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quarta-feira, 27 de maio de 2020

Fundamento Bíblico da Teologia Católica: Mariologia (Parte 2/6)

Ecclesia
Tradução: Carlos Martins Nabeto

II. DA CONCEPÇÃO À ASSUNÇÃO: GRAÇA
Em suma:
1. Foi concebida por geração seminal
2. Foi preservada do pecado original
3. Sua graça, desde o primeiro instante, foi mais abundante do que a de todos os anjos e homens
4. Sua graça foi aumentando enquanto viveu sobre a terra
5. Supera muitíssimo todas as demais criaturas
1. A VIRGEM MARIA FOI CONCEBIDA POR SEUS PAIS DE MODO NATURAL, ISTO É, ATRAVÉS DE GERAÇÃO SEMINAL
Não consta claramente na Sagrada Escritura, mas é possível efetuar deduções dignas de crédito:
“O anjo lhe respondeu: ‘O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo vai te cobrir com a sua sombra” (Lucas 1,35).
Esclarecimento: É evidente que “concebeu”, porém que não “foi concebida” por obra milagrosa do Espírito Santo. Ademais, o privilégio de ser concebido milagrosamente exige-se pela dignidade da união hipostática, que é própria apenas de Cristo.
“E o Verbo se fez carne” (João 1,14).
2. A BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA FOI PRESERVADA IMUNE DO PECADO ORIGINAL, POR GRAÇA E PRIVILÉGIO DE DEUS, DESDE O PRIMEIRO INSTANTE DE SUA CONCEPÇÃO E EM RAZÃO DOS MÉRITOS DE CRISTO, SALVADOR DO GÊNERO HUMANO
a) No Antigo Testamento:
“Porei hostilidade entre ti e a mulher, entre tua linhagem e a linhagem dela. Ela te esmagará a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gênese 3,15).
Esclarecimentos:
– Tua linhagem: os pecadores.
– Linhagem dela: o Messias, Cristo.
– A mulher: Maria.
– Hostilidade: negação de qualquer relação amistosa com o diabo; imunidade perfeita contra a escravidão do diabo; imunidade perfeita de todo pecado; libertação do reino do diabo e de sua hostilidade que tende a fazer buscar o mal.
Disto se deduz a hostilidade comum da mulher (Maria) e de sua descendência (Cristo). Portanto, o triunfo está consumado e é comum a um e ao outro, ou seja, a hostilidade e o triunfo de Cristo e Maria contra o diabo é comum a ambos. Com efeito, a hostilidade de Cristo contra o diabo é absoluta e perpétua, com triunfo totalmente perfeito; e o mesmo ocorre com Maria.
Tal hostilidade e triunfo de Maria contra o diabo não poderiam ocorrer se ela tivesse sido manchada pelo pecado original. Conseqüentemente, Maria nunca teve a mancha do pecado original, ou seja, foi preservada dele.
b) No Novo Testamento:
“Entrando onde ela estava, disse-lhe: ‘Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo'” (Lucas 1,28).
Esclarecimentos:
Esta saudação solene e sem igual expressa uma denominação nova e própria, adequada e proporcional à dignidade da Mãe de Deus. Porém, esta plenitude da graça não exclui nenhum grau de limitação que Deus pode conceder a uma pessoa criada, nem em abundância, nem em duração. Por conseguinte, Maria obteve uma união contínua com Deus pela graça concedida desde o primeiro instante de sua concepção e na plenitude máxima de que era capaz como criatura. Logo, em Maria jamais houve algum pecado, o qual é diametralmente oposto à graça.
Comparando os dois textos [A.T. x N.T.], vê-se que a plenitude da graça que o anjo reconhece a ela está em perfeita consonância com a hostilidade perpétua e absoluta com o diabo.
3. A GRAÇA CONCEDIDA À VIRGEM MARIA, NO PRIMEIRO INSTANTE DE SUA CONCEPÇÃO, FOI MAIS ABUNDANTE QUE A GRAÇA CONCEDIDA AOS ANJOS E AOS HOMENS, CONSIDERADOS COLETIVAMENTE
Não há textos claros na Sagrada Escritura para apoiar esta verdade; porém, existem duas alusões que permitem afirmá-la sem temer incorrer em erro:
“Fundada sobre as montanhas sagradas, Iahweh ama as portas de Sião mais que todas as moradas de Jacó” (Salmo 86,1-2)
Esclarecimento: Onde os outros se consumam e terminar, ali começa a Virgem Maria.
“Dias virão em que o monte da casa de Iahweh será estabelecido no mais alto das montanhas e se alçará acima de todos os outeiros” (Isaías 2,2).
Esclarecimento: A graça que para outros foi vértice e ápice, para Maria foi raiz e fundamento (São Gregório).
4. A VIRGEM MARIA FOI RECEBENDO AUMENTO DA GRAÇA ENQUANTO VIVEU SOBRE A TERRA.
Não há testemunho certo na Sagrada Escritura; porém, podem ser aplicadas a ela estas palavras:
“Mas a senda dos justos brilha como a aurora e vai alumiando até que se faça o dia” (Provérbios 4,18).
5. MARIA SUPERA MUITÍSSIMO TODAS AS DEMAIS CRIATURAS NA PLENITUDE DAS GRAÇAS
“Cheia de Graça” (Lucas 1,28)
Esclarecimento: Maria é saudada pelo Anjo com a denominação “Cheia de Graça” como nome próprio que a distingue e destaca de todas as outras criaturas.
“O Senhor é contigo” (Lucas 1,28)
Esclarecimento: Expressa a proteção de Deus para que possa cumprir a altíssima missão que lhe foi confiada; e como isto exige extraordinária santidade interna, verifica-se que a graça que lhe foi concedida é muito maior que a de todas as demais criaturas.
Veritatis Splendor

terça-feira, 26 de maio de 2020

Como o cristianismo conseguiu ganhar força depois de duas pandemias

CRUCIFIX
© By Kristyna Henkeova | Shutterstock

Alguns comportamentos dos cristãos durante as pandemias dos séculos primeiro e segundo levaram à expansão da Igreja.

Você sabia que o cristianismo se tornou a força dominante no Ocidente por causa de duas pandemias?
Em seu livro The Rise of Christianity (“A expansão do Cristianismo”), o estudioso Rodney Stark explica que foram duas grandes epidemias, uma em 165 e outra cem anos depois, que abriram o caminho para o cristianismo no Ocidente.
“Se a sociedade clássica não tivesse sido perturbada e desmoralizada por essas catástrofes, o cristianismo poderia nunca ter se tornado uma fé tão dominante”, diz ele.
Mas como isso aconteceu? E o que podemos aprender com esses cristãos do passado?
Primeiro: os cristãos tinham esperança diante das dificuldades. Os deuses pagãos em que os romanos se baseavam falharam em tempos difíceis. “Em contraste, o cristianismo ofereceu um relato mais satisfatório do motivo pelo qual esses tempos terríveis caíram sobre a humanidade”, escreve Stark. “O cristianismo projetou um retrato esperançoso e entusiasmado do futuro.” Os cristãos sabem que as dificuldades virão – e sabemos que a vida é cheia de beleza e graça de qualquer maneira.
Segundo: os cristãos tinham esperança diante da morte. Stark diz que encontrou pela primeira vez a ideia de que o cristianismo se levantou em meio à pandemia no livro de William McNeill, Plagues and Peoples (“Pragas e Pessoas”).”Outra vantagem que os cristãos tinham sobre os pagãos era que os ensinamentos de sua fé tornavam a vida significativa, mesmo em meio à morte súbita e surpreendente”, escreveu McNeill. “[Todo] um remanescente destruído de sobreviventes da guerra, da pestilência ou de ambas puderam encontrar um consolo imediato e caloroso na visão da existência celestial”.
Terceiro: os cristãos se destacaram na construção da comunidade. Como estamos aprendendo da maneira mais difícil em nosso tempo, a comunidade é absolutamente necessária para a sobrevivência humana. O que está chegando a nós como uma lição dolorosa do que esquecemos veio aos primeiros cristãos como uma descoberta emocionante. “O cristianismo não cresceu por causa de milagres nos mercados, porque Constantino disse que deveria ou porque os mártires lhe deram tanta credibilidade. Cresceu porque os cristãos constituíam uma comunidade intensa”, escreveu Stark. Os cristãos ofereciam cuidado e dignidade aos desabrigados e pobres, permitiam que estranhos encontrassem um lugar em uma nova cidade e foram pacificadores em meio à violência étnica. “Os valores cristãos do amor e da caridade foram, desde o início, traduzidos em normas de serviço social e solidariedade comunitária”, escreveu Stark.
Quarto: o cristianismo se saiu bem porque os cristãos eram caridosos. Os cristãos serviam aos outros com cuidado e intencionalidade, promovendo a cura e a esperança. Stark menciona uma carta de Páscoa de Dionísio, bispo de Alexandria, comemorando os cristãos que ajudavam os doentes. Dionísio escreveu: “A maioria dos nossos irmãos cristãos mostrou amor e lealdade ilimitados, nunca se poupando e pensando apenas no outro. Indiferentes ao perigo, eles cuidavam dos doentes, atendendo a todas em suas necessidades e ministrando-os em Cristo. ”
Quinto: os primeiros cristãos eram grandes evangelizadores. A característica mais importante de todas, no entanto, diz Stark, foi a propensão do cristianismo a compartilhar a Boa-Nova. “[O] principal meio de seu crescimento foi através dos esforços unidos e motivados de um número crescente de crentes cristãos, que convidavam seus amigos, parentes e vizinhos para compartilhar a ‘boa- nova'”, disse ele.
Mas será que tudo isso ainda descreve os cristãos de nosso tempo? Ainda temos esperança? Os cristãos ainda constroem comunidades fortes? Estamos ansiosos e entusiasmados em evangelizar?
Pode ser que a esperança na pandemia tenha vindo de outro lugar. E pode ter sido que fizemos pouco – fizemos o mínimo, ou menos, e não evangelizamos, mas acusamos, reclamamos e criticamos. O que me leva a pensar no outro motivo pelo qual a Igreja primitiva triunfou: o perdão.
A igreja primitiva não era perfeita. Em 250, o imperador exigiu que todos os cidadãos romanos se sacrificassem publicamente pelos ídolos. Muitos cristãos – incluindo líderes da Igreja – fugiram, deixando seus rebanhos abandonados.
Para avançar, a Igreja teve que encontrar uma maneira de perdoar os “caducados” – aqueles que haviam se comportado com covardia. Esse esforço ajudou a dar ao Sacramento da Reconciliação a sua forma atual
Nós também podemos ficar com raiva da Igreja, de nossos vizinhos ou de nós mesmos, pela maneira como todos nos comportamos na pandemia. Porém, agora precisamos, acima de tudo, de ter esperança, construir comunidades, servir, evangelizar e perdoar.
É um novo dia, e o campo está maduro para a colheita!
Aleteia

Fundamento Bíblico da Teologia Católica: Mariologia (Parte 1/6)

Ecclesia
Tradução: Carlos Martins Nabeto

I. MARIA ANTES DE SUA CONCEPÇÃO
Em suma:
1. Ocupa posição “ab aeterno”, depois de Cristo, na mente e coração de Deus
2. Foi predestinada a ser Mãe de Deus
3. E Mãe do Redentor
4. Sua predestinação é anterior a todas as demais criaturas
5. Foi profetizada no Antigo Testamento
6. Foi prefigurada no Antigo Testamento
7. É originária da Tribo de Judá e da família de Davi
8. Era de estirpe sacerdotal
1. A VIRGEM MARIA OCUPA POSIÇÃO “AB AETERNO”, DEPOIS DE CRISTO, O PRIMEIRO LUGAR NA MENTE E NO CORAÇÃO DE DEUS
Não consta expressa nem diretamente na Sagrada Escritura, porém a Igreja aplica a Maria os seguintes versículos:
“Iahweh me criou, primícias de sua obra,
de seus feitos mais antigos.
Desde a eternidade fui estabelecida,
desde o princípio, antes da origem da terra,
Quando os abismos não existiam, eu fui gerada,
quando não existiam os mananciais das águas,
Antes que as montanhas fossem implantadas,
antes das colinas, eu fui gerada;
Ele ainda não havia feito a terra e a erva,
nem os primeiros elementos do mundo,
Quando firmava os céus, lá eu estava,
quando traçava a abóboda sobre a face do abismo;
Quando condensava as nuvens no alto,
quando se enchiam as fontes do abismo;
Quando punha um limite ao mar:
e as águas não ultrapassavam o seu mandamento,
quando assentava os fundamentos da terra.
Eu estava junto com Ele como o mestre-de-obras” (Provérbios 8, 22-30).

2. A VIRGEM MARIA FOI PREDESTINADA PARA SER MÃE DE DEUS
“Iahweh me criou, primícias de sua obra, de seus feitos mais antigos. Desde a eternidade fui estabelecida, desde o princípio, antes da origem da terra” (Provérbios 8, 22-23).
“Saí da boca do Altíssimo e como a neblina cobri a terra” (Eclesiástico 24,5).
Esclarecimento: Estes textos, ainda que devam ser entendidos como a Sabedoria incriada, não apenas no essencial, mas também hipostaticamente, podem, no entanto, ser atribuídos a Maria na ordem da predestinação (Pio IX).
3. A VIRGEM MARIA FOI PREDESTINADA PARA SER MÃE DO REDENTOR
“Quando, porém, chegou a plenitude do tempo, enviou Deus o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob a Lei, para remir os que estavam sob a Lei, a fim de que recebêssemos a adoção filial” (Gálatas 4,4).
Esclarecimento: A ordem da execução manifesta a ordem da intenção. Portanto, da mesma forma que Cristo veio ao mundo e a Virgem foi constituída Mãe do Redentor, assim também os dois foram predestinados.
4. A PREDESTINAÇÃO DE MARIA PARA SUA SINGULAR MISSÃO DE MÃE DO CRIADOR E DAS CRIATURAS É ANTERIOR A DE TODAS AS DEMAIS CRIATURAS
Não consta expressa nem diretamente na Sagrada Escritura, porém a Igreja aplica a Maria os seguintes versículos:
“Iahweh me criou, primícias de sua obra,
de seus feitos mais antigos.
Desde a eternidade fui estabelecida,
desde o princípio, antes da origem da terra,
Quando os abismos não existiam, eu fui gerada,
quando não existiam os mananciais das águas,
Antes que as montanhas fossem implantadas,
antes das colinas, eu fui gerada;
Ele ainda não havia feito a terra e a erva,
nem os primeiros elementos do mundo,
Quando firmava os céus, lá eu estava,
quando traçava a abóboda sobre a face do abismo;
Quando condensava as nuvens no alto,
quando se enchiam as fontes do abismo;
Quando punha um limite ao mar:
e as águas não ultrapassavam o seu mandamento,
quando assentava os fundamentos da terra.
Eu estava junto com Ele como o mestre-de-obras” (Provérbios 8, 22-30).
5. A VIRGEM MARIA FOI PROFETIZADA NO ANTIGO TESTAMENTO
“Eis que a jovem concebeu e dará à luz um filho e pôr-lhe-á o nome de Emanuel” (Isaías 7,14).
6. A VIRGEM MARIA FOI PREFIGURADA NO ANTIGO TESTAMENTO
a) Salomão construiu o Templo de Jerusalém no monte Moriá, onde havia uma rocha chamada Sião da antiga Jerusalém:
“Salomão começou, então, a construção da Casa de Iahweh em Jerusalém, sobre o monte Moriá…” (2Crônicas 3,1).
“O Templo que o rei Salomão edificou para Iahweh tinha 60 côvados de comprimento, 20 de largura e 25 de altura” (1Reis 6,2).
b) A partir de então o monte do Templo se chama Sião:
“Naquele tempo (…) se trará dons a Iahweh dos Exércitos, ao lugar onde se invoca o nome de Iahweh, o monte Sião” (Isaías 18,7).
“Fui eu que consagrei o meu rei sobre Sião, minha montanha sagrada!” (Salmo 2,6).
“(…) o monte Sião, no longínquo Norte, cidade do grande Rei” (Salmo 48,3).
c) A colina do Sião passou a designar toda Jerusalém:
“Com efeito, de Jerusalém sairá um resto e do monte Sião o que escapou” (Isaías 37,32)
“Assim voltarão os que foram libertados por Iahweh, chegarão a Sião gritando de alegria…” (Isaías 51,11)
“Caiam sobre a Babilônia a violência e as feridas que eu sofri! – diz o habitante de Sião; Caia sobre os habitantes da Caldéia o meu sangue! – diz Jerusalém” (Jeremias 51,35).
“Naquele dia será dito a Jerusalém: Não temas, Sião! Não desfaleçam as tuas mãos!” (Sofonias 3,16).
d) E também todo Israel:
“Alegre-se Israel com aquele que o fez, os filhos de Sião festejem o seu rei!” (Salmo 149,2)
“Estabelecerei em Sião a salvação e darei a Israel a minha glória” (Isaías 46,13).
Esclarecimento: Maria pode ser chamada “Filha de Sião” enquanto que a vocação da antiga Jerusalém e de todo o povo eleito se concretiza e culmina em sua pessoa. Como “Filha de Sião” a Virgem é, portanto, o ponto de chegada do Antigo Testamento e primícia da Igreja.
7. A VIRGEM MARIA ERA ORIGINÁRIA DA TRIBO DE JUDÁ E DA FAMÍLIA DE DAVI
“Livro da origem de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão” (Mateus 1,1).
“Estando os fariseus reunidos, Jesus interrogou-os: ‘Que pensais a respeito do Cristo? Ele é filho de quem?’. Responderam-lhe: ‘De Davi'” (Mateus 22,41-42).
“As multidões que o precediam e os que o seguiam gritavam: ‘Hosana ao filho de Davi!'” (Mateus 21,9).
“Ele será grande, será chamado ‘Filho do Altíssimo’ e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai” (Lucas 1,32).
“Um dos anciãos, porém, consolou-me: ‘Não chores! Eis que o Leão da tribo de Judá, o rebento de Davi…'” (Apocalipse 5,5).
“Eu, Jesus (…) sou o rebento da estirpe de Davi” (Apocalipse 22,16).
“(…) e que diz respeito a seu Filho, nascido da estirpe de Davi segundo a carne” (Romanos 1,3).
“Lembra-te de Jesus Cristo, ressuscitado dentre os mortos, da descendência de Davi” (2Timóteo 2,8).
8. A VIRGEM MARIA ERA DA ESTIRPE SACERDOTAL
“Nos dias de Herodes, rei da Judéia, houve um sacerdote chamado Zacarias, da classe de Abias; sua mulher, descendente de Aarão, chamava-se Isabel” (Lucas 1,5).
Esclarecimento: A Virgem Maria provinha da estirpe sacerdotal porque era consangüínea de Isabel. O anjo disse a Maria: “Também Isabem, tua parente…” (Lucas 1,36).
Veritatis Splendor

Conheça o Monte da Ascensão, local onde Cristo teria subido aos céus

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JERUSALÉM, 25 Mai. 20 / 10:30 am (ACI).- Através da rede social YouTube é possível desfrutar de um percurso virtual na Capela da Ascensão, lugar na Terra Santa onde teria ocorrido a Ascensão do Senhor aos Céus, acontecimento que foi celebrado no domingo passado, 24 de maio.
Trata-se de uma celebração que geralmente ocorre 40 dias depois da Ressurreição.
O vídeo mostra um passeio pelo Monte da Ascensão, onde está localizada a capela erguida em homenagem a este acontecimento histórico e que fica a 500 quilômetros do Horto de Getsêmani.
O vídeo foi produzido pela Fundação Internacional Saxum, uma organização sem fins lucrativos com sede na Itália, que administra o "Saxum Visitor Center". Este último é um centro de ajuda destinado aos visitantes da Terra Santa, para que possam aprofundar seus conhecimentos e melhorar sua experiência por meio de recursos multimídia.
O site Saxum explica que a iniciativa é inspirada no fundador do Opus Dei, São Josemaria Escrivá, que quis visitar a Terra Santa durante a sua vida e que outras pessoas tiveram a oportunidade de “rezar, ajoelhar e beijar o chão que Jesus pisou".
"São Josemaria usou o nome Saxum - rocha em latim - para se referir ao Beato Álvaro del Portillo, seu colaborador mais próximo e seu primeiro sucessor, por sua fidelidade e fortaleza", assegura o site.
Ao dar ao projeto o nome de Saxum, os promotores (fiéis do Opus Dei, colaboradores e amigos) quiseram expressar sua gratidão ao Beato Álvaro del Portillo por sua vida de serviço à Igreja.
Atualmente, o Opus Dei oferece assistência espiritual aos participantes de atividades organizadas em Saxum, como retiros espirituais, convivências e cursos de formação.
Mais informações sobre esta iniciativa AQUI.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
ACI Digital

São Felipe Neri, padroeiro dos educadores e dos comediantes

REDAÇÃO CENTRAL, 26 Mai. 20 / 05:00 am (ACI).- “Quem quiser outra coisa que não seja Cristo, não sabe aquilo que quer; quem pede outra coisa que não seja Cristo, não sabe aquilo que faz”, dizia São Felipe Neri, padroeiro dos educadores, dos comediantes, bem como fundador do Oratório em Roma.

São Felipe Neri nasceu em Florença (Itália), em 1515. Ficou órfão de mãe quando ainda era muito novo, mas a segunda esposa de seu pai foi para ele e seus irmãos uma verdadeira mãe.
Aos 17 anos, foi enviado para San Germano para aprender sobre negócios e teve uma experiência mística que chamaria de sua “conversão”. Foi para Roma sem dinheiro e sem projeto algum, confiando na Divina Providência.
Conseguiu um emprego para educar os filhos de um aduaneiro florentino, os quais se comportavam muito bem sob a orientação de Felipe. Em seus momentos livre, dedicava-se à oração. Mais tarde, estudou filosofia e teologia, mas quando uma carreira brilhante lhe era aberta, abandonou os estudos e se entregou ao apostolado.
Na véspera de Pentecostes de 1544, pedia em oração os dons do Espírito Santo, quando desceu do céu um globo de fogo que se dilatou em seu peito. São Felipe caiu no chão pedindo ao Senhor para parar, mas quando recuperou plenamente a consciência, tinha um caroço no peito do tamanho de um punho, que jamais lhe causou dor.
Mais tarde, fundou a Irmandade da Santíssima Trindade, conhecida como a irmandade dos pobres. Foi ordenado sacerdote e exerceu o apostolado do confessionário várias horas por dia. Frequentemente, entrava em êxtase na Missa e alguns chegaram a vê-lo levitando.
Organizou as conversas espirituais que costumava terminar com a visita ao Santíssimo. O povo os chamava de “oratorianos”, porque tocava-se o sino para chamar os fiéis para rezar em seu oratório. Como queria ser missionário na Índia, São João Evangelista apareceu a ele e disse-lhe que sua missão estava em Roma.
Posteriormente, deu início à Congregação do Oratório. A Virgem apareceu para ele e o curou de uma doença da vesícula. Além disso, o santo tinha o dom da cura, de ler pensamentos e da profecia.
No final de sua vida, em 25 de maio de 1595, no dia de Corpus Christi, São Felipe Neri estava transbordando de alegria e não havia sido visto tão bem assim nos últimos anos. Atendeu confissões durante todo o dia todo e recebeu visitantes. Por volta de meia-noite, sofreu um ataque agudo e partiu para a casa do Pai.
São Felipe dizia: “Ó meu Deus tão amável, por que não me destes um coração capaz de amar-vos condignamente?”. Depois da autópsia, foi revelado que o santo teve duas costelas quebradas e foram arqueadas para deixar mais espaço para o coração. Seus restos mortais descansam na igreja de Santa Maria em Vallicela.
ACI Digital

S. ELEUTÉRIO, PAPA

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Papa de origem grega da igreja cristã (175-189) nascido em Nicópolis do Épiro, Grécia, sucessor de São Sóter (166-175), que com seu empenho e grandes exemplos a todos os cristãos, atingiu na sua evangelização todas as classes, desde as mais pobres até aos altos escalões sociais, como por exemplo,obteve a conversão de vários nobres romanos, enviou missionários a Inglaterra, combateu as heresias e libertou a Igreja cristã de doutrinas e práticas judaicas.

Seu pontificado foi pacífico no início, especialmente por que o extravagante imperador Cômodo, filho de Marco Aurélio, odiado pela alta classe dominante, foi benigno para com os Cristãos. Conta-se que recebeu cartas de Lúcio, rei de uma parte da Bretanha, pedindo sacerdotes que o instruíssem na fé cristã.
Seria esse o primeiro chefe bárbaro europeu a se converter ao Cristianismo. Na sua grandiosa obra de conversão e extremo empenho na evangelização de todos, pobres e poderosos, fez com que mandasse os Santos Damião e Fugácio como missionários para a Inglaterra, que por sua vez batizaram o rei Lúcio (São), sua esposa e grande parte da população.
Este papa resolveu a questão, de origem judaica, sobre a distinção entre alimentos puros e impuros. Certos alimentos, por exemplo a carne de porco, não são usados pelos judeus até hoje e esta tradição deve-se às normas erradas de Montano, um herege que pregava em Pepúcia, Frígia, Ásia Menor, com um rigor exagerado, um novo reino de Deus, idealizando para os montanistas um desapego completo, que consistia num jejum quase contínuo, na proibição total das artes, dos espetáculos, das festas, em restrições proibitivas do matrimônio, na necessidade do martírio para se conseguir o Céu.
Nessa ocasião os fiéis de Lião, França, enviaram Santo Irineu a Roma para tratar do assunto com o Papa, em um dos primeiros gestos do mundo cristão de recorrer ao santo padre para solução de uma questão de fé, estabelecendo o costume de se considerar o Sucessor de Pedro, como autoridade máxima da Igreja.
Também estabeleceu as normas mais antigas que se conhecem das festas de Páscoa. Papa de número 13, morreu martirizado em 25 de setembro (1534), em Roma, e foi sucedido por Paulo III (1534-1549). Sua data celebra-se em 26 de maio e diz uma lenda que durante seu pontificado ocorreu o milagre da legião fulminante, toda ela de cristãos, que levavam sobre ele uma chuva indispensável para lhes aplacar a sede, e sobre os inimigos uma tempestade de raios que os batia em retirada.
Fonte: www.dec.ufcg.edu.br

Papa Francisco presidirá oração do Terço pelo fim da pandemia

Papa Francisco. Crédito: Vatican Media
Vaticano, 25 Mai. 20 / 03:15 pm (ACI).- O Papa Francisco rezará o Terço na Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, nos Jardins do Vaticano, no sábado, 30 de maio, um evento ao qual se unirão os santuários católicos de todo o mundo através do streaming.
A intenção do Terço Mundial é pedir a ajuda e o consolo da Santíssima Virgem Maria durante a pandemia de coronavírus.
Segundo uma carta enviada aos reitores dos santuários pelo Arcebispo Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, a oração ao vivo ocorrerá às 17h30 (Hora de Roma), em 30 de maio.
Pediu-se aos santuários católicos que participem celebrando a sua própria oração do Terço, de acordo com as medidas locais de saúde, na mesma hora do evento de Roma e que promovam esta iniciativa.
Também lhes foi solicitado, se possível, fornecer conexões via satélite ou de transmissão com o centro de televisão do Vaticano, para que imagens da oração nos vários santuários possam ser compartilhadas durante a transmissão ao vivo do Papa Francisco.
Durante a emergência do coronavírus, muitos santuários católicos tiveram que fechar ao público, incluindo o Santuário de Nossa Senhora de Lourdes, na França, que só reabriu parcialmente aos peregrinos em 16 de maio.
O Santuário de Nossa Senhora de Fátima, em Portugal, também foi fechado e, em 13 de maio, as celebrações pelas aparições marianas de 1917 foram feitas sem a presença do público, pela primeira vez em sua história, devido à pandemia.
O Terço com o Papa Francisco está sendo organizado pelo Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, que em sua carta aos reitores parafraseou os Atos dos Apóstolos 1,14: " "Todos se uniram constantemente em oração, juntamente com Maria" .
"À luz da situação de emergência causada pela pandemia de coronavírus que provocou a interrupção da atividade normal de todos os santuários e a interrupção de todas as peregrinações, o Papa Francisco deseja expressar um gesto de proximidade a cada um de vocês com a oração do Santo Terço”, escreveu Dom Fisichella.
O Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização é responsável pelos santuários católicos desde 2017.
Mundialmente, houve mais de 5,4 milhões de casos confirmados do novo coronavírus, com mais de 340 mil mortes registradas, segundo o Centro de Recursos para o Coronavírus Johns Hopkins.
Publicado originalmente em CNA. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
ACI Digital

Milagre do Crucifixo de São Marcelo se repetiu em Roma durante a pandemia?

O Papa Francisco reza diante do Cristo Milagroso.
Vaticano, 26 Mai. 20 / 09:00 am (ACI).- Um sacerdote da Arquidiocese de Milwaukee (Estados Unidos) chamou a atenção das redes neste fim de semana ao analisar o número de mortos por coronavírus na Itália e identificar o dia 27 de março como o dia em que tudo mudou.
Nesse dia, o Papa Francisco presidiu na Praça de São Pedro um momento extraordinário de oração acompanhado pelo Cristo Milagroso, uma imagem do Jesus crucificado à qual os romanos atribuíram o fim da epidemia de 1522. Além disso, concedeu a bênção Urbi et Orbi e rezou diante da imagem do Senhor crucificado.
Em sua conta no Twitter, Pe. John LoCoco identificou, por meio do Alerta sobre a COVID-19, acessível pelo Google, que aquela sexta-feira foi o dia no qual se registraram mais falecidos na Itália, com 919 vítimas.
Desde então, começou um declínio gradual, até registrar, no dia 24 de maio, 50 mortes na Itália. Como se sabe, este foi o primeiro país europeu onde a pandemia causou estragos depois que o vírus deixou a China, causando, segundo a Universidade Johns Hopkins, mais de 230 mil infecções e 32.800 mortes.
Há alguns dias, várias medidas restritivas foram levantadas na Itália e as Missas voltaram a ser celebradas com a presença dos fieis, mas mantendo as recomendações sanitárias para evitar um novo surto de coronavírus.
No dia extraordinário da oração, o Papa Francisco também rezou diante da imagem mariana da Salus Populi Romani.
Em meio à chuva e diante de uma praça de São Pedro vazia, o Pontífice refletiu sobre a passagem do Evangelho na qual Cristo acalma a tempestade no mar da Galileia.
"Revemo- nos temerosos e perdidos. À semelhança dos discípulos do Evangelho, fomos surpreendidos por uma tempestade inesperada e furibunda. Demo-nos conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorientados mas ao mesmo tempo importantes e necessários: todos chamados a remar juntos, todos, carecidos de mútuo encorajamento", expressou.
No entanto, recordou que “o Senhor desperta, para acordar e reanimar a nossa fé pascal. Temos uma âncora: na sua cruz, fomos salvos. Temos um leme: na sua cruz, fomos resgatados. Temos uma esperança: na sua cruz, fomos curados e abraçados, para que nada e ninguém nos separe do seu amor redentor".
Por isso, alentou a abraçar a cruz de Cristo, pois nela “fomos salvos para acolher a esperança e deixar que seja ela a fortalecer e sustentar todas as medidas e estradas que nos possam ajudar a salvaguardar-nos e a salvaguardar. Abraçar o Senhor, para abraçar a esperança. Aqui está a força da fé, que liberta do medo e dá esperança".
Após sua reflexão, o Santo Padre foi até a entrada da Basílica de São Pedro, onde fez adoração ao Santíssimo Sacramento em silêncio por vários minutos, acompanhado por algumas autoridades do Vaticano, e depois presidiu algumas orações, como a súplica em ladainhas.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF