KIKO ARGÜELLO RECEBE A MEDALHA “POR ARTEM AD DEUM”
3 de dezembro de 2024
Cardenal Grzegorz
Ryś
Arcebispo de Lodz,
Polônia
Ilustríssimos senhores, irmãos e irmãs, querido Kiko!
Todos nós, aqui presentes, estamos convencidos, seguramente,
desta fórmula Per Artem Ad Deum.
Além disso, nos reunimos para premiar o homem que fez desta
fórmula um dos princípios de sua vida.
Ainda mais, É PRECISO DIZER que este princípio não é
evidente para todos. E essa “não evidência” tem várias faces:
Em primeiro lugar, pode ter a face da arte, que, a priori, não quer ter nada a ver com Deus. Isso é afirmado, de forma apropriada e ardente, por Jonathan Sachs em seu livro “A Persistência da Fé”: durante muitos séculos, a arte e a fé viveram em um matrimônio harmonioso, mas agora estão DIVORCIADAS! Como costuma acontecer nos divórcios, a causa nunca é de apenas uma das partes. O divórcio entre fé e cultura também se deve à imaturidade da fé dos cristãos: uma fé madura — dizia São João Paulo II — sempre se traduz em cultura!
Em segundo lugar, a arte pode se converter — e
frequentemente se converte — um fim em si mesma. Isso significa que a arte pode
não querer conduzir ninguém, mas apenas a si própria, estando totalmente
concentrada em si mesma. O santo Irmão Alberto (Adam Chmielowski), um dos
melhores pintores poloneses do século XIX, advertia contra esse fenômeno,
falando de uma “Senhora Arte” que exige para si uma devoção idólatra.
Em terceiro lugar, ao longo dos séculos, não faltaram na
Igreja vozes críticas em relação à arte religiosa e sacra e às suas exigências.
Quando o culto das imagens foi reconhecido pelo Segundo Concílio de Niceia, no
Ocidente do cristianismo, no ambiente de Carlos Magno, surgiram uma série de
dúvidas. A coleção mais completa é a dos Livros Carolíngios, de Teodulfo de
Orleans: Jesus não ordenou aos apóstolos que pintassem imagens, mas que
pregassem a PALAVRA. Por quê?
Porque a palavra não prende a imaginação humana com tanta força quanto uma imagem! Isso nós sabemos. Creio que essa é uma experiência comum a todos nós. Eu (por exemplo) sei desde criança que Deus Pai é um ancião bastante sério sobre as nuvens, com barba, um cetro e o globo cruciforme na mão; assim o via no teto da minha igreja paroquial (uma vez por semana, às vezes até todos os dias); e é quase impossível se libertar dessa imagem.
De fato, diz Teodulfo, a arte tem um valor educativo
(litteratura illitteratorum), mas apenas em relação com a palavra. Uma imagem
não explicada de uma mulher bela poderia representar tanto Maria quanto Vênus…
Em quarto lugar, focar-se na arte pode inverter as
prioridades. São Bernardo de Claraval falou disso com muita força na história
da Igreja: “A Igreja resplandece de ouro e seu Senhor tem as costas desnudas” –
a Igreja resplandece de ouro – possui altares, vasos e candelabros de ouro,
enquanto o Senhor da Igreja – Jesus na pessoa do pobre – está com as costas
desnudas: não lhe deram uma camisa, porque todos os fundos foram gastos em
decorar o templo.
Recordo todas estas objeções, não contra o princípio “per
artem ad Deum” (pela arte até Deus), mas para demonstrar que vivê-lo
corretamente não é nada simples: requer não apenas talento, mas também esforço,
discernimento, disciplina da pobreza, oração e vigilância. O prêmio concedido
hoje, portanto, não se refere apenas às capacidades artísticas, mas também à
radicalidade da vida evangélica.
O caminho “per artem ad Deum” não é fácil,
mas bem-aventurados os que o percorrem e guiam outros por ele. É o caminho de
Deus. Deus mesmo o prepara e o percorre em direção ao homem. O caminho
humano “per artem ad Deum” é antes e originariamente o caminho
de Deus “per artem ad hominem”; o Livro da Sabedoria fala disso de
forma esplêndida: “Porque, pela BELEZA e pela formosura das criaturas,
contempla-se, por analogia, o seu autor” (Sb 13,5). Dois versículos antes, ele
é chamado de “Autor da BELEZA”. A beleza que Ele cria está destinada a nos
conduzir até Ele.
Mas também acontece – admite o autor inspirado – que a
beleza se interpõe entre Deus e os homens, que começam a adorar a criação:
“Deixam-se levar pela aparência, TÃO BELAS SE APRESENTAM AOS SEUS OLHOS!” (v.
7). No entanto, o pecado e a desvio não são a última palavra na história da
humanidade. A resposta para eles é a SALVAÇÃO!
São João Paulo II, em sua “Carta aos artistas”, fala de
“Beleza que SALVA”; nosso Laureado – seguindo Dostoiévski – diz o mesmo.
Sabemos bem: a salvação é obra de Deus, e se realiza graças ao “mais belo dos
filhos dos homens”. O caminho da beleza (via pulchritudinis) é o caminho da
criação e da salvação de Deus. Para todos os seres humanos. Não para alguns
poucos artistas seletos, mas para todo pecador. Este é o KERIGMA definitivo de
Kiko.
Obrigado pela atenção.
Mons. Segundo
Tejado
Boa noite a todos, Eminência, Excelência, amigos!
A mim me tocou a tarefa de explicar a obra de Kiko. Não tem
sido fácil, não é fácil, certamente algo me esqueço, porque ele fez tanto, em
tantas partes, tantas obras, que realmente é difícil quantificá-las. Me
estenderei um pouquinho, não muito, não se preocupem, mas me parece importante
dizer hoje, aqui neste lugar, neste momento, fazer um pequeno percurso, para
onde Deus o levou em sua história para chegar até hoje, a este prêmio.
Kiko Argüello
Pintor espanhol, nascido em León no dia 9 de janeiro de
1939. Estuda na Escola Central de Belas Artes da Academia de San Fernando de
Madri. Participa em inúmeras exposições e concursos de pintura na Espanha, e em
1959 recebe o Prêmio Nacional Extraordinário de Pintura.
No final dos anos cinquenta vive uma crise existencial que o
leva a um encontro profundo com Jesus Cristo, levando-o a dedicar sua vida e
sua arte a Cristo e à Igreja. Junto com o P. Aguilar OP, em 1960, realiza uma
viagem pela Europa, antes do início do Concílio, para estudar a arte sacra,
precisamente à vista da convocação conciliar. Sobre a pegada dessa renovação,
muda os conteúdos de sua arte, e junto a um escultor e a um vidreiro forma um
grupo de arte sacra chamado “Grêmio 62” que realiza uma série de exposições em
Madri, Royan (França) e Haia (Países Baixos).
Em 1964, o Senhor lhe inspira a ir viver entre os pobres em
uma favela de Palomeras Altas, na periferia de Madri, abandonando sua
promissora carreira como artista. Posteriormente, conhece Carmen
Hernández, uma missionária, licenciada em Química e em Teologia, hoje Serva
de Deus. Junto a ela, dá vida a uma nova forma de pregação que levará ao
nascimento de uma comunidade cristã entre os pobres: a primeira comunidade
neocatecumenal. Essa experiência será levada, aos poucos, para as paróquias. A
pequena semente começa a germinar na Espanha e, após a experiência de Kiko
entre os pobres da periferia de Roma, no Borghetto Latino, na Itália e no mundo
todo. O Caminho Neocatecumenal hoje está presente em 136 países, em cerca de
1.300 dioceses e mais de 6.200 paróquias.
A arte de Kiko, desde o início da experiência do nascimento
das primeiras comunidades, terá como objetivo de busca a necessidade de
oferecer lugares de celebração adequados e dignos para a renovação que o
Concílio Vaticano II está oferecendo à Igreja. Através do Caminho
Neocatecumenal, são criadas um conjunto de estruturas para implementar essa
renovação ao serviço da comunidade cristã.
Kiko encontra na arte da Igreja Oriental, nos ícones, a
expressão mais adequada à experiência que está vivendo. Ele se impressiona com
a espiritualidade desses pintores que, renunciando à própria “originalidade” e
submetendo-se ao cânone preestabelecido pela tradição da Igreja, encontram o
caminho para uma arte e uma espiritualidade muito mais elevadas. Kiko segue o
cânone ortodoxo, atualizando-o com as novidades da pintura moderna – como
Picasso, Matisse – nas quais se formou.
Em 2000, Kiko criou uma escola de pintores para a realização
de ciclos pictóricos nas igrejas, como veremos a seguir, e em 2018,
constituiu-se a Fundação Obra Artística Kiko Argüello, com a finalidade de
conservar e divulgar a obra artística de Kiko.
Arquitetura e Pintura
Kiko Argüello, junto com Carmen Hernández, começa, seguindo
o caminho do Concílio, a trabalhar na transição de uma pastoral de igreja
massiva para uma igreja “comunidade de comunidades”, oferecendo uma renovação
completa: da arquitetura à iconografia, dos espaços celebrativos e de encontro
entre as pessoas, o que ele denominou Catecumenium, aos elementos próprios da
liturgia.
Assim encontramos a obra artística de Kiko em distintas
paróquias:
- La
Paloma (Madri)
- San
Bartolomeo em Tuto em Florência
- Santa
Catalina Labouré (Madri)
- Sagrada
Família (Oulu – Finlândia)
- Catedral
de Nossa Senhora de Arábia – Bahrein
Em outras igrejas/paróquias pinta ciclos pictóricos, com
“Coronas Mistéricas” e “Retábulos”, destinados a realçar as festas litúrgicas,
segundo a tradição oriental.
- Catedral
de Madri (ábside e capela de Nossa Sra. do Caminho)
- Afresco
da paróquia de Santiago (Ávila)
- Igreja
de Fuentes del Carbonero Mayor (Segóvia)
- Em
Roma: Cripta e salão Paróquia dos Santos Mártires Canadenses, Santa
Francesca Cabrini, S. Luigi Gonzaga, Natividade
- Salão
Litúrgico da Paróquia de San Frontis (Zamora)
- Em
Madri: Igreja e salão de N. Sra. do Trânsito, S. José, S. Sebastián, La
Paloma, S. Roque
- Salão
Paroquial Buone Nouvelle (Paris)
Junto à escola pictórica criada por ele, realiza vários
ciclos pictóricos:
- Paróquia
da Santíssima Trindade (Piacenza)
- Paróquia
de S. Giovanni Battista (Perugia)
- Paróquia
Santíssima Trindade, (S. Pedro del Pinatar, Murcia)
- Paróquia
de S. Massimiliano M. Kolbe (Roma)
- Igreja
de San Francisco Javier (Shanghái – China)
- Paróquia
del Pilar ( Valdemoro – Madri)
- Igreja
de Troina, Cagliari, Mestre, Verona, etc.
- Igreja
Monastério Carmelita S. José (Mazarrón -Murcia)
Centros Neocatecumenais
Além das igrejas e dos salões litúrgicos das paróquias, cria
centros neocatecumenais e casas de convivência: lugares de encontro entre os
catequistas do Caminho, os irmãos e as dioceses:
- Centro
Neocatecumenal de Madri e Roma
- Centro
Neocatecumenal Servo de Yahweh (Porto San Giorgio), lugar de encontro e
envio de missionários itinerantes para as nações. Em 1988, São João Paulo
II celebrou a Eucaristia e enviou as primeiras famílias em missão. Neste
centro cria o primeiro Santuário da Palavra, um lugar para o estudo e o
escrutínio das Escrituras, decorado com um vitral original.
- Centro
Internacional “Domus Galilaeae” no Monte das Bem-aventuranças em Terra
Santa. Acolhendo a intuição de Carmen Hernández de erigir um centro de
formação para os presbíteros e catequistas na Terra Santa, cria e constrói
a Domus Galilaeae. São João Paulo II — que visitou e abençoou as obras
desta casa no ano 2000 — desejou que esta casa “possa favorecer uma
profunda formação religiosa e um diálogo frutífero entre judaísmo e Igreja
Católica”. Prova disso são as milhares de visitas, tanto de judeus quanto de
palestinos, que ficam impressionados com a beleza e a hospitalidade da
Casa; assim como os encontros internacionais de bispos e também de
rabinos. Preside este lugar o significativo grupo escultórico de Cristo
com os apóstolos e a escultura de São João Paulo II.
- Casas
de convivência e centros Neocatecumenais em vários países de América
Latina, África, Europa.
Seminários Redemptoris Mater
O Senhor inspira Kiko e Carmen a necessidade de ajudar a
Igreja nesta renovação, erigindo, junto com São João Paulo II, o primeiro
Seminário Diocesano Missionário Redemptoris Mater em Roma, ao que outros bispos
seguirão e abrirão um Seminário Redemptoris Mater em suas dioceses, até chegar
ao número de 120 seminários no mundo. Kiko desenha o modelo arquitetônico de
muitos desses seminários.
- Seminário
Redemptoris Mater de Macerata
- Seminário
Redemptoris Mater em Varsóvia (Polônia)
- Seminário
Redemptoris Mater de Managua (Nicarágua)
- Igreja
dos Seminários Redemptoris Mater de Roma e Madri
Outras disciplinas artísticas
Além dessas obras de arquitetura, pintura e escultura, Kiko
dedica-se a outras disciplinas artísticas: vitrais, paramentos litúrgicos e
objetos de ourivesaria, como cruzes, cálices, capas de Bíblia, evangeliários,
etc., sempre com o objetivo de servir à comunidade cristã em seu itinerário de
fé.
- Vitrais
da Catedral de Madri (Espanha)
- Vitrais
do Centro Internacional Porto S. Giorgio (Itália)
- Vitrais
nos seminários de Roma, Madri
- Vitrais
da Domus Galilaeae (Israel).
Música
Até mesmo por meio da música, Kiko busca um caminho para
anunciar o Evangelho ao homem de hoje: coloca sua vocação artística a serviço
da Igreja e da Liturgia, pondo músicas nos Salmos, trechos da Sagrada
Escritura, hinos da Igreja Primitiva e também poemas espirituais extraídos de
seus escritos. São mais de 200 composições musicais para acompanhar e
enriquecer as celebrações litúrgicas das comunidades neocatecumenais.
Em 2010, Kiko compõe sua primeira sinfonia, “O
Sofrimento dos Inocentes”, e, no mesmo ano, funda a Orquestra
Sinfônica do Caminho Neocatecumenal, um grupo internacional formado por
cerca de 200 músicos. Esta sinfonia é apresentada em todo o mundo: nos
principais teatros, salas de concerto, praças e catedrais. De Madri a Nova
York, de Chicago a Tóquio, de Budapeste a Lublin; de Auschwitz a Trieste, etc.
Após a primeira sinfonia, Kiko compõe uma segunda partitura, um poema sinfônico
em três partes, intitulado “O Messias”
A obra de evangelização e artística de Kiko recebeu o
reconhecimento com um doutorado Honoris Causa de quatro
universidades católicas: Roma, Lublin, Washington e Madri.
Kiko Argüello, a partir de sua conversão, concebe sua arte
como uma missão. Com essa concepção da arte sacra, a devolve ao lugar de sua
vocação original: a liturgia. A arte sacra havia se deslocado do lugar sagrado
ao museu, à sala de exposições, aos salões dos colecionadores, anulando assim
seu valor cultual e litúrgico. Kiko devolve a obra de arte à liturgia; dentro
de uma comunidade viva, uma assembleia que celebra os mistérios da salvação.
Um detalhe que eu gostaria de lembrar aqui: Kiko arranca a
arte do contexto do “negócio”: não cobra por suas obras: busca uma arte para os
pobres, para a liturgia, para a comunidade. Faz que a arte cumpra sua
verdadeira e elevada missão: levar o coração do homem à Jerusalém celeste, para
experimentar o amor que Deus nos mostrou em Cristo, nascido, encarnado,
batizado, transfigurado (vai indicando os ícones do retábulo), que
entra na Paixão, institui a Eucaristia, morre por todos nós na cruz, é deposto
da cruz, desce aos infernos para resgatar o homem e a mulher, e ressuscita
(levam a mirra ao sepulcro), aparece aos apóstolos, ascende ao céu à direita de
Deus Pai e envia sobre nós seu Espírito Santo com Maria, a Assunção de Maria, e
virá logo, virá logo, irmãos, no final dos tempos na glória, como nos lembra
este Pantocrator e o tempo de Advento que justo hoje começamos.
Presidente de
Targi Kielce, Sacroexpo, Sr. Andrzej Mochoń
Senhoras e senhores
Compraz-me saudá-los por ocasião deste evento único em seu
tipo. Faz mais de 25 anos que organizamos em Kielce a feira internacional
Sacroexpo, um acontecimento que combina a esfera do sagrado com o mundo
empresarial. Cada ano participam no evento importantes convidados do mundo da
cultura e da religião, que oferece um espaço de diálogo e de troca.
Neste espírito, desde 2005, concedemos o prêmio Per
Artem Ad Deum. Trata-se do único prêmio patrocinado pelo Pontifício
Conselho para a Cultura, desde 2005 a 2022. O prêmio é outorgado a artistas ou
instituições cuja atividade artística contribua para o desenvolvimento da
cultura e da formação da espiritualidade humana.
Nestes últimos anos fiz numerosos esforços para continuar
com esta grande tradição. Em 2017, no âmbito do prêmio Per Artem Ad
Deum, reforçamos nossa colaboração assinando uma carta de intenção com
o cardeal Gianfranco Ravasi, nesse momento presidente do Conselho Pontifício
para a Cultura. Em 2022, depois da criação do Dicastério para a Cultura e a
Educação, pudemos estabelecer uma colaboração com o Prefeito do Dicastério, o
cardeal José Tolentino Calaça de Mendonça. Graças a esta colaboração, os
futuros laureados receberão uma medalha sob os auspícios do novo Dicastério.
Tenho orgulho de dizer que, nos últimos 19 anos, já
premiamos 32 personalidades de destaque, entre elas os compositores Ennio
Morricone, Arvo Pärt, Wojciech Kilar e Krzysztof Penderecki, os diretores
Giuseppe Tornatore e Krzysztof Zanussi, os arquitetos Stanisław Niemczyk e
Mario Botta, os escultores Arnaldo Pomodoro e Wincenty Kućma, e também os
pintores poloneses Tadeusz Boruta, prof. Stanisław Rodziński e Jerzy Jan
Skąpski, bem como o mais importante mosaicista russo contemporâneo, Alexander
Kornoukhov. Estas personalidades transcenderam o tempo e o espaço com as suas
obras e guiaram-nos para o transcendente.
Hoje estamos felizes por poder entregar o prêmio Per Artem Ad Deum a Kiko Argüello. Com ele queremos ressaltar seu decisivo aporte à Arte Sacra e sua intensa contribuição na obra de evangelização expressa na comunidade do Caminho Neocatecumenal. A obra de Kiko vai muito mais além da atividade tradicional da criação artística. Através da pintura, entendida como reflexo da luz de Deus, e da música, linguagem universal capaz de abrir o coração à dimensão do espírito, ele encontra uma maneira de anunciar o Evangelho ao homem contemporâneo. Coloca sua vocação artística a serviço da Igreja e de sua liturgia, compondo música para os Salmos, outras passagens da Escritura, hinos da Igreja primitiva, assim como poemas espirituais extraídos de seus escritos. Kiko Argüello é autor de livros, assim como de importantes obras de pintura, arquitetura e escultura em todo o mundo.
Para mim, é verdadeiramente um grande prazer entregar hoje a
Medalha Per Artem Ad Deum do ano de 2024 pessoalmente a Kiko
Argüello. Este reconhecimento, patrocinado pelo Dicastério para a Cultura e a
Educação, celebra todas suas obras no campo da arte.
Querido Kiko Argüello, quero alegrar-me com você desde o
fundo do meu coração e agradecer a sua imensa colaboração para o
desenvolvimento da arte sacra e pelo seu trabalho em todas as atividades do
Caminho Neocatecumenal. Que o seu trabalho possa continuar inspirando e
transformando os corações das pessoas em todo o mundo.