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segunda-feira, 31 de maio de 2021

Milhares marcham pela vida e contra o aborto em 3 cidades da Croácia

A Marcha pela Vida em Zagreb, Croácia. Crédito: Pamela Delgado

ZAGREB, 31 mai. 21 / 02:38 pm (ACI).- No sábado, 29 de maio, milhares de pessoas marcharam em três cidades croatas em defesa do direito à vida e contra o aborto, recordando que a vida humana começa no momento da concepção.

As marchas foram realizadas em Zagreb, a capital da Croácia, Split e Rijeka, onde a manifestação pró-vida foi realizada pela primeira vez.

Segundo o site The Voice of Croatia, um dos organizadores do evento, Luka Hudinec, afirmou que “é nosso dever proteger toda a vida humana, incluindo a dos nascituros”.

Em declarações à agência AFP, outro dos organizadores, Stjepan, disse esperar que “os políticos que nos representam local e nacionalmente respeitem o direito humano mais fundamental: o da vida”.

Zeljka Markic da organização “Em nome da família”, comentou ao The Voice of Croatia que “nossa vida começa com a concepção e todos os direitos que temos como humanos são baseados no fato de que eles nos é permitido viver”.

“Há muita informação falsa, pessoas dizendo que um bebê é só um grupo de células. No século 21, temos o ultrassom, podemos ver que o coração do bebê começa a bater aos 18 dias. É importante informar as pessoas sobre isso”, acrescentou.

Aproximadamente três mil pessoas marcharam em Zagreb, das 11h00 até às 15h00, levando faixas e cantando bordões como “Salve as duas vidas”, “No corpo de uma mãe há outro coração” e “Queremos uma cultura da vida”.

Pamela Delgado, uma colombiana que participou da passeata na capital croata, disse ao ACI Prensa que o evento “foi muito bonito e muito emocionante, com muita gente, tudo tranquilo”.

“Na Croácia, as leis ainda são contra a vida, mas a juventude e a cultura são pró-vida. É um país pró-vida”, acrescentou.

A marcha em Split contou com a presença do prefeito da cidade, Andro Krstulovic Opara, e do governador da província de Split e Dalmácia, Blazenko Boban.

“A marcha pela vida é um evento pacífico e digno, e assim vamos marchar hoje. Queremos proteger cada vida humana. A verdade está do nosso lado e a verdade é que a vida começa na concepção”, disse um dos manifestantes em Split.

De acordo com uma lei de 1978, quando a Croácia fazia parte da ex-Iugoslávia, o aborto é legal até a décima semana de gravidez.

Em 2017, o Supremo Tribunal Croata manteve a regra, mas ordenou que os legisladores elaborassem uma nova legislação dentro de dois anos, algo que ainda não foi feito.

ACI Digital

Premiação do Dia Mundial Sem Tabaco reconhece avanços na Costa Rica, Paraguai, Uruguai, Santa Lúcia, Brasil e Estados Unidos

OPAS
24 Maio 2021

Washington DC, 24 de maio de 2020 (OPAS) – Os prêmios do Dia Mundial Sem Tabaco de 2021 nas Américas foram concedidos a três instituições da Costa Rica, ministérios da Saúde de Santa Lúcia e Paraguai, Fundo Nacional de Recursos do Uruguai, duas cidades da Califórnia e uma médica brasileira.

Os vencedores, selecionados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a partir de indicações recebidas em uma chamada pública, alcançaram avanços importantes no controle do tabagismo em seus países. Os prêmios fazem parte dos esforços globais de controle do tabaco reconhecidos no Dia Mundial Sem Tabaco todos os anos.

Um prêmio compartilhado foi concedido à equipe institucional mSalud da Costa Rica, que é composta por três instituições: Ministério da Saúde, Fundo de Previdência Social e Instituto de Alcoolismo e Dependência de Drogas. A equipe mSalud recebeu o prêmio por seu papel na expansão dos serviços de cessação do tabagismo por meio do desenvolvimento de ferramentas virtuais.

O Fundo Nacional de Recursos do Uruguai recebeu o prêmio por seu papel na Rede Nacional de Unidades de Cessação do Tabagismo. A Rede surgiu do Programa de Tratamento do Tabaco, que o Fundo de Recursos criou em 2004. O Fundo de Recursos é agora responsável por coordenar, avaliar e apoiar a Rede, que desempenhou um papel fundamental no aumento do acesso aos serviços para parar de fumar em todo o país.

O prêmio foi entregue a Tania Cavalcante, oncologista do Instituto Nacional do Câncer e secretária executiva do Comitê Nacional para a Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco no Brasil. Ela o recebeu por sua contribuição ao longo da vida para uma política de controle do tabaco eficaz no Brasil e por seu trabalho de impacto global na implementação da Convenção-Quadro da OMS para o Controle do Tabaco (CQCT). Cavalcante também tem sido fundamental para facilitar o intercâmbio de experiências entre os países no controle do tabagismo na América Latina e entre os países de língua portuguesa.

O Ministério da Saúde e Bem-estar de Santa Lúcia recebeu o prêmio por seu papel na adoção, em junho de 2020, dos Regulamentos de Saúde Pública (Controle do Tabagismo), Instrumento Estatutário, 2020, nº 81. O regulamento estabelece a proibição de fumar em locais públicos e de trabalho fechados e no transporte público. O regulamento abrange os cigarros eletrônicos e a proibição da venda de produtos do tabaco em estabelecimentos de saúde, esportes, governo, creches, estabelecimentos educacionais e religiosos. Com a adoção, Santa Lúcia se tornou o oitavo país do Caribe e o 22º das Américas a adotar regulamentação em conformidade com o Artigo 8 da FCTC, que afirma que as pessoas devem ser protegidas contra a fumaça do tabaco em locais públicos fechados, locais de trabalho fechados e transporte público.

O Ministério da Saúde Pública e Bem-Estar Social do Paraguai recebeu o prêmio por sua atuação no Decreto nº 4624, que estabelece que cigarros, produtos para aquecimento do tabaco ou cigarros eletrônicos só podem ser consumidos em espaços ao ar livre e sem aglomerações. Com o decreto, o Paraguai se junta aos demais países da América do Sul seguindo o artigo 8 da CQCT para criar uma região livre do tabaco.

As cidades californianas de Beverly Hills e Manhattan Beach dividiram o prêmio pela proibição da venda de produtos de tabaco. Suas ações servem como prova de conceito para o Projeto Sunset, um esforço global para eliminar a venda de produtos de tabaco combustíveis comerciais, incluindo sistemas alternativos de entrega de nicotina. Desde então, a Califórnia estabeleceu uma meta de eliminar o uso do tabaco até 2035. Por meio dessa iniciativa, Beverly Hills e Manhattan Beach estão dando um passo além das medidas estabelecidas para mitigar e reduzir o consumo de tabaco.

O Dia Mundial Sem Tabaco foi criado pelos Estados Membros da OMS em 1987 e é comemorado todos os anos em 31 de maio para aumentar a conscientização sobre os efeitos nocivos do uso do tabaco e do fumo passivo e para desencorajar o uso de tabaco em qualquer uma de suas formas. O tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas a cada ano.

Os prêmios são concedidos por realizações no avanço de políticas e medidas da CQCT na Região das Américas.

https://youtu.be/B3ogcDLmMwU

https://www.paho.org/

O poder personalista e a fragilidade das instituições

Di Photobank gallery|Shutterstock
Por Francisco Borba Ribeiro Neto

O brasileiro continua não se reconhecendo nas instituições políticas e se entregando a líderes carismáticos, de direita ou de esquerda, que prometem protegê-lo dos desmandos e da insensibilidade social dos poderosos.

De forma um tanto precoce, a campanha eleitoral para presidente do Brasil já está nas ruas. Ainda é muito cedo para fazer previsões realistas, e as pesquisas contam muito mais como sondagens do humor popular. Nessa perspectiva, algumas pesquisas são muito ilustrativas da situação e da opinião dos brasileiros. Apesar de discrepâncias, elas indicam que Bolsonaro e Lula (não importa para a reflexão a seguir qual está em primeiro lugar) somam entre 60 e 70% do total de intenções de voto para o primeiro turno da eleição, enquanto nenhum dos outros candidatos chega a 10% das intenções (a maioria, a bem da verdade, não chega nem a 5%). Isso apesar das pesquisas também mostrarem alta rejeição tanto a Bolsonaro quanto a Lula. Ao mesmo tempo, outra pesquisa mostrou que a confiança da população nas instituições políticas, em particular no Executivo e no Legislativo, é muito baixa.

Em função desses resultados, cresce a demanda por um candidato dito “moderado” ou de “centro”, que tenha bom apoio político e baixa rejeição popular. Contudo, são frequentemente conclamações voluntaristas, que pedem, a outros, objetivos aparentemente pouco factíveis. Além disso, abundam nesses discursos adjetivos tais como populista, fascista, comunista, neoliberal – todos com forte conotação pejorativa e raras vezes usados com rigor e objetividade. Poucas vezes se analisa qual o real problema e quais os perigos envolvidos.

As elites que não representam o povo

A chamada “classe política” brasileira foi formada, tradicionalmente, a partir de lideranças locais, geralmente grandes fazendeiros ricos e suas famílias, que dividiam entre si o poder. Costumavam pensar o Estado não como “coisa pública”, mas sim como uma extensão de seus domínios, que compartilhavam entre si. Relações paternalistas e assistencialistas eram a única proteção do pobre, que dependia do poderoso local e era constrangido a apoiá-lo eleitoralmente. A própria ação do Estado chegava a uma região por meio dessas lideranças locais. A confusão das emendas ao Orçamento, que levaram ao recente escândalo do tratoraço, é um resquício dessa política: os aliados do governo ganham verbas, de forma pouco transparente, para beneficiar seus “currais eleitorais” e manter seu prestígio.

O desenvolvimento socioeconômico, ao longo do século XX, aumentou a presença de novos atores sociais no jogo político, como o operariado, a classe média urbana e os industriais. Assim, a disputa política ganhou maior complexidade e as regras do jogo democrático passaram a ser cada vez mais rígidas, tanto na teoria quanto na prática. Contudo, o acesso ao poder efetivo continua nas mãos de poucos. Não se trata mais apenas da aristocracia rural do passado, mas ainda são só os representantes do poder econômico ou de algumas poucas categorias sociais mais articuladas politicamente que conseguem disputar com sucesso as eleições.

Tanto as novas forças políticas quanto as tradicionais têm a mesma dificuldade de ver o mundo e o Estado a partir da realidade dos mais pobres e da busca pelo bem comum. Suas disputas políticas frequentemente parecem dizer respeito apenas a seus interesses individuais e corporativos, enquanto o governo continua falhando em sua missão de garantir qualidade de vida para todos. Vicejam o fisiologismo, o corporativismo e a corrupção. As regras e os mecanismos democráticos parecem não ser suficientes para que as instituições políticas cumpram o seu papel.

Nesse contexto, parece mais razoável, para os eleitores insatisfeitos com a ação do Estado, confiar em lideranças pessoais, que se mostraram seus defensores (seja essa defesa real ou aparente), do que nos políticos imbuídos de seu papel na estrutura institucional. O fato demonstrado pelas pesquisas acima citadas é que o brasileiro continua não se reconhecendo nas instituições políticas e se entregando a líderes carismáticos, de direita ou de esquerda, que prometem protegê-lo dos desmandos e da insensibilidade social dos poderosos.

As consequências da insensibilidade das elites

Errar é humano. Nas eleições, podemos nos enganar votando num corrupto que se apresenta como bem-intencionado, ou deixando de votar num candidato bem-intencionado por julgá-lo corrupto. Do mesmo modo, bons políticos podem tomar decisões erradas em determinadas situações. A aposta no líder personalista poderá se mostrar, no futuro, em função dos êxitos de seu governo, a mais adequada ou não. Papa Francisco lembra que existem verdadeiros líderes populares que podem prestar um grande serviço ao bem comum e aos mais desfavorecidos, mas também existem aqueles que buscam manipular o povo e servir-se dele para seus próprios interesses (Fratelli tutti, FT 159).

Contudo, a opção por esses líderes personalistas sempre vem cercada de dois perigos. Em primeiro lugar, o líder personalista tende a uma postura autoritária. Governa a partir de si mesmo e não a partir das relações institucionais. Com isso, quando erra, é mais difícil corrigi-lo. Faltam forças políticas para contrabalançar seu poder. Enquanto está tomando decisões justas e adequadas, esse problema não transparece. Mas torna-se trágico quando começa a errar. Além disso, ameaçado de perder o poder, tende a usar a força para se manter no governo – frequentemente recriando os mesmos comportamentos fisiológicos e corporativos que deveria combater.

Além disso, como trabalha a partir de sua sensibilidade e de suas ideias, não se esforça para melhorar o funcionamento das instituições. Apenas a utiliza em benefício de seu governo. Não colabora com o real desenvolvimento político nem da sociedade, nem das instituições, perpetrando um sistema político não condizente com o bem comum, independentemente das ações específicas que ele venha a tomar diante de dada situação.

Condenar essas lideranças personalistas, contudo, não é solução. Também, pouco adianta esperar grandes soluções a partir de conchavos políticos e jogos de interesse travados entre poderosos, que servem-se da democracia para uma disputa entre eles pelo domínio do Estado. A solução depende da consolidação de novas forças políticas, que olhem realmente o bem comum e que busquem o fortalecimento das instituições. É um caminho que demanda tempo, onde muitas vezes se avança dois passos e depois se regride um, mas um caminho possível e que, de fato, acontece. Pode ser mais rápido ou mais lento dependendo do empenho de cada um de nós pessoalmente e como grupos sociais organizados. É o caminho da “política melhor”, proposta pelo Papa Francisco (cf. FT 176-197).

Aleteia

“Deus é amor: quem permanece no amor, permanece em Deus, e Deus permanece nele.” (1Jo 4,16)

Estilo Adoração

“Deus é amor: quem permanece no amor, permanece em Deus, e Deus permanece nele.” (1Jo 4,16) | Palavra de Vida de Maio 2021

Não podemos mais separar a cruz e a glória, não podemos separar o Crucificado do Ressuscitado. São dois aspectos do mesmo mistério de Deus que é Amor.

por Letizia Magri em 06/05/2021.

“DEUS É AMOR”:  essa é a definição mais luminosa de Deus na Escritura. Ela aparece apenas duas vezes, justamente neste texto, que é uma carta ou talvez uma exortação, inspirada no quarto Evangelho. Com efeito, o autor é um discípulo que testemunha a tradição espiritual do apóstolo João. Ele escrevia a uma comunidade cristã do primeiro século que, infelizmente, já estava enfrentando uma das provações mais dolorosas: a discórdia, a divisão, tanto no âmbito da fé como do testemunho. 

Deus é amor: Ele vive em si mesmo a plenitude da comunhão como Trindade e transborda esse amor sobre suas criaturas. Àqueles que o recebem, Ele dá o poder de se tornarem seus filhos1, com o seu próprio DNA, capazes de amar. E o seu amor é um amor gratuito, que liberta de todo medo e timidez2.

No entanto, para que se realize a promessa de comunhão mútua – nós em Deus e Deus em nós –, é necessário “permanecer” nesse mesmo amor ativo, dinâmico, criativo. É por isso que os discípulos de Jesus são chamados a se amarem uns aos outros, a darem a vida, a compartilharem seus bens com qualquer pessoa necessitada. Com esse amor a comunidade permanece unida, profética, fiel.

“Deus é amor: quem permanece no amor, permanece em Deus,  e Deus permanece nele.”

É um anúncio forte e claro também para nós, hoje, que às vezes nos sentimos esmagados por eventos imprevisíveis e difíceis de controlar, como a pandemia ou outras tragédias pessoais ou coletivas. Sentimo-nos perdidos e assustados. Por isso é forte a tentação de nos fecharmos em nós mesmos, de levantarmos muros para nos protegermos daqueles que parecem ameaçar nossa segurança, em vez de construirmos pontes para nos encontrarmos.

Como é possível continuar acreditando no amor de Deus nessas circunstâncias? É possível continuar amando? 

Josiane, libanesa, estava longe de seu país quando soube da terrível explosão no porto de Beirute, em agosto de 2020. Ela, que vive a Palavra de Vida, confidenciou aos amigos que também a vivem: 

Em meu coração senti dor, raiva, angústia, tristeza, perplexidade. Era muito forte a pergunta: já não chega, tudo o que o Líbano sofreu até agora? Eu pensava naquele bairro arrasado, onde nasci e vivi; onde parentes e amigos estão agora mortos, feridos ou desalojados; onde edifícios, escolas, hospitais, que conheço muito bem, estão agora destruídos.

Procurei ficar ao lado de minha mãe e de meus irmãos, responder à infinidade de mensagens de muitas outras pessoas que demonstravam proximidade, carinho, oração, ouvindo a todos em meio a essa ferida profunda que se tinha aberto. 

Eu queria acreditar e ACREDITO que esses encontros com os que sofrem são um apelo para responder com aquele amor que Deus colocou em nossos corações. Apesar das lágrimas, descobri uma luz no grande número de libaneses, frequentemente jovens, que se levantaram, olharam ao redor e socorreram outros necessitados. Nasceu em mim a esperança de que existem jovens dispostos a se comprometerem seriamente inclusive na política, porque estão convencidos de que a solução vem pelo caminho do verdadeiro diálogo, da concórdia, da descoberta de que somos – como de fato somos – irmãos.

“Deus é amor: quem permanece no amor, permanece em Deus,  e Deus permanece nele.”

Chiara Lubich nos oferece uma sugestão preciosa para vivermos esta frase do Evangelho: 

Não podemos mais separar a cruz e a glória, não podemos separar o Crucificado do Ressuscitado. São dois aspectos do mesmo mistério de Deus que é Amor3. [...] Uma vez feita esta oferta, não nos preocupemos mais com ela, e sim procuremos realizar o que Deus quer de nós, lá onde estamos: [...] Procuremos amar os outros, os próximos que estão ao nosso redor. Se fizermos isso, poderemos experimentar um efeito incomum e inesperado: a nossa alma será invadida de paz, de amor, de alegria pura, de luz. […] Então, espiritualmente enriquecidos por essa experiência, poderemos ajudar mais eficazmente todos os nossos irmãos a encontrar a felicidade entre as lágrimas, a transformar em serenidade aquilo que os atormenta. Assim, nos tornaremos instrumentos de alegria e felicidade para muitos: daquela felicidade que constitui o anseio de todo coração humano.4

Por Letizia Magri

https://www.cidadenova.org.br/

EUA: bispos contrários à abolição da emenda Hyde sobre o financiamento público ao aborto

Ativista anti-aborto em frente à Suprema Corte dos EUA.
(Foto de NICHOLAS KAMM / AFP)  (AFP or licensors)

Segundo os bispos estadunidenses, admitir o financiamento público ao aborto é um "fracasso do apoio que o Estado deveria dar à maternidade e equivale a financiar "o desespero e a morte em vez da esperança e da vida".

Vatican News

“Nenhum membro da nossa grande nação é mais fraco, mais vulnerável e menos protegido do que o bebê no ventre materno”. Foi o que recordaram os bispos dos Estados Unidos em uma nota, em que pedem ao Congresso para não aprovar a proposta contida no novo plano de orçamento federal para abolir a emenda Hyde sobre o financiamento público ao aborto. A emenda, introduzida em 1976 com apoio bipartidário e confirmada por sucessivos governos, quer republicanos como democratas, proíbe o uso do dinheiro do contribuinte para financiar o aborto, com exceção em casos de estupro, incesto ou quando a vida da mãe estiver em risco.

Segundo os bispos estadunidenses, admitir o financiamento público ao aborto é um "fracasso do apoio que o Estado deveria dar à maternidade e equivale a financiar "o desespero e a morte em vez da esperança e da vida".

“Todas as mulheres merecem receber fundos que lhes permitam cuidar e alimentar seus filhos, para acolhê-los em um ambiente de amor e estabilidade”, diz a declaração, assinada por Dom Joseph F. Naumann, presidente da Comissão Episcopal para atividades pró-vida.

“Os fundos públicos – acrescenta ele - seriam gastos muito melhor no apoio a mulheres com gravidez problemática e as novas mães necessitadas, de modo que nenhuma mulher se sinta pressionada por dificuldades econômicas para realizar um aborto”, acrescenta ela.

Neste sentido o apelo aos líderes políticos para que trabalhem por um orçamento que “sirva verdadeiramente para construir o bem comum de todos”: não somente, portanto, para a aprovação das numerosas medidas propostas pela Administração em favor dos mais vulneráveis, que os prelados apoiam, mas também para manter a emenda Hyde e as relativas disposições "que protegeram milhões de crianças ainda não nascidas e mães em dificuldade pela tragédia do aborto".

Os bispos estadunidenses já haviam expressado suas preocupações pelo sinal verde para o financiamento público do aborto em março passado - por ocasião da apresentação do "Plano de resgate americano" do presidente Biden para reanimar o país após a pandemia de Covid-19 - quando haviam advertido que abandonar a linha até então seguida por todas as administrações após "um antigo acordo bipartidário de longa data que respeita a consciência de milhões de americanos" levava ao risco de "criar novas divisões" no país.

Uma primeira ruptura com os bispos havia ocorrido em janeiro quando Biden, recém-empossado na Casa Branca, havia assinado um decreto para permitir o envio de recursos públicos a organizações que promovem e realizam o aborto em países em desenvolvimento, revertendo a chamada "Política da Cidade do México" (Mexico City Policy) que separa o aborto das atividades de planejamento familiar e, portanto, impede as ONGs envolvidas em práticas de aborto de receber financiamento público dos Estados Unidos. Uma disposição que os bispos rejeitaram, portanto, como "contrária à razão, à dignidade humana e incompatível com o ensino católico".

A recordar que a "Política da Cidade do México" foi restaurada pelo governo Trump, que em 2017 introduziu o Protecting Life in Global Health Assistance – Plgha (Protegendo a Vida na Assistência à Saúde Global, em tradução livre), estendendo esta política também a grupos que promovem o aborto.

Vatican News Service - LZ

Terço dos Homens abre seu ano jubilar rumo aos 25 anos

Grupo do Terço dos Homens /
Foto: Julio Grandi - THMR Belém do Pará

REDAÇÃO CENTRAL, 26 mai. 21 / 03:46 pm (ACI).- O Terço dos Homens Mãe Rainha (THMR) abrirá seu ano jubilar, em comemoração pelos 25 anos que completará em 2022, no próximo domingo, 30 de maio. Esse período pode ser visto como “um novo tempo mariano na Igreja”, diz o assessor nacional do Terço, padre Vandemir Meister.

Segundo Meister, embora no Brasil haja relatos de homens que se reuniam desde o tempo da escravidão, foi em 1997 que esses grupos reacenderam, tendo surgido dentro do Movimento Apostólico de Schoenstatt, com um pequeno número de homens vinculados ao Santuário da Mãe e Rainha, em Olinda (PE).

Desde então, os grupos de Terço dos Homens começaram a se espalhar por todo o Brasil e hoje estima-se que tenham mais de 1 milhão de integrantes, divididos pelas várias comunidades, paróquias e dioceses.

“Percebemos que Deus Trino suscitou um novo alvorecer na Igreja, através dos homens rezando o terço. Expandir-se na Igreja com uma corrente de vida, que vai despertando e envolvendo outros homens e organizando grupos do Terço, é uma iniciativa muito original e deste tempo, o tempo que estamos vivendo”, disse o assessor nacional.

O ano jubilar acontecerá entre 30 de maio de 2021 e 30 de maio de 2022. “Este jubileu nos leva a reconhecer como Deus tem suas próprias peculiaridades ao conduzir os acontecimentos da história por meio de seus instrumentos”, afirmou Meister. “O terço, como ato de piedade, sempre foi rezado” na Igreja, mas “não era evidente que homens e mais homens se reunissem para rezar o terço”.

De acordo com o sacerdote, o bispo referencial para o Terço dos Homens, dom Gil Antônio Moreira, “deu uma bênção para a abertura do jubileu”, que acontecerá com a Missa, às 9h30, no Santuário da Mãe e Rainha, em Olinda.

Além da Missa de abertura, o ano jubilar contará com eventos com “convidados especiais para tratar de temas de interesse para os homens do Terço, encontros de formação e oficinas pedagógicas para os coordenadores diocesanos e regionais”. Além disso, “a oração do terço será contabilizada na Secretaria Nacional”, contou o padre.

“Está em estudo” para marcar este ano jubilar “a construção de um monumento dedicado ao Terço dos Homens no Santuário da Mãe Rainha, em Olinda”. “Fora tudo isso, haverá as iniciativas próprias dos grupos nas paróquias e dioceses”, disse o assessor.

Para mais informações sobre o Terço dos Homens Mãe Rainha e o ano jubilar, acesse AQUI.

ACI Digital

Visitação de Nossa Senhora

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31 de maio

No dia 31 de maio, o calendário litúrgico recorda a celebração da festa da Visitação de Nossa Senhora, oficialmente instituída pelo Papa Urbano VI em 1389. Durante essa visita, Maria recitou o cântico de louvor conhecido como Magnificat. Por esse motivo, tal memória também é conhecida como festa do Magnificat. Com ela, a Igreja prolonga e irradia a alegria messiânica da salvação.

Nossa Senhora, grávida, é portadora de Deus e vai ao encontro dos mais necessitados. Ao chegar à casa de sua prima Isabel é saudada como mãe do Salvador. A visitação é a festa do encontro entre uma jovem, mãe, serva do Senhor, e a anciã, símbolo de Israel que espera a vinda do Salvador. Lembra-nos o Papa Francisco: “Essas duas mulheres se encontram e se encontram com alegria”, o momento é “só festa”.

Nessa celebração, também descobrimos a raiz da nossa devoção a Maria. Ela cantou o Magnificat, glorificando a Deus. Esse cântico é conhecido como cântico dos pobres. Nele, Maria reconhece a sua pequenez e a grandeza de Deus diante de sua obra maravilhosa.

O Evangelho de Lucas nos convida a proclamarmos bem-aventurada aquela que, por aceitar ser a mãe de Jesus, também se abriu às necessidades do outro. É impossível dizer que amamos a Deus se não amamos ao irmão. A visitação de Maria a sua prima Isabel nos convoca à prática da caridade por meio da visitação. Quantas pessoas também precisam da nossa visitação? Os idosos em suas casas e apartamentos isolados, nos lares e clínicas para a terceira idade, as pessoas com o mal da depressão, isoladas em seus quartos fechados e escuros, nossos irmãos presidiários, os nossos jovens encarcerados nas instituições para menores infratores, pessoas enfermas em casas e nos leitos dos hospitais, crianças em lares e abrigos etc. Portanto, a festa da Visitação de Nossa Senhora nos ensina que o serviço é sinal do cristão. Quem não vive para servir, não serve para viver. Aceitar Jesus é estar aberto a aceitar o outro.

Diante desse pressuposto, notamos que são muitas as pessoas que necessitam de uma visita, seja física ou espiritual, por meio da oração. Esses nossos irmãos e irmãs não estão longe de nós. Para cada uma dessas pessoas somos chamados à diferença na vida com pequenos gestos praticados com amor, que deixam marcas de eternidade no coração. A misericórdia não se realiza com palavras bonitas ou frases de efeito, ela é concreta e precisa ser exercitada, assim como Maria, que não leva somente o amor e a alegria, mas o próprio Cristo.

A solicitude carinhosa de Maria exprime, também, o gesto de caridade e amor, assim como o gesto de visitar os enfermos nos convida a sairmos de nós mesmos e irmos ao encontro daqueles que padecem dos mais diversos tipos de sofrimento. Maria é nosso modelo de misericórdia. Na visita a Isabel, Maria levou também a esperança da vida plena. Visitar uma pessoa enferma ou não é um gesto de misericórdia carregado de profundo sentido humano e espiritual.

Peçamos à Virgem Maria que interceda por nós junto a seu filho Jesus, para que sejamos cada vez mais sensíveis à dor e ao sofrimento dos outros. Que sejamos capazes de sentir compaixão e cuidar do outro. Que a nossa sensibilidade não fique no sentimentalismo, mas se concretize por meio da caridade.

Por Pe. Antonio Alves

domingo, 30 de maio de 2021

FÉ E MEIO AMBIENTE: Carta Verde das Américas 2006

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Carta Verde das Américas 2006

06 de Junho de 2006

Da terra para os filhos da terra – a humanidade é parte de um vasto universo em evolução. As forças da natureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas o universo providenciou as condições essenciais para a evolução da vida. Por isso é imperativo que nós, os povos das Américas e dos demais continentes, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros e com as futuras gerações.

Este documento, intitulado de Carta Verde das Américas 2006, extraído do VI Encontro Verde das Américas, tem como objetivo defender o argumento de que, caso não sejam tomadas firmes decisões políticas, a população pobre do hemisfério será empurrada cada vez mais, rumo à discriminação e à exclusão social.

Desde a sua criação, a Terra sempre esteve em constantes mudanças, em ciclos de milhares de anos de aquecimento e glaciação causados por fenômenos naturais. Dos cumes das montanhas às mega cidades, das florestas tropicais, às pequenas ilhas oceânicas, chegam notícias dos efeitos da poluição, desastres naturais e perda da diversidade biológica.

O modelo atual de produção e consumo está avançando sobre os estoques naturais da Terra, não só de forma insustentável ambientalmente, mas também de forma injusta, gerando miséria, fome e comprometendo as gerações presentes e futuras. Além disso, o crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social.

No entanto, Governos e sociedades precisam urgentemente priorizar suas ações, de forma ambientalmente sustentável e socialmente justa, que garantam em condições de igualdade, a existência e a perpetuação da humanidade e dos demais seres do planeta. Reconhecendo o direito de sobrevivência de todas as espécies, assim como o direito de todos os habitantes do planeta a uma melhor qualidade de vida.

Por outro lado, o surgimento de uma cidadania ambiental planetária está abrindo novos caminhos para construir um mundo melhor, mais justo e humano. Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos e sociais, estão interligados, e juntos podemos buscar soluções concretas e inovadoras para os problemas que afligem a humanidade.

O enfrentamento dos problemas ambientais, locais ou globais, nunca será o resultado de uma pessoa, organização ou nação, por mais poderosa que seja, mas requer o esforço de todos, desde a mais simples, a maior e mais poderosa organização do Planeta.

Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de um novo dia, de uma nova era face à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, pela intensificação da luta pela justiça e pela paz.

O efeito estufa, conseqüência da emissão de gases poluentes, como, o CO2 (gás carbônico), CFC (cloro,flúor e carbono), CH4 (metano) e N2O (óxido nitroso) causadores da elevação da temperatura do planeta faz surgir mudanças climáticas como temporais e enchentes. Além de queda na produção de alimentos e destruição e perda de vidas humanas.

Assim, a Organização do VI Encontro Verde das Américas (Conferência das Américas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável), realizado nos dia 30, 31 de maio e 1° de junho 2006, em Brasília, Brasil, decidiu emitir este documento, reiterando e reafirmando os princípios que nortearam este fórum, para que seja enviado às autoridades competentes, do Brasil, das Américas e dos demais continentes, bem como, a organismos e conferências internacionais, com as seguintes recomendações:

I – O homem deve se conscientizar que uma mudança de postura do ser humano se faz necessária a todos que habitam a terra, pois a terra não pertence ao homem, é o homem que pertence a terra e tudo que agride a terra e seus ciclos bioquímicos e climáticos, agride a todos da terra.

Governos e instituições precisam priorizar suas pesquisas em relação à energia solar, diminuindo assim o uso de energias fósseis e poluentes, causadoras do efeito estufa. O sol brilha intensamente em grande parte do planeta, basta o homem olhar para o infinito e ver o brilho do sol, para enxergar um futuro de progresso e desenvolvimento, com energia limpa, sustentável e inesgotável.

Bastam apenas 35 minutos para o sol fornecer energia na superfície da terra capaz de abastecer o consumo mundial anual de energia. Sem saber, já estamos usufruindo desta energia: sem ela nosso planeta seria extremamente frio, não haveria fotossíntese, plantas, animais, nem seres humanos.

A energia solar é uma alternativa energeticamente limpa, o sol nos fornece luz em profusão, principalmente nos países tropicais. O potencial desta fonte é 14 mil vezes maior do que o consumo mundial de energia em um ano. Apenas 15% da área do deserto do Saara seriam necessários para atender ao consumo energético do planeta.

II – Todos os seres têm direito à água, fonte de vida. Entretanto, apesar da imensa malha fluvial que ainda existe no planeta, 1/5 da população do mundo não têm acesso à água potável, 1,1 bilhão de pessoas ainda não têm acesso adequado à água e 40% não têm condições sanitárias básicas. Doenças relacionadas com a má qualidade da água, matam por ano 3,1 milhões de pessoas. 90% dessas mortes são de crianças com menos de cinco anos de idade. Aproximadamente 1,6 milhão de vidas poderiam ser salvas, anualmente, com o fornecimento de água potável, saneamento básico e higiene. Segundo dados das Nações Unidas.

[...]

VII – As mudanças ambientais globais, causadas pelo homem através da poluição, despontam como um dos maiores desafios que a humanidade enfrenta neste início de século. Os impactos diretos ao equilíbrio dos ciclos bioquímicos globais e climáticos afetam o meio ambiente, a vida e a sociedade como um todo.

Que governos e sociedades possam se conscientizar e tomar atitudes que diminuam os contrastes sociais, a fome, a miséria e as injustiças sociais, colaborando assim para a diminuição da violência, da marginalidade, do terror e da guerra urbana.

Assim sendo, apelamos aos governos que não façam algo que possa destruir o amanhã e não deixe de fazer o que pode ser a reconstrução e recuperação do mundo como herança para nossos descendentes. Que as gerações futuras tenham orgulho de nosso tempo, pois, foi nele que o ser humano transformou as adversidades em desenvolvimento ambiental, econômico e social, criando ambiente para um avanço maior da humanidade rumo ao futuro e à evolução. Que as forças do universo se estendam sobre nós e iluminem as nossas mentes, para que, dos nossos sonhos nasça a luz, que ilumina a nossa caminhada rumo a paz e à dignidade dos homens.

Brasília, 05 de junho de 2006

Ademar Leal Soares – Coordenador Geral do Encontro
Site: http://www.greenmeeting.org/
E-mail: coordenacao@greenmeeting.org

VI GREEN MEETING OF THE AMERICAS – Secretaria:
SCS - Qd. 4 Bloco A - Ed. Anápolis 304
Cep. 70.304-910 - Brasília DF. - Brazil
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FONTE:

Notícias do Jornal do Meio Ambiente Online


Ecclesia

Papa define perfil de um diplomata do Vaticano

Guadium Press
Homens de oração, abertos ao Evangelho, às novidades, radicados na tradição, prontos ao diálogo e ao confronto: assim deve ser o Diplomata do Vaticano.

Roma (28/05/2021, 15:31, Gaudium Press) No final da tarde de quinta-feira, 27/05, o Papa Francisco deixou o Vaticano para visitar a sede da Pontifícia Academia Eclesiástica (PAE) que se localiza no centro de Roma.

Era uma visita prometida desde há dois anos e que não pode ser realizada por causa da pandemia.

A Pontifícia Academia Eclesiástica (PAE) é uma instituição que já tem 320 anos e é ali que são formados os diplomatas do Vaticano. Dom Joseph Marino é o atual dirigente da PAE.

40 jovens sacerdotes de 25 nações ouviram o que o Papa queria dizer-lhes

Ao final da visita foi distribuído um comunicado afirma-se que o encontro foi “simples, intenso e familiar, caracterizado pela fraternidade e proximidade do Sucessor de Pedro com os jovens sacerdotes que se preparam para viver seu ministério a serviço da Igreja e do Santo Padre nas várias missões diplomáticas”.

Entre os temas abordados, estiveram tratou-se dos desafios atuais que a Igreja vive, a missionariedade, o caminho sinodal e o importante papel da diplomacia pontifícia bilateral e multilateral que foram ouvidos atentamente por 40 sacerdotes, provenientes de 25 nações, que mantiveram o currículo escolar não obstante a pandemia.

 Diplomata católico: homem da oração e do Evangelho, radicado na tradição

No encontro, o Papa Francisco teve oportunidade de definir algumas características que o bom diplomata católico deveria cultivar e exercitar no seu ministério: ser homens de oração, abertos à escuta do Evangelho, às novidades, mas – ao mesmo tempo –, radicados na tradição, prontos ao diálogo e ao confronto.

O Papa ainda comentou algumas novidades instituídas no atual Pontificado.

Francisco falou do ano a mais que foi acrescentado na formação do diplomata do Vaticano que servirá para enriquecer a bagagem pessoal, humana, cultural e linguística do futuro diplomata.

Francisco tomou uma refeição na Academia e, logo depois, regressou ao Vaticano, saudando antes as religiosas da Comunidade apostólica de Maria Sempre Virgem, que trabalham na casa. (JSG)

(Foto Vatican Media)

https://gaudiumpress.org/

A fé católica na Santíssima Trindade: este resumo foi escrito há mais de 1600 anos

Dorotheum | Public Domain

O "Símbolo Atanasiano" sintetiza a fé católica na Santíssima Trindade e no Cristo como Deus e homem verdadeiro.

Credo Atanasiano ou Símbolo Atanasiano é atribuído a Santo Atanásio, bispo de Alexandria no século IV. Trata-se de um resumo da fé católica escrito a fim de reafirmar a doutrina cristã sobre a Santíssima Trindade e sobre a natureza de Jesus Cristo como verdadeiro Deus e verdadeiro homem, combatendo assim heresias que tentavam negar essas verdades de fé – em especial a heresia do arianismo.

Santo Atanásio
Santo Atanásio

Com 44 artigos, essa formulação do credo católico também ficou conhecida pelas suas primeiras duas palavras em latim, “Quicumque vult“. Esta expressão, que em latim eclesiástico se pronuncia “kwi-kún-kwe vult“, significa “todo aquele que queira“: ela vem da primeira frase desse credo, que afirma que “todo aquele que queira salvar-se deve antes de tudo professar a fé católica“.

Tradicionalmente, além do termo “credo” no sentido de compêndio essencial das verdades de fé, também costuma ser usado, no mesmo sentido, o termo “símbolo”.

O Símbolo Atanasiano

1. Todo aquele que queira salvar-se deve antes de tudo professar a fé católica. 2. Porque aquele que não a professar, integral e inviolavelmente, perecerá sem dúvida por toda a eternidade. 3. A fé católica consiste em adorar um só Deus em três Pessoas e três Pessoas em um só Deus. 4. Sem confundir as Pessoas nem separar a substância. 5. Porque uma só é a Pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo. 6. Mas uma só é a divindade do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, igual a glória, coeterna a majestade. 7. Tal como é o Pai, tal é o Filho, tal é o Espírito Santo. 8. O Pai é incriado, o Filho é incriado, o Espírito Santo é incriado. 9. O Pai é imenso, o Filho é imenso, o Espírito Santo é imenso. 10. O Pai é eterno, o Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno. 11. E contudo não são três eternos, mas um só eterno. 12. Assim como não são três incriados, nem três imensos, mas um só incriado e um só imenso. 13. Da mesma maneira, o Pai é onipotente, o Filho é onipotente, o Espírito Santo é onipotente. 14. E contudo não são três onipotentes, mas um só onipotente. 15. Assim o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus. 16. E contudo não são três deuses, mas um só Deus. 17. Do mesmo modo, o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, o Espírito Santo é Senhor. 18. E contudo não são três senhores, mas um só Senhor. 19-20. Porque, assim como a verdade cristã nos manda confessar que cada uma das Pessoas é Deus e Senhor, do mesmo modo a religião católica nos proíbe dizer que são três deuses ou senhores. 21. O Pai não foi feito, nem gerado, nem criado por ninguém. 22. O Filho procede do Pai; não foi feito, nem criado, mas gerado. 23. O Espírito Santo não foi feito, nem criado, nem gerado, mas procede do Pai e do Filho. 24. Não há, pois, senão um só Pai, e não três Pais; um só Filho, e não três Filhos; um só Espírito Santo, e não três Espíritos Santos. 25-26. E nesta Trindade não há nem mais antigo nem menos antigo, nem maior nem menor, mas as três Pessoas são coeternas e iguais entre si. 27. De sorte que, como se disse acima, em tudo se deve adorar a unidade na Trindade e a Trindade na unidade. 28. Quem, pois, quiser salvar-se, deve pensar assim a respeito da Trindade. 29. Mas, para alcançar a salvação, é necessário ainda crer firmemente na Encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo. 30. A pureza da nossa fé consiste, pois, em crer ainda e confessar que Nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, é Deus e homem. 31. É Deus, gerado na substância do Pai desde toda a eternidade; é homem porque nasceu, no tempo, da substância da sua Mãe. 32. Deus perfeito e homem perfeito, com alma racional e carne humana. 33. Igual ao Pai segundo a divindade; menor que o Pai segundo a humanidade. 34. E embora seja Deus e homem, contudo não são dois, mas um só Cristo. 35. É um, não porque a divindade se tenha convertido em humanidade, mas porque Deus assumiu a humanidade. 36. Um, finalmente, não por confusão de substâncias, mas pela unidade da Pessoa. 37. Porque, assim como a alma racional e o corpo formam um só homem, assim também a divindade e a humanidade formam um só Cristo. 38. Ele sofreu a morte por nossa salvação, desceu aos infernos e ao terceiro dia ressuscitou dos mortos. 39-40. Subiu aos Céus e está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos. 41-42. E quando vier, todos os homens ressuscitarão com os seus corpos, para prestar contas dos seus atos. 43. E os que tiverem praticado o bem irão para a vida eterna, e os maus para o fogo eterno. 44. Esta é a fé católica, e quem não a professar fiel e firmemente não se poderá salvar.

Aleteia

Papa encerra maratona do terço nos jardins do Vaticano

Virgem Desatadora de Nós. Crédito: Johann Georg Schmidtner.
Papa Francisco. Foto: Vatican Media
Por Mercedes de la Torres

Vaticano, 28 mai. 21 / 03:52 pm (ACI).- O papa Francisco encerrará a maratona do terço no dia 31 de maio, para invocar “o fim da pandemia e a retomada do trabalho e das atividades sociais”, com a oração do terço nos jardins do Vaticano, diante de um ícone da Virgem Desatadora de Nós, invocação mariana à qual o Santo Padre tem uma devoção particular.

Com esta invocação, os fiéis pedem à Virgem Maria a sua intercessão no meio das dificuldades, para que “desate os nós” que complicam a vida ou que desapareçam os obstáculos que nos impedem de chegar a Deus.

A imagem mostra a Virgem Maria ladeada por dois anjos. Enquanto um deles lhe entrega uma fita com nós, que representam o pecado original e as suas consequências, o outro recebe a fita desamarrada das mãos de Maria. Assim, a pintura torna-se uma bela alegoria da ajuda que a Mãe de Deus nos dá para resolver as dificuldades da vida.

O papa Francisco escolheu cinco intenções de oração, “cinco nós para desatar”, para a próxima recitação do terço que marcará o final da maratona de orações deste mês de maio, à qual se uniram santuários marianos de todo o mundo.

O primeiro nó a desatar é o das “relações feridas, solidão e indiferença, que se aprofundaram nesta época”.

O segundo nó é dedicado ao “desemprego, com especial atenção para o desemprego juvenil, o desemprego feminino, o de pais e mães, de quem procura trabalho e de quem procura proteger os seus trabalhadores”.

O terceiro nó será rezado pelo “drama da violência, particularmente aquela que se origina na família, no seio do lar, pelas mulheres e pelas tensões sociais geradas pela incerteza da crise”.

O quarto nó será oferecido pelo “progresso humano, para que a investigação científica que tem como vocação o apoio, compartilhe as descobertas para que sejam acessíveis a todos, especialmente aos mais fracos e aos mais pobres”.

O quinto nó se rezará pela “pastoral, para que as igrejas locais, paróquias, oratórios, centros pastorais e centros de evangelização possam recuperar o entusiasmo e dar um novo impulso ao longo da vida pastoral e para que os jovens possam se casar e construir uma família e um futuro”.

Virgem Desatadora de Nós

A origem da invocação mariana da Virgem Desatadora de Nós (Maria Knotenlöserin) remonta a uma pintura alemã do século XVIII, de Johann Georg Melchior Schmidtner. Nos últimos anos, o principal promotor da devoção a Nossa Senhora Desatadora de Nós vem sendo o papa Francisco, que a considera uma das suas invocações marianas favoritas.

A imagem original é venerada desde o início do século XVIII em Augsburg, na Alemanha, e está na igreja de Sankt Peter Am Perlach. Seu nome original é Nossa Senhora de Knotenlöserin. O título de “desatadora” é uma tradução do termo alemão “knotenlöserin”, justaposição das palavras “knot” (nó) e “löser” ou “löserin” (desfazer, desatar, desarmar).

O então bispo auxiliar de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio, levou a devoção da Virgem Desatadora de Nós da Alemanha para a Argentina. Em 8 de dezembro de 1996, a paróquia San José del Talar, em Buenos Aires, recebeu uma cópia da imagem original pintada por Ana Betta de Berti. Desde então, milhares de peregrinos acudiram à paróquia com a intenção de venerar a imagem e pedir a sua intercessão.

Encerramento da maratona do terço

A celebração do dia 31 de maio começará com uma procissão solene nos jardins do Vaticano liderada pelo bispo de Augsburg, dom Bertram Johannes Meier, que dará ao papa Francisco uma cópia do ícone original da Virgem Desatadora de Nós.

O Santo Padre, junto com uma comitiva de fiéis, receberá a procissão de crianças que fizeram há pouco a Primeira Comunhão, jovens que recentemente receberam a Confirmação, um grupo de escoteiros, famílias e religiosos representando o povo de Deus. A celebração será animada pelo coro da diocese de Roma.

Na chegada da procissão, a Guarda Suíça e a Gendarmaria do Vaticano receberão com honras o ícone mariano.

Participarão da oração jovens da Ação Católica, vários casais recém-casados ​​e algumas famílias com mães grávidas.

Santuários marianos estarão conectados ao vivo, entre eles: o santuário nacional de Maipú, em Santiago do Chile; a basílica da Virgem dos Milagres de Caacupé, no Paraguai; a Virgem de Schoenstatt, em Vallendar, Alemanha; o santuário de Nossa Senhora dos Gozos, na Espanha; e Nossa Senhora das Dores, em Kibeho, Ruanda.

A oração também será transmitida ao vivo, com a tradução para a linguagem de libras italiana (LIS) pela religiosa franciscana Veronica Donatello, responsável pela pastoral das pessoas com deficiência da Conferência Episcopal Italiana (CEI).

ACI Digital

Santa Joana d'Arc

Sta. Joana d'Arc | ArquiSP
30 de maio
Filha de Jaques d'Arc e Isabel, camponeses muito pobres, Joana nasceu em Domrémy, na região francesa de Lorena, em 6 de janeiro de 1412. Cresceu no meio rural, piedosa, devota e analfabeta, assinava seu nome utilizando uma simples, mas significativa, cruz. Significativa porque já aos treze anos começou a viver experiências místicas.

Ouvia as "vozes" do arcanjo Miguel, das santas Catarina de Alexandria e Margarida de Antioquia, avisando que ela teria uma importante missão pela frente e deveria preparar-se para ela. Os pais, no início, não deram importância , depois acharam que estava louca e por fim acreditaram, mas temeram por Joana.

A França vivia a Guerra dos Cem Anos com a Inglaterra, governada por Henrique VI. Os franceses estavam enfraquecidos com o rei deposto e os ingleses tentando firmar seus exércitos para tomar de vez o trono. As mensagens que Joana recebia exigiam que ela expulsasse os invasores, reconquistasse a cidade de Orleans e reconduzisse ao trono o rei Carlos VII, para ser coroado na catedral de Reims, novamente como legítimo rei da França. A ordem para ela não parecia impossível, bastava cumpri-la, pois tinha certeza de que Deus estava a seu lado. O problema maior era conseguir falar pessoalmente com o rei deposto.

Conseguiu aos dezoito anos de idade. Carlos VII só concordou em seguir seus conselhos quando percebeu que ela realmente tinha por trás de si o sinal de Deus. Isso porque Joana falou com o rei sobre assuntos que na verdade eram segredos militares e de Estado, que ninguém conhecia, a não ser ele. Deu-lhe, então, a chefia de seus exércitos. Joana vestiu armadura de aço, empunhou como única arma uma bandeira com a cruz e os nomes de Jesus e Maria nela bordados, chamando os comandantes à luta pela pátria e por Deus.

E o que aconteceu na batalha que teve aquela figura feminina, jovem e mística, que nada entendia de táticas ou estratégias militares, à frente dos soldados, foi inenarrável. Os franceses sitiados reagiram e venceram os invasores ingleses, livrando o país da submissão.

Carlos VII foi, então, coroado na catedral de Reims, como era tradição na realeza francesa.

A luta pela reconquista demorara cerca de um ano e ela desejava voltar para sua vida simples no campo. Mas o rei exigiu que ela continuasse comandando os exércitos na reconquista de Paris. Ela obedeceu, mas foi ferida e também traída, sendo vendida para os ingleses, que decidiram julgá-la por heresia. Num processo religioso grotesco, completamente ilegal, foi condenada à fogueira como "feiticeira, blasfema e herética". Tinha dezenove anos e morreu murmurando os nomes de Jesus e Maria, em 30 de maio de 1431, diante da comoção popular na praça do Mercado Vermelho, em Rouen.

Não fossem os fatos devidamente conhecidos e comprovados, seria difícil crer na existência dessa jovem mártir, que sacrificou sua vida pela libertação de sua pátria e de seu povo. Vinte anos depois, o processo foi revisto pelo papa Calisto III, que constatou a injustiça e a reabilitou. Joana d'Arc foi canonizada em 1920 pelo papa Bento XV, sendo proclamada padroeira da França. O dia de hoje é comemorado na França como data nacional, em memória de santa Joana d'Arc, mártir da pátria e da fé.

Arquidiocese de São Paulo

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF