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segunda-feira, 27 de maio de 2024

A dignidade infinita da pessoa humana

A dignidade infinita da vida humana (Jornal O São Paulo)

A DIGNIDADE INFINITA DA PESSOA HUMANA

Dom Leomar Brustolin
Arcebispo de Santa Maria (RS)

No dia 25 de março passado, o Dicastério para a Doutrina da Fé da Santa Sé publicou a Declaração Dignitas infinita, com aprovação do Papa Francisco. O texto traz diversos aspectos do nosso tempo que incidem diretamente em nossa sociedade, e que nos fazem refletir sobre o conceito que temos de pessoa humana e sua dignidade. Situações novas e questões inéditas merecem atenção e consideração, mas não é possível perder os fundamentos do ser e do agir humano por causa de desafios novos. Precisamos revisitar essas bases que sustentam nossa existência para não perdermos a nossa identidade, que não está à mercê de cada mudança de época.

              Sobre a dignidade humana, a Declaração inicia afirmando que se trata de uma dignidade infinita, fundada no próprio ser de cada pessoa, independente do estado ou circunstância na qual se encontre. Para a Igreja, trata-se de um princípio fundamental de quem crê em Jesus Cristo, sobretudo quando há desatenção aos sujeitos mais simples e indefesos.

A Bíblia ensina que todos os seres humanos possuem dignidade intrínseca, porque são criados à imagem e semelhança de Deus: «Deus disse: “façamos o homem à nossa imagem, segundo a nossa semelhança” […]. E Deus criou o ser humano à sua imagem, à imagem de Deus o criou, homem e mulher os criou» (Gn 1, 26-27). Com essa perspectiva, a antropologia cristã antiga e medieval se desenvolveu e colocou em relevo a doutrina do ser humano criado à imagem e semelhança de Deus e o seu papel singular na criação. Nesse sentido, recupera-se o que escreveu Santo Tomás de Aquino: “pessoa significa o que de mais nobre existe em todo o universo, isto é, o subsistente de natureza racional”.

Na era moderna também se desenvolveram ideias nesse sentido. E hoje, o termo “dignidade” é utilizado prevalentemente para sublinhar o caráter único da pessoa humana, incomensurável em relação aos outros seres do universo. O texto destaca que o termo “dignidade” na Declaração das Nações Unidas de 1948, se trata «da dignidade inerente a todos os membros da família humana e dos seus direitos, iguais e inalienáveis».

Mas não faltam questionamentos em nosso tempo. Há quem procure outras leituras sobre essa dignidade. Há quem proponha que seria melhor usar a expressão “dignidade pessoal” (e direitos “da pessoa”) ao invés de “dignidade humana” (e direitos do ser humano), porque entendem como pessoa somente “um ser que é capaz de raciocinar”.

A partir daqui a Declaração Dignitas Infinita alerta que tal visão se expande sustentando que a dignidade e os direitos se deduzem da capacidade de conhecimento e de liberdade, que nem todos os seres humanos possuem. Consequentemente, não teria dignidade pessoal a criança ainda não-nascida, nem o idoso não autossuficiente, nem o portador de deficiência mental.

E a Declaração insiste no fato que a dignidade de cada pessoa humana permanece “para além de toda circunstância”, e o seu reconhecimento não pode absolutamente depender do juízo sobre a capacidade da pessoa de entender e de agir livremente.  Se assim fosse, a dignidade não seria, como tal, inerente à pessoa, independente dos seus condicionamentos e merecedora de um respeito incondicionado. Somente reconhecendo ao ser humano uma dignidade intrínseca, que não se perde jamais, é possível garantir a tal qualidade um inviolável e seguro fundamento.

Garantir a dignidade de cada e de toda pessoa humana ainda é uma tarefa que a todos nós compromete e afeta.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Dom Orione: O santo do inesperado (4)

Dom Orione no Monte Soratte visitando seus eremitas em setembro de 1934. Na parte inferior da foto a curiosa escrita manuscrita: “Ele e eu somos dois” | 30Giorni

Arquivo 30Dias – 05/2004

Dom Orione: O santo do inesperado

Da amizade com os modernistas à política do Pater noster a única eficaz. Dos primórdios em Tortona às viagens pela América Latina. Alguns episódios da vida de Dom Luigi Orione que nos fazem perceber o seu encanto.

por Stefania Falasca

Coisas de outro mundo 

Embarcou para a América Latina em 24 de setembro de 1934.
Para falar a verdade, ele já havia pisado lá em 21. E mesmo aí, este padre inclassificável, empreendedor, com o seu tom por vezes explosivo, que não mede as palavras quando se trata de denunciar os abusos e as injustiças sociais e prega que a verdadeira revolução se realiza de joelhos diante do sacrário, não o fez. passar despercebido lá também.

No Brasil ele surpreendeu o clero local com sua “pastoral aos negros”. Mais uma vez ele estava à frente de seu tempo. Foi uma de suas filhas espirituais quem insistiu para que ele fosse: Madre Teresa Michel, uma “louca” como ele. Um temível concorrente na fé na Providência, e a quem Dom Orione agradeceu por ter recebido conselhos e conforto em circunstâncias difíceis.

Desta vez, na popa do “Conte Grande” que o leva à Argentina, está também o futuro Pio XII, que ali se dirige para o Congresso Eucarístico Internacional. O Cardeal Pacelli, durante a travessia, encontrou uma oportunidade para expressar a sua estima por ele. Dom Orione conhecia bem o seu irmão, o advogado Francesco, que participou nas negociações oficiais da Concordata. Mas o “confessor do Conte Grande”, como o chamaram no navio, tímido de triunfos, ao chegar a Buenos Aires, mantém os olhos bem abertos sobre um enorme panorama de misérias. Don Dutto recorda: «Ele recomeça a procurar nos casebres, nas esquinas, nos bairros infames, para encontrar aleijados, deficientes, incuráveis, alcoólatras, dementes: elege-os como seus senhores, lava-lhes as feridas com as próprias mãos , ele os serve». Na via Carlos Pellegrini, em Buenos Aires, na casa que uma nobre lhe deu e que dividia com um ex-padre, uma criança surda-muda escoltada por sua irmã doente e mãe viúva, nem é preciso dizer, vem bater à porta de um grupo cada vez mais denso e diversificado de pessoas: pobres-diabos, ricos proprietários de terras, profissionais liberais, religiosos, funcionários. Em 1936, Jacques Maritain hospedou-se ali e manteve contato com o arcebispo Copello, o núncio e até o chefe de estado. Os seus noviciados, as suas casas abrem-se uma após a outra, por isso, como sempre, florescem as obras que deixa atrás de si: um gesto concreto, uma resposta imediata, uma intuição, um encontro fortuito, uma circunstância ousada, e são feitos com o dinheiro que parece vir diretamente da barba de São José e dos bolsos daqueles ricos que, confiantes, não hesitam em colocar o seu dinheiro em segurança nos seus bolsos furados. Naquela terra de amplos espaços e vastos horizontes, parece ter criado raízes e os convites ao regresso que depois de algum tempo, cada vez mais insistentes, lhe chegam desde Itália, de nada valem. Destemido, ele continua a abrir portas. Ele ainda pede pessoal. O bom padre Sterpi, do outro lado do oceano, partiu para dirigir a Congregação, não sabe mais para que lado colocar as mãos, e implora-lhe, implora-lhe que volte. Além disso, os ventos da guerra começam a soprar e há problemas com o bispo de Tortona. No final, esgotados todos os argumentos convincentes, escreve-lhe: «Embora as tuas cartas me sejam muito queridas, peço-te que não me escrevas mais, porque ao dar-me notícias de casas sempre novas, estás a matar meu". Em três anos percorreu uma distância dez vezes maior que a que existe entre a Itália e a Argentina, «pedindo ao Senhor que multiplique as suas obras», numa imersão contínua na realidade que não conhece obstáculos: «Se eu tivesse cem, mil braços e chegar onde ninguém quer", e dar vida e vida a esse fogo indomável que arde dentro dele. A Argentina nunca o esquecerá.

Padre e pronto

Ele voltou ao porto de Nápoles em agosto de 1937.

Retornando das Américas, eles o convidaram para falar. Afinal, ele não tinha intenção de esconder as obras da Providência. Alérgico a honras, escondeu a própria pessoa, no que dependia dele. Durante um de seus discursos, na Aula Magna da Universidade Católica de Milão, ele é obrigado a ouvir o orador oficial que relata seus méritos. Os vizinhos o veem cobrindo o rosto com as mãos, remexendo-se na cadeira, como se estivesse sendo torturado. E, sem a menor ostentação, com toda a veemência do seu carácter impetuoso, de repente exclama: «Que Dom Orione, que Dom Orione agricultor de Pontecurone! Não acredite nele! Não acredite nele! Outra vez, na inauguração do instituto San Filippo, em Roma, foi submetido à mesma tortura. Enroscado na terceira fila, franzindo a testa, ele ouve as expressões que o senador Cavazzoni usa para te elogiar. Ele olha em volta para ver se há uma rota de fuga. Sem chance. Uma multidão transbordante, o presidente do Senado também estava presente, ao lado dele estava o cardeal Salotti e numerosas autoridades. Eventualmente, ele é chamado ao palco. A sua voz revela uma timidez sincera e o esforço para forçar as palavras inapropriadas a voltarem à sua garganta, por isso começa: «Não sei falar. Não sei o que fazer... e tenho certeza de que de todos os padres aqui presentes não há nenhum mais pecador do que eu." E então voltando-se para o palestrante: “Meu caro senador, quem lhe contou toda essa bobagem sobre mim?”. E depois levantando a voz para ser compreendido: «A verdade é esta, e quero que esteja viva e presente para todos, que não sou o fundador de nada! Eu não tive absolutamente nada a ver com isso!" E como volta recém-chegado da Argentina, recorre ao espanhol de São João da Cruz: «Nada! Nada!... Que se eu tivesse que viajar meio mundo, para as distantes Américas, é porque é isso que se faz com um macaco ou macaca comum." No entanto, este não é o caso quando se trata de assumir a responsabilidade por algumas deficiências, razão pela qual ele estava pronto para se manifestar, mesmo reconhecendo publicamente os seus próprios erros. Esclareceu: «Se há algo de bom na Pequena Congregação é tudo obra e bondade da Providência divina. Se houver alguma coisa defeituosa ou aleijada, é tudo meu, meu lixo, e talvez também de alguns de vocês, meus queridos filhos.” Se os elogios o machucavam, os insultos também o faziam, mas ele considerava isso uma coisa boa. Don De Paoli relata: «Um de seus filhos, ao sair da Congregação, cobriu-o de insultos e grosserias. Eu estava presente. Dom Orione quis dar-lhe algum dinheiro, abraçou-o com ternura, beijou-o carinhosamente na testa, desejou-lhe tudo de bom e quis que rezassemos por ele como por um benfeitor”.

Na parte inferior de uma fotografia que o imortaliza enquanto escala o Monte Soratte, enquanto se dirige para visitar seus eremitas montado num burro, ele escreve: “Ele e eu somos dois”. Só para lembrar, com sua franca ironia, que ele não se levou em conta. Enquanto isso, em Tortona, as águas estão novamente agitadas. O bispo reclama. Malícia, fofoca, acusações, calúnias. Mais hostilidade e tormento. Ele envia um bilhete a um amigo em Roma: «Perdôo a todos e estou muito feliz por estar longe dos problemas e da agitação de Tortona. Meus sacerdotes rezam, calam-se e esperam comigo, fidentes no Dominó ... Deixem os inimigos arrancarem meus olhos; apenas deixo meu coração para amá-los...". Uma de suas figuras religiosas, a quem ele havia dado cargos de confiança, escreveu-lhe uma carta “feia e mentirosa”. Nos sentimos mal por isso. Don Cribellati pede-lhe que tome medidas. Dom Orione responde: «Nada... Para estas pessoas: a) rezamos a Deus; b) você perdoa; c) nos amamos”.

«Nossa caridade é um amor muito doce e louco por Deus e pelos homens que não é da terra», escreveu quando foi à Argentina. Depois de alguns anos, seu coração começa a pregar peças nele. Em 1939 teve um grave ataque de angina de peito, em fevereiro de 1940, outro. No dia 8 de março, em Tortona, na Casa Mãe, pede os últimos sacramentos e saúda a todos com um último “boa noite”. No dia seguinte partiu para Sanremo, sabia que nunca mais voltaria, indo em direção à morte como se quisesse abrir outra porta: “Jesus, Jesus... eu vou”. E esta é, em última análise, a piada mais sensacional que o seu coração nos pregou: para falar dele devemos necessariamente abrir-nos a um Outro. Maravilhoso é Deus em seus santos. Quanto a ele, na epígrafe gravada em seu túmulo está gravado: Aloysius Orione Sacerdos. Te Christus em ritmo. Nada mais. Sacerdotes . Aqui, a única coisa que talvez ele aceitasse ouvir, o que ele simplesmente é e foi: padre, e pronto. Que São Luís Orione nos perdoe.

 Fonte: https://www.30giorni.it/

O Papa aos budistas: continuem reavivando o diálogo e a colaboração

Papa Francisco com os monges budistas (Vatican Media)

Francisco recebeu em audiência uma delegação de monges budistas tailandeses representantes do Templo de Wat Phra Cetuphon. "É um grande prazer para mim receber sua delegação nesta visita, que fortalece a nossa amizade duradoura", disse o Papa no início de seu discurso.

Mariangela Jaguraba - Vatican News

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta segunda-feira (27/05), na Sala Clementina, no Vaticano, uma delegação de monges budistas tailandeses.

"É um grande prazer para mim receber sua delegação nesta visita, que fortalece a nossa amizade duradoura", disse o Papa no início de seu discurso.      

A seguir, Francisco recordou sua viagem à Tailândia, de 20 a 23 de novembro de 2019, e o extraordinário acolhimento e hospitalidade com que foi recebido. "Mantenho viva a memória do Patriarca Supremo da Tailândia e peço-lhes que lhe transmita a minha saudação afetuosa", disse o Pontífice.

Levar um raio de esperança a uma humanidade desesperada

O Papa falou a propósito do Sétimo Colóquio Budista-Cristão realizado na Tailândia, em novembro passado, que reuniu mais de 150 participantes de várias partes da Ásia para refletir sobre o tema "Karuna e Ágape em diálogo para curar uma humanidade e a Terra feridas".

“Sim, hoje nossa humanidade e a Terra, nossa casa comum, estão de fato feridas! Tantas guerras, tantas pessoas que perderam tudo e foram obrigadas a fugir. Tantas crianças afetadas pela violência.”

No entanto, conforme sublinhado durante o Colóquio, "acreditamos firmemente que, em meio a nuvens escuras, aqueles que estão profundamente arraigados em suas respectivas tradições religiosas e dispostos a trabalhar juntos podem levar um raio de esperança a uma humanidade desesperada".

Francisco lembrou que, durante o Colóquio, foram sublinhados três pontos fundamentais: em primeiro lugar, foi dito que "ninguém se salva sozinho; só podemos ser salvos juntos, pois estamos interligados e interdependentes".

Promover uma amizade que apoie a paz e a fraternidade

“À luz desta verdade, exorto-os a colaborar com todos: sociedade civil, membros de outras religiões, governos, organizações internacionais, comunidades acadêmicas e científicas e todas as outras partes interessadas a promover uma amizade que apoie a paz e a fraternidade e construa um mundo mais inclusivo.”

Em segundo lugar, foi destacada "a importância de educar cada pessoa, especialmente os jovens e as crianças, nas relações de cuidado e atenção aos outros e ao ambiente".

Por fim, foi afirmado: "Acreditamos que a oração e a meditação podem mudar as coisas, purificando nossos corações e mentes; gerando bondade, misericórdia e perdão onde há ódio e vingança, criando um espírito de respeito e cuidado pelos outros e pela terra."

Rezar pela paz

Francisco disse estar feliz pelo fato de na terça-feira, 28 de maio, a delegação de monges budistas tailandeses rezar pela paz na Basílica de Santa Maria em Trastevere, em Roma.

Por fim, o Papa agradeceu aos monges budistas pelo gesto gentil de irem, ao Vaticano, e "os encorajou a continuarem reavivando o diálogo e a colaboração, especialmente com a Igreja Católica na Tailândia, num espírito de amizade constante".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santo Agostinho da Cantuária

Santo Agostinho da Cantuária (A12)
27 de maio
Santo Agostinho da Cantuária

Agostinho nasceu em Roma, Itália, no primeiro terço do século V. Era monge beneditino do mosteiro de Santo André, fundado pelo Papa Gregório Magno, o mesmo que destinou missionários para as ilhas da Grã Bretanha. Esta região havia sido já cristianizada, mas a partir de 596 a invasão dos Saxões, Anglos e Jutos, germânicos e pagãos, expulsaram os missionários celtas, e os Bretões nativos voltaram à idolatriaAgostinho, então prior do mosteiro, foi escolhido para seguir com 40 monges na missão de reevangelização.

Em 597 partiram, inicialmente para a ilha de Lérin, na França. Ali ouviram sobre muitas barbaridades cometidas pelos bretões, e Agostinho, preocupado, recorreu ao Papa. Mas São Gregório o animou, dando-lhe a informação de que Etelberto, rei dos Jutos de Kent, não era hostil ao Catolicismo, tendo inclusive casado com Berta, uma princesa cristã francesa (e a seu pedido construiu uma igreja).

A chegada a Kent, neste ano, foi favorável. Imediatamente após o desembarque, Agostinho seguiu em procissão até diante do rei e, com o auxílio de um intérprete, lhe fez um resumo das verdades da Fé católica, pedindo licença para levá-la ao reino, no que foi atendido. Estabeleceram-se os missionários na capela de São Martinho, na Cantuária, que persistira às invasões.

Inicialmente houve resistência do povo, e por isso Agostinho, com a concordância do Papa, permitiu algumas adaptações litúrgicas à cultura local. Impressionado com a coragem e as pregações dos missionários, Etelberto converteu-se – viria a tornar-se santo –, bem como todos os nobres da sua corte. Pelo Natal, mais de 10.000 anglo-saxões haviam sido batizados, praticamente todo o reino.

Animado, o Papa enviou mais missionários e tornou Agostinho Arcebispo e Metropolita da Inglaterra em 601. Como tal, podia criar dioceses, como a de Cantuária, Londres e Rochester. O seu trabalho se desenvolveu através dos séculos, e a conversão da Grã Bretanha só não foi completa na sua época porque estava dividida em vários reinos rivais, e a influência de Etelberto estendia-se apenas na região leste da ilha.

 Santo Agostinho faleceu em 25 de maio de 604, e suas relíquias estão na igreja de Cantuária, sua primeira diocese.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

A obra de Santo Agostinho de Cantuária nos ensina, como destaque, duas coisas: aproveitar destemidamente as oportunidades favoráveis de evangelização, e a obediência às orientações da Igreja, apresentadas por aqueles que nela são reconhecidos como santos. Deste modo, poderemos sempre, como ele entre Lérin e Grã-Bretanha, passar de uma ilha a outra, ou seja, unir os irmãos no continente de amor que se abre aos que buscam servir a Deus e aos irmãos. Esta é a viagem que devemos fazer nesta vida, na barca da Igreja.

Oração:

Dai-nos, Senhor Deus, por intercessão de Santo Agostinho de Cantuária, a graça de bem nos prepararmos em humildade e conhecimento Vosso para vencer as distâncias que nos separam de Vós, a fim de que possamos incansavelmente levar a Boa Nova ao nosso próximo – tanto no sentido da nossa fraternidade como Vossos filhos, como no de haver sempre mais um a quem devemos amar e por isso evangelizar. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.


Fonte: https://www.a12.com/

domingo, 26 de maio de 2024

NAZARENO: A verdadeira oração (o fariseu no Templo, o repúdio, o jovem rico) - (42)

Nazareno (Vatican News)

Cap. 42 - A verdadeira oração (o fariseu no Templo, o repúdio, o jovem rico)

A viagem deles para Jerusalém continuava. Certa noite, depois de ser questionado novamente pelos discípulos sobre a oração, Jesus contou uma parábola sobre aqueles que convencidos de serem justos e desprezam os outros: “Dois homens subiram ao Templo para orar; um era fariseu e o outro publicano. O fariseu, de pé, orava interiormente deste modo: ‘Ó Deus, eu te dou graças porque não sou como o resto dos homens, ladrões, injustos, adúlteros, nem como este publicano; jejuo duas vezes por semana, pago o dízimo de todos os meus rendimentos’. O publicano, mantendo-se à distância, não ousava sequer levantar os olhos para o céu, mas batia no peito dizendo: ‘Meu Deus, tem piedade de mim, pecador!’. Eu vos digo que este último desceu para casa justificado, o outro não. Pois todo o que se exalta será humilhado, e quem se humilha, será exaltado”.

Em uma praça do vilarejo onde eles tinham acabado de entrar, se reuniu um grupo de fariseus. Jesus não os evita. Eles lhe perguntam: “É lícito repudiar a própria mulher por qualquer motivo que seja? “. Ele respondeu: “Não lestes que desde o princípio o Criador os fez homem e mulher? e que disse: Por isso o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher e os dois serão uma só carne? De modo que já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não deve separar”.

A discussão terminou. O Mestre está prestes a partir novamente quando um jovem bem-vestido, acompanhado por dois servos, se aproxima dele. Ele também tinha uma pergunta: “Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?”. Jesus respondeu: “Por que me chamas bom? Ninguém é bom senão só Deus. Tu conheces os mandamentos: não mates, não cometas adultério, não roubes, não levantes falso testemunho, não defraudes ninguém, honra teu pai e tua mãe”. Então ele replicou: “Mestre, tudo isso eu tenho guardado desde minha juventude”. Fitando-o Jesus o amou e disse: “Uma só coisa te falta: vai, vende o que tens, dá aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me”. Ele, porém, contristado com essa palavra, saiu pesaroso, pois era possuidor de muitos bens.

Em verdade vos digo que um rico dificilmente entrará no Reino dos Céus. E vos digo ainda: é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus”.

https://media.vaticannews.va/media/audio/s1/2024/05/24/16/137977535_F137977535.mp3

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

O Pentecostes de São Filipe Néri

São Filipe Néri (Cléofas)

O Pentecostes de São Filipe Néri

 POR PROF. FELIPE AQUINO

Em 1544, com quase 30 anos, Filipe teve uma experiência extraordinária na vigília de Pentecostes. Um verdadeiro “batismo no Espírito Santo”!

A Igreja atravessava as perturbações religiosas do século XVI, sobretudo as consequências do protestantismo e da má vida de muitos do clero. Preparavam-se em Trento as seções do grande Concílio e o mundo cristão vivia uma encruzilhada histórica complicada. Nesta situação, Filipe rezava com ardor nas úmidas e escuras galerias das catacumbas de São Sebastião, onde gostava de rezar uma prece que se confundia com o clamor dos mártires que ali morreram: “Enviai, Senhor, o vosso Espírito, e renovareis a face da Terra”. Enquanto rezava nas catacumbas, onde muitos mártires foram sepultados, ele recebeu uma grande efusão do Espírito Santo.

Naquele lugar, do sangue glorioso dos primeiros mártires, ele se sentia queimar de amor a Deus, e meditava o maravilhoso prodígio de Pentecostes, quando os Apóstolos, trancados no Cenáculo, foram repletos do Espírito Santo, descido neles em forma de línguas de fogo.

De repente, o seu coração foi invadido de uma grande alegria, e uma luz misteriosa o iluminou. Viu entrar dentro de sua boca uma bola de fogo, a qual fazia arder o seu coração e aumentá-lo consideravelmente de tamanho.

De fato, quando morreu, uma autópsia de seu corpo revelou que o seu músculo cardíaco era maior do que o comum, tendo chegado a deslocar duas costelas para acomodar-se. Num instante, viu-se tomado de excepcional amor e entusiasmo pelas coisas divinas, bem como de uma capacidade incomum de comunicá-los.

Assim, esse jovem começou essa santa renovação social transformando a Itália com sublime humildade e paciência, o que sua Congregação deu continuidade gloriosamente.

O Divino Espírito Santo tinha descido ao coração de Filipe, dilatando-o milagrosamente, de tal modo que foi repetida, neste jovem de 30 anos, a mesma cena dos Apóstolos no Cenáculo!

As duas costelas que recobriam o coração ficaram, por toda a vida, arqueadas para fora e atrás do coração.

Conservam-se ainda hoje, como eloquentes testemunhas do Pentecostes de São Filipe, suas duas costelas arqueadas: uma no Oratório de Roma e a outra em Nápoles.

O Espírito Santo o tinha feito Dele. Desde esse Pentecostes, Filipe experimentou uma contínua palpitação do coração e um estremecimento, sempre que se ocupava das coisas espirituais.

Na oração, experimentava grandes emoções e alegrias espirituais, que chegava ao ponto de quase morrer. E Deus, atendendo à oração de Filipe, amenizava o fogo do seu coração. Quase no fim de sua vida, Filipe dizia que havia tido mais devoção na juventude do que na velhice, pois o Senhor Jesus amenizou, de uma vez, o seu ardor divino.

Retirado do livro: “São Filipe Néri – O Apóstolo de Roma -“. Prof. Felipe Aquino. Ed. Cléofas.

Fonte: https://cleofas.com.br/

Reflexão para a Solenidade da Santíssima Trindade (B)

Solenidade da Santíssima Trindade (Vatican News)

Será através da Igreja que Jesus Cristo permanecerá ao lado dos Homens, continuando a ser o Emanuel, Deus Conosco.

Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News

Na primeira leitura temos o comentário do livro do Deuteronômio sobre a sabedoria de Deus, sua onipotência e sua bondade em escolher Israel como seu povo e a resposta que Israel deverá dar ao Senhor, através da observância aos seus mandamentos e assim ser feliz, juntamente com seus filhos.

No Evangelho, esse mesmo Deus reúne seus discípulos e os envia a toda a terra para batizarem todos os povos e pregarem sua doutrina, seus mandamentos, prometendo estar com eles todos os dias até a consumação dos tempos.

Na segunda leitura, a Carta aos Romanos nos diz que o Espírito Santo nos conduz, pois somos filhos de Deus, herdeiros de Cristo.

Deus, apesar de sua onipotência e onisciência, confia ao Homem a tarefa de continuar a missão de Jesus. O Senhor ama a Comunidade dos Cristãos e quer que ela visibilize a presença de Cristo no meio dos homens. Mais, Ele quer que ela, a Igreja, batize seus fiéis em Seu nome e em seu nome os instrua. Será a Comunidade que vinculará o crente ao Senhor e dará ao crente a missão de trabalhar pela instauração do Reino de justiça, de paz e de amor, transmitindo a todos o que o Mestre ensinou.  

Será através da Igreja que Jesus Cristo permanecerá ao lado dos Homens, continuando a ser o Emanuel, Deus Conosco. Por isso, a Igreja deverá conscientemente evitar qualquer atitude que signifique distinção de pessoas. Ela é a família de Deus. Portanto, sua atitude para com todos, será de acolhida, de integração.

O modo de sermos Igreja, de acolhermos as pessoas, sejam elas quem for, será indicativo da autenticidade de nossa fé em Deus. Será aí, nessa acolhida, que veremos se o nosso Deus é o Pai de Jesus ou algum ídolo.

Fé em Deus e aceitação do outro, como ele é, expressa nossa adoração e serviço Àquele que não se envergonhou de se fazer um de nós, viver e morrer entre pecadores.

Crer na Trindade é crer que a cruz, instrumento de nossa salvação, é feita por duas madeiras que simbolizam amar a Deus e ao próximo. A haste fincada na terra e apontando para o céu, é o amor e o serviço a Deus. A trave, que está sustentada pela haste, é o abraço de amor e de serviço ao próximo. Nessa união de amor e de serviço a Deus e ao próximo encontramos Jesus, o Deus Conosco, o Deus Encarnado, a nossa salvação.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Dom Orione: O santo do inesperado (3)

Ao lado, com Dom Umberto Terenzi, (primeiro da esquerda), no santuário do Amor Divino; abaixo, com o Cardeal Ildefonso Schuster durante a cerimônia de lançamento da pedra fundamental dos novos pavilhões do Piccolo Cottolengo em Milão, em setembro de 1938 | 30Giorni

Arquivo 30Dias – 05/2004

Dom Orione: O santo do inesperado

Da amizade com os modernistas à política do Pater noster a única eficaz. Dos primórdios em Tortona às viagens pela América Latina. Alguns episódios da vida de Dom Luigi Orione que nos fazem perceber o seu encanto.

por Stefania Falasca

Santas amizades

Padre Cappello, sim, um santo. E ele não é o primeiro que encontramos no desenrolar inusitado de seus dias. E aqui se abre outro caminho com caminhos imprevisíveis e inesperados: o das santas amizades de Dom Orione. Outro denso entrelaçamento de histórias. Outra rede muito extensa de relacionamentos e ajuda mútua, que também documenta como, embora muitas dessas pessoas não se conhecessem na época, todas se conhecem, se procuram, se amam. Justamente durante o tumulto em Messina ele teve Annibale Maria Di Francia ao seu lado. Até mesmo Dom Umberto Terenzi, pai dos Filhos do Amor Divino, estava ligado a ele por uma estreita amizade, assim como Dom Giovanni Calabria, Dom Luigi Guanella, o Cardeal Ildefonso Schuster, sem falar de Pio e de tantos outros posteriormente canonizados ou candidatos ao honras dos altares. Padre Pio também está nesta rede. E esta é verdadeiramente uma amizade que deixa qualquer um admirado, porque estas duas almas, que se conheciam tão profunda e intimamente, não só nunca se conheceram, como nunca trocaram sequer algumas linhas. A incrível história, que se passa na década de 1923-33, anos da tempestade desencadeada sobre o santo de Pietrelcina, é meticulosamente documentada por Dom Flavio Peloso, postulador do processo de canonização do padre de Tortona. E mais uma vez ele vê Dom Orione lançando luz sobre as sombras morais dos eclesiásticos implicados naquela polêmica questão, e agindo como uma ponte para resgatar Padre Pio das acusações. Lemos novamente de Gallarati Scotti: «Compreensão, compreensão e inteligência. Ele tinha uma inteligência extraordinária. Ele foi capaz de penetrar nos corações e nas mentes dos outros e compreender tudo: ele compreendeu as coisas impuras como os muito puros que nunca foram tocados pela impureza podem compreendê-las; compreendeu os tormentos do espírito e da inteligência, assim como quem tem uma fé absolutamente pura, impermeável às dúvidas, às oscilações, firme na verdade vivida. E é esta, eu diria, a certeza de onde colocar o pé, que fez de Dom Orione um canal para muitos andarilhos do seu tempo, e não só”.

Ele parece ser o padre certo para circunstâncias difíceis. O sacerdote das tempestades, pelo seu movimento com extraordinária sensibilidade e inescrupulosidade e, sobretudo, com delicadeza na soleira da casa de Pedro, por aquele trabalho de comunhão ousado mas prudente e discreto dentro da própria Igreja. É portanto surpreendente, mas não surpreendente, que nos documentos confidenciais das diversas congregações vaticanas, no final das páginas dos temas candentes, tenham sido encontradas as notas autografadas de Pio XI: «Sobre isto, consulta Dom Orione. […] Por isso recomendo que envie Dom Orione”. A sua, não se pode negar, é também uma inteligência intuitiva, capaz de ler os acontecimentos contra a luz, capaz de decifrar os tempos. De dentro. Um exemplo entre muitos: a questão romana. Talvez poucas pessoas saibam que Dom Orione esteve pessoalmente envolvido na complexa negociação entre o Estado italiano e a Santa Sé que conduziu aos Pactos de Latrão. 

A previsão da “sua” política 

Um documento excepcional foi encontrado no arquivo geral da Congregação Orionita. É a carta que Dom Orione assinou de próprio punho e enviou em 22 de setembro de 1926 a Mussolini. Ali lemos: «Penso que Vossa Excelência, se quiser, pode, com a ajuda divina, pôr fim ao amargo e fatal conflito entre a Igreja e o Estado. E rezo-te humildemente, tanto como sacerdote como como italiano. Encontre uma base razoável e proponha uma solução. Cabe ao Governo italiano estender nobremente a mão aos Vencidos." Esta carta é uma peça importante para entender o papel que ele desempenhou nas preliminares e no início das negociações propriamente ditas. Além disso, está documentado que Dom Orione foi um dos primeiros a sentir, em 1923, que o novo clima político nacional poderia encerrar a controvérsia entre Estado e Igreja, e também está documentado que participou na primeira reunião preparatória, juntamente com Padre Genocchi, que aconteceu na casa dos condes Santarelli em Roma.

 Nesta carta queríamos ver a própria expressão da Santa Sé que quis confiar, a um sacerdote de confiança e de reconhecido valor moral na opinião pública, uma mensagem clara ao governo italiano, sem comprometer a sua própria autoridade. Na verdade, não se sabe se post hoc ou propter hoc , poucos dias depois daquela carta de Dom Orione as negociações foram declaradas oficiais e os trabalhos propriamente ditos começaram. O resto é história conhecida. Chegou o dia 11 de fevereiro de 1929, data da histórica assinatura dos Pactos de Latrão. O Observatório Romano, impresso em preto desde 1870, foi finalmente impresso naquele dia sem sinal de luto. Dois dias depois, Pio Esta página da história parece terminar em glória, para satisfação de todos. Mas Dom Orione, que tanto se preocupou com a resolução da questão, não se alegrou muito naquele momento. Ao saber da assinatura dos Pactos, beijando a foto de Pio XI, reproduzida no jornal que trazia a notícia, exclamou: «Pobre Papa! Quanta dor ele terá!». «A Conciliação deveria ter sido feita», explicou, «mas não desta forma. Não acho que seja uma solda sólida por enquanto. Eu gostaria de estar errado, mas você verá dias ruins." Para Dom Orione houve alguns pontos fracos em relação a certos temas. Temia em particular que Mussolini aproveitasse o novo prestígio que obteve para implementar novas e injustas intervenções em detrimento da Igreja na Itália. E nesse mesmo dia, numa reunião da Congregação, disse aos seus sacerdotes: «Quando os fascistas entrarem nos Institutos para nos tirar os jovens, o Senhor nos inspirará o que deve ser feito». Ele entendeu imediatamente. E foi exatamente isso que aconteceu. Na verdade, os aplausos pela Concordata mal tinham cessado quando Mussolini retomou a sua política opressiva em relação às organizações católicas.

Uma clareza, uma previsão, certamente. Qualidades pelas quais, é preciso dizer, foi ouvido não só pelos papas, mas também pelos políticos. Em Roma, na residência da via delle Sette Sale, Gaetano Salvemini, o senador Zanotti Bianchi, até aquele “pedaço de corda” Achille Malcovati, grande figura industrial e eminência parda de muitos políticos proeminentes, bateram à sua porta. Só para citar alguns. Dirigiam-se a ele que, disse ele claramente, não entendia os programas políticos e nem pretendia preocupar-se, obstinado como era em seguir a “sua” política: “a do Pater noster”. O único eficaz. A única que não se limita a fronteiras e “é plenamente alcançável”, especificou. A única pela qual ele estava disposto a cruzar o oceano. Depois do terremoto na Sicília e do terremoto de Marsica em 1915, afundando os braços e o coração nos escombros da miséria humana, ele não escondeu o desejo de embarcar como missionário para as Américas. Um dia ele confidenciou esse desejo a Pio Mas chegou o dia em que ele partiu. 

Fonte: https://www.30giorni.it/

Hoje é dia de santa Mariana de Jesus, o lírio de Quito

Santa Mariana de Jesus | ACI Digital
26 de maio
Santa Mariana de Jesus

“A sua pobreza dá testemunho alegre e credível de Deus como a verdadeira riqueza do coração humano, opõem-se à idolatria do dinheiro e se torna uma voz profética no meio da sociedade”, disse são João Paulo II sobre santa Mariana de Jesus Paredes, invocada como o "Lírio de Quito" e cuja festa é celebrada hoje (26).

Mariana de Jesus de Paredes y Flores nasceu em Quito, Equador, em 1618. Desde cedo demonstrou inclinação para o pudor e a modéstia. Ela ficou órfã aos quatro anos e foi cuidada por sua irmã que já era casada.

Ela tinha talento para a música e para costurar, esculpir, tecer e bordar. Costumava se retirar para rezar em um canto da casa e fazer penitência.

Depois da Primeira Comunhão, fez o voto de castidade perpétua, ao qual mais tarde acrescentou os de pobreza e obediência. Posteriormente, com a orientação de seus diretores espirituais, entendeu que Deus não a queria em um mosteiro.

Ela montou um espaço fechado em sua casa onde rezava com um horário semanal de penitência e jejum, saindo apenas para ir à igreja pela manhã. Assim, manteve uma vida de austeridade desde a adolescência.

O seu apostolado era a oração pelo próximo. Seus conselhos aos que a procuravam alcançaram a paz entre os que brigavam e a conversão de muitos pecadores. Depois, por sugestão de seus confessores, tornou-se Terciária de São Francisco de Assis. Ela se considerava discípula espiritual de santa Teresa d’Ávila e, ao mesmo tempo, sentia-se filha da Companhia de Jesus.

Um dia disse a um presbítero vaidoso, após um brilhante sermão: "Olha, padre, Deus o enviou para recolher almas para o céu, e não para recolher aplausos desta terra". Assim, o clérigo deixou de buscar estima na pregação.

Certa vez, quando estava doente, tiraram seu sangue e o colocaram num vaso, no qual floresceu um lindo lírio.

Naquela época ocorreram terremotos terríveis e a santa ofereceu sua vida a Deus para detê-los. Ao sair do templo, começou a passar mal e essas catástrofes que tenham ceifado muitas vidas e destruído casas não se repetiram mais.

Uma terrível epidemia também estava causando a morte de centenas de pessoas. Santa Mariana ofereceu sua vida e suas dores para que isso acabasse, e daquele dia em diante ninguém mais morreu desse mal. É por isso que, em 1946, o Congresso equatoriano lhe concedeu o título de "Heroína da Pátria".

Santa Mariana de Jesus morreu em 26 de maio de 1645 e muitos fiéis foram ao seu funeral. Ela foi canonizada pelo papa Pio XII em 1950.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Francisco às crianças: "O Espírito Santo nos acompanha na vida"

Francisco às crianças: "O Espírito Santo nos acompanha na viada" (Vatican News)

Cinquenta mil fiéis participaram, na Praça São Pedro, da missa da I Jornada Mundial das Crianças. No dia em que a Igreja recorda a Santíssima Trindade, Francisco conversou com as crianças, recordando o amor do Pai e "Jesus que perdoa tudo e sempre". Junto com elas, rezou a Ave-Maria, e pediu para que rezem pela paz. Anunciou que a próxima Jornada Mundial das Crianças será em setembro de 2026.

Michele Raviart/Mariangela Jaguraba – Vatican News

O Papa Francisco presidiu a missa na Solenidade da Santíssima Trindade, neste domingo (26/05), na Praça São Pedro, I Jornada Mundial das Crianças.

A sua homilia, feita espontaneamente, foi centrada na Santíssima Trindade. "O Pai nos criou, Jesus nos salvou, o Espírito Santo nos acompanha." Assim, o Pontífice explicou às milhares de crianças presentes na Praça São Pedro, para a I Jornada Mundial dedicada a elas, o mistério de Deus, Uno e Trino.

"Estamos aqui para rezar juntos, para rezar a Deus. Vocês concordam?", perguntou o Papa, reiterando que o Pai Criador "nos ama muito" e nos faz crescer.

A humildade de pedir perdão a Jesus

"Jesus!", gritam as crianças quando o Papa lhes pergunta o nome do filho de Deus. "Peçamos a Jesus para que nos ajude e esteja perto de nós", disse Francisco, porque "quando comungamos, recebemos Jesus e Jesus perdoa os nossos pecados". Isso acontece "sempre, sempre, sempre", lembrou o Papa, "para um homem ou uma mulher com muitos pecados" e "até mesmo para o mais feio dos pecadores".

Não se esqueçam disso: Jesus perdoa tudo e perdoa sempre, e nós devemos ter a humildade de pedir perdão. "Perdoa-me, Senhor, eu errei. Sou fraco. A vida me colocou em dificuldades, mas você perdoa tudo. Eu gostaria de mudar minha vida e você me ajuda".

A felicidade da fé

Não é fácil, continuou o Papa, explicar o que é o Espírito Santo, que "está dentro de nós" porque o recebemos no Batismo e nos Sacramentos. Ele "nos dá força, nos consola nas dificuldades". O Espírito Santo é aquele "que nos acompanha ao longo da vida". Cinco vezes o Papa pediu para as crianças repetirem isso, antes de explicar a elas a felicidade da fé:

Queridos irmãos e irmãs, meninos e meninas, todos nós somos felizes porque acreditamos. A fé nos torna felizes. Acreditamos em Deus que é, todos juntos: "Pai, Filho e Espírito Santo".

Oração a Maria e pela paz

Os cristãos também têm uma mãe, "Maria", respondem as crianças, a quem Francisco pediu para invocarem, rezando uma Ave-Maria com todos os fiéis. "Rezem pelos pais, pelos avós, pelas crianças doentes", exortou o Papa, e "rezem sempre e sobretudo pela paz, para que não haja guerras". "O que o Espírito Santo faz?", perguntou novamente antes de prosseguir com a celebração da missa. "Ele nos acompanha", responderam as crianças em coro.

Após a oração do Angelus e um monólogo do diretor de cinema e ator vencedor do Oscar Roberto Benigni, Francisco anunciou a data da II Jornada Mundial das Crianças, que será em setembro de 2026.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF