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terça-feira, 30 de abril de 2024

Fé e família na nova evangelização (1/3)

Fé e família na nova evangelização | Opus Dei

Fé e família na nova evangelização

Num texto do Magistério sobre a família, o Papa João Paulo II afirmava que “a família nos tempos de hoje, tanto e talvez mais que outras instituições, tem sido posta em questão pelas amplas, profundas e rápidas transformações da sociedade e da cultura”.

14/05/2014

Num texto do Magistério sobre a família, o Papa João Paulo II afirmava que “a família nos tempos de hoje, tanto e talvez mais que outras instituições, tem sido posta em questão pelas amplas, profundas e rápidas transformações da sociedade e da cultura”[1].

Com estas palavras, o Papa observava como a perda do sentido do compromisso ou do amor que se percebe em alguns ambientes, embaçou progressivamente o valor, a natureza e a missão da família, provocando a desorientação de muitas pessoas.

Trinta anos depois, esta observação continua plenamente vigente e não nos desanima, mas estimula o nosso otimismo humano e sobrenatural.

O Prelado do Opus Dei recorda com frequência “a família precisa urgentemente de que se reafirme o seu humus originário, querido por Deus na criação, que infelizmente os costumes e as leis civis de muitos países se empenham em perverter”[2]. No contexto marcado pelo Sínodo sobre a Nova Evangelização, este é um momento propício para redescobrir o papel fundamental do matrimônio e da família, pois aqui está em jogo o futuro da Igreja e da humanidade.

A família, igreja doméstica

A família é insubstituível para o homem, pois constitui a célula primeira e original da sociedade; nela o homem e a mulher são acolhidos e tratados pela primeira vez como a sua dignidade requer: com amor desde a concepção até a morte, sendo amados pelo que são. É no lar onde cada pessoa aprende a amar e ser amada. O ser humano precisa da família, não só pela sua fragilidade e pela necessidade que tem dos outros para sobreviver, mas principalmente para atingir a sua plenitude.

Partindo destes princípios, se entende por que a qualidade moral do homem e da sociedade está ligada à família. De fato, o homem e a sociedade serão o que a família for. Precisamos urgentemente compreender que o futuro da humanidade passa por esta instituição: ali onde encontra o seu lugar e é protegida, mantendo em segurança a sua natureza, a sociedade consegue promover o desenvolvimento completo e integral dos seus cidadãos. Pelo contrário, onde é atacada e desprezada, o bem comum é danificado. Por isso proteger a família é “uma tarefa de importância capital, em que os católicos coincidimos com pessoas de outras crenças, ou sem religião alguma, conscientes de que a promoção da família – comunhão de amor entre um homem e uma mulher, indissolúvel e aberta à vida – constrói uma coluna insubstituível para a reta orientação da sociedade, e um fundamento importante para que os homens atinjam a maturidade e a felicidade”[3].

A defesa da família não é uma questão religiosa ou privada. O ser humano, o fundamento da sociedade, nasce e se desenvolve na família. Por isso “Nenhum país do mundo, nenhum sistema político pode pensar no seu futuro senão através da imagem destas novas gerações que assumirão dos pais o múltiplo patrimônio dos valores, dos deveres e das aspirações da nação à qual pertencem, e o de toda a família humana”[4]. Por outro lado, a identidade da família cristã não está circunscrita só nisso. Deus quis lhe dar um papel fundamental para a vida da graça e para a relação de cada pessoa com Deus. A Constituição Dogmática Lumen Gentium afirma que nesta espécie de Igreja doméstica “devem os pais, pela palavra e pelo exemplo, ser para os filhos os primeiros arautos da fé e favorecer a vocação própria de cada um”[5]. A família cristã é uma autêntica 'igreja doméstica': “participa na vida e na missão da Igreja”[6], pois os casais cristãos “não só 'recebem' o amor de Cristo tornando-se comunidade 'salva', mas também são chamados a 'transmitir' aos irmãos o mesmo amor de Cristo, tornando-se assim comunidade 'salvadora'“[7].

Para cumprir esta missão, é necessário um movimento em duas direções, porque só uma família evangelizada, que acolheu o Evangelho e permitiu que frutificasse nos seus membros, pode ser evangelizadora. Por isso em primeiro lugar a igreja doméstica deve acolher em si mesma a mensagem de Cristo: converter-se num lugar onde se aprende a fé, e em que as relações entre as pessoas são vivificadas pela graça de Deus. Deste modo, a família cristã poderá ser luz para os outros homens, e instrumento de Deus eficaz para a nova evangelização.

maio 2013

© CRIS 2013

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[1] Cfr. João Paulo II, Exhort. apost. Familiaris consortio, n. 1.

[2] D. Javier Echevarría, Carta, 2-10-2011, n. 30

[3] D. Javier Echevarría, Carta, 2-10-2011, n. 30

[4] São João Paulo II, Exortação Apostólica Familiaris Consortio, n. 11

[5] Conc. Vaticano II, Const. dogm. Lumen Gentium, n. 11

[6] São João Paulo II, Exortação Apostólica Familiaris Consortio, n. 49

[7] São João Paulo II, Exortação Apostólica Familiaris Consortio, n. 49

Fonte: https://opusdei.org/pt-br

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF