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domingo, 6 de maio de 2018

Papa aos neocatecumenais: em seu DNA a vocação da missão


Papa Francisco na esplanada de Tor Vergata no encontro com o Caminho Neocatecumenal 
“Somente uma Igreja desvinculada do poder e do dinheiro, livre de triunfalismos e clericalismos testemunha de forma crível que Cristo liberta o ser humano", disse Francisco.

Cidade do Vaticano

O Papa Francisco encontrou-se com o Caminho Neocatecumenal, na manhã deste sábado (05/05), na esplanada de Tor Vergata, bairro situado na periferia de Roma, pelos seus 50 anos de fundação.

O encontro teve início às 11 locais, e Kiko Argüello, um dos fundadores do Caminho e responsável da equipe internacional, fez a introdução. O lugar escolhido para o local foi a área universitária de Tor Vergata, situada na periferia de Roma, em homenagem a São João Paulo II, que durante os seus 26 anos de pontificado acolheu e apoiou o Caminho. Em Tor Vergata foi celebrada a inesquecível Jornada Mundial da Juventude do ano 2000.

Depois de manifestar a sua alegria pelo encontro com os membros do movimento, o Papa ressaltou que “cinquenta é um número importante na Bíblia: no quinquagésimo dia, o Espírito do Senhor Ressuscitado desceu sobre os Apóstolos e mostrou ao mundo a Igreja.”

Amor e fidelidade

“Queridos irmãos e irmãs, no final vocês cantarão o Te Deum de ação de graças pelo amor e a fidelidade de Deus. É muito bonito isso: agradecer a Deus pelo seu amor e pela sua fidelidade. Muitas vezes, agradecemos pelos seus dons, por aquilo que nos dá, e isso é bom. Mas é ainda melhor dar graças a Deus pelo que Ele é, Deus fiel no amor. A sua bondade não depende de nós. Qualquer coisa façamos, Deus continua nos amando fielmente. Esta é a fonte de nossa confiança, o grande consolo da vida. Portanto, coragem, e nunca fiquem tristes. Quando as nuvens dos problemas forem pesadas em seus dias, recordem que o amor fiel de Deus brilha sempre, como o sol sem ocaso. Recordem sempre o seu bem, mais forte que todo mal, e a lembrança do amor de Deus os ajudará na angústia.”

O Papa agradeceu aos membros do Caminho Neocatecumenal que estão para ir em missão, para a evangelização, prioridade da Igreja hoje.

Missão é dar voz ao amor

“Missão é dar voz ao amor fiel de Deus, é anunciar que o Senhor quer o nosso bem e que nunca se cansará de nós, deste nosso mundo. Missão é doar aquilo que recebemos. Missão é cumprir o mandato de Jesus que ouvimos: “Ide, portanto, e fazei que todos as nações se tornem discípulos.”

“A missão requer a partida, mas na vida é forte a tentação de permanecer, de não correr riscos, de ter a situação sob controle. É mais fácil permanecer em casa, circundados por aqueles que nos querem bem, mas não é o caminho de Jesus. Ide: um chamado forte que ressoa em todos os cantos da vida cristã; um mandato claro a estar sempre em saída, peregrinos no mundo à procura do irmão que ainda não conhece a alegria do amor de Deus.”

Para anunciar é preciso renunciar

“Para anunciar é preciso renunciar. Somente uma Igreja que renuncia ao mundo anuncia bem o Senhor. Somente uma Igreja desvinculada do poder e do dinheiro, livre de triunfalismos e clericalismos testemunha de forma crível que Cristo liberta o ser humano. E quem, por amor, aprende a renunciar às coisas que passam, abraça este grande tesouro: a liberdade. Não tem apegos, sente que o coração se dilata, está disponível a Deus e aos irmãos.”

Jesus diz: “fazei que todos as nações se tornem discípulos”, ou seja, partilhem com os outros o dom que receberam, o encontro de amor que mudou a sua vida. O coração da missão é testemunhar que Deus nos ama e que com Ele é possível o amor verdadeiro, que doa a vida em todo lugar, na família, no trabalho, na consagração e no matrimônio. Missão é tornar-se discípulos com os novos discípulos de Jesus. É redescobrir parte de uma Igreja discípula. A Igreja é mestra, mas não pode ser mestra se antes não for discípula, assim como não pode ser mãe se antes não for filha.”

Caminho Neocatecumenal e seu DNA

“Eis a nossa mãe: uma Igreja humilde, filha do Pai e discípula do Mestre, feliz de ser irmã da humanidade. Esta dinâmica do discipulado, o discípulo que torna discípulos, é totalmente diferente da dinâmica do proselitismo.”

“Aqui está a força do anúncio, para que o mundo creia. Não contam os argumentos que convencem, mas a vida que atrai; não a capacidade de se impor, mas a coragem de servir. Vocês têm em seu “DNA” esta vocação de anunciar vivendo em família, seguindo o exemplo da Sagrada Família: em humildade, simplicidade e louvor. Levem esta atmosfera familiar a tantos lugares desolados e sem afeto. Sejam reconhecidos como amigos de Jesus. Sejam amigos de todos.”

“Queridos irmãos e irmãs, o seu carisma é um grande dom de Deus para a Igreja do nosso tempo. Demos graças a Deus por estes cinquenta anos. Olhando para a sua paterna, fraterna e fidelidade amorosa, nunca percam a confiança. Ele os protegerá, incentivando-os ao mesmo tempo a ir, como discípulos amados, a todos os povos, com simplicidade humilde.”

Festa da fé

Os membros do Caminho Neocatecumenal vieram de 134 nações onde o movimento está presente, junto com 16 cardeais e 90 bispos de várias partes do mundo.

Durante o encontro, o Pontífice abençoou as cruzes e entregou aos responsáveis 34 novas missões ad gentes que levarão o Evangelho ao mundo.

Por fim, foi recordada Carmen Hernández uma das fundadoras do Caminho Neocatecumenal junto com Kiko Argüello, falecida em 19 de julho de 2016, em Madri, Espanha.

Vatican News

sábado, 5 de maio de 2018

6º Domingo da Páscoa: Deus é Amor!

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
Deus é amor! (1Jo 4,8). Deus ama a todos, não faz distinção entre as pessoas (At 10,34). Deus nos amou primeiro! Assim, a Liturgia da Palavra nos apresenta quem é Deus e como ele nos ama. Numa época em que há diferentes modos de se compreender o amor, é importante recordar em que consiste o amor de Deus: “não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele que nos amou e enviou o seu Filho” (1Jo 4,10). Deste modo, é ressaltada a gratuidade do amor, isto é, amar antes de ser amado, amar sem exigir recompensa, tomar a iniciativa de amar, amar os que não nos amam ou que não retribuem o amor recebido. Deus ama a todos, de graça; seu amor é graça!
Assim, também nós somos chamados a amar, segundo o mandamento que Jesus nos deixou, recordado pelo Evangelho: “amai-vos uns aos outros, como eu vos amei” (Jo 15,12). Para entender bem o seu significado, é preciso ter presente o contexto em que Jesus fala: a última ceia, véspera de sua paixão e morte na cruz. Nela, Jesus nos deixa a eucaristia e realiza o gesto do lava-pés. A doação da própria vida, fazendo-se servidor dos irmãos, é sinal do amor de Cristo e do amor na vida de cada cristão. Jesus nos amou doando a sua vida “para que tenhamos vida por meio dele” (1Jo 4, 9). Há muita gente que se doa cotidianamente para que os outros tenham a vida, testemunhando o novo mandamento. Dentre tantos, podemos destacar os que se dedicam generosamente ao serviço dos enfermos, dos pobres e dos que mais sofrem, assim como, os que entregam a própria vida como missionários, anunciadores do Evangelho, para que todos tenham a vida e a tenham em abundância.
Os Atos dos Apóstolos testemunha o amor de Deus oferecido a todos, sem acepção de pessoas. Causava admiração aos fiéis de origem judaica o fato do Espírito Santo ser derramado também sobre os pagãos.  O próprio Cornélio, convertido vindo do paganismo, em cuja casa Pedro se encontrava com um grupo de fiéis, era sinal e testemunha do amor de Deus manifestado a todos.
Por isso e pelos inúmeros sinais do amor de Deus entre nós, a Igreja tem proclamado ao longo dos séculos, com o Salmo 97: “O Senhor fez conhecer a salvação e revelou sua justiça às nações”.  Neste Tempo Pascal, seja testemunha do amor de Deus no dia a dia, a começar de sua família e do seu ambiente de trabalho, jamais ofendendo ou menosprezando as pessoas, filhos amados do Pai celeste, a serem amados por nós como verdadeiros irmãos.
O Povo de Deus/Arquidiocese de Brasília

Dos Comentários sobre os salmos, de Santo Agostinho, bispo

Santo Agostinho
(Ps 148,1-2:CCL 40,2165-2166)        (Séc.V)

O aleluia pascal
        Toda a nossa vida presente deve transcorrer no louvor de Deus, porque louvar a Deus será também a alegria eterna de nossa vida futura. Ora, ninguém pode tornar-se apto para a vida futura se, desde já, não se prepara para ela. Agora louvamos a Deus, mas também rogamos a Deus. Nosso louvor está cheio de alegrias, e nossa oração, de gemidos. Foi-nos prometido algo que ainda não possuímos; porém, por ser feliz quem o prometeu, alegramo-nos na esperança; mas, como ainda não estamos na posse da promessa, gememos de ansiedade. É bom perseverarmos no desejo, até que a promessa se realize; então acabará o gemido e permanecerá somente o louvor.
        Assim podemos considerar duas fases da nossa existência: a primeira, que acontece agora em meio às tentações e dificuldades da vida presente; e a segunda, que virá depois na segurança e alegria eterna. Por isso, foram instituídas para nós duas celebrações: a do tempo antes da Páscoa e a do tempo depois da Páscoa.
        O tempo antes da Páscoa representa as tribulações que passamos nesta vida. O que celebramos agora, depois da Páscoa, significa a felicidade que alcançamos na vida futura. Portanto, antes da Páscoa celebramos o que estamos vivendo; depois da Páscoa celebramos e significamos o que ainda não possuímos. Eis porque passamos o primeiro tempo em jejuns e orações; no segundo, porém, que estamos celebrando, deixando os jejuns, nos dedicamos ao louvor de Deus. É este o significado do Aleluia que cantamos.
        Em Cristo, nossa cabeça, ambos os tempos foram figurados e manifestados. A paixão do Senhor mostra-nos as dificuldades da vida presente, em que é preciso trabalhar, sofrer e por fim morrer. A ressurreição e glorificação do Senhor nos revelam a vida que um dia nos será dada.
        Agora, pois, irmãos, vos exortamos a louvar a Deus. É isto o que todos nós exprimimos mutuamente quando cantamos: Aleluia. Louvai o Senhor, dizemos nós uns aos outros. E assim todos põem em prática aquilo que se exortam mutuamente. Mas louvai-o com todas as vossas forças, isto é, louvai a Deus não só com a língua e a voz, mas também com a vossa consciência, vossa vida, vossas ações.
Na verdade, louvamos a Deus agora que nos encontramos reunidos na igreja. Mas logo ao voltarmos para casa, parece que deixamos de louvar a Deus. Não deixes de viver santamente e louvarás sempre a Deus. Deixas de louvá-lo quando te afastas da justiça e do que lhe agrada. Mas, se nunca te desviares do bom caminho, ainda que tua língua se cale, tua vida clamará; e o ouvido de Deus estará perto do teu coração. Porque assim como nossos ouvidos escutam nossas palavras, assim os ouvidos de Deus escutam nossos pensamentos.
www.liturgiadashoras.org

terça-feira, 1 de maio de 2018

Hoje começamos maio, mês dedicado a Maria

REDAÇÃO CENTRAL, 01 Mai. 18 / 05:00 am (ACI).- Maio é o mês que a IgrejaUniversal dedica à Mãe de Deus, a Bem-aventurada Virgem Maria. Este tempo é uma oportunidade para renovar o amor de todos os batizados pela Mulher que Deus, da eternidade, escolheu para dar à luz cuidar Dele.

A Santíssima Virgem Maria é para sempre a Rainha do Céu e da Terra, não há santidade sem Maria porque toda Ela leva a Cristo.
Maria, a mais humilde entre as mulheres, é precisamente o modelo de toda mulher, como assinalou o Papa Francisco em abril de 2014, em uma mensagem a mais de 20 mil jovens reunidos em Buenos Aires, Argentina.
“Para vós existe um único modelo: Maria, a mulher da fidelidade, aquela que não entendia o que acontecia, mas obedecia. Aquela que, quando soube do que a sua prima precisava, foi depressa ter com ela; a Virgem da Prontidão!”.
O Papa assinalou ainda que Maria é “aquela que fugiu como refugiada para um país estrangeiro a fim de salvar a vida do seu Filho. Aquela que ajudou o seu Filho a crescer, que o acompanhou e, quando o seu Filho começou a pregar, seguiu-o. Aquela que padeceu tudo o que acontecia com o Menino, com o Jovem. Aquela que permaneceu ao lado do seu Filho, e lhe indicava os problemas que surgiam: 'Olha, não têm vinho!'. Aquela que, no momento da Cruz, estava com Ele”.
ACI Digital

sábado, 28 de abril de 2018

5º Domingo da Páscoa: Permanecei em Mim!

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
As palavras de Jesus narradas pelo Evangelho (Jo 15,1-8) deste domingo da Páscoa se situam no contexto da ceia de despedida, na véspera de sua morte na cruz.
Jesus utiliza a rica imagem da videira, dos ramos e dos frutos, conhecida do Antigo Testamento.  A videira ou a vinha eram símbolos do Povo de Deus, que não tinha produzido os frutos esperados. Jesus é a verdadeira videira, da qual somos os ramos, formando o novo Povo de Deus. Para produzir frutos, os ramos necessitam estar sempre unidos a videira. “Permanecei em mim”, repete Jesus. A unidade é condição para produzir frutos. Sem estar unido a videira, o ramo seca. A divisão, os conflitos e o isolamento provocam esterilidade.
Quais são os frutos que Deus espera de nós? A primeira Carta de João (1 Jo 3,18-24) ressalta que é preciso crer em Jesus e amar “de acordo com o mandamento que ele nos deu”. A fé em Cristo e o amor ao próximo são atitudes que expressam a união com Cristo e a comunhão entre os ramos da videira. Num mundo marcado por tantas divisões e conflitos, o testemunho de comunhão se torna ainda mais necessário. Torna-se, cada vez mais, uma exigência indispensável da evangelização, para que o mundo  creia, conforme a palavra de Jesus, suplicando ao Pai a unidade para todos os que nele crerem.
Para enfrentar os muitos desafios que passamos, necessitamos caminhar unidos, valorizando a Igreja e dela participando. Os Atos dos Apóstolos (At. 9,26-31) testemunha o esforço de Paulo em procurar a comunidade de Jerusalém. Ele “procurava juntar-se aos discípulos” (v. 26). Após a sua conversão, Paulo foi acolhido na comunidade dos discípulos, em Damasco, contando com a ajuda de Ananias. Na passagem narrada na primeira leitura, ao chegar em Jerusalém, ele teve a ajuda de Barnabé para ser acolhido fraternalmente na comunidade, superando a desconfiança inicial motivada pelo seu passado de perseguidor dos cristãos.
Hoje, necessitamos cada vez mais de comunidades acolhedoras, que testemunham a fé através da vivência do mandamento do amor dado por Jesus, que é condição para ser reconhecido como seus discípulos: “nisto todos reconhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13,35).
Contando com a graça de Deus e participando da vida da comunidade, vamos crescendo sempre mais no testemunho da fé e do amor ao próximo, ajudando outros irmãos a permanecerem unidos a Cristo para produzir frutos dignos da vida cristã. Sejamos discípulos missionários que testemunham corajosamente a alegria de permanecer unidos a Cristo e aos irmãos!
Arquidiocese de Brasília

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Bispo de Formosa afirma inocência e diz ter sido acusado sem provas

Dom José Ronaldo / Foto: Diocese de Formosa
GOIÂNIA, 24 Abr. 18 / 11:30 am (ACI).- Após passar um mês preso acusado do desvio de R$ 2 milhões de recursos das paróquias da Diocese de Formosa (GO), Dom José Ronaldo Ribeiro declarou que ele e demais sacerdotes detidos foram vítimas de um plano para os desmoralizar, sendo “acusados sem provas”.
“Fomos massacrados, acusados sem provas, com um método de condenar, prender e apurar”, declarou o Prelado em uma entrevista a ‘O Estado de S. Paulo’.
Dom José Ronaldo e outros 5 sacerdotes da Diocese de Formosa foram presos em 19 de março na Operação Caifás, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás, acusados de desviar R$2 milhões e usar dinheiro das paróquias para a compra de uma fazenda de gado e uma casa lotérica.
O Prelado permaneceu cerca de um mês na prisão, tendo sido liberado na última semana, após a concessão do habeas corpus em 17 de março pelo Tribunal de Justiça de Goiás. Após ser solto, seguiu para a residência episcopal de Formosa, em vez de seguir conselhos para que se hospedasse na Casa do Clero, para padres idosos e doentes.
“Vim para cá, porque esta é minha morada. Eu ainda sou o bispo de Formosa, embora afastado”, afirmou.
Segundo Dom José Ronaldo, ele foi vítima de um plano arquitetado para o “desmoralizar e tirar do governo da Diocese”.
“É um grupo bem articulado com um plano e, nesse plano, vi claramente que usaram o anonimato e abriram quatro frentes para nos denegrir, nos desmoralizar: a mídia, redes sociais, Ministério Público e Nunciatura”, citou.
O Bispo assinalou que tal grupo teria armado “esse esquema há anos”, desde sua passagem pela Diocese de Janaúba (MG), de onde foi transferido para Formosa, em 2014. Além disso, indicou que na Diocese mineira, a armação teve início depois que ele acolheu ex-dependentes de drogas dos quais cuidava no trabalho pastoral, tendo ficado com sua conta negativa para ajudá-los.
“Lá (Janaúba), fui vítima de uma situação semelhante. Quando fui nomeado Bispo de Formosa, alguns padres e leigos foram às redes sociais e acessaram essa mesma campanha que fizeram contra mim lá. Então, eles já tinham uma ideia pré-concebida a meu respeito”, afirmou o Bispo em vídeo publicado por ‘O Estado de S. Paulo’.
Dom Ronaldo assinalou que este grupo que o acusa é formado também por sacerdotes de Formosa “que estavam acostumados a estar na liderança de tudo aqui na Diocese”, mas que, com sua chegada, não foram privilegiados em “posições de destaque na Diocese”, o que teria gerado “uma insatisfação”.
“Inclusive os nomes deles estão arrolados como testemunhas de acusações, pelo menos uns oito estão ali identificados e são os que sempre fizeram oposição a mim, ao meu governo pastoral”, declarou no vídeo.
De acordo com o Bispo, estes sacerdotes se opuseram a ele e ficaram insatisfeitos ao ver que, “apesar da oposição que estavam fazendo, estava avançando”.
Em relação às acusações de desvio de recursos, Dom José Ronaldo disse: “Sou inocente, tenho certeza de que nada fiz de errado”. Além disso, afirmou que a compra da fazenda de criação de gado e da lotérica foi feita por Padre Moacyr Santa, com recursos próprios, o que não caracteriza crime.
Quanto à situação da Diocese de Formosa, por enquanto, segue sob o governo do administrador apostólico nomeado pelo Papa Francisco em 21 de março, o Arcebispo de Uberaba (MG), Dom Paulo Mendes Peixoto.
Recentemente, durante a 56ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, Dom Paulo falou com a imprensa sobre a situação da Diocese de Formosa, ressaltando que a visita apostólica já estava decidida antes da prisão de Dom José e dos padres, devido a queixas levadas à nunciatura, e que a existência da mesma não significa que a Santa Sé já tenha feito um juízo antecipado dos fatos ou dos envolvidos.
Na mesma ocasião, o Bispo Auxiliar de Brasília (DF), Dom José Aparecido, perito em Direito Canônico, afirmou que vão acompanhar e averiguar fatos pastorais para que a Santa Sé tome conhecimento e dê as orientações necessárias.
Por sua vez, Dom José Ronaldo, que fica afastado do governo diocesano até uma decisão final sobre o caso, assinalou que, se o Papa permitir, pretende retomar suas funções, embora admita reavaliar a intenção.
ACI Digital

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Papa Francisco completa 45 anos como jesuíta

Sacerdote jesuíta Jorge Mario Bergoglio (hoje Papa Francisco) / Foto: Companhia de Jesus (Argentina)
REDAÇÃO CENTRAL, 22 Abr. 18 / 06:00 am (ACI).- O Papa Francisco comemora neste dia 22 de abril 45 anos de profissão religiosa. Em 22 de abril de 1973, Jorge Mario Bergoglio fez sua profissão perpétua na Companhia de Jesus, aos 36 anos de idade anos.
O primeiro Papa latino-americano da história foi ordenado em dezembro de 1969 e depois continuou sua formação na Espanha entre 1970 e 1971. Dois anos mais tarde, realizou sua profissão perpétua como jesuíta.
Entre os anos 1972 e 1973, foi professor de noviços na Argentina, na localidade portenha de San Miguel, onde também atuou como professor da Faculdade de Teologia, consultor provincial da Ordem e Decano do Colégio. Em 31 de julho daquele ano, foi eleito Provincial dos jesuítas na Argentina. Tinha então 37 anos.
O dia 22 de abril é uma data clássica em que os jesuítas professam seus últimos votos religiosos, ao final de um longo período de formação religiosa. Nesse dia, em 1542, Santo Inácio de Loyola – fundador da Companhia de Jesus – e seus primeiros companheiros fizeram a profissão solene em Roma, depois da aprovação do Papa Paulo III da nova ordem nascente.
Santo Inácio de Loyola e seus companheiros fizeram sua profissão diante de uma imagem da Virgem Maria, na Basílica de São Paulo Extramuros de Roma, naquele tempo era a Basílica Papal, pois São Pedro ainda estava sendo construída.
O Papa Francisco rezou diante dessa mesma imagem no final da Missadurante sua primeira visita à Basílica, em 14 de abril de 2013, uma semana depois de ter tomado posse como Bispo da diocese de Roma.
ACI Digital

Virgem Santa Maria, Mãe da Companhia de Jesus

REDAÇÃO CENTRAL, 22 Abr. 18 / 05:00 am (ACI).- Desde 22 de abril de 1541, celebra-se todos os anos a festa da Mãe da Companhia de Jesus, dia em que os primeiros jesuítas fizeram os votos solenes diante da imagem da Virgem Santa Maria, na Basílica romana de São Paulo Extramuros.

Santo Inácio narrou toda a experiência: “Quando chegamos a São Paulo, os seis nos confessamos, uns aos outros. Decidiu-se que Íñigo dissesse missa na igreja, e que os outros recebessem o Santíssimo Sacramento de suas mãos, fazendo seus votos da seguinte forma: Inácio dizendo missa e antes da comunhão, segurando um papel com a fórmula dos votos, se voltou para seus companheiros que estavam ajoelhados, e pronunciou as palavras dos votos”.
“Depois de dizê-las, comungou recebendo o Corpo de Cristo. Quando terminou de consumir, colocou as cinco hóstias consagradas na patena e se voltou para seus companheiros. Cada um tomou o texto dos votos em sua mão e disse em voz alta as palavras. Quando o primeiro terminou, recebeu o Corpo de Cristo. Em seguida, por turnos, os demais fizeram o mesmo. A missa aconteceu no altar da Virgem, no qual estava reservado o Santíssimo Sacramento”.
“Quando acabou a missa, depois de rezar diante dos outros altares, regressaram ao altar maior, onde todos se aproximaram de Íñigo. Deram-lhe um abraço e o beijo da paz, com muita devoção, sentimento e lágrimas; assim, finalizaram a cerimônia dos votos e deram início a sua vocação”.
Em 27 de setembro de 1540, meses antes que Santo Inácio de Loyola e os cinco companheiros (Salmerón, Laínez, Broet, Jay e Codure) fizessem os votos de pobreza, castidade e obediência, o Papa Paulo III aprovou a Fórmula da Companhia de Jesus e concedeu licença para fazer suas Constituições.
ACI Digital

domingo, 22 de abril de 2018

4º Domingo da Páscoa: Domingo do Bom Pastor

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília

O 4º Domingo da Páscoa é denominado Domingo do Bom Pastor, pois nele sempre se proclama um trecho do capítulo 10º do Evangelho segundo João, que nos apresenta Jesus como o Bom Pastor. A cada ano, são destacados traços do Bom Pastor que nos motivam a colocar nele a nossa fé, deixando-nos por ele conduzir, e a segui-lo fielmente, escutando a sua voz. O trecho, hoje proclamado (Jo 10,11-18), retrata Jesus, o Bom Pastor, destacando as seguintes características: a) Ele dá a vida por suas ovelhas, fazendo isso, livremente e não obrigado ou por interesse, como faz o mercenário; b) Ele defende o seu rebanho do “lobo” que ameaça devorá-lo; c) Ele conhece as suas ovelhas; d) sai em busca das ovelhas que não estão no redil; e) reúne as suas ovelhas formando um só rebanho. A doação da vida do Bom Pastor se manifesta, de modo especial, na cruz. Neste Tempo Pascal, nós estamos celebrando a vitória do Pastor - Cordeiro imolado, que vence a morte e nos dá a vida. Nós voltamos o nosso olhar e o nosso coração para Ele, com confiança, procurando escutar a sua voz e imitar as suas atitudes.
As ovelhas do rebanho de Cristo deixam-se conduzir por ele, pois confiam naquele que dá a vida para que todos tenham a vida. Entretanto, não se pode pertencer ao rebanho aceitando apenas o Pastor. Aqueles que seguem o Bom Pastor devem aceitar também as demais ovelhas do rebanho, os outros discípulos, como irmãos a serem amados. O discípulo e ovelha do rebanho deve ser sempre discípulo em comunhão. Por isso, valorize a sua comunidade e participe da vida da Igreja, especialmente, neste Tempo Pascal.
No Domingo do Bom Pastor, nós somos convidados a rezar especialmente por aqueles que colaboram no pastoreio do rebanho de Jesus, o Bom Pastor, prolongando a sua presença e missão através do sacerdócio e da vida religiosa. Por isso, a cada ano, neste Domingo, celebramos a Jornada Mundial de Oração pelas Vocações Sacerdotais e Religiosas.  Lembremos, hoje, que o cultivo das vocações sacerdotais e religiosas é dever da inteira comunidade dos fiéis, a começar pela oração permanente pelas vocações. Agradecemos a todos os que se dedicam ao serviço vocacional em nossa Igreja, especialmente, aos formadores, aos animadores da Pastoral Vocacional e aos que contribuem para a Obra das Vocações Sacerdotais. Necessitamos de maior ajuda espiritual e material, especialmente, na sustentação de nossos Seminários. Nesta Jornada Mundial de Oração, rezemos pelos nossos padres, religiosos, seminaristas e vocacionados, para que sejam fiéis, seguindo o exemplo de Jesus, o Bom Pastor, e deixando-se por Ele conduzir.
Arquidiocese de Brasília

quarta-feira, 18 de abril de 2018

Como distinguir os verdadeiros profetas dos falsos? o Papa explica

Papa na Missa. Foto: Vatican Media
VATICANO, 17 Abr. 18 / 11:30 am (ACI).- O profeta sempre é um homem de esperança que “arrisca a própria pele”. Isso foi indicado pelo Papa Francisco na missa que presidiu na capela da Casa de Santa Marta, onde ele deu algumas pistas para distinguir os verdadeiros profetas dos falsos.
Francisco recordou a figura de Estevão, que foi apedrejada depois de falar ao povo e anunciar a verdade. “Arrastaram-no para fora da cidade e começaram a apedrejá-lo”, disse.
“Quando o profeta chega à verdade e toca o coração, ou coração se abre ou o coração torna-se mais pedra, desencadeando a raiva, a perseguição”. “Assim acaba a vida de um profeta”.
Ao mesmo tempo, reconheceu que “os profetas sempre tiveram estes problemas de perseguição por dizer a verdade”.
“Mas para mim, qual é o teste de que um profeta, quando fala forte, diz a verdade? É quando este profeta é capaz não somente de dizer, mas de chorar sobre o povo que abandonou a verdade. E Jesus, por um lado repreende com aquelas palavras duras: ‘geração perversa e adúltera’. Por outro, chora sobre Jerusalém. Este é o teste”.
“Um verdadeiro profeta é aquele que é capaz de chorar por seu povo e também de dizer as coisas fortes quando for necessário. Não é morno, é sempre assim, direto”.
O Pontífice acrescentou que “abrir portas, curar as raízes, curar a pertença ao povo de Deus para seguir em frente. Não é por ofício um repreensor. Não, é um homem de esperança. Repreende quando é necessário e abre as portas olhando o horizonte da esperança. Mas o verdadeiro profeta, se desempenha bem a sua missão, arrisca a própria pele”.
“A Igreja tem necessidade dos profetas. E diria mais: tem necessidade de que todos nós sejamos profetas. Não críticos, isto é outra coisa. Uma coisa é sempre o juiz crítico, ao qual nada lhe agrada, nenhuma coisa lhe agrada.: “Não, isto não está certo, não está bem, não está bem, não está certo, isto deve ser assim…” Este não é um profeta. O profeta é aquele que reza, olha para Deus, olha para seu povo, sente dor quando o povo erra, chora – é capaz de chorar pelo povo – mas é também capaz de arriscar a própria pele para dizer a verdade”.
ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF