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domingo, 27 de junho de 2021

O que é um credo e por que a Igreja tem várias versões do seu credo?

Public Domain
Por Francisco Vêneto

É cada vez mais frequente que empresas divulguem o seu próprio "credo", mas qual é o significado e o conteúdo do credo católico?

O que é um credo e por que a Igreja tem várias versões do seu credo? Como termo geral, um “credo” é basicamente um conjunto de declarações nas quais acreditamos. De fato, o termo vem diretamente do verbo latino “crèdere“, acreditar, e significa “eu creio”.

É cada vez mais frequente que empresas divulguem o seu próprio “credo”, ou seja, um manifesto dos valores em que a equipe acredita, assim como a sua missão e visão, ou o seu propósito e seus objetivos estratégicos.

Neste sentido, um “credo” é um conjunto de princípios, crenças e referências pelos quais se pauta uma pessoa ou um grupo de pessoas. Infelizmente, também é frequente que o “credo” divulgado por algumas empresas seja apenas uma peça publicitária que pouco ou nada se reflete na prática.

O que é um credo

A origem do “credo”, no entanto, é eminentemente cristã: em sua acepção mais específica, o credo é a síntese dos artigos essenciais do cristianismo, com a finalidade catequética de manter sempre claros para os fiéis os conteúdos fundamentais da fé. Ao recitar o credo, nós, cristãos católicos, professamos publicamente que acreditamos nas mesmas verdades em que a Igreja acredita. É por isso, aliás, que o credo também é chamado de “Profissão de Fé”.

Mas quais são os conteúdos do credo católico?

Trata-se de um resumo da nossa fé em um só Deus, que, mesmo sendo uno, é também trino por ser Pai, Filho e Espírito Santo, assim como na Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, que é Deus Filho e que, tendo nos oferecido a salvação, julgará se a aceitamos ou recusamos. Por isso mesmo, cremos na Igreja por Ele fundada, na comunhão dos Santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne e na vida eterna.

Por que a Igreja tem várias versões do seu credo?

O Catecismo nos lembra que a Igreja contou com numerosas redações do credo ao longo dos séculos, já que ela sempre buscou responder às diferentes necessidades dos diferentes períodos históricos. Isto se refere apenas à forma de redigir o credo, porque o conteúdo é sempre o mesmo: as verdades doutrinais que compõem o núcleo da fé da Igreja não mudam nem podem mudar.

Mesmo no tocante à redação, consolidaram-se na história da Igreja basicamente duas formas do credo católico:

  • o Credo dos Apóstolos (ou Símbolo dos Apóstolos), que é mais sintético;
  • o Credo Niceno-Constantinopolitano, que é mais detalhado.

Eis como o Catecismo nos apresenta cada um deles:

“O Símbolo dos Apóstolos, assim chamado porque se considera, com justa razão, o resumo fiel da fé dos Apóstolos, é o antigo símbolo batismal da Igreja de Roma. A sua grande autoridade vem-lhe deste fato: ‘É o símbolo adotado pela Igreja romana, aquela em que Pedro, o primeiro dos Apóstolos, teve a sua cátedra, e para a qual ele trouxe a expressão da fé comum'” (Catecismo da Igreja Católica, número 194).

Quanto ao Credo Niceno-Constantinopolitano, o Catecismo registra:

“O Símbolo dito de Niceia-Constantinopla deve a sua grande autoridade ao fato de ser proveniente desses dois primeiros concílios ecumênicos (dos anos de 325 e 381). Ainda hoje continua a ser comum a todas as grandes Igrejas do Oriente e do Ocidente” (ibid, número 195).

Uma antiga tradição, sem comprovação documental, conta que os doze Apóstolos teriam resumido as bases da fé cristã quando ainda estavam reunidos em Jerusalém. Para este fim, cada um teria ditado um dos 12 artigos do credo, assim dispostos:

  1. Creio em Deus, Pai Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra;
  2. e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor,
  3. que foi concebido pelo poder do Espírito Santo e nasceu da virgem Maria;
  4. padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado;
  5. desceu à mansão dos mortos e ressuscitou ao terceiro dia;
  6. subiu aos Céus e está sentado à direita de Deus Pai Todo-Poderoso,
  7. de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos.
  8. Creio no Espírito Santo;
  9. na Santa Igreja católica e na comunhão dos Santos;
  10. na remissão dos pecados;
  11. na ressurreição da carne;
  12. na vida eterna.

Essa tradição de que cada Apóstolo teria ditado um artigo não tem demonstração histórica, mas é fato que essa versão fundamental do credo tem origem nos primórdios da Igreja, ainda na época dos Apóstolos.

E quando se usa um ou outro credo na liturgia da Igreja?

Não há uma norma rígida estabelecida para que se prefira um ou o outro credo, dado que ambos são oficiais e igualmente válidos, embora um seja mais resumido que o outro: depende mais dos costumes de cada país ou de cada tradição litúrgica. Em alguns lugares, por exemplo, o Credo dos Apóstolos é o mais usado no dia-a-dia, enquanto o Credo Niceno-Constantinopolitano é recitado em celebrações mais solenes ou especiais.

Faz alguns anos, porém, que o Credo Niceno-Constantinopolitano vem sendo cada vez mais adotado também no dia-a-dia por ser mais detalhado na exposição das verdades essenciais da nossa fé, o que corrobora nos fiéis a assimilação dessas verdades-chave.

O Credo dos Apóstolos

Eis a redação do Símbolo dos Apóstolos conforme publicada no portal oficial de informações do Vaticano.

Creio em Deus, Pai Todo-Poderoso, Criador do Céu e da Terra

E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor
que foi concebido pelo poder do Espírito Santo;
nasceu da Virgem Maria;
padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado;
desceu à mansão dos mortos;
ressuscitou ao terceiro dia;
subiu aos Céus;
está sentado à direita de Deus Pai Todo-Poderoso,
de onde há de vir a julgar os vivos e os mortos.

Creio no Espírito Santo;
na santa Igreja Católica;
na comunhão dos Santos;
na remissão dos pecados;
na ressurreição da carne;
e na vida eterna.

Amém.

O Credo Niceno-Constantinopolitano

Creio em um só Deus, Pai Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos. Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai. Por Ele todas as coisas foram feitas. E por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus e se encarnou pelo Espírito Santo no seio da Virgem Maria e se fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos, padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as escrituras, e subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai. E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim. Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado; Ele que falou pelos profetas. Creio na Igreja, una, santa, católica e apostólica. Professo um só batismo para a remissão dos pecados e espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de vir. Amém.

Fonte: Aleteia

FESTA EM HONRA A NOSSA SENHORA DO PERPÉTUO SOCORRO

nspsocorro | kabarin
27 de junho

Mãe do Perpétuo Socorro, interceda por seu povo!

Nos preparemos para celebrar com alegria o tríduo daquela que é a padroeira de nossa paróquia, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

Por Ana Carolina Ronchi – Agência Kharis

Os católicos têm a alegria de venerar Maria, mãe de Jesus e nossa. Com o passar dos séculos e conforme suas aparições ela passou a receber muitos títulos como Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora de Guadalupe, Nossa Senhora da Penha, entre outros. Na nossa paróquia a homenageamos com o nome de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

Em todo o mundo o dia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é celebrado em 27 de junho. Em preparação para vivermos esta grande festa organizamos entre os dias 24 a 27 de junho o tríduo da padroeira que tem como tema “Mãe do Perpétuo Socorro vossos filhos protegei”.

A coordenadora paroquial da Liturgia, Andrea Almeida Martins explica que com o contexto da pandemia houve a necessidade de simplificar a programação, mas que nem por isso esta será menos rica. Ao longo dos dias de festa serão realizadas pequenas catequeses sobre Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Ao fim dessas haverá a condução do Santo Terço pelas pastorais e movimentos da paróquia.

Sobre as lições que podemos aprender com Nossa Senhora do Perpétuo Socorro a coordenadora relata: “A ela pedimos proteção. Maria nos inspira a ser cristãos autênticos; seguidores de seu Filho; propagadores da Boa Nova que traz vida, verdade e esperança; missionários da paz e da caridade; mensageiros do amor. Ela nos ensina a no silêncio buscarmos: a sabedoria do ouvir para agir; a humildade no servir; a fé para sentir o amor do Pai em nós e a força para sermos fiéis ao projeto de Deus. Diante de todos os desafios por ela enfrentados Maria nunca desistiu, se acovardou e muito menos se entregou. Ao contrário, sempre permaneceu de pé, firme e segura”, conclui Andrea Almeida Martins.

Que possamos durante os dias do Tríduo em honra a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro aprofundar nossos conhecimentos sobre esta mulher escolhida por Deus para mudar a história do mundo. Que como Maria possamos aprender a dizer “Eis a(o) serva(o) do Senhor, faça-se em mim segundo a Tua palavra”!

Fonte: https://nspsocorro.com.br/

Canadá, os túmulos anônimos de crianças indígenas

Crianças indígenas da Residential Schools, Canadá  (ANSA)

Ainda abalado com a descoberta dos corpos de mais de 200 menores indígenas perto de uma escola católica, o país norte-americano enfrenta uma segunda tragédia coletiva: 751 sepulturas anônimas encontradas perto de outro instituto.

Emanuela Campanile, Silvonei José – Vatican News

"Não uma vala comum, mas sepulturas anônimas", é a declaração do chefe da comunidade indígena canadense Cowessess durante a coletiva de imprensa de quarta-feira sobre as escavações que começaram em 2 de junho perto de uma ex-escola residencial na província de Saskatchewan - Canadá Ocidental.

Outras escavações

Sepulturas anônimas - cerca de 751 - em sua maioria de crianças nativas, uma descoberta que traz à mente a recente descoberta um mês atrás dos restos mortais de outras 215 crianças: nativos, alunos da Escola Residencial Indígena Kamloops, uma das maiores instituições do país, que fazia parte de uma rede de escolas fundada pelo governo canadense e administrada pelas Igrejas Cristãs presentes no país. As escavações ao redor da ex-Escola Residencial Marieval começaram no final de maio. Outros locais estão agora sendo investigados minuciosamente com a assistência das autoridades governamentais.

Os bispos canadenses e a emoção do Papa

"As autoridades políticas e religiosas do Canadá", disse o Papa Francisco durante o Angelus de 6 de junho, "devem continuar a colaborar com determinação para esclarecer o triste caso e comprometer-se humildemente com um caminho de reconciliação e cura". Os bispos canadenses, que dedicaram uma oração na segunda-feira, 21 de junho, para marcar o Dia dos Povos Aborígenes, estariam trabalhando para realizar um encontro no Vaticano entre o Papa e os líderes das comunidades indígenas. Ainda nada foi oficializado. Falando à televisão canadense, o arcebispo de Regina, Donald Bolen, disse que está comprometido em um longo processo: "será uma longa viagem. Estamos lidando com uma história complicada. Diversas formas de abuso ocorreram nas escolas residenciais. Devemos caminhar ao lado dos povos indígenas em sua busca de justiça. Não devemos esconder nada e pedir desculpas quando estiver claro que é importante fazer isso. Devemos continuar com ações concretas para a justiça e a reconciliação.

Aprender com o passado

O primeiro-ministro Justin Trudeau expressou sua "dor", dizendo que seu país deve aprender com o passado e trabalhar para a reconciliação. Para o ministro dos serviços aborígenes Marc Miller, essa verdade foi "frequentemente negada".

(Última atualização 26 de junho, 15.38 a.m.)

Fonte: Vatican News

XIII DOM TEMPO COMUM - Ano "B"

Talítha Kum (Free Bible Images/Lumo Project) | Dom Total
Por Dom Paulo Cezar Costa
Arcebispo de Brasília
XIII DOM TEMPO COMUM - Ano "B"

Talítha kum – menina, levanta-te

O Evangelho deste décimo terceiro domingo do Tempo Comum (Mc 5, 21-43) coloca diante de nós a narrativa de dois relatos dos milagres de Jesus entrelaçados entre si: a ressurreição da filha de Jairo e a hemorroíssa.  A cura da hemorroíssa é situada no percurso de Jesus para a casa do chefe da sinagoga.

O evangelho apresenta Jesus em movimento na proclamação do Reino de Deus. Jesus estava na praia com numerosa multidão ao seu redor. Jairo, o chefe da sinagoga, caiu aos seus pés e pediu com insistência: “Vem e impõe as mãos sobre ela, para que ela sare e viva!” Jairo deveria ser uma pessoa influente na comunidade judaica, provavelmente um fariseu. Sua esperança de cura da sua filha era Jesus. A morte de uma criança, segundo a teologia judaica, era considerada castigo pelo pecado dos pais. A morte da filha lhe traria, além do falecimento dela, também a perda do seu prestígio social, pois ele seria visto pela comunidade como um pecador.

Jesus então acompanhou Jairo. Uma grande multidão O seguia e O comprimia. Durante o percurso, vem narrado o milagre da hemorroíssa. Uma mulher que há doze anos estava com uma hemorragia. Tinha sofrido nas mãos dos médicos, gastou tudo o que possuía, mas piorava cada vez mais. Mas esta é uma mulher de fé, pois acredita que, se tocar na orla do manto de Jesus, ficará curada. Ela toca na orla do manto de Jesus. Jesus percebe a força que saiu dEle, e pergunta quem Lhe tocou. A mulher cheia de medo se apresenta, cai aos pés de Jesus e Lhe conta a verdade. Jesus lhe diz: “Filha, a tua fé te salvou. Vai em paz e fica curada desse teu mal.” (Mc 5, 34) Esta mulher possui uma grande fé e sua fé a conduz à cura. O gesto de tocar, que poderia expressar uma fé mágica, expressa um coração aflito, que tem a Deus como última esperança.  Na religiosidade simples das pessoas, pode haver um movimento puríssimo e autêntico de fé e de confiança nAquele que é capaz de salvar.

Enquanto Jesus se dirige para a casa de Jairo, chega a notícia de que a menina morreu. Tudo parece acabado, mas a reação de Jesus é outra: “Não temas, crê somente” (Mc 5, 35-36). Jesus, agora, não permite que ninguém O acompanhe e toma consigo Pedro, Tiago e João e vão à casa de Jairo. Ao chegar, o ambiente já respira a morte da menina, mas Jesus afirma que ela está dormindo (Mc 5, 39). Diante de Jesus, a morte não terá poder algum, ela será vencida pelo poder de Deus. Jesus toma a mão da menina, e ordena que ela se levante: “‘Talítha kum, o que significa: “Menina, eu te digo, levanta-te’. No mesmo instante, a menina se levantou, e andava (…)”. Se a morte apavora, a presença do Deus Santo, o único maior que a morte traz a vida de volta à menina. Jesus Cristo está no meio da história, o Filho de Deus que tem o domínio sobre a morte, que dá vida aos mortos e dará vida a todos os mortais com a Sua morte e ressurreição.

Vivamos da vida nova de Cristo, na certeza de que só Ele poderá dar vida à nossa vida, quando a morte bater à nossa porta, conduzindo-nos à eternidade de Deus.

Fonte: Arquidiocese de Brasília

sábado, 26 de junho de 2021

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro será venerada no Santuário de Aparecida

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro | Guadium Press

A devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro começou a ser propagada a partir do século XIX através do trabalho dos missionários redentoristas.

São Paulo – Aparecida (25/06/2021 16:57, Gaudium Press) Por ocasião da festa de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que será celebrada no próximo domingo, 27 de junho, uma réplica do ícone mariano ficará exposto durante todo o dia no Altar Central do Santuário Nacional de Aparecida (SP).

Os fiéis também poderão participar das celebrações eucarísticas que ocorrerão durante todo o dia a partir das 06h da manhã. A última Missa do dia será celebrada às 18h e terá transmissão ao vivo pelas redes sociais do Santuário Nacional e da Rede Aparecida de Comunicação. As missas das 08h e das 12h também serão transmitidas pela internet.

Guadium Press

Origem da devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

A devoção a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro começou a ser propagada a partir do século XIX, apesar de remontar ao período bizantino. Foi o Papa Beato Pio IX que, no ano de 1866 confiou o ícone mariano aos Missionários Redentoristas recomendando que fizessem esta devoção ser conhecida no mundo inteiro.

Graças a este trabalho missionário, a pequena pintura em madeira, que mede apenas 54 centímetros de altura por 41,5 de largura, ser tornou conhecida e venerada em todo o mundo. O quadrinho, feito na Ilha de Creta, Grécia, chegou a ser roubado e mais tarde recuperado. Atualmente, ele pode ser venerado na Igreja de Santo Afonso, em Roma, onde é custodiado.

A Copiosa Redenção do ícone mariano

Segundo o diretor da Academia Marial de Aparecida, Padre José Ulysses da Silva, o ícone “representa aquilo que nós, Redentoristas, chamamos de Copiosa Redenção, ou seja, o amor e a misericórdia distribuída a todos aqueles que têm Jesus como seu Redentor”.

Para o de igreja do Santuário Nacional, Padre Eduardo Ribeiro, “se nós olharmos bem este ícone, vamos ver que Jesus é o centro do quadro. Nossa Senhora está apontando para ele, num movimento que chamamos de Hodegétria”.

Guadium Press

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro no Brasil

A invocação mariana de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro se tornou Padroeira das Missões Redentoristas. Os missionários desta ordem passaram a levar réplicas do ícone mariano durante as pregações que realizavam em diversos lugares do mundo.

Centenas de igrejas no Brasil são dedicadas a esta devoção mariana. Na maior parte delas, as comunidades locais se reúnem para celebrar a Novena Perpétua de Nossa Senhora. Esta invocação da Mãe de Deus também foi declarada como Rainha do estado do Mato Grosso do Sul e padroeira de diversos municípios do Brasil. (EPC)

Fonte: https://gaudiumpress.org/

JESUS CRISTO: MÉDICO E SALVADOR

Jesus, Médico dos médicos | Apologistas da Fé Católica

JESUS CRISTO: MÉDICO E SALVADOR

Dom Vital Corbellini
Bispo de Marabá (PA)

            O Senhor Jesus é Deus, homem e Salvador. A sua presença é ainda mais suplicada na atualidade frente à crise sanitária mundial decorrente do novo corona vírus e outras doenças do corpo e da alma. Os fiéis recorrem ao Senhor pedindo auxílio e cura para seus sofrimentos e suas angústias, assim como clamam a Deus para que o Espírito Santo ilumine os cientistas e profissionais da saúde no desenvolvimento de vacinas e medicamentos para a superação da pandemia. Assim como os médicos oferecem aos doentes os medicamentos necessários à cura das enfermidades, Cristo Jesus, que é o verdadeiro médico, oferece muito mais, sarando todos os males do corpo e da alma, pois Ele é o salvador da humanidade. Apresentamos, a seguir, na visão dos primeiros padres da igreja, a concepção de Jesus Cristo na sua missão de médico e salvador.

 Cristo, o ungido do Pai

            A Igreja nascente enfatizou a dimensão do Messias, o Ungido do Senhor, Christòs, Cristo, pré-anunciado pela tradição judaica, o qual fora concebido na sua dimensão humana e, portanto, capaz de sofrer e de morrer. Ele foi predito como o Filho de Deus, sendo Deus Ele mesmo, por meio do qual o mundo foi criado e também foi redimido[1]. Jesus Cristo, o Verbo Divino que se fez carne (cfr. Jo 1,14) veio ao mundo para a remissão da humanidade, marcada pela sombra do pecado, de modo a prevalecer a vida sobre a morte. Nesta perspectiva, Ele formou os seus discípulos, curou muitos doentes e evangelizou os pobres, anunciando-lhes o Reino de Deus. Pela sua morte e ressurreição, restaurou a humanidade decaída, reconciliando-a com o Deus Criador.

O Filho se encarnou na realidade humana

            Tertuliano, padre do século III, seguindo o credo apostólico, asseverou que todas as coisas foram criadas pelo Senhor Jesus. Ele foi enviado pelo Pai e se encarnou no seio da Virgem Maria, dela nascendo como homem e Deus, Filho do Homem e Filho de Deus, chamado Jesus Cristo, o qual sofreu, morreu, foi sepultado segundo as Escrituras, ressuscitado pelo Pai, elevado ao céu, sentou-se à direita do Pai e virá para julgar os vivos e os mortos[2]. A encarnação do verbo de Deus é a dimensão de vida e de salvação para o gênero humano.

O Senhor Deus assumiu a natureza humana

            Orígenes, padre do século III, afirmou que o Senhor Deus assumiu o corpo e a alma para a salvação humana. Para o alexandrino, na pessoa do Cristo, é possível afirmar a troca das propriedades como ser humano e como Deus. O Filho de Deus morreu, isto é, pela natureza que de fato podia sofrer a morte; e é chamado Filho do Homem, o qual retornará na glória de Deus Pai com os santos anjos[3].

Cristo, médico da alma

            Pseudo-Macário, um monge do Egito do século IV, afirmou que o Senhor Deus é o único médico que sara as nossas almas pela Sua paixão, morte e ressurreição. Ele bate à porta de nosso coração a fim de que repouse em nossas almas e acalente todo o nosso ser. Por essa razão, o Senhor aceitou sofrer a morte, com o fim de resgatar-nos da escravidão do pecado e de permanecer em nossas almas. Ele nunca desiste do ser humano. O autor pede que nós O acolhamos e que Ele seja introduzido na nossa intimidade, pois Ele é o nosso alimento, a nossa bebida, a nossa vida eterna[4].

Os merecimentos de Cristo Jesus

            Pseudo-Macário sustentou, ainda, que a alma humana alcançará o remédio para sarar as contínuas e incuráveis feridas, adquiridas pelas suas faltas, através dos merecimentos de Cristo. Desta forma, o Senhor se faz presente na humanidade para fornecer-lhe todas as curas, Ele que é o único e verdadeiro médico e sara as almas dos fiéis, libertando-os das paixões e de suas malícias[5].

Adão encontrou em Cristo a glória perdida

            Efrém, o Sírio, teólogo do século IV, afirmou que o nascimento de Cristo Jesus concedeu à Adão a glória que tinha perdido por causa do pecado original. De sua infinita grandeza, Deus se fez pequeno, habitando entre nós, por amor ao ser humano. Ele deixou-se humilhar para vencer o mal, que no princípio da criação enganou o ser humano, para elevá-lo até o céu. Graças à divina misericórdia que foi derramada sobre os habitantes da terra, o mundo doente sarou pelo médico divino e humano que nela apareceu[6].

A missão do Cristo médico e salvador

Santo Agostinho, bispo dos séculos IV e V, exaltou a missão do Cristo médico e salvador, que oferta uma medicina para toda a humanidade, a qual reprime todos os tumores, reanima tudo o que é fraco, arranca todos os crescimentos, guarda tudo o que é essencial, repara todas as perdas e corrige todas as depravações. Desta forma, o reino dos céus não é fechado, pois os publicanos e as prostitutas ouviram a mensagem do Precursor e do Senhor e O seguiram pelo caminho da conversão (cfr. Mt 21,32)[7].

Cristo veio para dizer que Deus ama o ser humano

Seguindo o apóstolo São João, Santo Agostinho exaltou o amor infinito de Deus pelo ser humano, a fim de que este se inflamasse de amor para com aquele que o amou primeiro (cfr. 1 Jo 4,10-19) e também amasse o próximo, a exemplo daquele que, por amor, se fez próximo de quem não lhe era próximo. O Senhor Jesus Cristo, Deus homem, é a manifestação do amor divino para conosco e o exemplo de humildade junto a nós. O orgulho humano foi curado por um remédio ainda maior, o amor de Deus. Se o ser humano, quando é orgulhoso, diz Santo Agostinho, converte-se em uma grande desgraça, o Deus humilde torna-se fonte de infinita misericórdia[8].

A encarnação do Verbo como Salvador

            Teodoreto de Cirro, bispo na Síria do século V, assegurou que a encarnação de nosso Salvador é o atestado eloqüente de seu projeto de amor para com a humanidade. Se todas as obras da criação são importantes, muito mais importante foi a bondade do Salvador, pelo fato que o mesmo Unigênito Filho de Deus, que possui a natureza divina (cfr. Fl 2,6), esplendor da sua glória, expressão da sua substância (cfr. Hb 1,3), que existia desde o princípio e estava junto de Deus, e Ele mesmo Deus do qual foi criada todas as coisas (cfr. Jo 1,1-3), foi revelado com o aspecto de um escravo (cfr. Fl 2,7) para ser semelhante ao ser humano na aparência exterior, para assumir em si as nossas enfermidades e superar os nossos males[9].

Cristo morreu por nós

            Ainda em Teodoreto de Cirro, que seguiu também o apóstolo São Paulo, afirma-se que Cristo morreu por nós ainda que sejamos pecadores (cfr. Rm 5,8). São João enaltece que Deus amou o mundo ao ponto de sacrificar o seu Filho Unigênito, para que todo aquele que Nele crê, não pereça, mas tenha a vida eterna (cfr. Jo 3,16). Deus amou de fato o mundo ao enviar o seu Filho, que se fez médico e salvador da humanidade. O Criador veio ao nosso encontro para a nossa salvação[10], dando-nos a vida e a saúde necessárias para a continuidade da nossa existência.

A doutrina de Cristo como médico e salvador completa-se no Senhor Jesus Cristo que se fez carne, humano como nós em tudo, menos no pecado (cfr. Hb 4,15). Tal doutrina está presente nos evangelhos, nos primeiros escritores cristãos e no mundo atual, especialmente neste momento delicado de pandemia e tantos outros males, sejam eles materiais ou espirituais, em que a presença do Senhor Jesus é essencial para a cura de todas as doenças e salvação da humanidade, preparando-nos para a vida eterna.

[1] Cfr. M. Simonetti, Cristologia. In: Nuovo Dizionario Patristico e di Antichità Cristiane, diretto da Angelo Di Berardino. . Marietti, Genova-Milano, 2006, pg. 1283.

[2] Cfr. Tertulliano, Contro Prassea, 2,1, a cura di Giuseppe Scarpat, Società Editrice Internazionale, Torino, 1985, pgs. 145-147.

[3] Cfr. Orígenes, Tratado sobre os Princípios, 6,3. Paulus, SP, 2012, pg. 163.

[4] Cfr. Pseudo-Macario, Omelie spirituali, 30,9. In: Idem, pg. 99.

[5] Cfr. Idem, 48,1-3, pg. 180.

[6] Cfr. Efrem, Siro, Inno per la nascita di Cristo, 1. In: Idem, pgs. 162-163.

[7] Cfr. Il Combattimento Cristiano, 11,12. In: Opere di Sant`Agostino. Morale e Ascetismo Cristiano, VII/2. Nuova Biblioteca Agostiniana, Città Nuova Editrice, Roma, 2001, pg. 97.

[8] Cfr. Santo Agostinho, Primeira Catequese aos não cristãos, IV, 8. Paulus, SP, 2013, pgs. 79-80.

[9] Cfr. Tedoreto di Ciro, La provvidenza divina, 10. In: La teologia dei padri, v. 2. Città Nuova Editrice, Roma, 1982, pg. 52.

[10] Cfr. Idem, pg. 53.

Fonte: CNBB

Papa: atenção à saúde mental

Vatican News
A Itália promove a partir desta sexta-feira (25) a II Conferência Nacional da Saúde Mental, e o Pontífice enviou uma mensagem de encorajamento diante dos desafios enfrentados pelo país no âmbito da assistência aos mais de 3 milhões de adultos que precisam de atendimento na área. O Papa exorta o fortalecimento do sistema de saúde no setor, incluindo o apoio à pesquisa científica, mas vinculado à sensibilidade de uma “cultura de comunidade” para saber “se aproximar e cuidar do outro”.

Andressa Collet – Vatican News

Uma mensagem de encorajamento do Papa foi dirigida na manhã desta sexta-feira (25) aos participantes da II Conferência Nacional da Saúde Mental que, durante dois dias, em modalidade virtual, vai debater sobre os desafios e problemas enfrentados por quem sofre de distúrbios psíquicos na Itália. Inclusive em se tratando de um contexto pós-pandêmico que reforça a preocupação em oferecer condições adequadas de tratamentos, fazendo “prevalecer a cultura da comunidade sobre a mentalidade do descarte”.

Os desafios da Itália no atendimento aos pacientes

A segunda edição do simpósio acontece após 20 anos da primeira e marca a conclusão de um percurso de aprofundamento dentro de grupos técnicos do Ministério da Saúde. A Itália, segundo Nerina Dirindin, especialista do governo na área de saúde mental, afirma que o país, apesar de ser considerado pela OMS como “ponto de referência para a desinstitucionalização, o fechamento de manicômios e a ativação de uma rede de serviços territoriais”, as pessoas com distúrbios mentais “continuam recebendo respostas inadequadas”. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (ISTAT), mais de 3 milhões de adultos precisam de atendimento nessa área.

Uma realidade que ratifica ser de “máxima importância adquirir cada vez mais conhecimento das exigências profissionais e humanas necessárias para cuidar dos nossos irmãos e irmãs”, afirma o Papa na mensagem, para atender “às condições daqueles que sofrem de distúrbios mentais, oferecendo-lhes tratamento adequado” para o bem deles e da sociedade.

A missão que une ciência e cuidado solidário

Francisco, assim, exorta tanto o fortalecimento do sistema de saúde para a proteção de doenças mentais, incluindo o apoio à pesquisa científica, como a promoção de associações e do voluntariado que cuidam dos pacientes e das famílias. É dessa forma que não irá faltar “o calor e o afeto de uma comunidade”, diz o Pontífice, ao acrescentar:

“O próprio profissionalismo médico se beneficia do cuidado integral da pessoa. Cuidar do outro, de fato, não é apenas um trabalho qualificado, mas uma verdadeira missão que é plenamente realizada quando o conhecimento científico encontra a plenitude da humanidade e se traduz na ternura que sabe se aproximar e cuidar dos outros.”

O desejo do Papa também é para que a conferência possa inspirar as instituições, agências educacionais e de outras esferas da sociedade, “uma sensibilidade renovada” por aqueles que sofrem de problemas de saúde mental e são “marcados pela fragilidade”. É também uma questão de ajudar a “fazer prevalecer a cultura da comunidade sobre a mentalidade do descarte”, enfatiza Francisco.

Ao finalizar a mensagem, o Pontífice também recorda o quanto esses pacientes, “na sensibilidade que acompanha a fragilidade deles, sentiram com particular gravidade os efeitos psicológicos devastadores da pandemia”. Assim como os próprios profissionais de saúde que enfrentaram enormes desafios, mostrando a todos “a necessidade de ter fórmulas apropriadas de assistência à saúde para não deixar ninguém para trás e para cuidar de todos de uma forma inclusiva e participativa”. O último desejo do Papa, enfim, é para que os participantes da conferência continuem “no caminho fecundo do cuidado solidário”.

Fonte: Vatican News

Arquidiocese de Brasília

Católicos podem basear-se no sistema de personalidade do Eneagrama?

Evgeniy Belyaev | Shutterstock
Por Philip Kosloski

A Igreja alertou repetidamente sobre a espiritualidade não cristã promovida por este sistema.

Católicos podem basear-se no sistema de personalidade do Eneagrama? É uma pergunta que tem sido feita com frequência porque, nos últimos anos, este sistema disparou em popularidade, inclusive com muitos cristãos o adotando na sua vida cotidiana.

Mas a Igreja Católica se manteve firme nas suas advertências a respeito do Eneagrama. Por quê?

Possíveis origens no ocultismo

As origens do Eneagrama são calorosamente debatidas. Há quem diga que o sistema foi desenvolvido por um místico cristão do século IV, Evagrius Ponticus. Estritamente falando, ele não desenvolveu nenhum sistema de personalidade, mas escreveu sobre “oito pensamentos mortais” que podem ter influenciado o desenvolvimento dos “sete pecados capitais”. Vale recordar que a sua espiritualidade foi muito criticada por São Jerônimo e condenada pelo Segundo Concílio de Constantinopla.

Outra possível origem do Eneagrama é atribuída aos escritos do filósofo grego Plotino, que descreveu o que chamou de “nove qualidades divinas” encontradas na natureza humana. Parte dos seus ensinamentos exerceu influência sobre a vida de Santo Agostinho e de Santo Ambrósio.

A origem mais provável do sistema do Eneagrama tal como é hoje utilizado, no entanto, é o escritor George Gurdjieff, do século XIX. De ascendência armênia, mas nascido sob o Império Russo, Gurdjieff era fascinado pelo ocultismo, estudou várias formas de espiritualidade e acabou criando a sua própria escola de pensamento.

Ainda assim, o sistema do Eneagrama não ficou totalmente desenvolvido até que o filósofo boliviano Óscar Ichazo fundasse a Escola Arica, na qual são expostos o seu legado e seus ensinamentos.

O sistema de personalidade do Eneagrama

O alegado objetivo deste sistema é levar as pessoas a “transcender dos níveis mais baixos ao mais alto estado mental. Esse estado é encontrado em todos nós e está ao alcance de cada um. Esse estado superior é o nosso Eu Desperto e é experimentado como um estado repleto de grande Felicidade, Luz, Libertação e Unidade”.

Ichazo afirmou ter descoberto o significado dos tipos de personalidade do Eneagrama durante uma espécie de transe ou estado de êxtase, influenciado por algum espírito ou ser angelical.

Advertências oficiais da Igreja

O sistema do Eneagrama se baseia mais em posições filosóficas e em correntes de espiritualidade do que em pesquisa científica, razão pela qual a Igreja alerta os católicos para guardarem prudente distância.

Existe um documento oficial do Vaticano que faz explicitamente esse alerta: “Jesus Cristo: Portador da Água da Vida“, de 2003. Esse texto recorda que o gnosticismo sempre existiu lado a lado com o cristianismo, às vezes assumindo a forma de um movimento filosófico, mas mais frequentemente assumindo as características de uma religião ou para-religião em conflito distinto, ou mesmo declarado, com tudo o que é essencialmente cristão. Um exemplo disto, prossegue o documento, pode ser visto no sistema de personalidade do Eneagrama, ferramenta que propõe nove tipos para análise de caráter: quando usada como meio de crescimento espiritual, ela introduz ambiguidade na doutrina e na vida da fé cristã.

A Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USSCB) também elaborou um documento sobre o Eneagrama, no qual alerta:

“Em conclusão, quem busca auxílio para o desenvolvimento pessoal e psicológico deve estar ciente de que o ensino do Eneagrama carece de fundamento científico e de que o Eneagrama tem valor questionável como ferramenta científica para a compreensão da psicologia humana. Além disso, os cristãos que buscam auxílio para o crescimento espiritual devem estar cientes de que o Eneagrama tem origens numa cosmovisão não cristã, permanecendo vinculado a um complexo de ideias filosóficas e religiosas que não estão de acordo com a fé cristã”.

Alternativas ao sistema de personalidade do Eneagrama

Alternativas ao sistema de personalidade do Eneagrama que são mais coerentes com a fé católica são o de Myers-Briggs e o clássico sistema dos quatro temperamentos conforme exposto no livro Temperament God gave you (O temperamento que Deus lhe deu).

É importante observar, a propósito, que os quatro temperamentos também têm raízes na filosofia clássica, mas foram bastante estudados em círculos científicos.

Fonte: Aleteia

Dom You Heung-sik: Rezo para que o papa visite a Coreia do Norte

Dom Lazzaro You Heung-sik, Prefeito da Congregação para o Clero.
Crédito: Bohumil Petric / CNA

REDAÇÃO CENTRAL, 25 jun. 21 / 04:41 pm (ACI).- Dom Lazzaro You Heung-sik, novo prefeito da Congregação para o Clero e bispo de Daejon, na Coreia do Sul, afirmou que está orando para que o papa Francisco visite a Coreia do Norte e, assim, ajude na pacificação entre os dois países.

Dom You Heung-sik foi nomeado Prefeito da Congregação para o Clero no último dia 11 de junho tornando-se o primeiro bispo coreano na Cúria Romana.

Em uma entrevista concedida à Fides, agência de notícias das Missões Pontifícias, dom You Heung-sik disse que, depois que o papa Francisco lhe comunicou a nomeação, “estando em oração e reflexão, humanamente senti certa incapacidade para assumir uma tarefa tão importante. Com o tempo o bispo sentiu ter crescido a convicção de que “o amor e a misericórdia de Deus são certamente maiores” que sua imperfeição.

“Lembrei-me, sobretudo, de Santo André Kim Taegon e de tantos outros mártires coreanos, que disseram sempre ´sim´ à vontade de Deus e da Igreja sem hesitar, amando a Deus e ao próximo até o fim. Por isso, pedindo sua intercessão, disse com alegria meu ´sim´ a Deus através do Santo Padre”, afirmou.

Sacerdotes santos

“Sou consciente de que é uma tarefa árdua e uma grande responsabilidade ajudar o Santo Padre neste dicastério especial, que quer oferecer atenção e cuidados especiais aos sacerdotes, diáconos e seminaristas do mundo”, disse o prelado, que confia “na ajuda do Espírito Santo” e na “profunda comunhão com o papa Francisco”.

Em relação ao seu trabalho como prefeito da Congregação para o Clero, Dom You Heung-sik assegurou que “os sacerdotes santos renovam a Igreja e mostram seu rosto mais bonito”, e frisou que é muito importante “formar sacerdotes que saibam inclinar-se diante do sofrimento humano de tantos irmãos, que estejam dispostos a lavar os pés uns aos outros e que vivam o amor fraterno, como o do bom samaritano”.

Nesse sentido, o bispo destacou que “estes bons sacerdotes não surgem do nada”, e insistiu na “necessidade de seguir um caminho sério de formação permanente, que os ajude a viver com serenidade o seu ministério pastoral, a enfrentar com coragem os desafios do mundo e, sobretudo, a redescobrir o precioso valor do amor fraterno que podem experimentar com os seus irmãos”.

“O celibato sacerdotal, que todos aceitamos como um dom do Pai, não nos obriga a viver o nosso ministério como órfãos, mas sabemos que estamos felizes incluídos numa grande família, a família sacerdotal, onde podemos experimentar a amizade e a comunhão”, afirmou.

Convite do papa à Coreia do Norte

Em relação a uma possível visita do papa Francisco à Coreia do Norte, o bispo de Daejon disse que, em outubro de 2018, o presidente da República da Coreia, Moon Jae-in, foi recebido em audiência pelo papa Francisco. Naquele encontro, ele lhe transmitiu um convite de Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte, para uma possível viagem apostólica. “O papa então respondeu que estava disposto a visitar a Coreia do Norte a partir do momento que recebesse um convite formal das autoridades de Pyongyang”, disse o prelado, que assegura que, quando soube da disposição do papa se sentiu “verdadeiramente comovido”.

“Desde então, rezo constantemente para que a visita do papa à Coreia do Norte se realize. Quase dez milhões de coreanos vivem em uma separação forçada pela divisão entre o sul e o norte”, afirmou.

“O confronto na península da Coreia é um dos maiores sofrimentos da humanidade atualmente. Cabe frisar que a chamada 'Zona Desmilitarizada' (DMZ) entre o sul e o norte é, ironicamente, o lugar mais militarizado do mundo. Estou convencido de que uma eventual visita a Pyongyang poderia ser um ponto de inflexão, que nos permitiria dialogar entre coreanos e entender-nos melhor, começando pelas pequenas coisas e terminando pelas grandes, para chegar talvez à reunificação do sul e do norte”, afirmou.

“A mediação do Santo Padre poderia ser uma ocasião propícia para pôr fim ao conflito, fruto da desconfiança mútua entre as duas partes da península que já dura demasiadas décadas”, declarou à agência Fides.

Ele também disse que está orando para que haja um entendimento entre as duas Coreias, embora existam “humanamente poucas esperanças”, “mas como Deus é todo-poderoso, orando, trato de acolher tudo o que possa ser útil para promover a paz. Ao assumir a minha nova missão na Igreja, se eu puder dar o meu apoio ao restabelecimento da paz na península da Coreia, farei isso com prazer”. 

Fonte: ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF