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quinta-feira, 22 de junho de 2017

Papa Francisco responde: O que se deve fazer para ser santo na vida cotidiana?

Papa Francisco chega à Praça de São Pedro. Foto: Daniel Ibáñez / ACI Prensa
VATICANO, 21 Jun. 17 / 09:40 am (ACI).- Durante a Audiência Geral na Praça de São Pedro, no Vaticano, o Papa Francisco explicou que para ser santos “não significa rezar o dia todo” e assegurou que o que se deve fazer é “cumprir os deveres com o coração aberto a Deus”.
“Pensamos que é uma coisa difícil, que é mais fácil ser delinquente do que santo. Não. É possível ser santos porque o Senhor nos ajuda. É Ele quem nos ajuda”.
Em uma nova catequese centrada na esperança, o Santo Padre refletiu sobre os santos, “testemunhos e companheiros da esperança”. Recordou como, “no dia do nosso Batismo, ressoou para nós a invocação dos santos. Muitos de nós, naquele momento, éramos crianças, levados nos braços por nossos pais”.
Essa ocasião, sublinhou o Pontífice, “foi a primeira em que, durante a nossa vida, nos era presenteada essa companhia de irmãos e irmãs maiores – os santos – que passaram pela nossa mesma estrada, conheceram as nossas mesmas fadigas e vivem para sempre no abraço de Deus”.
“Deus não nos abandona jamais”, assegurou. “Em toda ocasião em que estejamos necessitados, virá um de seus anjos para nos dar consolo”. “Os santos de Deus estão sempre aqui, ocultos em meio a nós”.
Contudo, assinalou o Papa, “alguém de vocês poderia me perguntar: ‘Mas, Padre, pode-se ser santo na vida de todos os dias?’. ‘Sim, pode’. ‘Mas isso significa que devemos rezar todo o dia?’. ‘Não’. Isso significa que você deve cumprir os seus deveres durante todo o dia: rezar, ir ao trabalho, cuidar dos filhos... E fazer tudo com o coração aberto a Deus. Com essa vontade de que esse trabalho, também na doença, no sofrimento, na dificuldade, esteja aberto a Deus. E assim seremos santos”.
Francisco destacou que “os cristãos, no combate contra o mal, não se desesperam. O cristianismo cultiva uma incurável confiança. Não crê que as forças negativas e que dividem podem prevalecer. A última palavra sobre a história do homem não é o ódio, não é a morte, não é a guerra. Em todo momento da vida nos assiste a mão de Deus e também a discreta presença de todos os fiéis que nos precederam no sinal da fé”.
“A assistência deles nos diz antes de tudo que a vida cristã não é um ideal inatingível. E, ao mesmo tempo, nos conforta: não estamos sozinhos, a Igreja é feita de inúmeros irmãos, às vezes anônimos, que nos precederam e que, pela ação do Espírito Santo, estão envolvidos nos assuntos dos que ainda vivem aqui”.
O Bispo de Roma insistiu que a invocação dos santos durante o Batismo “não é a única invocação dos santos que marca o caminho da vida cristã”. E como exemplo, citou os sacramentos do matrimônio e do sacerdócio.
“Quando dois noivos consagram seu amor no sacramento do Matrimônio – afirmou –, invoca-se de novo para eles, desta vez como casal, a intercessão dos santos. E esta invocação é fonte de confiança para os dois jovens que partem para a viagem da vida conjugal”.
Em relação ao matrimônio, indicou que “quem ama verdadeiramente tem o desejo e a coragem de dizer ‘para sempre’” e, se não estão dispostos a dizer “para sempre”, “que não se casem! Ou para sempre, ou nada”. “Mas, sabem que têm necessidade da graça de Cristo e da ajuda dos santos”, disse. “Por isso, na liturgia nupcial invoca-se a presença dos santos”.
Sobre o sacramento do sacerdócio, lembrou que “também os sacerdotes preservam a recordação de uma invocação de santos pronunciada sobre eles. É um dos momentos mais tocantes da liturgia da ordenação. Os candidatos se prostram por terra, com o rosto em direção ao chão. E toda a assembleia, guiada pelo Bispo, invoca a intercessão dos santos”.
“Somos pó que aspira ao céu. Fracos em nossa força, mas potentes no mistério da graça que está presente na vida dos cristãos”, finalizou.
Acidigital

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Do Tratado sobre a Oração do Senhor, de São Cipriano, bispo e mártir

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(Nn.8-9: CSEL 3,271-272)             (Séc.III)


Nossa oração é pública e universal
            Antes do mais, o Doutor da paz e Mestre da unidade não quis que cada um orasse sozinho e em particular, como rezando para si só. De fato, não dizemos: Meu Pai que estais no céus; nem: Meu pão dai-me hoje. Do mesmo modo não se pede só para si o perdão da dívida de cada um ou que não caia em tentação e seja livre do mal, rogando cada um para si. Nossa oração é pública e universal e quando oramos não o fazemos para um só, mas para o povo todo, já que todo o povo forma uma só coisa.
            O Deus da paz e Mestre da concórdia, que ensinou a unidade, quis que assim orássemos, um por todos, como ele em si mesmo carregou a todos.
            Os três jovens, lançados na fornalha ardente, observaram esta lei da oração, harmoniosos na prece e concordes pela união dos espíritos. A firmeza da Sagrada Escritura o declara e, narrando de que maneira eles oravam, apresenta-os como exemplo a ser imitado em nossas preces, a fim de nos tornarmos semelhantes a eles. Então, diz ela, os três jovens, como por uma só boca, cantavam um hino e bendiziam a Deus. Falavam como se tivessem uma só boca e Cristo ainda não lhes havia ensinado a orar.
            Por isto a palavra foi favorável e eficaz para os orantes. De fato, a oração pacífica, simples e espiritual, mereceu a graça do Senhor. Do mesmo modo vemos orar os apóstolos e os discípulos, depois da ascensão do Senhor. Eram perseverantes, todos unânimes na oração com as mulheres e Maria, a mãe de Jesus, e seus irmãos. Perseveravam unânimes na oração, manifestando tanto pela persistência como pela concórdia de sua oração, que Deus que os faz habitar unânimes na casa, só admite na eterna e divina casa aqueles cuja oração é unânime. De alcance prodigioso, irmãos diletíssimos, são os mistérios da oração dominical! Mistérios numerosos, profundos, enfeixados em poucas palavras, porém, ricas em força espiritual, encerrando tudo o que nos importa alcançar!
Rezai assim, diz ele: Pai nosso, que estais nos céus.
O homem novo, renascido e, por graça, restituído a seu Deus, diz, em primeiro lugar, Pai!, porque já começou a ser filho. Veio ao que era seu e os seus não o receberam. A todos aqueles que o receberam, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, aqueles que creem em seu nome. Quem, portanto, crê em seu nome e se fez filho de Deus, deve começar por aqui, isto é, por dar graças e por confessar-se filho de Deus ao declarar ser Deus o seu Pai nos céus.
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domingo, 18 de junho de 2017

11º Domingo do Tempo Comum: Compaixão, Oração e Missão


+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília

Na Liturgia da Palavra, estamos retomando a leitura do Evangelho segundo Mateus, proclamado nos Domingos do Tempo Comum deste ano litúrgico. O que fazer diante de tanta gente “cansada e abatida”, como “ovelhas sem pastor”? A resposta a esta pergunta se encontra no Evangelho que ouvimos, podendo ser resumida em três atitudes, a serem cultivadas por nós, enquanto discípulos chamados a seguir Jesus Cristo e, por ele, enviados em missão.
A primeira atitude de Jesus é a compaixão. Ao invés da indiferença ou da acomodação, somos chamados a ser misericordiosos e solidários diante de tantas situações de sofrimento vividas, muitas vezes, por pessoas próximas de nós. A compaixão nos faz sentir as dores do outro, fazendo-nos superar a tendência de que nada podemos fazer pelos que sofrem.
Orar é a segunda atitude perante os desafios da missão e a falta de pessoas dispostas a trabalhar na messe do Senhor e a servir os que mais sofrem. Colocar-se a serviço do próximo, pelo Reino de Deus, é dom a ser suplicado ao Senhor da messe, é graça a ser acolhida. Sem a graça de Deus, ninguém consegue colocar-se a serviço das ovelhas mais sofridas do rebanho de Jesus. Conforme o Papa Francisco, na sua exortação apostólica Evangelii Gaudium, somos chamados a sermos evangelizadores que “rezam e trabalham”, iluminados e fortalecidos pelo Espírito Santo.
A compaixão e a oração nos levam a uma terceira atitude que é a participação na missão de compartilhar a boa nova de Jesus Cristo. Jesus enviou os discípulos para servir, de modo especial, os que mais sofriam, especialmente aos enfermos. A passagem de Mateus ressalta a atenção a ser dada aos que estão próximos, referindo-se a ir primeiro às “ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt 10,6). Estas palavras em nada contrariam a universalidade da missão. São dois momentos diversos do envio missionário. São duas expressões de compaixão e de serviço missionário. No final do Evangelho, Mateus nos mostra Jesus Ressuscitado enviando os discípulos para anunciar o Evangelho a todas as nações (Mt 28,19).
Neste tempo de grave crise vivida no Brasil, é necessário cultivar, ainda mais, esta tríplice atitude suscitada pelo Evangelho: a compaixão, a oração e a missão. Procure viver assim!
Na próxima sexta feira, dia 23, solenidade do Sagrado Coração de Jesus, ocorre o Dia de Oração pela Santificação dos Sacerdotes, anualmente celebrado. Reze pelos nossos padres! Participe da manhã de oração que vai acontecer na Catedral de Brasília, dia 23 de junho, iniciando-se às 8h e encerrando-se com a missa das 12h. Nossos padres estarão participando. Reze com eles!
Arquidiocese de Brasília

Do Tratado sobre a Oração do Senhor, de São Cipriano, bispo e mártir

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(Nn.4-6: CSEL 3,268-270)             (Séc.III)


Brote a oração do coração humilde
            Haja ordem na palavra e na súplica dos que oram, tranquilos e respeitosos. Pensemos estar na presença de Deus. Sejam agradáveis aos olhos divinos a posição do corpo e a moderação da voz. Porque se é próprio do irreverente soltar a voz em altos brados, convém ao respeitoso orar com modéstia. Por fim, ensinando-nos, ordenou o Senhor orarmos em segredo, em lugares apartados e escondidos, até nos quartos, no que auxilia a fé por sabermos estar Deus presente em toda a parte, ouvir e ver a todos e na plenitude de sua majestade penetrar até no mais oculto. Assim está escrito: Eu sou Deus próximo e não Deus longínquo. Se se esconder o homem em antros, acaso não o verei eu? Não encho o céu e a terra? E de novo: Em todo lugar os olhos de Deus vêem os bons e os maus.
            Quando nos reunimos com os irmãos e celebramos como sacerdote de Deus o sacrifício divino, temos de estar atentos à reverência e à disciplina devidas. Não devemos espalhar a esmo nossas preces com palavras desordenadas, nem lançar a Deus com tumultuoso palavrório os pedidos, que deveriam ser apresentados com submissão, porque Deus não escuta as palavras e sim o coração. Com efeito, não se faz lembrado por clamores Aquele que vê os pensamentos, como o Senhor mesmo provou ao dizer: Que estais pensando de mal em vossos corações? E em outro lugar: E saibam todas as Igrejas que eu sou quem perscruta os rins e o coração.
            Ana, no Primeiro Livro dos Reis, como figura da Igreja, tem esta atitude, ela que suplicava a Deus não aos gritos, mas silenciosa e modesta, no mais secreto do coração. Falava por prece oculta e fé manifesta, falava não com a voz mas com o coração, pois sabia ser assim ouvida pelo Senhor. Obteve plenamente o que pediu porque o suplicou com fé. A Escritura divina declara: Falava em seu coração, seus lábios moviam-se, mas não se ouvia som algum e o Senhor a atendeu. Lemos também nos salmos: Rezai em vossos corações e compungi-vos em vossos aposentos. Através de Jeremias ainda o mesmo Espírito Santo inspira e ensina: No coração deves ser adorado, Senhor.
            O orante, irmãos caríssimos, não ignora por certo como o publicano orou no templo, com o fariseu. Não com olhos orgulhosos levantados para o céu nem de mãos erguidas com jactância, mas batendo no peito, confessando os pecados ocultos em seu íntimo, implorava o auxílio da misericórdia divina. Por que o fariseu se comprazia em si mesmo, mais mereceu ser santificado aquele que rogava sem firmar a esperança da salvação na presunção de sua inocência, já que ninguém é inocente; rezava, porém, reconhecendo seus pecados; e atendeu ao orante aquele que perdoa aos humildes.
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sábado, 17 de junho de 2017

União Europeia usa questionário sobre matemática para promover ideologia de gênero

Foto referencial. Pixabay domínio público
Roma, 16 Jun. 17 / 06:30 pm (ACI).- A União Europeia lançou um questionário para conhecer as diferenças na aprendizagem de matemática entre homens e mulheres entre 15 e 18 anos, no qual incluiu algumas perguntas e afirmações para promover a ideologia de gênero.
O questionário de 70 perguntas, desenvolvido pela Universidade de Manchester e divulgado pela Universidade La Sapienza de Roma, na Itália, foi intitulado “Projeto de pesquisa financiado pela União Europeia para estudar as diferenças no desempenho escolar de meninos e meninas em matemática”.
O jornal Avvenire, da Conferência Episcopal Italiana, assinala que as primeiras 30 perguntas são efetivamente sobre matemática, as outras 20 perguntas são mais pessoais, mas contêm interrogações como: “Tenho dificuldades para fazer amizade com as pessoas do meu sexo?”.
Na pergunta número 56 do questionário, denuncia Avvenire, “se revela finalmente os verdadeiros objetivos”.
Propõe seis alternativas de respostas às perguntas, desde “concordo totalmente” até “discordo totalmente”. A primeira pergunta para responder desta forma é: “A homossexualidade masculina é só um estilo de vida diferente que não deveria ser condenado”.
Outros duas abordagens são: “Como em outras espécies, a homossexualidade masculina é a expressão natural da sexualidade nos homens” e “a homossexualidade é uma perversão”.
Também há algumas perguntas sobre as mulheres como: “A homossexualidade feminina é um pecado” e “é inaceitável que uma mulher tenha relações sexuais com uma pessoa que acaba de conhecer”.
Além disso, há afirmações como estas: “Algumas cortesias para as mulheres são humilhantes porque fazem com que se sintam impotentes e excluídas de um papel estereotipado” ou “se aprova que uma mulher assuma um papel agressivo nas relações sexuais”.
Segundo o advogado Simone Pillon, Vice-presidente do Family Day, este questionário “é uma tentativa intolerável de introduzir na escola a ideologia de gênero disfarçada como um teste de matemática”.
Em declarações ao Grupo ACI, o presidente da plataforma HazteOir, Ignacio Arsuaga, assinalou que “é surpreendente que se aproveitem de um questionário de matemática dirigido aos adolescentes e aos jovens para propor perguntas acerca de suas opiniões sobre a homossexualidade, o gênero e o aborto”.
Além disso, alerta, “estão formuladas para orientar as respostas em um determinado sentido com o objetivo de demonstrar que os alunos com menos aptidões matemáticas são também ‘politicamente incorretos’. Como se isso fosse pouco, o projeto custou 183 mil euros aos contribuintes europeus”.
Para Arsuaga, “utilizar as matérias escolares para conhecer as ideias e valores dos alunos é absolutamente rejeitável, porque converte as aulas em espaços de manipulação e doutrinação de crianças, jovens e adolescentes em processo de desenvolvimento e aprendizagem”.
Isto, concluiu, “com o agravante de que a informação chega ao professor ou à direção do centro, violando o direito do aluno a sua privacidade e a sua liberdade de opinião”.
Acidigital

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Papa Francisco aprova novo estatuto da Pontifícia Academia para a Vida

Vaticano, 07 Nov. 16 / 11:00 am (ACI).- O Papa Francisco aprovou e promulgou o ‘Estatuto da Pontifícia Academia para a Vida’, que entrará em vigor, por um período um período de cinco anos, a partir do dia 1º de janeiro de 2017.
A Pontifícia Academia para a Vida, com sede na Cidade do Vaticano, foi criada em 11 de fevereiro de 1994, durante o pontificado de São João Paulo II, sob o Motu Proprio ‘Vitae mysterium’. Tem como objetivo a defesa e a promoção do valor da vida humana e da dignidade da pessoa.
A novidade do Estatuto, no que diz respeito ao que já está em vigor, está na cooperação da Pontifícia Academia para a Vida com os Dicastérios da Cúria Romana, principalmente com a Secretária de Estado e a Congregação para Leigos, Família e Vida, de acordo com as respectivas competências e em espírito de colaboração. Além disso, o Dicastério para os Leigos, Família e Vida proporá um dos membros do Conselho Diretivo.
Estudar, formar e informar: estas são as três tarefas principais da Academia. Na introdução do Estatuto especifica-se que “a Academia tem uma tarefa essencialmente científica de promover e defender a vida humana. Sobretudo, estuda os diferentes aspectos relacionados aos cuidados da dignidade da pessoa humana em diferentes etapas da vida, o respeito mútuo entre os sexos e gerações, a defesa da dignidade de cada ser humano, a promoção da igualdade da vida humana que compõem os valores materiais e espirituais, na perspectiva de uma autêntica ‘ecologia humana’, para ajudar a encontrar o equilíbrio original na criação entre a pessoa humana e todo o universo”.
Na norma do Estatuto explica-se que a Pontifícia Academia para a Vida é composta por uma Presidência (Presidente, Chanceler e Conselho Diretivo), um escritório central e membros, também chamados Acadêmicos. O presidente é nomeado pelo Papa e exerce o cargo durante o período fixado no documento de nomeação, com a possibilidade de ser renomeado.
Para organizar melhor a sua própria atividade, o Escritório Central é dividido em duas seções: a seção científica e a administrativa, ou secretaria. Os membros são divididos em ordinários membros regulares, membros honorários e jovens investigadores. Os Acadêmicos serão escolhidos entre sacerdotes, religiosos e leigos pertencentes a diferentes nacionalidades e peritos em áreas relacionadas à vida humana (medicina, ciências biológicas, teologia, filosofia, antropologia, direito, sociologia, etc.).
Na descrição da atividade ordinária, o Estatuto anuncia que “a Pontifícia Academia para a Vida deverá manter uma grande colaboração com os organismos e instituições através das quais a Igreja está presente no mundo da ciência biomédica, da saúde e das organizações sanitárias, oferecendo a própria colaboração aos médicos e pesquisadores, embora não sejam católicos ou cristãos, para que reconheçam como fundamento moral essencial da ciência e da medicina, a dignidade humana e a inviolabilidade da vida humana desde a concepção até a morte natural, tal como propõe o Magistério da Igreja”. A cada ano realizará uma Assembleia Geral.
No Capítulo IV do Estatuto, sobre os aspectos financeiros, lê-se que, a Pontifícia Academia para a Vida é uma instituição sustentada pela Santa Sé, portanto, “apresentará anualmente um balanço das suas atividades ordinárias e extraordinárias. Caso houver disponibilidade de recursos financeiros, uma parte dos recursos pode ser usada para financiar bolsas de estudo e outras iniciativas para a formação em bioética, especialmente às pessoas de países em desenvolvimento ou que vivem em áreas onde a cultura da vida necessita de mais apoio”.
Acidigital

Papa Francisco nomeia sacerdote brasileiro para Pontifícia Academia para a Vida

Padre Aníbal Gil Lopes / Foto: Rádio Vaticano
VATICANO, 14 Jun. 17 / 05:00 pm (ACI).- O Papa Francisco nomeou na terça-feira 45 membros ordinários da Pontifícia Academia para a Vida, entre os quais está o brasileiro Padre Aníbal Gil Lopes, especialista em Fisiologia, que atuou no Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Os membros da Pontifícia Academia para a Vida, presidida pelo Arcebispo italiano Vincenzo Paglia, são eleitos pelo Papa Francisco entre especialistas de diferentes áreas científicas e sociais.
A Academia tem o objetivo da defesa e promoção do valor da vida humana e da dignidade da pessoa.
Nascido em 18 de julho de 1948, em Araraquara (SP), Pe. Aníbal Gil Lopes se graduou em Medicina pela Universidade de São Paulo (USP) em 1973, mesmo ano em que foi ordenado sacerdote.
Na USP também obteve o doutorado em Fisiologia de Órgãos e Sistemas, em 1976 e o grau de Livre Docente na mesma área, em 1988. Entre 1981 e 1984 realizou o pós-doutorado pela Yale University, nos Estados Unidos.
Iniciou sua carreira na Universidade de São Paulo em 1978, onde se tornou professor associado em 1988. Nesta instituição, foi coordenador do Programa de Pós-graduação em Fisiologia e presidente da Comissão de Pós-graduação do Instituto de Ciências Biomédicas.
Entre 1993 e 2014, foi professor titular do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde atuou como diretor do Instituto de Ciências Biomédicas e pró-reitor de Ensino de Graduação.
Atualmente, é professor titular e Coordenador do Curso de Medicina da UNICASTELO, em Fernandópolis (SP).
Conforme assinala seu perfil no site da Academia Nacional de Medicina, Pe. Aníbal foi membro do "Working Group on AIDS" da Caritas Internacionalis, no Vaticano, entre 1986 e 1994. Neste período, participou ativamente da organização de reuniões e simpósios sobre as diferentes implicações da Pandemia da AIDS tanto nas diferentes regiões brasileiras como na Europa, África, Ásia e Américas.
Tem experiência na área de Fisiologia, com ênfase em Fisiologia Renal, tendo desenvolvido diversos trabalhos nacionais e internacionais nesta área.
Pe. Aníbal Lopes é membro da Academia Nacional de Medicina, da Academia de Ciências Latino Americana, da Pontifícia Academia Pro Vita (Vaticano), da Academia Brasileira de Ciências, da Academia Fides et Ratio, da Academia Europeia de Ciências Letras e Artes (Paris), da Academia Brasileira de Educação, da Academia das Ciências de Lisboa, da Academia Brasileira de Medicina de Reabilitação, da Academia de Medicina do Estado do Rio de Janeiro e da Academia Brasileira de Medicina Militar.
Acidigital

Das Obras de Santo Tomás de Aquino, presbítero

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(Opusculum 57, In festo Corporis Christi, lect. 1-4)              (Séc.XIII)


Ó precioso e admirável banquete!
            O unigênito Filho de Deus, querendo fazer-nos participantes da sua divindade, assumiu nossa natureza, para que, feito homem, dos homens fizesse deuses.
            Assim, tudo quanto assumiu da nossa natureza humana, empregou-o para nossa salvação. Seu corpo, por exemplo, ele o ofereceu a Deus Pai como sacrifício no altar da cruz, para nossa reconciliação; seu sangue, ele o derramou ao mesmo tempo como preço do nosso resgate e purificação de todos os nossos pecados.
            Mas, a fim de que permanecesse para sempre entre nós o memorial de tão imenso benefício, ele deixou aos fiéis, sob as aparências do pão e do vinho, o seu corpo como alimento e o seu sangue como bebida. Ó precioso e admirável banquete, fonte de salvação e repleto de toda suavidade! Que há de mais precioso que este banquete? Nele, já não é mais a carne de novilhos e cabritos que nos é dada a comer, como na antiga Lei, mas é o próprio Cristo, verdadeiro Deus, que se nos dá em alimento. Poderia haver algo de mais admirável que este sacramento?
            De fato, nenhum outro sacramento é mais salutar do que este; nele os pecados são destruídos, crescem as virtudes e a alma é plenamente saciada de todos os dons espirituais.
            É oferecido na Igreja pelos vivos e pelos mortos, para que aproveite a todos o que foi instituído para a salvação de todos.
            Ninguém seria capaz de expressar a suavidade deste sacramento; nele se pode saborear a doçura espiritual em sua própria fonte; e torna-se presente a memória daquele imenso e inefável amor que Cristo demonstrou para conosco em sua Paixão.
            Enfim, para que a imensidade deste amor ficasse mais profundamente gravada nos corações dos fiéis, Cristo instituiu este sacramento durante a última Ceia, quando, ao celebrar a Páscoa com seus discípulos, estava prestes a passar deste mundo para o Pai. A Eucaristia é o memorial perene da sua Paixão, o cumprimento perfeito das figuras da Antiga Aliança e o maior de todos os milagres que Cristo realizou. É ainda singular conforto que ele deixou para os que se entristecem com sua ausência.
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terça-feira, 13 de junho de 2017

Dos Sermões de Santo Antônio de Pádua, presbítero

(I.226)             (Séc.XII)


A palavra é viva quando são as obras que falam
            Quem está repleto do Espírito Santo fala várias línguas. As várias línguas são os vários testemunhos sobre Cristo, a saber: a humildade, a pobreza, a paciência e a obediência; falamos estas línguas quando os outros as veem em nós mesmos. A palavra é viva quando são as obras que falam. Cessem, portanto, os discursos e falem as obras. Estamos saturados de palavras, mas vazios de obras. Por este motivo o Senhor nos amaldiçoa, como amaldiçoou a figueira em que não encontrara frutos, mas apenas folhas. Diz São Gregório: “Há uma lei para o pregador: que faça o que prega”. Em vão pregará o conhecimento da lei quem destrói a doutrina por suas obras.
            Os apóstolos, entretanto, falavam conforme o Espírito Santo os inspirava (cf. At 2,4). Feliz de quem fala conforme o Espírito Santo lhe inspira e não conforme suas ideias! Pois há alguns que falam movidos pelo próprio espírito e, usando as palavras dos outros, apresentam-nas como suas, atribuindo-as a si mesmos. Destes e de outros semelhantes, diz o Senhor por meio do profeta Jeremias: Terão de se haver comigo os profetas que roubam um do outro as minhas palavras. Terão de se haver comigo os profetas, diz o Senhor, que usam suas línguas para proferir oráculos. Eis que terão de haver-se comigo os profetas que profetizam sonhos mentirosos, diz o Senhor, que os contam, e seduzem o meu povo com suas mentiras e seus enganos. Mas eu não os enviei, não lhes dei ordens, e não são de nenhuma utilidade para este povo – oráculo do Senhor (Jr 23,30-32).
            Falemos, portanto, conforme a linguagem que o Espírito Santo nos conceder; e peçamos-lhe humilde e devotamente que derrame sobre nós a sua graça, a fim de podermos celebrar o dia de Pentecostes com a perfeição dos cinco sentidos e na observância do decálogo. Que sejamos repletos de um profundo espírito de contrição e nos inflamemos com essas línguas de fogo que são os louvores divinos. Desse modo, ardentes e iluminados pelos esplendores da santidade, mereceremos ver o Deus Uno e Trino.
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segunda-feira, 12 de junho de 2017

STF: não legalize a morte!

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Paulo Fernando Melo da Costa é advogado e casado com a Dra. Rebeca Melo, no qual tem quatro filhos (Plínio Lucas, Marília Inês, João Miguel e Carlos Henrique).
www.paulofernando.com.br
Advogado e vice-presidente da Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família
   No último dia 30/05/2017, Brasília reuniu diversos grupos da sociedade civil em dois eventos: a 10ª Marcha Nacional da Cidadania pela Vida contra o Aborto e o Grande Ato pela Vida. A concentração que teve início no Museu da República e caminhou até a Praça das Bandeiras, em frente ao Congresso Nacional, reuniu pelo menos 5 mil pessoas.
   A iniciativa surgiu quando foi protocolada a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 350, que pede ao STF a legalização ampla do aborto para as gestações com até 12 semanas. O Psol solicita que a Corte declare que os artigos do Código Penal que criminalizam o ato desrespeitam os preceitos fundamentais. No STF, tramita o Recurso Extraordinário 635.659, que avalia a inconstitucionalidade do art. 28 da Lei de Drogas que poderá estender o porte livre de qualquer droga a todos impunemente.
   Causa-nos preocupação que o ativismo judicial promovido pelo STF para a legalização do aborto até 12 semanas e a descriminalização do uso de drogas usurpe as atribuições de um parlamento eleito, em detrimento dos 11 ministros apenas nomeados. Em decisão inusitada no caso da ADPF 54, o STF inovou ao criar a tese da impunidade ao aborto - o aborto eugênico, não constante do Código Penal. O STF nem pode alegar a omissão legislativa do Congresso, uma vez que o PL 1.195/91, da lavra dos ex-deputados Eduardo Jorge e Sandra Starlling, ambos do Partido dos Trabalhadores, foi amplamente discutido por mais de 20 anos até ser sumariamente rejeitado pela Casa do povo, além dos inúmeros projetos em tramitação abordando o tema.
   Sempre em busca  de poder e do controle demográfico da população e acarretado de soberba, o Estado - formado por aqueles que o representam - simplesmente decide se sobrepor à vontade natural em definir quem deve perder a vida e em quais circunstâncias. Será que uma vida tem mais valor do que outra, como no caso da mãe com gestação de risco? E no caso de estrupo ou anencefalia, ela perde todo o seu valor? Não seria ela o bem mais precioso de uma pessoa, sendo, inclusive, resguardada no âmbito internacional, como no caso do Pacto de San José da Costa Rica que o Brasil é signatário?
   Apesar de a relativização do valor da vida assemelhar-se a dar um nó em pingo d'água, ou seja, algo completamente impossível, o brasileiro assiste a esse drama de forma letárgica e permitindo que a prática criminosa aumente cada vez mais. Mas não pensem que o absurdo para por aí: em 2005, o Ministério da Saúde publicou a Portaria 1.508, em que dispõe sobre o "procedimento de justificação e autorização da interrupção da gravidez em casos previstos em lei" e determina que o SUS assuma os custos da realização dos respectivos atos. O Estado financiando a morte de inocentes.
   Nesse cenário digno de um filme de terror, as mães não precisam apresentar exame de corpo de delito nem boletim de ocorrência que comprovem o estrupo. Ou seja, o aborto está sendo facilitado pelo Estado. A propagação do discurso pró-morte é camuflada e sorrateira, tendo seus militantes se utilizado de todo tipo de argumento para justificarem o injustificável.
O direito de uma mãe jamais estará acima do valor da vida de seu filho. Aborto é crime e nenhuma circunstância pode modificar a imoralidade desse ato. Por isso, convoco você a defender os brasileirinhos de nosso país, a levantar a sua voz em favor daqueles que não podem se defender, a colocar a sua cidadania em ação e bradar conosco: STF, não legalize a morte.
(Publicado pelo Correio Braziliense em 09 de junho de 2017).

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF