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sábado, 3 de dezembro de 2022

Acolher os sinais do Natal

Os símbolos do Natal | Portal Kairós

ACOLHER OS SINAIS DO NATAL

Dom Leomar Antônio Brustolin
Arcebispo de Santa Maria (RS)

 

 Dentre os muitos sinais e símbolos do Natal, nada pode evocar melhor a festa de 25 de dezembro do que o presépio. Cada um de seus símbolos são carregados de sentido e trazem uma forte mensagem para todo ser humano. Se observarmos a manjedoura, por exemplo, perceberemos a grandeza do Deus que se faz pobre para nos enriquecer. Em Belém, havia casas escavadas na rocha, onde havia bebedouros de pedra e manjedouras esculpidas no rochedo.  

 Quando Jesus nasceu, a cidade estava lotada, restava apenas o curral dos animais com a manjedoura. Ela é símbolo de acolhida. As pessoas não acolhem Jesus, mas os animais cedem seu coxo como leito para o Menino-Deus. A natureza dá lugar para um recém-nascido. O Menino colocado na manjedoura se parece com todos os outros recém-nascidos, mas a condição do seu nascimento escandaliza até mesmo os pastores. Eles tinham ao menos uma tenda própria para viver.  

 O Menino de Belém nasceu entre os animais. No rosto de muita gente, hoje, se encontra a mesma situação de pobreza de Belém. Há muitos outros sofredores ao nosso redor que não têm o calor do lar e que carecem de um presépio que os acolha. Celebrar o Natal sem recordar esses irmãos e irmãs é festejar, apaticamente, uma data e perder o sentido da própria festa que é para todos. O nascimento no presépio não quer trazer agonia e desespero, mas alegria, mansidão e esperança. Quem sabe festejar essa criança sabe, também, discernir os valores entre o ter e o ser. O problema não é ter, mas colocar os bens materiais e pessoais acima da vida.   

 As primeiras testemunhas do nascimento de Jesus eram pastores desprezados pela sociedade da época. Esse fato revela que o Menino de Belém traz consolo e esperança para os desprezados da Terra. É uma imagem que evoca, ainda, o nascimento do Divino Pastor, que guiará seu povo com justiça e cuidará do rebanho como um Pai. Os pastores guardam o rebanho e protegem as ovelhas, estão familiarizados com o escuro, a noite e o misterioso. São sensíveis aos sinais que aparecem no meio da noite. É por isso que acolheram a mensagem angélica de paz aos homens de boa vontade. Suas mãos calejadas se unem em oração, e, diante do presépio, suas faces rudes se suavizam e se iluminam. 

  Com os pastores de Belém, é preciso aprender a ser pobre ao estilo do Evangelho: “Felizes os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5,1). Trata-se de ser livres em relação aos próprios bens e ser capaz de os partilhar sem olhar para trás. É preciso ser capaz de levar o pouco que temos para oferecer a Deus como os pastores que visitaram o Presépio ricos de sua pobreza. 

 Em Belém, Deus esteve com os pobres em primeiro lugar, isto é, preferiu que os primeiros ao saberem dessa boa notícia fossem os pastores.  Pobres são aqueles que não têm pão, trabalho, teto, afeto e saúde. No fundo, pobres somos todos. Necessitamos sempre de algo a ser partilhado. Comecemos partilhando o dom de Deus que vem a nós em Jesus. Ninguém é tão pobre que nada tenha a ofertar, e ninguém é tão rico que não precise de algo que os outros podem dar.  Todo Natal é um apelo para sermos solidários ao longo de todo ano. Deus sempre vem ao nosso encontro, cabe a cada um de nós acolher o Divino Hóspede que muitas vezes nos interpela no rosto do pobre.

A coiniciadora do Caminho Neocatecumenal, Carmen Hernández, rumo aos altares

Carmen Hernández, co-iniciadora do Caminho Neocatecumenal /
Arquimadrid
Por Nicolás de Cárdenas | ACI Prensa

MADRI, 02 Dez. 22 / 03:13 pm (ACI).- O processo de beatificação e canonização da co-iniciadora do Caminho Neocatecumenal, Carmen Hernández, será aberto oficialmente no próximo domingo (4), o segundo do tempo do Advento. O arcebispo de Madri, cardeal Carlos Osoro, vai conduzir o evento que acontecerá na Universidade Francisco de Vitória.

O evento terá a participação da equipe internacional desta realidade eclesial formada por Kiko Argüello, Ascensión Romero e padre Mario Pezzi e do postulador diocesano da causa, Carlos Metola.

No ato farão juramento ​​os membros do tribunal: o delegado episcopal para as Causas dos Santos, padre Alberto Fernández; o promotor de justiça, padre Martín Rodajo; e as notárias adjuntas Ana Gabriela Martínez, RC e Mercedes Alvaredo.

O pedido formal para a abertura da causa de beatificação foi entregue ao cardeal Osoro na missa de cinco anos da morte da serva de Deus Carmen Hernández em julho de 2021.

Este documento oficial inclui escritos, documentos e testemunhos que sustentam que a co-iniciadora do Caminho Neocatecumenal viveu as virtudes cristãs em grau heroico.

Na ocasião, o cardeal disse que Hernández foi “uma incansável catequista e trabalhadora do anúncio de Cristo” que em sua vida quis ser “uma portadora de Jesus Cristo”.

Kiko Argüello, seu companheiro iniciador desta realidade eclesial, disse por meio de uma carta que “era uma mulher profunda, autêntica e livre na relação com todos. Ela amava Cristo e a Igreja; e ao papa, acima de tudo”.

“Por amor à Igreja e aos irmãos, permaneceu junto a mim por 50 anos; levando adiante esta Iniciação Cristã que é o Caminho Neocatecumenal”, disse Argüello.

“Eu achava que me seguiam”, reconheceu Argüello, “mas vejo que milhares de irmãos estão no Caminho graças a Carmen e pelo amor que Carmen tinha a Cristo”.

Após a cerimônia solene, haverá a estreia de dois poemas sinfônicos de Kiko Argüello: Filhas de Jerusalém e Aquedah. Esta última expressão refere-se ao sacrifício de Isaac narrado no capítulo 22 do Gênesis.

Tanto o ato solene como a estreia destas obras podem ser acompanhados através do canal Youtube da arquidiocese de Madri.

Fonte: https://acidigital.com/

Papa exorta a transformar a indiferença em proximidade e a exclusão em pertença

O encontro de Papa Francisco no Vaticano no Dia Internacional das Pessoas 
com Deficiência | Vatican News

Criar e apoiar comunidades inclusivas para eliminar toda discriminação e satisfazer concretamente a exigência de cada pessoa a sentir-se reconhecida. Cada vez que a comunidade cristã transforma a indiferença em proximidade e a exclusão em pertença, cumpre a sua missão profética, disse o Papa Francisco ao encontrar no Vaticano um grupo de pessoas com deficiência.

Manoel Tavares - Cidade do Vaticano

O Santo Padre recebeu na manhã deste sábado, no Vaticano, um grupo de pessoas com deficiência física e visual por ocasião do “Dia Internacional das Pessoas com Deficiência”, celebrado neste dia 3 de dezembro.

Em seu discurso, Francisco agradeceu a todos, mas de modo particular às Igrejas comprometidas em manter viva a atenção em relação às pessoas com deficiência, mediante uma ação pastoral ativa e inclusiva:

Promover o reconhecimento da dignidade de cada pessoa é uma responsabilidade constante da Igreja. A sua missão é continuar, no tempo, a proximidade de Jesus a todo homem e mulher, sobretudo os mais frágeis e vulneráveis.

Acolher as pessoas com deficiência e responder às suas necessidades, disse o Papa, é um dever das comunidades civis e eclesiais, porque uma pessoa, apesar de ter sua mente ou suas capacidades sensoriais e intelectuais comprometidas, é plenamente humana, com direitos sagrados e inalienáveis, próprios de todo ser humano.

Em sua vida terrena, recordou Francisco, Jesus olhava nos olhos as pessoas que encontrava, com um olhar de ternura e misericórdia, sobretudo os que eram excluídos da atenção dos poderosos e até mesmo das autoridades religiosas de seu tempo. Por isso, cada vez que a comunidade cristã transforma a indiferença em proximidade e a exclusão em pertença – e esta é uma verdadeira conversão -, cumpre a sua missão profética:

De fato, não basta defender os direitos das pessoas, mas é preciso agir para responder às suas necessidades existenciais, nas suas várias dimensões, corporal, psíquica, social e espiritual. Cada homem e cada mulher, seja qual for a condição em que se encontrem, são portadores não só de direitos que devem ser reconhecidos e garantidos, mas também de instâncias ainda mais profundas, como a necessidade de pertencer, de relacionar-se e de cultivar a vida espiritual a ponto de experimentar e bendizer ao Senhor por este dom maravilhoso e irrepetível.

Criar e apoiar comunidades inclusivas significa eliminar todo tipo de discriminação, explicou Francisco: “Não existe inclusão, de fato, se falta a experiência da fraternidade e da comunhão recíproca; não existe inclusão caso se limitar apenas a um slogan, uma fórmula a ser usada em discursos politicamente corretos, uma bandeira da qual apropriar-se. Não, não há inclusão se falta uma conversão nas práticas da convivência e das relações”:

É preciso garantir às pessoas com deficiência o acesso aos prédios e aos locais de encontros, tornar acessíveis as línguas e superar barreiras físicas e preconceitos. Mas isto não é o suficiente. É preciso promover uma espiritualidade de comunhão, para que todos se sintam parte de um corpo, com sua personalidade irrepetível. Só assim cada um, com os seus limites e talentos, se sentirá encorajado a fazer a sua parte para o bem de todo o corpo eclesial e para o bem de toda a sociedade.

O Santo Padre concluiu seu discurso ao grupo de pessoas com deficiência, fazendo votos de que “todas as comunidades cristãs possam ser lugar de "pertença" e "inclusão" em sua ação pastoral ordinária. Somente assim poderão ser críveis ao proclamar que o Senhor ama todos, salva a todos e convida todos à mesa da vida, sem nenhuma exceção ou exclusão.

Ao se despedir dos presentes, Francisco fez uma referência à guerra, exortando as pessoas com deficiência a dar testemunho e ser sinais concretos de paz e esperança para um mundo mais humano e fraterno.

São Francisco Xavier

S. Francisco Xavier | ucdb
03 de dezembro
São Francisco Xavier

São Francisco Xavier nasceu nas terras de sua própria família denominada Xavier, Reino de Navarra, na península Ibérica, no dia 7 de Abril de 1506. Foi o filho caçula da família. Seu pai se chamava Juan de Jasso e era um aristocrático conselheiro do Rei de Navarra, João III. Sua mãe se chamava Maria de Azpilicueta y Xavier, era de família nobre também de Navarra.

Em 1512, o reino de navarra foi atacado por tropas castelhanas e aragonesas. Sua família lutou resistindo à invasão, mas perderam a luta em 1515. Francisco tinha quase nove anos. Seus irmãos foram presos e condenados a morrer depois de passarem um tempo na masmorra. Depois, porém, conseguiram ser libertados.

Formação de São Francisco Xavier

Neste período, aos 9 anos de idade, seu pai veio a falecer. Sua mãe envia-o, aos catorze anos, ao Colégio de Santa Bárbara, na cidade de Paris. Francisco se preparou para entrar na universidade, e terminou os estudos preliminares de literatura, humanidades e filosofia. Aprendeu a falar em francês, italiano e alemão. Passou a lecionar filosofia no Colégio de Beauvais. Conta-se que ele foi o campeão numa competição de salto em altura entre estudantes.

Cofundador da Ordem dos Jesuítas

Francisco dividia o quarto com um francês chamado Le Fèvre e um espanhol chamado Inácio de Loyola, futuro santo e fundador da ordem dos jesuítas. Eles criam um grupo com o nome de Societas Jesus (Sociedade de Jesus). Com mais quatro jovens, eles fundam a Companhia de Jesus, atualmente conhecida como Jesuítas, é a maior ordem religiosa do mundo. Eles fizeram voto de pobreza e foram reconhecidos pelo Papa em 1541. Francisco de Xavier foi ordenado sacerdote em Veneza, em 24 de junho de 1537.

O missionário São Francisco Xavier

Em setembro de 1543, São Francisco Xavier parte para a sua primeira missão. Foi para um lugar chamado Costa de Pescaria, que ficava no litoral sul da Índia. Nesse local o povo vivia da pesca. Porém, os hindus se tornavam inimigos daquele povo porque não aceitavam a pescaria que matava os peixes. Porém, os pescadores locais se identificaram de pronto com o cristianismo, pois esta religião aceitava sua profissão de pescadores. Eles se identificaram com os primeiros apóstolos de Jesus, que eram pescadores, e com um dos símbolos da nova religião, o peixe. O trabalho de Francisco de Xavier converteu o povo da Costa de Pescaria e provocou mudanças nas ilhas da Indonésia Oriental. Por isso, ele passou a ser chamado de o Apóstolo das Índias.

São Francisco Xavier vai ao Japão

Francisco chegou como missionário ao Japão em julho de 1549. O navio em que viajava, porém, aportou em Kagoshima, na ilha de kiushu, somente em agosto. Ele foi muito bem recebido e se hospedou na casa de Angiró até outubro do ano seguinte.

Depois, foi para Quioto, mas só foi autorizado a pregar em 1551. Como não falava a língua japonesa, teve que se contentar em ler o catecismo, que era traduzido pelo amigo Angiró. São Francisco Xavier, porém, foi perseverante e paciente. Alguns anos mais tarde, sua missão no Japão começou a dar frutos.

Ele conseguiu firmar congregações religiosas nas cidades de Bungo, Hirado e Yamaguchi. Xavier trabalhou lá durante mais dois anos. No seu ardor missionário, aprendeu a língua japonesa, na qual escreveu um livro que falava da criação do mundo e sobre a vida de Jesus Cristo. Depois ele foi substituído por outros padres jesuítas, os quais supervisionou durante um tempo. Então, regressou à Índia para fazer ainda inúmeros trabalhos de evangelização.

Morte

No dia 3 de dezembro de 1552, Francisco Xavier faleceu deitado numa esteira, com o crucifixo que o amigo Inácio de Loyola tinha lhe dado. Seu sepultamento foi em Sanchoão, mas seus restos mortais, que continuavam incorruptos, foram levados temporariamente à Igreja de São Paulo, em Malaca, em 1553. Em seguida, seus restos mortais são levados para a Basílica do Bom Jesus de Goa. Ele pode ser visto, ainda hoje, numa caixa de vidro e prata. As peregrinações ao local começaram em dezembro de 1637.

Um osso do braço direito de São Francisco Xavier está na igreja de São José, em Macau, na China, mantido em um relicário. A partir de sua morte, muitas igrejas foram construídas em sua homenagem.

Milagres de São Francisco Xavier

São Francisco Xavier tinha o dom de prever o futuro, ver fatos que aconteciam em outro lugar e acalmar tempestades. Na arte, sua imagem é associada a um caranguejo e um crucifixo, símbolo relacionado com um grande milagre. Aconteceu quando São Francisco navegava na região das ilhas Molucas, as quais ele evangelizou e onde viveu muitos anos. Durante um forte temporal, os marinheiros gritavam pela ajuda de Deus. Com calma, o santo mergulhou seu crucifixo de madeira no mar agitado. Na mesma hora o as águas se acalmaram e o crucifixo sumiu no mar. Ao desembarcarem na praia, os marinheiros, assombrados, viram um caranguejo sair da água com o crucifixo. Xavier o recolheu e o animal voltou para o mar. São Francisco Xavier nunca disse uma palavra sobre o acontecido.

Devoção a São Francisco Xavier

Francisco de Xavier foi beatificado em 25 de outubro de 1619, pelo Papa Paulo V, e, junto com Inácio de Loyola, foi canonizado em 1622, pelo Papa Gregório XV. Ele é considerado o protetor dos missionários. A Igreja celebra seu dia em 3 de dezembro.

Oração a São Francisco Xavier

Amabilíssimo e amantíssimo Santo, em união convosco adoro reverentemente a Divina Majestade e pelo muito que me regozijo dos especialíssimos dons da graça com que vos favoreceu durante a vossa vida mortal e pela glória que gozais agora, eu rendo-lhe afetuosíssimas graças e peço-lhe do fundo de minha alma e por vossa poderosa intercessão me conceda a graça importantíssima de viver e morrer santamente. E vos suplico também... (aqui o pedido especial) e se o que peço não convier à glória de Deus e ao proveito de minha alma, quero alcançar aquilo que a uma e outra seja mais conforme.

Amém!

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Os precursores

Profeta Elias | JW

OS PRECURSORES

 Dom Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de Passo Fundo (RS)

Todo acontecimento precisa de precursores. E quanto maior o acontecimento mais amplamente precisa ser anunciado e preparado para desperta o ânimo, chamar atenção para que o acontecimento seja desejado e não passe despercebido. Como exemplo temos a Copa do Mundo. A decisão de fazer a Copa do Mundo no Catar em 2022 foi tomada há muitos anos. Desde aquele dia vários anúncios foram feitos, múltiplas decisões foram tomadas e inúmeros encaminhamentos foram feitos. A realização da Copa do Mundo é como um coroamento de toda preparação.  

O Natal foi preparado por grandes precursores, entre eles se destaca o profeta Isaías. Como também o começo da vida pública de Jesus teve como precursor João Batista. No tempo presente, para que se perceba a presença de Jesus Cristo no mundo e seja acolhido tem-se necessidade de anunciadores sempre com o objetivo de preparar o ânimo, chamar atenção e desencadear medidas permitindo a acolhida do Salvador. 

O profeta Isaías 11,1-10 anuncia e apresenta os traços fundamentais do Messias que haveria de vir. Parte de simples imagens do mundo vegetal e animal para caracterizar o anunciado. “Nascerá uma haste do tronco de Jessé e, a partir da raiz, surgirá o rebento de uma flor”. A origem do Messias se dá de onde não se espera, assim como os brotos e as flores de espécies de árvores que cortadas não brotam mais. Sobre o Messias “repousará o espírito do Senhor: espírito de sabedoria e discernimento, espírito de conselho e fortaleza, espírito de ciência e temor de Deus”. O Messias terá todos os dons que envolvem a existência humana com os quais poderá realizar grandes obras. Promoverá a renovação e a construção de um mundo onde “não julgará pelas aparências”, “nem por ouvir dizer”, mas “trará justiça para os humildes e uma ordem justa para os homens pacíficos”. Do mundo animal, cita animais que são hostis entre si que viverão de forma harmônica, para exemplificar a paz messiânica. Aquilo que parece impossível, mesmo na natureza, é possível para Messias.  

João Batista surge com a missão de preparar e aplainar o caminho diante do Messias. Chama os ouvintes a tomarem medidas para perceberam a presença de Jesus Cristo entre eles, além de arrependerem-se dos pecados e corrigirem as mazelas da sociedade. Com palavras diretas e duras alerta para a urgência de produzirem frutos bons como prova de conversão.  

Recordar o passado não é suficiente e nem é a finalidade do Advento. A memória coloca-nos dentro da história da salvação e aponta para onde precisamos caminhar. Enquanto prossegue o caminho do Advento nos preparamos para celebrar o Natal de 2022. A voz de Isaías e de João Batista continua a ecoar como um convite urgente a abrir o coração e a acolher Jesus Cristo que vem entre nós para manifestar o amor e o juízo divino. O evangelista João 5,22 escreveu: “Com efeito, o Pai não julga ninguém, mas deu todo poder de julgar ao Filho”. Comenta Bento XVI, “E é hoje, no presente, que se decide o nosso destino futuro; é com o comportamento concreto que temos nesta vida que decidimos o nosso destino eterno. No findar dos nossos dias na Terra, no momento da morte, seremos avaliados com base na nossa semelhança ou não com o Menino que está para nascer na pobre gruta de Belém, porque é Ele o critério de medida que Deus deu à humanidade”.

A bebê que ia morrer, mas fez um médico mudar de opinião sobre o aborto

SURAKIT SAWANGCHIT | Shutterstock
Por Mar Dorrio

O impactante testemunho dos pais que, durante a gravidez, ficaram sabendo que a filhinha que eles tanto esperavam não tinha grandes chances de sobreviver. Eles contam o que aconteceu com a pequena Elisa e a mudança que ela provocou em um dos médicos.

Elisa era o terceiro bebê que Patricia e Antón estavam esperando, em uma casa onde duas irmãs mais velhas estavam prontas para recebê-la com beijos.

Entretanto, na terceira ecografia, todos os sonhos da família foram um pouco abreviados, porque os médicos lhes disseram que algo não estava certo. Eles viram algo anormal na translucência nucal, algo associado à doença cardíaca ou a uma variação cromossômica. E, após alguns testes, deram o diagnóstico: síndrome de Edwards ou trissomia do 18. Trata-se de uma condição não compatível com a vida.

Mas era absolutamente claro para os pais de Elisa que sua filhinha morreria sozinha quando os portões do céu estivessem prontos para recebê-la.

Entretanto, eles não conseguiram entender porque deixaram esta decisão para o céu e não para a terra, “economizando” tempo, sofrimento e um resultado inevitável. Mas Elisa, com sua curta vida, veio para nos ensinar a confiar no céu e em suas maneiras de fazer as coisas.

Ogros e fadas madrinhas

Os ogros e as fadas madrinhas desta história usavam casacos brancos. O primeiro disse ao casal que, se a bebê nascesse ali, não faria parte de seus protocolos, então eles não fariam nada por ela.

Parece inacreditável que, hoje, uma mãe tenha que ouvir estas palavras. Mas aconteceu.

Graças a Deus, que faz mágica com linhas tortas, Elisa desenvolveu uma condição cardíaca muito complexa: a tetralogia de Fallot.

O cardiologista explicou-lhes que havia muito poucas chances de ela sobreviver. Mas ele também lhes disse que já tinha outros casos como este que em que os pacientes conseguiram superar a doença. Assim, graças ao cardiologista, eles chegaram ao Hospital da Maternidade e da Criança em La Coruña, onde estavam as fadas madrinhas da história de Elisa.

As palavras daquele médico

Lá, com muito medo após a experiência anterior, a mãe se encontrou com o chefe dos recém-nascidos. Uma luz de esperança se acendeu. “Foi incrível, desde o primeiro minuto! Ele me deixou claro que minha filha não era um coração, ela não era uma trissomia, ela era Elisa, um bebê, e que eles iriam lhe dar o melhor durante o tempo que ela estivesse conosco”, disse Patricia.

Ela prossegue: “Estas palavras foram realmente uma carícia para a alma, em comparação com as ameaças dos ogros ferozes que nos disseram que não iriam fazer nada por ela. Os ogros não me diziam nada sobre o que viam nas ecografias, não me mostravam a tela e, como era um caso raro, enchiam o consultório de residentes”.

Mas vamos voltar às fadas nesta história…

Cuidados paliativos: um tratamento personalizado

“Na segunda reunião, esteve presente a pediatra de cuidados paliativos. Há poucas destas fadas madrinhas. Quando entrou na sala, ela estava totalmente informada sobre nossa família: sabia os nomes das irmãs da bebê, sabia onde vivíamos, nossa situação, tratamento absolutamente personalizado. Ela nos explicou, da maneira mais carinhosa que pôde, as opções que tínhamos: ‘Há possibilidades de não chegarmos até o parto. Se conseguirmos, ela provavelmente não sobreviverá, e se conseguir, ela sobreviverá por alguns minutos'”, disse Patrícia.

Elisa venceu todas as probabilidades. Ela nasceu em 20 de março. Foi o primeiro bebê com trissomia do cromossomo 18 a nascer neste século neste hospital, uma instituição de referência na Espanha. As pessoas ficaram surpresas quando a viram: ela era muito pequena, mas muito, muito bonita.

A consulta de alta foi muito importante, como narra a mãe:

“Mais do que nos dar conselhos sobre como cuidar de Elisa em casa, falamos sobre como ela iria morrer. Eles me explicaram como ia ser. O médico me disse: ‘Sua filha vai morrer da doença cardíaca, não da trissomia. A morte vai ser muito doce, não se preocupe. Mas cabe a você escolher como deseja que sejam esses momentos finais. Se você quiser chamar a ambulância e levá-la ao hospital quando ela começar a ficar doente, os médicos não poderão fazer nada, porque não há nada que eles possam fazer. Mas eles terão que ativar um protocolo e a separarão de você, de modo que você não poderá acompanhar sua filha em seus últimos momentos. Por outro lado, se você vir que ela está morrendo e quiser acompanhá-la e ficar com ela até o final, é melhor não ativar todos esses protocolos”. Por mais difícil que pareça, para mim foi o melhor conselho que me foi dado. Fui capaz de fazer uma escolha consciente. Caso contrário, não sei o que eu teria feito.”

No sábado, 22 de junho, percebi que as coisas estavam começando a dar errado. Quando a enfermeira do atendimento a cuidados paliativos em domicílio me chamou e me perguntou se estava tudo bem, eu sabia que não estava, mas eu disse que sim, porque sabia que queria acompanhá-la até o fim, que queria ser aquela que, de um braço para o outro, a passava para sua Mãe do Céu”.

E assim Elisa morreu, como o pequeno fósforo: devagar, suavemente, gentilmente.

O médico que os atendeu admitiu que, até conhecer Elisa, sempre recomendou a interrupção da gravidez em tais casos. A pequena Elisa ensinou ao médico – agora chefe dos cuidados neonatais no Hospital Infantil de La Coruña – que sempre há outro caminho.

Durante o pouco tempo que viveu, Elisa recebeu muito carinho da família.
Patricia Criscuolo
Fonte: https://pt.aleteia.org/

Hoje é celebrada santa Bibiana, padroeira dos que sofrem de epilepsia e dores fortes

Santa Bibiana | ACI Digital
02 de dezembro

REDAÇÃO CENTRAL, 02 Dez. 22 / 09:20 am (ACI).- A Igreja Católica celebra hoje (2) santa Bibiana, virgem e mártir romana do tempo do imperador romano Juliano II, o Apóstata (século IV). Santa Bibiana é a padroeira dos epilépticos e intercessora contra a dor física, principalmente aquelas relacionadas à cabeça, e é invocada quando alguém sofre convulsões.

Um sério revés

Os cristãos chamavam Juliano de 'apóstata' porque quando subiu ao poder rompeu com o regime estabelecido por seu predecessor, Constantino, que oficializara o cristianismo com o Edito de Milão, e por ter renegado publicamente o cristianismo, declarando-se pagão.

O sucessor de Constantino tentou restabelecer os antigos cultos do império e iniciou uma nova perseguição.

Bibiana

Pouco se sabe sobre a vida de santa Bibiana, mas seu nome está registrado no Liber Pontificalis ou Livro dos Pontífices, onde consta que o papa são Simplício (século V) ordenou a construção de uma basílica dedicada a ela em Roma, onde suas relíquias repousam até hoje.

Santa Bibiana nasceu por volta do ano 347 no ambiente sereno de uma família cristã. Seus pais eram Flaviano, prefeito de Roma, e Dafrosa, uma mulher pertencente à nobreza romana. Bibiana tinha uma irmã chamada Demétria.

Provada na dor

Com a ascensão de Juliano II ao poder em 361, Flaviano, pai de Bibiana e fervoroso cristão, foi deposto de seu cargo e Aproniano, um pagão muito próximo do novo imperador, foi nomeado em seu lugar.

O prefeito, forçado a retirar-se da vida pública, dedicou-se então a cuidar dos necessitados e perseguidos, além de garantir que os cristãos sacrificados no martírio pudessem sempre ter um enterro digno, de acordo com o mandato da caridade cristã.

Assim que Aproniano soube dessa tarefa assumida por seu antecessor, mandou matá-lo.

Após a morte de Flaviano, Dafrosa e suas duas filhas se desfizeram de seus bens e foram viver na clandestinidade. As três ficaram escondidas, dedicadas à oração constante e vivendo com modéstia. Os tempos eram ruins e tinham que estar preparadas para enfrentar o que viesse.

"Eis que a voz do sangue do teu irmão clama por mim desde a terra" (Gn 4,10)

Apesar do esforço para permanecerem escondidas, as mulheres foram encontradas e obrigadas a renunciar à fé em Cristo. Como se recusaram a fazê-lo, Aproniano executou Dafrosa primeiro, que foi decapitada em 6 de janeiro de 362.

Depois, o prefeito fez uma nova tentativa de forçar Bibiana e Demétria à apostasia. Ele as trancou em uma cela sem nenhuma comida. Demétria morreu de fome antes que pudesse ser submetida a outra provação.

Bibiana foi levada à presença de Aproniano que, para enfraquecer sua vontade, mandou-a para um prostíbulo para ser prostituída. O plano fracassou, pois nenhum homem conseguiu tocá-la. Aproniano ordenou, então, que Bibiana fosse atada a uma coluna e flagelada até a morte.  

Coroada por Cristo

Cheia de chagas por todo o corpo, Bibiana entregou sua alma a Deus no altar do martírio, por amor à fé. Embora os soldados tenham jogado seu corpo aos cães, um grupo de cristãos o resgatou e o sepultou junto aos túmulos de seus pais e de sua irmã, bem perto da casa onde ela havia morado.

Pouco tempo depois, quando terminou a perseguição, os cristãos fizeram do lugar um local de culto, onde iam rezar. Décadas depois, o papa Simplício ordenou a construção in situ da atual basílica dedicada à santa, que fica no Monte Esquilino.

Fonte: http://www.acidigital.com/

quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Da Grécia Antiga: 3 peneiras para crianças (e adultos) não serem fofoqueiros

sanjagrujic | Shutterstock
Por Cerith Gardiner

O conselho de Sócrates tem mais de 2.000 anos, mas continua valendo até hoje.

As fofocas existem desde tempos imemoriais. A única diferença em relação a hoje em dia é que agora existem mais maneiras ainda de espalhá-las. E, como sabemos, espalhar fofocas não é só insensível e desnecessário: pode ser altamente danoso.

Isto é especialmente verdadeiro para os adolescentes, que, ao serem vítimas de fofocas e bullying, podem cair na depressão e até mesmo no extremo do suicídio.

Para ajudar a cortar o mal pela raiz, precisamos encorajar os nossos filhos a não serem fofoqueiros de modo algum. É claro que isto pode e deve ser feito mediante o bom exemplo, mas também podemos recorrer aos conselhos de Sócrates, o filósofo grego nascido quase 500 anos antes de Cristo.

Redes sociais em todo o mundo têm compartilhado um relato em que Sócrates estabelece um sistema de três peneiras para determinar se vale ou não a pena divulgar determinadas notícias.

A conversa de Sócrates com seu interlocutor teria sido assim:

– Antes de contar qualquer coisa sobre os outros, é bom parar para filtrar o que se quer com isso. Eu o chamo de teste das três peneiras. A primeira peneira é a VERDADE. Você já verificou se o que vai me dizer é verdadeiro?

– Não, acabei de ouvir.

– Muito bem! Portanto, não sabe se é verdade. Continuemos com a segunda peneira, a da BONDADE. O que você quer me dizer sobre o meu amigo é bom?

– Ah, não, pelo contrário!

– Então você quer me contar coisas ruins sobre ele, mas nem sequer tem certeza de que são verdadeiras? Talvez ainda possa passar pelo teste da terceira peneira, a da UTILIDADE. Será que vai ser útil que eu saiba o que você vai me dizer sobre este amigo?

– Não, com certeza não vai.

– Então, o que você ia me dizer não é verdade, não é bom e não é útil. Por que razão, então, você queria me contar isso?

Não temos como saber se a conversa sobre as três peneiras foi literalmente essa, mas é um guia simples e muito útil para as crianças – e para os adultos – avaliarem as próprias palavras.

Aliás, o Papa Francisco também já fez inúmeras recomendações para todos nós não sermos fofoqueiros:

“As fofocas são uma coisa ruim. No começo pode até parecer agradável e divertido, mas no final enche os nossos corações de amargura e nos envenena”.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Atitudes no tempo do advento para a pessoa cristã: vigiar e orar

Advento, cujo significado refere-se a suplica por uma ajuda ao 
Senhor Jesus Cristo, para viver o seu amor | Vatican News 

"Os Padres da Igreja elaboraram reflexões sobre o tempo do Advento, de modo que é fundamental aprofundar-se em alguns pontos de suas doutrinas em vista da realidade atual. Eles seguiram as palavras do Senhor sobre a necessidade de vigiar e de orar, para que assim o nascimento do Senhor encontrasse os seus discípulos com ações que glorificassem a Deus e também preparassem as suas comunidades, ao encontro definitivo com Ele."

Por Dom Vital Corbellini, Bispo de Marabá (PA)

O tempo do advento aponta para o santo Natal, o nascimento de Jesus Cristo na realidade humana. É um tempo especial, espécie de vento novo, que traz a novidade da vida sobre a morte, da alegria sobre a tristeza, pois o Senhor Jesus quer nascer nos corações das pessoas e do mundo. Advento é uma palavra latina: adventus-us, cujo significado é chegar, vinda, período de paz, preparação ao natal[1]. Seguidora do Senhor, a Igreja ouve a palavra de Cristo em referência ao vigiar e orar (cfr. Mt 26,41) para que este tempo seja cheio de graça, de paz e de amor para a chegada do Senhor nos corações humanos, na vida familiar, comunitária e social.

Os padres da Igreja elaboraram reflexões sobre o tempo do advento, de modo que é fundamental aprofundar-se em alguns pontos de suas doutrinas em vista da realidade atual. Eles seguiram as palavras do Senhor sobre a necessidade de vigiar e de orar, para que assim o nascimento do Senhor encontrasse os seus discípulos com ações que glorificassem a Deus e também preparassem as suas comunidades, ao encontro definitivo com Ele.

A espera pela vinda de Cristo

Santo Efrém, padre da Igreja, século IV, da Síria, afirmou que os justos e os profetas esperaram a vinda de Cristo, porque eles acreditavam que Ele revelar-se-ia nos seus dias, assim também no atual momento cada fiel deseja recebê-lo, cada um no seu próprio tempo, do momento que ele não manifestou o dia da sua vinda. Ele fez isso, porque as pessoas não se detivessem somente ao fato e à hora, sendo ele poderoso nos tempos e nos momentos. Ele deu importância aos seus sinais, às suas palavras de vigiar e de orar para que assim todas as gerações e todos os tempos acreditassem que a sua vinda viria no seu tempo tendo uma espera frutuosa de obras boas para a sua chegada[2].

A revelação dada aos seres humanos

A Carta a Diogneto, escrito do séculos II, afirmou que nenhuma pessoa viu, nem conheceu a Deus, mas ele próprio se revelou aos seres humanos (Jo 1,18). Deus e Criador do universo, que fez todas as coisas e as estabeleceu em ordem mostrou-se amigo de todas as pessoas, paciente e amoroso, porque somente ele é bom. Quando por meio do Filho amado revelou e manifestou o que tinha estabelecido desde o princípio, concedeu às pessoas participar dos seus benefícios e compreender coisas que nunca se teriam jamais esperado, o seu amor para com a humanidade[3].

A importância do óleo nas virgens previdentes pela vinda do noivo, Jesus

O personagem Pseudo Macário, padre do deserto, final do século IV, falou da importância de levar consigo o óleo como as virgens previdentes fizeram em vista da demora da chegada do noivo, do Senhor Jesus, para não cair no erro das imprevidentes que não levaram o óleo consigo de modo que não puderam entrar na sala de festa do noivo, no Reino de Deus (Mt 25,1-13). As virgens previdentes acolheram nas vasilhas o óleo, a graça do Espírito Santo, as obras de caridade, e assim entraram com o esposo na sala nupcial, no céu, enquanto as outras, fechadas na sua natureza, não vigiaram e nem se preocuparam de fazer obras de caridade, de colocar óleo nas vasilhas, vivendo uma vida desligada da doação, do amor. Elas foram excluídas da sala nupcial do Reino, porque elas não foram agradáveis ao esposo celeste, o Senhor e nem se preocuparam do óleo, numa vida desligada do amor aos outros e a Deus. Mas aquelas que se dedicaram ao Senhor, à Igreja foram agradáveis ao esposo espiritual, do Espírito do Senhor com o óleo de exultação[4].

A importância da vigilância

Hesíquio Presbítero, século V, afirmava que a vigilância é uma atitude do coração, estranha a todo o pensamento, mas que invoca Cristo Jesus, Filho de Deus. A vigilância é o concentração de uma forma contínua do pensamento e assunção de uma atitude de estar à porta do coração, um modo de viver, como o advento, cujo significado refere-se a súplica por uma ajuda ao Senhor Jesus Cristo, para viver o seu amor. A oração precisa da vigilância como a chama tem a necessidade da lâmpada para dar a luz[5].

As lamparinas acesas: obras de caridade

São Cipriano, bispo de Cartago, do século III, afirmou a necessidade na pessoa de ter as lamparinas acesas com práticas de obras de caridade assim como no tempo dos apóstolos, pois as pessoas vendiam os seus bens, ofereciam aos apóstolos os lucros da venda dos seus bens para que tudo fosse distribuído aos pobres (cfr. At 2,42-44).

As pessoas são chamadas a vigiar no sentido do cumprimento dos preceitos do Senhor, para estar sempre prontos de modo que quando Ele vier e bater ao coração, logo a porta será aberta. Bem-aventuradas as pessoas que o Senhor à sua chegada, encontrará vigilantes (cfr. Lc 12,35-37). O fato é que o Senhor encontre os seus discípulos com as luzes acesas quando chegar no dia da partida. A luz da pessoa brilhe sobre suas boas obras e ilumine o caminho para a luz do eterno esplendor. A Igreja espera com zelo e vigilância a vinda improvisada do Senhor, através dos mandamentos e preceitos do Senhor, para que assim o fiel não seja pego de surpresa pelo sono enganador do demônio, mas ele reine como servo vigilante do Cristo Senhor, triunfante[6].

A vida presente é uma viagem

São João Crisóstomo, bispo de Constantinopla, séculos IV e V, afirmou que os fiéis que seguem o Senhor são caminhantes e peregrinos, porque a vida presente é uma viagem. É impossível dizer que a pessoa tenha esta ou aquela cidadania, pois nesta vida não há nenhuma cidadania, mas a pessoa a terá somente nos céus. O fato é que a realidade presente é um caminho. Muitos vão acumulando dinheiro, outros guardam ouro e jóias, sabendo que a vida do fiel é uma pousada de modo que a pessoa não se apegue demais nela, porque tudo passa e a vida do fiel leve-a na cidade do alto[7].

A atitude da pessoa cristã

São Basílio, bispo de Cesaréia, do século IV tinha presente o agir do cristão que consiste na fé através do amor (cfr. Gl 5,6). Este Padre da Igreja levantou perguntas, o que seria próprio do amor, senão aquele de guardar os mandamentos de Deus com o fim de dar glória ao Senhor. O que é o amor ao próximo? É a não busca das coisas próprias, mas aquelas daquele que se ama (cfr. 1 Cor 13,5) em benefício da alma e do corpo. O cristão é chamado a amar os outros, assim como Cristo os amou (cfr. Ef 5,2). É ver sempre o Senhor diante do próximo (cfr. Sl 15, 16,8). É próprio do cristão, vigiar todo o dia e toda hora (cfr. Mt 25,13) e de estar pronto a cumprir perfeitamente aquilo que é agradável a Deus (cfr. Mc 13,34), sabendo também que na hora, em que a pessoa não pensar, o Senhor virá[8]

O tempo do advento visa obras de caridade

São Gregório Magno, papa de 590 a 604, afirmou que o tempo do advento impulsiona as pessoas a fazer obras boas de caridade. O que será a pastagem das ovelhas se não a alegria interior de um paraíso verdejante? Será a passagem dos eleitos e das eleitas à presença da face de Deus, no qual o coração se nutre do alimento da verdadeira vida. O Papa convidou os fiéis para que buscassem estas pastagens, onde os participantes se alegrarão com a reunião festiva de tantos eleitos e eleitas. Esta alegria de quem participará à festa seja para todos um convite. O Papa tinha presentes à necessidade de acender o fogo na alma das pessoas para que fosse reavivada a fé nas coisas que sempre se acreditou, o desejo humano seja inflamado pelas realidades celestes. É preciso amar a Deus e às pessoas em tal modo que o desejo humano é a unidade com a pátria celeste[9].

O advento é um tempo de preparação ao santo natal em vista do nascimento do Senhor Nosso Jesus Cristo na realidade humana. Ele alude à primeira vinda do Salvador, mas também a segunda vinda para as nossas vidas, de modo que é preciso viver o amor a Deus, ao próximo como a si mesmo. A alusão é dada também à vida eterna, preparada neste mundo por obras de caridade, de modo que é preciso vigiar e orar.

[1] Cfr. Avvento. In: Il vocabolario treccani, Il Conciso. Milano, Trento, 1998, pg. 157.

[2] Cfr. Efrem Siro. Commento sul Diatessaron, 18,17. In: Ogni giorno con i Padri della Chiesa, a cura di Giovanna della Croce, presentazione di Enzo Bianchi. Milano, Paoline, 1996, pg. 380.

[3] Cfr. A Carta a Diogneto, 8, 5-11. In: Padres Apologistas. São Paulo, Paulus, 1995, pgs. 25-26

[4] Cfr. Pseudo-Macario, Omelie 4,5-6. In: Nuove Letture dei giorni, testi dei padri d´oriente e d´occidente per tutti i tempi liturgiciScelta a cura dei fratelli e delle sorelle della Comunità di Bose. Magnano (BI), Edizioni QIQAJON, Comunità di Bose, 2012, pgs. 17-18.

[5] Cfr. Esichio Presbitero, A Teodulo 5-6, 14-18, 102, In: Idem, pgs. 18-19.

[6] Cfr. Cipriano di Cartago, L´Unità della Chiesa, 26-27. In: Idem, pgs. 13-14. Ver também: Cipriano de Cartago. Unidade da Igreja, 26-27. SP, Paulus, 2016, pgs. 154-155.

[7] Cfr. Giovanni Crisotomo, Omelia su Eutropio2,5-6. In: Idem, pgs. 14-15.

[8] Cfr. Basilio di Cesarea, Regole morali80,22. In: Idem, pgs. 15-16.

[9] Cfr. Gregorio Magno, Omelie sui vangeli I, 14,5-6. In: Idem, pgs. 20-21.

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF