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domingo, 27 de setembro de 2020

XXVI Domingo do Tempo Comum – Ano A

Portal Presbíteros

por Pe. Françoá Costa

Arrependimento

“Se arrependimento matasse…” Esta frase é a expressão de uma dor profunda, do desejo de voltar atrás e de não ter feito determinada ação ou dito certa palavra. A contrição, isto é, o arrependimento por termos ofendido a Deus tem a ver com essa realidade: vontade de não ter cometido tal ou qual ação. O primeiro dos filhos que aparecem do Evangelho de hoje teve essa oportunidade: voltar atrás. Ele tinha dito ao seu pai que não queria ir trabalhar na vinha. Falou a verdade. “Mas, em seguida, tocado de arrependimento, foi” (Mt 21,29). Mas será que ele voltou atrás mesmo? Somente em parte. Se observarmos bem, não era possível àquele jovem dar uma resposta diferente daquela que ele já tinha dado ao seu pai: o que aconteceu, aconteceu. O nosso jovem, não obstante, procurou reparar aquela situação através da sua boa ação: foi trabalhar na vinha!

Como foi bela a atitude daquele jovem! Não porque ele tenha dado uma resposta de desobediência ao pai, mas porque ele se arrependeu logo e também porque ele procurou mostrar o seu amor através da própria atuação. Quando as palavras já não são suficientes restam as obras e quando ambas já não servem para expressar o que sentimos, o silêncio ganha em eloquência.

Fazer coisas erradas parece inevitável enquanto estivermos neste vale de lágrimas. No meio a tantos erros e pecados não nos esqueçamos, porém, que Deus espera o nosso arrependimento, a nossa dor de amor. É fruto da graça, sem dúvida, mas também nós podemos colaborar ao não resistirmos à ação do Espírito Santo em nosso favor. O estranho não é ter pecados, o esquisito não é equivocar-se, a coisa rara de verdade não é errar. O que tem de estranho que a miséria seja miserável? Nada. Na vida de um filho de Deus, de um cristão, o verdadeiramente bizarro seria não arrepender-se de ofender a Deus, que é tão bom e amável.

Arrepender-se não é o mesmo que chorar. Pode haver pessoas que estão muito arrependidas, mas das quais não brota sequer uma lágrima. Por quê? São insensíveis? Não, simplesmente porque são pouco propensas à afloração de sentimentos. A contrição ou arrependimento “consiste numa dor da alma e detestação do pecado cometido, com a resolução de não mais pecar no futuro” (Cat. 1451). O Catecismo da Igreja Católica distingue dois tipos de contrição: perfeita e imperfeita.

A contrição perfeita “brota do amor de Deus, amado acima de tudo (…). Esta contrição perdoa as faltas veniais e obtém também o perdão dos pecados mortais, se incluir a firme resolução de recorrer, quando possível, à confissão sacramental” (Cat. 1452). Já que Deus aparece ao fiel como realidade amável, tudo o que lhe afastou de Deus parece como algo profundamente detestável. É o amor, portanto, que abre os olhos para que vejamos a feiura do pecado. No lado oposto de cada amor se encontra o ódio; neste caso, vem à alma o ódio, a detestação, do pecado cometido porque este ofende a Deus, bom e digno de todo o nosso amor e adoração.

A contrição imperfeita (atrição) “nasce da consideração do peso do pecado ou do temor da condenação eterna e de outras penas que ameaçam o pecador (contrição por temor)” (Cat. 1543). Neste caso, o Espírito Santo nos impulsiona através do temor para que percebamos algo do mal que cometemos. Este tipo de arrependimento é suficiente para que possamos aproximar-nos do sacramento da confissão e pedir perdão a Deus de todos os nossos pecados.

Não podemos aproximar-nos do sacramento da confissão sem nenhum tipo de arrependimento. Neste caso, ainda que o sacerdote absolvesse, não seríamos perdoados porque estaríamos resistindo ao perdão de Deus. Note-se: não é que Deus não queira me perdoar, sou eu quem resiste ao seu perdão amoroso ao não arrepender-me. Assim como eu não posso chegar para alguém e dizer assim: “olha, eu matei o seu filho, você me perdoe; mas, se o seu outro filho me agoniar eu vou matá-lo também”. De maneira semelhante, não podemos chegar diante de Deus, no sacramento da confissão, e dizer-lhe: “eu fiz esse pecado, me perdoe; mas eu vou continuar fazendo o mesmo pecado, é só aparecer a primeira oportunidade”. O quê? Ainda esperamos que Deus nos perdoe tendo tal atitude interior. Sejamos sinceros e conscientes de que “de Deus não se zomba” (Gl 6,7).

https://www.presbiteros.org.br/

sábado, 26 de setembro de 2020

A “grande mídia” se faz hipocritamente de sonsa diante da cristofobia no mundo

Mohammed ABED / AFP ©

Colunista brasileiro chegou a escrever, nesta semana, que a cristofobia é inventada: seria apenas um “intimidador projeto de supremacia cristã”.

Embora até governos estejam se vendo obrigados a reconhecer que os níveis de perseguição contra os cristãos no planeta chegaram a patamares de genocídio, ainda é preciso conviver com negacionistas ideologicamente enviesados que não apenas negam os fatos, mas, baseando-se em narrativas puramente retóricas e sem apresentarem dados e números, ainda proferem insultos como o de que a cristofobia seria apenas “um projeto político que visa a consolidar a soberania de uma religiosidade antidemocrática“.

Nesta semana, o colunista Ronilso Pacheco publicou as seguintes afirmações no portal UOL a respeito da cristofobia:

“Trata-se de uma narrativa criada em torno de uma mentira, que tem sido cada vez mais imposta como verdade. No fundo, estamos lidando com um assustador e intimidador projeto de supremacia cristã. Este discurso da perseguição religiosa é o escudo de um projeto político que visa a consolidar a soberania de uma religiosidade antidemocrática. O discurso da ‘cristofobia’ nasce como ressentimento, deboche e negação do conceito de ‘homofobia’. Portanto, ‘cristofobia’ não é conceito, foi uma palavra inventada por conservadores e fundamentalistas cristãos para rechaçar a realidade de perseguição, violência e preconceito vivenciados por muitas pessoas da comunidade LGBTQI+. ‘Cristofobia’ é palavra-xingamento, é ignorância e insensibilidade dos que querem continuar se escondendo atrás da religião para hostilizar minorias sociais, impedir o reconhecimento de direitos e seguir vivendo em um mundo em que ataques, preconceito e ofensas sejam postos na conta da ‘liberdade religiosa’ cristã”.

É um nível chocante de distorção de uma realidade mundial cada vez mais inegável, mas que, majoritariamente, a “grande mídia” insiste em minimizar e até em mentir que não existe.

Perseguição anticristã aumentou na pandemia

Em agosto de 2020, um levantamento da Release International mostrou que a perseguição religiosa aumentou em todo o mundo durante a atual pandemia do novo coronavírus. Uma das piores situações está na China, onde, segundo a mesma entidade, o governo tem usado a pandemia como pretexto para intensificar a sua repressão aos cristãos. A Release International é uma organização cristã ecumênica fundada em 1968 pelo pastor protestante Richard Wurmbrand, que ficou preso por causa da sua fé durante 14 anos na Romênia comunista. A organização se dedica a ajudar cristãos de quaisquer denominações afetados por perseguições religiosas em 25 países.

No tocante à China, especificamente, o portal Bitter Winter, que monitora a perseguição religiosa sob o regime comunista de Pequim, tem publicado centenas de denúncias com dados concretos de lugares, datas e nomes. Só em 2020, por exemplo, Aleteia repercutiu denúncias como a de que o governo da China continuou destruindo igrejas e cruzes durante o confinamento forçado, ofereceu dinheiro a quem denunciasse igrejas cristãs e ordenou que as igrejas preguem o comunismo durante os sermões. As pressões e perseguições pioraram nos últimos meses na China, cujo regime intensificou no ano passado a demolição de igrejas “rebeldes”, ou seja, que não se enquadrem nas normas estritas e abusivas impostas pelo Partido Comunista. Pequim chegou a implantar a Associação Católica Patriótica Chinesa, entidade estatal que nada tem a ver com a genuína Igreja Católica, mas à qual os católicos chineses deveriam filiar-se obrigatoriamente para fins de absoluto controle por parte do governo. Os que se recusam são sistematicamente perseguidos como clandestinos. Além da perseguição direta, Pequim também tem sido acusada de hackear instituições da Igreja como a diocese de Hong Kong, na qual sacerdotes católicos têm apoiado manifestações pró-democracia.

80% das vítimas de perseguição religiosa no mundo são cristãs

Ainda em agosto de 2020, realizou-se a 6ª edição do Dia de Oração pelos Cristãos Perseguidos, promovida pela Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN, pela sigla internacional em inglês). Para a ocasião, confirmou-se que, embora a mídia pouco fale do assunto, os cristãos continuam sendo o grupo religioso mais perseguido em todo o planeta: 80% das pessoas que sofrem perseguições por causa da fé, atualmente, são cristãs. Há hoje 327 milhões de cristãos vivendo em países onde ocorre perseguição religiosa e 178 milhões em países onde são discriminados por motivos religiosos. De cada 5 cristãos no mundo, um vive em países onde ocorre perseguição ou discriminação religiosa.

1 em cada 8 cristãos sofre perseguição

Em janeiro de 2020, a organização norte-americana Open Doors (Portas Abertas), que monitora a situação dos cristãos perseguidos no mundo, apresentou o seu relatório anual baseado no período de 1º de novembro de 2018 a 31 de outubro de 2019, analisando cerca de 100 países. O levantamento aponta que 1 em cada 8 cristãos sofre perseguição por causa da fé, o que equivale a 260 milhões de pessoas. Na comparação com o período anterior, aumentou em 15 milhões o total de cristãos que sofrem discriminação em níveis “alto”, “muito alto” e “extremo”, segundo a organização.

2019, um dos anos mais sangrentos da História para os cristãos

Também em janeiro de 2020, Thomas Heine-Geldern, presidente da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), foi enfático ao avaliar 2019 como um ano de calvário para os cristãos: “Um ano de mártires. Um dos anos mais sangrentos da história para os cristãos“.

Governo britânico: perseguição a cristãos atinge níveis próximos do genocídio

Em 3 de maio de 2019, a rede BBC reconheceu que “a perseguição aos cristãos atinge níveis próximos do genocídio”, em referência a um amplo estudo de caráter urgente encomendado pelo secretário de Assuntos Exteriores do Reino UnidoJeremy Hunt. O estudo corroborou que 80% do total de vítimas de perseguição religiosa no mundo são cristãos e que, portanto, os cristãos continuam sendo o grupo religioso mais perseguido do planeta. O estudo apontou também que os níveis de perseguição em certas regiões do mundo são tão extremos que atendem aos parâmetros da ONU para serem considerados genocídio. Ainda em 2019, autoridades internacionais consideraram que o genocídio de cristãos e judeus já havia atingido “um patamar alarmante”.

Até jogadores de futebol se engajam na denúncia: “perseguição inacreditável”

Em junho de 2019, o jogador de futebol Olivier Giroud, da seleção francesa e do clube inglês Chelsea, capitaneou um evento em defesa dos cristãos que sofrem perseguições em dezenas de países de todos os continentes em pleno século XXI. Giroud declarou: “Os números da perseguição anticristã são inacreditáveis e nós temos que falar sobre eles. É preciso que exista essa consciência“. A iniciativa de Giroud contou com a adesão de vários outros jogadores, entre os quais o brasileiro Lucas Moura.

250 cristãos assassinados por mês por causa da fé

Em janeiro de 2019, a Release International já previa que a perseguição contra os cristãos aumentaria em todo o mundo ao longo daquele ano, com base em dados do governo britânico. O secretário Jeremy Hunt, de Assuntos Exteriores, já havia destacado na época que o país precisava “fazer mais” para ajudar os cristãos perseguidos mundo afora. No estudo solicitado por Hunt sobre o crescimento da perseguição, destacaram-se números como os 250 assassinatos de cristãos por mês em decorrência direta da sua fé.

Diversos organismos, inclusive laicos, comprovam o fato da perseguição anticristã

Em novembro de 2018, foi apresentado em Roma, pela ACN, mais um relatório que demonstrava, com números e fatos documentados, que a perseguição religiosa continuava dramática, sendo os cristãos os mais discriminados e oprimidos em todo o planeta, em diferentes contextos. Informações com a mesma conclusão já vinham sendo divulgadas por organismos laicos como a USCIRF (Comissão dos Estados Unidos para a Liberdade Religiosa Internacional) e a International Society for Human Rights, ONG de Frankfurt, Alemanha, bem como por entidades ligadas ao protestantismo como a associação norte-americana Open Doors e o Center for the Study of Global Christianity, do Gordon Conwell Theological Seminary, instituição evangélica do Estado norte-americano de Massachusetts. Os dados apontavam que 300 milhões de cristãos sofriam discriminação e perseguição no mundo; 61% dos cristãos viviam em países onde a liberdade religiosa não é respeitada; 1 em cada 7 cristãos vivia num país onde a perseguição é uma realidade cotidiana.

Piora sobre piora

Em novembro de 2017, o relatório da ACN baseado no período agosto 2015 – julho 2017 ressaltava que os cristãos continuavam sendo as principais vítimas do fundamentalismo, do nacionalismo religioso e dos regimes totalitários, destacando que o relatório anterior (2013-2015) já tinha registrado piora na situação e que o novo documento apontava um crescimento maior ainda da violência contra os cristãos no mundo. Em 2016, o instituto de pesquisas Pew Research, dos Estados Unidos, que é independente e laico, também havia apontado que os cristãos eram perseguidos em pelo menos 144 países.

Casos aberrantes de perseguição

Um dos casos mais emblemáticos da década foi o da mãe de família católica paquistanesa Asia Bibicondenada à morte sob acusações falsificadas de blasfêmia contra o islã. Após intensa mobilização internacional, ela teve a pena de enforcamento suspensa depois de quase dez anos de angústia no corredor da morte. O fato não tem nada de isolado no país, com centenas de registros de condenações do mesmo tipo. O Paquistão tem uma legislação “antiblasfêmia” que facilita as arbitrariedades, perpetradas principalmente contra os cristãos, sem necessidade de provas contundentes contra os acusados: na maioria dos casos, basta o “testemunho” inverificável do acusador para que a vítima seja condenada à prisão ou à pena capital. Um dos casos mais recentes é deste mês de setembro de 2020: o cristão paquistanês Asif Pervaizde, de 37 anos, foi condenado à morte por um tribunal de Lahore pelo mesmo suposto crime de blasfêmia contra o islã.

Grupos fundamentalistas continuam exterminando cristãos à vontade

Em pleno 2020, o Estado Islâmicoquase ao silêncio da grande mídia, continua atacando lugares cristãos, embora com menos intensidade do que durante o seu auge no Iraque e na Síria. O alvo mais recente é Moçambique, o primeiro país de língua portuguesa atacado consistentemente pelo bando jihadista. Também na África, o Níger e a Nigéria continuam tendo regiões literalmente dizimadas por ataques anticristãos perpetrados sistematicamente por grupos terroristas islâmicos, como o Boko Haram. Sobre a gravíssima situação dos cristãos em partes da Nigéria, aliás, o arcebispo de Kaduna, dom Matthew Man-oso Ndagoso, declarou ao portal LifeSiteNews em 26 de abril de 2019: “Estão matando cristãos como frangos”. Nada mudou desde essa declaração.

Discriminações “democráticas” em países “livres”

Além da perseguição cruenta, do tipo que tortura e mata, existem também as discriminações e perseguições ideológicas e culturais em forma de censura e mesmo de escárnio disfarçado de “arte” ou até de “humor”. Não é preciso de grande esforço para encontrar em sites de busca uma notável quantidade de “exposições artísticas” recentes nas quais imagens sacras centrais à fé cristã foram alvo de ridicularização escancarada. No Natal de 2019, o grupo de humoristas de esquerda Porta dos Fundos produziu um filme inteiramente baseado em escárnio à fé cristã – e que, apesar dos muitos protestos, inclusive de juristas, foi considerado mera “liberdade de expressão” pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli. Neste mês de setembro de 2020, porém, um representante da própria Netflix admitiu, perante um tribunal da Espanha, que aquele “especial de Natal” é de fato ofensivo aos cristãos e que a plataforma não tem nenhuma produção que ataque no mesmo nível qualquer outra religião.

Ódio velado sob discursos pró-minorias

O jornalista espanhol Luis Antequera, que estuda a cristofobia no mundo, observa que as formas dessa perseguição variam de região para região, mas são diferentes expressões do mesmo fenômeno: o ódio anticristão. Segundo o livro “Cristofobia: a perseguição a cristãos no século XXI“, esse ódio pode aparecer de modo velado sob discursos de “defesa das liberdades”, “direitos de minorias” ou “liberdade de expressão” para fomentar uma crescente marginalização e mesmo exclusão de pessoas e perspectivas cristãs da sociedade.

Violência e vandalismo anticristão crescentes no mundo

Atos de vandalismo contra igrejas e símbolos cristãos explodiram nos últimos anos, inclusive sob a desculpa de protestos e manifestações “pacíficos” em favor de minorias. Em junho de 2020, o ativista da extrema-esquerda norte-americana Shaun King pontificou via redes sociais que as estátuas de Jesus Cristo com biotipo europeu devem ser depredadas porque seriam uma forma da “supremacia branca”. A destruição de estátuas de Cristo, Nossa Senhora e santos diversos é apenas um exemplo, mas também são crescentes os números de incêndios criminosos contra igrejas e catedrais e até mesmo o de sequestros, ataques físicos e assassinatos contra sacerdotes, religiosos e freiras. Basta fazer uma busca na internet pelo assunto para encontrar relatos, muitos deles chocantes pelo grau de violência infligida às vítimas simplesmente por conta da sua fé cristã.

Restrições arbitrárias contra cristãos em países desenvolvidos

As crescentes imposições arbitrárias à Igreja em países desenvolvidos levaram o cardeal dom Gérald Cyprien Lacroix, de Québec, no Canadá, a denunciar em agosto de 2020 que as igrejas na região estão sofrendo mais restrições do que os cassinos e até a maconha. De fato, o Canadá é um dos países em que a ideologia laicista do governo de esquerda tem imposto mais limitações enviesadas à liberdade religiosa, principalmente de cristãos, inclusive com legislação proibindo símbolos religiosos. Bispos canadenses denunciaram graus de perseguição que vão desde a pena de morte em diversos países até uma infinidade de matizes de discriminação cotidiana em nações supostamente democráticas.

Na França das narrativas de “igualdade, liberdade e fraternidade” (que se aplicam seletivamente), dois deputados denunciaram que os cristãos sofrem média superior a 3 ataques por dia. Eles foram tachados de “exagerados”, mas uma pesquisa laica demonstrou que a realidade é ainda pior que a denúncia. Os dados que provam que os ataques diários anticristãos na França são superiores à média denunciada pelos deputados foram publicados pelo jornal laico Le Figaro e replicados pelo site Christianophibie.fr, que monitora os atos de perseguição anticristã na França e no mundo.

Apesar dos fatos, a cristofobia é tratada como “narrativa mentirosa”

Como se nada disso bastasse, ainda é preciso ler, sobre o fato real, comprovado e chocante da cristofobia, aberrações como as que foram publicadas nesta semana afirmando que a cristofobia é só “uma narrativa criada em torno de uma mentira imposta como verdade” e que o que se denuncia como cristofobia seria somente “um assustador e intimidador projeto de supremacia cristã“.

Assustador, intimidador e profundamente indignante é negar a realidade a ponto de transformar milhões de vítimas cristãs em supostos executores ou cúmplices de um “projeto de supremacia” que não se sustenta diante de fatos e números consolidados por estudos internacionais que revelam um panorama de nada menos que genocídio.

Aleteia

Cardeal Patriarca do Líbano adverte: diminui a presença cristã no Oriente Médio

Cardeal Bechara Rai | Guadium Press

Igreja, no Oriente Médio, como um “navio ameaçado por fortes ventos e ondas” está afundando; é preciso enfrentar os males que assolam nossas pátrias com posturas de fé e esperança.

Beirute (24/09/2020, 10:45, Gaudium Press) O Cardeal libanês Bechara Rai advertiu que a presença cristã no Oriente Médio está diminuindo e os líderes da Igreja “são chamados a enfrentar os ventos que sopram em nossa terra natal”.

A avaliação do Patriarca dos católicos maronitas do Líbano foi feita durante uma reunião do comitê executivo do Conselho de Igrejas do Oriente Médio (MECC, sigla em inglês) em 18 de setembro quando ele destacou a terrível realidade que os cristãos enfrentam na tumultuada região.

A Igreja é como navio ameaçado por fortes ventos e ondas e está afundando

Segundo o Cardeal Rai, “O navio ameaçado por fortes ventos e ondas” que está afundando, simboliza “a igreja testemunha no mar de nossos países do Oriente Médio perturbados pelos ventos de conflitos e guerras, crises políticas, econômicas, financeiras e de subsistência, e a epidemia do coronavírus”.

É preciso enfrentar as ondas e ventos que assolam nossas pátrias com posturas de fé e esperança

O Cardeal Patriarca afirmou na reunião realizada pelo MECC, em Bkerke, ao norte de Beirute, que a ameaça “atingiu seu clímax” no Líbano com a catastrófica explosão no porto de Beirute, 4 de agosto, que matou cerca de 200 pessoas, feriu mais 6.000 e deixou desabrigados mais de 300.000 libaneses.

Enfatizou o Cardeal Bechara que o MECC é chamado neste momento tão turbulento para trabalhar com a igreja, instituições e fiéis “para enfrentar as ondas e ventos que assolam suas pátrias (…) com posturas de fé e esperança”.

Que a Virgem Maria, Estrela do Mar, conduza a Igreja e nossas pátrias a porto seguro

“Pedimos, Senhor, pela intercessão de nossa Mãe Virgem Maria, a estrela do mar na tempestade, que conduza nossas pátrias, nossas igrejas e nosso povo ao porto seguro”, rezou o Cardeal Rai.

Guerras, conflitos, explosões e coronavírus na declaração final do MECC

A declaração final do MECC reiterou o apelo pelo fim das “guerras e conflitos destrutivos no Oriente Médio, para proteger a dignidade humana e construir a paz com base na justiça e nos direitos”.

Os participantes da reunião expressaram também sua “profunda solidariedade” com os libaneses na “tragédia catastrófica” que estão sofrendo com as explosões de Beirute e expressaram ainda sua solidariedade a todos os afetados pela pandemia do coronavírus e garantiram suas orações contínuas pelo fim da pandemia.

Os membros do comitê elegeram o padre melquita Gabriel Hachem, como secretário geral adjunto do MECC.

O cardeal iraquiano Louis Sako, patriarca dos católicos caldeus e presidente do Conselho para Igrejas Católicas do MECC, participou pela internet desde de Bagdá.

Guadium Press

TEOLOGIA: A Catolicidade da Igreja (Parte 3/8)

George Florovsky | Ecclesia

A Catolicidade da Igreja

Trad.: Pe. Pedro Oliveira Junior

4. A transfiguração da personalidade

A catolicidade da Igreja tem dois lados. Objetivamente, a catolicidade da Igreja denota a unidade do Espírito. "Pois todos nós fomos batizados em um Espírito formando um corpo" (1Cor 12,13). E o Espírito Santo que é um Espírito de amor e paz, não só une indivíduos isolados, mas também torna-se em cada alma separada a fonte de paz interior e totalidade. Subjetivamente, a catolicidade da Igreja significa que a Igreja é uma certa unidade de vida, uma comunhão de irmãos, uma união de amor, "uma vida em comum." A imagem do corpo é o comando do amor. "São Paulo demanda tal amor de nós, um amor que nos uniria uns aos outros, para que não mais fôssemos separados uns dos outros ... que nossa união seja tão perfeita como é a dos membros de um corpo"; (São João Crisóstomo, In Eph. Hom. 11.1, Migne, P.G. lxxii, c.79)

A novidade do mandamento de amor cristão consiste no fato de que nós devemos amar nosso próximo como a nós mesmos. Isso é mais do que colocar o nosso próximo no mesmo nível que o nosso, identificando-o conosco; significa ver nosso próprio ser no outro, no amado, não no nosso próprio ser... Aí está o limite do amor; o amado é nosso "alter ego," um "ego" que é mais caro a nós que o nosso próprio. Em amor nós nos fundimos em um. "A qualidade do amor é tal que o amante e o amado não são mais dois, mas um só ser" (1Cor. Hom. 33, 3, Migne, P.G. lxi. c. 280). Ainda mais: o verdadeiro amor cristão vê em cada um de nossos irmãos "o próprio Cristo." Tal amor demanda auto-entrega, auto-domínio. Tal amor só é possível numa expansão e transfiguração católica da alma.

O chamado a ser católico é dado a todos os cristãos. A medida de sua natureza humana espiritual é a medida de sua catolicidade. A Igreja é católica em cada um de seus membros porque, um todo católico não pode ser construído ou composto de outra forma que não seja através da catolicidade de seus membros. Nenhuma multidão, se cada um de seus membros for isolados e impenetráveis, pode se transformar numa irmandade. A união só pode tornar-se possível através do mútuo amor fraterno de todos os irmãos separados. Esse pensamento é expresso mui vividamente na bem conhecida visão da Igreja como uma torre que está sendo construída - (comparar com o Pastor de Hermas). Essa torre está sendo construída com separadas pedras, os fiéis. Esses fiéis são "pedras vivas" (1Pe 2,5). No processo de construção elas ajustam-se umas às outras, porque são polidas e lisas e tão bem adaptadas umas às outras; elas se juntam tão próximas que suas bordas não são mais visíveis e a torre parece ser feita de uma só pedra. Esse é um símbolo de unidade e totalidade. Mas, notem, que só pedras polidas e lisas podem ser usadas para essa construção. Existiram muitas outras pedras, até pedras brilhantes, mas redondas, e elas não puderam ser usadas na construção; pois elas não se ajustavam umas às outras e, não sendo portanto adequadas à construção tiveram de ser postas junto aos muros. (Hermas, Vis. 3:2:6,8)

No simbolismo antigo, "redondo" era um sinal de isolamento, de auto-suficiência e auto-satisfação - teres atque rotundus. E é justamente esse espírito de auto-satisfação que impede nossa entrada na Igreja. A pedra tem que ser chata e lisa, para que ela possa se adaptar à parede da Igreja. Nós devemos "nos rejeitarmos" para sermos capazes de entrar na catolicidade da Igreja. Devemos controlar nossa auto-estima num espírito católico antes de podermos entrar na Igreja. E, na plenitude da comunhão da Igreja, a transformação católica da personalidade é completada.

Mas a rejeição e a negação de nosso próprio ego não significa que a personalidade deve ser extinta, dissolvido na multidão. Catolicidade não é corporalidade ou coletivismo. Ao contrário, a auto-negação amplia o escopo de nossa personalidade; em auto-negação possuímos a multidão dentro de nosso próprio ego; englobamos os muitos em nosso próprio ego. Ai está a similaridade com a Divina Unidade da Santíssima Trindade. Em sua catolicidade a Igreja torna-se a similitude criada da divina Perfeição. Os padres da Igreja falaram disso com grande profundidade. No Oriente São Cirilo de Alexandria; no Ocidente Santo Hilário. (Para citações patrísticas muito bem ordenadas e explicadas, ver E. Mersh, S.J., Le Corps Mystique du Christ, Etudes de Théologie Historique, t. 1-2, Louvain, 1933).

Na teologia contemporânea russa o metropolita Antônio disse muito adequadamente: "A existência da Igreja não pode ser comparada com mais nada sobre a terra, pois na terra não há unidade, só separação. Só no céu há algo como a Igreja. A Igreja é a existência perfeita, nova, peculiar e única sobre a terra, um unicum, que não pode ser bem definido por qualquer conceito tomado da vida do mundo. A Igreja é a semelhança da existência da Santíssima Trindade, a semelhança na qual muitos tornam-se um. Por que essa existência, assim como a existência da Santíssima Trindade, é nova para o velho homem e impenetrável para ele? Porque a personalidade, em sua consciência carnal, é uma existência auto-aprisionada, contrastando radicalmente com todas as outras personalidades (arcebispo Antônio Khapovitsky, The Moral Idea of the Dogma of the Church, Works, Vol. 2, pgs. 17-18. São Petersburgo, 1911). "Assim o cristão deve, na medida do seu desenvolvimento espiritual, tornar-se livre; fazendo um contraste direto entre o 'ego' e o 'não-ego' ele deve modificar radicalmente as qualidades fundamentais da auto-consciência humana". (Ibid., The Moral Idea of the Dogma of the Holy Trinity, p. 65) É justo essa mudança que é a regeneração católica da mente.

Há dois tipos de auto-consciência e auto-afirmação: individualismo separado e catolicidade. Catolicidade não é a negação da personalidade e consciência católica não é nem genérica nem racial. Não é uma consciência comum, nem a consciência conjunta de muitos ou o "Bewusstsein ueberhaupt" dos filósofos alemães. Catolicidade é alcançada, não com a eliminação da personalidade viva, nem com a elevação para o plano de um Logos abstrato. Catolicidade é uma unidade concreta de pensamentos e sentimentos. Catolicidade é o estilo ou ordem de colocação da consciência pessoal, quando essa sobe para o "nivel de catolicidade." É o "telos" da consciência pessoal, a qual é alcançada com o desenvolvimento criativo e não com a aniquilação da personalidade.

Na transfiguração católica a personalidade recebe força e poder para expressar a vida e consciência da totalidade. E isso não como um meio impessoal, mas numa ação criativa e heróica. Não devemos dizer: "todos na Igreja atingem o nível de catolicidade," mas " todos podem, e devem, e são chamados a atingi-lo." Nem sempre e nem por todos esse nível é atingido. Na Igreja chamamos aqueles que o atingiram doutores ou padres, porque deles nós ouvimos não só sua profissão de fé, mas também o testemunho da Igreja; eles falam para nós de sua plenitude católica, da plenitude de uma vida cheia de graça.

FONTE:

Folheto Missionário nP95. Holy Trinity Orthodox Mission
466 Foothill Blvd, Box 397, La Canada, Ca 91011
Redator: Bispo Alexandre Mileant


Ecclesia

A forma do batismo: somente por imersão? (Parte 3/12) – Figura e realidade

Veritatis Splendor

Abordemos agora o Tipo e o Antitipo[3], a figura e a realidade desses batismos (aspersão de sangue) com o sacrifício de Jesus.

  • “E Moisés tomou a metade do sangue, e a pôs em bacias; e a outra metade do sangue derramou sobre o altar. E tomou o Livro da Aliança e o leu aos ouvidos do povo, e eles disseram: ‘Tudo o que o Senhor tem falado faremos, e obedeceremos’. Então tomou Moisés aquele sangue, e aspergiu-o sobre o povo, e disse: ‘Este é o sangue da aliança que o Senhor tem feito convosco sobre todas estas palavras'” (Êxodo 24,6-8).

Assim como Moisés derrama sangue no altar como sinal da Aliança com Yahvé, assim também Jesus o faz com seu Sangue:

  • “Porque este é o meu sangue, o sangue da nova aliança, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados” (Mateus 26,28).

O Tipo e o Antitipo, a figura e a realidade desse ato: enquanto Moisés diz “Este ´e o sangue da aliança”, Jesus afirma: “Este é o meu sangue da Aliança”.

E assim como Moisés asperge o sangue do cordeiro (tipo de Jesus) sobre o povo, Jesus derrama o seu Sangue por muitos.

A aspersão de sangue fazia parte essencial dos sacrifícios do Antigo Testamento (cf. Levítico 4,6-7). O sangue da vítima representava a própria vida oferecida sobre o altar no lugar do pecador, prefigurando o grande sacrifício vigário da Cruz (cf. Levítico 17,11; Hebreus 9,18-22). Pela aspersão, este sangue purificador era lançado sobre o próprio pecador, como que para lavar-lhe das suas faltas que de agora em diante restavam expiadas.

Pois bem: esse sacrifício que Jesus faz na Cruz, derramando o seu Sangue… também é um Batismo!

  • “Mas Jesus lhes disse: ‘Não sabeis o que pedis; podeis vós beber o cálice que eu bebo, e ser batizados com o batismo com que eu sou batizado?'” (Marcos 10,38; v.tb. Lucas 12,50).

Assim é que esse sofrimento de Jesus, pelo “derramamento” de sangue que Ele faz, é um “Batismo” e os Apóstolos nos mostram que sua “aspersão” purifica, pois como disse Jesus, foi para o perdão dos pecados:

  • “E a Jesus, o Mediador de uma nova aliança, e ao sangue da aspersão, que fala melhor do que o de Abel” (Hebreus 12,24);
  • “Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas” (1Pedro 1,2).

Efetivamente, a Igreja ensina que o batismo é necessário para a salvação, porque nos purifica, nos lava interiormente tornando efetivo esse sacrifício de Jesus. Essa “aspersão” de Sangue se faz presente no nosso batismo: por isso as água do batismo simbolizam essa “aspersão” e nos tornamos partícipes da morte de Jesus para depois nascermos para uma nova vida.

Dá para entender agora porque aceitamos também o batismo por aspersão? Posteriormente falaremos um pouco mais sobre a purificação interior.

O batismo que Nosso Senhor recebeu foi um “Batismo de Sangue”. É por isso que a Igreja também ensina sobre o batismo de sangue, que cabe a todos aqueles mártires que não conseguiram ser batizados, mas tinham esse desejo de serem batizados. Com efeito, “banhando-se” no seu próprio sangue, pelo martírio, recebem esse batismo de sangue e de desejo, que se torna efetivo graças ao sacrifício de Cristo, pelo “derramamento” do seu Sangue na Cruz.

Há um versículo bastante interessante, após a morte de Jesus na Cruz, que diz assim:

  • “Contudo um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água” (João 19,34).

Sim! “Sangue e água” saem derramados das costelas de Jesus. A Tradição ensina que Caio Cássio Longino, o centurião que estava ao pé da Cruz e que exclamou: “Em verdade, este era o Filho de Deus!” (cf. Mateus 27,54; Marcos 15,39Lucas 23,47), se converteu a Cristo ao ser literalmente batizado pelo Sangue e água que saiu do lado de Jesus; e que ao banhar-lhe a face, foi curado de uma infecção que tinha em um dos olhos, convertendo-se e morrendo como mártir[4]. Com efeito, essa passagem de João carrega toda uma mensagem teológica sobre o batismo.

Logo, ainda que a palavra grega “βαπτίζειν” signifique “mergulhar”, não necessariamente se refere ao modo de batismo. Isto porque, como vimos, o contexto em que tal palavra (ou similar) é empregada faz referência não obrigatoriamente a uma submersão, mas a um banho que também pode ser por aspersão [ou infusão].

Para ampliar ainda mais tudo isso, veremos como a palavra “batismo” possui ainda outros significados, como se permitirá ver a partir do contexto de outras passagens.

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NOTAS
[3] Chama-se “antitipo” a realidade do Novo Testamento que tem correspondência com um “tipo” do Antigo. O termo grego também pode ser traduzido nas Bíblias em portuguêm como “figura” (p.ex. em Hebreus 9,24; 1Pedro 3,21).
[4] Biografia de Caio Cássio Longino, por Jesús Mondragón (https://www.catholicmagazine.net/2019/10/su-nombre-era-cayo-casio-longinos-y.html?m=1) (em espanhol).

Veritatis Splendor

Semana Franciscana: oportunidade de beber na fonte da espiritualidade de Francisco

Semana Franciscana | Vatican News

“Em meio à pandemia, a experiência iluminadora de São Francisco reaviva sempre a esperança: somos sustentados por Deus, que se aproxima de nós de modo especial em nossos sofrimentos". A Semana Franciscana de 27 de setembro a 4 de outubro acessível a todos nas redes sociais.

Frei Augusto Luiz Gabriel

No próximo dia 4 de outubro, a Igreja e, especialmente, a Família Franciscana, celebram o dia de São Francisco de Assis. Na Paróquia e Convento do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis (RJ), os frades promovem a “Semana Franciscana”, que começa no domingo, 27 de setembro e vai até 4 de outubro. Mesmo em meio à pandemia, com celebrações e reflexões em vídeo até bênçãos dos animais, a Semana Franciscana visa celebrar as festividades do Santo de Assis em grande estilo. Além disso, os franciscanos prometem a realização de uma #livefranciscana e do tradicional Transitus de São Francisco, que acontecerá de maneira virtual e interativa.

Para o pároco Frei Jorge Paulo Schiavini, a “Semana Franciscana” é uma oportunidade de bebermos diretamente na fonte da espiritualidade de Francisco. “Temos a possibilidade de conhecer um pouco mais daquela grande novidade que Frei Francisco descobriu em Jesus Cristo. E, neste ano, de várias formas poderemos sentir a alegria, a humildade e a generosidade deste santo, de modo especial pelas celebrações, mas também pelas reflexões, pela arte e pela #livefranciscana que está sendo preparada com muito carinho pelos frades do Sagrado”, adiantou.

Segundo Frei Jorge, o objetivo principal é celebrar aquele que é o inspirador tanto da vocação e da caminhada espiritual dos freis, como também para os paroquianos do Sagrado, para a Família Franciscana e muitos simpatizantes de São Francisco. “Em meio à pandemia, a experiência iluminadora de São Francisco reaviva sempre a esperança: somos sustentados por Deus, que se aproxima de nós de modo especial em nossos sofrimentos. Desta forma, algumas celebrações serão presenciais, com os limites que neste momento nos são apresentados. De modo especial, queremos atingir neste ano aqueles que nos acompanham pelas redes sociais de suas casas e de outros locais”, revelou.

Live Franciscana nas Redes Sociais

A “Live Franciscana”, no dia 02 de outubro, às 20 horas,  promete ser uma noite com muita música, interação, devoção, espiritualidade, sorteios, arte e fé. A Paróquia do Sagrado é a anfitriã e conta com a parceria da TvFranciscanos e do Pró-Vocações da Província da Imaculada Conceição do Brasil, do Serviço de Justiça Paz e Integridade da Criação (JPIC), da Ordem dos Frades Menores; Custódia das Sete Alegrias de Nossa Senhora; Custódia São Benedito da Amazônia; Diocese de Petrópolis, Instituto Teológico Franciscano e Canarinhos de Petrópolis (RJ); Paróquia da Porciúncula de Sant'Ana de Niterói (RJ); Paróquia São Francisco de Assis de Campo Grande (MS); Seminário Franciscano Frei Galvão de Guaratinguetá (SP) e Convento São Boaventura de Campo Largo (PR); blog do Conexão Fraterna; Folhinha do Sagrado Coração de Jesus; Irmãs Clarissas de Nova Iguaçu (RJ), e de outras páginas e grupos no Facebook, que aceitaram o convite e irão transmitir em cadeia e ao vivo este especial.

Durante as apresentações, os internautas poderão acompanhar trechos da história de vida de São Francisco de Assis. Além de orações e momentos de espiritualidade que serão conduzidos pelos freis do Sagrado, a live contará com canções em estilo pot-pourri e interação com o público. 

“A #livefranciscana será uma imersão na vida e espiritualidade de São Francisco por meio da arte, canto e poesia, elementos caros ao próprio santo, conhecido como o ‘Cantor do Irmão Sol’. Dessa forma, queremos nos aproximar de São Francisco, que é, ainda hoje, uma inspiração para vivermos uma vida plena na comunhão com Deus e com todos os seres criados”, afirmou o pároco Frei Jorge.

Tríduo de São Francisco

De 30 de setembro a 2 de outubro, às 18 horas, a programação da Semana Franciscana também prevê celebrações do Tríduo de São Francisco. As Missas poderão ser frequentadas, com as devidas restrições, mas também poderão ser acompanhadas pelo Facebook da Paróquia do Sagrado. Entre os temas de reflexão, destacam-se temáticas ligadas à missão e humildade de São Francisco e sua relação com a Palavra de Deus.

Festa de São Francisco

No dia 4 de outubro, a Igreja do Sagrado estará aberta durante todo o dia e contará com Celebrações Eucarísticas às 7h, 10h, 18h e 20h. E, das 8h às 12h, os frades estarão realizando a tradicional bênção dos animais na portaria da Igreja.

O Coro de Meninos mais antigo do Brasil também marcará presença na Semana Franciscana, pois, será transmitido o “Especial de São Francisco com o Coral dos Canarinhos”, às 18 horas. Trata-se de uma oportunidade única de rever da sua casa um dos corais mais tradicionais do país. O Instituto dos Meninos Canarinhos de Petrópolis (IMCP) foi fundado com o Coral dos Meninos em 1942. Quase três mil vozes passaram pelos Canarinhos de Petrópolis, marcando a história do coro e da música sacra brasileira.

“Celebre com os freis e com a Paróquia do Sagrado a Semana Franciscana. Vamos nos unir em uma semana de oração, cultura e reflexão. Que em meio às dificuldades que enfrentamos neste tempo da pandemia, possamos viver em fraternidade, iluminados pela força que vem do alto. Que São Francisco nos inspire e interceda por todos”, deseja Frei Jorge.

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA

1º DIA (30/09): SÃO FRANCISCO E A PALAVRA DE DEUS

Celebração Eucarística às 18 horas

2º DIA (01/10): SÃO FRANCISCO E A MISSÃO

Celebração Eucarística às 18 horas

3º DIA (02/10): SÃO FRANCISCO E A HUMILDADE

Celebração Eucarística às 18 horas

(02/10): #LIVEFRANCISCANA

Ao vivo pelo Facebook e YouTube às 20 horas!

(03/10): TRÂNSITO DE SÃO FRANCISCO

Ao vivo pelo Facebook às 18 horas

(04/10) FESTA DE SÃO FRANCISCO

·         7h, 10h, 18 e 20h: Celebração Eucarística

·         8h às 12h: Bênção dos animais

·         18h: Especial de São Francisco com os Canarinhos de Petrópolis

SÉRIE DE REFLEXÕES: "POR QUE A TI FRANCISCO?"

De 27 de setembro a 04 de outubro às 8 horas

Vatican News

Cardeal Becciu: O que diz o Código de Direito Canônico sobre os direitos do cardinalato

Cardeal Becciu. Foto: Daniel Ibáñez / ACI Prensa

Vaticano, 25 set. 20 / 10:18 am (ACI).- Além de renunciar ao cargo de Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, no Vaticano, renúncia aceita ontem, 24 de setembro, pelo Papa Francisco, o Cardeal Angelo Becciu, de 72 anos, também renunciou aos direitos ligados ao cardinalato.

Embora os motivos para a renúncia sejam diferentes, este caso recorda o do Cardeal escocês Keith O'Brien, que em 2015 renunciou a todas as prerrogativas de pertença ao colégio cardinalício.

Naquele momento, em nota assinada pelo agora Cardeal Decano Angelo Sodano, explicava-se que o Sumo Pontífice aceitava a renúncia aos direitos e prerrogativas do cardinalato, contidos nos cânones 349, 353 e 356 do Código de Direito Canônico, por parte do Cardeal O'Brien.

Portanto, quando o Cardeal Becciu renunciou, a que renunciou especificamente?

No cânon 349 afirma-se que “os Cardeais da Santa Igreja Romana constituem um Colégio peculiar, que tem a responsabilidade de providenciar a eleição do Romano Pontífice, de acordo com a norma do direito peculiar; da mesma forma, os Cardeais auxiliam o Romano Pontífice tanto colegialmente, quando são convocados para discutir juntos assuntos de maior importância, como pessoalmente, através dos diversos ofícios que desempenham, ajudando o Papa sobretudo no seu governo diário da Igreja universal”.

Portanto, o Cardeal Becciu não é mais considerado um cardeal eleitor.

No cânon 353, afirma-se que “os Cardeais em ação colegial auxiliam o Supremo Pastor da Igreja principalmente nos Consistórios, nos quais se reúnem por ordem do Ro­mano Pontífice e sob a sua presidência; os consistórios podem ser ordinários ou extraordinários”.

“Para o Consistório ordinário, são convocados todos os Cardeais, ao menos os que se encontrem em Roma, a fim de serem consultados sobre certos assuntos importantes, em regra ocasionais, ou para a realização de alguns atos soleníssi­mos”.

“Para o Consistório extraordinário, que se celebra quando as necessidades peculiares da Igreja ou assuntos mais importantes o aconselharem, são convoca­dos todos os Cardeais”.

“Só pode ser público o Consistório ordinário, em que se celebram alguns atos solenes, ou seja, quando, além dos Cardeais, são admitidos Prelados, legados dos Estados ou outras pessoas para ele convidadas”.

Isso implica que o Cardeal Becciu foi excluído das celebrações dos consistórios.

Finalmente, o Cânon 356 estabelece que “os Cardeais têm obrigação de colaborar diligentemente com o Romano Pontífice; por isso, os Cardeais que desempenhem qualquer ofício na Cú­ria e não sejam Bispos diocesanos, têm obrigação de residir em Roma; os Cardeais que sejam pastores de alguma diocese, como Bispos diocesanos, vão a Roma todas as vezes que forem convocados pelo Romano Pontífice”.

Por isso, o Cardeal Becciu não pode mais ser considerado um colaborador do Papa.

ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF