourdes e para a proteção de menores e desde 2020 membro do conselho episcopal da Diocese de Tarbes et Lourdes. Bustillo é o autor do livro “Testemunhas, não funcionários” (Livraria Editora Vaticano) que o Papa entregou aos sacerdotes na Missa crismal de 2022 e também em outras ocasiões.

Dom Américo Manuel Alves Aguiar

Bispo auxiliar de Lisboa desde 2019, Dom Américo Manuel Alves Aguiar, nasceu a 12 de Dezembro de 1973 em Leça do Balio, Matosinhos, Portugal. Em 1995 ingressou no Seminário Maior do Porto; completou seus estudos acadêmicos na Universidade Católica primeiro em Teologia e depois um Mestrado em Ciências da Comunicação. Em 2001 foi ordenado sacerdote, em 2016 tornou-se diretor do Secretariado Nacional da Comunicação Social. Foi ordenado bispo titular de Dagno em 31 de março de 2019 na Igreja da Trindade, no Porto. É presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023. É diretor do Departamento de Comunicação do Patriarcado de Lisboa.

P. Ángel Fernández Artime

O Reitor-Mor dos Salesianos, P. Ángel Fernández Artime, nasceu em 21 de agosto de 1960 em Gozón-Luanco (Astúrias), Espanha; foi ordenado sacerdote em 4 de julho de 1987, em León. Originário precisamente desta Província, obteve a Licenciatura em Teologia Pastoral e a Licenciatura em Filosofia e Pedagogia. Depois de fazer parte da comissão técnica que preparou o 26º Capítulo Geral, em 2009 foi escolhido como Provincial da Província Argentina Sul, com sede em Buenos Aires. Em 23 de dezembro de 2013 foi nomeado Superior da nova Inspetoria da Espanha Mediterrânea, dedicada a "Maria Auxiliadora", mas antes de poder assumir este novo serviço, em 25 de março de 2014, foi eleito pelo 27º Capítulo Geral como o novo Reitor-Mor da Congregação Salesiana e X Sucessor de Dom Bosco. Em 11 de março de 2020 foi confirmado Reitor-Mor dos Salesianos, para o segundo sexênio 2020-2026.

Dom Agostino Marchetto 

Para o Papa Francisco, Dom Agostino Marchetto é a maior hermeneuta do Concílio Vaticano II. Nascido em Vicenza, Itália, em 28 de agosto de 1940, frequentou as escolas do Patronato Leão XIII de Vicenza. Mais tarde entra no seminário, sendo ordenado sacerdote na Catedral de Vicenza em 28 de junho de 1964. Em 31 de agosto de 1985 foi nomeado arcebispo titular de Astigi com o papel de núncio apostólico em Madagascar e Maurício. Em 7 de dezembro de 1990 foi transferido como núncio apostólico para a Tanzânia, e em 18 de maio de 1994 como núncio apostólico à Belarus. Em 6 de novembro de 2001, João Paulo II o nomeou secretário do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes. Em 25 de agosto de 2010, quando completou 70 anos, aposentou-se do cargo para se dedicar ao estudo, em particular da hermenêutica do Concílio Vaticano II. Além do italiano, fala francês, inglês e espanhol.

Dom Diego Rafael Padrón Sánchez

Atualmente, Dom Diego Rafael Padrón Sánchez é pároco de La Inmaculada de Camoruco, na Arquidiocese de Valência, na Venezuela. Nascido em Montalbán em 17 de maio de 1939. É formado em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma e Diplomado em Ciências Bíblicas Orientais pelo Instituto “Franciscanum” de Jerusalém-Israel. É professor de espanhol, literatura e latim, formado pelo Instituto de Ensino Profissional do Instituto Pedagógico de Caracas. Ordenado sacerdote em 4 de agosto de 1963, foi pároco em várias paróquias de Valência. Em 1990 o Papa João Paulo II o nomeia bispo auxiliar da Arquidiocese de Caracas e bispo titular de Gisipa. Em 1994 é nomeado bispo da Diocese de Maturín e em 2002 arcebispo metropolitano da Arquidiocese de Cumaná. Foi presidente da Conferência Episcopal Venezuelana por dois períodos consecutivos.

P. Luis Pascual Dri

Padre Luis Pascual tem 96 anos, continua servindo ao Senhor todos os dias administrando o Sacramento da Reconciliação. Nasceu em Federación, província de Entre Ríos, Argentina, em 17 de abril de 1927, em uma família onde todos, menos um dos filhos, se consagraram a Deus na vida religiosa. Desde muito jovem trabalhou na roça, cuidando dos animais e também plantando milho e alfafa. Entrou no Seminário Capuchinho em janeiro de 1938 com 11 anos de idade, vestiu o hábito capuchinho em 21 de fevereiro de 1945. Em 29 de março de 1952 foi ordenado sacerdote na Catedral de Montevidéu. Diretor do Seminário Menor San Francisco de Carrasco em 1953, em 1961 especializou-se na Europa como formador de noviços. Em 1962 iniciou sua missão como educador no Colegio y Liceo Secco Illa de Uruguay, até 1974. Pároco em várias igrejas, no início de 2000 foi transferido para o Santuário Nossa Senhora da Pompeia, Buenos Aires, onde passou três anos. Depois foi nomeado pároco em Mar del Plata. A partir de 2007 voltou ao Santuário de Nuestra Señora de Pompeya.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Jerônimo

São Jerônimo (A12)

30 de setembro

São Jerônimo

Sofrônio Eusébio Jerônimo nasceu em Estridão ou Estridônia, entre a Dalmácia e a Panônia (atualmente uma região entre Croácia e Hungria), entre os anos 340 e 347. Sua família era católica, culta e rica, e ele, filho único, teve a oportunidade de estudar em Roma, onde estudou Retórica, Oratória e Gramática com grandes mestres, além de Filosofia, e da dedicação à leitura de grandes autores, como Virgílio, Terêncio, Cícero e Platão.

Entregou-se a uma vida um tanto desregrada, mas, arrependendo-se, voltou à Fé da infância passou a se dedicar unicamente aos estudos dos textos santos. Foi batizado já adulto, como era costume na época, por volta dos 25 anos. Formou uma grande biblioteca. Seguiu para Tréveros, uma das mais conceituadas academias do Ocidente, para estudar Teologia. Em seguida, viajou para a Gália, atual França, onde se uniu a um grupo de monges. Formou ali uma comunidade dedicada ao estudo da Bíblia e das obras teológicas.

Por volta de 373-374 peregrinou à Terra Santa, mas uma doença o reteve durante muito tempo em Antioquia (atualmente Antáquia na Turquia), onde aprendeu o Grego. Seu temperamento forte e radical o levou a buscar uma vida eremítica no deserto de Cálcida, na Síria. Ali com muita dificuldade, esforço e empenho, aprendeu Hebraico com um convertido judeu. Sua vida ascética, de jejuns e orações, era tão extrema que quase morreu.

Depois de uns quatro anos, em 379, em Antioquia, aceitou o sacerdócio pelas mãos do bispo Paulino, mas somente após a promessa de que não teria trabalhos pastorais: sua vocação era a vida eremítica/monacal centrada na ascese, oração e estudos. Seguindo para Constantinopla, atual Istambul na Turquia, conheceu São Gregório Nazianzeno, que lhe estimulou ainda mais o amor pelo estudo das Sagradas Escrituras.

Chamado pelo Papa São Dâmaso I a Roma, em 382, para participar de um sínodo, acabou como seu secretário particular e incumbido por ele de traduzir a Bíblia para o Latim, uma vez que sua erudição, firmeza doutrinária e conhecimento do Grego e do Hebraico, as línguas originais das Escrituras, o tornavam particularmente apto a fazer este grandioso e necessário serviço. Iniciou o trabalho em Roma, em 383, e só o terminou em Belém da Judéia, entre 404-406, um período de cerca de 23 anos.

A versão final, conhecida por Vulgata (do Italiano “comum”, “corrente”, isto é acessível à leitura mais popular na Europa), embora não seja na íntegra de sua lavra, é a primeira tradução para o Latim, e a base para todas as traduções nas línguas modernas. Durante séculos foi a referência da Igreja, aprovada e oficializada no Concílio de Trento (1545-1563). E ainda hoje, embora revisada, é o texto oficial da Igreja de língua latina. Isto porque é extremamente fiel aos textos originais, além de apresentar riqueza de informações pertinentes.

Santo Isidoro de Sevilha (cerca de 560 a 636), na sua monumental obra Etimologias, diz que “Jerônimo era perito em três línguas, por isso sua interpretação é preferível à dos outros: ele apreende melhor o sentido das palavras e suas expressões são claras e transparentes. Além do que, sendo cristão, sua interpretação é verdadeira”.

Jerônimo ficou em Roma até 385, partindo depois para Jerusalém, acompanhado de Santa Paula e outros peregrinos. Depois de visitarem os lugares santos, ele viajou para o deserto da Nítria, Egito, visitando colônias monásticas, até voltar definitivamente para Belém em 386.

Santa Paula era rica, e pôde ajudar na construção de três mosteiros femininos e um masculino em Belém, no qual Jerônimo morou por 34 anos. Também foram erguidas hospedarias para os peregrinos, e ele se dedicou a este acolhimento, à oração, penitência e enorme atividade literária, além do ensino da cultura clássica e cristã.

A sua grande biblioteca, formada ao longo dos anos, crescera ainda mais. As controvérsias dogmáticas da época repercutiram em Belém, e Jerônimo, engajado nos problemas doutrinários da sua época, sempre defendeu vigorosamente a Fé, por escritos, sendo um polemista agressivo e eficaz. Os hereges pelagianos incendiaram seu mosteiro em 414, colocando sua vida e risco, e sucederam-se ataques dos Hunos, dos montanheses da Isáuria e dos piratas sarracenos, que obrigaram os monges a fugir temporariamente.

Seus últimos trabalhos foram relativos à organização do Ofício eclesiástico, com seus cânticos para o ano todo, por encomenda do Papa São Dâmaso I. Enviado a Roma de Belém, a composição foi aprovada pelo Sumo Pontífice e pelos cardeais, que determinaram a sua autenticidade perpétua. Depois disso, mandou construir para si um túmulo na entrada da gruta do sepulcro de Jesus. Faleceu na sua cela, perto da Gruta da Natividade, lúcido até o final, com idade entre 80 e 90 anos, no dia 30 de setembro, por volta do ano 420.

São Jerônimo é o padroeiro dos Estudos Bíblicos, e o Dia da Bíblia foi colocado no dia da sua morte. É também patrono das Escolas Superiores e Faculdades Teológicas. Além dos Santos Ambrósio, Agostinho e Gregório Magno, é também um dos quatro Padres da Igreja Ocidental com o título de Doutor da Igreja.

Sendo um autor de cultura enciclopédica, sua vasta obra inclui, além da Vulgata, biografias de 135 outros autores, cristãos, judeus e pagãos, no livro De Viris Illustribus, o Chronicon, sobre a História Universal desde o nascimento de Abraão até o ano 325 (uma tradução e reelaboração em Latim de uma obra em Grego), comentários, homilias, epístolas, tratados e cartas, muitas delas em correspondência com Santo Agostinho.

Seu temperamento e personalidade muito fortes gerava ódio nos inimigos e amor nos amigos, como por exemplo o carinho que lhe foi registrado por Santo Agostinho e pelo bem-aventurado Próspero. Um discípulo de São Martinho, Sulpício Severo, dele escreve: “… Jerônimo (...), cujos combates e lutas contra os maus eram incessantes.

Os hereges o odiaram porque ele sempre os atacou; os clérigos, porque sempre lhes repreendeu os crimes e a maneira de viver. Mas todas as pessoas de bem o admiravam e amavam. (...) Ele está sempre lendo, sempre no meio dos livros, sempre lendo ou escrevendo, não repousa nem de dia nem de noite.”

 De si próprio, São Jerônimo deixou registrado: “Dou graças a Deus de ser digno do ódio do mundo. Falam de mim como de um malfeitor, mas sei que, para chegar ao Céu, é preciso suportar tanto a boa quanto a má reputação”.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Independentemente de qualquer outra obra, a Vulgata já daria a São Jerônimo um lugar especialíssimo entre os maiores escritores católicos e santos de todos os tempos, sendo para sempre merecedor de um agradecimento sem medida pela Igreja. O Papa São Dâmaso I, no seu tempo, percebeu o perigo gravíssimo que a falta de uma leitura correta da Bíblia poderia trazer, com deturpações monstruosas passando-se por “palavras de Deus”, e afastando as almas da salvação. Também hoje há inúmeras traduções bíblicas suspeitas, outras com erros graves mesmo, e portanto vale a pena o católico buscar com prudência o que lhe está sendo oferecido como inspirado pelo Espírito Santo. Como escreveu São Jerônimo, “Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus, e quem ignora as Escrituras, ignora o poder e a sabedoria de Deus; portanto, ignorar as Escrituras Sagradas é ignorar a Cristo.” A formação, o estudo e o ensino da Doutrina, que obviamente remete à Bíblia, não é um luxo para os fiéis, mas sim uma necessidade fundamental, especialmente nos dias atuais, onde tão facilmente a divulgação de erros é não só permitida como fomentada. Enfim, se não na mesma forma dos jejuns, penitências e cansaços extremos de São Jerônimo, somos todos, os católicos, obrigados em consciência a viver, como ele, a radicalidade na vivência e na defesa da Fé, e para isso precisamos conhecê-la corretamente. A imensa caridade de São Jerônimo, na sua santa preocupação e santo empenho de escrever a Verdade para os irmãos, também se manifestou nos oferecimentos das suas aspérrimas penitências, e no carinho com que acolheu os peregrinos na Terra Santa, preocupando-se em providenciar hospedarias para eles. E belíssima é a sua declaração “...para chegar ao Céu, é preciso suportar tanto a boa quanto a má reputação.” – pois revela não apenas a sua disposição de enfrentar as injustiças por causa de Jesus, mas também a profunda humildade, que é a primeira e mais necessária das virtudes, para não se deixar levar pela vaidade, particularmente como intelectual que era, pois é notório que grandes pensadores e acadêmicos sofrem facilmente as seduções da vanglória. E não poucos, por causa disso, querendo transmitir não com fidelidade a Palavra de Deus, mas a sua própria “interpretação”, entregam-se a “releituras” das coisas da Igreja, cuja inspiração vem de outro espírito que não é o Santo.

Oração:

Senhor Deus, cuja perfeição é imutável, e que nos quisestes transmitir a Verdade do Vosso infinito amor, concedei-nos por intercessão de São Jerônimo a graça de, neste mesmo amor, buscar sinceramente o Vosso conhecimento, e com coragem enfrentarmos as asperezas, os antagonismos e as tentações do deserto desta vida, na certeza de que a fidelidade a Vós, na caridade também do apostolado aos irmãos, nos levará a repousar infinitamente junto ao lugar de onde constantemente nasceis para nós. Por Nosso Senhor Jesus Cristo e Nossa Senhora. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

sexta-feira, 29 de setembro de 2023

Crônicas de um “aspirante a cristão”

Ermanno Olmi (30Giorni)

Arquivo 30Dias 07/08 - 2001

Crônicas de um “aspirante a cristão”

É assim que o diretor Ermanno Olmi se define nesta entrevista. E explica por que não há nada de banal no quotidiano: «As coisas importantes da vida passam de pessoa para pessoa. Nossa sociedade produz muitas oportunidades de encontro, mas enquanto essas reuniões nunca acontecerem".

por Stefano Maria Paci

Este poético mestre do cinema italiano acaba de completar 70 anos. Mas mesmo que ele não tenha comemorado seu aniversário segurando o Leão de Ouro de Cannes em 24 de julho, ele não parece arrependido. «O filme de Nanni Moretti é lindo» diz ele calmamente. «Um filme raro, que fala de coisas importantes». O único arrependimento, talvez, daquela saudade de Leone, se deve ao fato de que, assim, menos gente viu seu trabalho mais recente , A profissão das armas, que narra os últimos dias da vida de Giovanni dalle Bande Nere. «Fiz este filme porque tive curiosidade em perceber como se aproximava da morte um jovem de quinhentos anos atrás que tinha tudo: o sucesso, a glória, o amor às mulheres. Hoje, muitos jovens, aqueles que se arriscam nos massacres de sábado à noite e praticam esportes radicais, que dirigem na contramão da estrada e brincam com drogas, aqueles jovens que fizeram de Senna e Schumacher seus heróis, muitas vezes morrem com tal atitude de desprezo pela vida suficientemente forte para beirar a falta de vergonha, como se a vida já não tivesse razões válidas para ser apreciada”. Ermanno Olmi não usa relógio e na vida, como em seus filmes, parece levar todo o tempo que precisa para contar as coisas. Fale com voz calma, intercalando frases com longas pausas para reflexão, como se para ele, numa civilização invadida pela tagarelice, as palavras ainda tivessem um peso identificável. «Como nasceu este filme? Meus filmes são como árvores: pequenos mistérios, curiosidades tenazes que crescem dentro de mim a ponto de querer compartilhá-las com outras pessoas. Nunca considerei o cinema o mais importante da minha vida: para mim é apenas uma excelente oportunidade de estar junto com outras pessoas. É como quando você convida alguém para almoçar: se você se importa, faz todo o possível para preparar bons pratos. Então tento fazer bons filmes." Nunca considerei o cinema o mais importante da minha vida: para mim é apenas uma excelente oportunidade de estar junto com outras pessoas. É como quando você convida alguém para almoçar: se você se importa, faz todo o possível para preparar bons pratos. Então tento fazer bons filmes." Nunca considerei o cinema o mais importante da minha vida: para mim é apenas uma excelente oportunidade de estar junto com outras pessoas. É como quando você convida alguém para almoçar: se você se importa, faz todo o possível para preparar bons pratos. Então tento fazer bons filmes."

Olmi, em 1978 você ganhou a Palma de Ouro em Cannes com A Árvore dos Tamancos . Em 1987 ganhou o Leão de Ouro em Veneza com A Lenda do Santo Bebedor . Você é frequentemente apontado como exemplo de diretor católico. No entanto, Liliana Cavani disse recentemente que não existe realizador católico, que essa definição está errada. O que você acha?

ERMANNO OLMI: Cavani está absolutamente certo. O catolicismo não é um rótulo para colocar nas roupas. Não pode haver um diretor “católico”, assim como não pode haver um diretor “político”. Seria como ter soluções pré-embaladas para propor a outros. O caminho do autor do cinema é antes o caminho da poesia, um caminho algo religioso que conduz a um resultado final de “paraíso”.

Uma cena de The Craft of Arms, filme de Olmi apresentado no último Festival de Cinema de Cannes (30Giorni)

Seus filmes muitas vezes tratam de temas abertamente religiosos. Você já se sentiu tentado a fazer um filme sobre Jesus? Muitos de seus colegas fizeram isso.
OLMI: Sim, fiquei tentado. O que me impediu não foi a falta de coragem, mas um forte sentimento de inadequação.

Avalie ou avalie dois filmes centrados na vida de Cristo: O Evangelho segundo Mateus de Pier Paolo Pasolini e Jesus de Nazaré de Franco Zeffirelli.

OLMI: Pasolini e Zeffirelli seguiram caminhos completamente diferentes, embora ambos tivessem um sentimento cristão autêntico, no sentido de que se colocaram ao lado de Cristo na realização do seu trabalho. Se eu pensar em Jesus de Zeffirelli, lembro-me de uma daquelas esferas de cristal em que se vê o Calvário com neve; se penso na figura de Cristo contada por Pasolini, vejo uma cruz de madeira feita com muita pobreza. Mas você não pode julgar a verdade de um caminho do ponto de vista formal se o sentimento com o qual você percorre esse caminho é um sentimento sincero.

Há anos você fez um filme sobre João XXIII intitulado E veio um homem . Durante o Jubileu de 2000 dirigiu as cerimônias de abertura e encerramento do Ano Santo. Quais são, na sua opinião, as semelhanças e diferenças entre Roncalli e Wojtyla?

OLMI: É lindo que o nome de João também apareça no atual Papa. Eu diria que João XXIII, como um humilde sacerdote rural, pôs em marcha a mudança do planeta, que a minha geração consolidou graniticamente em dois blocos opostos. Comoveu os grandes chefes de estado, mas acima de tudo mudou o estado de espírito do mundo. João Paulo II segue este caminho num contexto diferente daquele da época, com situações tão novas e difíceis que parecem quase intransponíveis. Se o Papa João tinha diante de si um horizonte orientado para a paz, o nosso horizonte parece cheio de nuvens, de violência, de ressentimento, de rivalidade, mesmo naquela profunda vida quotidiana em que têm as suas raízes as mais extensas formas de violência.

Olmi, você basicamente abriu e fechou a porta do Jubileu junto com João Paulo II. É incomum que um diretor roube o cargo de um Papa...

OLMI: Digamos que eu agi como seu coroinha. O Papa Wojtyla é um protagonista tão grande que nenhum diretor poderia de alguma forma governá-lo para orientá-lo em seu próprio projeto. Aqueles que, como eu, abordam estes grandes acontecimentos como mediadores nada fazem senão relatar o que acontece sob o seu olhar, deixando-se plagiar pela realidade em vez de plagiar a realidade. Exatamente o oposto do que um diretor normalmente faz. Neste caso, fui uma testemunha, que procurou relatar fielmente o que viu e sentiu.

O que ser cristão significa para você?

OLMI: Tenho medo e tremo de me definir dessa forma. Ser cristão, levar a sério aquilo que você acredita, é difícil e exigente. Prefiro me chamar de “aspirante a cristão”.

Entramos no terceiro milênio cristão. Quais você acha que são os perigos reais que o catolicismo enfrenta no mundo contemporâneo hoje?

OLMI: O de estar feliz e satisfeito com a influência que acredita ter no mundo. Para se tornar uma espécie de força política. Isto corre o risco de se tornar uma grande limitação para a Igreja.

E quais são as maiores esperanças do catolicismo? Onde você os vê?

OLMI: Naquela profunda vida cotidiana onde a esperança tem caminhos que não são fáceis de ver. As sociedades avançadas produzem muitas oportunidades de encontro, desde que essas reuniões nunca aconteçam. A superficialidade do nosso olhar às vezes não percebe que ao nosso lado, talvez no nosso condomínio, existe alguém que acredita em Deus e que pode consolidar a nossa fé. E nos ajude em nosso dia a dia. As coisas importantes da vida são passadas de pessoa para pessoa. Não há nada de banal na vida cotidiana se você tiver a sensação de vivê-la.

Fonte: http://www.30giorni.it/

O ministério da homilia

A homilia (PPT)

O MINISTÉRIO DA HOMILIA

Dom Aloísio A. Dilli
Bispo de Santa Cruz do Sul

Caros diocesanos. Iniciamos o mês da Bíblia, refletindo sobre o valor e a importância da Palavra de Deus nas celebrações litúrgicas da Igreja e o consequente cuidado que merece o ambão (mesa da Palavra), como local digno de sua proclamação, assim como a atenção aos leitores que exercem o ministério do anúncio dos textos sagrados.

Entre as tarefas e funções relativas ao anúncio da Palavra de Deus está a homilia, parte integrante da ação litúrgica, cuja função é favorecer a compreensão e a eficácia da Palavra, atualizando-a na vida dos fiéis. Ela deve favorecer a compreensão do mistério celebrado e levar à missão evangelizadora, além de preparar para as partes subsequentes da celebração em curso. Os pregadores são ainda alertados para evitar inúteis abstrações ou longas divagações e, sobretudo, eles não chamem atenção maior sobre si mesmo do que para o coração da mensagem evangélica, que é o próprio Cristo. Isso exige preparação e familiaridade com a Palavra, além da meditação e da oração (cf. VD 59 e DD 54).

O Papa Francisco dedica, na Evangelii Gaudium (Alegria do Evangelho), ampla reflexão sobre a homilia (cf. EG 136-159), afirmando que Deus deseja alcançar os outros através do diálogo do pregador, qual mãe que conversa com os filhos, colocando-os em sintonia de amor: “O pregador tem a belíssima e difícil missão de unir os corações que se amam: o do Senhor e os do seu povo” (EG 143). Este ministério, ligado à celebração da Palavra de Deus, exige séria preparação: “Um pregador que não se prepara não é ‘espiritual’: é desonesto e irresponsável quanto aos dons que recebeu” (EG 145). Quem faz a homilia deve ser o primeiro a ter grande familiaridade com a Palavra de Deus, estando próximo dela com coração dócil e orante, pois a boca fala da abundância do coração (cf Mt 12,34). As atuais gerações preferem antes ouvir testemunhas que mestres; por isso o pregador precisa deixar-se tocar primeiramente pela Palavra e fazê-la carne na sua vida concreta.

O bom pregador também se põe na escuta do povo para descobrir aquilo que os fiéis mais precisam ouvir: “Um pregador é um contemplativo da Palavra e também um contemplativo do povo” (EG 154). Ele evita exortações de cunho excessivamente negativo, mas oferece pistas de esperança e orienta para o futuro.

No final, ainda convém apresentar uma palavra do Papa Francisco sobre a importância da invocação do Espírito Santo na pregação: “A confiança no Espírito Santo que atua na pregação não é meramente passiva, mas ativa e criativa. Implica oferecer-se como instrumento (cf Rm 12, 1), com todas as próprias capacidades, para que possam ser utilizadas por Deus” (EG 145). O mesmo Espírito Santo que inspirou a Palavra na mente e no coração dos escritores sagrados, nos primórdios da Igreja, continua a agir, ainda hoje, em cada um dos evangelizadores que se deixa possuir e conduzir por Ele.

É preciso dar atenção constante para a animação bíblica da Vida e da Pastoral. Mereça a Palavra de Deus atenção especial em nosso estudo, em nossas celebrações, assim como no envio missionário. Tenhamos cuidado particular para com o espaço onde a Bíblia ou o Lecionário são colocados (ambão: mesa da Palavra); os leitores e responsáveis pela homilia estejam devidamente preparados para seu ministério e, sobretudo, tenham sempre coração aberto para acolher a Palavra em sua vida.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF