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domingo, 20 de novembro de 2016

Papa: Continua escancarada porta da misericórdia que é o Coração de Cristo

Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco presidiu, neste domingo (20/11), Solenidade de Cristo Rei, a missa de encerramento do Jubileu da Misericórdia com o fechamento da Porta Santa da Basílica de São Pedro.
“A solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo coroa o ano litúrgico e este Ano Santo da Misericórdia. O Evangelho apresenta a realeza de Jesus no auge de sua obra salvadora e o faz de maneira surpreendente. «O Messias de Deus, o Eleito, (…) o Rei» aparece sem poder nem glória: está na cruz, onde parece mais um vencido do que um vencedor. A sua realeza é paradoxal: o seu trono é a cruz; a sua coroa é de espinhos; não tem um cetro e não usa vestidos suntuosos, mas é privado da própria túnica; não tem anéis brilhantes nos dedos, mas as mãos transpassadas pelos pregos; não possui um tesouro, mas é vendido por trinta moedas.”
Amor humilde
“O Reino de Jesus não é deste mundo, mas Nele – como nos diz o Apóstolo Paulo na segunda leitura, encontramos a redenção e o perdão, pois a grandeza do seu reino não está na força segundo o mundo, mas no amor de Deus, um amor capaz de alcançar e restaurar todas as coisas. Por este amor, Cristo abaixou-se até nós, viveu a nossa miséria humana, provou a nossa condição mais ínfima: a injustiça, a traição, o abandono; experimentou a morte, o sepulcro, a morada dos mortos. Assim, se aventurou o nosso Rei até os confins do universo, para abraçar e salvar todo o vivente. Não nos condenou, nem sequer nos conquistou, nunca violou a nossa liberdade, mas abriu caminho com o amor humilde, que tudo desculpa, tudo espera, tudo suporta. Somente este amor venceu e continua vencendo os nossos grandes adversários: o pecado, a morte e o medo.”
“Seria demasiado pouco crer que Jesus é Rei do universo e centro da história, sem fazê-lo tornar-se Senhor de nossa vida”. E o Papa citou três personagens presentes no Evangelho deste domingo. 
Distância
O primeiro personagem, o povo, que “permanece longe, a ver o que sucedia. É o mesmo povo que, levado pelas próprias necessidades, se aglomerava em torno de Jesus e, agora, se mantém à distância. Diante das circunstâncias da vida ou de  nossas expectativas não realizadas, podemos também nós ser tentados a manter distância da realeza de Jesus, não aceitando completamente o escândalo do seu amor humilde, que interpela o nosso eu e o desassossega. Prefere-se ficar à janela, afastado, em vez de se aproximar e fazer-se próximo. Mas o povo santo, que tem Jesus como Rei, é chamado a seguir o seu caminho de amor concreto; a interrogar-se diariamente: «O que me pede o amor, para onde me impele? Que resposta dou a Jesus com a minha vida?»
Zombaria
O segundo grupo são vários personagens: os chefes do povo, os soldados e um dos malfeitores. Todos eles zombam de Jesus, dirigindo-Lhe a mesma provocação: «Que salve a si mesmo». É uma tentação pior que a do povo. Aqui tentam Jesus, como fez o diabo ao início do Evangelho para que renuncie a reinar à maneira de Deus e o faça segundo a lógica do mundo: desça da cruz e derrote os inimigos! Se é Deus, demonstre força e superioridade! Esta tentação é um ataque contra o amor: «Salve a si mesmo» (Lc 23, 37.39); não os outros, mas a si mesmo. Prevaleça o eu com a sua força, a sua glória, o seu sucesso. É a tentação mais terrível; a primeira e a última do Evangelho. Entretanto Jesus, diante desse ataque ao seu próprio modo de ser, não fala, não reage. Não se defende, não tenta convencer, não há uma apologética da sua realeza, mas continua a amar, perdoa, vive o momento da prova segundo a vontade do Pai, certo de que o amor dará fruto.”
“Para acolher a realeza de Jesus, somos chamados a lutar contra esta tentação, a fixar o olhar no Crucificado, para Lhe sermos fiéis cada vez mais. Mas, em vez disso, quantas vezes se procuraram – mesmo entre nós – as seguranças gratificantes oferecidas pelo mundo! Quantas vezes nos sentimos tentados a descer da cruz! A força de atração que tem o poder e o sucesso pareceu um caminho mais fácil e rápido para difundir o Evangelho, esquecendo depressa como atua o reino de Deus. Este Ano da Misericórdia convidou-nos a descobrir novamente o centro, a regressar ao essencial. Este tempo de misericórdia nos chama a contemplar o verdadeiro rosto do nosso Rei, aquele que brilha na Páscoa, e a descobrir novamente o rosto jovem e belo da Igreja, que brilha quando é acolhedora, livre, fiel, pobre de meios e rica no amor, missionária. A misericórdia, levando-nos ao coração do Evangelho, nos exorta também a renunciar a hábitos e costumes que podem obstaculizar o serviço ao reino de Deus, a encontrar a nossa orientação apenas na realeza perene e humilde de Jesus, e não na acomodação às realezas precárias e aos poderes mutáveis de cada época.”
Abertura
O outro personagem, mais perto de Jesus, é o malfeitor que o invoca dizendo: «Jesus, lembra-te de mim, quando estiveres no teu Reino». “Com a simples contemplação de Jesus, ele acreditou no seu Reino. E não se fechou em si mesmo, mas, com os seus erros, os seus pecados e os seus problemas, dirigiu-se a Jesus. Pediu para ser lembrado, e saboreou a misericórdia de Deus: «Hoje estarás comigo no Paraíso». Deus, quando lhe damos tal possibilidade, se lembra de nós. Está pronto a apagar completamente e para sempre o pecado, porque a sua memória não é como a nossa: não registra o mal feito, nem continua a ter em conta as ofensas sofridas. Deus não tem memória do pecado, mas de nós, de cada um de nós, seus filhos amados. E crê que é sempre possível recomeçar, levantar-se”, disse o Papa.
Cristo, porta da misericórdia
Francisco nos convidou a pedir “o dom desta memória aberta e viva”. “Peçamos a graça de não fechar nunca as portas da reconciliação e do perdão, mas saber ir além do mal e das divergências, abrindo todas as vias possíveis de esperança. Assim como Deus acredita em nós, infinitamente para além de nossos méritos, também nós somos chamados a infundir esperança e a dar uma oportunidade aos outros. Com efeito, embora se feche a Porta Santa, continua sempre escancarada para nós a verdadeira porta da misericórdia que é o Coração de Cristo. Do lado transpassado do Ressuscitado jorram até o fim dos tempos a misericórdia, a consolação e a esperança”, frisou o Pontífice.
“Muitos peregrinos atravessaram as Portas Santas e, longe do fragor dos noticiários, saborearam a grande bondade do Senhor. Agradeçamos ao Senhor por isso e recordemo-nos de que fomos investidos em misericórdia para nos revestir de sentimentos de misericórdia, para nos tornarmos instrumentos de misericórdia. Prossigamos, juntos, este nosso caminho. Acompanhe-nos Nossa Senhora! Ela também estava junto da cruz; lá nos deu à luz enquanto terna Mãe da Igreja, que a todos deseja abrigar sob o seu manto. Ao pé da cruz, Ela viu o bom ladrão receber o perdão e tomou o discípulo de Jesus como seu filho. É a Mãe de misericórdia, a quem nos confiamos: toda situação nossa, toda oração nossa, dirigida aos seus olhos misericordiosos, não ficará sem resposta.”
Segundo a Gendarmaria Vaticana, participaram da missa de encerramento do Jubileu da Misericórdia, presidida pelo Papa Francisco, cerca de 70 mil pessoas.
(MJ)
Radio Vaticano

Cardeal Sérgio após receber o barrete: alegria, gratidão e esperança

Cardeal Dom Sérgio da Rocha

Cidade do Vaticano (RV) - O Arcebispo de Brasília (DF), Dom Sérgio da Rocha, Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), foi criado cardeal no Consistório deste sábado. 
Silvonei José conversou com Dom Sérgio após receber a púrpura cardinalícia.
“Uma alegria imensa poder receber esta graça, com o sentimento também de gratidão diante desse gesto tão bonito do Papa Francisco, um gesto de bondade, confiança, mas também um gesto de amor pela Igreja no Brasil. Ao mesmo tempo, com a responsabilidade, porque o Papa está confiando um serviço esperando certamente que eu, o episcopado brasileiro, a Igreja no Brasil ofereça a sua contribuição para a Igreja presente aqui em Roma e no mundo inteiro. O momento ali da celebração do Consistório é muito significativo, a proximidade com o Santo Padre, a comunhão com ele, mas também a oração, a presença de tanta gente que aqui veio. Nós não organizamos caravanas a partir de Brasília, preferimos evitar mas as pessoas se organizaram. Há muitos brasileiros, em Roma, na Europa que estiveram aqui e eu senti o Brasil muito perto da gente”, disse o novo cardeal.
(MJ/SP)
Radio Vaticano

sábado, 19 de novembro de 2016

Dom Sergio da Rocha foi criado cardeal durante Consistório na manhã deste sábado


CNBB

Consistório: Papa exorta a "descer do monte e ser misericordiosos"

Consistório Ordinário Público para a Criação de 17 novos Cardeais - RV

Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco presidiu, na manhã deste sábado (19/11), na Basílica Vaticana, ao Consistório Ordinário Público para a Criação de 17 novos Cardeais, provenientes de diversos países, entre os quais o Brasil, na pessoa de Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília (DF).
Em sua homilia, o Santo Padre partiu da passagem evangélica, chamada “discurso da planície”: depois que Jesus escolheu os Doze apóstolos, pôs-se a caminho e desceu com eles para uma região plana, onde era aguardado por uma grande multidão, queria ouvir suas palavras e ser curada por Ele.
A vocação dos Apóstolos é associada a este “pôr-se a caminho” rumo à planície, para encontrar uma multidão “atormentada”. E o Papa explicou:
«A escolha, ao invés de mantê-los no alto da montanha, levou-os para o meio da multidão, em meio às suas tribulações, ao nível da sua vida. Assim, o Senhor revela, a eles e a nós, que o verdadeiro cume se alcança a partir da planície, que nos lembra que o cume se situa em um horizonte, que se torna um convite especial: ‘Sejam misericordiosos como o Pai é misericordioso’».
Trata-se de um convite, acrescentou Francisco, que é acompanhado de quatro imperativos ou quatro exortações – que o Senhor lhes dirige, para moldar a sua vocação no dia-a-dia. São quatro ações que darão forma, encarnarão e tornarão palpável o caminho do discípulo, como afirmou o Papa:
“Poderíamos dizer que são quatro etapas da mistagogia da misericórdia - iniciação nos mistérios de uma religião -: amar, fazer o bem, abençoar e rezar. Penso que, sobre estes aspetos, que parecem razoáveis, estamos todos de acordo. São quatro ações que facilmente realizamos com os nossos amigos, com as pessoas mais ou menos próximas na estima, nos gostos, nos costumes”.
O problema, diz o Pontífice, surge quando Jesus nos apresenta os destinatários destas ações: “Amem seus inimigos, façam o bem aos que lhes odeiam, abençoem os que lhes amaldiçoam, rezem pelos que lhes caluniam:
“Encontramo-nos diante de uma das caraterísticas mais específicas da mensagem de Jesus, onde se oculta a sua força e o seu segredo e da qual brota a fonte da nossa alegria, a força da nossa missão e o anúncio da Boa Nova. O inimigo é alguém que devo amar”.
O coração de Deus não tem inimigos; Deus tem apenas filhos. Nós erguemos muros, construímos barreiras e classificamos as pessoas. O amor de Deus é fiel, materno e paterno, incondicional, que exige conversão do coração, que tende a julgar, dividir, contrapor e condenar. E Francisco ponderou:
“A nossa época é caraterizada por problemáticas e interrogativos fortes em escala mundial. Vivemos em um tempo em que ressurgem, como uma epidemia nas sociedades, a polarização e a exclusão, como única forma  de se resolver os conflitos, ao invés, se torna uma ameaça e adquire a condição de inimigo”.
O inimigo, para muitos, explicou o Santo Padre, vem de terras distantes, tem outros costumes e cor da pele, língua ou condições sociais diferentes; porque pensa de outro modo ou professa outra fé. Aos poucos, essas diferenças se transformam em hostilidade, ameaça e violência. Quantas feridas por causa desta epidemia de inimizade e violência, desta patologia da indiferença! Quantas situações de precariedade, sofrimento e inimizade entre os povos, existem entre nós, em nossas comunidades, presbitérios e reuniões. E o Papa acrescentou:
“O vírus da polarização e da inimizade permeia em nosso modo de pensar, sentir e agir. Devemos estar atentos para que esta conduta não ocupe o nosso coração, porque vai contra a riqueza e a universalidade da Igreja, que se reflete no Colégio Cardinalício. Viemos de terras distantes, temos costumes, cor da pele, línguas e condições sociais diferentes; pensamos e celebramos a fé com vários ritos. Isso não nos torna inimigos, mas é uma das nossas maiores riquezas”.
O Santo Padre concluiu sua homilia, recordando que Jesus não cessa de “descer do monte” para nos inserir na história e anunciar o Evangelho da Misericórdia. Ele continua a enviar-nos à “planície” dos nossos povos e a dar-lhes a vida e a esperança, sinais de reconciliação.
Como Igreja, disse por fim Francisco aos Cardeais, somos convidados a abrir os nossos olhos para ver as feridas de tantos irmãos e irmãs privados e provados na sua dignidade. Sejam misericordiosos como o Pai!
Ao término da celebração do Consistório Ordinário Público, o Santo Padre e os novos Cardeais, a bordo de dois microônibus, foram visitar o Papa emérito, Bento XVI, no mosteiro Mater Ecclesiae, onde reside nos Jardins do Vaticano. (MT)
Radio Vaticano

Novos cardeais: universalidade da Igreja que testemunha Boa Nova da Misericórdia



Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco presidirá, neste sábado (19/11), na Basílica de São Pedro, o terceiro consistório de seu pontificado, para criação de 17 cardeais, dos quais 13 eleitores, com menos de 80 anos, reforçando o papel das periferias no Colégio Cardinalício.
Desde 2013, quando os cardeais eleitores da Europa representavam 56% do total, Francisco tem alargado as fronteiras de suas escolhas, com uma mudança mais visível no peso específico da África, Ásia e Oceania.
Os 13 novos cardeais são provenientes de 11 países, expressando a universalidade da Igreja que anuncia e testemunha a Boa Nova da Misericórdia de Deus em todos os cantos da terra. 
Entre os futuros purpurados está o Arcebispo de Brasília, Dom Sérgio da Rocha, que receberá o barrete cardinalício neste sábado. Será criado o mais jovem cardeal da Igreja, Dom Dieudonné Nzapalainga, Arcebispo de Bangui, República Centro-Africana, de 49 anos.
Aos membros do Colégio Cardinalício, Francisco decidiu unir também dois arcebispos e um bispo, eméritos, que se destacaram no serviço pastoral, e um presbítero. Todos os quatro têm mais de oitenta anos. São eles: Dom Anthony Soter Fernandez, Arcebispo Emérito de Kuala Lumpur, na Malásia, Dom Renato Corti, Arcebispo Emérito de Novara, na Itália; Dom Sebastian Koto Khoarai, Bispo Emérito de Mohale’s Hoek, Lesotho, e o padre Ernest Simoni – que fez o Papa chorar ao abraçá-lo, na Albânia, evocando a perseguição do regime comunista – como reconhecimento pelo seu “claro testemunho cristão”.
No próximo domingo (20/11), Solenidade de Cristo Rei, encerramento do Ano Santo da Misericórdia, o Papa irá concelebrar a missa com os novos cardeais, com o Colégio Cardinalício, arcebispos, bispos e presbíteros, na Basílica Vaticana.
A Rádio Vaticano transmitirá esses dois eventos ao vivo, com comentários em português. No sábado, 19, o Consistório a partir das 7h55, horário de Brasília. E no domingo, dia 20, a missa de encerramento do Jubileu da Misericórdia a partir das 6h55, horário de Brasília.
Radio Vaticano

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Dom Sérgio: com este cardinalato, Papa expressa seu amor pelo Brasil

Cidade do Vaticano (RV) – “Este gesto do Papa é acima de tudo um modo de ele expressar o seu amor pela Igreja no Brasil”: palavras do recém-criado Cardeal Dom Sérgio da Rocha, Arcebispo de Brasília e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.
Em entrevista à Rádio Vaticano, Dom Sérgio falou com que sentimento recebe o cardinalato das mãos do Papa Francisco:
Dom Sérgio:- “Primeiramente, com agradecimento muito grande a Deus e ao Papa Francisco, mas ao mesmo tempo com muita esperança, porque nós sabemos que Deus sempre dá a graça para que possamos cumprir bem a nossa missão. Por isso mesmo, a minha esperança é de contar não só com a graça de Deus, mas também com a amizade, com o apoio, sobretudo com a oração de tanta gente que me tem acompanhado nesses anos como bispo e que, com certeza, rezam pelos novos cardeais. Não só por mim, mas pelos novos cardeais. E é um momento bonito de comunhão na vida da Igreja, já que não se trata de um simples encontro de cardeais, mas é o próprio Papa quem está presidindo este momento, quem está criando os novos cardeais para serem seus colaboradores. Então espero também que Deus me dê a graça de poder colaborar com o Papa, embora a minha colaboração seja modesta, mas de coração, fazer aquilo que está a meu alcance para colaborar com ele. Quanto a essa forma de colaboração, aos poucos é que vai sendo estabelecida, uma vez que os cardeais costumam ser nomeados como membros de algumas das congregações da Cúria Romana.”
RV:- Dom Sérgio, o que significa ser cardeal?
Dom Sérgio:- “Significa acima de tudo ser um servidor da Igreja, como o próprio Papa tem insistido. Não se pode entender o cardinalato como uma espécie de honraria ou de privilégio – claro que é uma graça, que é um dom de Deus através da Igreja –, mas é um serviço a ser prestado de maneira humilde, generosa, na comunhão com o Papa. Creio que nós temos a oportunidade de crescer ainda mais na unidade com o Santo Padre, de ajudar a própria Igreja no Brasil, que está sempre unida ao Papa. Entendo que este seu gesto é acima de tudo um modo de ele valorizar, de expressar o seu amor pela Igreja no Brasil. Eu já disse a ele que o Brasil, o episcopado brasileiro, o povo brasileiro se sente amado por este gesto dele de nomear um cardeal brasileiro.
Radio Vaticano

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Audiência: suportar com paciência as fraquezas do próximo

Cidade do Vaticano (RV) – Quarta-feira é dia de Audiência Geral no Vaticano. Na Praça S. Pedro, cerca de 25 mil fiéis e peregrinos ouviram o Papa Francisco falar de uma obra de misericórdia que todos conhecem, mas que dificilmente se coloca em prática: suportar com paciência as fraquezas do próximo.
“Com grande facilidade, sabemos reconhecer a presença de pessoas que podem nos incomodar. Logo pensamos: por quanto tempo deverei ouvir as lamentações, as fofocas, os pedidos ou os triunfos desta pessoa?”, questionou o Papa, recordando que na maioria das vezes são pessoas próximas a nós, como parentes e colegas de trabalho.
Na Bíblia, Deus nos ensina a ser pacientes e misericordiosos, como Ele mesmo o foi com o povo hebreu que se lamentava contra Ele durante o Êxodo, ou como Jesus que, aos Apóstolos tentados pelo poder e pela inveja, procurava, com muita paciência, fazer-lhes enxergar aquilo que era o essencial na sua missão.
Exame de consciência                                                                                   É fácil falar dos defeitos dos outros, disse o Papa, mas nós fazemos um exame de consciência para ver se somos nós que importunamos?                               Neste sentido, são importantes também outras duas obras de misericórdia: ensinar os ignorantes e corrigir os que erram. “Penso por exemplo nos catequistas – entre os quais as muitas mães e religiosas – que dedicam tempo para ensinar às crianças os elementos basilares da fé. Quanto esforço, sobretudo quando os jovens preferiram brincar ao invés de ouvir o catecismo!” Acompanhar na busca do essencial é belo e importante, disse o Papa, porque nos faz compartilhar a alegria de saborear o sentido da vida. Diante de pessoas que buscam satisfações imediatas e efêmeras, é muito importante saber dar conselho, admoestar e ensinar.
Evitar as tentações da inveja, ambição e adulação                               Para Francisco, ensinar a descobrir o que o Senhor quer de nós e como podemos corresponder significa colocar-se no caminho para crescer na própria vocação e evitar de cair na inveja, na ambição e na adulação – tentações sempre à espreita inclusive entre os cristãos.                                         Todavia – advertiu o Pontífice –, aconselhar, admoestar e ensinar não nos devem fazer sentir superiores aos outros, mas nos obriga a olhar para nós mesmos para verificar se somos coerentes com aquilo que pedimos aos outros.   “Não nos esqueçamos das palavras de Jesus, concluiu o Papa: ‘Por que olha para o cisco no olho do irmão, ignorando a trave que está no seu? Que o Espírito Santo nos ajude a ser pacientes em suportar e humildes e simples ao aconselhar.”
Infância e Adolescência                                                                       Depois de sua catequese, o Pontífice recordou que no próximo domingo, 20 de novembro, celebra-se o Dia Mundial dos direitos da infância e da adolescência “Faço um apelo à consciência de todos, instituições e famílias, para que as crianças sejam sempre protegidas e o seu bem-estar, tutelado, para que jamais caiam em formas de escravidão, recrutamento em grupos armados e maus-tratos. Faço votos de que a comunidade internacional possa proteger suas vidas, garantindo a cada menino e menina o direito à escola e à educação, para que seu crescimento seja sereno e olhem com confiança para o futuro.” 
Radio Vaticano

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Arquidiocese de Aparecida tem novo Arcebispo: Dom Orlando Brandes

APARECIDA, 16 Nov. 16 / 11:00 am (ACI).- O Papa Francisco aceitou nesta quarta-feira o pedido de renúncia apresentado pelo Cardeal Raymundo Damasceno Assis e nomeou como novo Arcebispo de Aparecida (SP) Dom Orlando Brandes, até então à frente da Arquidiocese de Londrina (PR). O Pontífice também nomeou Monsenhor Welington de Queiroz Vieira como Bispo da Prelazia de Cristalândia (TO).

Dom Raymundo havia apresentado o seu pedido de renúncia em fevereiro de 2012, quando completou 75 anos, conforme prevê o Código de Direito Canônico. Ele esteve à frente da Arquidiocese de Aparecida por 12 anos e ficará como Administrador Apostólico até a posse do novo arcebispo, em 21 de janeiro de 2017.
Dom Orlando Brandes assume a Arquidiocese de Aparecida no ano do tricentenário do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida no Rio Paraíba do Sul.
Nascido em Urubici, na diocese de Lages (SC), em 13 de abril de 1946, foi ordenado sacerdote em 1974. Estudou Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana e especializou-se em Teologia Moral na Academia Alfonsiana.
Em 1994, foi nomeado por São João Paulo II Bispo de Joinville (SC) e escolheu como lema “Somos operários de Deus” (1Cor 3,9). O Papa Bento XVI o nomeou Arcebispo de Londrina em 2006.
Dom Orlando também foi Presidente da Comissão para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Delegado para a V Conferência do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM) em Aparecida, em 2007.
AciDigital

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Na Bélgica, estudantes ainda optam pelas aulas de religião

Bruxelas (RV) - Inserida no currículo desde 1° de outubro passado, a nova disciplina "Educação à filosofia e à cidadania" não registou na Bélgica um elevado número de participantes entre as crianças das escolas primárias. A nova matéria substitui, para quem o desejar, a segunda hora de ensinamento religioso, prevista por uma lei de 1958 que disciplina a matéria.

A partir deste ano escolar - refere o site protestante riforma.it - os pais podem portanto escolher se os próprios filhos devem frequentar a clássica segunda hora de religião, ou melhor, de história das religiões, ou se a substituirão pelo novo ensino proposto pelo Ministério da Educação.
Muitas associações laicas do país haviam feito uma maciça campanha de sensibilização voltada a promover o curso de filosofia à cidadania. As comunidades religiosas alarmaram-se, levando-as a escrever uma carta pública na qual protestantes, católicos, ortodoxos, judeus e muçulmanos exortam os pais a não negligenciar o ensinamento das religiões, fundamental para compreender no que acredita o próprio vizinho de casa, o companheiro da escola, e por meio do diálogo e da compreensão, superar os muros do ódio que caracterizam os nossos tempos. O apelo deu resultado, tanto que somente 8% dos estudantes belgas pediram para tomar parte nas novas lições.
Segundo Dom Guy Harpigny, Bispo de Tournai e responsável pelos cursos de religião católica, a hora de religião ajuda "a desenvolver de maneira essencial perguntas de sentido, a partir das diversas tradições religiosas; contribui a desconstruir os discursos radicais; acompanha os estudantes a abrirem-se à dimensão espiritual da existência e a trabalharem ativamente para o encontro do outro".
Entre os que assinaram o acordo estão, entre outros, Dom Jozef De Kesel, Arcebispo de Mechelen-Bruxelles e Presidente da Conferência Episcopal, o Metropolita Atenagoras da Igreja Ortodoxa na Bélgica, Philippe Markiewicz, Presidente do Consistório Central Israelita da Bélgica, Salah Echallaoui dos muçulmanos da Bélgica, o Pastor Stephan Fuite, Presidente da Igreja Protestante unida da Bélgica, e Geert Lorein, Presidente do Sínodo Federal das Igrejas Protestantes e evangélicas belgas.
(JE/Osservatore Romano)
Radio Vaticano

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Quem tem fixação por dinheiro não deve entrar no seminário, pede o Papa

07 Nov. 16 / 12:00 pm (ACI).- O seminário não é o lugar para aqueles que estão muito apegados ao dinheiro e às coisas materiais, advertiu o Papa Francisco no dia 5 de novembro.
Durante a audiência concedida na Sala Paulo VI, em Roma, aos participantes do III Encontro Mundial dos Movimentos Populares, o Santo Padre indicou que “à qualquer pessoa que sejam muito apegada às coisas materiais ou ao espelho, a quem ama o dinheiro, os banquetes exuberantes, as casas suntuosas, as roupas refinadas, o carro de luxo, aconselharia de entender o que está acontecendo em seu coração e de rezar a Deus para libertá-lo destes apegos”.
Parafraseando o ex-presidente do Uruguai, José Mujica, presente na Sala, disse que “aquele que está afeiçoado a todas estas coisas, por favor, que não entre na política, que não entre em uma organização social ou em um movimento popular, porque causaria muito dano a si mesmo e ao próximo e mancharia a nobre causa que assumiu”.
“Tampouco que entre no seminário”, acrescentou o Pontífice, que com suas palavras levou a um sonoro aplauso dos participantes.
Francisco denunciou a extensão da corrupção: “Existe corrupção na política, existe corrupção nas empresas, existe corrupção nos meios de comunicação, existe corrupção nas Igrejas e existe corrupção também nas organizações sociais e nos movimentos populares”.
“É justo dizer que existe uma corrupção radicada em alguns âmbitos da vidaeconômica, em particular na atividade financeira, e que é menos notícia do que a corrupção diretamente ligada ao âmbito político e social. É justo dizer que muitas vezes se utilizam os casos de corrupção com más intenções. Mas é também justo esclarecer que aqueles que escolheram uma vida de serviço, têm uma obrigação ulterior que se soma à honestidade com que qualquer pessoa deve agir na vida”.
Para essas pessoas, advertiu o Papa, “a medida é muito alta: é necessário viver a vocação de servir com um forte sentido de austeridade e a humildade. Isto vale para os políticos, mas vale também para os dirigentes sociais e para nós pastores".
AciDigital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF