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segunda-feira, 12 de agosto de 2019

11.08.2019: Santa Clara, padroeira da televisão

REDAÇÃO CENTRAL, 11 Ago. 19 / 05:00 am (ACI).- A Igreja celebra neste 11 de agosto a memória litúrgica de Santa Clara de Assis, a jovem da nobreza italiana que deixou tudo por Cristo e, junto a São Francisco, decidiu atender ao chamado de Deus.

Considerada padroeira da televisão e de seus profissionais, a santa viveu episódios em que teve a graça de ver projetadas nas paredes de sua cela cerimônias que desejava acompanhar, mas não podia por causa da enfermidade.
Santa Clara nasceu em Assis, em 1193, em uma família da nobreza italiana. Conta-se que seu nome surgiu de uma inspiração dada a sua mãe, a quem foi revelado que a filha iluminaria o mundo com sua santidade.
Quando Clara tinha 18 anos, São Francisco pregou em Assis os sermões quaresmais na Igreja de São Jorge. As palavras do “poverello” acenderam o coração da jovem, que foi lhe pedir, em segredo, que a ajudasse a viver segundo o Evangelho.
São Francisco a animou em seu desejo de deixar tudo por Cristo. No Domingo de Ramos de 1212, Clara assistiu à bênção das Palmas na Catedral. Todos os fiéis se aproximavam para receber um ramo de oliveira, mas Clara ficou em seu lugar, por timidez. Ao ver isto, o Bispo levou o ramo até onde estava. Nessa noite, fugiu de sua casa e se dirigiu ao povoado da Porciúncula, que distava dois quilômetros de onde vivia São Francisco com sua comunidade.
Neste local, Clara trocou seus finos vestidos por um hábito de penitente, que consistia em uma túnica de tecido áspero e uma corda de cinturão. São Francisco lhe cortou o cabelo. Como este não tinha fundado um convento para religiosas, conseguiu alojamento provisório para Clara no claustro das beneditinas de São Paulo, perto da Bastia.
Os parentes da jovem já tinham planejado para ela um casamento e, quando souberam o que tinha acontecido, decidiram tirá-la do convento. Conta-se que Clara se aferrou com tal força ao altar, que rasgou as toalhas quando a arrancaram de lá. A jovem descobriu a cabeça para que vissem seus cabelos cortados e disse a seus amigos que Deus a tinha chamado a seu serviço e que ela estava disposta a responder.
Em pouco tempo, a irmã de Clara, Inês, foi se unir a ela, o que desencadeou uma nova perseguição familiar. Mais tarde, São Francisco transferiu as duas para uma casa contigua à Igreja de São Damião, nos subúrbios de Assis, e nomeou Clara como superiora.
Passados alguns anos, já havia vários conventos das clarissas na Itália, França e Alemanha. A Beata Inês fundou uma ordem em Praga, onde tomou o hábito. Santa Clara e suas religiosas praticavam austeridades até então desconhecidas nos conventos femininos. Não usavam calçado e dormiam no chão, nunca comiam carne e só falavam quando era necessário ou por caridade. Santa Clara imitou à perfeição o espírito de pobreza de São Francisco.
A partir de 1224, Clara adoeceu e, aos poucos, foi definhando. Em 1226, Francisco morreu e Clara teve visões projetadas na parede da sua pequena cela. Lá, via o santo de Assis e os ritos das solenidades do seu funeral que estavam acontecendo na igreja.
Anteriormente, tivera esse mesmo tipo de visão numa noite de Natal, quando viu projetado o presépio e pôde assistir ao santo ofício que se desenvolvia na Igreja de Santa Maria dos Anjos. Por essas visões, que pareciam filmes projetados numa tela, Santa Clara é considerada padroeira da televisão e de todos os seus profissionais.
Outro momento marcante da vida desta santa se deu em 1240, quando, portando nas mãos o Santíssimo Sacramento, defendeu a cidade de Assis do ataque do exército dos turcos muçulmanos.
Em 1228, Gregório IX concedeu às clarissas o “Privilegium Paupertatis” para que ninguém pudesse obrigá-las a ter posses. Além disso, Santa Clara, como verdadeira intérprete do espírito e tradição franciscanos, redigiu por sua conta uma regra que os reflete com fidelidade e que proíbe toda forma de propriedade individual ou comum. Inocêncio IV só aprovou esta regra dois dias antes da morte da Santa.
Santa Clara partiu para a Casa do Pai no dia 11 de agosto de 1253, aos 60 anos de idade. Em 1255, menos de dois anos após sua morte, foi incluída no livro dos santos pelo Papa Alexandre IV.
ACI Digital

10.08.2019: São Lourenço, diácono mártir que morreu queimado na fogueira

REDAÇÃO CENTRAL, 10 Ago. 19 / 05:00 am (ACI).- “A Igreja Romana convida-nos hoje a celebrar o triunfo glorioso de São Lourenço, que, desprezando as ameaças e as seduções do mundo, venceu a perseguição do demônio”, disse certa vez o Bispo Santo Agostinho em um de seus sermões.

São Lourenço era um dos diáconos que ajudavam o Papa Sisto II, o qual foi assassinado pela polícia do imperador quando estava celebrando a Missa em um cemitério de Roma.
A antiga tradição conta que São Lourenço, ao ver que iam matar o Pontífice, disse-lhe: “Meu pai, vais sem levar o teu diácono?”. E o Santo Padre respondeu: “Meu filho, em poucos dias me seguirás”.
São Lourenço se alegrou muito de saber que iria logo para o céu e, vendo o perigo que se aproximava, recolheu todos os bens que a Igreja tinha em Roma, vendeu-os e distribuiu o dinheiro para os mais necessitados.
O prefeito, que era pagão e apegado ao dinheiro, chamou São Lourenço e mandou que o levasse aos tesouros da Igreja para custear uma guerra que o imperador ia começar. O santo pediu alguns dias de prazo para reuni-los.
O diácono, então, reuniu os pobres, deficientes, mendigos, órfãos, viúvas, idosos, cegos e leprosos que ele ajudava com esmolas. Mandou chamar o prefeito e lhe disse que eles eram o tesouro mais precioso da Igreja de Cristo.
O prefeito, cheio de raiva, mandou matá-lo lentamente. Colocaram o santo em um braseiro ardente. Os fiéis viram o rosto do mártir rodeado de um esplendor muito formoso e sentiram um agradável aroma, enquanto os pagãos não percebiam nada disso.
Depois de estar queimando na grelha por um tempo, o valente mártir disse ao juiz que o virassem do outro lado, para ficar completamente queimado. Quando já se se aproximava a sua hora e com uma tranquilidade impressionante, pediu a Deus pela propagação do cristianismo no mundo e partiu para a Casa do Pai em 10 de agosto de 258.
Conta-se que esse martírio significou o declínio da idolatria romana e que a Basílica de São Lourenço, em Roma, é considerada a quinta em importância.
A devoção a este grande santo se espalhou por todo o mundo e muitos povos e cidades levam o seu nome.
Até mesmo o nome da equipe de futebol favorita do Papa Francisco, o ‘Club Atlético San Lorenzo de Almagro’, é em honra do diácono mártir, como foi o desejo do salesiano Pe. Lorenzo Massa, na fundação da equipe.
ACI Digital

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Igreja no Brasil celebra a partir de domingo a Semana Nacional da Família

Foto referencial Istock photo
REDAÇÃO CENTRAL, 07 Ago. 19 / 02:00 pm (ACI).- Tem início no próximo domingo, 11 de agosto, quando é celebrado o Dia dos Pais, a Semana Nacional da Família, que neste ano tem como tema “A família, como vai?”.
A Semana Nacional da Família é promovida pela Comissão Nacional da Pastoral Familiar (CNPF) e Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Trata-se de um evento anual, que já faz parte do calendário das diversas dioceses e paroquias do país.
Esta iniciativa teve início em 1992, como resposta ao desejo de se fazer alguma coisa em defesa e promoção da família, cujos valores vêm sendo agredidos sistematicamente na sociedade. É realizada sempre na segunda semana de agosto, mês vocacional, tendo início com o Dia dos Pais e o domingo em que a Igreja no país celebra a vocação matrimonial.
Conforme assinala o site da CNPF, com o tema deste ano, busca-se “indicar a necessidade da família vivenciar uma profunda experiência de Jesus e da sua Palavra para conseguir vencer os desafios e dificuldades que encontra em seu caminho, e assim compreender seu papel evangelizador na Igreja e na sociedade”.
Para o assessor nacional da Comissão Vida e Família, Padre Jorge Alves Filho, esta pergunta, “A família, como vai?”, continua sendo “também para a Igreja um desafio não só por causa da complexidade que responder a ela envolve, mas principalmente porque também o mundo parece esperar a resposta para ajudá-lo a não ferir mais a própria família que, não deixou de ser a célula da sociedade”.
O próprio Papa Francisco, em diversas ocasiões, tem manifestado seu apoio e oração pelas famílias. Neste mês de agosto, por exemplo, em seu vídeo de intenções de orações, pediu que se reze pelas famílias.
“Rezemos pelas famílias para que graças a uma vida de amor se tornem cada vez mais laboratórios de humanização”, exortou o Santo Padre, pedindo também que “cuidemos das famílias, porque são verdadeiras escolas do amanhã, são espaços de liberdade, são centros de humanidade”.
Além disso, o Pontífice, inclusive, já convocou um Sínodo Extraordinário e um Sínodo Ordinário sobre a família, que resultaram na exortação apostólica pós-sinodal Amoris Laetitia.
Ao final deste documento, o Santo Padre deixou a seguinte oração à Sagrada Família de Nazaré, que pode ser rezada por todas as famílias:
Jesus, Maria e José,
em Vós contemplamos
o esplendor do verdadeiro amor,
confiantes, a Vós nos consagramos.
Sagrada Família de Nazaré,
tornai também as nossas famílias
lugares de comunhão e cenáculos de oração,
autênticas escolas do Evangelho
e pequenas igrejas domésticas.
Sagrada Família de Nazaré,
que nunca mais haja nas famílias
episódios de violência, de fechamento e divisão;
e quem tiver sido ferido ou escandalizado
seja rapidamente consolado e curado.
Sagrada Família de Nazaré,
fazei que todos nos tornemos conscientes
do carácter sagrado e inviolável da família,
da sua beleza no projeto de Deus.
Jesus, Maria e José,
ouvi-nos e acolhei a nossa súplica.
Amém.
ACI Digital

Em um dia como hoje, a bomba atômica matou dois terços dos católicos em Nagasaki

Hiroshima. Foto domínio público
REDAÇÃO CENTRAL, 09 Ago. 19 / 06:00 am (ACI).- Neste dia 9 de agosto, faz 74 anos que a segunda bomba atômica foi lançada pelos Estados Unidos, desta vez em Nagasaki; cidade japonesa que naquela época já contava com uma rica história de mártires cristãos durante o século XVI e XVII. No dia do lançamento da “FAT Man” – nome do projétil –, a pequena comunidade católica japonesa em Nagasaki perdeu dois terços dos seus membros.
Depois da destruição de Hiroshima no dia 6 de agosto de 1945, o alto mando militar americano liderado pelo presidente Harry Truman – o qual costumam vincular à maçonaria –, colocou o seu olhar sobre Kokura para forçar a rendição do Japão; entretanto, a mudança de clima fez com que trocasse esta cidade por Nagasaki.
Nessa época, em Nagasaki havia 240 mil habitantes. Um erro de cálculo dos aviadores americanos fez com que a bomba não caísse no centro da cidade; mas do mesmo modo o efeito foi devastador e foram assassinadas de maneira imediata cerca de 75 mil pessoas. Nos dias seguintes, morreu aproximadamente o mesmo número de pessoas por causa de feridas e doenças ocasionadas pela radiação.
Desde o século XVI, Nagasaki foi importante centro do catolicismo no Japão, impulsionado pelos missionários jesuítas e franciscanos. Entretanto, a perseguição que aconteceu quase de maneira imediata foi recordada em 2007, através do livro das memórias do Cardeal Giacomo Biffi, no qual expressa o forte impacto que teve nele em 1945 a notícia das bombas atômicas lançadas sobre o Japão.
“Eu pensava em falar do tema de Nagasaki. Havia encontrado repetidamente sobre este tema no ‘Manual de história das missões católicas’, de Giuseppe Schmidlin, três volumes publicados em Milão em 1929. Desde o século XVI surgiu a primeira comunidade católica sólida em Nagasaki (Japão)”.
“Em Nagasaki – assinalou – no dia 5 de fevereiro de 1597, trinta e seis mártires (seis missionários franciscanos, três jesuítas japoneses e vinte seis leigos) entregaram a vida por Cristo e no ano 1862 foram canonizados por Pio IX”.
Entretanto, “quando retomaram a perseguição em 1637, foram assassinados cerca de trinta e cinco mil cristãos. Depois, a pequena comunidade começou a reunir-se nas catacumbas, separada do resto da catolicidade e sem sacerdotes; mas não foi extinguida”.
Deste modo, em 1865 “o Pe. Petitjean descobriu esta ‘Igreja clandestina’, que foi divulgada depois de comprovarem que ele vivia o celibato, que era devoto de Maria e obedecia ao Papa de Roma; e sendo assim a vida sacramental foi retomada regularmente”.
Quase vinte anos depois, em 1889 “foi proclamada a plena liberdade religiosa no Japão, e todo refloresce. No dia 15 de junho de 1891 foi criada canonicamente a diocese de Nagasaki, a qual em 1927 acolheu Dom Hayasaka, primeiro bispo japonês, consagrado pessoalmente por Pio IX. Do Schmidlin devemos saber que em 1929 dos 94.096 católicos japoneses, cerca de 63.698 são de Nagasaki”.
Isto significa que 16 anos antes da explosão atômica, viviam em Nagasaki aproximadamente mais de 63.000 fiéis. Desta forma, logo após este breve resumo do catolicismo nesta cidade, o Cardeal escreveu:
“Vamos supor que as bombas atômicas não tivessem sido jogadas ao azar. Essa pergunta se torna inevitável: por que foi escolhida para a segunda bomba, entre todas, precisamente a cidade do Japão onde o catolicismo, além de ter a história mais gloriosa, estava mais difundido e afirmado?”.
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O Milagre de Hiroshima: Jesuítas sobreviveram à bomba atômica graças ao Rosário

Hiroshima depois da bomba - Foto: Domínio público
REDAÇÃO CENTRAL, 06 Ago. 19 / 07:00 am (ACI).- Há 74 anos aconteceu a explosão da bomba atômica em Hiroshima, um dos episódios mais dramáticos na história da humanidade. No dia 6 de agosto de 1945, festa da Transfiguração, muito perto de onde caiu a bomba “Little Boy”, quatro sacerdotes jesuítas alemães sobreviveram a esta catástrofe e a radiação – que matou milhares de pessoas nos meses seguintes – não causou nenhum efeito neles. Esta história, documentada por historiadores e médicos, é conhecida como o Milagre de Hiroshima.
Os jesuítas Hugo Lassalle, superior no Japão, Hubert Schiffer, Wilhelm Kleinsorge e Hubert Cieslik, estavam na casa paroquial da Igreja jesuíta de Nossa Senhora da Assunção, em um dos poucos edifícios que resistiu à bomba. No momento da explosão, um dos jesuítas estava celebrando a Eucaristia, outro tomando café da manhã e o outros estavam nos arredores da paróquia.
Conforme escreveu o Pe. Hubert Cieslik em um jornal, somente sofreram pequenos ferimentos por causa de cristais quebrados, mas nenhum efeito da radiação, nenhuma perda de audição, nem qualquer outro dano.
Os médicos que atenderam os jesuítas, alguns dias após a explosão da bomba, lhes advertiram que a radiação recebida lhes causaria lesões graves, assim como doenças e inclusive uma morte prematura.
Mas, este prognóstico nunca aconteceu. Não desenvolveram nenhum transtorno e em 1976, exatamente 31 anos após a explosão da bomba, o Pe. Schiffer foi ao Congresso Eucarístico na Filadélfia, relatou sua história e disse que os quatro jesuítas ainda estavam vivos e sem nenhuma doença. Foram examinados por dezenas de doutores cerca de 200 vezes ao longo dos anos seguintes e nunca encontraram em seus corpos qualquer consequência da radiação.
Os quatro religiosos nunca duvidaram de que tinham gozado da proteção divina e, em particular, da Virgem: “Nós acreditamos que sobrevivemos porque estávamos vivendo a Mensagem de Fátima. Nós vivíamos e rezávamos o Rosário diariamente naquela casa”, explicaram.
O Pe. Schiffer escreveu “O Rosário de Hiroshima”, um livro por meio do qual relata tudo o que ele vivenciou.
Em 2015, ao recordar os 70 anos da explosão atômica em Hiroshima, o Bispo de Niigata e Presidente da Cáritas Ásia, Dom Tarcisius Isao Kikuchi, difundiu uma mensagem na qual sublinhou que o Japão pode contribuir à paz “não com novas armas, mas com suas atividades de nobreza e grande história no crescimento mundial, de maneira particular nas consideradas nações em via de desenvolvimento”.
O Prelado acrescentou que “com esta contribuição ao desenvolvimento, que leva a pleno respeito e à realização da dignidade humana, seria muito apreciado e respeitado pela comunidade internacional”. Todos os anos, entre os dias 5 e 15 de agosto, o país celebra uma Oração pela Paz.
Em Hiroshima e Nagasaki morreram cerca de 246 mil pessoas, a metade faleceu no momento do impacto e o resto das pessoas algumas semanas depois pelos efeitos da radiação. A bomba de Hiroshima coincidiu com a solenidade da Transfiguração do Senhor e a rendição do Japão ocorreu no dia 15 de agosto, solenidade da Assunção da Virgem Maria.
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Santa Teresa Benedita da Cruz, judia convertida e vítima dos nazistas

REDAÇÃO CENTRAL, 09 Ago. 19 / 05:00 am (ACI).- Santa Teresa Benedita da Cruz nasceu em Breslau (1891), cidade que pertenceu à Alemanha e que, em seguida, passou para a Polônia. Recebeu o nome de Edith Stein. Na adolescência, deixou a religião judaica, porque não encontrava nela sentido à sua vida.

Mais adiante, chegou a ser uma brilhante estudante de fenomenologia na Universidade de Gottiengen, onde conheceu o pensamento dos filósofos Husserl e Martin Heidegger (dois dos mais importantes do século XX). Finalmente, Edith recebeu o diploma de Filosofia da Universidade de Freiburg.
Por seu alto sentido de solidariedade, alistou-se à Cruz Vermelha como enfermeira durante a Primeira Guerra Mundial, destacando-se por sua amabilidade, serviço e autocontrole.
Em 1921, Edith decidiu acompanhar uma amiga que tinha se tornado viúva e ficou impactada ao encontrá-la com uma grande paz e fé em Deus. Foi assim que desejou conhecer a fonte dessas graças e começou a ler, na casa da viúva, a biografia de Santa Teresa de Jesus.
Entrou em um estado de crise profunda e em um momento de purificação até que, meses depois, decidiu ser batizada. Buscou a ajuda de um sacerdote e recebeu o sacramento em 1922. Ao ser católica, sentiu-se mais judia, porque encontrou em Jesus Cristo o sentido de toda a sua fé e vida.
Aos poucos, foi brotando nela a inquietude vocacional, enquanto era acompanhada por seu diretor espiritual. Começou a trabalhar como professora na escola de formação de professores das dominicanas de Santa Madalena, ministrou palestras, traduziu livros, destacou-se profissionalmente e, às vezes, retirava-se para encontrar a paz na abadia beneditina de Beuron.
A situação política na Alemanha começou a piorar, mas Edith não desanimou e entrou para o Carmelo, o que havia sido seu sonho por muitos anos, deixando a fama. Em 15 de abril de 1934, tomou o hábito carmelita e mudou seu nome para Teresa Benedita da Cruz.
A situação para os judeus se agravou e Edith pediu para ser transferida para evitar o perigo para as religiosas do lugar. Foi enviada para uma comunidade na Holanda, junto com sua irmã Rosa, que também tinha se convertido ao cristianismo e servia como uma irmã leiga.
Quando aconteceram as deportações dos judeus, os luteranos, calvinistas e católicos concordam em ler em conjunto um texto de protesto durante os serviços religiosos. Os nazistas também ameaçavam deportar os judeus convertidos ao catolicismo.
As forças de ocupação nazistas declararam todos os católicos-judeus como “apátrida”. Um corpo militar nazista entrou no convento carmelita e levou Teresa e Rosa. Ao sair, a santa segurou a mão de sua irmã e disse: “Venha, vamos, por nosso povo”.
Foram levadas ao campo de concentração de Westerbork e os prisioneiros ficaram admirados com o testemunho de paz de Santa Teresa, que se preocupava por ajudar e consolar os demais, mesmo nas duras condições de humilhações e tormentos que viviam.
Foram enviadas para Auschwitz, com milhares de judeus, e chegaram ao campo de concentração em 9 de agosto de 1942. Imediatamente, os prisioneiros foram conduzidos para a câmara de gás e Santa Teresa partiu para a Casa do Pai, oferecendo sua vida pela salvação das almas, a libertação do seu povo e a conversão da Alemanha.
Santa Teresa Benedita da Cruz foi canonizada por São João Paulo II em 1998, que lhe deu o título de “mártir do amor” e, em outubro de 1999, foi declarado copadroeira da Europa.
ACI Digital

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Assim a Virgem Maria inspirou o nome de uma das maiores cidade dos Estados Unidos

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REDAÇÃO CENTRAL, 08 Ago. 19 / 08:30 am (ACI).- Um detalhe pouco conhecido de Los Angeles, a segunda maior cidade dos Estados Unidos, com aproximadamente 50% de habitantes latinos, é que o seu nome foi inspirado na Virgem Maria.
Em 2 de agosto de 1769, Festa de Nossa Senhora dos Anjos da Porciúncula, o missionário espanhol Pe. Juan Crespí chegou à região que atualmente é a cidade de Los Angeles.
Pe. Crespí era  capelão do grupo do Capitão Fernando Rivera, na expedição de Gaspar de Portolá i Rovira.
Na região, encontrou um rio, o qual chamou “O Rio de Nossa Senhora, a Rainha dos Anjos de Porciúncula”, e recomendou que fosse estabelecida na região uma missão de evangelização.
Na mesma expedição, mas em outro percurso, viajava São Junípero Serra, considerado o Pai do Estado da Califórnia.
Em 14 de setembro de 1781, segundo relata a história local, 44 habitantes da região, acompanhados pelos dois sacerdotes e um esquadrão militar, chegaram à região recomendada pelo Pe. Crespí e fundaram o “Povoado de Nossa Senhora, a Rainha dos Anjos de Porciúncula”, tomando o nome do rio.
Los Angeles fazia parte do reino espanhol, dentro do vice-reino da Nova Espanha. Com a independência da Nova Espanha, em 1821, Los Angeles foi anexada ao território do México.
Depois da guerra entre o México e os Estados Unidos, no século XIX, Los Angeles e outros territórios ficaram sob o poder do atual Estado da Califórnia.
Atualmente, a Arquidiocese de Los Angeles é a diocese mais populosa dos Estados Unidos, com aproximadamente cinco milhões de católicos. É governada pastoralmente por Dom José Gomez, o qual é de origem mexicana.
O rio que o Pe. Crespí encontrou hoje também se chama “Rio Los Angeles” e atravessa a cidade.

Paisagem atual de Los Angeles. Foto: Nserrano / Wikipedia (CC BY-SA 3.0).
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São Domingos de Gusmão, fundador dos Dominicanos

REDAÇÃO CENTRAL, 08 Ago. 19 / 05:00 am (ACI).- A Igreja celebra neste dia 8 de agosto a memória litúrgica de São Domingos de Gusmão, fundador da Ordem dos Pregadores, os Dominicanos, homem de oração, penitência e amor à Palavra de Deus, que combateu a heresia e deixou seu legado como uma proposta de evangelização cristã e vida apostólica.

São Domingos nasceu em Caleruega (Espanha) por volta de 1170 em uma família nobre. Sua mãe era a Beata Joana de Aza. Em Palencia, recebeu uma boa educação em diversas matérias e se rendeu completamente ao estudo da teologia.
Naquela época, vivia-se em guerras contínuas contra os mouros (muçulmanos) e até mesmo entre os próprios príncipes cristãos. Esta situação levou a uma fome terrível naquela região. Domingos se compadeceu dos necessitados e os ajudava, entregando-lhes seus pertences.
Com 24 anos, foi chamado pelo Bispo de Osma para ser cônego da Catedral e, aos 25, foi ordenado sacerdote. Mais tarde, o Prelado teve que viajar para a Dinamarca por ordem do rei Afonso VIII e levou consigo Domingos. Na viagem, o santo ficou preocupado ao constatar as heresias que viviam em várias aldeias.
Em 1207, São Domingos, juntamente com alguns colegas como o bispo de Osma, entregou-se à vida apostólica, renunciando qualquer conforto e vivendo de esmolas. Ao compreender mais a necessidade de uma boa formação cristã dos fiéis, fundou a Ordem dos Pregadores (Dominicanos), dispostos a levar a luz do Evangelho a todos os lugares.
O santo fundou centros de apostolado no sul da França e encontrou grandes dificuldades em toda a missão que havia empreendido.
Segundo a tradição, respaldada por inúmeros documentos pontifícios, certa noite, São Domingos, enquanto estava orando, teve uma revelação na qual a Virgem foi em seu auxílio e entregou-lhe o Rosário como uma arma poderosa para ganhar almas.
A Virgem, por sua vez, ensinou-lhe a recitar e pediu-lhe para pregar por todo o mundo para obter abundantes graças. O santo deixou a capela cheio de entusiasmo com o rosário na mão e, efetivamente, levou-o por todas as partes, obtendo muitas conversões.
Dentro de suas práticas de penitência habituais, estavam as temporadas de 40 dias de jejum a pão e água, dormir sobre tábuas duras, andar descalço por caminhos de pedra e trilhas cobertas de neve, suportar insultos sem responder uma palavra, pregar apesar de estar doente e nunca mostrar desânimo. Era o homem da alegria e do bom humor.
São Domingos, grande amigo de São Francisco de Assis, partiu para a casa do Pai em Bolonha, em 6 de agosto 1221. Foi canonizado em 1234 pelo Papa Gregório IX, que disse que “da santidade deste homem estou tão seguro, como da santidade de São Pedro e São Paulo”.
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quarta-feira, 7 de agosto de 2019

São Caetano, padroeiro do pão e do trabalho

REDAÇÃO CENTRAL, 07 Ago. 19 / 05:00 am (ACI).- “No oratório, rendemos a Deus a homenagem da adoração, nos hospital o encontramos pessoalmente”, costumava dizer São Caetano, padroeiro do pão e do trabalho, cuja festa é celebrada neste dia 7 de agosto.

São Caetano nasceu em Vicenza (Itália) em 1480. Estudou na Universidade de Pádua, formando-se na teologia e doutorando-se em direito civil e canônico.
Sua inquietude o levou a Roma, onde em pouco tempo foi nomeado secretário do Papa Júlio II. Com a morte do Pontífice, quis se preparar para o sacerdócio e foi ordenado em 1516, aos 36 anos.
Fundou em Roma a “Confraria do Amor Divino”, associação de clérigos que promovia a glória de Deus. Depois, ingressou no Oratório de São Jerônimo, que seguia a mesma linha da obra que tinha fundado, mas incluía também leigos pobres.
Seus amigos não gostaram dessa decisão, pois consideravam que alguém de linhagem como ele não deveria estar ali. Mas, o santo seguiu adiante, atendendo até mesmo os pacientes com doenças que muitos desprezavam.
Estando em Veneza, implantou a bênção com o Santíssimo Sacramento e incentivou a comunhão frequente. Uma vez escreveu: “Não estarei satisfeito até que veja os cristãos se aproximarem do banquete celestial com simplicidade de crianças famintas e alegres, e não cheios de medo e falsa vergonha”.
Naquela época, a cristandade passava por um período de crise. São Caetano, contemporâneo de Lutero, incentivava uma verdadeira reforma de vida e costumes na Igreja, mas sem dividi-la.
Em Roma, junto com alguns companheiros, fundou a Ordem dos Clérigos Regulares Teatinos, que buscava a renovação do clero, a pregação da doutrina, o cuidado dos doentes e a restauração do uso frequente dos sacramentos.
São Caetano teve que sofrer incompreensões e rechaços pela missão renovadora que tinha empreendido. Mais tarde, com o Beato João Marinoni, o santo fundou os “Montes de Piedade” para libertar da miséria pobres e marginalizados.
Ao final de sua vida, abriu um asilo para idosos e hospitais. Quando ficou muito doente, os médicos sugeriram que colocasse um colchão sobre sua cama de tábuas, mas o santo respondeu: “Meu salvador morreu na cruz; deixe-me pois morrer também sobre um madeiro”. Partiu para a Casa do Pai em Nápoles, em 7 de agosto de 1547, aos 77 anos.
O Papa Francisco, desde que era Cardeal, tem um carinho especial por São Caetano, que também é muito querido na Argentina. São inúmeros os peregrinos que vão venerá-lo no templo em honra a este santo, no bairro portenho de Liniers (Buenos Aires).
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terça-feira, 6 de agosto de 2019

Transfiguração do Senhor

REDAÇÃO CENTRAL, 06 Ago. 19 / 05:00 am (ACI).- No dia 6 de agosto, a Igreja celebra a festa litúrgica da Transfiguração do Senhor no Monte Tabor (Israel), na presença dos apóstolos Pedro, Tiago e João. Foi neste episódio que Jesus conversou com Moisés e Elias e escutou-se de uma nuvem a voz de Deus Pai que dizia “Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo meu agrado. Escutai-o!” (Lc 9, Mc 6, Mt 10).

No Catecismo da Igreja Católica (555), em referência à passagem bíblica, menciona-se que “por um momento, Jesus mostra a sua glória divina, confirmando assim a confissão de Pedro. Mostra também que, para ‘entrar na sua glória’ (Lc 24, 26), tem de passar pela cruz em Jerusalém”.
“Moisés e Elias tinham visto a glória de Deus sobre a montanha; a Lei e os Profetas tinham anunciado os sofrimentos do Messias. A paixão de Jesus é da vontade do Pai”, assinala o Catecismo.
Deste modo, recorda as palavras de Santo Tomás de Aquino, que afirmou que neste acontecimento “apareceu toda a Trindade: o Pai na voz; o Filho na humanidade; o Espírito Santo na nuvem luminosa”.
Segundo o relato evangélico, a Transfiguração ocorreu em um monte alto e afastado chamado Monte Tabor, que em hebraico significa “o abraço de Deus”.
São Jerônimo comentava este episódio da vida de Jesus com muito ardor e acrescentava inclusive palavras na boca de Deus Pai para explicar a predileção de Jesus. “Este é meu Filho, não Moisés nem Elias. Esses são meus servos; aquele, meu Filho. Este é meu Filho: de minha mesma natureza, da minha mesma substância, que em Mim permanece e é tudo o que Eu sou. Também aqueles outros são certamente amados, mas este é meu amadíssimo. Por isso escutem-no”, disse o santo.
“Ele é o Senhor, estes outros, os servos. Moisés e Elias falam de Cristo. São seus servos. Não honrem os servos do mesmo modo que o Senhor: escutem somente o Filho de Deus”, acrescentou.
Quando a Transfiguração acabou, Pedro, que havia dito “Senhor, é bom estarmos aqui!”, desce sem compreender o que havia acontecido. Por isso, Santo Agostinho, em um dos seus sermões, se refere ao Primeiro Pontífice com palavras de reflexão, que na verdade se transformam em uma interpelação para cada cristão no mundo de hoje:
“Desce para sofrer na terra, para servir na terra, para ser desprezado, crucificado na terra. A Vida desce para fazer-se matar; o Pão desce para ter fome; o Caminho desce para cansar-se da caminhada; a Fonte desce para ter sede; e tu recusas sofrer?”.
ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF