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sexta-feira, 28 de outubro de 2022

A oração que agrada a Deus

Foto: Cathopic/Dante Di Natale
A oração verdadeira leva à conversão sincera de nossa vida e à conformação de nossos comportamentos e atitudes com a vontade de Deus.

Redação (27/10/2022 10:13, Gaudium Press) Rezar é um dos gestos mais comuns de religiosidade. Quem tem Fé reza; quem não reza, expõe-se a perder a Fé e, talvez, já nem tenha Fé, pois a oração expressa nosso reconhecimento de Deus. Jesus rezou, passou noites em oração e ensinou os discípulos a rezar. E recomendou que é preciso rezar sempre, sem jamais deixar de fazê-lo.

Toda oração é igualmente boa?

Será que toda oração é igualmente boa? Como deve ser nossa oração para ser boa e chegar ao coração de Deus? Observando as pessoas que entravam no templo para rezar, Jesus contou a parábola do fariseu e do publicano em oração (cf. Lc 18,9-14). Um fariseu entra, vai bem à frente, fica de pé e começa a fazer o elogio de si próprio diante de Deus, desprezando os outros, que considera pecadores, ladrões e adúlteros. Ele se considera justo e cheio de méritos, como a recordar a Deus: tu me deves isso e aquilo…

O publicano, conhecido como pecador público, entra no templo, fica lá no fundo, abaixa a cabeça e nem ousa levantar o olhar, mas bate no peito, dizendo: tem piedade de mim, que sou um pecador. Jesus conclui a parábola: a oração do fariseu não agradou a Deus.

Se rezamos com o coração cheio de soberba, nossa oração não agrada a Deus

A oração do publicano sim, tocou e comoveu o coração de Deus. O que houve de errado na oração do fariseu? Ele rezou com atitude soberba, muito convencido dos próprios méritos, sem reconhecer que também ele tem necessidade de Deus. Faltou o sincero reconhecimento de Deus e humildade. Sobrou autossuficiência e até arrogância, a ponto de desprezar os outros, considerados pecadores, gente que não presta. Esqueceu que Deus também quer a salvação dos pecadores e ele próprio devia se reconhecer como um deles. Ninguém se salva pelos próprios méritos, sem precisar da misericórdia de Deus. Se rezamos com o coração cheio de soberba e até ódio contra os outros, nossa oração é como a do fariseu e não agrada a Deus.

O que foi bom na oração do publicano? Não foi o fato de ele estar cheio de pecados, o que ele reconhece. Bem por isso, ele foi ao templo para rezar, para pedir perdão, recorrendo a Deus, confiante na sua misericórdia. O que agradou a Deus na oração do publicano foi sua sinceridade e humildade. Ele reconhece que precisa de Deus e pede piedade, reconhecendo que não tem méritos próprios para apresentar a Deus. Na sua prece, o publicano não fez o julgamento dos outros e não desprezou a ninguém.

Foto: Cathopic/María Paula Campisi

Deus despreza os corações arrogantes e soberbos

Na Bíblia inteira, fica muito claro que Deus despreza os corações arrogantes e soberbos. Maria também proclama isso no seu cântico: “dispersou os soberbos de coração e elevou os humildes”. E o Livro do Eclesiástico diz que “a prece dos humildes atravessa as nuvens” (Eclo 35,17).

É preciso rezar todos os dias, segundo a recomendação do próprio Jesus. Nossa oração, no entanto, deve ser feita com respeito a Deus, profunda Fé, confiança e humildade. A Fé em Deus é o sincero reconhecimento de Deus e de tudo o que isso significa. É reconhecer que Deus é Deus e que nós não somos deuses. Na oração, não tratamos com Deus de igual para igual. A humildade nos coloca no nosso devido lugar diante de Deus: como criaturas e como filhos amados. Nem deve nossa oração ter a pretensão de “dobrar” a Deus com muitas palavras e argumentos. Na oração, nunca podemos ter a pretensão de fazer uma espécie de “negócio com Deus”; menos ainda, de “subornar” a Deus, para fazê-lo concordar com propósitos ou projetos desonestos. A oração verdadeira deve expressar a disposição sincera de fazer a vontade de Deus e de observar seus mandamentos: “seja feita a vossa vontade”. Outra forma errada de oração seria a pretensão de manipular ou instrumentalizar a Deus mediante a magia. Essa maneira de mostrar domínio sobre Deus mediante a vontade e as ações humanas seria profundamente desrespeitosa de Deus e blasfema.

A oração verdadeira leva à conversão sincera

A oração verdadeira leva à conversão sincera de nossa vida e à conformação de nossos comportamentos e atitudes com a vontade de Deus, como Jesus ensinou na primeira parte do Pai-nosso: “seja feita a vossa vontade”. Todos nós somos eternos aprendizes na oração e vamos amadurecendo na prática da oração à medida que crescemos na Fé, esperança e caridade. É o que nos fez pedir a bela oração da Liturgia do 30º Domingo do Tempo Comum: “Deus eterno e todo-poderoso, aumentai em nós a Fé, a esperança e a caridade e dai-nos amar o que ordenais para conseguirmos o que prometeis”. Quando aprendemos a amar o que Deus nos pede, que é bom e santo, podemos esperar com confiança aquilo que Deus nos promete e que pedimos em nossas orações.

Por Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo metropolitano de São Paulo.

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Jesus mesmo afirmou que São Judas Tadeu é “padroeiro das causas impossíveis”

By Renata Sedmakova | Shutterstock
Reportagem local

Em pelo menos três aparições a dois santos diferentes, conforme os relatos da tradição.

São Judas Tadeu, um dos Doze Apóstolos de Cristo, é venerado pelos católicos como “padroeiro das causas impossíveis“. Mas de onde lhe veio tal atribuição?

A resposta não poderia ser mais elevada: do próprio Jesus Cristo, nas aparições descritas abaixo!

Atenção: não confundir São Judas Tadeu com o discípulo traidor Judas Iscariotes.

1 – A aparição de Jesus a São Bernardo de Claraval

De acordo com a tradição, durante uma das suas aparições a São Bernardo de Claraval no século XII, Jesus pediu ao santo abade que aceitasse São Judas Tadeu como santo padroeiro do impossível. Desde então, São Bernardo passou a venerar muito devotamente a sua relíquia, a ponto de pedir que o enterrassem com ela quando chegasse a sua hora de partir desta vida.

2 – A aparição de Jesus a Santa Brígida

A grande mística italiana Santa Brígida, do século XIV, também recebeu a graça de várias aparições de Jesus, que, numa delas, citou São Judas Tadeu:

“Tal como indica o seu sobrenome, Tadeu, ‘amável’, ‘amoroso’, ele estará disposto a ajudar”.

Em outra visão, Jesus pediu que Santa Brígida dedicasse a São Judas um altar na sua igreja:

“O quinto altar deve ser reservado a Tadeu, que, pela sua pureza de coração, certamente vencerá o diabo”.

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Com informações de ChurchPop

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Uma nova tecnologia para recuperar metais preciosos dos lixos eletrônicos

Recolhimento de metais preciosos | Vatican News

O que acontece com celulares antigos que não usamos mais ou computadores, tablets, máquinas usadas em hospitais? Eles acabam principalmente em aterros ao ar livre com um impacto desastroso no meio ambiente. Uma empresa na província de Cremona desenvolveu um sistema inteligente para a recuperação e refinação de ouro, prata, platina, paládio e outros conteúdos preciosos desses dispositivos. Um acordo com o Vaticano também foi assinado recentemente.

https://youtu.be/hZw39N0VqdM

Cecilia Seppia – Vatican News

Alberto Tosoni, nascido em 1983, sangue suíço-lombardo, é o engenheiro "pai" deste ambicioso projeto de recuperação e refinação de metais preciosos que se realiza na empresa de Spino d'Adda, na província de Cremona. "Quando tive essa ideia, em 2012, me disseram que estava louco, que eu era um visionário, mas eu segui em frente no meu caminho porque sabia que havia muito mais do que eu tinha em mente", conta ele. Na época, eu estava estudando engenharia no Politécnico de Milão. O meu avô tinha um laboratório de refinamento de resíduos de ourives e eu olhava curioso para cada etapa de processamento. Depois, eu aprendi sobre os novos resíduos, muitas minas de ouro e outros metais nobres que talvez o mundo ainda ignorasse. Estou falando dos montes de lixo eletrônico que a humanidade vem produzindo há décadas num um ritmo assustador: celulares, computadores, baterias, resíduos industriais, máquinas usadas em laboratórios, hospitais e qualquer outro instrumento que contenha um cartão eletrônico. Então, pensei num sistema de recuperação que não devastasse o meio ambiente, não poluísse, não explorasse os trabalhadores, como ainda acontece hoje em muitas partes do planeta e me lancei nesse processo de construção de um spin-off industrial que, em seguida, deu vida à Ecomet Refining".

Todos os materiais que chegam à Ecomet são pesados e selecionados
por trabalhadores experientes

A empresas e as fases de processamento

Estamos falando da maior empresa da Itália, a única existente na Europa e a única que atualmente trata duas mil toneladas de resíduos por ano de forma totalmente sustentável, com muito pouco consumo de energia, sem dispersão de substâncias perigosas ou poluentes na atmosfera. Numa tonelada desses materiais estão contidos cerca de 300 kg de metais que são recuperados e outros 700 kg usados como material de fusão para fundições de cobre ou em empresas de betume para fazer asfalto: nada se perde!  "Agora, recebemos material de todo o mundo", explica Mattia Gottardi, sócio da iniciativa e responsável de relações institucionais da Ecomet. Justamente por isso, uma nova fábrica está sendo construída em Treviglio dez vezes maior para processar 20 mil toneladas por ano. Uma das coisas mais estranhas que foi trabalhada é a bateria de um submarino, mas aqui chega de tudo e uma das fases mais delicadas é justamente a classificação, a diferenciação de materiais que é feita à mão. No início, há sempre um levantamento radiométrico, detecção de peso, verificação visual do estado físico. O segundo passo é a trituração e preparação para a fusão em que a composição química também ocorre. Por trás deste projeto, porém, há uma tecnologia única na Itália sobre a fusão que permite derreter diretamente materiais de todos os tipos respeitando os limites ambientais da lei e evitando outras etapas que poderiam gerar dispersão dos materiais a serem recuperados: o forno funciona a uma temperatura de 1500 graus e, portanto, não libera as dioxinas que geralmente se desenvolvem nos incineradores. Outra fase é a análise dos metais preciosos. Em seguida, há a refinação e, por fim, a fusão real que permite obter ouro, prata, platina, paládio de forma pura e diretamente comercializável no mercado. 99,9% desses materiais são recuperados. Pense que a partir de uma tonelada de celulares antigos, cerca de 5000, mais ou menos 250 - 300 gramas de ouro são obtidos. Então, um bom ganho se pensarmos na valorização no mercado! Também lembro que de 6 a 8% das reservas mundiais de ouro estão contidas neste lixo eletrônico."

Toneladas inteiras de lixo eletrônico chegam de todo o mundo
todos os dias

Contra a lógica do descarte

"Podemos dizer que a empresa de Spino d'Adda funciona quase numa lógica antecipatória das palavras do Papa na Laudato si' e da grande mensagem que ele queria transmitir ao mundo chamando as consciências", argumenta Gottardi, "mas este documento nos deu ainda mais impulso para continuar nessa direção". "O próprio conceito de recuperação que aplicamos fisicamente vem deter essa cultura do descarte desenfreada denunciada por Francisco que diz respeito às coisas e às pessoas, como se fossem assimiláveis entre si. Não é verdade que tudo o que não é mais necessário ou útil deve ser jogado fora. Outro ponto crucial é a poluição. Existem metais que podem liberar poluentes no solo por anos, pense no lítio do qual as baterias de smartphones são compostas. Depois, há a questão da exploração dos mineiros, em áreas pobres do mundo, mas ricas em depósitos de ouro, por exemplo: essas pessoas trabalham em condições dramáticas, sem salários justos, sem nenhuma segurança, em contato próximo com agentes químicos prejudiciais à saúde, cavando no ventre da terra para trazer à luz o que talvez será transformado num brinco ou numa pulseira vendida em uma boutique no Ocidente por centenas ou milhares de euros. Isso não é mais aceitável. Devemos aprender a consumir de forma responsável e consciente o que já emergiu da terra, porque cedo ou tarde mesmo esses recursos acabarão e nós estaremos ou melhor já estamos em plena dívida ecológica. Os recursos existem, a tecnologia também, mas não podemos mais virar o rosto e fingir que nada acontece. Há lugares que são áreas de despejo ao ar livre de lixos tecnológicos: 85% desse lixo está localizado na África, atormentada por inúmeras chagas. Na Nigéria, há aterros tão grandes quanto cidades onde os lixos tecnológicos são incendiados para talvez recuperar cabos de cobre e vendê-los, com nuvens tóxicas que persistem por semanas, liberando substâncias que destroem o ecossistema dessas áreas por centenas ou milhares de anos. Nos últimos tempos tem havido um caminho de aproximação com grandes empresas que estão fazendo da sustentabilidade uma bandeira, e o nosso objetivo é poder levar a tecnologia Ecomet para todos os lugares. Muitas empresas também entenderam a importância de mostrar aos seus clientes que estão totalmente comprometidas com a recuperação de lixos desse tipo. É a chamada virada verde, que obviamente faz bem ao meio ambiente, mas também atrai lucros".

Dentro da empresa de Spino d'Adda

O acordo com o Governatorato

O eco das palavras de Francisco, os 7 objetivos da Laudato si', a lógica do bem comum e não a do dinheiro, pressionou os líderes da Ecomet a fazer acordos também com o Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano. "Recentemente", acrescenta Gottardi, "também nos dirigimos à Santa Sé para apresentar nossa ideia de sustentabilidade ambiental e o acolhimento foi muito bom. Juntos, decidimos estender esse projeto para as escolas, instituições eclesiais, hospitais, centros missionários, dioceses, congregações e ordens religiosas, onde quer que a Igreja esteja presente para ter uma cadeia consciente de coleta desses recursos que de outra forma seria desperdiçada e, em seguida, proceder na recuperação, ativando um círculo econômico virtuoso. Também pensamos em criar pontos de coleta dedicados ao material tecnológico, que hoje não se sabe onde jogar com a coleta diferenciada, tanto dentro das Muralhas Leoninas quanto fora, nas áreas limítrofes. O ponto de encontro foi imediatamente claro: trabalhar esses materiais e devolver recursos para fazer o bem, difundindo também uma cultura e consciência diferentes sobre as questões ambientais que nos jovens estão mais presentes e vivas do que nos adultos, e o Papa sabe disso, porque as gerações mais jovens estão mais inclinadas a mudar. Após uma conversa com o cardeal Leonardo Sandri, prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais e com o dr. Torrini, chegamos a um acordo e já recebemos um lote de várias toneladas da Cidade do Vaticano: computadores em desuso principalmente, mas não só, material eletrônico que a Ecomet selecionará e recuperará. Este é um projeto piloto que esperamos que em breve seja estendido a outras realidades. A capilaridade da rede eclesial também é uma vantagem do ponto de vista da educação ambiental e da informação sobre práticas ainda desconhecidas".

Uma vista aérea do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano

Economia positiva e economia circular, pontos de coleta dedicados e devolução de recursos a serem destinados aos pobres é o cerne do acordo que a Ecomet assinou com o Vaticano, já na vanguarda da cadeia de resíduos, após a criação da ilha ecológica e na recuperação da biomassa, um exemplo virtuoso a ser exportado para outros Estados. "A Praça São Pedro, os Jardins, os Museus são alcançados e visitados todos os dias por milhares de peregrinos que vêm de todo o mundo e que, além da arte, história, valor religioso, apreciam o cuidado, o decoro dos espaços, a limpeza e também a inovação do ponto de vista do descarte de lixos. Nas ruas de Roma ou de outras cidades italianas não há contêineres para o descarte de materiais tecnológicos que regularmente acabam na parte do alumínio ou plástico sem pensar nos recursos que escondem. Desta forma, o Estado Pontifício daria o exemplo, transmitindo também informações que não são conhecidas e que são preciosas para o ambiente." "Toda vez que falamos sobre essa tecnologia com sabor ético para outras empresas ou multinacionais líderes do setor, com faturamento estelar", conclui o sócio da Ecomet, "vemos no rosto dos empresários uma certa surpresa e um grande interesse e percebemos que fizemos algo importante e justo. No início, nem todos entendiam o objetivo desse projeto e muitas vezes Tosoni ouviu dizer que estava louco, como se estivesse procurando a pedra filosofal. Na realidade, ele conseguiu dar vida a uma intuição que pode mudar o mundo e que é mais urgente do que nunca para proteger nossa Casa comum".

Tecnologia e trabalho especializado para salvar o planeta
Fotos: Vatican News

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Judas Tadeu

S. Judas Tadeu | arquisp
28 de outubro

São Judas Tadeu

São Judas Tadeu é um dos doze apóstolos de Jesus. Era filho de Cléofas (irmão de São José) e de Maria de Cléofas (irmã de Nossa Senhora). Assim, ele era primo de Jesus. Diziam que se parecia muito com o Mestre. São Judas era também irmão de São Tiago, chamado “O Menor”, e de São Simão. Ambos discípulos de Jesus. O nome Judas significa “Deus seja louvado”.

Bodas de Caná

Alguns estudiosos chegam a cogitar na possibilidade de São Simão, ser o noivo do casamento em Caná da Galiléia, onde Jesus operou seu primeiro milagre, transformando água em vinho. São Judas teria presenciado o milagre e esta pode ter sido a causa de ele ter se tornado discípulo de Jesus. Lucas também chama Judas de "Zelote" - Lc 6,15. Alguns estudiosos afirmam que "zelote" significa zeloso. Outros afirmam que ele poderia ser membro do movimento revolucionário dos zelotes, que lutavam contra a dominação romana em Israel.

Escritor São Judas Tadeu

São Judas é o autor da menor carta do Novo Testamento: "A Carta de Judas".
A epístola de Judas foi escrita com muito amor e dedicação. Judas se preocupava com a pureza da crença na pessoa de Jesus Cristo e com a boa imagem dos cristãos perante a população. Talvez ele até quisesse escrever algo diferente, mas ao ouvir os falsos relatos de alguns cristãos, decidiu escrever esta carta chamando a atenção e alertando toda a Igreja nascente para terem cuidado com os falsos profetas.

Martírio

A história, baseada nos escritos apócrifos da "Paixão de Simão e Judas", relata que depois de anunciar o Reino de Deus no Egito, Simão encontrou-se com Judas e eles foram evangelizar a Pérsia. Escritos do século VI descrevem o martírio de ambos.

Simão e Judas foram martirizados na Pérsia, na cidade de Sufian. Eles foram mortos por pregarem destemidamente a fé em Jesus Cristo. Por causa da pregação deles, grande foi o número de persas que se converteram ao cristianismo. Isso incomodou os poderosos da Pérsia. Por isso, foram condenados à morte. Vários estudiosos das escrituras acreditam que São Judas foi decapitado por carrascos que usavam como ferramenta o machado afiado. Esta era a pena capital mais usada pelos persas na época.

Muitos se converteram ao verem o testemunho destemido de São Judas diante da morte. O corpo de São Judas está sepultado na Basílica de São Pedro, no Vaticano. O Papa Paulo III escreveu uma bula concedendo indulgência plenária para todos aqueles que rezarem em seu túmulo no dia 28 de outubro, dia da sua festa.

Representação de São Judas Tadeu

Na arte cristã, São Judas Tadeu é representado como um homem segurando um machado, como referência à maneira pela qual ele foi martirizado.

Devoção a São Judas Tadeu

Acredita-se que as relíquias de São Judas Tadeu possam estar nas cidades deRheims e Touluse, na França. Há séculos, São Judas é venerado pelos cristãos como um dos santos mais populares da Igreja. Ele é invocado como o “Santo das Causas Perdidas”.

Intercessão de São Judas Tadeu

 Muitas vezes São Judas Tadeu é confundido com Judas Iscariotes, aquele que traiu Jesus por 30 moedas. Por isso, o nome Judas caiu na desonra e passou a ter um significado de traidor, criminoso, assassino, desprezível ou diabólico. Santa Brígida diz que Jesus quis reparar esse mal. Ao aparecer a Brígida da Suécia, que vivia um momento difícil em sua vida, Jesus disse para ela pedir a intercessão de São Judas Tadeu, pois Ele, Jesus, queria conceder graças às pessoas do mundo todo. Por isso, ainda hoje, a devoção a São Judas Tadeu é forte em todo o mundo. São tantas as graças alcançadas pela intercessão do Santo que ele é conhecido como o advogado das causas perdidas ou difíceis de serem resolvidas.

Oração a São Judas Tadeu

(Para ser rezada em grandes aflições, quando parecemos desamparados de todo socorro visível ou para casos desesperados)

São Judas Tadeu, glorioso apóstolo, fiel servo e amigo de Jesus, o nome do traidor é causa de serdes esquecido por muitos, mas a Santa Igreja honra-vos e invoca-vos universalmente como padroeiro de casos desesperados, sem remédio. Intercedei por mim que sou tão miserável pondo em prática, eu vo-lo rogo, o privilégio particular que vos é concedido a fim de trazer ajuda pronta e visível onde isso é quase impossível. Vinde valer-me nessa grande necessidade para que eu possa receber as consolações e socorros do Céu em todas as minhas aflições, necessidades e sofrimentos, particularmente (aqui dizer a graça que deseja obter...) e que possa bendizer a Deus convosco e todos os eleitos por toda a eternidade. Eu vos prometo, bem aventurado São Judas Tadeu, ter sempre presente esta grande graça e não cessar de honra-vos, como meu especial e poderoso Padroeiro e farei quanto possa para espalhar a devoção para convosco. Amém.

São Judas Tadeu, rogai por nós e por todos os que vos honram e vos invocam.

Rezar um Pai-Nosso, uma Ave-maria e um Glória ao Pai

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Dos Discursos contra os arianos, de Santo Atanásio, bispo

S. Atanásio | ComShalom

Dos Discursos contra os arianos, de Santo Atanásio, bispo

(Oratio 2,78.79:PG 26,311.314)       (Séc. IV)

Nas coisas criadas está impressa a imagem da Sabedoria

A forma da sabedoria foi criada em nós e está em tudo. É, portanto, muito justo que a verdadeira e criadora Sabedoria reivindique como própria sua forma em todas as coisas e diga: O Senhor me criou em suas obras (cf. Pr 8,22). Visto ser a sabedoria existente em nós quem fala, o Senhor a nomeia como bem próprio. 

Não é, portanto, criado aquele que é o criador, mas por causa de sua imagem nas obras criadas, fala destas como de si mesmo. Do modo como o Senhor diz: Quem vos recebe a mim recebe (Mt 10,40), porque sua imagem está em nós, embora não incluído entre as coisas criadas, por ser sua forma e imagem criada nas obras, diz como de si mesmo: O Senhor no início de seus caminhos me criou (Pr 8,22).  

A forma da sabedoria foi dada às criaturas para que o mundo nelas reconhecesse o Verbo, seu artífice, e pelo Verbo, o Pai. Na verdade, é o mesmo que Paulo ensina: Porque o que se pode conhecer de Deus é manifesto para eles, Deus lhes manifestou. Pois desde a criação do mundo, através de suas criaturas as realidades invisíveis são contempladas pela inteligência (cf. Rm 1,19-20). Por conseguinte, o Verbo, por natureza, de modo algum é criado, mas este trecho deve ser entendido a respeito da sabedoria que se diz estar e ser verdadeiramente em nós.

Entretanto, se alguém não quiser acreditar nisto, responda-me: há ou não sabedoria nas coisas criadas? Se não há nenhuma, como é que o Apóstolo se queixa com as palavras: Pois que, na sabedoria de Deus, o mundo não conheceu a Deus pela sabedoria? (1Cor 1,21). Ou se não existe sabedoria, por que se comemora na Escritura a multidão dos sábios? Pois o sábio atemorizado afasta-se do mal (Pr 14,16), e com sabedoria constrói a casa (Pr 24,3).  

O Eclesiastes também diz: A sabedoria do homem iluminará seu rosto (Ecl 8,1); e censura os temerários com as palavras: Não digas: Por que é que os tempos passados foram melhores do que os presentes? Não foi com sabedoria que indagaste isto (Ecl 7,10).  

Então, se nas coisas criadas há sabedoria, como o filho de Sirac atesta: Difundiu-a em todas as suas obras e em todos os mortais conforme seu dom, e concedeu-a aos que o amam (Eclo 1,7-8), esta efusão não foi absolutamente da Sabedoria em sua natureza que subsiste por si mesma e é unigênita, mas daquela que se expressa no mundo. Que há, pois, de incrível que a própria Sabedoria criadora e verdadeira diga a respeito da sabedoria e ciência, forma ou figura suas, difundidas no mundo, como se fosse de si mesma: O Senhor me criou em suas obras? A sabedoria existente no mundo não é criadora, mas foi criada nas coisas; por ela os céus narram a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras de suas mãos (Sl 18,2).

A importância do associacionismo juvenil

Dom Antônio de Assis - Bispo Auxiliar de Belém (PA) | cnbbn2

A IMPORTÂNCIA DO ASSOCIACIONISMO JUVENIL

Dom Antonio de Assis Ribeiro
Bispo auxiliar de Belém (PA)

A IMPORTÂNCIA DO ASSOCIACIONISMO JUVENIL: Educar e evangelizar através da experiência de grupo (1) 

O processo de educação e evangelização dos jovens desafia pais, educadores, evangelizadores e catequistas a serem sensíveis, criativos e estratégicos no desenvolvimento da própria missão. É necessário cultivarmos um profundo e dinâmico movimento de empatia para se chegar ao coração de quem se deseja educar e evangelizar, ou “evangelizar educando e educar evangelizando”.  

Para que isso aconteça é necessário dar a máxima atenção para com os anseios, as sensibilidades das novas gerações e a tudo aquilo que está profundamente atrelado naturalmente à psicologia juvenil. Uma das experiências que atrai o olhar, o coração e a mente dos jovens é a experiência de grupo.  

Neste ano a Comissão Episcopal para a Juventude (Edições CNBB) lançou o livro com o título “Grupo Jovem Paroquial: jeito jovem de ser Igreja”. Além da versão impressa, há uma versão digital de fácil acesso disponível a todos em: jovensconectados.org.br/mdocs-posts/livro-digital-grupo-jovem-paroquial-jeito-jovem-de-ser-igreja 

Nesta reflexão, sem a pretensão de fazer resumo do conteúdo do livro, quero iniciar uma reflexão sobre a importância de darmos a máxima atenção a essa estratégia de promoção da pastoral juvenil. A pergunta fundamental é esta: por que é importante a promoção da experiência associativa (de grupos) dentro da pastoral juvenil? 

 O grupo é importante porque corresponde a uma necessidade humana

·         O homem é um ser social. A experiência da vida em grupo ajuda os adolescente e jovens a crescerem na sociabilidade, na capacidade de relacionamento, na interação com os outros.   

·         No grupo nos exercitamos na comunicação, no diálogo, na escuta, no pensamento, na arte de responder… O grupo interpela o indivíduo e o estimula ao crescimento saindo da sua comodidade.  

·         No grupo tomamos consciência de nós mesmos, percebemos nossas carências (medo, agressividade, desonestidade…) e potencialidades. 

 O grupo é importante porque corresponde a uma necessidade afetiva

·         Temos sede de amar, ser amados e servir; isso só é possível na interação com os outros. Amar é expor-se! Somos naturalmente impelidos ao encontro dos outros. O grupo é espaço para a experiência da afetividade, do amor, da amizade, do bem querer…  

·         O grupo nos oferece a oportunidade de dar e receber afeto, isso nos livra do mal da carência afetiva e do anonimato. O grupo nos leva a tomarmos iniciativas em prol das necessidades dos outros, portanto, a experiência associativa nos sensibiliza e nos oportuniza a possibilidade da experiência da solidariedade e do cuidado com os outros.  

 O grupo corresponde a um desejo de proteção e segurança

·         Diz o ditado popular que “Juntos somos mais fortes!” e é verdade! A experiência associativa empodera o indivíduo psicologicamente. Ninguém vivem sem o desejo de proteção e segurança, pois é uma das mais significativas necessidades humanas. O grupo é um ambiente de refúgio, abrigo, tutela, apoio, garantia. 

·         No grupo crescemos no senso de pertença, proteção e atenção aos outros.  O grupo vai ao encontro da fragilidade do indivíduo e, este, por sua vez, coloca a serviço dos demais o que pode oferecer.  

 O grupo favorece a educação através do confronto com o outro

·         O grupo é ambiente de conhecimento, é uma escola, um lugar educativo, um espaço de múltiplas influências e condicionamentos. O grupo, segundo o psicólogo americano Lawrence Kohlberg criador da Teoria do Desenvolvimento Moral, é fonte das referências morais para os adolescentes, por isso, muitas vezes o que o grupo diz cada indivíduo acata, gerando conflito com os pais. Eis porque é importante a promoção de grupos com bons ideais e boas práticas. 

 O grupo possibilita ao indivíduo o amadurecimento moral

·         O psicólogo Lawrence Kohlberg nos alerta para a verdade de que o grupo é espaço de recepção de estímulos e, por isso, forja o indivíduo a desenvolver a capacidade de discernimento, senso crítico, reflexão pessoal, contestação e fundamentação das convicções pessoais sem entrar em conflito com os outros (sem rupturas) preservando a própria identidade com suas convicções.  

·         O grupo é o contexto em que cada indivíduo pode também testemunhar não somente os seus vícios e fragilidades, mas também valores, virtudes, boas ideias, iniciativas e lutas. O grupo traz consigo sempre uma relativa ambivalência, fruto das virtudes e limites presentes em cada pessoa. A saudável experiência de grupo ajuda o indivíduo a crescer no senso ético.  

  O grupo corresponde a uma necessidade eclesial

·         A Igreja é uma família formada por pequenas associações de pessoas: famílias, grupos, associações, congregações, comunidades, paróquias, dioceses… Na Igreja não deve haver pessoas sem vínculos, desagregadas…  

·         A experiência educativa e religiosa em grupo, corresponde a uma necessidade do caminho eclesial. Somos comunidade, Igreja Sinodal, comunhão… Dessa convicção vem a experiência da corresponsabilidade, do mutirão, da colegialidade na liderança (grupo, equipe, comissão), do discernimento comunitário, da promoção dos conselhos pastorais etc.  

 O grupo corresponde à necessidade missionária

·         Jesus enviou seus discípulos “dois a dois” para evidenciar a dimensão comunitária da missão eclesial. Nenhum discípulo deve estar isolado evangelizando. Mesmo que alguém esteja só, não deve estar isolado.  

·         Fora do sentido comunitário, fraterno e da comunhão não existe verdadeira evangelização. A evangelização é uma missão comunitária. A missão comunitária nos leva à convicção da necessidade da experiência de vida fraterna como expressão do Reino de Deus.  

·         O grupo é chamado a ser espaço de vivência dos valores do Reino de DEUS, portanto, do perdão, da misericórdia, da compaixão, da solidariedade, da partilha etc.  

PARA REFLEXÃO PESSOAL 

Em sua vida você já fez parte de um grupo? Como foi a experiência? 

O que você destaca de importante na experiência de grupo? 

Como você percebe hoje na sociedade e na Igreja a questão da experiência de grupo?

O Papa: nosso mundo precisa de unidade, precisamos de reconciliação

Papa com os sacerdotes, religiosos e religiosas de Madagascar
residentes em Roma  (Vatican Media)

Francisco disse aos membros do Conselho da União de sacerdotes, religiosos e religiosas malgaxes em missão, em Roma, que a fecundidade da missão desse organismo "depende também da unidade" que eles cultivam entre eles e seus Pastores. "A unidade é muito importante. É o testemunho que vocês são chamados a levar para nossa sociedade", disse o Papa.

Mariangela Jaguraba - Vatican News

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (27/10), na Sala Clementina, no Vaticano, os membros do Conselho da União de sacerdotes, religiosos e religiosas malgaxes em missão em Roma.

O Santo Padre agradeceu ao bispo da Diocese de Morondava, dom Marie Fabien Raharilamboniaina, presidente da Conferência Episcopal de Madagascar, por ter trabalhado a fim de que este encontro se realizasse.

"A sua presença aqui hoje, enquanto seus bispos estão em sua visita ad limina, é a expressão de sua comunhão de oração com o caminho espiritual que eles fazem nos túmulos dos apóstolos Pedro e Paulo ", sublinhou Francisco, ressaltando que a fecundidade da missão dos membros desse organismo "depende também da unidade" que eles "cultivam", entre eles e seus Pastores. "A unidade é muito importante. É o testemunho que vocês são chamados a levar para nossa sociedade", sublinhou o Papa.

“O nosso mundo precisa de unidade, é uma época em que todos precisamos de unidade, precisamos de reconciliação, precisamos de comunhão, e a Igreja é Casa de Comunhão.”

Hoje, em nossas sociedades, e infelizmente às vezes na Igreja, vemos a busca de interesses pessoais e se calunia muito, a fofoca está na ordem do dia. Por favor, não fofocar, mas sempre falar bem um do outro, porque fofoca é uma arma de desunião. O comportamento de fofoca, do "vírus do egoísmo", ameaça a convivência pacífica entre os povos, assim como entre os filhos e filhas do mesmo país.

"Diante dessa situação, sua experiência pessoal e comunitária de consagração a Cristo é a prova de que a vida pode ser vivida de forma diferente à luz do Evangelho, que doa a verdadeira alegria", sublinhou Francisco.

O Papa os encorajou a caminharem sempre juntos e a fazerem de sua presença em Roma uma oportunidade preciosa para se enriquecer e renovar a fé nas pegadas das grandes figuras de santos e santas que passaram por aqui. "Peço que se forme uma grande família espiritual, dentro da qual se respeita, se quer bem e se ajuda reciprocamente. Desta forma, vocês serão sinais de esperança para suas Igrejas particulares e para Madagascar, que esperam muito de vocês", disse ainda o Papa.

Francisco os confiou à Virgem Maria para que ela os ajude a proteger fielmente sua identidade como sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos, em meio às mudanças do nosso tempo. "Que Nossa Senhora interceda por vocês, para que possam sempre ser abertos e generosos com seus irmãos e irmãs, especialmente os que estão passando por momentos de dificuldade. Sejam unidos, unidos aos bispos que são os pastores", concluiu.

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF