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domingo, 31 de dezembro de 2017

"Sem Jesus não há Natal, é outra coisa"...

Cidade do Vaticano (Quarta-feira, 27-12-2017, Gaudium Press) "Em nossos dias, assistimos a uma espécie de ‘desnaturalização' do Natal. Em nome de um falso respeito por quem não é cristão, muitas vezes esconde-se a vontade de marginalizar a fé, eliminando qualquer tipo de referência ao nascimento de Jesus".
Estas foram palavras ditas pelo Papa Francisco na última Audiência Geral de 2017 que foi realizada na Sala Paulo VI, no Vaticano, diante de cerca de 7 mil fiéis e peregrinos que foram ouvi-lo e rezar com ele.
27-12-'Sem Jesus não há Natal, é outra coisa', alerta Papa na Audiência Geral.jpg
O Pontífice condenou a crescente e sistemática eliminação das referências ao nascimento de Jesus na celebração do Natal, algo que vem acontecendo na esfera pública e social.
Natal sem Jesus
"Sem Jesus não há Natal, é outra coisa", insistiu o Papa, "lembremo-nos disso! "
O "verdadeiro sentido" das celebrações natalinas se encontra em Jesus, que é "o dom de Deus para a humanidade", continuou o Santo Padre que ainda sustentado suas afirmações:
"Quando acolhemos Jesus nas nossas vidas, tornamo-nos um dom para os outros. Por este motivo, nós, os cristãos, trocamos presentes, porque o verdadeiro dom para nós é Jesus e, como Ele, queremos ser um dom para os outros".
Sentido do "Boas Festas"
Ao saudar os peregrinos em seus respectivos idiomas, Francisco desejou aos peregrinos de nos de língua portuguesa, "um Natal verdadeiramente cristão", aconselhando ainda:
"Que os votos de ‘Boas Festas', que trocamos entre nós, sejam expressão da alegria que sentimos por saber que Deus está presente no nosso meio e caminha conosco", concluindo com a afirmação de que "Para todos, formulo votos de um bom Ano Novo, repleto de bênçãos do Deus Menino". (JSG)


Conteúdo publicado em gaudiumpress.org, no link http://www.gaudiumpress.org/content/92059#ixzz52ssakFXG
Autoriza-se a sua publicação desde que se cite a fonte. 

O sono do Menino Jesus

Depositphotos
Redação (Sexta-feira, 29-12-2017, Gaudium Press) Extraímos das "Meditações para todos os dias do ano" de Santo Afonso Maria de Ligório este trecho sobre "o sono do Menino Jesus e o publicamos para a reflexão dos leitores nessa oitava do Natal:
Sumário: O sono do Menino Jesus era muito diferente do das outras crianças. Enquanto dormia seu Corpo, a Alma, unida à Pessoa do Verbo, velava. Desde então pensava nas penas que devia depois sofrer por nosso amor. Roguemos ao Santo Menino, pelo merecimento daquele bendito sono, que nos livre do sono mortal dos pecadores e, em vez disso, nos conceda o sono dos justos, pelo qual a alma perde a lembrança de todas as coisas terrestres.
I. O sono de Jesus Menino foi demasiadamente breve e doloroso.
Servia-Lhe de berço uma manjedoura, a palha de colchão e de travesseiro. Assim o sono de Jesus foi muitas vezes interrompido pela dureza daquela caminha excessivamente dura e molesta, e pelo rigor do frio que reinava na gruta. De vez em quando, porém, a natureza sucumbia à necessidade e o Menino querido adormecia. Mas o sono de Jesus foi muito diferente do das outras crianças.
O sono destas é útil à conservação da vida; não, porém, quanto às operações da alma, porque esta, privada do uso dos sentidos, fica reduzida à inatividade. Não foi assim o sono de Jesus Cristo: Ego dormio et cor meum vigilat. O Corpo repousava; velava, porém, a Alma, que em Jesus era unida à Pessoa do Verbo, que não podia dormir nem ficar sopitada pela inatividade dos sentidos.
Dormia, pois, o Santo Menino, mas enquanto dormia, pensava em todos os padecimentos que teria de sofrer por nosso amor, no correr de toda a sua vida e na hora da sua morte. Pensava nos trabalhos pelos quais havia de passar no Egito e em Nazaré, levando uma vida extremamente pobre e desprezada.
Pensava particularmente nos açoites, nos espinhos, nas injúrias, na agonia e na morte desolada, que afinal devia padecer sobre a Cruz. Tudo isso Jesus oferecia ao Padre Eterno enquanto estava dormindo, a fim de obter para nós o perdão e a salvação.
Assim nosso Salvador, durante o sono, estava merecendo por nós, reconciliava conosco seu Pai e alcançava-nos graças.
Roguemos agora a Jesus
Que, pelos merecimentos de seu beato sono, nos livre do sono mortal dos pecadores, que dormem miseravelmente na morte do pecado, esquecidos de Deus e do seu amor. Peçamos-Lhe que nos dê, ao contrário, o sono feliz da sagrada Esposa, da qual dizia:
Eu vos conjuro... que não perturbeis à minha amada o seu descanso, nem a façais despertar, até que ela mesma queira. É este o sono que Deus dá às almas suas diletas, e que, no dizer de São Basílio, não é senão o supremo olvido de todas as coisas - summa verum omnium oblivio. Então a alma olvida todas as coisas terrestres, para só pensar em Deus e nos interesses da glória divina.
II. Ó meu querido e Santo Menino,
Vós estais dormindo, mas esse vosso sono como me abrasa em amor! Para nós o sono é figura da morte; mas em Vós é símbolo de vida eterna, porque, enquanto repousais, estais merecendo para mim a eterna salvação.
Estais dormindo, porém o vosso coração não dorme, senão pensa em padecer e morrer por mim. Durante o vosso sono rogais por mim e me impetrais de Deus o descanso eterno do Paraíso. Mas enquanto não me levardes, como espero, para repousar junto de Vós no Céu, quero que repouseis sempre em minha alma.
Houve um tempo, ó meu Deus, em que Vos expulsei da minha alma. Vós, porém, tanto batestes à porta do meu coração, ora por meio do temor, ora com luzes especiais, ora com convites amorosos, que tenho a esperança de que já entrastes nele.
Assim espero, digo, porque sinto em mim uma grande confiança de que já me perdoastes.
Sinto também uma grande aversão e arrependimento das ofensas que Vos tenho feito; um arrependimento que me causa grande dor, mas uma dor pacífica, uma dor que me consola e me faz esperar que a vossa bondade já me perdoou.
Graças Vos dou, ó meu Jesus, e peço-Vos que não Vos aparteis mais da minha alma. Sei que Vós não Vos apartareis enquanto eu não Vos repulsar. É esta exatamente a graça que Vos peço e que, com vosso auxílio, espero pedir-Vos sempre: não permitais que torne a expulsar-Vos de meu coração.
Fazei que eu me esqueça de todas as coisas, a fim de só pensar em Vós, que sempre pensastes em mim e na minha salvação.
Fazei que Vos ame sempre nesta vida, a fim de que a minha alma, expirando unida conVosco e em vossos braços, possa repousar eternamente em Vós sem receio de jamais Vos perder.
- Ó Maria, assisti-me na minha vida, assisti-me na hora da minha morte, para que Jesus sempre repouse em mim, e eu repouse sempre em Jesus. (II 370.)
(Extraído das "Meditações para todos os dias do ano" de Santo Afonso Maria de Ligório).

Fonte:  http://www.gaudiumpress.org/content/92124-O-sono-do-Menino-Jesus#ixzz52srAhur4

Festa da Sagrada Família

REDAÇÃO CENTRAL, 31 Dez. 17 / 04:00 am (ACI).- Neste domingo da oitava de Natal, a Igreja celebra a festa da Sagrada Família e convida todos a olhar para Jesus, Maria e José, que desde o início tiveram que enfrentar os perigos do exílio no Egito, mas, sempre mostrando que o amor é mais forte do que a morte. Eles são um reflexo da Trindade e modelo de cada família.

A solenidade da Sagrada Família é uma festa que incentiva a aprofundar o amor familiar, examinar a situação do próprio lar e buscar soluções que ajudem o pai, a mãe e os filhos a serem cada vez mais como a Família de Nazaré.
Ao celebrar esta data em 2013, o Papa Francisco ressaltou que o “nosso olhar hoje para a Sagrada Família se deixa atrair também pela simplicidade da vida que essa conduz em Nazaré. É um exemplo que faz tanto bem às nossas famílias, ajuda-as a se tornarem sempre mais comunidades de amor e de reconciliação, na qual se experimenta a ternura, a ajuda mútua, o perdão recíproco”.
A vida familiar não pode ser reduzida a problemas de relacionamento, deixando de lado os valores transcendentes, já que a família é o sinal do diálogo entre Deus e o homem. Pais e filhos devem estar abertos à Palavra e ouvir, sem esquecer a importância da oração familiar que une fortemente os membros da família.
São João Paulo II, que é conhecido como o Papa das famílias, no Ângelus desta solenidade em 1996, destacou que “a mensagem que vem da Sagrada Família é, antes de tudo, uma mensagem de fé: a casa de Nazaré é aquela onde Deus está verdadeiramente no centro”.
“Para Maria e José esta opção de fé concretiza-se no serviço ao Filho de Deus que lhes foi confiado, mas exprime-se também no seu amor recíproco, rico de ternura espiritual e de fidelidade”, indicou.
Em muitas ocasiões, João Paulo II reforçou a importância da vivência da fé em família, por meio da oração. “A família que reza unida, permanece unida”, dizia, sugerindo que juntos rezassem o Rosário.
ACI Digital

sábado, 30 de dezembro de 2017

Do Tratado “Refutação de todas as heresias”, de Santo Hipólito, presbítero

(Cap. 10, 33-34: PG 16, 3452-3453)            (Séc. III)

O Verbo feito carne diviniza o homem
Não fundamentamos nossa fé em palavras sem sentido, nem nos deixamos arrastar pelos impulsos do coração ou persuadir pelo encanto de discursos eloquentes. Nossa fé se fundamenta nas palavras pronunciadas pelo poder divino.
Estas palavras, Deus as confiou a seu Verbo que as pronunciou para afastar o homem da desobediência; não quis obrigá-lo à força, como a um escravo, mas chamou-o para uma decisão livre e responsável.
Esse Verbo, o Pai enviou à terra no fim dos tempos; não o queria mais pronunciado por meio dos profetas nem anunciado por meio de prefigurações obscuras, mas ordenou que se manifestasse de forma visível, a fim de que o mundo, ao vê-lo, pudesse salvar-se.
Sabemos que o Verbo assumiu um corpo no seio da Virgem e transformou o homem velho em uma nova criatura. Sabemos que ele se fez homem da nossa mesma substância. Se não fosse assim, em vão nos teria mandado imitá-lo como Mestre. De fato, se esse homem tivesse sido formado de outra substância, como poderia ordenar-me que fizesse as mesmas coisas que ele fez, a mim, frágil que sou por natureza? Como poderíamos então dizer que ele é bom e justo?
Para que não o julgássemos diferente de nós, suportou fadigas, quis ter fome e não recusou ter sede, dormiu para descansar, não rejeitou o sofrimento, submeteu-se à morte e manifestou a sua ressurreição. Em tudo isto, ofereceu sua própria humanidade como primícias, para que tu não desanimes no meio do sofrimento, mas, reconhecendo tua condição de homem, esperes também receber o que Deus lhe deu.
Quando contemplares Deus tal qual é, terás um corpo imortal e incorruptível, como a alma, e possuirás o reino dos céus, tu que, peregrinando na terra, conheceste o Rei celeste; viverás então na intimidade de Deus e serás herdeiro com Cristo.
Todos os males que suportaste sendo homem, Deus os permitiu precisamente porque és homem; mas tudo o que pertence a Deus, ele promete conceder-te quando fores divinizado e te tornares imortal. Conhece-te a ti mesmo, reconhecendo a Deus que te criou; pois conhecer a Deus e ser por ele conhecido é a sorte daquele que foi chamado por Deus.
Por conseguinte, não vos envolvais em contendas como inimigos, nem penseis em voltar atrás. Cristo é Deus acima de todas as coisas, ele que decidiu libertar os homens do pecado, renovando o velho homem que tinha criado à sua imagem desde o princípio, e manifestando nesta imagem renovada o amor que tem por ti. Se obedeceres aos seus mandamentos e por tua bondade te tornares imitador daquele que é o Bem supremo, serás semelhante a ele e ele te glorificará. Deus que tudo pode e tudo possui te divinizará para sua glória.
www.liturgiadashoras.org

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Santo Estêvão, diácono e primeiro mártir

REDAÇÃO CENTRAL, 26 Dez. 17 / 04:00 am (ACI).- Neste dia 26 de dezembro, é celebrado o primeiro mártir de toda a Igreja Católica, Santo Estêvão. O protomártir morreu apedrejado logo depois de ser arrastado para fora da cidade, após ser levado ante o Sinédrio por falsas acusações. Ele acusou os judeus por ter chegado ao ponto de não reconhecer o Salvador e também de tê-lo crucificado.

Santo Estêvão, enquanto recebia o golpe das pedras, pronunciou as seguintes palavras: “Senhor Jesus, recebe meu espírito”. Estando de joelhos antes de morrer, exclamou com força: “Senhor, não lhes tenha em conta pecado”.
Na celebração da festa deste santo em 2013, o Papa Francisco assinalou que, “na verdade, na ótica da fé, a festa de Santo Estêvão está em plena sintonia com o significado profundo do Natal”.
“No martírio, de fato, a violência é vencida pelo amor, a morte pela vida. A Igreja vê no sacrifício dos mártires seu ‘nascimento ao céu’. Celebramos hoje, pois, o ‘nascimento’ de Estêvão, que em profundidade brota do Natal de Cristo. Jesus transforma a morte dos que o amam em aurora de vida nova”, acrescentou o Santo Padre.
Também o Papa Emérito Bento XVI, em 2012, ao falar do santo refletiu: “De onde o primeiro mártir cristão tirou a força para fazer frente a seus perseguidores e chegar até a entrega de si mesmo? A resposta é simples: de sua relação com Deus, de sua comunhão com Cristo, da meditação sobre a história da salvação, de ver a ação de Deus, que alcança seu ápice em Jesus Cristo”.
ACI Digital

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Feliz Natal! Hoje nasceu o Salvador!

REDAÇÃO CENTRAL, 25 Dez. 17 / 04:00 am (ACI).- Neste dia 25 de dezembro, a Igreja celebra a Solenidade do nascimento de Jesus Cristo. É um dia de alegria e gozo, porque o Senhor veio ao mundo para trazer a salvação. Por isso, a ACIDigital deseja a todos um feliz Natal e que Jesus também nasça em sua família e coração.

Como o sol ilumina a escuridão ao amanhecer, a presença de Cristo invade a escuridão do pecado, do mundo, do demônio e da carne para mostrar o caminho a seguir. Com sua luz, mostra a verdade de nossa existência. O próprio Cristo é a vida que renova a natureza caída do homem e da natureza. O Natal comemora a presença renovadora de Cristo que vem para salvar o mundo.
A Igreja em seu papel de mãe e mestra, através de uma série de festas busca conscientizar o homem deste fato tão importante para a salvação de seus filhos. É, portanto, necessário que todos os fiéis vivam com o reto sentido a riqueza da experiência real e profunda do Natal.
Evangelho de São João 1,1-18
1 No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus. 2 No princípio estava ela com Deus. 3 Tudo foi feito por ela e sem ela nada se fez de tudo que foi feito. 4 Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. 5 E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la.
6 Surgiu um homem enviado por Deus; Seu nome era João. 7 Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. 8 Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz: 9 daquele que era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano.
10 A Palavra estava no mundo - e o mundo foi feito por meio dela - mas o mundo não quis conhecê-la. 11 Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram. 12 Mas, a todos que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornarem filhos de Deus isto é, aos que acreditam em seu nome, 13 pois estes não nasceram do sangue nem da vontade da carne nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo.
14 E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como filho unigênito, cheio de graça e de verdade. 15 Dele, João dá testemunho, clamando: 'Este é aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim passou à minha frente, porque ele existia antes de mim'. 16 De sua plenitude todos nós recebemos graça por graça. 17 Pois por meio de Moisés foi dada a Lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo. 18 A Deus, ninguém jamais viu. Mas o Unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-lo deu a conhecer.
ACI Digital

domingo, 24 de dezembro de 2017

Hoje é celebrado o quarto e último domingo do Advento

REDAÇÃO CENTRAL, 24 Dez. 17 / 04:00 am (ACI).- Celebramos hoje o quarto domingo do Advento e a Igreja reflete sobre o anúncio do nascimento de Jesus feito a Maria.

Todos são convidados a imitar Maria, a “Virgem do Advento”, que desde aquele “Sim” ao anjo, por nove meses preparou humildemente sua casa e seu coração para ter em seus braços o Salvador.
Em ambiente familiar, recomenda-se que todos os preparativos sejam com o firme propósito de aceitar Jesus no lar, na comunidade, no trabalho, na paróquia etc. Reunidos, é tempo de acender a quarta e última vela da Coroa do Advento.
Evangelho
Lc 1,26-38
Naquele tempo, 26 o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27 a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da virgem era Maria. 28 O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!”
29 Maria ficou perturbada com essas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação.
30 O anjo, então, disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31 Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32 Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. 33 Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”.
34 Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?”
35 O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. 36 Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37 porque para Deus nada é impossível”. 38 Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” E o anjo retirou-se.
ACI Digital

Mensagem de Natal

O nascimento do Salvador traz esperança e alegria, pois Deus está conosco! Ele veio habitar entre nós, na humilde manjedoura de Belém. Ele continua a manifestar o seu amor na simplicidade da vida cotidiana. A nossa resposta ao amor de Deus revelado em Jesus Menino, neste Natal, seja feita de muita oração e de muito amor. Acolha o amor do Menino Deus para amar a todos, como ele nos ensinou, pois somos todos irmãos. Seja testemunha do amor de Deus, promovendo a reconciliação e paz. Seja portador de esperança e de alegria, especialmente aos que mais sofrem. Tenha um feliz Natal! Que as bênçãos do Menino Deus, em sua vida e em sua família, se estendam ao longo do ano novo!


                                              
                                               Cardeal Sergio da Rocha
                                                      Arcebispo de Brasília

IV Domingo do Advento O “Sim” de Maria

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
O Evangelho deste último domingo do Advento ressalta a figura de Maria de Nazaré, “a serva do Senhor”, “cheia de graça”, por meio da qual recebemos Jesus, o “Filho do Altíssimo”, o Messias anunciado pelos profetas. Em Jesus Cristo, cumpre-se, de modo definitivo, a profecia de Natã ao rei Davi a respeito da “casa” e do “reino” que irão durar para sempre (2Sm 7,16). O Evangelho nos recorda que José era descendente de Davi e anuncia que o menino que vai nascer receberá “o trono de seu pai Davi” e que “o seu reino não terá fim” (Lc 1,32-33). Na Carta aos Romanos, São Paulo glorifica a Deus pelo “mistério manifestado”, em Jesus Cristo, “levado ao conhecimento de todas as nações” (Rm 16,26). No nascimento do Salvador, as profecias se realizam e manifestam-se o amor e a salvação de Deus para todos os povos.
No cumprimento das profecias messiânicas ocupa lugar especial o “sim” de Maria. O seu “sim” nos leva a louvar a Deus e a seguir o seu exemplo. Assim como Maria, nós também somos chamados a dizer “sim” a Deus, acolhendo a sua Palavra e cumprindo a sua vontade nas situações em que vivemos. Nas alegrias ou dores, possamos repetir as palavras de Nossa Senhora: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!”(Lc 1,38).
Contudo, o Evangelho nos mostra que o cumprimento da palavra de Deus, em Maria, aconteceu pelo “poder do Altíssimo”, “pelo Espírito Santo”. Nós necessitamos muito da graça de Deus para discernir e cumprir a sua vontade. Por meio do “sim” de Maria, nasce o Salvador. Por meio do nosso “sim”, acolhemos Jesus como nosso Salvador e nos dispomos a ajudar as pessoas a fazerem o mesmo, pelo testemunho de fé e de amor cristão.
Estamos para celebrar o Natal de Jesus, a partir da noite deste domingo. O convite à conversão, simbolizado pela cor litúrgica roxa do Advento, cederá lugar ao branco festivo natalino. Contudo, as festas ou presentes não devem ofuscar ou substituir o sentido genuíno do Natal do Senhor, no qual o presente maior a ser recebido é o próprio Jesus. Não há verdadeiro Natal sem Jesus! Para que o Natal seja feliz, participe e convide a sua família e amigos para participarem da missa de Natal. Ao mesmo tempo, procure promover a reconciliação, o perdão e a paz entre as pessoas, a começar da sua família. Infelizmente, vivemos num tempo de muita agressividade e violência, que não condizem com a vida cristã. Faça a sua parte para construir uma família mais unida e um mundo mais fraterno. Não se deixe dominar pelo ódio, pela vingança ou ressentimento. Diga “sim” à Palavra que nos ensina a amar o próximo como Jesus amou!
Arquidiocese de Brasília

domingo, 17 de dezembro de 2017

Terceiro domingo do Advento, o domingo da alegria ou Gaudete

REDAÇÃO CENTRAL, 17 Dez. 17 / 04:00 am (ACI).- O terceiro domingo do Advento é chamado “Gaudete”, ou da alegria, devido à primeira palavra do prefácio da Missa: Gaudete, ou seja, alegra-se.

Nesta data são permitidos paramentos rosas, como sinal de alegria, e a Igrejaconvida os fiéis a se alegrar porque o Senhor está perto.
Há dois domingos do ano que se permite usar a cor rosa nos paramentos e estes são o quarto domingo da Quaresma (Laetare) e o terceiro domingo do Advento (Gaudete), porque, em meio à “espera”, recorda-se que está próxima a alegria da Páscoa ou do Natal, respectivamente.
Na Coroa do Advento, também se costuma acender uma vela rosa.
EvangelhoJo 1,6-8.19-28
6Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João. 7Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. 8Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz. 19Este foi o testemunho de João, quando os judeus enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para perguntar: “Quem és tu?” 20João confessou e não negou. Confessou: “Eu não sou o Messias”.
21Eles perguntaram: “Quem és, então? És tu Elias?” João respondeu: “Não sou”. Eles perguntaram: “És o Profeta?” Ele respondeu: “Não”.
22Perguntaram então: “Quem és, afinal? Temos que levar uma resposta para aqueles que nos enviaram. O que dizes de ti mesmo?” 23João declarou: “Eu sou a voz que grita no deserto: ‘Aplainai o caminho do Senhor’” — conforme disse o profeta Isaías. 24Ora, os que tinham sido enviados pertenciam aos fariseus 25e perguntaram: “Por que então andas batizando, se não és o Messias, nem Elias, nem o Profeta?”
26João respondeu: “Eu batizo com água; mas no meio de vós está aquele que vós não conheceis, 27e que vem depois de mim. Eu não mereço desamarrar a correia de suas sandálias”.
ACI Digital

III Domingo do Advento: Exulto de Alegria no Senhor!

                    + Sergio da Rocha
            Cardeal Arcebispo de Brasília

O terceiro Domingo do Advento é denominado Domingo “Gaudete” ou “Domingo da Alegria”. A palavra latina “gaudete” é tomada da antífona de entrada da missa, Gaudete in Domino, isto é, Alegrai-vos no Senhor, extraída da Carta de S. Paulo aos Filipenses (Fl 4,4s), que se completa com a afirmação “O Senhor está perto”, indicando a razão de ser dessa alegria. Na liturgia deste domingo, pode-se utilizar a cor rósea para melhor exprimir a alegria que acompanha a espera do Senhor. As leituras proclamadas manifestam também o motivo deste convite à alegria, neste Advento.
A missão proclamada pelo profeta Isaías se realiza plenamente em Jesus, o Messias: “proclamar a boa-nova aos humildes, curar as feridas da alma, pregar a redenção para os cativos e a liberdade para os que estão presos; proclamar o tempo da graça do Senhor” (Is 61,1-2). O cumprimento dessa missão é fonte de alegria: “exulto de alegria no Senhor e minha alma regozija-se em meu Deus”, proclama o profeta. O convite à alegria encontra-se também na Primeira Carta aos Tesssalonicenses: “Irmãos, estai sempre alegres!” (1Ts 5,16). Com Maria, mãe do Salvador e nossa Mãe, cantamos o Magnificat como Salmo responsorial deste domingo, reconhecendo “o amor de Deus” que se estende “de geração em geração”, realizando “maravilhas” em sua vida e na vida “dos que o respeitam”. 
Entretanto, a alegria cristã deve ser acompanhada da conversão e do crescimento na vida nova em Cristo. Afirma S. Paulo: “Rezai sem cessar. Daí graças em todas as circunstâncias... Afastai-vos de toda espécie de maldade!” (1Ts 5,17.22), recordando que é Deus quem nos “santifica totalmente”, de modo que tudo o que somos “seja conservado sem mancha alguma para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (5,23). 
O Evangelho nos mostra o “testemunho” de João Batista motivando-nos à conversão, através da humildade, da verdade e da coragem, por ele demonstradas diante dos sacerdotes e levitas que o questionavam. “Ele confessou e não negou” (Jo 1,20), afirma o Evangelho. Necessitamos hoje testemunhar publicamente a nossa fé, imitando a humildade e a firmeza de João Batista, jamais negando Jesus Cristo, seja por palavras, seja pelo nosso modo de agir.
Em todo o Brasil, estamos vivendo a Campanha para a Evangelização. Além da oração e da participação nas iniciativas pastorais da Igreja, somos convidados a participar, neste domingo, da Coleta Nacional para a Evangelização. Trata-se de um gesto muito importante de comunhão e partilha, pois a coleta é destinada à promoção e à manutenção da evangelização na Arquidiocese e em todo o Brasil.
Arquidiocese de Brasília

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Dom Washington Cruz: “quem defenderá a família?”

Dom Washington Cruz: “quem defenderá a família?”
O arcebispo metropolitano de Goiânia (GO), em artigo publicado esta semana no site da arquidiocese coloca a questão de quem se encarrega, nesse momento, para defender a família. Antes, ele situa o leitor: “Se não fosse a minha fé em Deus, na Providência Divina, eu diria que o futuro da humanidade está ameaçado. Já estamos convivendo com falta de água e cresce, em ritmo acelerado, a poluição do ar, dos rios e do mar. Crescem também os conflitos entre nações, a violência ganha cada vez mais adeptos, a vida já não vale nada“.

Ao apresentar esse quadro com tantas ameaças, o arcebispo faz uma ressalva: “acredito que a esperança está na família. Tudo começa nela e a colheita do que se planta a ela retorna, levando problemas e alegrias. Ela é a base de formação do indivíduo para a vida em comunidade, a ética, a solidariedade e tantos outros valores, mas essencialmente para o amor. Uma família cristã educa para a dignidade e a paz, ensinando o mandamento “ame seu próximo como a si mesmo” desde a tenra idade dos seus filhos“.
A família resiste
Dom Washington pondera: “É claro que não existe família perfeita, assim como nada é perfeito neste mundo, mas se a vida no mundo está difícil, imaginem o que seria dele sem a família. É verdade que seus membros recebem influência da sociedade desde que nascem e levam para dentro dela todas as contradições do mundo. E o mistério está aí. Mesmo assim, a família resiste e provoca grandes mudanças de vida e superações consideradas impossíveis, por meio do amor“.
E, neste momento, coloca a questão: “quem defenderá a família? Ser exemplo de integridade para sua família, plantando para a chegada de bons frutos, com amorosidade, já é uma fórmula milenar de sucesso na construção da vida familiar. Mas, pensando no contexto, defender a família é defender cada cidadão que a integra, em seus direitos de acesso ao alimento de cada dia e à moradia; ao trabalho; a uma real assistência na área da saúde; à educação integral, cultura, segurança e ao lazer, entre outros. Sem resolver essas questões básicas necessárias para uma vida digna, a família e o mundo estarão sempre ameaçados“.
E conclui: “O Ano do Laicato, cuja abertura ocorreu em 26 de novembro, é uma ocasião para toda Igreja no Brasil vivenciar intensamente, por meio de orações, celebrações e reflexões, além de motivar uma participação maior dos leigos na vida da Igreja e da sociedade. O tema do Ano é ‘Cristãos leigos e leigas, sujeitos na ‘Igreja em saída’, a serviço do Reino’, e o lema ‘Sal da terra e luz do mundo’. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) conclamou todas as dioceses do país a celebrarem o Ano do Laicato em 2018. O Regional Centro-Oeste da CNBB celebrará o Ano do Laicato e da Família, para cumprir o último dos compromissos assumidos na Assembleia do Povo de Deus, em 2015, para vivência nos três anos seguintes: a primeira foi o Ano da Misericórdia (2016) e a segunda (2017), o Ano Vocacional Mariano“.
Arquidiocese de Goiânia/CNBB

A bela oração que Jorge Bergoglio escreveu antes de ser ordenado sacerdote

O Pe. Jorge Mario Bergoglio celebrando Missa
REDAÇÃO CENTRAL, 13 Dez. 17 / 08:00 am (ACI).- Em 2013, o jornal italiano ‘Avvenire’ publicou para o dia do aniversário da ordenação sacerdotal de agora Papa Francisco uma bela oração escrita pelo jovem jesuíta pouco antes de ser presbítero para sempre.


Reproduzimos o texto publicado por ‘Avvenire’:
“Quero crer em Deus Pai,
que me ama como um filho,
e em Jesus, o Senhor,
que infundiu seu Espírito na minha vida,
para fazer-me sorrir e levar-me, assim,
ao Reino eterno de vida.
Creio na Igreja.
Creio que, na história, que foi tocada
pelo olhar de amor de Deus,
no dia da primavera, 21 de setembro,
Ele saiu ao meu encontro para
me convidar a segui-lo.
Creio na minha dor,
infecunda pelo egoísmo, no qual me refugio.
Creio na mesquinhez da minha alma,
que busca receber sem dar… sem dar.
Creio que os outros são bons e que
devo amá-los sem medo e sem traí-los jamais,
sem buscar uma segurança para mim.
Creio na vida religiosa.
Creio que quero amar muito.
Creio na morte cotidiana, ardente, da qual fujo,
mas que sorri para mim, convidando-me a aceitá-la.
Creio na paciência de Deus, acolhedora,
boa como uma noite de verão.
Creio que o meu pai está no céu, junto ao Senhor.
Creio que o Padre Duarte também está lá,
intercedendo pelo meu sacerdócio.
Creio em Maria, minha Mãe,
que me ama e nunca me deixará sozinho.
E espero a surpresa de cada dia,
em que se manifestará o amor, a força,
a traição e o pecado,
que me acompanharão até o encontro definitivo
com esse rosto maravilhoso
que não sei como é,       
do qual fujo continuamente,
mas que quero conhecer e amar.
Amém”.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Santa Luzia, padroeira dos olhos

Santa Luzia (ACI Digital)
REDAÇÃO CENTRAL, 13 Dez. 17 / 04:00 am (ACI).- Neste dia 13 de dezembro, a Igreja celebra a festa da Santa Luzia, padroeira dos olhos, porque, segundo uma antiga tradição, teriam arrancado os olhos dela por proclamar firmemente a fé, mas, ela recuperou a visão.

Segundo “as atas” de Santa Luzia, ela nasceu na Siracusa, Sicília (Itália), em uma família nobre e foi educada na fé, tanto que fez votos de virgindade, em segredo. Seu pai morreu durante sua infância e sua mãe Eutiquia a incentivada a contrair matrimônio com um jovem pagão.
Estando sua mãe enferma, Luzia propôs que fossem em romaria ao túmulo de Santa Águeda, em Catânia, e que se Eutiquia ficasse curada, isto seria a confirmação de que não deveria se casar. Deus ouviu suas orações e, milagrosamente, sua mãe se curou. Ela, então, revelou que desejava se consagrar a Deus e repartir sua fortuna entre os pobres. Eutiquia lhe deu a permissão.
O pretendente de Luzia se incomodou e delatou a santa como cristã. O juiz insistiu para que desistisse, mas Santa Luzia lhe respondeu: “É inútil que insista. Jamais poderá me apartar do amor a meu Senhor Jesus Cristo”.
O juiz a ameaçou a prostituí-la e ela lhe disse: “O corpo fica poluído somente se a alma consente”. Esta frase era muito admirada por Santo Tomás de Aquino porque corresponde ao princípio moral de que não há pecado se não se consente o mal.
Pela graça de Deus, os guardas não puderam mover Santa Luzia do local onde estava e a sentença não pôde se cumprir. Então, tentaram queimá-la na fogueira e também fracassaram. Por último, decapitaram-na e, mesmo assim, Santa Luzia seguiu exortando os fiéis para que permaneçam firmes.
Na Idade Média, era invocada contra as enfermidades dos olhos, talvez porque seu nome significa “luz”. Isto originou várias lendas como a de que o tirano mandou que os guardas lhe tirassem os olhos e ela recuperou a vista.
Em 1894, descobriram uma inscrição sepulcral nas catacumbas da Siracusa com o nome de Santa Luzia, a mártir que, com certeza, viveu no século IV.
Neste dia dedicado à Santa Luzia, trazemos a oração à protetora dos olhos:
Ó Santa Luzia, preferistes que vossos olhos fossem vazados e arrancados ao ter que negar a fé e conspurcar vossa alma; e Deus com um milagre extraordinário, vos devolveu outros dois olhos sãos e perfeitos para recompensar vossa virtude e vossa fé, e vos constituiu protetora contra as doenças dos olhos, eu recorro a vós que protejais minhas vistas e cureis a doença de meus olhos.
Ó Santa Luzia, conservai a luz de meus olhos, de minha alma, a fé pela qual posso conhecer o meu Deus, compreender seus ensinamentos, reconhecer o seu amor para comigo e nunca errar o caminho que me conduzirá, onde vós Santa Luzia, vos encontrais em companhia de Anjos e Santos.
Santa Luzia, protegei meus olhos e conservai minha fé. Amém!
ACI Digital

domingo, 10 de dezembro de 2017

São Gabriel aparece a Zacarias

Redação (Segunda-feira, 04-12-2017, Gaudium Press) Através da famosa profecia das 70 semanas de anos, o Arcanjo São Gabriel anunciara ao Profeta Daniel, em Babilônia, a data da vinda do Messias (cf. Dn 9, 20-27). Após o transcurso de cinco séculos, o mesmo Arcanjo aparece a São Zacarias, no Templo de Jerusalém, para lhe comunicar o nascimento do Precursor de Nosso Senhor Jesus Cristo.
"Justos diante de Deus"
São Zacarias e Santa Isabel, pais de São João Batista, pertenciam "à ilustre família de Aarão, a mais gloriosa que então existia depois da de Davi, da qual devia nascer o Messias". Mas eles "tinham ainda outra nobreza mais preciosa que a do sangue: a nobreza da virtude".
De fato, diz a Sagrada Escritura que "ambos eram justos diante de Deus e cumpriam fielmente todos os Mandamentos e preceitos do Senhor" (Lc 1, 6).
Zacarias era sacerdote, e esse elogio que dele faz São Lucas "é bem significativo durante o triste reino de Herodes, onde imperava, seja no povo judeu em geral, seja em particular entre os sacerdotes, uma tão profunda corrupção".
"Não tinham filhos, pois Isabel era estéril, e os dois eram de idade avançada" (Lc 1, 7). O Evangelista apresenta esses detalhes para melhor ressaltar o milagre que a seguir narrará. João Batista será uma criança nascida milagrosamente como outrora o Patriarca Isaac e o Profeta Samuel.
Santificado por Nossa Senhora
Esse virtuoso casal residia na cidade de Ain-Karim. Certo dia, São Zacarias dirigiu-se a Jerusalém para exercer no Templo funções sacerdotais, e foi sortead para fazer a oferenda do incenso. Estando ele sozinho no Santuário para o incensamento - pois o povo nesse momento permanecia do lado de fora -, apareceu-lhe São Gabriel. Ele ficou com muito medo, mas o Arcanjo lhe disse:
"Não tenhas medo, Zacarias, porque o Senhor ouviu o teu pedido. Isabel, tua esposa, vai te dar um filho, e tu lhe porás o nome de João" (Lc 1, 13). O pedido de Zacarias não era para ter um filho, mas que viesse logo o Messias. Realmente, esse filho será o Precursor de Nosso Senhor.
"Muitos se alegrarão com seu nascimento" (Lc 1, 14). Além de Nossa Senhora, o único santo cuja vinda ao mundo a Igreja comemora é São João Batista; tal festa é celebrada em 24 de junho.
"Ele será grande diante do Senhor [...] e, desde o ventre da mãe, ficará cheio do Espírito Santo" (Lc 1, 15). "Ser grande diante de Deus não significa gozar das honras terrestres, mas possuir a virtude, a santidade em grau eminente."
Seis meses depois da concepção do Precursor, Nossa Senhora, em cujo seio virginal o Verbo de Deus Se encarnara, visitou Santa Isabel, que era sua prima, e saudou-a.
Afirma o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira:
"Ao ouvir a voz da Virgem Bendita, ao sentir a presença de Deus, o menino estremeceu de alegria. E, também de acordo com os teólogos, nesse momento, ainda no seio materno, ele foi santificado por Maria.
"Podemos conjecturar que Nossa Senhora comunicou, de um modo misterioso, algo do espírito d'Ela a São João Batista. E tudo quanto este fez em sua vida, era uma decorrência dessa graça inicial recebida pela intercessão de Maria, constantemente intensificada até atingir uma plenitude no momento de seu martírio."
Terá o espírito de Elias
O Arcanjo São Gabriel afirmou também que João Batista "caminhará à frente [dos israelitas] com o espírito e o poder de Elias" (Lc 1, 17). Três décadas depois, o próprio Nosso Senhor dirá que ele é outro Elias (cf. Mt 11, 14)
Santo Elias brilhou pela sua admirável combatividade contra o mal. Por exemplo, ele increpou o Rei Acab, os judeus coniventes com a idolatria e matou os 450 falsos profetas de Baal (cf. I Rs 18, 40). Em outra ocasião, fez descer por duas vezes fogo do céu para eliminar os soldados enviados pelo Rei Ocozias, que pretendiam prendê-lo (cf. II Rs 1, 9-12).
Assim também São João Batista fez increpações contra os fariseus e saduceus, chamando-os de víboras (cf. Mt 3, 7), e censurou firmemente o Rei Herodes Antipas, que mandou matá-lo.
O mutismo de Zacarias foi um símbolo
Entretanto, São Zacarias duvidou das palavras de São Gabriel, dizendo que ele e sua esposa eram de idade avançada. Então o Arcanjo declarou:
"Eu fui enviado para falar contigo e anunciar-te esta boa-nova. E agora ficarás mudo [...] até o dia em que estas coisas acontecerem, já que não acreditaste nas minhas palavras, que se cumprirão no tempo certo" (Lc 1, 19-20).
Tal mutismo ocorreu de imediato. Ao sair do Templo, Zacarias não podia falar com o povo que o aguardava; então "se comunicava com eles por meio de gestos" (Lc 1, 22).
Porque sua Fé falhou nesse momento, ele foi castigado com a mudez, que era um símbolo. "Ali estava figurado o silêncio ao qual a religião mosaica estaria proximamente reduzida pela propagação do Evangelho". De fato, São João Batista é o liame que une os dois Testamentos: abre o Novo ao mesmo tempo em que encerra o Antigo.
"Algum tempo depois, sua esposa Isabel ficou grávida [...]; ela dizia: ‘Assim o Senhor fez comigo nestes dias: Ele dignou-Se tirar a vergonha que pesava sobre mim'" (Lc 1, 24-25).
"Vergonha" porque "entre os judeus, e em geral em todo o Oriente, a privação de filhos sempre foi considerada um sinal de descontentamento divino e, consequentemente, uma grande humilhação".
Peçamos a intercessão de São Zacarias junto a Nossa Senhora para que Ela nos consiga um aumento de nossa Fé, a fim de termos absoluta certeza da vitória da Santa Igreja contra seus inimigos.

Por Paulo Francisco Martos
(in Noções de História Sagrada - 131)

Conteúdo publicado em gaudiumpress.org, no link http://www.gaudiumpress.org/content/91620-Sao-Gabriel-aparece-a-Zacarias#ixzz50u0HkF61
Autoriza-se a sua publicação desde que se cite a fonte. 

Festa da Transladação da Casa da Virgem de Loreto

Nossa Senhora de Loreto (Tenda do Senhor)
REDAÇÃO CENTRAL, 10 Dez. 17 / 04:00 am (ACI).- Segundo a tradição, a Santa Casa de Loreto é a mesma Casa de Nazaré, na qual se deu o anúncio do Anjo, foi concebido Jesus Cristo e onde o Senhor viveu com José e a Virgem. Apresentamos a história de como milagrosamente esta casa “voou” da Terra de Jesus até Loreto, na Itália, cuja festa é celebrada neste dia 10 de dezembro.

A Santa Casa de Nazaré tinha duas partes, uma pequena gruta e uma estrutura de tijolos que se estendia a partir da entrada da gruta.
Em 1291, os sarracenos conquistaram a Terra Santa e queriam destruir todos os lugares sagrados do cristianismo. Quando chegaram às proximidades de Nazaré, os inimigos diziam: “nunca mais os cristãos celebrarão a Anunciação aqui”.
A basílica construída sobre a Casa tinha sido destruída em duas ocasiões (1090 e 1263), mas a Casa permaneceu intacta. No entanto, os cruzados não puderam voltar a reconstruí-la e o lar de Maria ficou desprotegido.
Segundo a tradição do translado, quando os cruzados perdiam o controle na Terra Santa, o Senhor enviou seus anjos com a ordem de levarem a casa para um lugar seguro.
Em 12 de maio de 1291, os anjos a transladaram para uma cidade chamada Tersatto, na Croácia. Pela manhã, os vizinhos ficaram surpresos ao ver a Casa sem fundações e sem saber como chegou.
Dentro, encontraram um altar de pedra e em cima dele uma estátua de cedro da Virgem Maria com o menino Jesus em seus braços. O menino segurava com sua mão esquerda uma esfera de ouro que representava o mundo e seus dois dedos da mão direita estavam estendidos, como abençoando. Ambos vestiam uma espécie de túnica e tinham coroas de ouro.
Dias depois, a Virgem apareceu a um sacerdote local e explicou a ele o lugar de onde a Casa procedia. Maria lhe disse: “deves saber que a casa que recentemente foi trazida a tua terra é a mesma casa na qual eu nasci e cresci. Aqui, na Anunciação do Anjo Gabriel, eu concebi o Criador de todas as coisas. Aqui, o Verbo se fez carne”.
“O altar foi que foi transladado com a casa foi consagrado por Pedro, o Príncipe dos Apóstolos. Esta casa veio de Nazaré para tua terra pelo poder de Deus, para o qual nada é impossível”, acrescentou.
Como verdadeira prova de tudo o que a Virgem lhe comunicou, o presbítero foi curado. O sacerdote, que tinha estado doente por muito tempo, anunciou o milagre e começaram as peregrinações. Os habitantes elevaram sobre a Casa um edifício simples para protege-la da natureza.
Depois de três anos e cinco meses, em 10 de dezembro de 1294, a Casa desapareceu de Tersatto e alguns pastores de Loreto, na Itália, disseram ter visto uma casa voando sobre o mar e sustentada por anjos. A tradição assinala que um anjo com capa vermelho, São Miguel, dirigia os outros e a Virgem com o Menino estavam sentados sobre a Casa.
Os anjos baixaram o recinto a um lugar chamado Banderuola e, posteriormente, levaram-na a uma colina, no meio de uma propriedade, para depois ser transladada a outra colina. Foi colocada no meio do caminho e ocupou esse local por mais de 700 anos.
Dois anos depois, a Virgem se apresentou a Paulo, um eremita, a quem contou a origem e a história da Santa Casa. Ele compartilhou com as pessoas do povoado e iniciaram medidas para verificar a autenticidade.
Os peritos foram a Tersatto e viram que a réplica que os moradores tinham feito era exatamente a mesma que a de Loreto e que muitos elementos coincidiam. Em Nazaré, constataram que as medidas da fundação eram exatas às da Casa em Loreto e a réplica construída em Tersatto.
Após 6 meses, voltaram a Loreto e foi declarada a autenticidade da Santa Casa, que não tem fundação, porque esta permaneceu em Nazaré.
Com o tempo, muitos peregrinos foram ao Santuário e o Papa Clemente VII mandou fechar a porta original e que fossem construídas três portas para que as pessoas não brigassem por ter apenas uma porta de entrada e saída.
Ninguém pediu permissão à Virgem e, por isso, quando o arquiteto pegou seu martelo para dar início ao trabalho, sua mão começou a tremer. Depois disso, ninguém quis fazer o trabalho, até que um clérigo aceitou e, ajoelhando-se, disse à Mãe de Deus que este era um pedido do Papa e que se ela estava zangada, que ela se resolvesse com o Pontífice.
O clérigo pôde completar o seu trabalho e as pessoas de Loreto quiseram proteger a Casa erguendo uma parede de tijolo. Quando terminaram, a parede se separou da Casa e, por isso, há um espaço entre a Santa Casa e a parede construída.
Em outra ocasião, um Bispo de Portugal, com a permissão do Papa, mandou seu secretário tirar uma pedra e leva-la para construir uma Igreja em honra à Virgem de Loreto. O Prelado ficou doente e, quando o secretário chegou, o Bispo estava quase morto.
O Bispo pediu a algumas religiosas que rezassem por ele e, dias depois, recebeu uma mensagem: “Nossa senhora disse, se o Bispo deseja se recuperar, deve devolver à Virgem o que ele pegou”. O Bispo e o secretário ficaram desconcertados porque ninguém sabia da pedra. O secretário devolveu o objeto e o Bispo se recuperou.
Por esta razão, os Papas proibiram que se extraia alguma parte da Santa Casa.
Grandes santos passaram por esta Casa, como São Francisco de Sales, Santa Teresa de Lisieux, São Maximiliano Kolbe, São João XXIII e São João Paulo II.
A tradição que conta a transladação feita pelos anjos não seria a única explicação da Santa Casa de Loreto, mas também há documentos que indicariam que o responsável seria um comerciante chamado Nicéforo Angelo del S. XIII. Em todo caso, o translado, sem dúvidas, teve a proteção e orientação do céu.
Fonte: ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF