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quinta-feira, 22 de julho de 2021

Santa Maria Madalena

Crédito: Catedral São João Batista / Rio do Sul (SC)
22 de julho
SANTA MARIA MADALENA
Por Aloísio Parreiras

Nos últimos séculos, muitas inverdades foram ditas sobre Maria Madalena. Em livros que se transformaram em best-sellers, inúmeras sandices foram divulgadas sem nenhum critério. Em função disso, é importante que saibamos quem foi, de fato, Maria Madalena, a mulher que São Tomás de Aquino chamou de “apóstola dos apóstolos”, porque foi ela quem anunciou aos Apóstolos, atemorizados e trancados no cenáculo, a feliz ressurreição de Jesus Cristo.

Para evidenciar a real importância de Maria Madalena na história da Igreja, no ano de 2016, na vigência do Ano Santo da Misericórdia, o Papa Francisco, por meio da Congregação para o culto divino e a disciplina dos sacramentos, publicou um decreto com o qual definiu que a celebração de Santa Maria Madalena, que até aquele dia era Memória obrigatória, seria elevada no Calendário romano geral à categoria de Festa. O Papa justificou essa mudança afirmando: “A decisão inscreve-se no atual contexto eclesial, que exorta a refletir mais profundamente sobre a dignidade da mulher, a nova evangelização e a grandeza do mistério da misericórdia divina”.

Maria Madalena era originária de Magdala, pequena cidade da Galileia, e é seguramente uma das mulheres discípulas de maior destaque nos Evangelhos. O Evangelho, em nenhum momento, afirma que ela fosse uma prostituta ou que levasse uma vida leviana, e não existe nenhum fundamento bíblico para considerá-la como a prostituta arrependida que pediu perdão a Cristo pelos seus pecados.

O que Lucas nos diz em seu Evangelho é que Cristo “andava por cidades e povoados, pregando e anunciando a Boa Nova do Reino de Deus. Os Doze o acompanhavam, assim como algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e doenças: Maria, chamada Madalena, da qual haviam saído sete demônios”. (Lc 8, 1-2). Libertada do poder do maligno, Maria Madalena passou a integrar o grupo das santas mulheres que acompanharam Cristo no desenvolvimento de Sua missão.

Desde aquele primeiro encontro com o Cristo, “Madalena seguiu até ao Calvário Aquele que a curara. Esteve presente na crucifixão, morte e sepultura de Jesus. Juntamente com Maria Santíssima e o discípulo amado, acolheu o Seu último suspiro e o silencioso testemunho do lado trespassado: compreendeu que, naquela morte, naquele sacrifício, estava a sua salvação. E o Ressuscitado quis mostrar o Seu corpo glorioso antes de tudo a ela, que chorou intensamente a Sua morte”. (Papa João Paulo II, “Celebração Eucarística com os sacerdotes da Diocese de Aosta em julho de 2000”).

Após permitir que sua vida fosse transformada pela graça de Cristo, Santa Maria Madalena viveu uma vida de penitente e se tornou uma corajosa discípula missionária do Senhor. Sua fidelidade ao Cristo levou-O a afirmar: “Em verdade vos digo: em toda parte onde for pregado este Evangelho pelo mundo inteiro, será contado em sua memória o que ela fez”. (Mt 26, 13). Desse modo, Cristo deixa claro que Maria Madalena é um exemplo e modelo para todas as mulheres na Igreja.

Uma das lições que devemos aprender com Santa Maria Madalena é que devemos testemunhar, sem medo, o nosso encontro com o Cristo vivo e ressuscitado, pois ela foi uma das primeiras a ver o nosso Redentor ressuscitado. Com ela, devemos aprender a professar: “Vi o Senhor!” (Jo 20, 18). Em sua humildade, Maria Madalena nos ensina que devemos chorar profundas lágrimas de arrependimento todas as vezes que perdemos o contato com nosso Senhor. Ela também nos ensina que as raízes da nossa vocação missionária se solidificam na nossa experiência pessoal do encontro com nosso Redentor.

No Domingo da ressurreição, Maria Madalena, ainda de madrugada, foi a primeira a ver que o sepulcro do Senhor estava vazio. Sem perder tempo, ela foi correndo procurar os Apóstolos e disse a eles: “Retiraram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O colocaram”. (Jo 20,2). Maria Madalena retornou ao sepulcro e ficou do lado de fora do túmulo, chorando e afirmando: “Minha alma desfalece!” (Ct 5,6). Ou ainda: “Estou ferida de amor!” (Ct 5,8).

Chama a nossa atenção “a intensidade do amor que ardia no coração daquela mulher, que não se afastou do sepulcro do Senhor mesmo quando os discípulos se retiraram. Procurava Aquele a quem não tinha encontrado, procurava-O chorando e, inflamada pelo fogo do seu amor, ardia em desejos de encontrar Aquele que julgava terem tirado dali. E assim aconteceu que foi a única que o viu naquele momento; porque, na verdade, o que dá força às obras é a perseverança nelas”. (São Gregório Magno, Homilias sobre os Evangelhos).

Após o encontro com o Cristo ressuscitado, Maria Madalena assumiu-se como uma autêntica e entusiástica testemunha da ressurreição do Senhor. Com júbilo e renovada alegria, ela saiu em disparada, anunciando em Jerusalém e nos arredores que Cristo venceu a morte e, n’Ele, o homem é chamado de modo admirável e real a participar da vida sobrenatural da graça.

Santa Maria Madalena nos convida a atravessar a triste noite sem Cristo e a ratificar a alegria pascal, que é consequência da comunhão com o Cristo. A ela, hoje, dirigimos um hino, dizendo: “Ó estrela feliz de Magdala, para ti nosso culto e louvor, Jesus Cristo te uniu a Si mesmo por estreita aliança de amor… Testemunha primeira, tu foste anunciar que Jesus ressurgiu. Guia o povo na Páscoa nascido, nos caminhos que Cristo seguiu!” Santa Maria Madalena, rogai por nós e ensinai-nos a permanecer juntos ao Cristo, testemunhando os sinais da divina misericórdia em nossas vidas!

Fonte: Arquidiocese de Brasília

quarta-feira, 21 de julho de 2021

A CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL É FILHA DA IGREJA

Apologistas da Fé Católica

A Igreja deu início à cultura ocidental, foi a partir das ruínas do Império Romano, e chegou aos povos como a portadora de uma civilização superior. O direito civil centrado na autoridade de Roma, a filosofia grega e a Tradição judaica: “O colapso da organização política do Império Romano deixara um grande vácuo que nenhum rei bárbaro ou general poderia preencher. Foi preenchido, contudo, pela Igreja, que assumiu a função de tutora e legisladora dos novos povos. Os padres latinos – Ambrósio, Agostinho, Leão e Gregório – foram, concretamente, os pais fundadores da cultura do Ocidente, na medida em que, por meio do árduo trabalho desses homens, os distintos povos do Ocidente puderam ser incorporados à comunidade espiritual da cristandade, adquirindo, dessa forma, uma cultura comum. Acima de tudo, foi esse empenho evangelizador que distinguiu o desenvolvimento do Ocidente do de outras civilizações da história.

Os Padres ensinaram os nórdicos a ler e escrever, e foram eles os responsáveis por guardar todas as tradições desses povos: “Os povos do norte não possuíam conhecimento da escrita, desconheciam a vida urbana e não dominavam a arte da cantaria. Resumindo, eram “bárbaros”. Foi somente por meio do cristianismo e dos elementos que vieram de uma cultura superior, transmitidos pela ação da Igreja, que a Europa ocidental adquiriu sua unidade e forma.”

Seguindo com uma observação do Padre Rivaux:

“A história da Igreja, não pôde deixar de dizer Aimé Martin, é uma história à parte, uma história moral lançada através da história material dos povos e destinada a espiritualizá-la. No meio de todas as coisas que passam, de todas as crenças que morrem, de todos os deuses que desaparecem, admiramo-nos de encontrar uma sociedade que nunca morre, uma religião que se engrandece. É que a Igreja não nasceu da ignorância dos povos ou da ambição dos homens, como as outras religiões, mas das luzes do céu e das necessidades da humanidade.” Dos fatos e testemunhos precedentes, resulta claramente que a soberania temporal da Santa Sé se funda nos títulos mais justos e mais honrosos, isto é, no voto legítimo dos povos abandonados por seus antigos senhores, na justa conquista dos franceses e nos serviços inapreciáveis que os sumos pontífices prestaram à Itália durante mais de dois séculos e nas circunstâncias mais difíceis. Por isso esta transformação se operou sem intrigas sem violências, sem lutas sangrentas, sem ter custado uma lágrima à humanidade. Não se acha talvez na história soberania alguma cuja origem seja tão legítima e tão respeitável!

Trecho retirado da obra tratado de História eclesiástica, padre Rivaux

A obra do Históriador Christopher Dawson recebeu uma análise do prior da ordem Beneditina, Rembert G. Weakland,Arcebispo de Milwauke:
“Pesquisas recentes indicam que a religião ainda é uma força vital na cultura ocidental, embora de uma forma totalmente diferente do que ocorria nos períodos que Dawson analisa. Hoje em dia há uma enorme fragmentação no campo da cultura e a religião que se tornou um campo de batalha, dividido em compreensões diversas sobre a pessoa humana, Deus, o mundo e como eles se relacionam. Contudo, mesmo por baixo dessas diferenças, pode-se encontrar uma realidade humana comum, que revela uma sede espiritual que não pode ser eliminada da sociedade. Essas forças estão ressurgindo em países onde, por muitas gerações, poderosas forças contrárias tentaram suprimi-las. São indicações de que uma cultura totalmente secularizada não consegue se impor sobre nós; pelo contrário, uma nova forma de cultura religiosa parece estar se desenvolvendo.” (Rembert G. Weakland, O.S.B. (Prior da Ordem Beneditina Arcebispo de Milwaukee,12 de maio de 1991)

Os inimigos de Deus têm percebido que não existirá uma nova cultura sem uma Religião, Dawson e muitos outros nos indicaram que nossa cultura é viva por causa das nossas raízes cristãs: “A cultura do Ocidente é a atmosfera mental e emocional que há muito respiramos. Trata-se do ambiente que determina nosso modo de vida, assim como determinou o modo de vida de nossos antepassados. Portanto, não a conhecemos por meros meios documentais e arqueológicos, mas por causa de nossas próprias experiências.”

Por isso os inimigos de Deus têm percebido que é necessário desacreditar a Igreja: “Enquanto isso, fora do mundo acadêmico, novas forças sociais estão em operação, usando a história, ou uma versão particular da história, para alcançar fins político-sociais como meio para alterar a vida e as ações humanas. O surgimento dessas novas ideologias políticas e teorias ideológicas da história mostrou que o desenvolvi mento das especialidades científicas não abrandou, de forma alguma, a necessidade humana por uma fé histórica.”

Neste comentário fica bem definida tarefa e poder da civilização cristã ocidental: “No sentido moderno da expressão, uma ideologia é algo muito diferente da fé, embora se destine a cumprir as mesmas funções sociológicas. A primeira constitui-se como produto inteiramente humano, um instrumento por meio do qual a vontade política tenta moldar a tradição social para que dela possa se servir. Todavia, a fé aponta para além do mundo dos homens e de suas obras. Ela introduz a humanidade num campo de realidade muito mais alto e universal, em comparação ao mundo finito e temporal ao qual o Estado e a ordem econômica pertencem. Logo, a fé introduz na vida humana um elemento de liberdade espiritual que pode exercer uma imensa influência transformadora e criativa sobre a cultura social dos homens, durante sua trajetória histórica; assim como exerce influências igualmente transformadoras sobre a vida pessoal de cada um.”

Continua Dawson: “No Ocidente, o poder espiritual não foi imobilizado e cristalizado em uma ordem social sagrada, como ocorreu no Estado confuciano, na China, e no sistema de castas da Índia. Aqui, ele adquiriu liberdade e autonomia social e, consequentemente, sua atividade não ficou confinada à esfera religiosa e seus efeitos se disseminaram sobre todos os aspectos da vida social e intelectual.

“Esses efeitos secundários não ostentam necessariamente um valor religioso ou moral do ponto de vista cristão – mas eles não deixam
de ser secundários e dependem dessa força espiritual que os criou, sem
a qual eles seriam completamente diferentes ou nem sequer existiriam. “Isso é verdade para a cultura humanista apesar de todo o seu secularismo e naturalismo, tão característicos dela. Porém, quanto mais se estuda as origens do humanismo, mais se é obrigado a reconhecer a existência de um elemento que não é apenas espiritual, mas definitivamente cristão.

“As outras grandes culturas do mundo realizaram suas próprias sínteses entre religião e vida social, mantendo suas ordens sagradas imutáveis por séculos ou milênios. Mas a civilização ocidental foi esse grande fermento de mudança no mundo, justamente porque mudar o mundo tornou-se parte integral de seu ideal cultural. Séculos antes das grandes realizações da ciência e da tecnologia modernas, o homem ocidental já concebera a ideia de instauratio magna das ciências, que abriria novas formas de compreensão e alteraria os destinos da raça humana. Tampouco isso foi resultado da visão única de um gênio solitário. Hoje, sabemos que Francis Bacon, em seu pensamento, estava muito mais próximo da Idade Média que Macaulay e sua geração nos fizeram acreditar. De fato, em alguns aspectos, o pensamento de Francis Bacon se aproxima mais do universo mental de seu “xará”, Roger Bacon, do que do universo de Galileu. Foi Roger Bacon, afinal de contas, quem primeiro concebeu a ideia de uma síntese total entre o conhecimento científico e filosófico, um projeto destinado a alargar os laços da vida humana e dar à civilização cristã o poder de unir o mundo.”

“Uma vez apenas, na história da Europa ocidental, realmente observamos uma tentativa de criar uma unidade totalizadora da ordem sagrada, comparável ao modelo da cultura bizantina ou aos modelos orientais. Trata-se do Império Carolíngio, concebido como a sociedade de todos os povos cristãos sob o controle de uma monarquia teocrática que tentou regular cada detalhe da vida e do pensamento, abarcando inclusive os métodos dos cantos eclesiásticos e das regras monásticas por meio de decretos legislativos e inspeções governamentais. Mas esse foi um episódio breve e fracassado, que se destacou como grande contraste em relação ao curso principal do desenvolvimento do Ocidente. Mesmo assim, suas realizações culturais dependeram largamente das contribuições de elementos independentes que vieram de fora do império, como Alcuíno, da Inglaterra, João Escoto, da Irlanda, e Teodolfo da Espanha.”

Aqui nessa citação pode-se verificar que à ideia de uma Igreja que forçava um governo teocrático é totalmente desmentida: “Fora esse único caso excepcional, nunca houve nenhuma organização unitária da cultura do Ocidente, exceto, obviamente, a própria Igreja cristã, que forneceu um princípio eficiente de unidade social. E, mesmo durante a Idade Média, essa unidade religiosa imposta pela Igreja nunca se estruturou como uma verdadeira teocracia, semelhante aos modelos orientais, uma vez que envolvia um dualismo entre os poderes espiritual e temporal, o que acabou produzindo uma vital tensão interna nas sociedades do Ocidente, tornando-se o campo fértil para os movimentos de autocrítica e de mudança. Não obstante, por toda a história da Europa ocidental, até o século XIX, a ausência de uma organização unitária e de uma única fonte capaz de controlar toda cultura nunca pôs em risco a continuidade espiritual da tradição do Ocidente.”

“O surgimento da nova cultura europeia ocidental ficou condicionado a esse profundo dualismo entre duas culturas, duas tradições sociais e dois mundos espirituais – a sociedade guerreira dos reinos bárbaros com seus cultos heroicos e sua agressividade bélica em contraste
com a sociedade pacífica da Igreja cristã, com seus ideais de ascetismo e renúncia e sua vida teológica. Tampouco sua importância está confinada (à Idade das Trevas), [termo criado na renascença como forma de desmerecer mil anos de história] – de 500 a 1000 d.C. Em certo grau, esse traço permaneceu característico da cultura medieval como um todo e seus efeitos ainda são discerníveis sobre a história da Europa ocidental. De fato, acredito que ele tem de ser considerado como a principal fonte motora desse elemento dinâmico cuja importância foi tão decisiva para a cultura do Ocidente.”

Esse processo criativo de assimilação cultural que encontra expressão consciente na tradição literária também esteve em operação na profundidade da consciência individual e na formação e consolidação das novas instituições. Podemos vê-lo na vida dos santos, nas leis dos reis, nas cartas dos missionários e dos eruditos e nas canções dos poetas. Sem dúvida, toda evidência que possuímos derrama apenas uma pálida e incerta luz sobre essas realidades vitais do processo social medieval. No entanto, nosso conhecimento sobre as origens da cultura do Ocidente é muito mais autêntico e detalhado que qualquer outro conhecimento que possuímos sobre as origens das outras grandes culturas da Antiguidade clássica e do Oriente.

“Os historiadores e filósofos cujas mentes foram formadas pelo iluminismo liberal do século XVIII tinham pouco interesse e não sentiam nenhuma afeição pelo período medieval – para eles, uma época na qual a escuridão das culturas bárbaras teriam se tornado ainda mais negras devido às superstições religiosas e ao ascetismo monástico.”

“Por outro lado, durante o século XIX, uma época em que as tendências nacionalistas encontraram no campo da história, mais que em qualquer outro lugar, um terreno fértil para seus propósitos, vemos um movimento contrário em direção a uma idealização um tanto ingênua e perigosa das culturas dos povos bárbaros teutônicos e eslavônicos, em detrimento da unidade cultural do Ocidente, que foi ignorada ou depreciada pelos movimentos nacionalistas”.

Somos filhos da Igreja, existe uma diferença entre uma sociedade que se desenvolveu sob a influência decisiva do Cristianismo, comparada àquelas com predominância do Islã, e outras religiões, onde à vida humana e os valores morais não têm um valor em si. Nunca seremos herdeiros de revolução, seja ela Protestante ou iluminista; o humanismo não tem identidade com o Cristianismo! O único humanismo que observamos é amar o próximo como a nós mesmos. Este é o motivo de toda a cultura, todo o Ocidente terem se constituídos com a raiz cristã: Nada pôde e nem poderá superar o Cristianismo. Por isso somos odiados.

Fonte: Apologistas da Fé Católica

VELHICE

ArqRio

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)

A partir de janeiro de 2022, a velhice será tratada como doença, pela Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. Esta decisão, marcada por subjetivismo, é fator de discriminação de pessoas pela idade, com impacto sobre as políticas públicas.

Há de se considerar possíveis interesses de grupos econômicos, da indústria do antienvelhecimento, dos operadores de planos de saúde e do próprio mercado de trabalho.  Pode-se imaginar que não faltará quem se valerá de semelhante decisão para prescrever medicamentos, intervenções e supostos tratamentos com o pretexto de deter o avanço do envelhecimento.

O envelhecimento da pessoa acontece a cada dia, oportunizando proceder diferente e fazer a diferença, na medida em que vai integrando as mudanças fisiológicas que o tempo impõe ao próprio corpo. O envelhecer é parte integrante da existência humana.

“Nascer é uma possibilidade, viver é um risco, envelhecer é um privilégio” (M. Quintana). A velhice é um tempo singular, vivido de modo singular. Os idosos “são o exemplo de conexão entre as gerações, uma riqueza para o bem-estar da família e de toda a sociedade (…). Eles constituem uma importante escola de vida, capaz de transmitir valores e tradições e favorecer o crescimento dos mais jovens, os quais desse modo aprendem a buscar não somente o próprio bem, mas também o de outrem” (CDSI, 222).

Na data de 26 de julho, comemora-se o Dia dos Avós, referência à memória de São Joaquim e Sant’Ana, avós de Jesus Cristo. A comemoração é oportunidade para responder à intimação da poetisa: “convoco os velhos como eu, ou mais velhos que eu, para exercerem seus direitos. Sei que alguém vai ter que me enterrar, mas eu não vou fazer isso comigo (…). Lutar é a palavra vibrante que levanta os fracos e determina os fortes. O importante é semear, produzir milhões de sorrisos de solidariedade e amizade. Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça, digo o que penso, com esperança. Penso no que faço, com fé. Faço o que devo fazer, com amor” (C. Coralina).

Fonte: CNBB

CARTA ENCÍCLICA "HUMANI GENERIS" (Parte 6/10)

Papa Pio XII | Derradeiras Graças

CARTA ENCÍCLICA "HUMANI GENERIS"

DE SUA SANTIDADE

O PAPA PIO XII

 

SOBRE  OPINIÕES FALSAS QUE
 AMEAÇAM A DOUTRINA CATÓLICA

 

A nossos veneráveis irmãos
os Patriarcas, Primazes, Arcebispos e Bispos
 e demais Ordinários locais em paz e comunhão com a Sé Apostólica.


3. Desprezo das Sagradas Escrituras

 

 

22. Voltando às novas teorias de que acima tratamos, alguns há que propõem ou insinuam nos ânimos muitas opiniões que diminuem a autoridade divina da Sagrada Escritura. Pois atrevem-se a adulterar o sentido das palavras com que o concílio Vaticano define que Deus é o autor da Sagrada Escritura, e renovam uma teoria já muitas vezes condenada, segundo a qual a inerrância da Sagrada Escritura se estende unicamente aos textos que tratam de Deus mesmo, ou da religião, ou da moral. Ainda mais, sem razão falam de um sentido humano da Bíblia, sob o qual se oculta o sentido divino, que é, segundo eles, o único infalível. Na interpretação da Sagrada Escritura não querem levar em consideração a analogia da fé nem a tradição da Igreja; de modo que a doutrina dos santos Padres e do Sagrado magistério deveria ser aferida por aquela das Sagradas Escrituras explicadas pelos exegetas de modo puramente humano; o que seria preferível a expor a sagrada Escritura conforme a mente da Igreja, que foi constituída por nosso Senhor Jesus Cristo guarda e intérprete de todo o depósito das verdades reveladas.

 

23. Além disso, o sentido literal da Sagrada Escritura e sua exposição, que tantos e tão exímios exegetas, sob a vigilância da Igreja, elaboraram, deve ceder lugar, segundo essas falsas opiniões, a uma nova exegese a que chamam simbólica ou espiritual; por meio dela, os livros do Antigo Testamento, que seriam atualmente na Igreja uma fonte fechada e oculta, se abririam finalmente para todos. Dessa maneira, afirmam, desaparecerão todas as dificuldades que somente encontram os que se atêm ao sentido literal das Escrituras.

 

24. Todos vêem quanto se afastam essas opiniões dos princípios e normas de hermenêutica justamente estabelecidos por nossos predecessores de feliz memória, Leão XIII, na encíclica Providentissimus, e Bento XV, na encíclica Spiritus Paraclitus, e também por nós mesmo, na encíclica Divino Afflante Spiritu.


PIO PP. XII


Fonte: http://www.derradeirasgracas.com/

Postulador pede abertura de processo de beatificação de iniciadora do Caminho Neocatecumenal

Carlos Metola, postulador da causa de Carmen Hernández,
entrega o "suplex libelus" ao cardeal Carlos Osoro.
Por Blanca Ruiz

MADRI, 20 jul. 21 / 03:35 pm (ACI).- Uma missa foi celebrada na Catedral da Almudena, em Madri, na Espanha, pelo quinto ano da morte de Carmen Hernández, iniciadora do Caminho Neocatecumenal. Ao final da celebração, Carlos Metola, postulador da causa de beatificação de Carmen Hernández na fase diocesana do processo, entregou ao cardeal Carlos Osoro, arcebispo de Madri, o pedido formal do início da causa.

Durante a homilia, o cardeal Osoro disse que a cerimônia era um momento de “dar graças a Deus e pedir pela Carmen”, que foi “uma incansável catequista e trabalhadora pelo anúncio de Cristo como o único Caminho, Verdade e Vida” e que ela manifestou isso “com uma entrega incondicional de sua vida”.

“Que profundidade a vida humana atinge quando a colocamos em segurança com Cristo”, afirmou o arcebispo de Madri. Ele lembrou o chamado que Carmen Hernández fez a “ser porta-vozes, no século XXI, do grito mais necessário para os homens da parte de Deus: Cristo ressuscitou. Amai-vos uns aos outros”.

“Carmen quis ser portadora de Jesus Cristo. Quantas vezes ouvimos, de seus próprios lábios, que o que o homem mais precisa é amar com o amor de Cristo e experimentar o amor do Senhor”, afirmou.

O cardeal Osoro recordou que “Carmen nos gritava e nos dizia de formas sugestivas: ´Mostrai-vos a Cristo com a vossa vida´”.

“Carmen pronunciava palavras de esperança, dava uma saída para aqueles que pediam luz e sentido para suas vidas. Dizia-lhes que não vivessem para si mesmos e que percebessem o amor de Deus”, frisou o cardeal. Ele recordou que a iniciadora do Caminho Neocatecumenal dizia que “as fronteiras, a divisão, os conflitos, são causados pelo homem que esquece de Deus, que abandona um Deus que o ama”.

“Estamos rezando pela Carmen, por essa mulher que, acolhendo Jesus Cristo, foi capaz de anunciá-lo abrindo horizontes de alegria e esperança. Mostrando o amor misericordioso de Deus, mostrando a vida nova que surge em Cristo”, afirmou.

Pedido de início da causa de beatificação

O postulador diocesano da causa de Carmen Hernández, Carlos Metola, entregou no final da missa o “suplex libelus”, ou seja, o pedido formal para a abertura da causa de canonização da iniciadora do Caminho Neocatecumenal.

Este pedido formal inclui um dossiê com escritos, documentos e testemunhos que atestam que Hernández viveu as virtudes heróicas necessárias para declarar sua santidade de vida. No pedido, estão anexados mais de 1.500 testemunhos de graças e favores recebidos pela intercessão de Carmen.

Embora este procedimento geralmente seja privado, neste caso, o cardeal Carlos Osoro pediu que fosse feito em público.

Kiko Argüello, cofundador do Caminho Neocatecumenal, não compareceu à missa, mas enviou uma mensagem que foi lida no final da Eucaristia. Ele afirmou que Carmen Hernández foi “uma mulher excepcional, apaixonada por Cristo, pela Escritura e pela Eucaristia” e uma “mulher importantíssima para a Igreja”.  “Dou graças a Deus pela Carmen, uma mulher profunda, autêntica e livre na sua relação com todos. Amava Cristo, a Igreja e o papa acima de tudo”, disse Kiko. “Cremos que Carmen está com o Senhor, que ela já está ´na festa´”, afirmou.

Kiko pediu ao postulador da causa, Carlos Matola, que “todas as diligências necessárias” fossem feitas para pedir o início da causa de beatificação da iniciadora do Caminho Neocatecumenal. Sendo assim, Metola entregou ao cardeal Osoro o pedido de abertura do processo de canonização da iniciadora do Caminho Neocatecumenal.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Realidade dos seminaristas no Brasil durante a pandemia é tema de pesquisa

Guadium Press
Segundo os pesquisadores, a pandemia está oferecendo, sobretudo aos formandos, a possibilidade de uma relação mais profunda, favorecendo o autoconhecimento.

Redação (20/07/2021 11:58, Gaudium Press) Com o objetivo de compreender como a pandemia tem afetado a formação sacerdotal no Brasil, a psicóloga, Luciana Campos, e o padre Douglas Alves Fontes, reitor do Seminário São José da Arquidiocese de Niterói, decidiram realizar uma pesquisa que contou com a participação de dois mil seminaristas de todo o país.

Um primeiro artigo foi publicado com as respostas recebidas. Nele, os pesquisadores se propõem “a refletir sobre a missão formativa em tempos de pandemia”. Entretanto, a publicação é considerada por seus autores, uma síntese do que pretendem refletir. “Em breve, um novo artigo será publicado, com um viés mais acadêmico. Contudo, achamos por bem publicar esta síntese, antecipando o que falaremos e já apresentando um primeiro fruto da pesquisa!”, diz o Padre Douglas.

Resposta de dois mil seminaristas

A quantidade de respostas surpreendeu os pesquisadores, que em pouco mais de duas semanas já haviam recebido o retorno de dois mil seminaristas de todo o Brasil. Segundo a doutora Luciana, o questionário “teve um retorno de respostas com percentual muito significativo. Talvez compreenda perto de 50% dos seminaristas do Brasil”.

“Dos que responderam, a maior parte veio dos formandos para o clero diocesano (92,1%), residentes nas regiões Sudeste (38,9%), Nordeste (30,2%), Sul(15,9%) e Centro-oeste (8%) do país. O maior grupo faz parte da etapa do discipulado (42,8%), seguindo-se os da etapa da configuração (34,9%) e do propedêutico (20%)”, explicou a psicóloga.

Guadium Press

A maioria dos seminaristas voltou para a casa durante a pandemia

De acordo com a pesquisa, durante a pandemia, a maioria dos seminaristas (62,2%) voltou para a casa de seus familiares. Somente 25,6% permaneceu nos seminários. O restante se dividiu entre casas paroquiais, conventos e alternando casa e seminário. Um dos desafios enfrentados pelos seminaristas que voltaram para suas casas foi o enfrentamento dos conflitos familiares, dos quais 42,6% tiveram que passar.

Acompanhamento espiritual fora do seminário

A maioria dos seminaristas (67,2%) admitiu ter repensado sua vocação durante a pandemia, sendo que apenas 30,8% continuou contando com o acompanhamento espiritual on-line. 69,2% não puderam contar com essa possibilidade, número muito próximo dos que admitiram questionar sua própria vocação. Por outro lado, 89% informaram que foram contatados pelos formadores.

Maiores dificuldades

Dentre as maiores dificuldades apresentadas pelos seminaristas ao longo desse período estão: dificuldades para manter a rotina de orações (32,5%); dificuldades pela falta de contatos sociais (22,1%); de manutenção da castidade (11,1%); por falta de direção espiritual (10,5%); e dificuldades de assistir à missa on-line (7%)

Guadium Press

Conclusão

Os pesquisadores concluem, ressaltando que a pandemia convidou a todos a enxergar e assumir algumas luzes. A primeira é uma experiência de maturidade que a pandemia pediu. “Um contexto, como este, pede presbíteros maduros e, por consequência, formandos que se empenham por uma maturidade humana e também espiritual”, destacam.

Outra luz que a pandemia está oferecendo, sobretudo aos formandos, é a possibilidade de uma relação mais profunda, favorecendo o autoconhecimento, de tal maneira que o formando alcance “um satisfatório conhecimento das próprias fraquezas, sempre presentes em sua personalidade, tendo em vista a capacidade de autodeterminação e de uma vivência responsável”, concluem. (EPC)

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Dublin preserva igreja católica fundada pelos vikings

Tomasz Wozniak / Shutterstock.com
Por Octavio Messias

Aventureiros escandinavos foram responsáveis pelo início da construção da capital da Irlanda.

Uma das principais atrações turísticas de Dublin, capital da República da Irlanda – ou ao menos era antes da pandemia –, a Catedral da Santíssima Trindade (conhecida informalmente como Christ Church) nos conecta diretamente a um capítulo curioso na história da fundação das capitais europeias, o de uma das mais antigas cidades do continente, à parte as que integraram o Império Romano.

Invasão bárbara

Em um movimento de êxodo da Escandinávia, vikings dinamarqueses, noruegueses e suecos invadiram o então vilarejo medieval de Dublin, assentado pelos celtas, no final do século VIII, começo do IX. Depois de quase cinco décadas de saqueamentos dos monastérios e escravização dos locais, que eram enviados de navio para trabalho forçado na Escandinávia, os vikings finalmente se misturaram com os locais e passaram a desenvolver atividades voltadas para a comunidade, como artesanato e comércio. Com isso uma cidade começou a ser fundada. E a Christ Church permanece como uma reminiscência dessa época, a mais antiga catedral medieval da cidade – a outra sendo a Catedral de São Patrício, a igreja nacional do país, fundada em 1191 em homenagem ao padroeiro irlandês. 

Cidade Viking

Trinta anos antes, a igreja celta St. Martin of Tours – uma das quatro ainda remanescentes na cidade – ficava na chamada Cidade Viking, região de assentamento dos escandinavos, à encosta do rio Liffey, que corta a cidade, chamada Wood Quay. Pela ameaça e pelos danos que eles tinham causado à St. Martin, a Christ Church foi construída de costas para ela, do outro lado do rio, em um platô, de modo a poder ser vista de toda a cidade, o que dificultava saqueamentos. 

Arquitetura gótica

Embora tenha sido reconstruída, ainda no século 12, e expandido nos séculos seguintes, parece uma fortaleza de estilo gótico, o que impressiona até os dias de hoje. Possui a maior cripta de uma catedral no Reino Unido e nas Irlandas (considerando Irlanda do Norte). Na nave está enterrado o corpo de Strongbow (1130-1196), um nobre gaélico que liderou a Invasão Anglo-Normanda da Irlanda.  Quatro séculos depois o teto da nave dsobre seus restos mortais.

Memorial

A Christ Church hoje funciona nos moldes de uma atração turística na Europa, com visitas guiadas e loja de presentes. A herança viking se faz presente em um memorial de bronze, localizado em uma das esquinas da catedral, que conta a história da fundação de Dublin e de construção da igreja. 

Fonte: Aleteia

Os verdadeiros e os falsos: quem são eles?

Aleteia
Quem são os que vestem o mal de bem, e chamam o erro de verdade?

Redação (20/07/2021 11:11, Gaudium Press) “A sabedoria deste mundo está em esconder as maquinações do coração, velar o sentido das palavras, mostrar como verdadeiro o que é falso, demonstrar ser errado aquilo que é verdadeiro. Pelo contrário, a sabedoria dos justos consiste em nada fingir por ostentação; declarar o sentido das palavras; amar as coisas verdadeiras tais como são; evitar as falsas; fazer o bem gratuitamente; preferir tolerar de bom grado o mal a fazê-lo; não procurar vingança contra a injúria; reputar lucro a afronta, em bem da verdade. Zomba-se, porém, desta simplicidade dos justos porque para os prudentes deste mundo a virtude da pureza de coração é tida por loucura. Tudo quanto se faz com inocência, eles reputam tolice e aquilo que a verdade aprova nas ações, soa falso à sabedoria humana.

São Gregório Magno, “Moralia”. (Lib. 10, 47-48: PL 75, 946-947).

Por Cícero Leite

Fonte: https://gaudiumpress.org/

S. EZEQUIEL, PROFETA

S. Ezequiel, Duccio 
21 de julho
SANTO EZEQUIEL, PROFETA

«A mão do Senhor desceu sobre mim. Ele me arrebatou em espírito e me colocou no meio de uma planície, que estava coberta de ossos; fez-me circular em todos os sentidos no meio desses ossos numerosos que jaziam na superfície. Vi que estavam inteiramente secos. Disse-me o Senhor: “Filho do homem, poderiam esses ossos retornar à vida?”. “Senhor Javé – respondi –, só vós o sabeis.” Ele disse-me então: “Profere um oráculo sobre esses ossos. Ossos dessecados, lhes dirás, escutem a palavra do Senhor"» (Ez 37, 1-4).

Segundo a cultura judaica, o termo "profeta" não significa somente quem tem o poder de prever o futuro, mas ainda mais quem tem um profundo conhecimento da vontade divina e da sua presença no mundo: uma pessoa de moral e retidão cristalinas. Ezequiel, um dos quatro Profetas, definidos "maiores" no Antigo Testamento, não era uma exceção: foi o mais difícil na linguagem e o mais eficaz nos simbolismos.

Exilado entre os exilados

Ezequiel nasceu em meados do ano 600 a.C., em Sarara, Palestina, na tribo de Levi: logo, era um sacerdote. Na época, em Roma ainda reinava Tarquínio Prisco, enquanto, na Babilônia, Nabucodonosor. Não era um período tranquilo para os judeus, submetidos à tirania dos filhos de Assur.
Em 597, Ezequiel foi deportado para a Babilônia, junto com outros dez mil, onde seriam obrigados a trabalhar na lavoura. Naquele momento, Deus manifestou-se a ele, com visões proféticas, que o acompanharam até ao fim da sua vida. No entanto, Ezequiel revelava tais visões ao seu povo, encorajando-o com as palavras que vinham de Javé. Por isso, em pouco tempo, conseguiu obter certa autoridade entre o Povo de Israel; não deixou de realizar prodígios e milagres e todos os seus gestos tinham um objetivo bem preciso: ao profetizar a queda de Jerusalém, exortava o povo à penitência; depois, o consolou com a promessa da libertação e do retorno à sua amada pátria.
Ezequiel foi martirizado por um chefe do povo, por ter sido repreendido por idolatria.

Linguagem difícil, mas eficaz

Na Bíblia, o livro de Ezequiel, depois de Jeremias, encontra-se entre os profetas “maiores”: em 48 capítulos, ele narra as profecias e as revelações, que Javé lhe havia feito, durante o cativeiro babilônico.
Entre as suas visões mais poderosas, destaca-se a do capítulo 37, em que Deus mostra a Ezequiel uma planície extensa de ossos secos, que, com Seu sopro, retornam à vida, revestindo-se de carne. Trata-se de uma imagem muito forte e, também, enigmática para os contemporâneos, que a interpretaram como a profecia da restauração do poder de Israel e da reconstrução do Templo, na glória de Deus. Para os católicos, ao invés, simboliza a Ressurreição de Cristo e, portanto, a construção do verdadeiro Reino no céu.
Historicamente, Ezequiel representa uma ponte entre duas épocas da história de Israel: antes e depois do exílio. Do ponto de vista das Escrituras, enfim, uma ponte entre Jeremias e Daniel.
A linguagem deste profeta era difícil, repleta de simbolismos, às vezes, até dura, mas com um poder evocativo poderoso e, sobretudo, eficaz.
A veneração de Santo Ezequiel foi transmitida, muito cedo, à Igreja Latina.

Fonte: Vatican News

São Lourenço de Brindisi

S. Lourenço de Brindisi | ArquiSP
21 de julho

São Lourenço de Brindisi

Geralmente, as chamadas "crianças superdotadas", aquelas que demonstram um dom excepcional para alguma especialidade, quando crescem, parecem "perder os poderes" e nivelam-se com as demais pessoas. São poucas as exceções que merecem ser recordadas. Mas, com certeza, uma delas foi Júlio César Russo, que nasceu no dia 22 de julho de 1559, em Brindisi, na Itália.

Seu nome de batismo mostrava, claramente, a ambição dos pais, que esperavam para ele um futuro brilhante, como o do grande general romano. Realmente, anos depois, lá estava ele à frente das forças cristãs lutando contra a invasão dos turcos muçulmanos, que ameaçava chegar ao coração da Europa depois de ter dominado a Hungria. Só que não empunhava uma espada, mas sim uma cruz de madeira. Nessa ocasião, já vestia o hábito franciscano, respondia pelo nome de Lourenço e era o capelão da tropa, além de conselheiro do chefe do exército romano, Filipe Emanuel de Lorena.

Vejamos como tudo aconteceu. Aos seis anos de idade, o então menino Júlio César encantava a todos com o extraordinário dom de memorizar as páginas de livros, em poucos minutos, para depois declamá-las em público. E cresceu assim, brilhante nos estudos. Quando ficou órfão, aos quatorze anos de idade, foi acolhido por um tio, que residia em Veneza. Nessa megalópole, pôde desenvolver muito mais os seus talentos para os estudos.

Mas a religião o atraia de forma irresistível. Dois anos após chegar a Veneza, ele atendeu ao chamado e ingressou na Ordem dos Frades Menores de São Francisco de Assis. Em seguida, juntou-se aos capuchinhos de Verona, onde recebeu a ordenação e assumiu o novo nome, em 1582. Depois, completou sua formação na Universidade de Pádua. Voltou para Veneza em 1586, como professor dos noviços da Ordem, sempre evidenciando os mesmos dotes da infância.

Tornou-se especialista em línguas e sua erudição levou-o a ocupar altos postos em sua Ordem e também a serviço do sumo pontífice. Foi provincial em Toscana, Veneza, Gênova e Suíça e comissário no Tirol e na Baviera, pregando firmemente a ortodoxia católica contra a Reforma Protestante, além de animar as autoridades e o povo na luta contra a dominação dos turcos muçulmanos. Lourenço foi, mesmo, o superior-geral da sua própria Ordem e embaixador do papa Paulo V, com a missão de intermediar príncipes e reis em conflito.

Lourenço de Brindisi morreu no dia do seu aniversário, em 1619, durante sua segunda viagem à Península Ibérica, na cidade de Lisboa, em Portugal. Foi canonizado em 1881 e recebeu o título de doutor da Igreja em 1959, outorgado pelo papa João XXIII. A sua festa é celebrada um dia antes do aniversário de sua morte, dia 21 de julho.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

Fonte: Arquidiocese de São Paulo

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF