Translate

domingo, 4 de dezembro de 2022

Charles de Foucauld é inspiração para comunidade cristã no Saara

Antoine Mekary | ALETEIA
Por Aleteia

Foucauld queria que a Eucaristia estivesse presente no meio dos muçulmanos.

No dia 1 de Dezembro, celebrou-se a festa de São Charles de Foucauld, canonizado pelo Papa Francisco no dia 15 de Maio deste ano. O missionário francês, que viveu entre os tuaregues do Saara, na Argélia, foi assassinado em 1916 e é considerado pela Igreja Católica como mártir.

Na região do Saara Ocidental existe hoje uma minúscula, mas activa comunidade cristã. O missionário espanhol Mario León Dorado é o rosto desta Igreja sendo, desde 2013, o Prefeito Apostólico. Ele é responsável pela Catedral de El Aaiún, e pela Igreja de Nossa Senhora do Carmo, em Dakhla, assim como por uma capela no porto de El Aaíun.

Em entrevista a Maria Lozano, directora de informação internacional da Fundação AIS, o padre Léon refere que a maioria dos cristãos que vivem nesta região são migrantes e estão de passagem e muitos têm como objectivo chegar à Península Ibérica. “São migrantes que atravessaram África para chegar às Ilhas Canárias ou à Península Ibérica; ou são estudantes que chegam por três anos para fazer um curso superior e depois voltam para os seus países.” Gente que vem de muitos lugares e com o sonho de uma vida melhor na bagagem.

Como explica Monsenhor Mario León Dorado, o que predomina nesta Igreja no Saara Ocidental são pessoas oriundas de países tão distintos como a Costa do Marfim, Senegal, Camarões, Guiné-Conacri, Quénia, Serra Leoa ou Libéria. “Somos uma Igreja muito pequena, mas pequenina não significa morta ou insignificante. Mas somos pequenos. Ou seja, temos basicamente duas paróquias no Saara Ocidental”, diz o missionário oblato de Maria Imaculada. São as paróquias de El Aaiún e de Dakhla. Trata-se de uma prefeitura apostólica, explica, “porque não reúne as condições para constituir uma diocese. Portanto, não temos bispo…”

O Saara Ocidental é uma região que faz fronteiras com Marrocos, Mauritânia e Argélia e hoje é palco de uma disputa no plano internacional após Espanha ter saído do território em 1975. Neste momento é um território sob domínio marroquino. E o número de cristãos é mesmo muito exíguo. 

“Em Dakhla, o número de cristãos varia entre 40 e 60, mas isto muda muito. São, antes de tudo, migrantes que certamente chegam ao Saara para poderem ir às Ilhas Canárias, Espanha, às vezes de barco. Mas há um bom núcleo que fica e está lá há anos, porque em Dakhla podem ganhar dinheiro com a indústria do peixe, os frigoríficos. E assim eles constroem comunidade e nós, como Igreja, queremos construir um lar, uma família, porque todos os migrantes vivem longe de suas famílias, de suas Igrejas de referência”, diz o Prefeito Apostólico.

Para esta missão, para se cumprir este objectivo de ajudar estes cristãos a sentirem-se em casa, foi criado um centro de acolhimento para migrantes, que é gerido pela Caritas e pela congregação do padre León Dorado. “É isto, uma Igreja pequena, mas muito viva, muito viva. A verdade é que é um prazer celebrar aqui a Eucaristia e a fé”, acrescenta. Em El Aaiún, a capital da região, com cerca de 400 mil habitantes, também existe uma pequena comunidade cristã. Mas aqui a realidade é diferente. El Aaiún é uma zona de saída, e não tem indústria nem oferece oportunidades de trabalho. “Por isso, é mais difícil permanecer por muito tempo.” Nesta zona, os cristãos são, sobretudo, estudantes subsarianos que procuram fazer a sua formação profissional superior. “Há também um pequeno grupo das Nações Unidas que tem uma missão desde 1991. As nossas celebrações dominicais podem ter aqui umas 40 ou 50 pessoas. Uma pequena minoria dentro da grande sociedade muçulmana”, diz o missionário espanhol. Também aqui, o objectivo é, mais uma vez, construir família e comunidade.

Para a Igreja há imensos desafios apesar de serem poucos fiéis. Um desses desafios é, por exemplo, dar a conhecer Charles de Foucauld. Falar da sua mensagem, explicar o que significa ser cristão em terras muçulmanas, mostrar o sentido da fé quando se é estrangeiro é uma dessas tarefas. “Acho que Foucauld tem muito para nos dizer e é uma ferramenta, acho que é uma ferramenta do Espírito para que possamos justamente aprender a ser cristãos nesta terra, porque a tentação de todos, inclusive dos nossos irmãos subsaarianos, é copiar as Igrejas, os modelos de Igreja dos seus países e das suas comunidades”, diz Monsenhor Mario León Dorado. “Foucauld é, claramente, um santo para nós, uma inspiração. É um modelo, um exemplo de vida cristã, de carisma, de maneira de ser, de estar e de viver, de missionar, de evangelizar nesta terra”, afirma ainda o Prefeito Apostólico.

Um dos projectos que o missionário espanhol tem em mãos, e que está a ser desenvolvido com o apoio da Fundação AIS, é a decoração dos templos em El Marsa, no Norte, e em Dakhla, no Sul. “Queremos utilizar a decoração das capelas como inspiração e para a catequese dos nossos cristãos, para que possam aprofundar a sua espiritualidade em terras muçulmanas, como é o Saara. Foucauld queria que a Eucaristia estivesse presente no meio dos muçulmanos, e é isso que queremos ser, a presença do corpo de Cristo no mundo muçulmano, em contacto com o mundo muçulmano.”

(Via AIS)

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Homenagem a Carmen Hernández

Carmen Hernández no Brasil | cn.org.br

Para homenagear Carmen Hernández, em razão do quarto ano de seu falecimento no dia 19 de julho de 2020, o Centro Neocatecumenal de Brasília produziu este vídeo recordando as quatro vezes em que ela, junto com Kiko Argüello e Pe. Mario Pezzi, esteve no Brasil.


S. JOÃO DAMASCENO, PRESBÍTERO E DOUTOR DA IGREJA

S. João Damasceno, manuscritto do século XIII | Vatican News
04 de dezembro

João nasceu em Damasco, na Síria, no seio de uma influente família árabe-cristã. Ainda jovem, herdou do seu pai o cargo de administrador do califado local. Pelo fato de ter estudado filosofia e teologia, em Constantinopla, junto com o monge Cosme, foi deportado como escravo para a Síria. Este fato, porém, foi determinante para ele: após alguns anos, deixou a vida de corte para seguir a vida monacal.

Escolha de vida ascética

Durante o ano 700, João escolheu seguir a vida ascética. Porém, antes de entrar para o mosteiro de São Sabas, situado entre Jerusalém e Belém, despojou-se de tudo: distribuiu seus bens aos pobres, concedeu a liberdade aos servos e fez uma peregrinação a pé pela Palestina. Em São Sabas, tornou-se monge, junto com seu irmão - o futuro Bispo de Maiouna; – ao ser ordenado sacerdote, aceitou o cargo de pregador titular na Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém. Ali, Padre João transcorreu grande parte da sua vida, extraindo da oração e da meditação a linfa, que aumentou a sua fé e a da Igreja, à qual deu uma grande contribuição, com seus escritos, obras e hinos.

Teólogo das imagens sagradas

Na época de João Damasceno, as imagens sagradas não eram muito difundidas entre os cristãos, por causa de uma herança, proveniente da tradição do Antigo Testamento, que proibia toda e qualquer reprodução da imagem de Deus. Até o imperador bizantino, Leão Isáurico, havia empreendido uma guerra impiedosa contra o culto das imagens sagradas. Por sua vez, a pedido do Papa Gregório III, João Damasceno assumiu o papel de ferrenho defensor de tais imagens, empreendendo uma luta, por toda a sua vida: a luta contra a iconoclastia. Sua arma principal era a teologia e sua principal tese foi um dos fundamentos da fé cristã: a Encarnação, ou seja, Deus, ao se tornar homem, passou do invisível ao visível, com sua carne e sangue. Bento XVI recordou este Santo em sua catequese, na Audiência geral de 6 de maio de 2009: “João Damasceno foi o primeiro a fazer a distinção, no culto público e privado dos cristãos, entre a adoração e a veneração: a primeira, pode ser dirigida somente a Deus; a segunda, pode ser utilizada como imagem para se dirigir a uma pessoa à qual presta culto”.

São Tomás do Oriente

Devido à sua profunda cultura teológica, entre outras, João recebeu o apelido de "São Tomás do Oriente", tanto que Leão XIII, em 1890, o proclamou Doutor da Igreja, por sua contribuição dada à Igreja Oriental. A principal obra de João Damasceno foi a “De Fide orthodoxa”, que sintetiza o pensamento da Patrística grega e as decisões doutrinais dos Concílios da época, como também um ponto de referência fundamental, tanto para a Teologia católica como para a Ortodoxa. Além disso, escreveu a “De haeresibus” sobre as heresias cristãs mais difundidas na sua época. Suas teses, como as de São Germano de Constantinopla, prevaleceram, mesmo depois da sua morte, no Segundo Concílio de Nicéia, em 787.

O milagre da mão

Segundo uma crença bastante difundida, João Damasceno foi o protagonista de um milagre recebido da Virgem Maria. Quando ainda residia na Corte, foi acusado de traição e, como sentença, sua mão direita foi amputada. Então, João rezou com ardor, diante de um ícone da Virgem: ela atendeu as suas orações e, prodigiosamente, recolocou a mão no seu lugar. Como reconhecimento, João mandou fazer uma mão de prata, que foi acrescentada ao ícone. Assim, deu-se origem ao culto oriental da Virgem Tricherusa, ou seja, de três mãos.

Oração de São João Damasceno a Nossa Senhora
«Saúdo-vos, Maria, esperança dos cristãos!
Atendei a súplica de um pecador, que vos ama com ternura,
vos honra, de modo particular,
e deposita em vós toda a esperança da sua salvação.
Recebi de vós a vida.
Vós me reconduzis à graça do vosso Filho
e sois penhor seguro da minha salvação.
Rogo-vos, pois, de livrar-me do peso dos meus pecados;
dissipar as trevas do meu coração;
reprimi as tentações dos meus inimigos
e guiai a minha vida, de tal modo que eu possa,
por vosso intermédio e sob a vossa proteção,
chegar à felicidade eterna do Paraíso».

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

sábado, 3 de dezembro de 2022

CONHEÇA CARMEN HERNÁNDEZ

Carmen Hernández | cn.org.br

CONHEÇA CARMEN HERNÁNDEZ

24 de novembro de 1930, † Madrid, 19 de julho de 2016

Carmen foi, com o Kiko, iniciadora do Caminho. Nasceu em Ólvega (Sória, Espanha) em 24 de novembro de 1930. Era a mais jovem de oito irmãos – quatro homens e quatro mulheres – e viveu sua infância em Tudela (Navarra, Espanha).

Em Tudela estudou na Companhia de Maria e teve contato com a Companhia de Jesus (Jesuítas). Por influência do espírito missionário de São Francisco Xavier, desde muito jovem sentiu a vocação de partir em missão para a Índia. Por vontade de seu pai, em 1954 começa a estudar Química em Madri, onde se licencia com as qualificações máximas no ano de 1958.

Durante um tempo, trabalha com seu pai na indústria alimentícia, em uma fábrica que a família tinha em Andújar (Jaén), mas decide deixá-lo para se mudar a Javier, onde entra para participar de um novo instituto missionário: as Missionárias de Cristo Jesus. Depois do noviciado, estudou Teologia na casa de formação teológica para religiosos em Valência. Em 1960 foi destinada à Índia. Para esta missão teve que se preparar em Londres (o país asiático pertencia, naquele tempo, à Commonwealth), onde permaneceu durante um ano. Nesse tempo, houve uma mudança de direção nas Missionárias de Cristo Jesus, que limitava sua abertura a missão, levando Carmen a regressar de Londres para Barcelona. Ali, conhece P. Pedro Farnés Sherer, professor no Instituto Litúrgico de Paris, que trabalhava pela renovação litúrgica que preparava o Concílio Vaticano II.

Em suas aulas, P. Farnés apresentava as fontes pascais da Eucaristia e uma eclesiologia renovada que mostrava a Igreja como luz das nações. O vivo contato de Carmen com os autores desta renovação conciliar teve uma grande influência, mais tarde, na formação das catequeses do Caminho Neocatecumenal.

Em 1963, Carmen se estabelece na Terra Santa durante dois anos. Ao seu regresso a Madri, começa a trabalhar nos barracos da periferia, pensando em ir como missionária para a Bolívia com outros leigos celibatários. No entanto, ali conhece Kiko Argüello, que vivia nos barracos de Palomeras Altas, e decide ficar na mesma região. Entre os pobres, ambos descobriram a força do Mistério Pascal e da pregação do Kerigma (a Boa Notícia de Cristo morto e ressuscitado), e veio a nascer a primeira comunidade. Graças à confirmação desta nova realidade pelo então arcebispo de Madri, Mons. Casimiro Morcillo, Carmen colabora com Kiko levando às paróquias – primeiro a Madri, depois a Roma, e a partir de então a outras cidades e nações – esta obra de renovação da Igreja.

Carmen Hernández faleceu em 19 de julho de 2016 em Madri. Em seu funeral, presidido pelo Cardeal Arcebispo de Madri Carlos Osoro Sierra, e ao qual assistiram milhares de pessoas, o P. Mario Pezzi destacou que, com o Caminho, é “a primeira vez na história que uma realidade eclesial é fundada por um homem e uma mulher que estiveram colaborando constantemente juntos durante mais de 50 anos”. Além disso, o Papa enviou uma mensagem na qual assegurou receber “com emoção” a notícia da morte de Carmen e destacou sobre ela “uma longa existência marcada por seu amor a Jesus e por um grande entusiasmo missionário”. “Dou graças ao Senhor pelo testemunho desta mulher, animada por um sincero amor à Igreja, que gastou sua vida no anúncio da Boa Notícia em cada lugar, também àqueles mais afastados, não se esquecendo das pessoas mais marginalizadas”, escreveu o Papa Francisco.

O Papa Francisco explica o que é a “consolação espiritual”

Antoine Mekary | ALETEIA
Por Francisco Vêneto

Uma das máximas fontes de alegria na vida cristã: veja como o Papa a descreveu.

Você sabe o que é a consolação espiritual?

O Papa Francisco respondeu a esta pergunta na sua catequese do dia 23 de novembro, cujo tema central era o dom do discernimento. Ele explicou:

“O que é a consolação espiritual? É uma experiência de alegria interior, que permite ver a presença de Deus em tudo. Ela revigora a fé e a esperança, assim como a capacidade de fazer o bem.

A pessoa que vive a consolação não se rende diante das dificuldades, porque experimenta uma paz mais forte do que a provação. Trata-se, portanto, de um grande dom para a vida espiritual e para a vida no seu conjunto.

A pessoa se sente abraçada pela presença de Deus, de uma forma sempre respeitosa da própria liberdade. Nunca é algo desafinado, que procura forçar a nossa vontade, mas também não é uma euforia passageira”.

O Papa citou exemplos de santos como Agostinho, quando conversava com a mãe, Santa Mônica, sobre vida eterna; ou Santo Inácio de Loyola, que experimentava essa consolação espiritual ao ler sobre as vidas dos santos; ou Santa Teresa de Jesus, a quem nos convidou a imitar em sua inocência e consolação espiritual. O pontífice também falou de Santa Teresa Benedita da Cruz:

“A consolação se refere, acima de tudo, à esperança; ela se volta para o futuro, nos põe a caminho, nos permite tomar iniciativas que até então adiávamos, ou nem sequer imaginávamos, como foi o batismo para Edith Stein”.

Edith Stein era o nome de nascimento da judia que viria a converter-se ao catolicismo, tornar-se freira carmelita com o nome religioso de Teresa Benedita da Cruz e sofrer o martírio no campo de concentração nazista de Auschwitz.

O Papa prosseguiu:

“A consolação espiritual não é controlável, não é programável a bel-prazer: é uma dádiva do Espírito Santo. Permite uma familiaridade com Deus que parece anular as distâncias. E, assim, a consolação nos impele a ir em frente e a fazer coisas que, em tempo de desolação, não seríamos capazes; impele a dar o primeiro passo. Este é o aspecto bonito da consolação”.

Já a falsa consolação, alertou o Papa, “pode tornar-se um perigo se a procurarmos como fim em si mesma, de modo obsessivo, esquecendo-nos do Senhor”.

“Devemos procurar o Senhor e, com a sua presença, o Senhor nos consola, nos faz ir em frente. E não procurar a Deus para que Ele nos traga consolações. Também corremos o risco de viver a relação com Deus de maneira infantil, procurando o nosso interesse, procurando reduzir Deus a um objeto para nosso uso e consumo, perdendo o dom mais belo, que é Ele próprio”.

Francisco encerrou:

“Vamos em frente na vida, que avança entre as consolações de Deus e as desolações do pecado do mundo. Mas sabendo distinguir quando é uma consolação de Deus, que traz paz até o fundo da alma, e quando é um entusiasmo passageiro que não é negativo, mas não é a consolação de Deus”.

O impactante Castelo de Xavier, onde nasceu o grande evangelizador do Extremo Oriente

Shutterstock | oksmit
Por Dolors Massot

São Francisco Xavier nasceu e viveu nesse castelo até partir para estudar em Paris, onde conheceria Santo Inácio de Loyola.

O impactante Castelo de Xavier faz parte do grande patrimônio cultural e religioso de Navarra, na Espanha. É uma sólida e poderosa fortaleza medieval que já se avista de longe quando se vai visitar esse monumento de quase mil anos.

As pedras contundentes, erguidas no século X, falam de história viva, principalmente porque ali nasceu e viveu São Francisco Xavier. Quem é que iria imaginar que dali, em plena Idade Média, surgiria um homem determinado a levar o Evangelho até os confins do Extremo Oriente!

Francisco era filho dos senhores de Javier, como se escreve em espanhol, ou Xavier, na forma aportuguesada. Ele nasceu em 7 de abril de 1506, caçula de cinco irmãos. Até os 22 anos, quando partiu para estudar na Sorbonne, em Paris, Javier foi o seu território.

Em Paris, Francisco se tornaria amigo do também futuro santo Inácio de Loyola, que lhe marcaria profundamente a alma ao fazer-lhe a pergunta do próprio Jesus Cristo: “De que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se perder a própria alma?”.

Javier tem uma disposição geográfica de grande beleza. Situa-se a 52 quilômetros de Pamplona e a de Sangüesa, no sopé dos Pirineus navarro-aragoneses e na confluência dos antigos reinos de Aragão e Navarra.

O nome Javier vem da variante dialetal do basco etxeberri e quer dizer “casa nova”. Em basco, pode ser encontrado escrito como Xabier.

Do lado de fora do monumento, pode-se ver que uma basílica foi adicionada ao castelo medieval no século XIX.

Castelo de Xavier ou Javier

Composição através dos séculos

A construção é composta por três corpos, escalonados por ordem de antiguidade. Destaca-se a Torre del Santo Cristo, baluarte e capela onde se encontra um crucifixo tardo-gótico. Também a Torre de Menagem, chamada San Miguel, que é a parte mais antiga do castelo. E, finalmente, o museu dedicado à vida de São Francisco Xavier.

Nos porões do castelo foram encontradas bases de colunas muçulmanas que podem ser datadas do século X. No século XII formou-se o primeiro recinto circundante, que continha os primeiros quartos. No XIII, seguindo os quatro pontos cardeais, foram acrescentados dois corpos poligonais e mais duas torres.

Castelo de Xavier ou Javier

Pagamento por um empréstimo

Originalmente, o castelo de Javier pertencia a um nobre aragonês que, ao precisar de dinheiro, pediu um empréstimo de 9.000 “sueldos” ao rei dom Sancho VII de Navarra. O rei concedeu a quantia e o nobre pôs o castelo como garantia. Não conseguindo pagar o empréstimo, teve de ceder a propriedade ao monarca. O mesmo sistema levou diversos castelos e vilas da Coroa de Aragão a passarem para as mãos de Navarra: Escó, Peña, Petilla, Gallur, Trasmoz, Sádaba… Assim, Navarra conseguiu fortalecer a fronteira com o reino vizinho.

No ano de 1236, o castelo de Javier passou para as mãos de Adán de Sada, a quem foi dado pelo rei Teobaldo I. Após a conquista de Navarra, tanto o castelo quanto a cidade vieram a pertencer a María de Azpilicueta, antepassada de São Francisco Xavier por linhagem materna.

O cardeal Cisneros ordenou a sua demolição

O casal María de Azpilicueta e Juan de Jaso defendia a independência de Navarra, motivo pelo qual o cardeal Cisneros ordenou a demolição do castelo em 1516. Apenas algumas partes, porém, foram de fato afetadas: a muralha que o rodeava e protegia foi demolida, o fosso foi aterrado para não deixar o castelo isolado, duas torres redondas e dois grandes portais foram destruídos, a ponte levadiça foi demolida e a Torre de San Miguel foi rebaixada até a metade.

No século XIX, depois de várias sucessões de heranças, o castelo de Javier passaria para as mãos da Casa de Villahermosa. Começaram as obras de restauração financiadas pelos proprietários, a Duquesa de Villahermosa e o Conde de Guaqui. Quando ele morreu repentinamente, sua família assumiu as obras. Foi então que se construiu a basílica anexa ao castelo. Pertencem ainda a este período as casas para sacerdotes e para os exercícios espirituais – cabe registrar que São Francisco Xavier foi um dos mais próximos colaboradores de Santo Inácio de Loyola, o criador dos exercícios.

A “Javierada”

JAVIERADA

O Castelo de Javier é visitado anualmente por milhares de peregrinos. A data mais importante, sem dúvida, é a “Javierada”, no início de março, em homenagem ao padroeiro de Navarra, Santo Inácio de Loyola.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Doze virtudes para fortalecer o casamento

Imagem ilustrativa / Unsplash

REDAÇÃO CENTRAL, 02 Dez. 22 / 02:54 pm (ACI).- O diretor do Institute for Marital Healing nos arredores da Filadélfia, EUA, Richard Fitzgibbons, diz que, para manter e fortalecer o casamento, é preciso trabalhar em doze virtudes que podem ajudar os casais a passar pelas dificuldades que poderiam destruir a relação.

Num artigo publicado em 25 de novembro de 2019 pelo jornal National Catholic Register, do grupo EWTN ao qual pertence a ACI Digital, Fitzgibbons relata o trabalho feito com centenas de casais católicos nos últimos 40 anos.

Em seu livro, “Hábitos para um matrimônio saudável: Um manual para casais católicos”, o psiquiatra fala de doze virtudes para fortalecer os casais:

1. Perdão

No livro, Fitzgibbons comenta que perdoar "reduz a raiva" e é um trabalho exigente para "dominar a irritabilidade", porque há um esforço em tentar "compreender-se a si mesmo e a seu cônjuge”.

2. Generosidade

"Conquistar o egoísmo através do crescimento na entrega", diz o psiquiatra. É necessário pensar "muitas vezes ao dia, ‘nós, não eu’".

3. Respeito

Esta virtude ajuda a superar a necessidade de controlar os outros e ajuda a "pensar na dignidade do cônjuge e dos filhos", diz.

4. Responsabilidade

Para Fitzgibbons, a responsabilidade reduz a "distância emocional ao comprometer-se a proteger o cônjuge da solidão, da ansiedade, da insegurança e do egoísmo”.

5. Confiança

"Acalma a ansiedade através da fé na bondade e proteção de Deus e do cônjuge"diz.

6. Esperança

Segundo o psiquiatra, a esperança “reduz a tristeza ao confiar em um resultado positivo para os acontecimentos e circunstâncias da vida, especialmente na luta contra a solidão”.

7. Gratidão

Essa virtude cria confiança “através da apreciação dos dons que Deus nos deu” e deu ao cônjuge.

8. Prudência

Para Fitzgibbons, essa virtude "melhora a comunicação" ao ajudar a reconhecer o que dizer ou fazer em cada situação e como fazê-lo.

9. Temperança

"Restringe as compulsões e a infidelidade ao moderar a atração dos prazeres ao dominar os instintos e desejos para que permaneçam leais ao cônjuge", diz o psiquiatra.

10. Justiça

"Evita o divórcio ao fortalecer os cônjuges para que deem o que se deve a Deus, ao seu cônjuge e aos seus filhos”, comenta. “É trabalhar para enfrentar e resolver honestamente sua personalidade e fraquezas espirituais”.

11. Lealdade

"É um desejo inabalável pelo melhor para os demais", diz. Ajuda a "reconhecer que o único lugar onde se realiza o autêntico amor humano e a sexualidade é no matrimônio".

12. Humildade

Fitzgibbons comenta que a humildade ajuda o autoconhecimento, "o processo de abordar as fraquezas e erros adquiridos dos pais que interferem no amor e na felicidade conjugal".

Fonte: https://acidigital.com/

Acolher os sinais do Natal

Os símbolos do Natal | Portal Kairós

ACOLHER OS SINAIS DO NATAL

Dom Leomar Antônio Brustolin
Arcebispo de Santa Maria (RS)

 

 Dentre os muitos sinais e símbolos do Natal, nada pode evocar melhor a festa de 25 de dezembro do que o presépio. Cada um de seus símbolos são carregados de sentido e trazem uma forte mensagem para todo ser humano. Se observarmos a manjedoura, por exemplo, perceberemos a grandeza do Deus que se faz pobre para nos enriquecer. Em Belém, havia casas escavadas na rocha, onde havia bebedouros de pedra e manjedouras esculpidas no rochedo.  

 Quando Jesus nasceu, a cidade estava lotada, restava apenas o curral dos animais com a manjedoura. Ela é símbolo de acolhida. As pessoas não acolhem Jesus, mas os animais cedem seu coxo como leito para o Menino-Deus. A natureza dá lugar para um recém-nascido. O Menino colocado na manjedoura se parece com todos os outros recém-nascidos, mas a condição do seu nascimento escandaliza até mesmo os pastores. Eles tinham ao menos uma tenda própria para viver.  

 O Menino de Belém nasceu entre os animais. No rosto de muita gente, hoje, se encontra a mesma situação de pobreza de Belém. Há muitos outros sofredores ao nosso redor que não têm o calor do lar e que carecem de um presépio que os acolha. Celebrar o Natal sem recordar esses irmãos e irmãs é festejar, apaticamente, uma data e perder o sentido da própria festa que é para todos. O nascimento no presépio não quer trazer agonia e desespero, mas alegria, mansidão e esperança. Quem sabe festejar essa criança sabe, também, discernir os valores entre o ter e o ser. O problema não é ter, mas colocar os bens materiais e pessoais acima da vida.   

 As primeiras testemunhas do nascimento de Jesus eram pastores desprezados pela sociedade da época. Esse fato revela que o Menino de Belém traz consolo e esperança para os desprezados da Terra. É uma imagem que evoca, ainda, o nascimento do Divino Pastor, que guiará seu povo com justiça e cuidará do rebanho como um Pai. Os pastores guardam o rebanho e protegem as ovelhas, estão familiarizados com o escuro, a noite e o misterioso. São sensíveis aos sinais que aparecem no meio da noite. É por isso que acolheram a mensagem angélica de paz aos homens de boa vontade. Suas mãos calejadas se unem em oração, e, diante do presépio, suas faces rudes se suavizam e se iluminam. 

  Com os pastores de Belém, é preciso aprender a ser pobre ao estilo do Evangelho: “Felizes os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5,1). Trata-se de ser livres em relação aos próprios bens e ser capaz de os partilhar sem olhar para trás. É preciso ser capaz de levar o pouco que temos para oferecer a Deus como os pastores que visitaram o Presépio ricos de sua pobreza. 

 Em Belém, Deus esteve com os pobres em primeiro lugar, isto é, preferiu que os primeiros ao saberem dessa boa notícia fossem os pastores.  Pobres são aqueles que não têm pão, trabalho, teto, afeto e saúde. No fundo, pobres somos todos. Necessitamos sempre de algo a ser partilhado. Comecemos partilhando o dom de Deus que vem a nós em Jesus. Ninguém é tão pobre que nada tenha a ofertar, e ninguém é tão rico que não precise de algo que os outros podem dar.  Todo Natal é um apelo para sermos solidários ao longo de todo ano. Deus sempre vem ao nosso encontro, cabe a cada um de nós acolher o Divino Hóspede que muitas vezes nos interpela no rosto do pobre.

A coiniciadora do Caminho Neocatecumenal, Carmen Hernández, rumo aos altares

Carmen Hernández, co-iniciadora do Caminho Neocatecumenal /
Arquimadrid
Por Nicolás de Cárdenas | ACI Prensa

MADRI, 02 Dez. 22 / 03:13 pm (ACI).- O processo de beatificação e canonização da co-iniciadora do Caminho Neocatecumenal, Carmen Hernández, será aberto oficialmente no próximo domingo (4), o segundo do tempo do Advento. O arcebispo de Madri, cardeal Carlos Osoro, vai conduzir o evento que acontecerá na Universidade Francisco de Vitória.

O evento terá a participação da equipe internacional desta realidade eclesial formada por Kiko Argüello, Ascensión Romero e padre Mario Pezzi e do postulador diocesano da causa, Carlos Metola.

No ato farão juramento ​​os membros do tribunal: o delegado episcopal para as Causas dos Santos, padre Alberto Fernández; o promotor de justiça, padre Martín Rodajo; e as notárias adjuntas Ana Gabriela Martínez, RC e Mercedes Alvaredo.

O pedido formal para a abertura da causa de beatificação foi entregue ao cardeal Osoro na missa de cinco anos da morte da serva de Deus Carmen Hernández em julho de 2021.

Este documento oficial inclui escritos, documentos e testemunhos que sustentam que a co-iniciadora do Caminho Neocatecumenal viveu as virtudes cristãs em grau heroico.

Na ocasião, o cardeal disse que Hernández foi “uma incansável catequista e trabalhadora do anúncio de Cristo” que em sua vida quis ser “uma portadora de Jesus Cristo”.

Kiko Argüello, seu companheiro iniciador desta realidade eclesial, disse por meio de uma carta que “era uma mulher profunda, autêntica e livre na relação com todos. Ela amava Cristo e a Igreja; e ao papa, acima de tudo”.

“Por amor à Igreja e aos irmãos, permaneceu junto a mim por 50 anos; levando adiante esta Iniciação Cristã que é o Caminho Neocatecumenal”, disse Argüello.

“Eu achava que me seguiam”, reconheceu Argüello, “mas vejo que milhares de irmãos estão no Caminho graças a Carmen e pelo amor que Carmen tinha a Cristo”.

Após a cerimônia solene, haverá a estreia de dois poemas sinfônicos de Kiko Argüello: Filhas de Jerusalém e Aquedah. Esta última expressão refere-se ao sacrifício de Isaac narrado no capítulo 22 do Gênesis.

Tanto o ato solene como a estreia destas obras podem ser acompanhados através do canal Youtube da arquidiocese de Madri.

Fonte: https://acidigital.com/

Papa exorta a transformar a indiferença em proximidade e a exclusão em pertença

O encontro de Papa Francisco no Vaticano no Dia Internacional das Pessoas 
com Deficiência | Vatican News

Criar e apoiar comunidades inclusivas para eliminar toda discriminação e satisfazer concretamente a exigência de cada pessoa a sentir-se reconhecida. Cada vez que a comunidade cristã transforma a indiferença em proximidade e a exclusão em pertença, cumpre a sua missão profética, disse o Papa Francisco ao encontrar no Vaticano um grupo de pessoas com deficiência.

Manoel Tavares - Cidade do Vaticano

O Santo Padre recebeu na manhã deste sábado, no Vaticano, um grupo de pessoas com deficiência física e visual por ocasião do “Dia Internacional das Pessoas com Deficiência”, celebrado neste dia 3 de dezembro.

Em seu discurso, Francisco agradeceu a todos, mas de modo particular às Igrejas comprometidas em manter viva a atenção em relação às pessoas com deficiência, mediante uma ação pastoral ativa e inclusiva:

Promover o reconhecimento da dignidade de cada pessoa é uma responsabilidade constante da Igreja. A sua missão é continuar, no tempo, a proximidade de Jesus a todo homem e mulher, sobretudo os mais frágeis e vulneráveis.

Acolher as pessoas com deficiência e responder às suas necessidades, disse o Papa, é um dever das comunidades civis e eclesiais, porque uma pessoa, apesar de ter sua mente ou suas capacidades sensoriais e intelectuais comprometidas, é plenamente humana, com direitos sagrados e inalienáveis, próprios de todo ser humano.

Em sua vida terrena, recordou Francisco, Jesus olhava nos olhos as pessoas que encontrava, com um olhar de ternura e misericórdia, sobretudo os que eram excluídos da atenção dos poderosos e até mesmo das autoridades religiosas de seu tempo. Por isso, cada vez que a comunidade cristã transforma a indiferença em proximidade e a exclusão em pertença – e esta é uma verdadeira conversão -, cumpre a sua missão profética:

De fato, não basta defender os direitos das pessoas, mas é preciso agir para responder às suas necessidades existenciais, nas suas várias dimensões, corporal, psíquica, social e espiritual. Cada homem e cada mulher, seja qual for a condição em que se encontrem, são portadores não só de direitos que devem ser reconhecidos e garantidos, mas também de instâncias ainda mais profundas, como a necessidade de pertencer, de relacionar-se e de cultivar a vida espiritual a ponto de experimentar e bendizer ao Senhor por este dom maravilhoso e irrepetível.

Criar e apoiar comunidades inclusivas significa eliminar todo tipo de discriminação, explicou Francisco: “Não existe inclusão, de fato, se falta a experiência da fraternidade e da comunhão recíproca; não existe inclusão caso se limitar apenas a um slogan, uma fórmula a ser usada em discursos politicamente corretos, uma bandeira da qual apropriar-se. Não, não há inclusão se falta uma conversão nas práticas da convivência e das relações”:

É preciso garantir às pessoas com deficiência o acesso aos prédios e aos locais de encontros, tornar acessíveis as línguas e superar barreiras físicas e preconceitos. Mas isto não é o suficiente. É preciso promover uma espiritualidade de comunhão, para que todos se sintam parte de um corpo, com sua personalidade irrepetível. Só assim cada um, com os seus limites e talentos, se sentirá encorajado a fazer a sua parte para o bem de todo o corpo eclesial e para o bem de toda a sociedade.

O Santo Padre concluiu seu discurso ao grupo de pessoas com deficiência, fazendo votos de que “todas as comunidades cristãs possam ser lugar de "pertença" e "inclusão" em sua ação pastoral ordinária. Somente assim poderão ser críveis ao proclamar que o Senhor ama todos, salva a todos e convida todos à mesa da vida, sem nenhuma exceção ou exclusão.

Ao se despedir dos presentes, Francisco fez uma referência à guerra, exortando as pessoas com deficiência a dar testemunho e ser sinais concretos de paz e esperança para um mundo mais humano e fraterno.

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF