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sexta-feira, 30 de abril de 2021

Por que é tão importante fazer silêncio na missa?

Grand Warszawski | Shutterstock
Por Gelsomino Del Guercio

A eficácia espiritual da missa pode depender do seu silêncio.

Nem todo mundo acompanha a missa com atenção. Às vezes, o padre é obrigado a interromper a liturgia para reprovar as conversas entre os fiéis. Esta chamada de atenção não é acidental, porque o silêncio durante a missa tem uma importância acima de tudo teológica. Descubramos o porquê.

Silêncio sagrado

“O silêncio na igreja durante o culto sagrado – explica à Aleteia o liturgista Pe. Enrico Finotti – é uma questão primordial, porque dele depende, em boa medida, a eficácia espiritual da ação litúrgica.”

“No entanto, não considero oportuno intervir nas situações concretas, pois se supõe que cada sacerdote vai se comportar de maneira adequada em circunstâncias às vezes difíceis”, acrescenta.

À escuta de Deus

Em sentido geral, explica o sacerdote, podem ser indicadas algumas pautas. Primeiramente, “o clima de silêncio interior e exterior é próprio de cada celebração litúrgica. De fato, trata-se de preparar a alma para escutar Deus, que fala ao seu povo; de elevar-lhe louvores com alegria e receber da sua misericórdia as maravilhas da graça, que são os sacramentos”.

A majestade do Pai

Em segundo lugar, observa o Pe. Enrico, “Deus não pode jamais ser reduzido ao nosso nível. Ele permanece sempre permeado pelo fulgor da sua transcendência. Ainda que, com a Encarnação, o Filho unigênito tenha vindo habitar entre nós e tenha permanecido conosco como amigos, Ele não desviou o olhar da majestade divina do Pai, a quem demonstra uma absoluta obediência adoradora”.

Os 3 tipos de silêncio

Sobre esta base teológica, a Igreja prevê mais de um tipo de silêncio: “O silêncio preparatório para uma celebração (para os ministros na sacristia e para os fiéis na nave); o silêncio ritual para realizar juntos os gestos e pronunciar as orações estabelecidas, mas também para interiorizar os conteúdos da Palavra proclamada e dos sinais santos presentes nos mistérios sagrados; e o silêncio posterior à celebração, para não dispersar imediatamente a intensidade do recolhimento interior”.

A importância do templo

Para distinguir o ambiente de silêncio do da conversação e do encontro fraterno, “a arquitetura eclesiástica clássica outorga primeiro o vestíbulo da igreja e mais adentro o templo, que é o lugar de mediação e de passagem entre o culto do templo e o tumulto do mundo”.

“No templo, a devoção do coração e o encontro adorador com Deus se traduz nessa ‘sóbria exaltação do Espírito’ que invade os fiéis no êxodo da assembleia santa, onde recebem a Palavra que salva e o Pão da vida eterna: uma fraternidade regenerada, que do lugar santo se expande para o mundo.”

Educar os fiéis

Infelizmente, constata o Pe. Enrico, “no contexto atual, o silêncio não é valorizado e se torna difícil colocá-lo em prática, inclusive na igreja, e a educação para o silêncio litúrgico deve ser retomada com constância e determinação”.

“De fato, não existem alternativas: sem silêncio interior e exterior, qualquer tentativa de reflexão, de devoção e de contemplação se extingue ao nascer – adverte. De fato, não é possível considerar suficiente para o crescimento na fé uma celebração litúrgica só formal e exterior. Não podemos honrar Deus somente com palavras, sem uma adequada correspondência do coração.”

Fé e paciência

Para concluir, o liturgista convida a não se surpreender pelas “dificuldades que o silêncio pode encontrar inclusive em seu próprio lugar, a igreja, e na ação mais santa, a liturgia”.

“Não podemos desanimar. Trabalhemos com confiança, sustentados pela fé, para que, com paciência e gradualmente, o povo cristão alcance novamente essa maturidade religiosa de tempos melhores. Isso não será fruto de imposições formais, mas exigência de uma oração convencida e de uma fé viva.”

Aleteia

10 Ensinamentos de Santo Ambrósio, doutor da Igreja

Crédito: Tumgir

Santo Ambrósio é o símbolo da Igreja renascente após os sofridos anos de vida escondida e das perseguições romanas.

Por meio dele a Igreja de Roma tratou sem servilismo com o poder público. Foram as suas qualidades pessoais que impuseram o bispo de Milão à devota atenção de todos. Sua atividade diária era dirigida antes de tudo à orientação da própria comunidade, e ele cumpria as suas tarefas pastorais dirigindo ao seu povo mais de uma homilia por semana.

Santo Agostinho foi seu ouvinte assíduo, como refere-nos em suas “Confissões”; tendo sido batizado por este grande Santo, Santo Ambrósio.

Santo Ambrósio nasceu no Ano 340, no entanto, podemos dizer que seus ensinamentos são muito atuais. Conheça alguns deles:

1. Para o cristão, a fé antecede todo o mais.

2. Quando te sentires angustiado, acredita que há saída, sem murmúrio. É hora de ires invocando e rezando, sem te enterrares em queixas.

3. Da mesma forma que o temor do mundo é fraqueza, o temor de Deus é grande força.

4. Em favor deles correu água da pedra; em teu favor corre o sangue de Cristo. A água saciou a eles para o momento; a ti; o sangue te lava para sempre.

5. Aquele que submete seu próprio corpo e governa sua alma, sem deixar-se submergir pelas paixões, é seu próprio senhor: pode ser chamado rei porque é capaz de reger a sua própria pessoa.

6. Haverá algo melhor do que o Salmo? O Salmo é bênção pronunciada pelo povo, louvor de Deus pela assembleia, aplauso de todos, palavra dita pelo universo, voz da Igreja, melodiosa profissão de fé.

7. Ó homem, não ousavas levantar teu rosto ao céu, baixavas os olhos para a terra, e de repente recebeste a graça de Cristo: todos os teus pecados te foram perdoados. De servo mau tornaste um bom filho… Levanta, pois, os olhos, para o Pai que te resgatou por seu Filho e dize: Pai-Nosso…

8. A Igreja é o navio que navega bem neste mundo ao sopro do Espírito Santo com as velas da Cruz do Senhor plenamente desfraldadas.

9. Se Cristo está a teu dispor hoje, todos os dias ele ressuscita para ti.

10. Quem se entrega a Deus não teme ao Demônio. “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rom 8,31).

Retirado do livro: “Na Escola dos Santos Doutores”. Prof. Felipe Aquino (Org.). Ed. Cléofas.

https://cleofas.com.br/

Franciscanos Capuchinhos da América farão encontro no Brasil

Imagem referencial. Frades Menores Capuchinhos. F
oto: OFMCap Panamericano
Por Mercedes de la Torre

SÃO PAULO, 30 abr. 21 / 01:15 pm (ACI).- Os Frades Franciscanos Capuchinhos (OFMCap) de todo o continente americano se reunirão durante um ano para refletir em diferentes âmbitos da pastoral e da estrutura da ordem para encontrar formas eficazes de anunciar Deus ao mundo de hoje.

A partir de maio de 2021, acontecerá o “Encontro Pan-americano Capuchinho”, que começará com cinco encontros virtuais e culminará com um encontro presencial em São Pedro (SP) em 2022 sob o lema: “Reavivar nosso carisma nas Américas”.

Com uma carta, o Ministro Geral da Ordem, frei Roberto Genuin, informou a todos os Franciscanos Menores Capuchinhos das Américas que a abertura do encontro acontecerá no dia 3 de maio de 2021, de 20h às 22h no horário de Roma (17h a 19h em Brasília).

Os seguintes encontros virtuais estão agendados para 7 de junho, 13 de setembro, 8 de novembro de 2021 e 7 de março de 2022 (todos no mesmo horário) e terminará com um encontro presencial de 2 a 9 de maio de 2022 no Seminário Santo Antônio na cidade de São Pedro (SP).

Em cada um dos encontros, os participantes aprofundarão "a missão, formação, estruturas e colaboração dos capuchinhos nas Américas", afirma a carta.

“Existe uma grande expectativa em toda a Ordem pela realização do Encontro Pan-americano dos Capuchinhos”, disse dom Genuin e pediu a seus confrades “que não meçam esforços em colaborar com todas as novas iniciativas”.

Num vídeo sobre o encontro panamericano, o ministro geral da Ordem destacou também que a sociedade e o povo de Deus estão mudando rapidamente, por isso afirmou que os franciscanos capuchinhos “querem caminhar, também nós, com o mundo, para ser testemunhas neste mundo que caminha” e para responder “coerentemente à situação atual e para anunciar Deus de forma eficaz ao mundo atual”.

Nesse sentido, disse frei Roberto Genuin, os frades capuchinhos desejam “reler sua história, ler as constituições atuais e buscar juntos projetos para ser eficazes no futuro como Frades Capuchinhos da América, de Norte a Sul”.

https://youtu.be/CANMiQG2m-0

Para mais informações sobre a iniciativa, clique AQUI.

ACI Digital

Papa em telegrama ao Peru: "violência injustificável" na morte de missionária leiga

As exéquias de Nadia foram realizadas
nesta quarta-feira (28), no Peru |
Vatican News

O bispo de Chimbote, dom Angel Francisco Simon Piorno, celebrou nesta quarta-feira (28) o funeral de Nadia De Munari, a voluntária permanente da Operação Mato Grosso. A missionária foi agredida na quarta-feira passada e morreu no sábado (24). Em um telegrama ao prelado, Francisco oferece orações pela falecida Nadia, de 50 anos, e lembra dos muitos missionários que perderam a vida durante o serviço ao Evangelho e "aos mais necessitados e indefesos".

Alessandro Di Bussolo - Vatican News

Vatican News

O funeral de Nadia De Munari, a missionária leiga da Operação Mato Grosso que morreu no sábado (24), após violenta agressão sofrida na noite entre terça e quarta-feira no seu quarto, no Centro Educacional "Mamma Mia" que dirigia em Nuevo Chimbote, foi realizado nesta quarta-feira (28) na mesma cidade, no Peru. As exéquias, na Igreja de Assunção da Virgem Maria, foram presididas por dom Angel Francisco Simon Piorno, bispo de Chimbote, cidade costeira peruana onde trabalhava a voluntária vicentina, de 50 anos.

Ela dirigia 5 creches e uma escola elementar do movimento fundado por padre Ugo De Censi. Um serviço para mais de 500 crianças na favela de Nuevo Chimbote, que acolhe migrantes em busca de um modo de vida, que desceram das aldeias muito pobres dos Andes, no que o povo do lugar chegou a chamar de "invasão". Todos os sacerdotes missionários italianos da entidade presentes no Peru concelebraram. Muitas crianças assistidas pela missionária também estavam presentes nas exéquias. (Assista ao vídeo do funeral).

O telegrama do Papa: desaprovação firme pela violência

Para a ocasião, o Papa Francisco enviou um telegrama em espanhol, assinado pelo secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, ao bispo de Chimbote, através do núncio apostólico no Peru. O Pontífice reiterou "a mais firme desaprovação por este novo e injustificável episódio de violência, que se soma a muitos outros em que os missionários perderam a vida enquanto realizavam com abnegação o próprio serviço a serviço do Evangelho e da assistência aos mais necessitados e indefesos".

Orações por Nadia e proximidade aos pais

"Enquanto oferece orações pelo descanso eterno da alma desta voluntária e a confia à intercessão da Mãe de Deus", o Papa expressa no telegrama a própria "proximidade paterna aos pais, familiares e parentes, assegurando a sua lembrança na oração e a sua bênção sobre todos aqueles que participarão das exéquias, tanto no Peru como, o mais rápido possível, na Itália".

Pelo menos duas semanas para a chegada do corpo na Itália

Para a chegada do corpo de Nadia na Itália, em Schio, onde Nadia nasceu e onde vive a sua família, serão necessários cerca de 20 dias, segundo o prefeito Valter Orsi que nestes dias esteve em contato com os pais da voluntária. A autópsia foi realizada, a investigação está em andamento, mas ainda levará mais de duas semanas para liberar a transferência do corpo.

O prefeito explicou à imprensa local que estão "em contato constante com a Farnesina e pediu que o custo da viagem do corpo da nossa Nadia fosse suportado pelo ministério. A família de Nadia é muito unida, está vivendo a dor com grande dignidade, extremamente provada pela tragédia. Mas levará mais alguns dias, também porque o Peru não aderiu à convenção que poderia acelerar a repatriação do corpo".

O último adeus em Giavenale di Schio, a paróquia de Nadia

Os dias, então, são de espera para os pais idosos de Nadia, Teresina e Remigio, para as duas irmãs e para toda a comunidade de Giavenale, um vilarejo onde vive a família, e de Monte Malo, onde vive a fraternidade missionária ligada à Operação Mato Grosso que apoiava Nadia no serviço no Peru. Há uma longa expectativa para poder dar o último adeus terreno e para sepultar esta filha da região do Vêneto, na Itália, que passou mais da metade de sua vida na América Latina, a serviço dos pobres.

Vatican News

Nova datação por radiocarbono poderá apontar idade exata dos Manuscritos do Mar Morto

Pascal Deloche / Godong
Por J-P Mauro

A pesquisa aposta nos avanços na datação por carbono-14 e na paleografia para obter resultados mais precisos.

Os Manuscritos do Mar Morto estão sob análise de carbono-14 pela primeira vez em décadas. Desta vez, o processo incluirá um estudo paleográfico dos caracteres escritos. Os estudiosos acreditam que o acréscimo da paleografia, o estudo da caligrafia antiga, pode definir com mais exatidão a data em que eles foram escritos.

O site Jerusalem Post relata que o trabalho está sendo conduzido pela Universidade de Groningen, na Holanda. Embora a pesquisa ainda esteja em andamento, relatórios preliminares sugerem que os pergaminhos podem ser mais antigos do que apontaram estudos anteriores. A última vez que os pesquisadores submeteram os pergaminhos à análise de carbono-14 foi durante a década de 1990.

A natureza destrutiva da datação por carbono 14 (radiocarbono) há muito impediu uma análise mais aprofundada do material histórico. O processo, que mede a degradação do nitrogênio no radiocarbono, requer o sacrifício de um fragmento do material. Avanços recentes nesta tecnologia, no entanto, limitaram o impacto desta técnica.

Paleografia

Encorajados pela nova tecnologia, os estudiosos escolheram 30 pergaminhos para examinar. É aqui que entra o departamento de paleografia da Universidade de Groningen. Ao apresentar suas descobertas a uma inteligência artificial de última geração, eles poderão analisar os caracteres escritos à mão . 

Normalmente, esses caracteres seriam comparados a manuscritos antigos da mesma época. Ao examinar as diferenças mínimas no estilo, os paleógrafos podem rastrear a caligrafia em um determinado período de tempo . Nesse caso, porém, não há manuscritos da mesma época para se fazer a comparação.

Em vez disso, os pesquisadores compararão os pergaminhos entre si ou com os primeiros manuscritos que temos. Mas essa comparação deve trazer um obstáculo diferente. O pesquisador líder, Prof Mladen Popović, observou:

“No que diz respeito à datação dos manuscritos, os dados do nosso modelo mostram que não houve uma boa progressão e desenvolvimento contínuo dos caracteres, mas sim que às vezes houve muito desenvolvimento e às vezes nem tanto. Os caracteres não se desenvolveram de forma linear homogênea ao longo desses períodos.”

Enfim, apesar de a pesquisa ainda estar em andamento, os resultados preliminares deixam os especialistas otimistas de que poderemos em breve ter uma datação mais precisa dos Manuscritos do Mar Morto. 

Aleteia

Escolas Católicas da Índia tornam-se Hospitais para pacientes da Covid-19

Guadium Press | Vatican News

Bangalore – Índia (29/04/2021, 14:50, Gaudium Press) A arquidiocese de Bangalore, no estado de Karnataka, no sul da Índia, dentro da emergência atual, decidiu transformar temporariamente as escolas católicas em hospitais para pacientes afetados pela pandemia de Covid-19.

Iniciativa de disponibilizar instalações escolares pode ajudar a aliviar a tensão dos hospitais

O Arcebispo Dom Peter Machado, de Bangalore, promoveu a iniciativa após constatar as dificuldades para administrar a emergência nos hospitais católicos e centros públicos.

“Nossa iniciativa de disponibilizar instalações escolares pode ajudar a aliviar a tensão dos hospitais na gestão da crise de saúde no país”, disse Dom Peter Machado à agência missionária Fides.

“Agradecemos o serviço incansável e abnegado prestado nas circunstâncias mais difíceis por médicos e enfermeiras, católicos e não católicos, e queremos oferecer toda a ajuda e apoio possível”, disse o Arcebispo.

A Arquidiocese e a Rede de Hospitais Católicos lançaram uma linha de ajuda para chegar às vítimas e suas famílias

Tanto a Arquidiocese quanto a Rede de Hospitais Católicos também lançaram uma linha de ajuda para chegar às vítimas e suas famílias, fornecendo informações sobre o manejo de doenças, disponibilidade de leitos e respiradores.

Assim sendo, os pacientes afetados pela pandemia serão encaminhados para centros de cuidados temporários da Covid que foram instalados nos edifícios escolares e outras instalações, especialmente dedicados aos cuidados com aqueles que estão em vias de recuperação após o tratamento terapêutico inicial e assim, aliviam a pressão tem recaído sobre os hospitais.

O Arcebispo Dom Peter Machado explicou que, da mesma forma, a arquidiocese colocou à disposição de cada hospital uma escola para a criação de um centro de atendimento pós-Covid e que para isso a Fundação Azim Premji ofereceu assessoria e apoio financeiro para a realização deste trabalho.

Com recursos próprios, Hospitais católicos de Bangalore estão na Vanguarda da luta contra a pandemia

Desde o ano passado, os hospitais cristãos de Bangalore estão na vanguarda da luta contra a pandemia do coronavírus.

Para o Padre Paul Parathazham, diretor do “Hospital St. John’s Medical College”, de Bangalore, “Devemos nos preparar para desafios maiores se a onda atual não se acalmar” e ele expressou ainda para a Agência de Notícias Fides sua profunda preocupação com o rápido aumento do número de infecções, que causa enorme estresse nos profissionais da saúde em todas as instalações médicas.

De um modo particular e saliente a rede privada de “Hospitais de Missão Cristã” se uniu para lutar contra a pandemia, empregando seus recursos, “servindo as pessoas entre os mais pobres e marginalizados e não apenas em Bangalore, mas também em todo o estado de Karnataka”, disse a Irmã Gracy Thomas, superiora do Hospital Santa Martha, em Bangalore. (JSG)

(Foto VaticanNews)

https://gaudiumpress.org/

O INCONCEBÍVEL 400 MIL

Crédito: Pinterest
Dom Lindomar Rocha Mota
Bispo de São Luís de Montes Belos (GO)

O Brasil possui 2,7% da população mundial e concentra 12,6% de todos os óbitos do mundo causados pela pandemia. Embora nunca seja aconselhável iniciar pela estatísticos, considerando o seu caráter terminativo, neste caso, entretanto, podemos começar por ele e fazer a discussão posterior.

Assuntos atenuantes como caráter do povo, organizações históricas e até questões sociológicas não parecem capazes de aferir plausibilidade a uma diferença múltipla de 4,66 para mais em relação ao resto do mundo. Então, quando uma diferença dobra para cima ou para baixo numa comparação de equivalentes, algo extraordinário está sendo feito; como numa corrida entre indivíduos pares, um poderá vencer, mas correr na metade do tempo do concorrente revela algo de extraordinário, para mais ou para menos.

É tradição em nossa complicada história social que excedamos esses números, quase sempre na direção contrária do que seria desejável, tradição falida que se manifesta ainda hoje.

Ao romper a barreira das 400 mil vidas perdidas em um país que chora cada vez menos o número de óbitos, buscar as causas parece algo quase que superado, mas pode ser que entendê-las melhor possa impedir a morte de alguém.

O Brasil, que na direção correta das proporcionalidades, já chegou a ser referência na capacidade de imunização, iniciou esta pandemia sem acreditar em sua letalidade, o povo e os governos somados. À medida que o tempo aprofundou a crise e o impensável continuou acontecendo, aeroportos foram fechados, viagens canceladas e parte da população aderindo ao uso das máscaras, a debandada política avançou para caminhos de negação total, negando a periculosidade do vírus, de início, e quando isso se tornou indefensável, lá pelos 5 mil óbitos, começou-se a negar a eficácia das vacinas, colocadas em confronto direto com uma cura precoce que a maioria do mundo rejeitou.

A seguir foi a vez do falso dilema economia verso afastamento social tomar conta dos recônditos discursos viralizados na web, e, por vezes, digno de pregação pública. A economia separada da vida e o dilema de cartas de tarô, sem nenhum aprofundamento na natureza mesma do mundo do trabalho e da produção, um erro, aliás, que o Brasil comete desde sempre, apoderou-se do debate público e de esquina.

Isso negou a nós, o povo brasileiro, uma ação coordenada entre as diversas esferas públicas para apontar um caminho baseado nas evidências da ciência e do bom senso, para que, na pior das hipóteses, aprendêssemos com ações bem sucedidas. De repente nos descobrimos descobridores da roda. Numa chance errática de acidentalmente acertarmos as contas com aqueles que investem recursos e tempo consideráveis em encontrar saídas em tempos difíceis, e que trabalham com previsão muito mais ajustadas que o mero tateio de uma aventura inócua!

Negou-se o vírus! Quando este não era mais possível de ser refutado, negou-se a cura e quando a cura se impôs por si mesma, negou-se a prevenção, e logo conseguimos, com grande tristeza, alcançar a incrível marca de sermos 4,66 vezes superior à média mundial, mas infelizmente numa superioridade indesejada.

CNBB

Papa Francisco promulga lei da “ficha limpa” para a Santa Sé

Cúpula da Basílica de S. Pedro. Crédito:
Foto: Miguel Pérez Pichel / ACI Prensa

Vaticano, 29 abr. 21 / 08:29 am (ACI).- A partir de hoje, a Santa Sé vai exigir que todos os dirigentes em cargos administrativos declarem não ter sido investigados ou condenados por terrorismo, lavagem de dinheiro ou evasão fiscal, que não tenham bens em paraísos fiscais e nem investimentos em empresas contrárias à Doutrina Social da Igreja. As novas determinações foram estabelecidas pelo Papa Francisco por meio de Carta Apostólica em forma de Motu Próprio com disposições a respeito da transparência na gestão das finanças públicas. O Santo Padre dispõe ainda que todos os funcionários vaticanos estão proibidos de aceitar presentes com valor superior a 40 euros.

"A fidelidade em coisas de pouca conta está relacionada, segundo as Escrituras, à fidelidade em coisas de importância. Assim como ser desonesto em coisas de pouca importância está relacionado a ser desonesto em coisas de importância (cf. Lc 16,10)”, afirma o novo Motu proprio do Papa Francisco no parágrafo inicial.

O Papa solicita “aos dirigentes da Santa Sé em todos os níveis, e a todos aqueles que desempenham funções ativas administrativas, funções jurisdicionais ou de controle, que assinem uma declaração assegurando que não receberam condenações definitivas, que não estão submetidos a processos penais pendentes ou a investigações por corrupção, fraude, terrorismo, lavagem de dinheiro, exploração de menores, evasão fiscal. E que não mantêm dinheiro ou investimentos em países com alto risco de lavagem de dinheiro ou de financiamento do terrorismo, em paraísos fiscais ou participações em empresas que operam contra a Doutrina Social da Igreja”.

Segundo o portal oficial de notícias do Vaticano, VaticanNews, a “restrição segue a de 19 de maio de 2020, quando o Papa Francisco promulgou o novo código de licitações, e foi necessário, explica o Pontífice, porque a corrupção ‘pode se manifestar em modalidades e formas diferentes mesmo em setores diferentes dos de licitações, e por essa razão os regulamentos e as melhores práticas em nível internacional preveem para os indivíduos que desempenham papéis-chave no setor público obrigações particulares de transparência com o objetivo de prevenir e combater, em todos os setores, conflitos de interesse, formas clientelísticas e corrupção em geral". Por esta razão, a Santa Sé, que aderiu à Convenção das Nações Unidas contra a corrupção, "decidiu conformar-se às melhores práticas para prevenir e combater" este fenômeno "em suas diversas formas"”.

Com o novo Motu próprio, o Papa acrescenta ao Regulamento Geral da Cúria Romana uma medida que diz respeito “a todos aqueles classificados nos níveis funcionais C, C1, C2 e C3 (de Cardeais que são chefes de dicastérios até os vice-diretores com contratos de direção de cinco anos), e a todos aqueles que têm funções de administração jurisdicional ativa ou de controle e supervisão”.

A partir de agora, informa o Vaticano, “eles terão que assinar uma declaração no momento da admissão e depois a cada dois anos”.

“Eles são solicitados a certificar que não receberam condenações definitivas, no Vaticano ou em outros Estados, e que não se beneficiaram de indulto, anistia ou graça, e que não foram absolvidos por prescrição. Que não estão submetidos a processos penais pendentes ou a investigações por participação em uma organização criminosa, corrupção, fraude, terrorismo, lavagem de dinheiro de atividades criminosas, exploração de menores, tráfico ou exploração de seres humanos, evasão ou sonegação de impostos”, diz o novo documento papal.

O Papa Francisco determinou também que os detentores de cargos administrativos da Santa Sé declarem não possuir “mesmo através de intermediários, dinheiro ou investimentos ou participações em sociedades e empresas em países incluídos na lista de jurisdições com alto risco de lavagem de dinheiro (a menos que seus parentes sejam residentes ou domiciliados por razões comprovadas de família, trabalho ou estudo). Eles devem assegurar, por quanto seja de seu conhecimento, que todos os bens, móveis e imóveis, de sua propriedade ou detidos por eles, assim como a remuneração de qualquer tipo recebida, sejam provenientes de atividades legítimas”.

Os dirigentes administrativos da Sé Apostólica terão ainda que comprovar que "não detêm" participações ou "interesses" em sociedades ou empresas que tenham fins contrários à doutrina social da Igreja.

A Secretaria para a Economia, órgão que cuida das finanças da Santa Sé liderado pelo Padre Antonio Guerrero, será responsável por verificar “a veracidade das declarações feitas em preto e branco pelos declarantes, e no caso de declarações falsas ou mendazes, a Santa Sé poderá demitir o funcionário e pedir indenização pelos danos eventualmente sofridos”, informa o VaticanNews em sua edição em português.

O documento traz uma “novidade” e diz respeito a todos os funcionários da Cúria Romana, do Estado da Cidade do Vaticano e entidades afins: fica proibido “aceitar, em razão de seu ofício, "presentes ou outros benefícios" de valor superior a 40 euros”.

O motu proprio é publicado no mesmo dia em que a assembleia do órgão europeu de combate à lavagem de dinheiro, “Moneyval”, avaliará o Quinto Relatório de Progresso da Santa Sé no quisito de transparência em gestão financeira.

ACI Digital

S. PIO V, PAPA

S. Pio V, Basilica di san Paolo fuori le mura | Vatican News

A frota turco-muçulmana estava pronta para o ataque decisivo no Golfo de Lepanto. Trezentos navios aguardavam a ordem para abater, definitivamente, a Europa Cristã. Às 12 horas, do dia 7 de outubro de 1571, teve início uma das batalhas navais mais determinantes da história cristã. Depois de três horas de ferozes combates, as forças aliadas da Liga Santa derrotaram as otomanas.

Ao receber a notícia, Papa pio V mandou tocar todos os sinos da Cidade Eterna. E, como sinal de agradecimento à Virgem Maria, - nos dias que precederam o combate, pediu aos romanos para rezar o Terço – instituiu a festa de Nossa Senhora do Rosário, em 7 de outubro.

Papa reformador

A Batalha de Lepanto foi uma das páginas mais famosas ligadas à figura de Pio V, no civil Antônio Michele Ghislieri. Resolvido e inflexível, a sua figura é recordada, de modo particular, pela Contrarreforma, por ter combatido a heresia, e pela Liga Santa, a coalisão militar, que constituiu com os Estados europeus, para deter o avanço dos Turcos na Europa.
No entanto, foram importantes e numerosas também as suas decisões em matéria teológica e litúrgica. Publicou novos textos do Breviário (1568), do Missal (1570) e do Catecismo Romano.

Atencioso com os pobres

Durante o seu Pontificado, Pio V dedicou-se à assistência dos pobres e necessitados, criando estruturas assistenciais como o “Monte de Piedade” e os hospitais de São Pedro e de Santo Espírito.
Durante a escassez de 1566, suprimiu todo e qualquer gasto supérfluo, distribuiu alimentos e promoveu serviços sanitários.

Contra a heresia e o nepotismo

Como pessoa inflexível, tomou uma série de medidas, entre as quais a bula In Coena Domini, com a qual tomava providências sobre a custódia da fé e a luta contra as heresias. Reduziu os gastos da corte papal, impôs a obrigação de residência aos Bispos e confirmou a importância do cerimonial; opôs-se a todo tipo de nepotismo e procurou melhorar, de todas as formas, os usos e costumes da população.

Pio V e as monarquias europeias

São Pio V deu prova de grandes capacidades, também em relação às monarquias europeias. Conseguiu fazer prevalecer as decisões do Concílio de Trento, na Itália, Alemanha, Polônia e Portugal. Entre os monarcas católicos, somente o rei da França se opôs; excomungou a rainha Isabel I da Inglaterra, para apoiar as forças católicas, que queriam favorecer a subida ao trono de Maria Stuart.

Morte e Canonização

Debilitado por uma longa enfermidade, Pio V faleceu no dia 1° de maio de 1572. Seus restos mortais descansam, ainda hoje, na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma.
Cem anos após a sua morte, São Pio V foi beatificado pelo Papa Clemente X, no dia 27 de abril de 1672, e canonizado em 22 de maio de 1712.

Vatican News

quinta-feira, 29 de abril de 2021

É o momento da vergonha

osservatoreromano.va
27 abril 2021

«Muito entristecido por causa da tragédia» no Mediterrâneo com «130 migrantes mortos no mar», o Papa Francisco falou de um «momento de vergonha», pedindo orações pelas vítimas mas também por aqueles que, mesmo podendo «ajudar, preferem olhar para o outro lado». A sua denúncia ecoou da janela do Estúdio particular do Palácio apostólico do Vaticano, no final do Regina caeli recitado com os fiéis presentes na praça de São Pedro ao meio-dia de 25 de abril. Anteriormente, o Sumo Pontífice comentou o Evangelho do domingo do bom Pastor.

Estimados irmãos e irmãs bom dia!

Neste 4º domingo de Páscoa, chamado Domingo do Bom Pastor, o Evangelho (Jo 10, 11-18) apresenta Jesus como o verdadeiro pastor, que defendeconhece e ama as suas ovelhas.

A Ele, Bom Pastor, contrapõe-se o “mercenário”, que não se preocupa com as ovelhas, porque elas não lhe pertencem. Faz este trabalho apenas pelo salário, e não se preocupa em defendê-las: quando o lobo vem, foge e abandona-as (cf. vv. 12-13). Jesus, ao contrário, verdadeiro pastor, defende-nos sempre, e salva-nos em muitas situações difíceis, situações perigosas, através da luz da sua palavra e da força da sua presença, que sempre experimentamos, se quisermos ouvir, todos os dias.

O segundo aspeto é que Jesus, bom pastor, conhece — o primeiro aspeto: defende, o segundo: conhece — as suas ovelhas e as ovelhas conhecem-no (v. 14). Como é bom e consolador saber que Jesus nos conhece um por um, que não somos anónimos para Ele, que o nosso nome é conhecido por Ele! Para Ele, não somos “massa”, “multidão”, não! Somos pessoas únicas, cada uma com a própria história [e Ele] conhece cada um de nós com a nossa história, cada um com o próprio valor, tanto como criatura como redimidos por Cristo. Cada um de nós pode dizer: Jesus conhece-me! É verdade, é assim: Ele conhece-nos como mais ninguém. Só Ele sabe o que está nos nossos corações, as intenções, os sentimentos mais escondidos. Jesus conhece os nossos méritos e os nossos defeitos, e está sempre pronto para cuidar de nós, para curar as feridas dos nossos erros com a abundância da sua misericórdia. Nele a imagem do pastor do povo de Deus, que os profetas delinearam, realiza-se plenamente: Jesus preocupa-se com as suas ovelhas, reúne-as, enfaixa a que está ferida, cura a doente. Assim podemos ler no Livro do Profeta Ezequiel (cf. 34, 11-16).

Portanto, Jesus Bom Pastor, defende, conhece e acima de tudo ama as suas ovelhas. E por esta razão dá a vida por elas (cf. Jo 10, 15). O amor pelas ovelhas, ou seja, por cada um de nós, leva-o a morrer na Cruz, porque a vontade do Pai é que ninguém se perca. O amor de Cristo não é seletivo; abraça todos. Ele próprio nos lembra isto no Evangelho de hoje, quando diz: «Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco. Preciso conduzi-las também, e ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor» (Jo 10, 16). Estas palavras atestam o seu anseio universal: Ele é pastor de todos. Jesus quer que todos possam receber o amor do Pai e encontrar Deus.

E a Igreja é chamada a levar a cabo esta missão de Cristo. Para além daqueles que frequentam as nossas comunidades, há muitas pessoas, a maioria, que o fazem apenas em casos particulares ou nunca. Mas isto não significa que não são filhos de Deus: o Pai confia todos a Jesus Bom Pastor, que deu a vida por todos.

Irmãos e irmãs, Jesus defende, conhece e ama todos nós. Maria Santíssima nos ajude a sermos os primeiros a acolher e a seguir o Bom Pastor, a fim de cooperar com alegria na sua missão.

No final, o Papa referiu-se à beatificação dos dez mártires de Quiché, na Guatemala, e expressou a sua proximidade ao povo de São Vicente e Granadinas, onde está em curso uma erupção vulcânica, e às vítimas do incêndio num hospital para doentes de Covid no Iraque. Por fim, recordou os migrantes mortos e o Dia mundial de oração pelas vocações.

Prezados irmãos e irmãs!

Na passada sexta-feira, em Santa Cruz del Quiché, Guatemala, foram beatificados José María Gran Cirera e nove companheiros mártires. Eram três sacerdotes e sete leigos da Congregação dos Missionários do Sagrado Coração de Jesus, assassinados entre 1980 e 1991, uma época de perseguição contra a Igreja católica empenhada na defesa dos pobres. Animados pela fé em Cristo, foram testemunhas heroicas da justiça e do amor. Que o seu exemplo nos torne mais generosos e corajosos na vivência do Evangelho. Um aplauso aos novos Beatos!

Expresso a minha proximidade à população das Ilhas de São Vicente e Granadinas, onde uma erupção vulcânica está a causar sérios danos e dificuldades. Asseguro a minha oração e abençoo quantos prestam socorro e assistência.

E também estou próximo das vítimas do incêndio num hospital para doentes de Covid, em Bagdad. Oitenta e duas pessoas morreram até agora. Rezemos por todos!

Confesso que estou muito entristecido com a tragédia que ocorreu mais uma vez nos últimos dias no Mediterrâneo. Cento e trinta migrantes morreram no mar. São pessoas, são vidas humanas, que durante dois dias inteiros imploraram em vão por ajuda, ajuda que não chegou. Irmãos e irmãs, interroguemo-nos todos sobre mais esta tragédia. É o momento da vergonha. Rezemos por estes irmãos e irmãs, e por tantos que continuam a morrer nestas viagens dramáticas. Rezemos também por aqueles que podem ajudar, mas que preferem olhar para o outro lado. Rezemos em silêncio por eles.

Hoje celebra-se em toda a Igreja o Dia mundial de oração pelas vocações, que tem como tema «São José: o Sonho da Vocação». Demos graças ao Senhor porque continua a suscitar na Igreja pessoas que por amor a Ele se consagram a proclamar o Evangelho e a servir os irmãos. E hoje, em particular, demos graças pelos novos sacerdotes que ordenei há pouco na Basílica de São Pedro... Não sei se estão aqui... E peçamos ao Senhor que envie bons operários para trabalhar na sua messe e que multiplique as vocações à vida consagrada.

E agora saúdo todos de coração, romanos e peregrinos. Em particular, saúdo os familiares e os amigos dos novos sacerdotes; assim como a comunidade do Pontifício Colégio Germano-Húngaro, que esta manhã fez a tradicional peregrinação das Sete Igrejas.

Desejo a todos bom domingo. E por favor não vos esqueçais de rezar por mim. Bom almoço e até à vista!

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11 dados fascinantes sobre a vida de Santa Catarina de Sena

ACI Digital

REDAÇÃO CENTRAL, 29 abr. 21 / 06:00 am (ACI).- “Se formos o que devemos ser, incendiaremos o mundo”, costumava dizer Santa Catarina de Sena, Doutora da Igreja, que pertenceu à Ordem terceira de São Domingos.

Santa Catarina nasceu em Sena (Itália), em 1347, em uma família de pais piedosos, e foi chamada à Casa do Pai em 29 de abril de 1380, em Roma, com apenas 33 anos.

Hoje o mundo inteiro celebra a festa desta grande santa. Por isso, apresentamos 11 dados que provavelmente você não conhecia sobre sua vida:

1. Tinha uma irmã gêmea

Embora não esteja claro se eram idênticas ou não, Santa Catarina teve uma irmã gêmea chamada Giovanna. Nasceram prematuramente quando sua mãe tinha 40 anos, mas, infelizmente, sua irmã faleceu ainda criança. Dois anos depois, sua mãe teve outra filha e também a chamou de Giovanna.

2. Teve 24 irmãos

Santa Catarina foi uma dos 25 filhos de sua família; todos dos mesmos pais. Só a metade deles chegou à idade adulta, por causa da alta taxa de mortalidade infantil.

3. Seu apelido era “Eufrosina”

Era tão alegre que uma criança de sua família a chamou de “Eufrosina”, que em grego significa “alegria”.

4. Teve uma visão mística do Menino Jesus

Uma antiga biografia escrita por seu confessor afirma que, quando tinha 5 e 6 anos, teve uma visão de Jesus entronizado no céu e rodeado de seus apóstolos Pedro, Paulo e João.

5. Teve uma visão mística de São Domingos

Os dois caminhos aceitos culturalmente para uma mulher de seu tempo era se casar ou se tornar uma monja de clausura. Santa Catarina resistiu a ambas as opções.

Aparentemente, o próprio São Domingos de Gusmão apareceu a ela em uma visão e a convenceu de ser dominicana terciária, algo que até então normalmente estava reservado para as viúvas. Também obteve uma permissão especial para usar o hábito.

6. Teve outra visão de Jesus quando tinha 21 anos

A princípio, ela viveu sua vocação como dominicana terciária em seu lar. Quando tinha 21 anos, experimentou uma visão de Jesus na qual Ele a levava como sua noiva e inclusiva lhe dava uma aliança. Cristo lhe pediu que abandonasse sua solidão e servisse aos pobres, o que cumpriu.

7. Teve a graça de experimentar a dor dos estigmas de Cristo

Segundo a biografia escrita por seu confessor, Catarina recebeu em 1375 uma versão dos estigmas de São Francisco de Assis, que só eram visíveis para ela própria, mas causavam a mesma dor.

8. Contribuiu diretamente com o pontificado de seu tempo

Quando tinha quase 20 anos, enviou cartas a vários governantes e clérigos, pedindo pela paz entre os estados e que o papado voltasse a Roma, saindo de Avignon, na França (1309-1377). Foi tão respeitada que também a enviaram em diversas missões diplomáticas de paz por vários governos.

9. Sobreviveu a uma tentativa de assassinato

No começo de 1378, foi enviada pelo Papa Gregório XI a Florença (Itália) para buscar a paz entre esta cidade e Roma. Entretanto, pouco depois estourou a violência e, em 18 de junho, em meio à violência, tentaram assassiná-la.

10. Foi atacada por demônios em seu leito de morte

Isto testemunhou uma testemunha ocular: “Santa Catarina começou a mudar e a fazer vários sinais com a cabeça e os braços, como se quisesse demonstrar que sofria graves ataques de demônios, e permaneceu neste estado calamitoso durante uma hora e meia, na qual a metade desse tempo passou em silêncio...”.

11. É copadroeira de Roma, da Itália e da Europa

O Papa Pio IX a declarou copadroeira de Roma em 1866; Pio XII a declarou copadroeira da Itália em 1939; e, em 1999, São João Paulo II a declarou copadroeira da Europa.

ACI Digital

Lições dos Padres do Deserto para superar o orgulho

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Por Aliénor Strentz

Se a queda de Satanás se deve ao seu orgulho, é essencial que o cristão rejeite esse veneno da alma se quiser permanecer unido a Deus.

Os Padres do Deserto são homens que, apaixonados por Cristo, se retiraram para o deserto para viver de coração a coração com Deus, na solidão. Eles viviam nos primórdios do cristianismo (a partir do final do século III século), principalmente no Oriente Médio. 

Os padres mais famosos são os do deserto do Egito. Entre eles estavam os eremitas ou anacoretas, os que viviam sozinhos, e os cenobitas, os que viviam em comunidades. 

Vários fatores podem explicar a ruptura deles com a sociedade. Exemplos: as perseguições anticristãs organizadas pelo poder imperial, em particular entre 250 e 303, as lutas doutrinárias na jovem Igreja ou o desejo de seguir a Cristo.

O que se sabe sobre os Padres do Deserto

Pouco se sabe sobre os Padres do Deserto. Mas o certo é que os retiros que eles faziam os tornaram mestres no campo do discernimento espiritual. Frequentemente, jovens discípulos vinham vê-los para pedir “uma palavra” que iluminasse seus caminhos.

Eles nos deixaram sábios pensamentos, conjuntos de anedotas e palavras cuja sabedoria, edificava seus contemporâneos. Estas histórias foram compiladas, provavelmente no final do século V. Fazem parte do patrimônio literário cristão e até constituem um “tesouro ecumênico”, para usar a expressão da teóloga Marie-Anne Vannier.

A consciência muito aguda que os Padres tinham do pecado, começando pelos deles, mas também da perfeição e misericórdia de Deus, fez com que eles valorizassem a humildade mais do que qualquer outra virtude. Antônio, o Grande, por exemplo, disse.

“Vi todas as redes do Inimigo estendidas em direção à terra e disse, gemendo: quem vai passar? E ouvi uma voz me dizer: humildade. “

(Antoine, o Grande, 251-356)

Retenhamos aqui cinco lições que emergem da leitura de seus ditos e outros escritos, para superar o orgulho e cultivar a humildade diariamente.

1MEDITAR SOBRE OS PRÓPRIOS PECADOS

upérèphania (orgulho) manifesta uma profunda ignorância da natureza humana. Como observa o Padre Jean-Yves Leloup, autor de uma obra inspirada na sabedoria dos Padres do Deserto ( Métanoïa: une Révolution Silente , 2020), o orgulho é certamente a “patologia mais óbvia do homem contemporâneo”.  O orgulhoso é autossuficiente; ele toma o lugar de Deus tanto em seus pensamentos e julgamentos quanto em suas ações. 

Portanto, o melhor remédio para contrariar essa tendência natural do homem é meditar sobre seu estado de pecador e sua incapacidade de fazer o bem a si mesmo.

Perguntaram a Abba Isaías: O que é humildade? E ele disse: Humildade é considerar-se mais pecador do que os outros homens e menosprezar-se por não estar fazendo nada de bom diante de Deus.”

2VIVER O EVANGELHO

Os Padres do Deserto não tinham uma “Bíblia” como nós. Mas consultavam fragmentos bíblicos em rolos de papiro ou os lembravam de quando ouviam na liturgia. Então, eles tinham o hábito, nas palavras de Abba Nesterios, de “retomá-los constantemente na memória.”

Esta “ruminação” diária da Palavra tinha o duplo propósito de evitar os maus pensamentos e também de deixar que a Palavra se enraizasse aos poucos até que se conformassem perfeitamente à própria vida de Cristo. A seguinte declaração de Aba Daniel nos mostra que os Padres tinham um desejo enorme de viver o evangelho até o fim. 

“Chegou o dia em que uma mulher possuída deu um tapa na cara do monge. O último imediatamente deu a outra face, de acordo com o preceito do Senhor. Torturado, o demônio exclamou: ‘Ó violência, a ordem de Jesus me expulsa. Imediatamente a mulher foi purificada. Quando os anciãos chegaram, eles foram informados do que havia acontecido e glorificaram a Deus, dizendo: É costume derrubar o orgulho do diabo pela humildade da ordem de Cristo.'”

3MANTER BONS PENSAMENTOS

O primeiro objetivo dos Padres era permanecer sempre com Deus em suas mentes. Eles, portanto, advogavam vigilância constante.

Estar atento a si mesmo, ter sempre Deus “diante dos olhos”, “violentar” o próprio pensamento e adquirir um “coração de aço” são os preceitos que souberam transmitir aos seus discípulos. Abba Théonas resume isso em uma frase: “ Quero encher minha mente de Deus!

4DESAFIAR-SE A SI MESMO E AO PRÓXIMO

Ao contrário do homem orgulhoso que se arroga o direito de julgar seu irmão como se ele fosse Deus, o homem humilde desconfia de seu próprio julgamento. Os Padres do Deserto evitavam o orgulho do espírito sempre se referindo a um ancião e também reconhecendo quando um discípulo ou um leigo passava por eles. Esta frase do Abba Arsène atesta esta humildade de espírito para com o próximo:

“Enquanto Abba Arsene questionava um velho egípcio, outro, ao vê-lo, disse-lhe: ‘Abba Arsene, como você, que tem tal cultura romana e grega, questiona este camponês sobre seus próprios pensamentos? Ele respondeu: Certamente tenho cultura romana e grega, mas nem mesmo conheço o alfabeto deste camponês.'”

5ESTAR SEMPRE ALERTA

Se os Padres do Deserto conseguiram adquirir uma “paternidade espiritual” reconhecida por todos, é porque passaram pelo cadinho da aniquilação do seu “ego”. Conscientes de sua pequenez, de seu “nada” diante da infinitude de Deus, tiveram a humildade de se considerar sempre noviços. Abba Sisoes, no momento de sua morte, teve esta experiência:

Disseram que Abba Sisoes quando ele estava para morrer, enquanto os Padres estavam sentados ao lado dele, seu rosto brilhava como o sol. E ele lhes disse: Aí vem Abba Anthony. Logo depois, ele disse: Lá vem o coro dos profetas. E novamente seu rosto brilhou e ele disse: Lá vem o coro dos apóstolos. O rosto dele redobrou de brilho e ele parecia estar conversando. E os anciãos lhe perguntaram: Com quem você está falando, padre? Ele disse: Aqui vêm os anjos para me levar, e imploro que me deixem fazer uma pequena penitência. Os anciãos disseram a ele: Você não precisa fazer penitência, padre. Mas Abba Sisoes disse-lhes: Na verdade, sei que estou ainda no início. E então todos sabiam que ele era perfeito.”

Aliénor Strentz é doutor em etnologia-antropologia, professor e fundador do blog “  Cristãos Felizes  ”.

Aleteia

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF