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sexta-feira, 29 de setembro de 2023

3 mitos muito difundidos sobre a Idade Média

Pintura retrata jardim medieval (Public Domain)

Por Daniel R. Esparza

Rotular dez séculos de história como "trevas" é uma avaliação subjetiva que não faz jus à complexidade e à diversidade da sociedade medieval.

Circulam entre o público em geral ideias muito equivocadas sobre a Idade Média. Abrangendo os séculos V a XV, estes mil anos de muita história são frequentemente reduzidos ao simplista e depreciativo rótulo de “Idade das Trevas”. Este reducionismo surgiu durante a Renascença e foi amplamente influenciado por autores, artistas e pensadores que queriam destacar as diferenças entre os séculos passados e a sua própria época – que eles entendiam como um renascimento da cultura clássica grega e romana.

É importante observar, porém, que etiquetar dez séculos de história como “trevas” é uma avaliação subjetiva, fortemente influenciada por preconceitos, e não faz jus à complexidade e à diversidade da sociedade medieval, especialmente porque um período tão longo não pode ser sintetizado numa categoria única.

É essencial reconhecer que este retrato negativo da Idade Média foi, em grande medida, um exagero.

Os pensadores da Renascença tendiam a idealizar a antiguidade, vendo-a como uma época de ouro de sabedoria e refinamento cultural – o que não era necessariamente o caso. Em contraste, viam a Idade Média como um período de estagnação intelectual, dogmatismo religioso e atraso social, fechando os olhos ao fato – evidente – de que o Renascimento não surgiu do nada.

Com base numa lista publicada pelo portal Medievalists.net, desmascaramos a seguir três mitos muito difundidos sobre a Idade Média.

1 | Os medievais achavam que a Terra era plana?

Não. O portal Medievalists.net explica que “praticamente todos os estudiosos medievais acreditavam que o mundo era redondo”. O estudioso iraniano Al-Biruni (973–1048), por exemplo, chegou a calcular o raio da Terra usando a matemática – e a sua estimativa errou apenas em 31 quilômetros. Quem pode ser responsabilizado por espalhar esta generalização falsa sobre a Idade Média é o escritor americano Washington Irving. Em 1828, ele escreveu “Uma História da Vida e das Viagens de Cristóvão Colombo“, que, embora tenha um título de aparência biográfica, é altamente ficcional. “Uma das seções inventadas”, explica o Medievalists.net, “traz os chamados ‘especialistas’ afirmando que o mundo é plano”.

2 | Os teólogos medievais discutiam quantos anjos caberiam na cabeça de um alfinete?

Talvez você já tenha ouvido a expressão “discussão bizantina” em referência a debates sobre assuntos fúteis, nos quais nenhum lado consegue provar as suas afirmações. Um exemplo notório seria o da discussão sobre “quantos anjos cabem na cabeça de um alfinete” – e um mito popular, bastante difundido, afirma que os pensadores medievais realmente discutiam a sério sobre esse tipo de especulação. “No entanto”, explica o Medievalists.net, “não existe nenhum exemplo de estudioso medieval que tenha realmente escrito sobre este assunto”. Muito provavelmente, a afirmação foi inventada como forma de zombar dos teólogos medievais.

3 | Os medievais só bebiam vinho e cerveja?

Durante a Idade Média, a cerveja era considerada uma espécie de “pão líquido”, adequado tanto para monges quanto para leigos, e fazia parte, de fato, da alimentação diária – inclusive de crianças. Era mais barato e mais saudável do que a água e o leite, frequentemente contaminados e, portanto, transmissores de uma ampla variedade de doenças infecciosas. Neste cenário, o processo de fabricação da cerveja a tornava uma alternativa mais segura. No entanto, isto não significa que as pessoas não bebessem água. É verdade que, como explica Peter Konieczny, mesmo que a disponibilidade e a qualidade da água potável variassem conforme fatores diversos, sobretudo a localização, a água ainda era a bebida mais consumida por pessoas de todas as classes sociais na Idade Média. Estava disponível em poços, nascentes, rios e mesmo na captação direta da água da chuva. Nas áreas urbanas, era frequente o recurso a poços comunitários; nas rurais, as pessoas recorriam diretamente a riachos e rios. Em muitas regiões do mundo, é possível que haja mais problemas de acesso à água potável hoje em dia do que na Idade Média.

A lista de mitos publicada pelo Medievalists.net inclui mais 17 itens. Você pode encontrar todos eles aqui (em inglês).

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Publicação da terceira edição do Missal Romano

Missal Romano - 3ª edição (cnbb)

PUBLICAÇÃO DA TERCEIRA EDIÇÃO TÍPICA DO MISSAL ROMANO CHEGA A DIOCESES DO NORTE E NORDESTE

Arquidioceses e dioceses dos regionais Nordeste 4 (Piauí); Nordeste 5 (Maranhão); Norte 1 (Amazonas e Roraima) já receberam exemplares da terceira edição típica do Missal Romano lançado oficialmente pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no dia 19 de setembro. Mais de 10 mil exemplares do livro litúrgico foram enviados pela Edições CNBB para as duas regiões do país.

No último domingo, 24 de setembro, os fiéis do Santuário de São Benedito, em Pedreiras (MA), no regional Nordeste 5 da CNBB, conheceram o novo missal apresentado durante as celebrações na comunidade. Ainda no Nordeste, a diocese de Campo Maior, no Piauí – regional Nordeste 4 da CNBB, também recebeu exemplares do livro litúrgico. Foi a primeira das 8 dioceses do regional.

Os regionais Norte 1 (Amazonas e Roraima) e Norte 2 (Pará) também já começaram a fazer a distribuição da terceira edição típica do Missal Romano, que oficialmente passará a ser usados em todas as celebrações, a  partir do primeiro domingo do Advento. As dioceses de Alto Solimões, Parintins, São Gabriel da Cachoeira, a prelazia de Itacoatiara e Roraima já estão de posse do novo livro litúrgico. Assim como a arquidiocese de Belém – que se prepara pra vivenciar a maior festa religiosa do estado, o Círio de Nazaré.

Prazo para adotar a nova edição

Durante a 60ª, realizada em abril deste ano, os bispos decidiram que o prazo obrigatório para todas as comunidades estarem usando o novo Missa Romano é o primeiro domingo do Advento, este ano 3 de dezembro. Na cerimônia de lançamento, dia 19, o secretário-geral e presidente da Edições CNBB, dom Ricardo Hoepers, apresentou a estratégia e o processo logístico pensando para fazer o missal chegar a todas as dioceses do Brasil até terceiro domingo do Advento

A expectativa da Edições CNBB é que até meados de outubro ou no máximo no início de novembro, todas as dioceses do Brasil já tenham em mãos os exemplares que foram encomendados junto ao departamento comercial da editora. E a Edições CNBB continua recebendo novas encomendas do Missal.

Sobre o Missal Romano

O processo de tradução levou 19 anos de trabalho. A jornada começou após a promulgação, em 2002, pelo Papa João Paulo II, da nova edição típica. Desde então, foram anos de intenso trabalho de tradução, revisão e aprovação do conteúdo do Missal, coordenados pela Comissão Episcopal para os Textos Litúrgicos (Cetel).

A terceira edição típica do Missal Romano foi aprovada pelos bispos na 59ª Assembleia Geral da CNBB e encaminhada ao Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos em dezembro de 2022. A confirmação da Santa Sé foi publicada no dia 17 de março deste ano.

A Comissão Episcopal para a Liturgia, a Edições CNBB e a Assessoria de Comunicação da CNBB prepararam um hot site onde é possível acessar textos, vídeos, notícias e formação sobre a terceira edição típica do Missal. Para acessar: missalromano.com.br

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Arcanjos São Miguel, São Gabriel e São Rafael

São Miguel, São Gabriel e São Rafael (Public Domain)

29 de setembro

Por Clarissa Oliveira - Aleteia Vaticano - publicado em 29/09/14

A palavra “anjo” indica o ofício, não a natureza. Aqueles que anunciam fatos menores são ditos anjos; os que levam as maiores notícias, arcanjos.

O dia 29 de setembro é dedicado aos três arcanjos. São Miguel, São Gabriel e São Rafael representam a alta hierarquia dos anjos-chefes, o seleto grupo dos sete espíritos puros que atendem ao trono de Deus e são seus “mensageiros dos decretos divinos”, aqui na Terra. 

São Miguel é considerado o príncipe guardião e guerreiro, defensor do trono celeste e do Povo de Deus. Fiel escudeiro do Pai Eterno, chefe supremo do exército celeste e dos anjos fiéis a Deus, Miguel é o arcanjo da justiça e do arrependimento, padroeiro da Igreja Católica. Costuma ser de grande ajuda no combate contra as forças maléficas. É citado três vezes na Sagrada Escritura. O seu culto é um dos mais antigos da Igreja. 

São Gabriel é o arcanjo anunciador, por excelência, das revelações de Deus e é, talvez, aquele que esteve perto de Jesus na agonia entre as oliveiras. Padroeiro da diplomacia, comumente está associado a uma trombeta, indicando que é aquele que transmite a Voz de Deus, o portador das notícias. Além da missão mais importante e jamais dada a uma criatura, que o Senhor confiou a ele: o anúncio da encarnação do Filho de Deus. Motivo que o fez ser venerado, até mesmo no islamismo.

São Rafael teve a função de acompanhar o jovem Tobias, personagem central do livro Tobit, no Antigo Testamento, em sua viagem, como seu segurança e guia. Foi o único que habitou entre nós. Guardião da saúde e da cura física e espiritual, é considerado, também, o chefe da ordem das virtudes. É o padroeiro dos cegos, médicos, sacerdotes e, também, dos viajantes, soldados e escoteiros.

Igreja Católica considera esses três arcanjos poderosos intercessores dos eleitos ao trono do Altíssimo. Durante as atribulações do cotidiano, eles costumam aconselhar-nos e auxiliar, além, é claro, de levar as nossas orações ao Senhor, trazendo as mensagens da Providência Divina.

“Os anjos nos defendem. Defendem o homem e defendem o Homem-Deus, o Homem superior, Jesus Cristo que é a perfeição da humanidade, o mais perfeito. Por isso a Igreja honra os anjos, porque são aqueles que estarão na glória de Deus – estão na glória de Deus – porque defendem o grande mistério escondido de Deus, ou seja, que o Verbo se fez carne.” (Papa Francisco, 29 de setembro).

Das Homilias sobre os Evangelhos, de São Gregório Magno, papa
(Hom. 34,8-9:PL76,1250-1251. Séc.VI)

É preciso saber que a palavra anjo indica o ofício, não a natureza. Pois estes santos espíritos da pátria celeste são sempre espíritos, mas nem sempre podem ser chamados anjos, porque somente são anjos quando por eles é feito algum anúncio. Aqueles que anunciam fatos menores são ditos anjos; os que levam as maiores notícias, arcanjos.

Foi por isto que à Virgem Maria não foi enviado um anjo qualquer, mas o arcanjo Gabriel; para esta missão, era justo que viesse o máximo anjo para anunciar a máxima notícia.

Por este motivo também a eles são dados nomes especiais para designar, pelo vocábulo, seu poder na ação. Naquela santa cidade, onde há plenitude da ciência pela visão do Deus onipotente, não precisam de nomes próprios para se distinguirem uns dos outros. Mas quando vêm até nós para cumprir uma missão, trazem também entre nós um nome derivado desta missão. Miguel significa: “Quem como Deus?”; Gabriel, “Força de Deus”; e Rafael, “Deus cura”.

Todas as vezes que se trata de grandes feitos, diz-se que Miguel é enviado, porque pelo próprio nome e ação dá-se a entender que ninguém pode por si mesmo fazer o que Deus quer destacar. Por isto, o antigo inimigo, que por soberba cobiçou ser igual a Deus, dizendo: Subirei ao céu, acima dos astros do céu erguerei meu trono, serei semelhante ao Altíssimo (cf. Is 14,13-14), no fim do mundo, quando será abandonado às próprias forças para ser destruído no extremo suplício, pelejará com o arcanjo Miguel, como diz João: Houve uma luta com Miguel arcanjo (Ap 12,7). A Maria é enviado Gabriel, que significa “Força de Deus”. Vinha anunciar aquele que se dignou aparecer humilde para combater as potestades do ar. Portanto devia ser anunciado pela força de Deus o Senhor dos exércitos que vinha poderoso no combate.

Rafael, como dissemos, significa “Deus cura”, porque ao tocar nos olhos de Tobias como que num ato de cura, lavou as trevas de sua cegueira. Quem foi enviado a curar, com justiça se chamou “Deus cura”.

Oração: Ó Deus, que organizais de modo admirável o serviço dos Anjos e dos homens, fazei que sejamos protegidos na terra por aqueles que vos servem no céu.

O combate de Miguel com o Dragão

“Apareceu no céu um grande sinal: uma mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas. Estava grávida e gritava em dores de parto, atormentada para dar à luz. Então apareceu outro sinal no céu: um grande Dragão, cor de fogo. Tinha sete cabeças e dez chifres e, sobre as cabeças, sete coroas. Com a cauda, varia a terça parte das estrelas do céu, atirando-as sobre a terra. O Dragão parou diante da Mulher que estava para dar à luz, pronto para devorar o seu Filho, logo que nascesse. E ela deu à luz um filho homem, que veio para governar todas as nações com cetro de fero. Mas o Filho foi levado para junto de Deus e do seu trono. A mulher fugiu para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um lugar, para que aí fosse alimentada durante mil e duzentos e sessenta dias.

Houve então uma batalha no céu: Miguel e seus anjos guerrearam contra o Dragão. O Dragão lutou juntamente com os seus anjos, mas foi derrotado, e não se encontrou mais o seu lugar no céu. E foi expulso o grande Dragão, a antiga Serpente, que é chamado Diabo e Satanás, o sedutor do mundo inteiro. Ele foi expulso para a terra, e os seus anjos foram expulsos com ele. Ouvi então uma voz forte no céu, proclamando:

‘Agora realizou-se a salvação, a força e a realeza do nosso Deus, e o poder do seu Cristo. Porque foi expulso o acusador dos nossos irmãos, aquele que os acusava dia e noite diante do nosso Deus.
Eles venceram o Dragão pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu próprio testemunho, pois não se apegaram à vida, mesmo diante da morte. Por isso, alegra-te, ó céu, e todos os que viveis nele. Mas ai da terra e do mar, porque o Diabo desceu para o meio de vós e está cheio de grande furor; pois sabe que lhe resta pouco tempo.’ Quando viu que tinha sido expulso para a terra, o Dragão começou a perseguir a Mulher que tinha dado à luz o menino. A Mulher recebeu as duas asas da grande águia e voou para o deserto, para o lugar onde é alimentada, por um tempo, dois tempos e meio tempo, bem longe da Serpente. A Serpente, então, vomitou como um rio de água atrás da Mulher, a fim de a submergir. A terra, porém, veio em socorro da Mulher: abriu a boca e engoliu o rio que o Dragão tinha vomitado.
Cheio de raiva por causa da Mulher, o Dragão começou a combater o resto dos filhos dela, os que observam os mandamentos de Deus e guardam o testemunho de Jesus.” (Jo 12,1-17).

Fonte: https://pt.aleteia.org/

quinta-feira, 28 de setembro de 2023

Do Sermão sobre os pastores, de Santo Agostinho, bispo

Jesus, o Bom Pastor (Catequese Católica)

Do Sermão sobre os pastores, de Santo Agostinho, bispo

(Sermo 46,24-25.27:CCL41,551-553)                   (Séc.V)

Em boas pastagens apascentarei minhas ovelhas

E as retirarei dentre as nações, reuni-las-ei de todos os lugares e as conduzirei para sua terra e as apascentarei sobre os montes de Israel (Ez 34,13). Ele criou os montes de Israel; são os autores das divinas Escrituras. Alimentai-vos ali onde com segurança encontrareis alimento. Que vos cause gosto tudo quanto dali ouvirdes; aquilo que lhe é estranho, rejeitai. Não vagueeis no meio do nevoeiro; ouvi a voz do pastor. Reuni-vos nos montes da Sagrada Escritura. Aí se acham as delícias de vosso coração; aí, nada de venenoso, nada de contrário; são pastagens fertilíssimas. Vinde, somente vós, sadias, nutri-vos nos montes de Israel.


E nas nascentes e em todo lugar habitado da terra (Ez 34,13 Vulg.). Dos montes a que nos referimos brotaram as nascentes da pregação evangélica, quando por toda a terra se difundiu sua voz (cf. Sl 18,5). E toda a terra habitada se tornou amena e fecunda para alimento das ovelhas.


Em boas pastagens e nos altos montes de Israel as apascentarei. E ali estarão colocados seus redis (Ez 34,14), quer dizer, onde irão descansar, onde dirão: “Como é bom aqui”, onde dirão: “É verdade, está tudo claro, não fomos enganadas”. Repousarão na glória de Deus, como em seu redil. E dormirão, isto é, repousarão, em grandes delícias.


Em férteis campos serão apascentadas sobre os montes de Israel (Ez 34,14). Já falei dos montes de Israel, dos bons montes para onde erguemos os olhos para daí nos vir auxílio. Mas o nosso auxílio vem do Senhor, que fez o céu e a terra (cf. Sl 123,8). Por isso, para que nem mesmo nos bons montes esteja nossa esperança, tendo dito: Apascentarei minhas ovelhas sobre os montes de Israel, e para que tu não te fixes nos montes, acrescenta logo: Eu apascentarei minhas ovelhas. Ergue os olhos para os montes, donde te virá auxílio, mas presta atenção ao que te diz: Eu apascentarei. Pois teu auxílio vem do Senhor que fez o céu e a terra.


Termina assim: E as apascentarei com justiça (Ez 34,16). Reparai que só ele apascenta desse modo, aquele que apascenta com justiça. Que pode um homem julgar acerca de outro homem? Tudo está repleto de juízos temerários. Aquele de quem desesperávamos, de repente se converte e se torna ótimo. De quem muito esperávamos, subitamente fraqueja e se faz péssimo. Nem nosso temor é seguro, nem certo nosso amor. 

Aquilo que cada homem é hoje, mal sabe ele próprio. No entanto, é alguma coisa hoje. O que será amanhã, nem ele o sabe. Portanto, é só Ele quem apascenta com justiça, restituindo a cada um o que é seu: a estas, umas coisas; àquelas, outras. Dando o devido a cada uma, isto ou aquilo. Pois sabe o que faz. Apascenta com justiça aqueles que redimiu ao ser justiçado. Apascenta, portanto, com justiça.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

O padre e a atividade política

O padre e a atividade política (Presbíteros)

O padre e a atividade política

Escrito por Pedro Maria Reyes Vizcaíno.

O sacerdote, como pessoa consagrada a Cristo e chamada a identificar-se de modo especial com o Senhor, tem a função especial de levar a luz do Evangelho aos seus semelhantes (cf. Decreto Presbyterorum Ordinis, no 2). Testemunhas das realidades terrenas, não podem permanecer alheias às questões humanas; têm, portanto, a obrigação específica de não se conformar com este mundo (cf. Ibidem, no 3). Devido à sua especial dedicação às coisas divinas, devem ser particularmente sensíveis às injustiças deste mundo, à pobreza e a outros males sociais (cf. Ibidem, no 6). Os Bispos, além disso, devem mostrar-se especialmente dispostos “a conhecer bem as necessidades [dos fiéis], as condições sociais em que vivem, recorrendo aos meios adequados, especialmente à investigação social. Preocupem-se com todos, qualquer que seja a sua idade, condição, nacionalidade, quer sejam naturais do país, estrangeiros ou forasteiros” (Decreto Christus Dominus, 16).

Muitas vezes a caridade levará o sacerdote a ajudar ativamente a luta contra alguma situação de injustiça no seu meio; nisto a Igreja Católica ao longo da história oferece um vasto leque de exemplos, desde a criação de hospitais para os mais necessitados, à direção de escolas e centros de ensino para pessoas sem recursos, à constituição de cooperativas de trabalho em regiões desfavorecidas, Organizações Não Governamentais para o desenvolvimento, etc.

Ao mesmo tempo, deve-se ter em mente que a ordem justa é a tarefa primordial da atividade política (cf. Bento XVI, Encíclica Deus Caritas Est, no 28); de fato, “aqui política e fé se encontram” (Ibidem, no 28).

Entretanto, não é missão da Igreja dar respostas concretas aos problemas sociais de cada momento ou de cada lugar, pois essa é a missão do Estado. “Uma sociedade justa não pode ser obra da Igreja, mas da política” (Ibidem no 28). A Igreja pode ajudar de muitas maneiras a alcançar os objetivos da justiça social através de orientações morais, da difusão da Doutrina Social da Igreja ou da sensibilização das consciências para os graves problemas da sociedade. Mas ela não deve empreender por conta própria o processo político de alcançar a sociedade mais justa possível. A Igreja não pode e não deve substituir o Estado.

É missão dos leigos transformar as estruturas temporais da sociedade: cabe a eles “iluminar e organizar todos os assuntos temporais com os quais estão intimamente ligados, para que sejam continuamente realizados segundo o espírito de Jesus Cristo e se desenvolvam e sejam para a glória do Criador e Redentor” (Const. Docm Lumen Gentium, 31). Faz parte da vocação específica dos leigos “descobrir ou conceber os meios pelos quais as exigências da doutrina e da vida cristã possam permear as realidades sociais, políticas e econômicas” (Catecismo da Igreja Católica, no 899).

Os fiéis leigos atuarão de acordo com sua competência pessoal e, no uso de sua liberdade, proporão – juntamente com outros cidadãos, católicos ou não católicos – várias soluções para os problemas sociais e políticos de seu tempo. Essas soluções serão oferecidas à sociedade sob sua própria responsabilidade. Nenhum fiel pode atribuir a si mesmo ou a seu programa político a exclusividade da doutrina da Igreja. É normal que muitas soluções possam ser legitimamente encontradas para o mesmo problema. A Igreja, como tal, não prefere nenhuma solução política dentre as propostas pelos cidadãos. O direito da Igreja permanece, no entanto, de “emitir o seu juízo moral, mesmo em matéria de ordem política, quando os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas o exigem, utilizando todos e somente os meios que estão em conformidade com o Evangelho e o bem de todos, segundo a diversidade dos tempos e das situações” (Constituição Pastoral Gaudium et Spes, no 76). Esse julgamento normalmente será negativo, no sentido de indicar que uma determinada doutrina política é contrária ao ensinamento da Igreja: os dois exemplos mais conhecidos são a condenação do nazismo (Pio XI, Encíclica Mit Brenender Sorge) e do comunismo (Pio XI, Encíclica Divini Redemptoris) em 1937. Esses julgamentos morais, quando emitidos, não devem ser entendidos como uma interferência na legítima liberdade dos católicos ou na organização do Estado, mas como uma orientação moral para os leigos que os ajuda em sua missão de transformar as estruturas temporais à luz da doutrina do Evangelho.

O sacerdote ou clérigo que pretende tomar parte ativa na vida política está, em certo sentido, traindo sua vocação particular, pois “não são do mundo, segundo a palavra do Senhor nosso Mestre” (Decreto Presbyterorum Ordinis, no 17). Os sacerdotes “são promovidos para servir a Cristo, Mestre, Sacerdote e Rei” Ibidem, no 1), e sua principal missão é oferecer sacrifícios e perdoar os pecados e desempenhar publicamente, em nome de Cristo, a função sacerdotal em favor dos homens (cf. Ibidem, no 2). Os sacerdotes servem ao povo cristão desempenhando suas funções ministeriais da melhor forma possível; o povo precisa de sacerdotes dedicados às suas funções, não de sacerdotes que busquem ocupar o espaço dos leigos. “Por essa razão, Deus consagra os sacerdotes, por meio do ministério dos Bispos, para que, participando de modo especial do sacerdócio de Cristo na celebração das coisas sagradas, atuem como ministros” de Cristo (Ibidem, 5). O povo cristão precisa de sacerdotes santos, que ofereçam o sacrifício de Cristo em plena união com seu mestre.

Se isto pode ser dito dos sacerdotes, é ainda mais verdadeiro para os Bispos, “colocados pelo Espírito Santo no lugar dos Apóstolos como pastores de almas” (Decreto Christus Dominus, no 2) e cuja missão principal é ensinar, santificar e governar. Sua atenção deve ser estendida a todos os fiéis confiados ao seu ministério, e também a todas as pessoas, inclusive aos não católicos (cf. Ibidem, no 11).

Não se deve esquecer que “os sagrados Pastores, na medida em que se dedicam ao cuidado espiritual do seu rebanho, de fato, cuidam também do bem e da prosperidade civil, unindo para isso o seu trabalho efetivo às autoridades públicas, em razão do seu ministério, e como convém aos Bispos, e aconselhando a obediência às leis justas e o respeito às autoridades legitimamente constituídas” (Ibidem, no 19). Da dedicação dos Bispos e sacerdotes ao ministério para o qual foram nomeados, portanto, resulta um duplo benefício para a sociedade:

a) A divulgação da doutrina da Igreja ajuda mais cidadãos a buscar a justiça na sociedade civil. Os cidadãos católicos têm um motivo a mais do que os outros cidadãos para buscar a justiça social, que é a fidelidade à sua fé religiosa, que para eles também é um motivo forte.

b) A difusão da doutrina da Igreja, que é eminentemente espiritual, é um bem em si para a sociedade. Nenhum poder civil pode negligenciar a dimensão espiritual dos cidadãos; com pleno respeito à liberdade religiosa – e, portanto, sem preferir uma confissão religiosa em detrimento de outras – é do interesse do Estado que os cidadãos tenham uma vida espiritual, porque toda a dimensão da personalidade humana se completa.

O Estado não pode proibir um bispo ou um padre de participar da vida política, pois isso seria uma discriminação intolerável de uma pessoa por motivos religiosos, o que seria radicalmente contrário à Declaração Universal dos Direitos Humanos (cf. Assembleia Geral das Nações Unidas, Declaração Universal dos Direitos Humanos de 10 de dezembro de 1948, arts. 2 e 18). Os clérigos se abstém de participar da vida política de forma voluntária perante a autoridade civil, embora em seu íntimo o motivo para fazê-lo seja a obediência à autoridade eclesiástica e a consideração pela excelência de sua vocação.

Portanto, por meio da dedicação dos Bispos ao seu ministério espiritual, o clero – Bispos e sacerdotes – promovem o desenvolvimento da sociedade civil sem que seja necessário ou desejável que eles tomem parte ativa na vida política.

Ao se absterem de participar ativamente da vida política, não fazem outra coisa senão imitar o Senhor, que se recusou a ser declarado rei por seus concidadãos (cf. Jo 6, 15). Jesus se proclamou rei diante de Pôncio Pilatos (cf. Mt 27, 11, 14), embora soubesse que suas respostas diante do procurador romano poderiam levá-lo à morte (Jo 19, 10). Essa aparente contradição é resolvida ao se considerar que o reino do Senhor não é deste mundo (Jo 18,36). Essa doutrina fica clara no episódio do tributo a César: “Dai a César o que é de César e dai a Deus o que é de Deus” (Mc 12, 13-17); também na resposta ao homem que lhe pediu que intercedesse para que seu irmão dividisse com ele sua herança: “Quem me constituiu juiz ou árbitro entre vós? Pode-se notar que, nesse episódio, talvez o questionador estivesse certo em sua afirmação. O Senhor, entretanto, reafirma sua doutrina de que seu reino não é deste mundo e prefere não julgar essa questão.

O clero, portanto, ao abster-se de intervir ativamente em atividades políticas, imita o exemplo do Senhor, que se recusou a intervir nessas mesmas questões, tendo mais razão do que qualquer outra pessoa, pois ele é o Criador do Universo e, no dia da Parusia, ele virá como juiz.

Fonte: https://presbiteros.org.br/

Duas semanas após receber o batismo, Ronaldo se casa na Igreja Católica

Celina Locks via Instagram

Por Ricardo Sanches

"Íntima celebração religiosa" aconteceu em um igreja centenária de Ibiza.

O ex-jogador de futebol Ronaldo Nazário, o Ronaldo Fenômeno, voltou à Igreja menos de duas semanas depois de ser batizado. Desta vez, o craque recebeu o sacramento do matrimônio.

Ronaldo se casou com a modelo Celina Locks em Ibiza, na Espanha, na segunda-feira, 25 de setembro de 2023. Nas redes sociais, o casal postou uma foto com a seguinte legenda: “Hoje reunimos nossas famílias para uma íntima celebração religiosa 🤍…”

A igreja

A cerimônia aconteceu na igreja do vilarejo de Es Cubells, em Ibiza. A igreja, que é dedicada à Virgem do Carmo, fica no topo de um penhasco e foi fundada em 1864 por um frade eremita, o Beato Francisco Palau.

Hoje, a localização da igreja simples, mas bonita (e com vista para o mar), tornou-se um local pitoresco para casamentos, proporcionando um belo início de vida conjugal.

Enfim, não há dúvida de que o lendário jogador de futebol teve um passado polêmico em relação aos seus relacionamentos. Mas esperamos que, desta vez, com uma fé renovada em Deus, essa união dure a vida inteira.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Senhor, que a força da tua palavra faça renascer a minha fé!

Artigo semanal (caravaggio)

SENHOR, QUE A FORÇA DA TUA PALAVRA FAÇA RENASCER A MINHA FÉ!

Dom José Gislon
Bispo Diocesano de Caxias do Sul

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Na “Palavra” Deus se revela, e ela é uma semente que tem a força para germinar sob o terreno árido, pedregoso e sombrio da história e da existência humana.

Podemos ser cristãos por tradição, sem ter a paixão no coração para conhecer e se comprometer com Jesus, Mestre e Senhor da nossa vida. O comprometer-se vai muito além da tradição, requer convicção na fé que professamos. E isto faz a diferença no nosso modo de viver e testemunhar a fé, nos passos da nossa vida. Quando assumimos o compromisso de anunciá-lo ao mundo, então nos tornamos discípulos e missionários do Senhor Jesus. Aceitamos, em nome da fé que professamos, a missão de “Anunciar o Evangelho e doar a própria vida”, como nos fala São Paulo na primeira carta aos Tessalonicenses (1Ts 2,7-8).

O discípulo e missionário do Senhor não ensina apenas o que sabe sobre o Mestre, mas alimenta-se de uma profunda comunhão com Ele. Deve aprender a colocar-se à escuta do Mestre, muitas vezes no silêncio, para deixar que ele lhe fale ao coração. Precisamos ter presente que no coração da revelação divina existe “uma constante união entre Palavra divina e palavra humana, entre Verbo e carne, entre eternidade e tempo, entre infinito e espaço humano, entre Deus e o homem”.

O projeto de amor de Deus revelado na Sagrada Escritura não foi pensado para ser vivido por anjos nos céus, mas por homens e mulheres, seres humanos com todas as suas forças e fragilidades, que caminham no tempo e constroem uma história feita de amor, comunhão e misericórdia entre Deus e a humanidade.

Num mundo onde vivemos correndo atrás de compromissos, parece não soar bem a atitude de parar para se colocar à escuta do Senhor, que nos fala através da sua Palavra. São Francisco de Assis dizia aos seus companheiros que devemos aprender com as pedras o valor do silêncio. É importante o silêncio da boca, para aprender a valorizar o silêncio do coração, que guarda a Palavra, para aprender a falar depois, com a Palavra de Deus.

Quando uma pessoa aprende a escutar de forma assídua e pessoal a Palavra de Deus, se torna capaz de escutar a si mesmo, a realidade, a história e o outro. Quando aprendermos a escutar a realidade e a história, poderemos através delas reconhecer os sinais da presença de Deus, e a discernir a sua vontade para com cada um de nós.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

O Sínodo, história e rostos de uma instituição

Foto de arquivo: uma sessão do Sínodo dos Bispos (Vatican Media)

No L'Osservatore Romano, um artigo repercorre a evolução da assembleia dos bispos, desde a ideia inicial de Paulo VI, há cerca de 60 anos, à nova concepção de Francisco, até a chegada da próxima assembleia em outubro.

por Giacomo Costa

O Sínodo dos Bispos nasceu em 1965 por iniciativa de Paulo VI que, no "motu próprio" Apostolica Sollicitudo, o definiu como "um conselho permanente de Bispos para a Igreja universal". Assim, ele implementou uma solicitação formulada pelo Concílio, que naquela época estava quase no fim, especialmente durante o debate sobre a colegialidade. Desde então, Paulo VI estava ciente de que o Sínodo mudaria com o tempo. De fato, no "motu próprio" ele escreveu: "Como toda instituição humana, com o passar do tempo ele será aperfeiçoado".

A evolução do Sínodo andou de mãos dadas com a recepção progressiva do Concílio, em particular com a visão eclesiológica na qual está enraizada a relação entre o povo de Deus, o colégio dos bispos e o Bispo de Roma. O Papa Francisco dá expressão a isso, refletindo sobre a dimensão sinodal constitutiva da Igreja por ocasião do quinquagésimo aniversário da instituição do Sínodo (2015): "Uma Igreja sinodal é uma Igreja da escuta, [...] uma escuta mútua na qual cada um tem algo a aprender". Povo fiel, Colégio episcopal, Bispo de Roma: um ouvindo o outro; e todos ouvindo o Espírito Santo".

Em 2018, a constituição apostólica Episcopalis communio prossegue na linha de aperfeiçoar o Sínodo: de um evento pontual - uma assembleia de bispos dedicada a tratar de uma questão - o transforma em um processo articulado em várias etapas, no qual toda a Igreja e todos na Igreja são convidados a participar. É sobre essa base renovada que foi concebido o processo do Sínodo 2021-2024, intitulado Por uma Igreja Sinodal. Comunhão, participação, missão. Isso explica sua articulação, que é muito mais complexa do que a dos sínodos anteriores.

Em primeiro lugar, esta previu uma longa fase de consulta e escuta do povo de Deus em todas as Igrejas do mundo, que ocorreu em várias etapas: começou em nível local (paroquial e depois diocesano), depois passou para o das conferências episcopais nacionais e terminou com o nível continental. Nesse processo, a escuta se tornou uma oportunidade de encontro e de diálogo, dentro de cada Igreja local e entre elas, especialmente entre as que pertencem à mesma região, e também em nível de Igreja universal, graças também aos estímulos do Documento preparatório e do Documento de trabalho para a etapa continental, elaborados pela Secretaria Geral do Sínodo, em particular, com base nos elementos colhidos na escuta do povo de Deus.

A dinâmica eclesial em nível continental, que esse sínodo enfatiza fortemente, também encontra inspiração no Concílio, particularmente no decreto Ad gentes, que afirma no n. 22: "É, portanto, desejável, para não dizer sumamente conveniente, que as conferências episcopais se reúnam dentro de cada vasto território sociocultural, a fim de poderem realizar esse plano de adaptação em plena harmonia entre si e na uniformidade das decisões".

A fase de discernimento, tarefa que cabe em primeiro lugar aos pastores, acentua também o seu caráter processual, graças ao fato de que a XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos será realizada em duas sessões, intercaladas com um tempo para os devidos aprofundamentos e, sobretudo, para interpelar novamente o Povo de Deus. A maior articulação do processo não pode deixar de reverberar na composição da assembleia sinodal. Ela mantém seu caráter episcopal fundamental, já que três quartos de seus membros são bispos. A eles se juntam sacerdotes e diáconos, religiosos e religiosas, leigos e leigas, escolhidos entre aqueles que se comprometeram mais intensamente com as várias etapas do processo sinodal. Sua tarefa é justamente trazer o testemunho e a memória da riqueza desse processo para a assembleia responsável pelo discernimento. Reconhecendo a importância de seu serviço, damos espaço - nesta edição da Religio - às vozes de alguns deles.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Wenceslau

São Wenceslau (arquidiocesebh)

28 de setembro

São Wenceslau

Origens

Wenceslau nasceu em 907 na Boêmia, hoje República Checa. Era filho do Rei Wratislau, da Boêmia. Nasceu num lar dividido. Seu pai, o rei, era um homem de caráter e sábio. Sua mãe, chamada Draomira, já era uma mulher sem escrúpulos e queria ser a governante com plenos poderes. Wenceslau tinha um irmão chamado Boleslau. Este, herdou a maldade da mãe.

Educação cristã

Wenceslau herdou a fé e a bondade do pai. Além disso, foi criado por sua avó paterna chamada Ludmila. Esta avó era profundamente cristã e soube educar o neto no conhecimento de Deus e nas virtudes cristãs. Por isso, Wenceslau se tornou um homem reto com formação e caráter cristãos. Isso foi decisivo para o rumo que sua vida tomou.

Mãe anticristã

Antes de falecer, o rei Wratislau, sabendo da retidão de Wenceslau, transferiu para ele a herança do trono. Isto enfureceu a rainha Draomira, que almejava o poder. Ou, então, que o poder passasse para seu filho Boleslau, sem escrúpulos como ela. Como nada do que ela queria aconteceu, ela tomou o poder e começou a perseguir violentamente os cristãos com seus poderes de rainha. Seu primeiro ato foi fazer com que o cristianismo não fosse mais a religião oficial do reino.

Wenceslau assume

Os representantes provinciais do reino, porém, fizeram valer a vontade do rei. Eles depuseram  a rainha Ludmila e elevaram Wenceslau ao trono. Seu primeiro ato como rei foi restabelecer o cristianismo como religião oficial do reino, alegrando o coração da avó Ludmila. Quando a rainha Draomira soube disso, ficou enlouquecida e tramou a morte da sogra. Contratou assassinos que a mataram estrangulada enquanto rezava. Depois disso, ela começou a tramar a morte de seu filho, o agora rei Wenceslau.

Wenceslau e o reinado cristão

Como rei, São Wenceslau se destacou pela bondade e pelas virtudes cristãs. Em pouco tempo o povo passou a vê-lo como verdadeiro líder e um exemplo de vida. Ele pessoalmente se dedicava ao cuidado dos pobres, doentes e necessitados, levando a eles não só ajuda material, como também palavra de fé e esperança. Sua fama cresceu mais ainda quando, para evitar uma guerra e grande mortandade, ele propôs duelar pessoalmente com um duque chamado Radislau, opositor ferrenho de seu governo cristão.

Duelo

Os dois marcaram dia e hora e compareceram no campo de duelo. Radislau era um guerreiro mais experiente e atacou com sua lança. Os relatos narram que o duque iria ferir São Wenceslau de morte, dois anjos apareceram e ordenaram que ele parasse o ataque. O momento foi tão forte que o duque caiu do cavalo. Ao se levantar, já era um homem transformado. Naquele mesmo instante, pediu que o rei o perdoasse e jurou ser fiel a ele. São Wenceslau perdoou e o reino entrou numa era de paz. O povo passou a amar mais ainda ao rei Wenceslau.

Vingança da mãe e do irmão

Inconformados com o carisma e o sucesso de Wenceslau, Draomira e Boleslau planejaram mata-lo. Quando chegou o dia 28 de setembro de 929, ocorreu o batizado de um filho de Wenceslau. Num dado momento, quanto todos festejavam, o rei São Wenceslau foi à capela para rezar e agradecer. Foi, então, que Draomira avisou a Boleslau que a hora tinha chegado. Boleslau dirigiu-se à capela e matou o irmão a punhaladas no altar da capela. Foi uma tragédia que consternou todo o reino e países vizinhos.

Castigo

A rainha Draomira, porém, não teve tempo de aproveitar o trono roubado do filho, pois, dali a poucos dias, o trágico acidente tirou sua vida. E o irmão Boleslau não teve melhor sorte. Ele foi julgado e condenado por um imperador chamado Oton I.

Culto

O Corpo de São Wenceslau foi enterrado na Igreja de São Vito, na cidade de Praga. Desde então, o povo passou a venerá-lo como santo. Tanto que a Boêmia, a Polônia e a Hungria o adotaram como padroeiro. No Século XVIII aconteceu sua canonização e o dia 28 de setembro, dia de sua morte, ficou marcado como o dia de sua festa.

Oração a São Wenceslau

“Ó Deus, que destes a São Wenceslau a graça de seguir e viver vossa doutrina mesmo ocupando a posição de rei, dai a todos os que desempenham função de governo e liderança a mesma graça, para que o vosso povo possa viver em paz, praticando as virtudes cristãs e vivendo já neste mundo, a justiça do Reino dos Céus. Por nosso Senhor Jesus cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo, amém. São Wenceslau, rogai opor nós.”

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF