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terça-feira, 29 de dezembro de 2020

China condena jornalista a 4 anos de cadeia por informar sobre covid em Wuhan

© Nicolas Raymond / CC
por Francisco Vêneto

A jornalista Zhang Zhan, de 37 anos, tinha denunciado violação a direitos humanos durante início da doença em Wuhan.

China condena jornalista a 4 anos de cadeia por informar sobre covid em Wuhan: a repórter condenada é a ex-advogada Zhang Zhan, que é de Xangai e tem 37 anos. Em fevereiro de 2020, ela viajou até Wuhan para fazer reportagens sobre a covid-19 e sobre a situação nos hospitais daquela cidade, que, na época, era o epicentro da epidemia que viria a se tornar pandemia.

Nesta segunda-feira, 28 de dezembro, a justiça do regime comunista chinês condenou Zhang Zhan a nada menos que 4 anos de prisão porque ela divulgou nas redes sociais a situação hospitalar dramática de Wuhan.

De fato, a metrópole chinesa de mais de 11 milhões de habitantes registrou quase 4 mil mortes decorrentes de covid-19, num total de pouco mais de 4.600 óbitos contabilizados no país inteiro entre janeiro e maio, segundo os dados oficiais de Pequim.

China condena jornalista a 4 anos de cadeia

Durante o julgamento de Zhang Zhan em Xangai, jornalistas e diplomatas estrangeiros que se dirigiram ao tribunal foram impedidos de entrar na sala de audiências. Simpatizantes da ré foram afastados pela polícia do regime.

Segundo a agência de notícias France Presse, um dos advogados da jornalista, Ren Quanniu, se disse muito preocupado com o estado psicológico da cliente, que “parecia muito abatida quando a sentença foi anunciada”.

O secretismo do regime comunista chinês no tocante à pandemia chamou atenções mundiais desde o início. Médicos que mencionaram o surgimento de um “vírus misterioso” chegaram a ser interrogados pela polícia e acusados de “propagar boatos”.

A própria Zhang Zhan foi presa em maio sob a acusação de “provocar distúrbios” e divulgar “informações falsas”. Ela havia denunciado “graves violações dos direitos humanos” no confinamento imposto pelo regime a Wuhan e região.

Em junho, a jornalista fez greve de fome como protesto pela prisão, mas, segundo denúncias de seus advogados, acabou sendo alimentada à força por uma sonda.

Pelo menos outros três jornalistas chineses, Chen Qiushi, Fang Bin e Li Zehua, também foram presos por terem noticiado sobre o que acontecia em Wuhan.

É frequente que o regime comunista chinês condene opositores durante as festas de fim de ano, porque as atenções do resto do mundo estão mais dispersas.

Aleteia

Bispos do Paraguai convocam “Ano da Eucaristia” para 2021

Guadium Press

Assunção – Paraguai (28/12/2020, 12:05, Gaudium Press) Através de uma Carta Pastoral publicada no último 23 de dezembro os Bispos do Paraguai anunciaram ao povo fiel a instituição do Ano da Eucaristia:

“A passagem evangélica de Emaús (Lc 24,13-35) acompanha o caminho de nossa Igreja em um novo triênio que iniciamos com o Ano da Palavra e continuamos com o Ano da Eucaristia ”, diz Carta Pastoral dos Bispos Paraguaios.

Os santos encontraram na Eucaristia o alimento para o caminho da perfeição: também queremos ser santos de hoje.
Guadium Press

“Eles o reconheceram partindo o pão”, será o lema do Ano da Eucaristia

O Ano da Eucaristia instituído para 2021 terá como lema: “Eles o reconheceram partindo o pão” que será meditado no seguimento da mesma experiência do lema anterior: “Nossos corações queimaram quando ele nos explicou as Escrituras”.

Os Bispos Paraguaios definem em sua Carta Pastoral que  “O caminho de Emaús é um ícone da celebração eucarística, na qual o Ressuscitado se torna companheiro do nosso caminhar, explica-nos as Escrituras e renova a partir do pão”

Os Prelados afirmam: “Queremos viver este ano com fé e entrar no conhecimento, na celebração, na adoração e na experiência da presença viva e real do Senhor, que nos dá o sacramento da Eucaristia ”.

Existem condições na situação atual para celebrar um ano com o tema da Eucaristia?

Os Bispos justificam a instituição do Ano da Eucaristia nas atuais circunstâncias:
“Podemos até pensar que não existiriam as melhores condições para celebrar um ano com um tema tão central, mas não é assim:

A celebração eucarística acompanha cada momento da nossa vida, o bom e o mau, e dá-nos a graça de mergulhar no mistério de Cristo e da Igreja”.

Os santos encontraram na Eucaristia o alimento para o caminho da perfeição: também queremos ser santos de hoje.
Guadium Press

O grande mistério da Eucaristia que não deve ser esquecido: a Santa Missa é o centro da Vida cristã

Os Prelados paraguaios afirmam em sua Carta convocatória para o Ano da Eucaristia que “Celebrar, adorar e contemplar o grande mistério da Eucaristia é o compromisso que não deve ser esquecido, fazendo da Santa Missa o centro da Vida cristã, que cada comunidade celebra decorosamente, buscando a beleza da festa em seu sentido, em suas formas simples, em sua rica tradição. A participação harmoniosa de todos faz brilhar o mistério e realça o sentido sagrado de todos os momentos da Eucaristia”.

Um Congresso Eucarístico Nacional, apesar da pandemia

Apesar das medidas sanitárias decorrentes da pandemia do coronavírus, os Bispos propõem a celebração de um Congresso Eucarístico Nacional, em Caacupé, no dia 24 de outubro de 2021, que deverá ser precedido da realização de congressos diocesanos.

“Fome e sede” da presença de Deus, de viver a vida cristã, de santidade

Em sua Carta Pastoral os Prelados mencionam também a “fome e sede” da presença de Cristo:

Em muitas devoções eucarísticas como as adorações e as procissões “deixamo-nos tocar pela presença de Cristo entre nós, perante quem permanecemos em atitude de silenciosa confiança e também nos sentimos enviados à assim acompanha nossos irmãos e irmãs ”.

Por fim, os Bispos afirmam: “Há fome e sede de uma vida cristã mais significativa, e isso não tem outro nome senão santidade.

Pedimos ao Senhor que avive a santidade da sua Igreja. Os santos encontraram na Eucaristia o alimento para o caminho da perfeição. Também queremos ser santos de hoje ”. (JSG)

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O VERBO HABITOU ENTRE NÓS!

Bzi

No mar da vida e da história, o acontecimento salvífico da natividade de Nosso Senhor Jesus Cristo resplandece como uma Luz, uma Estrela de esperança. No horizonte da história, o Menino Jesus, que nasceu na humilde estrebaria de Belém, desponta de uma forma única e admirável. Ele é o Emanuel, o Deus conosco, o Verbo que habitou entre nós (Jo 1,14), transformando a nossa existência. Ele é o Deus humanado que percorre a nossa história, iluminando as nossas decisões e ajudando-nos a trilhar, com humildade, caridade e fé, o único Caminho, a plena Verdade e a fecunda Vida.

Quando aderimos à luz que emana deste Menino que nasceu para nós (Is 9,5), mergulhamos na história da salvação e compreendemos a essência da mensagem cristã. Por isso, a cada novo Natal, na presentificação deste acontecimento histórico, nós somos chamados a reconhecer que graça imensa foi concedida a todos nós, os seres humanos, pois no meio deste peregrinar, no horizonte da fé dos nossos tempos, no testemunho de autenticidade das gerações cristãs que nos precederam se acendeu, por meio da presença de Deus em meio a humanidade, um sinal grandioso de renovada paz e santidade.

Quando, com zelo e piedade, nós fazemos memória desta Noite feliz, por meio da Liturgia, somos convidados a celebrar, com entusiasmo, o grande acontecimento do nascimento de nosso Redentor em Belém. Sem deixar de ser Deus, Ele assumiu as nossas fraquezas, para nos demonstrar como vive, pensa e age um filho de Deus. Ele nasceu no seio de uma família pobre materialmente, mas rica de alegria e de justiça. Ele chegou ao mundo no maior abandono e, por isso, nem mesmo uma simples e digna casa foi encontrada para poder facilitar as condições básicas de Seu nascimento.  Naquele dia feliz de seu parto, no meio dos animais, no centro de um curral, Ele chorou pela primeira vez e, logo após, Ele abriu com dificuldades os Seus pequenos e misericordiosos olhos que iniciaram a observação de um mundo que precisava ser redimido e renovado.

Nos primeiros instantes após o Seu nascimento, Ele foi acolhido e reconhecido como nosso Salvador pela Virgem Santa Maria, por São José, pelos Reis Magos e pelos pastores que receberam do Anjo o celeste anúncio do Seu nascimento. Pouco tempo depois, mesmo sendo uma frágil criança, Ele começou a abalar o poder e o predomínio de muitas pessoas que viviam unicamente para alimentar suas vaidades e expandir os seus egoísmos. Pelo mau uso da liberdade, Herodes deu início a uma série de perseguições a Ele e aos Seus seguidores. Mas, mesmo enfrentando séculos de perseguições, o Verbo que habitou entre nós continua brilhando no céu da existência humana, irradiando um Belo Horizonte, pois, como cantamos: “O grande dom que Deus nos deu: Cristo, o Seu Filho. A humanidade renovada, é n’Ele salvada. É vero Deus, é vero Deus!”

Estupefatos pela contemplação de um mistério insondável, os coros dos mensageiros celestes proclamaram: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens que Ele ama!” (Lc 2, 14). Aos humildes pastores, na noite de Belém, foi revelado: Nasceu-vos um Salvador!” (Lc 2, 11). Essa divina revelação, esse feliz anúncio tem que ser recebido por nossa alma e acolhido em nossos corações, pois Cristo é o centro da nossa história. Ele vem a cada um de nós e nos propõe uma vida plena, uma vida transformada. Quando permanecemos junto a Ele, vivenciando a Boa Nova da Salvação que Ele nos legou, nós percebemos quanta generosidade é feita silenciosamente pelos cristãos que vivem no dia a dia a fé, a pertença a Deus, a dedicação à família e a santificação do trabalho.

Diante do Presépio de Belém, hoje, no Terceiro Milênio da era cristã, nós temos que saber fazer silêncio, para que possamos adentrar o dinamismo da caridade do Altíssimo que conduz a história. Por sermos membros do povo eleito de Deus, cabe a nós a transmissão do feliz anúncio da encarnação do Verbo. Por tudo isso, rezemos para que a humanidade saiba reconhecer no Filho da Virgem Santa Maria o nosso amado Redentor, que traz o dom da paz. Rezemos para que os nossos coetâneos saibam reconhecer que é em Cristo, somente em Cristo – o Menino que nasceu para nós – é proporcionada a cada um de nós a possibilidade de sermos novas criaturas, filhos no Filho, construtores da justiça, arautos da Boa Nova, servos da esperança.

Que a Virgem Santa Maria, a Mãe do nosso Redentor, e São José, seu castíssimo esposo, nos ensinem a permanecer em Belém com o coração em chamas pela contemplação do Amor de Deus que jamais desiste de nós. Um feliz e abençoado Natal a todos!

Aloísio Parreiras

(Escritor e membro do Movimento de Emaús)

Arquidiocese de Brasília

Conheça a senadora que pode decidir a votação da legalização do aborto na Argentina

Senadora Laura Rodriguez Machado / Crédito: Humileta -
Wikimedia Commons (CC BY-SA 4.0)

Buenos Aires, 29 dez. 20 / 09:00 am (ACI).- A senadora argentina, Laura Rodríguez Machado, tem recebido centenas de mensagens nas redes sociais para exortá-la a defender a vida do nascituro, já que seu voto, ainda indeciso, pode ser decisivo na aprovação ou rejeição do projeto de legalização do aborto que será debatido nesta terça-feira, 29 de dezembro.

Segundo a imprensa local, a votação dos senadores será muito apertada e equilibrada, e até o momento não há maioria necessária de 37 para aprovar ou rejeitar a lei. O número total de senadores é 72.

Em 2018, Rodríguez Machado votou a favor do aborto após propor modificações no projeto de lei da época. No entanto, ela pertence à Proposta Republicana (PRO), partido de centro-direita do ex-presidente Mauricio Macri, uma das principais forças políticas contrárias ao “kirchnerismo”, o que poderia determinar seu voto contra.

O kirchnerismo, de esquerda, está no poder atualmente com o presidente Alberto Fernández, promotor do projeto de legalização do aborto e que recebeu meia sanção, no dia 11 de dezembro, na Câmara dos Deputados.

No dia 24 de dezembro, a senadora Rodríguez escreveu uma saudação de Natal no Twitter, acompanhada de uma foto do jantar que estava preparando para receber a véspera de Natal: “Natal. Paz. Desejo-lhes o melhor. Feliz Natal”, disse.

Diante desse comentário, centenas de pessoas responderam à sua publicação para pedir-lhe que vote contra o projeto do aborto e também para lembrá-la de que o Natal celebra o nascimento de um filho nascituro, Jesus, e não a eliminação de vidas inocentes no ventre da mãe.

O pediatra e secretário de Saúde e Bem-Estar da Família do Município de San Miguel, Pablo de la Torre, disse-lhe: “Feliz Natal! Que aquela criança que nasceu em um estábulo, pobre e sem lar e que mudou a humanidade para sempre, renasça no seu coração e lhe dê a sabedoria para compreender que não podemos descartar ninguém”.

Outro usuário também lhe desejou um Feliz Natal e escreveu: “Que o Menino Jesus que ainda não nasceu, e que foi inesperado, lhe abençoe especialmente nesta noite e possa lhe ajudar a refletir sobre o seu voto de 29/12. Seu voto pode fazer a diferença para que todos os bebês possam nascer livremente no ventre materno".

“Feliz Natal, senadora! Que o Menino que nasceu, por quem celebramos o Natal, a ilumine para salvar a vida de milhares de crianças que ainda não nasceram, que serão eliminadas se a lei do aborto for aprovada. Não há Natal sem Jesus!”, comentou CitizenGO Argentina.

A usuária Fernanda Peso escreveu: “Laura, felicidades! Hoje celebramos um nascimento. Eu imploro que você vote pela vida. Será aplaudida. Somos mais. Somos a maioria. Não se deixe seduzir por um grupo. Nós confiamos em você. Que o Deus menino a ilumine”.

A discussão do projeto de lei do aborto começou na segunda-feira, 14 de dezembro, nas Comissões da Bancada da Mulher, de Justiça e Assuntos Criminais e de Saúde da Câmara Alta (Senado).

Os legisladores da Câmara Alta ouviram 56 conferencistas de diferentes especialidades a favor e contra o projeto durante três dias. Em seguida, o texto foi assinado digitalmente pelos membros das respectivas comissões.

Uma pesquisa realizada por Unidade Pró-vida, plataforma que reúne mais de cem organizações pela vida e pela família, indicou que dos 72 senadores, 35 são a favor das duas vidas, 33 votariam no aborto e haveria 3 senadores indecisos. Há um com licença.

Se houver empate na votação, a definição do projeto fica nas mãos da presidente do Senado e vice-presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, que em 2018 votou a favor da descriminalização do aborto.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

S. TOMÁS BECKET, BISPO DE CANTUÁRIA, MÁRTIR

S. Tomás Becket  (© Biblioteca Apostolica Vaticana)

“Aceito a morte, em nome de Jesus e pela Igreja”. Tomás Becket pronunciou estas palavras pouco antes de morrer. Assim, cumpria-se uma parábola extraordinária do seu testemunho cristão. Aquele homem poderoso, acostumado a comandar, morreu como mártir e servo de Cristo, por não renegar à sua fé e por manter a liberdade da Igreja Católica.

Estadista

Tomás nasceu em Londres, em 1118, em uma família de origem da Normandia. Desde a juventude, foi encaminhado à carreira eclesiástica. Formou-se na Abadia de Merton e, a seguir, estudou na França e frequentou a universidade de Bolonha, distinguindo-se sempre pelas suas qualidades intelectuais.

Em 1154, foi arquidiácono na diocese de Cantuária; no ano seguinte, o novo Rei da Inglaterra, Henrique II, o nomeou Chanceler do seu reino. Tomás era o homem de maior confiança do monarca; vivia uma vida de bem-estar e não renunciava às insígnias e privilégios do poder. Não obstante, o nosso Santo nunca deixou de ser generoso com os pobres e demonstrou sua liberdade interior mesmo diante do soberano, do qual não só era conselheiro, mas também pessoa de confiança.

Ao serviço da Igreja

A reviravolta na vida de Tomás Becket deu-se em 1161, quando aceitou de se tornar Arcebispo de Cantuária. Tal nomeação foi fortemente recomendada por Henrique II, que jamais teria imaginado de encontrar um convicto adversário naquele que, uma vez, era seu colaborador mais íntimo. Desde então, Tomás passou a servir a um Senhor, bem maior que aquele soberano terreno. O contraste entre ambos ocorreu quando o rei quis limitar a liberdade e a independência da Igreja Católica na Inglaterra, por meio das chamadas Constituições de Clarendon. Tomás foi solicitado a sigilar aquela Carta, que delimitava as prerrogativas da Igreja, mas o novo Arcebispo de Cantuária demonstrou ser um baluarte invencível. A imposição do rei foi rejeitada com determinação: “Em nome de Deus onipotente, não colocarei meu sigilo”. Assim, o amigo de então se torna, aos olhos do rei, um inimigo obstinado.

Mártir da fé e da liberdade

Tomás experimentou os sofrimentos do exílio: foi hóspede em um mosteiro Cisterciense e, depois, encontrou refúgio na França, onde permaneceu seis anos distante da sua pátria.

Ao retornar a Cantuária, foi acolhido com alegria pelos fiéis, o que causou uma maior adversidade por parte da Coroa. Narra-se que, certo dia, Henrique II havia expressado o desejo de que alguém liquidasse aquele Bispo incômodo. Seu desejo foi levado a sério por quatro cavaleiros, que partiram de Londres rumo a Cantuária. Assim, Tomás Becket foi barbaramente assassinado a facadas no interior da sua Catedral. Era o dia 29 de dezembro de 1170. Narra-se ainda que, diante da pergunta dos seus assassinos “Onde está Tomás, o traidor?”, o arcebispo tenha respondido: “Estou aqui, mas não sou um traidor; sou apenas um bispo e sacerdote de Deus”.

A imensa comoção que este assassinato suscitou foi além dos confins da Grã-Bretanha, tanto que, apenas três anos depois, no dia 21 de fevereiro de 1173, o Papa Alexandre III sancionou o seu martírio, elevando-o à honra dos altares.

Vatican News

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Políticos cristãos encorajam a "reivindicar a dignidade da política"

Imagem referencial. Crédito: un-perfekt em Pixabay

Cidade do México, 28 dez. 20 / 10:54 am (ACI).- Os políticos cristãos da América Latina criaram um decálogo para encorajar o diálogo em seu trabalho e, dessa forma, "reivindicar a dignidade da política".

Congregados pela Academia Latino-Americana de Líderes Católicos, alguns signatários ocupam cargos políticos na Espanha, Itália, Chile, Argentina, Costa Rica, México, Uruguai, Brasil e Colômbia.

A mensagem expressa que eles são “conscientes de que não pode haver um caminho eficaz para a fraternidade universal e a paz social sem uma boa política”, citaram.

“A partir da legítima diversidade de sotaques e militâncias, à luz de nossa identidade cristã comum e da contribuição da encíclica Fratelli tutti do Papa Francisco, queremos reivindicar a dignidade da política, destacando o que nos une e o que propomos de nossa identidade", expressaram em um comunicado enviado à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, em 18 de dezembro.

Os signatários expressaram que “buscar o bem comum” é o que os move. “Recordaremos com frequência o dever que nos une como representantes dos cidadãos a quem servimos”, afirmaram.

Por isso, terão uma atitude de escuta e “de reflexão e respeito tanto para com a mensagem como para com o nosso interlocutor, para encontrar em nós a melhor atitude para acolher e ouvir o nosso adversário político”.

Nesse sentido, afirmaram aspirar “a um diálogo que favoreça a compreensão mútua e a aceitação das razões do outro. Temos ideias diferentes, representamos partidos diferentes; mas o diálogo é aceitar a humanidade do outro, assumir que o outro tem verdade no que diz e conceder-lhe o benefício da boa fé”.

“O diálogo e o consenso supõem um processo que implica renúncias, encontros e não apegos às nossas ideias”, argumentaram.

Embora "seja legítimo não estar de acordo". “O desacordo que brota a partir da não violência é respeitável e respeitado. O conflito deve ser gerido com serenidade, diálogo e tolerância mútua”.

Nessa mesma linha, os atores políticos insistiram que invocarão “o diálogo sem cair na vitimização, principalmente quando o outro ataca diretamente nossos valores, nos acusa falsamente, nos despreza, nos insulta ou nos julga”.

“Responderemos com perspectiva e altura de visão; não do imediatismo ou do emocionalismo, mas, quando necessário, com o silêncio ou convidando à reflexão, no contraste de ideias.

Quanto à linguagem, os signatários convidam a omitir "palavras ofensivas, especialmente desqualificação pessoal, para julgar ou questionar a capacidade ou o modo de vida do rival político e evitaremos levantar a voz ou gritar".

“Usaremos a linguagem sem ambiguidades, evitando que induza a confusão”, garantiram.

Por outro lado, pedem para "rejeitar e prevenir as ‘fake news’, bem como evitar julgar e levantar falsos testemunhos. Em caso de cair · involuntariamente na ofensa, pediremos desculpas assim que percebermos”.

No decálogo, os atores políticos confirmaram a sua preocupação com “a vulnerabilidade das pessoas. O sofrimento evitável exige nossa resposta e erradicá-lo constitui uma exigência ética para todos os líderes políticos”.

A Academia Latino-americana de Líderes Católicos é um centro internacional de formação presidido pelo Arcebispo Primaz do México, Cardeal Carlos Aguiar, e dirigido pelo leigo José Antonio Rosas.

Entre seus objetivos está o de acompanhar os católicos que descobrem sua vocação política, e desejam conhecer profundamente a Doutrina Social da Igreja, para assumir a partir da experiência cristã o compromisso de viver a fé, em suas responsabilidades políticas.

Atualmente conta com centros de formação em 7 países da América Latina e mais de 5000 graduados.

Leia o manifesto completo AQUI.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

ACI Digital

Cardeal Tempesta: Os Santos Inocentes

Santo Inocentes- Mártires 

Que cada criança possa crescer em sabedoria, estatura e graça, como o menino Jesus e que nossas famílias possam ser exemplos da Sagrada Família de Nazaré.

Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist. - Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

A Igreja celebra no dia 28 de dezembro a memória dos Santos Inocentes, que são os primeiros mártires da Igreja. Herodes ao ficar sabendo que os reis magos retornaram por outro caminho, avisados pelo anjo, não voltando até ele, o Rei da Judeia mandou matar todos os primogênitos masculinos, de 0 a 2 anos, pois certamente algum deles poderia ser Jesus.

Herodes não havia entendido o intuito de Deus revelar o seu Filho a humanidade, pensava que ele o destronaria e tomaria o seu reino, já que era assim que o povo aguardava a vinda do messias. Mas o reinado de Jesus seria diferente de todos os reinados que já existiram na terra. Não seria por meio de espadas, guerras ou outras armas. Jesus não moraria em palácio e nem viveria refinado no ouro.

O reinado de Jesus era voltado para os pobres, Ele veio humilde, nasceu numa manjedoura e o intuito do reinado de Jesus era construir o Reino de Deus aqui na terra. Um reino de amor, paz, perdão e misericórdia.

"Vendo, então, Herodes que tinha sido enganado pelos magos, ficou muito irritado e mandou massacrar em Belém e nos seus arredores todos os meninos de dois anos para baixo, conforme o tempo exato que havia indagado dos magos. Cumpriu-se, então, o que foi dito pelo profeta Jeremias: Em Ramá se ouviu uma voz, choro e grandes lamentos: é Raquel a chorar seus filhos; não quer consolação, porque já não existem (Jr 31,15)! Com a morte de Herodes, o anjo do Senhor apareceu em sonhos a José, no Egito, e disse: “Levanta-te, toma o menino e sua mãe e retorna à terra de Israel, porque morreram os que atentavam contra a vida do menino”. José levantou-se, tomou o menino e sua mãe e foi para a terra de Israel. Ao ouvir, porém, que Arquelau reinava na Judeia, em lugar de seu pai Herodes, não ousou ir para lá. Avisado divinamente em sonhos, retirou-se para a província da Galileia e veio habitar na cidade de Nazaré, para que se cumprisse o que foi dito pelos profetas: Será chamado Nazareno” (Mt 2,16-23).

Essa festa foi instituída pelo Papa São Pio V e ajuda-nos a viver com profundidade esse tempo da oitava de Natal. E como vimos no trecho do Evangelho acima essa festa litúrgica tem como fundamento a Palavra de Deus. A festa de hoje nos ajuda a refletir sobre quantos inocentes morrem nos dias de hoje.

Quantas crianças são abandonadas por seus pais que não querem os filhos, quantas crianças morrem inocentemente vítimas do aborto e do desprezo de seus pais. Nestes dias mesmo estamos assistindo com muita preocupação esse tipo de mentalidade avançar em nosso continente sul-americano. Muitos inocentes não têm uma habitação digna, alimentação, educação e saúde para viverem dignamente. Os direitos básicos lhes são negados ou não podem ser alcançados, que possamos rezar e fazer algo para que essa situação melhore.

Que os responsáveis olhem com carinho para essa situação e não deixem que nenhuma criança seja ferida em sua dignidade e que ninguém tire a sua inocência. O olhar puro e inocente de uma criança se parece ao de Jesus, por isso também celebramos com carinho essa data e devemos cuidar das nossas crianças que são o futuro da nossa pátria.

Por esses inocentes e por nós como cristãos, que possamos construir um mundo mais justo e solidário e possamos criar aqui na terra um lugar bom para se viver, sejam crianças, idosos, adultos e que todos vivam bem e em harmonia.

Que as famílias tenham responsabilidade de educar os filhos com carinho e amor e transmitir a essas crianças os princípios da fé católica. Acompanhar a vida de fé e o crescimento de cada criança.

Que cada criança possa crescer em sabedoria, estatura e graça, como o menino Jesus e que nossas famílias possam ser exemplos da Sagrada Família de Nazaré. E assim, rezemos por tantos inocentes que muitas vezes “morrem” nos hospitais sem mesmo sabermos. Seja por aborto ou porque por motivos precários de saúde não conseguem sobreviver.

Celebremos com carinho e esperança esse dia dos Santos Inocentes, pedindo condições de vida melhor para todas as crianças e que nenhuma morra precocemente. E que todos os santos inocentes intercedam por nós do céu. Amém.

Vatican News

Parlamento Europeu se recusa a colocar presépio em sua sede ‘porque pode ser ofensivo’

Guadium Press
Isabel Benjumea, uma eurodeputada, que recebeu a recusa, com o único argumento de que “o presépio poderia ser ofensivo”, discorda porque as raízes cristãs da Europa não podem ser negadas.

Redação (22/12/2020 15:54Gaudium Press) A diretiva do Parlamento Europeu com sede em Bruxelas decidiu não incluir um presépio em suas decorações de Natal. Isabel Benjumea, eurodeputada, que recebeu a recusa com o único argumento de que “poderia ser ofensivo”, discorda porque as raízes cristãs da Europa não podem ser negadas. Essa confusão começou no ano passado, quando a eurodeputada, em seu primeiro ano trabalhando no prédio, notou que o presépio não estava dentro da decoração natalina. Quando perguntou o porquê, responderam que “o Parlamento Europeu não tinha presépios”.

Ela queria dar a solução para o problema e, com antecedência, entrou em contato com o gabinete do presidente do Parlamento para dar ao edifício um presépio. Meses depois, recebeu uma resposta: “A decisão não é tomada pelo Presidente, mas pelos gestores (órgão responsável pelo funcionamento dos espaços e dos edifícios do Parlamento)”. A eurodeputada declarou: “Qual não foi minha surpresa quando disseram que um presépio não pode ser colocado no Parlamento Europeu porque é uma exposição com conteúdo religioso e porque pode ser ofensivo”!

O Presépio não é ofensivo

É ofensivo entrar no Museu do Prado e ver as maravilhosas obras de Fra Angélico, Caravaggio ou Velázquez ao exibir a Anunciação, a Adoração dos Magos ou a Natividade? É ofensivo lembrar aos europeus que o que é comemorado em 25 de Dezembro é o nascimento de Jesus de Nazaré? Esta instituição não pode cair na armadilha de considerar ofensivo lembrar que no Natal o que é celebrado é o nascimento do Cristianismo. Esta instituição não pode cair na armadilha que a esquerda constantemente nos empurra, reivindicando ofensa, algo tão simples quanto o legado histórico da Europa.

A Europa tem suas raízes na tradição cristã e o projeto europeu é baseado no humanismo cristão, por isso não podemos permitir que tenhamos de pedir perdão por dizer que viemos de uma tradição cristã.

Ela está indignada com este ato e sente-se discriminada como cristã.

Esta não é a primeira vez que alguém tenta inserir uma cena de presépio na decoração do Parlamento. A deputada pediu para que lembrem que dois milhões de cidadãos europeus são cristãos e que desejam dizer que 25 de dezembro é Natal. “O Natal faz parte do nosso patrimônio cultural e das tradições de muitos Estados-Membros, não apenas da Itália e da Espanha. É curioso que nesta instituição que comemora algo todos os dias, parece que a única coisa com que se incomoda em comemorar é o Dia de Natal”.

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E se você prolongasse o Natal pelo ano inteiro?

Shutterstock

O Natal passou, mas isso não significa que devemos esquecer o mistério da Natividade de Jesus que nos foi revelado.

O Natal passou… O que ficou em nós desse dia? Novos brinquedos espalhados pela casa, lembranças felizes, pensamentos um pouco turvos pela falta de sono, pedaços de papel de presente amassados espalhados pela casa.. Ou, talvez, o peso da solidão um pouco mais forte, a dor do luto mais aguda do que de costume. Natal, sim, é também isso, no concreto da nossa vida. Mas é só isso ou é primeiro isso?

O Natal nos convida a nos maravilharmos com o amor de Deus por nós

O Natal, bem o sabemos, é a graça que nos é oferecida para acolher o Verbo feito carne. A verdade do Natal é a Boa Nova anunciada pelos anjos: “Hoje nasce o Salvador”. E é isso que torna todos os aspectos da festa significativos. O nosso dia seguinte ao Natal não pode, portanto, assemelhar-se ao dia seguinte de outras festas, tristes ou alegres, mas sempre impregnadas de uma certa nostalgia do que foi e não será. Porque a alegria do Natal não nos foi concedida apenas por algumas horas ou algumas dezenas de minutos, durante a missa de Natal. E a festa da Natividade não é apenas um aniversário que dura apenas o tempo de apagar as velas. Deixar passar o que Deus nos deu no Natal não é uma questão a se considerar. Podemos explicar às crianças que a sensação é como a de colocar todos os brinquedos novos no armário ou no lixo. Essa compaixão será muito significativa para eles. No Natal recebemos um presente muito maior e mais bonito do que todos os outros, mas como não o vemos, corremos o risco de esquecê-lo até o próximo ano. Mas o que o Natal muda verdadeiramente em nossas vidas?

Deus nos ama tanto que por nós se fez homem. Aquele que é o criador todo-poderoso nasceu pobre e destituído como todos os bebês que dependem inteiramente de seus pais. Deus se doa a nós e se revela a nós, não em magnificência, riqueza, poder, mas em pequenez e pobreza. Como então poderíamos buscar honras, riquezas e poder quando o próprio Deus nasceu na pobreza e se fez criança? Deus nos ensina a aceitar profundamente nossos limites, nossas dependências. Jesus não suportou sua condição de homem: Ele a amou. Saber disso nos leva a amar a nossa condição humana, com todas as limitações, exigências e dependências próprias de cada época. Jesus não fingiu ser uma criança, ele realmente foi. Deus está muito perto de nós. Ele é “todos os outros” e ainda assim se coloca ao nosso alcance. Seu amor busca nos domar com delicadeza, sem nos assustar. O Natal convida-nos a maravilhar-nos com este amor e a nos deixar levar por ele, para nunca esquecer – mesmo o mais tardar no ano em que faremos outras festas litúrgicas – toda a ternura, a pureza, a simplicidade que são revelados na pequena manjedoura de Belém.

Em frente à manjedoura, vemos e acreditamos além das aparências

Deus se fez carne. Muito concretamente, isso implica que nos é dado encontrar Deus, servi-lo e amá-lo em tudo o que constitui a nossa vida humana. Não há Deus de um lado e nossa existência carnal do outro. Não há momentos em nossa vida para Deus e aqueles que não lhe dizem respeito. Não somos seres divididos em dois: a alma para Deus e o corpo estranho a ele. É importante não esquecer isso, especialmente na área da educação religiosa. A educação na fé não envolve apenas uma parte da existência ou personalidade de nossos filhos, ela é realmente uma educação para a vida toda. Nada do que as crianças fazem, nada do que vivenciam é estranho a Deus. Tudo pode aproximá-las ou afastá-las dele, inclusive as preocupações e gestos materiais. Posto isto, é importante sublinhar que a educação para a fé não pode ser uma simples educação para a vida. Ela requer um anúncio explícito da existência de Deus que, encarnado, é o outro. Não é incomum, por exemplo, ouvir que o primeiro despertar para a fé deve ser um despertar para a vida, para o mundo ao redor, para os outros, etc. Isso é verdade se com isso queremos dizer que o despertar para a fé não deve ser desencarnado, separado da vida diária da criança. Mas é errado se este “despertar para a vida” substitui toda instrução religiosa e toda vida de oração.

Além disso, se é verdade que Deus nos dá a encontrá-lo e amá-lo em cada momento de nossos dias, por meio de tudo o que vivemos, não devemos esquecer que o que nos dá “fôlego” – o sopro do Espírito Santo – pelo menos aos nossos gestos, seja escovar os dentes ou descascar uma fruta, é a oração. É porque dedicamos pelo menos dez minutos por dia à oração, apenas para Deus, que nos outros minutos podemos encontrá-lo e amá-lo. A educação na fé não deve de forma alguma desviar as crianças da sua infância, não deve torná-las seres desencarnados, muito pelo contrário, deve também levá-las a viver ao nível da vida quotidiana, a sentir a dimensão sobrenatural da sua existência e orientar todas as suas escolhas de acordo com esta dimensão. Porque é também o que o Natal nos ensina: diante da manjedoura, vemos e acreditamos para além das aparências. Diante dessa criança, somos chamados a acreditar que estamos na presença do Filho de Deus. E quem melhor pode nos guiar por esses caminhos de fé que a Virgem Maria. Mais do que qualquer outra pessoa, ela sabia que seu bebê era semelhante aos outros, pois era ela quem o alimentava, ensinava a falar, a andar, etc. Porém, mais do que qualquer outra, ela acreditava, plenamente, que essa criancinha, que dependia inteiramente dela, era realmente seu Salvador.

Aleteia

Existe uma forma melhor de contar que a de 1 a 10? Para muitos matemáticos, sim

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https://www.bbc.com/ 26 DEZEMBRO 2020

1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10... foi assim que aprendemos a contar desde criança

Contar é uma das primeiras coisas que aprendemos na infância — e tanto crianças quanto adultos costumam recorrer aos dedos das mãos para fazer conta.

A razão é óbvia: temos dez dedos, o número exato de dígitos que existem em nosso sistema de contagem, o sistema decimal.

Na verdade, os antropólogos acreditam que esse sistema surgiu justamente por isso.

O sistema decimal utiliza dez dígitos: 0 (zero), 1 (um), 2 (dois), 3 (três), 4 (quatro), 5 (cinco), 6 (seis), 7 (sete), 8 (oito ) e 9 (nove). A partir deles, são formados todos os números.

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É difícil cogitar qualquer mudança em algo tão fundamental

Mas, embora seja muito natural para nós, o historiador da matemática Philip Beeley, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, recorda que muitas civilizações antigas usavam um sistema diferente do decimal. "Se voltarmos à Antiguidade clássica, tendemos a ver que outros sistemas eram mais predominantes", afirmou.

Outras maneiras de contar

Alguns exemplos são o sistema sexagesimal dos babilônios, que usavam o 60 como base, e a tabela trigonométrica mais antiga e precisa da história.

Se parece para você praticamente impossível de aplicar, não se esqueça de que ainda hoje usamos esse sistema para algumas coisas, principalmente para registrar o tempo: há 60 segundos em um minuto e 60 minutos em uma hora.

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É assim que os babilônios escreviam os números, usando um sistema numérico baseado no 60

Outras sociedades usaram uma variedade de sistemas. Os maias utilizavam o 20 como base. Já os povos antigos dos Estados Unidos e do México que falavam as línguas Chumash adotaram o 4. Ainda hoje, em Papua Nova Guiné, povos nativos que falam a língua Kaugel baseiam sua numeração no 24.

Mas embora o sistema decimal tenha prevalecido na maior parte do mundo, nem todo mundo acredita que seja o melhor método para contar. Há um movimento que, desde a década de 1940, defende a mudança da base da nossa numeração de dez para... 12.

Por que 12?

Antes de considerar as vantagens apontadas por seus defensores, como funcionaria concretamente um sistema duodecimal se temos apenas 9 números e o 0?

Para ter 12 dígitos únicos, eles propõem a criação de mais dois símbolos, que seriam posicionados após o 9. Superado esse obstáculo, vamos analisar a ideia.

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Como seriam os novos números com seus nomes

Os defensores do chamado sistema duodecimal são acadêmicos convencidos de que a utilização dessa base facilitaria a vida de todos nós. Por um lado, "seria mais fácil para as crianças aprenderem matemática", afirmam.

Pense um pouco: as tabuadas de multiplicação mais fáceis de aprender e lembrar são de 2 e 5. Isso porque são os números que dividem a base, 10.

No entanto, se a base for 12, haverá mais tabuadas fáceis de memorizar, algo reconhecido pela matemática Vicky Neale, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, que antes de ser consultada pela BBC não havia cogitado uma mudança de base. "Há mais (tabuadas) que funcionam melhor na base 12 porque há mais números que o dividem exatamente", afirmou ela à BBC.

Efetivamente, você duplicaria a quantidade de tabuadas de multiplicação mais fáceis de aprender e memorizar: seriam as de 2, 3, 4 e 6. Porém, observa Neale, isso não resolve todos os problemas. "Ainda seria difícil dividir por 7", exemplifica.

Embora a ideia seja inconcebível para nós, seus apoiadores sugerem que a matemática básica, aquela que usamos no dia-a-dia, seria a que mais se beneficiaria com a mudança. "Em um mundo duodecimal, seria muito mais simples usar o dinheiro, medir qualquer coisa, calcular um terço ou um quarto de uma quantidade...", diz à BBC Stephen Wood, professor de física e defensor do sistema.

"O 12 é um número incrível porque você pode dividi-lo por dois, por três, por quatro e por seis e obter números inteiros", acrescenta o especialista, destacando sua vantagem mais valiosa: simplifica consideravelmente as frações.

Devemos trocar?

Os entusiastas do 12 dizem que os benefícios superam largamente os pontos negativos — e estão convencidos de que não seria difícil adotar o novo sistema. "As civilizações mudaram suas bases aritméticas ao longo da história", lembra Wood, destacando que ainda hoje coexistem vários sistemas que utilizam o 12.

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Uma dúzia de ovos

Por exemplo, para contar os ovos, usamos o sistema duodecimal. Há também outras unidades de medida que seguem sendo amplamente utilizadas hoje e não se baseiam no dez: como as onças (16 equivalem a uma libra), quartos (quatro representam um galão), entre outras.

No entanto, apesar de suas virtudes, muitos especialistas, como Neale, acreditam que seria muito difícil mudar os sistemas. "Seria muito confuso para mim e para todos, embora eu possa ver do ponto de vista matemático... 12 é um número legal", conclui.

https://www.bbc.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF