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sexta-feira, 2 de junho de 2023

Se eu fizer o que Deus quer, deixo de ser livre?

Pictrider | Shutterstock

Por Luisa Restrepo

Conhecer a vontade de Deus para nossa vida e entender o que significa cumpri-la nos faz valorizar mais o conceito de submissão.

Muitas vezes, falamos da necessidade de sermos dóceis à vontade de Deus, de nos deixarmos guiar pelo Espírito Santo… Mas, para muitos, surge a dúvida: fazendo isso, o homem não seria uma marionete nas mãos de Deus?  Onde estaria nossa responsabilidade e nossa liberdade?

O fato é que, quando decidimos seguir a Deus, fazemos um ato livre de aceitação de seu amor. Esse amor nos leva a entender que Ele nos conhece e quer a nossa felicidade.

Portanto, conhecer a vontade dele para nossa vida e entender o que significa cumpri-la nos faz valorizar mais o conceito de “submissão”.

1A SUBMISSÃO A DEUS NÃO FAZ DO HOMEM UMA MARIONETE

Deixar-se guiar por Deus e pelas inspirações do Espírito Santo não significa navegar no “piloto automático”, sem ter o que fazer.

Esse esforço dá lugar a todo um exercício da minha liberdade, responsabilidade, do meu espírito de iniciativa.

Torna-se uma cooperação com graça, uma cooperação que não suprime, mas usa todas as minhas faculdades humanas de vontade, inteligência, raciocínio, etc.

Depender de um ser humano pode ser uma limitação, se dependermos de Deus não seremos limitados: nele não há limites, Ele é infinito.

A única coisa que Deus “proíbe” é o que nos impede de sermos livres, o que impede a nossa realização como pessoas capazes de amar, de sermos pessoas amadas livremente e de encontrarmos a nossa felicidade no amor.

Sem dúvida, se eu me submeter à vontade de Deus, uma parte de mim vai se opor a ela. Essa é, precisamente, a parte negativa que me condiciona e limita e da qual posso libertar-me progressivamente com a ajuda da graça de Deus.

A experiência confirma: quem caminha com o Senhor e se deixa conduzir por Ele
experimenta um sentimento único de liberdade; seu coração não encolhe, não sufoca, mas, ao contrário, se expande e “respira” mais.

Deus é amor infinito, e Nele não há nada estreito ou reduzido, mas tudo é largo e amplo.

2A SOLUÇÃO REAL PARA O PROBLEMA

No plano filosófico, sempre haverá uma contradição entre nossa liberdade e a vontade divina. No final, tudo depende de como nos posicionamos diante de Deus.

A oposição entre nossa vontade e a vontade de Deus é resolvida se nosso relacionamento com Ele for um relacionamento de amor.

Se queremos que as contradições entre a vontade de Deus e a nossa liberdade sejam resolvidas, devemos pedir ao Espírito Santo a graça de amar mais a Deus, e o problema se resolverá.

Se nos afastarmos desta perspectiva de amor, se a nossa relação com Deus for
apenas uma relação do criador com a criatura, do senhor com o servo, então estas duas realidades – a da vontade de Deus e a da minha liberdade – estarão sempre em contradição.

Enfim, só o amor pode reduzir a contradição que existe entre duas liberdades; só o amor permite que duas liberdades se unam livremente.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

A oração do "Angelus Domini" (Anjo do Senhor)

Angelus Domini | Catequeses

A ORAÇÃO DO “ANGELUS DOMINI” (ANJO DO SENHOR)

Dom Aloísio Alberto Dilli
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)

Caros diocesanos. A geração pós-conciliar está habituada a ouvir que a liturgia é o cume para o qual tende a ação da Igreja e a fonte donde emana toda sua força (cf. SC 10), portanto, primeira e mais necessária fonte de espiritualidade, pois ela torna presente o mistério pascal na realidade da vida humana, mesmo não sendo a única forma de vida espiritual (cf. SC 12). Nos tempos pré-conciliares, à medida que a liturgia foi deixando de ser a principal fonte da vida cristã, distanciando-se dos fiéis pelo limite da língua latina e outros, o Povo de Deus, impedido de participar ativa, consciente, frutuosa e plenamente, como reflete o Concílio Vaticano II (cf. SC 11, 21, 30…), foi encontrando, a seu modo, outras formas para expressar a fé e a vivência de sua espiritualidade. Estas apareceram através da história e tornaram-se modalidades de externar, com simplicidade e fervor espiritual, ao lado ou junto da liturgia oficial, a fé e o amor às Pessoas da Trindade, a devoção aos santos e às santas – especialmente à Virgem Maria – e outras expressões penitenciais, de louvor e de súplica. A dificuldade de entender a oração litúrgica fez o povo recorrer a fórmulas mais simples, sensíveis e repetitivas de oração. Dentro desse contexto, surgiram o Angelus, o Rosário (terço), a Via-Sacra e outras formas de devoção popular.  

O Documento de Aparecida apresenta a piedade popular como verdadeiro lugar de encontro com o Senhor; sendo um precioso tesouro da Igreja católica latino-americana (cf. DAp 258-265): “É uma espiritualidade encarnada na cultura dos simples, que nem por isso é menos espiritual, mas que o é de outra maneira” (DAp 263). O Concílio Ecumênico Vaticano II propõe que as práticas de piedade popular sejam harmonizadas com o Ano litúrgico, a fim de que se inspirem na liturgia e a ela conduzam o povo cristão (cf. SC 13). Toda espiritualidade cristã deve ter como centro o Mistério pascal de Jesus Cristo. Portanto, as formas devocionais paralelas, ou as que sofreram desvios, sejam purificadas e reorientadas conforme as indicações da Igreja. 

Hoje abordamos a oração do Angelus Domini (Anjo do Senhor), que tem sua origem no contexto histórico, acima refletido. Constitui-se num pequeno Ofício Divino (Liturgia das Horas), de forma popular, inspirado na devoção de São Francisco de Assis pelo mistério da encarnação. Nele os três Salmos do Ofício são substituídos por três Ave-Marias, motivadas pelo mesmo número de antífonas, as quais recordam o evangelho da anunciação (cf. Lc 1, 26-39); seguindo o versículo e a oração final. No Angelus Domini contemplamos a atitude de fé da Virgem Maria, e igualmente nossa, diante do mistério da encarnação. A oração final do Angelus é uma síntese admirável que liga o mistério da encarnação ao mistério da Páscoa. Os fiéis são convidados pelo toque dos sinos a recitar esta oração de encontro com Cristo, por Maria, três vezes ao dia: de manhã, ao meio-dia e no entardecer, permeando o tempo diário com a oração. O Angelus contém extraordinária riqueza, pois em cada versículo do mesmo contemplamos a figura de Maria, integrada no plano salvífico, em profunda relação com a Palavra de Deus. Afirma Paulo VI sobre o Angelus Domini (Anjo do Senhor): “Sua estrutura simples, o caráter bíblico, … a abertura para o Mistério Pascal, … fazem com que ele, à distância de séculos, conserve inalterado o seu valor e intacto o seu frescor” (Marialis Cultus 41). É um belo exemplo de oração popular que não quebra a sua relação com o espírito da liturgia. Dela procede e a ela conduz. 

Concluímos com a invocação do rico versículo mariano do Angelus: “Rogai por nós, Santa Mãe de Deus – para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

7 erros sobre morte, inferno e demônio que não devemos cometer

The Temptation of Christ / Ary-Scheffer (Domínio Público)

REDAÇÃO CENTRAL, 28 Mai. 16 / 11:00 am (ACI).- Dada a complexidade da teologia católica sobre a natureza da morte, o inferno e o demônio, a lista a seguir, com base nas Sagradas Escrituras e no Magistério da Igreja, contém respostas para 7 erros recorrentes que os católicos devem evitar.

1. O demônio é um mero símbolo

Se isso fosse verdade, então Jesus deve ter se equivocado cada vez que falou do demônio em diferentes partes das Sagradas Escrituras. O diabo é real e anda ao redor, como leão que ruge procurando almas para devorar (1Pd 5,8). E, francamente, se é possível para um ser humano rejeitar Deus, por que é tão inconcebível que um anjo possa fazer o mesmo? Nessa existência, como na outra, os anjos e os seres humanos podem se alienar com Deus ou não (Dt 30,19).

2. Ao morrer, tornamo-nos anjos

Não, absolutamente não. O ser humano é diferente de um anjo e não pode se tornar um ser que não é.

Catecismo da Igreja Católica assinala no parágrafo 328 que existem anjos. No parágrafo 330, afirma que são seres puramente espirituais com inteligência e vontade. Também indica que são servidores e mensageiros de Deus.

Ao contrário de anjos, os seres humanos têm um corpo. O Catecismo assinala, no parágrafo 366, que a alma espiritual do homem foi criada por Deus e “não morre quando, na morte, se separa do corpo; e que se unirá de novo ao corpo na ressurreição final”.

3. É fácil determinar quem irá para o inferno

A competência da Igreja está em determinar quem está no céu, entretanto, ninguém sabe quem se encontra no inferno. Aqueles que morrem em estado de pecado mortal tem muito poucas opções disponíveis, no entanto, esta não é uma razão pela qual devemos ser ultrajantes ou triunfalistas em relação a eles. Pelo contrário, é importante orar por todos os pecadores, até mesmo os nossos piores inimigos para que se arrependam e voltem (Sab 1,13-15). Perdoem e serão perdoados (Mt 6,14, Lc 6,37). O juízo só pertence a Deus e a ninguém mais. Simplesmente não podemos conhecer o interior de outra alma e a verdadeira natureza de seu relacionamento com Deus.

4. Todos vão para o céu

O inferno existe e Jesus assegura várias vezes ao longo dos Evangelhos (Mt 7,13-14, Mt 8,12, Mc 9,43, Mt 13,41-42, 49-50, 48-49, Mt 22,13, Mt 25,46, Lc 12, 5, Jo 3,18). João também dedica uma longa passagem em Apocalipse (Ap 14,19-11; 19,3). Se todos vão para o céu, isso significa que Jesus estava errado ou era ignorante, o que é inaceitável.

5. Quem morre em estado de graça vai direto para o céu

Deixemos nas mãos de Deus, que tudo pode. É possível que alguns duvidem do Purgatório, mas as Sagradas Escrituras são muito claras acerca disso (2Mac 12,39-46, Mt 5,24-25., Hab 1,13, 1Co 3,11-15, Ap 21,27). O Purgatório existe como parte da economia salvífica. Além da Virgem Maria, há alguém entre nós puro o suficiente para estar diante de Deus? (Rom 3,10, 14,4, Dt 7,24, Js 23,9: 1Sam 6,20 Esd 10,13, Pr 27,4, Sl 76,7, 130,3, Na 1,6). Até mesmo os santos têm pecados que precisam ser expiados e o Purgatório é parte da infinita misericórdia de Deus, porque Ele não quer que qualquer um de nós morra, mas viva e se arrependa (2Pd 3,9).

6. As coisas ruins só acontecem com pessoas más

Cristo nos assegura pessoalmente que isso não faz sentido (Lc 13,1-5). Aos que chegaram com a notícia dos galileus que foram assassinados por Pilatos quando ofereciam sacrifícios a Deus, Ele respondeu: “Pensais vós que estes galileus foram maiores pecadores do que todos os outros galileus, por terem sido tratados desse modo? Não, digo-vos. Mas se não vos arrependerdes, perecereis todos do mesmo modo”.

Jesus também nos recorda que as melhores pessoas sofrem muito, no entanto, dá-nos ânimo ante as tribulações (Jo 16,33). Ele mesmo sofreu uma morte ignóbil depois de ser torturado. Sua Mãe, Maria, mulher concebida sem pecado, teve provações ao longo de sua vida que lhe causaram grande dor. Por que o resto de nós, pecadores, seremos poupados do sofrimento que Paulo nos diz em Colossenses 1,24?”. “Agora me alegro nos sofrimentos suportados por vós. O que falta às tribulações de Cristo, completo na minha carne, por seu corpo que é a Igreja”.

7. Podemos escolher que regras queremos obedecer

Temos o direito de questionar tudo, mas devemos aceitar o ensinamento da Igreja por completo. Se não, colocamo-nos acima da Igreja e da vontade de Deus. Jesus estabeleceu a Igreja, São Pedro como seu Vigário na terra e seus sucessores. Quem somos nós para acreditar que Deus se equivocou em suas decisões? (Jó 15,8) Como se pode contar com incrível autoridade para julgar a lei de Deus?

BÔNUS: O Concílio Vaticano II pode se desfazer ou ser ignorado

Impossível. Os 21 concílios ecumênico no transcorrer de 1700 anos são importantes, irrevogáveis e irrefutáveis porque o Espírito Santo dirigiu todos eles. Cabe assinalar que a doutrina pode ter gerado divergências, mas isso significa menos do que nada. Do mesmo modo que um católico não pode escolher quais as regras deseja seguir, também não estão autorizados a escolher o seu concílio favorito e excluir os demais.

Originalmente publicado em National Catholic Register (https://www.ncregister.com/).

Fonte: https://www.acidigital.com/

Saudação do Papa aos participantes do XVI Congresso Mariológico em Aparecida

Papa Francisco em Aparecida - 24 de julho de 2013 | Vatican News

“A vocês que estão participando de um Congresso em Aparecida, envio minha saudação. Em Aparecida, aí está a Mãezinha. Olhem para Maria, olhem para a Mãe. Jesus precisou de uma mãe. E, por isso, pediram permissão a esta jovem, se ela se atrevia a ser mãe. Aí tudo começou.”

Padre Pedro André, SDB – Vatican News

Iniciou-se ontem, 1º de junho, em Aparecida, o XVI Congresso Mariológico, promovido pela Academia Marial de Aparecida. O tema escolhido foi “A mariologia do Papa Francisco”. Segundo a organização do evento “o Papa Francisco tem sido o grande profeta para a nossa geração, com seu coração voltado para o povo, principalmente para aquele que sofre e é descartado socialmente.”

A Academia Marial de Aparecida “quer oferecer aos participantes a riqueza da Espiritualidade Mariana, que ecoa fortemente no coração do Papa Francisco e que ele nos devolve convocando-nos para sermos uma Igreja sinodal, em saída missionária, que segue os passos daquela que é para nós Mãe, Irmã, Companheira e Modelo perfeito de Discípula-Missionária.”

Mensagem de vídeo do Papa Francisco

https://youtu.be/OzfDR2JF7Pk

Para a ocasião, o Santo Padre enviou uma mensagem de vídeo, saudando os participantes: “a vocês que estão participando de um Congresso em Aparecida, envio minha saudação.” O tema central da mensagem do Papa foi sobre a maternidade de Maria, o que possibilitou que Deus viesse até nós: “Maria que se faz de escada para que Deus desça. Dá a Ele a possibilidade de descer e se fazer homem como nós. Foi Ela quem – perdoem a expressão – foi Ela quem pavimentou a estrada para que se pudesse caminhar. Ela é a Mãe, foi ela quem possibilitou que Deus fosse Deus conosco.”

No vídeo o Santo Padre fez uso de um mosaico, onde estão representados Maria e o Menino Jesus, e disse: “É Deus, que tem a plenitude da lei em uma mão. Mas (também) é homem, e tem que segurar no manto da Virgem para não cair. E vai descendo, com as mãos da Virgem que servem como escada. Esta é Maria que nos traz Jesus. Ela tornou-se a possibilidade, a escada, para esta descida de Jesus, que é Deus, e O trouxe a nós.”

 Francisco abençoou os participantes e os encorajou a sempre confiar na Mãe de Deus: “envio-lhes a minha bênção. Não se esqueçam que Ela é Mãe. Seja o que for que aconteça na vida, olhe para a sua Mãe.”

Dimensões fundamentais da mariologia do Papa Francisco

Em entrevista ao Vatican News, o padre Alexandre Awi, membro da direção da Associação Brasileira de Mariologia,  superior geral dos Padres de Schoenstatt e um dos conferencistas deste Congresso, afirmou que “a Academia Marial de Aparecida é a principal instituição de estudo mariológico no Brasil. Ela está destinada a todos aqueles que têm interesse em estudar sobre a vida, a teologia, a missão da mãe de Deus na história da salvação e também na piedade popular. A academia é um lugar de estudo, de encontro, onde todas as pessoas interessadas em se aprofundar no conhecimento sobre Maria estão convidados a participar desse espaço está intimamente vinculado ao Santuário Nacional de Aparecida.”

Segundo o padre Alexandre “a mariologia do Papa Francisco é uma mariologia aplicada, que parte da sua experiência pessoal, familiar e também eclesial. No contato com povo de Deus foi crescendo o seu conhecimento sobre Nossa Senhora.”  Ele destacou três dimensões fundamentais da mariologia do Papa Francisco:

A primeira é aquela que Maria é a mãe, porque essa experiência dos povos latino-americanos, porque essa é a experiência da igreja durante dois mil anos. Maria é em primeiro lugar e acima de tudo mãe,  porque Jesus nos a deu por mãe.   

A segunda é que Maria se encontra no povo, no contato com a piedade popular, com essa espiritualidade popular e mística popular, como diz o Documento de Aparecida, que o Papa Francisco foi descobrindo a importância de Maria na vida do povo de Deus. Se nós acreditamos realmente que o povo de Deus é um lugar teológico, que a piedade popular é um lugar teológico - e ele acredita nisso -, ele foi descobrindo como Deus foi se revelando através de Nossa Senhora, através do amor que Nossa Senhora tinha e tem pelo povo e que o povo tem por ela.  No encontro dos olhares entre Maria e o povo de Deus ali também vai se desenvolvendo a sua mariologia.  Uma frase típica do seu pontificado e também sobretudo da sua do seu pensamento mariológico,  e ele já falava isso como jesuíta em 1974, é ‘se você quer saber quem é Maria pergunta para os teólogos, mas se você quiser saber como amar Maria então pergunte para o povo, porque o povo vai te ensinar melhor’.

A terceira é que Maria é discípula e missionária. O Papa Francisco está profundamente marcado pela Conferência de Aparecida, onde Maria apareceu justamente com esses traços. Maria, de fato, é a primeira discípula do Senhor, é aquela que é o seguiu primeiro que todos os demais,  foi primeira a acreditar na sua missão salvífica e seguir seus passos. Por isso antes de que Maria o concebesse no ventre, concebeu no coração, como disse Santo Agostinho e por isso a igreja sempre olhou pra Maria em primeiro lugar com modelo de fé, como modelo de virtudes.

Sobre a importância da mensagem de vídeo enviada pelo Papa, o padre Alexandre disse: “acredito que justamente é perceber que ele está, em primeiro lugar, sabendo desse congresso, está interessado em que esse congresso possa dar seus frutos  e que ele está unido a todos aqueles que se interessam por conhecer melhor Nossa Senhora e o fazem justamente a partir dos impulsos do seu pontificado, que está celebrando 10 anos neste ano. Que possamos amar Maria como o povo de Deus a ama,  como o Papa Francisco a ama e assim também podermos ser mais de Jesus e segui-lo em todos os momentos.”

O Congresso, que está acontecendo no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida, no Santuário Nacional de Aparecida, se concluirá no dia 4 junho.

Texto integral da mensagem do Papa:

A vocês que estão participando de um Congresso em Aparecida, envio minha saudação.

Em Aparecida, aí está a Mãezinha. Olhem para Maria, olhem para a Mãe. Jesus precisou de uma mãe. E, por isso, pediram permissão a esta jovem, se ela se atrevia a ser mãe. Aí tudo começou.

E isso é o que os teólogos... usarei uma palavra difícil, para que se divirtam. Os teólogos chamam a Synkatabasis, ou seja, que é a condescendência – Deus desce... Depois vou mostrar um quadrinho, que é muito bonito, onde está isso. Maria que se faz de escada para que Deus desça. Dá a Ele a possibilidade de descer e se fazer homem como nós. Foi Ela quem – perdoem a expressão – foi Ela quem pavimentou a estrada para que se pudesse caminhar. Ela é a Mãe, foi ela quem possibilitou que Deus fosse Deus conosco.

Envio-lhes a minha bênção. Não se esqueçam que Ela é Mãe. Seja o que for que aconteça na vida, olhe para a sua Mãe. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

E agora faço a explicação do quadrinho. Vejam bem este quadrinho. É Jesus que está vindo. É Deus, que tem a plenitude da lei em uma mão. Mas (também) é homem, e tem que segurar no manto da Virgem para não cair. E vai descendo, com as mãos da Virgem que servem como escada. Esta é Maria que nos traz Jesus. Ela tornou-se a possibilidade, a escada, para esta descida de Jesus, que é Deus, e O trouxe a nós. É Mãe. Que Deus os abençoe e rezem por mim.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

SS. MARCELINO, PRESBÍTERO, E PEDRO, EXORCISTA, MÁRTIRES, NA VIA LABICANA

SS. Marcelino e Pedro  (© Pontificia commisione di archeologia sacra)

02 junho

São Marcelino, presbítero e São Pedro, exorcista

Duas árvores de louro, um bosque que muda de nome, um núcleo de catacumbas são, hoje, os mais famosos do mundo. São sinais de uma natureza, - que se dissiparam no tempo, - que sobrevivem na tradição escrita; são pedras que resistem nos séculos e dão solidez à tradição.

As raízes dos dois mártires cristãos do IV século – Padre Marcelino e o exorcista Pedro – despontam aqui mediante antigos martirológios e escavações subterrâneas.

A grande carnificina

Transcorria o ano 304. Em Roma, enfurecia-se a terrível perseguição anticristã, por ordem de Diocleciano. Esta foi a última grande carnificina das autoridades romanas, antes do período do clemente Constantino.

O segundo dos quatro editos, com os quais Diocleciano queria aniquilar os cristãos, consistia, em particular, na prisão de bispos, sacerdotes e diáconos. Muitos foram punidos porque os Tribunais tinham a faculdade de emitir sentenças capitais. Neste interim, o Padre Marcelino foi preso e, como tantos outros, rejeitou negar a sua fé em Cristo. Assim, tantas prisões tornaram-se pequenas comunidades de fiéis.

Martírio oculto

Na prisão, Marcelino conheceu Pedro, um exorcista. Juntos, anunciavam a mensagem de Cristo e muitos se convertiam e pediam para ser batizados.

As narrações hagiográficas, com detalhes mais ou menos lendários, falam que eles realizaram milagres, entre os quais a cura da filha do próprio carcereiro. Para os juízes, naturalmente, isso era demais e queriam eliminá-los.

Aqui, a história torna-se mais segura, graças ao Papa Dâmaso I, que a narra alguns anos mais tarde: “Marcelo e Pedro foram torturados, levados para um bosque, conhecido como Selva Negra, onde foram obrigados a uma última e cruel humilhação - escavar suas próprias covas - e, por fim, decapitados”.

Por lei, foi feita justiça; mas a escolha do bosque foi uma esperteza adjunta: ocultar para sempre o lugar da execução, ideia errada.

Pietas” de uma matrona

Errada porque uma matrona romana, Lucila, conseguiu, com o passar tempo, descobrir o lugar do martírio. A mulher mandou trasladar os restos mortais de Marcelino e Pedro da Selva Negra, - que, desde então, foi batizada como Selva Cândida – para o cemitério chamado “ad duas lauros”, situado na Via Casilina, em Roma. Chamava assim, talvez, pela presença de dois louros.

Papa Dâmaso compôs um poema, que foi colocado sobre o novo túmulo dos mártires. Uma vez destruído pelos Gotos, o Papa Virgílio mandou recolocá-lo, além de inserir os nomes dos dois mártires também no Cânon da Missa.

A seguir, houve traslados, mais ou menos lícitos, das suas relíquias. As igrejas romanas e as Catacumbas, - ainda hoje abertas ao público - perpetuam a memória destes dois nomes, muito grandes para serem cancelados por dois túmulos anônimos e ocultos em um bosque.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quinta-feira, 1 de junho de 2023

Meditações: quinta-feira da 8ª semana do Tempo Comum

Meditações | Opus Dei

Reflexão para meditar na quinta-feira da 8ª semana do Tempo Comum. Os temas propostos são: um cego à beira do caminho; a cura do coração; uma atitude que é fruto da fé.

01/06/2023

“JESUS saiu de Jericó, junto com seus discípulos e uma grande multidão. O filho de Timeu, Bartimeu, cego e mendigo, estava sentado à beira do caminho” (Mc 10, 46). Habituado talvez a um ambiente mais tranquilo, Bartimeu fica curioso com a agitação do lugar. Não vê nada, mas podemos imaginar o que ouve: o tumulto da multidão que se aproxima, os passos na areia, as queixas dos que dizem para desocupar o caminho e muitos outros pormenores que, devido à sua cegueira, aprendeu a perceber pelo ouvido. Embora se sinta limitado, mantém-se atento à realidade: o seu coração é sensível e não para de procurar. Quando descobre que a causa do tumulto é Jesus de Nazaré, não hesita em começar a gritar: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” (Mc 10, 47). Reage com um grito que não é apenas um pedido de misericórdia, mas também uma confissão: ouviu “Jesus de Nazaré”, mas proclama-o como “Filho de Davi”, antecipando as aclamações do povo quando o Senhor entrar em Jerusalém. Isto mostra que os seus sentidos internos estavam de algum modo preparados para reconhecer o Mestre.

As palavras de Bartimeu, porém, não foram bem recebidas pelos presentes: “Muitos o repreendiam para que se calasse” (Mc 10, 48). Não sabemos por que as pessoas não queriam que ele falasse. Talvez pensassem que aquele cego só queria uma esmola, ou que o Mestre não tinha tempo a perder com alguém como ele. Apesar de todas as censuras, Bartimeu não se deixa levar pelo ambiente. Sabia que o Messias esperado estava passando diante dele e não podia perder esta oportunidade. “Não te dá vontade de gritar, a ti, que também estás parado à beira do caminho, desse caminho da vida que é tão curta; a ti, a quem faltam luzes; a ti, que precisas de mais graças para te decidires a procurar a santidade? Não sentes a urgência de clamar: Jesus, filho de Davi, tem compaixão de mim? Que maravilhosa jaculatória, para que a repitas com frequência!”.

A REAÇÃO de Jesus deve ter surpreendido os que O acompanhavam: parou e mandou-o chamar. Acaba de ouvir uma súplica cheia de fé e quer falar com aquele homem, aproximar-se dele, ouvi-lo, saber o que ele quer. Todos os seus sentidos se dirigem para Bartimeu. Quando as pessoas que o rodeavam tentaram silenciar o cego, o Senhor respondeu chamando-o. Não o incomoda que lhe peçamos ajuda, porque ele veio precisamente para nos salvar, para curar os nossos sentidos com os Seus.

Entretanto, Bartimeu, que não tinha cessado de gritar, ouve palavras que revigoram a sua esperança: “Coragem, levanta-te, Jesus te chama” (Mc 10, 49). A sua insistência já deu o seu primeiro fruto, e não foi a cura da sua cegueira. “Um tremor apodera-se do seu coração, porque ele percebe que é olhado pela Luz, por aquela luz quente que nos convida a não ficarmos fechados na nossa cegueira escura. A presença próxima de Jesus permite sentir que, longe dele, falta algo importante. Ele faz-nos sentir necessitados de salvação, e este é o início da cura do coração”.

Quando ouviu que o Mestre o chamava, Bartimeu agiu com decisão: “O cego jogou o manto, deu um pulo e foi até Jesus” (Mc 10, 50). Aquela capa não era apenas o que o cego possuía: era a sua casa, o lugar onde se deitaria para passar a noite ou o refúgio para se proteger do mau tempo. Contudo, perante essa chamada do Senhor, soube reconhecer o que verdadeiramente importa. “Não te esqueças – comentava São Josemaria – de que, para chegar até Cristo, é preciso sacrifício, jogar fora tudo o que estorva”. Embora pareça que Bartimeu estava cometendo uma loucura, ao renunciar ao pouco que tinha, no fundo estava fazendo o que era mais sensato: aproximar-se d’Aquele que lhe pode devolver a capa da sua humanidade, que ficara rasgada pela cegueira. Na pessoa de Jesus, Bartimeu encontra a sua nova casa, o seu novo refúgio que vai sarar a sua humanidade ferida. Pela graça dos sacramentos, o próprio Jesus renova esse oferecimento. Nessa mediação da Igreja, voltamos a ouvir estas palavras: “Coragem, levanta-te, Jesus te chama” (Mc 10, 49).

LOGO QUE Bartimeu se encontra cara a cara com Jesus, o Mestre pergunta-lhe: “O que queres que eu te faça?” (Mc 10, 51). A fé do cego podia ter vacilado em vários momentos da sua vida e talvez ainda fosse fraca, sem ter consciência disso. “É evidente o que quero, podia ter pensado. Se este homem é o Messias, devia saber…”. Mas Bartimeu não cria esses problemas e responde simplesmente: “Mestre, que eu veja” (Mc 10, 51).

Cristo escuta o pedido do cego e não o recusa. Tinha desejado acolher a sua fraqueza, mas parece que desejava com mais intensidade receber esse ato de fé na sua capacidade para o curar e reconhecer quem era. “Jesus disse: "Vai, a tua fé te curou". No mesmo instante, ele recuperou a vista” (Mc 10, 52). Com estas palavras, Jesus interpreta com autoridade a atitude de Bartimeu e oferece um ensinamento aos que contemplam a cena. A perseverança de Bartimeu na oração – mesmo diante da rejeição dos outros –, bem como a sua prontidão para obedecer à chamada e o seu desprendimento de tudo o que possui não eram consequência de um carácter irreflexivo, de ambições pessoais ou de desejo de protagonismo, mas sim da sua fé. Uma fé que se teria ido enraizando pouco a pouco no seu coração depois de ter ouvido falar de Jesus. Quem sabe se já teria gritado por dentro para clamar pela sua cura. Em todo o caso, a fé que o moveu a pedir com insistência e a superar as dificuldades, depois de ser reforçada pela ação de Cristo, leva-o também a transformar-se em discípulo: “E seguia Jesus pelo caminho” (Mc 10, 52), conclui o relato.

O Evangelho não torna a falar desta personagem. Podemos supor que já não estaria à beira do caminho pedindo esmola, mas que iria ao encontro das pessoas para lhes contar o que tinha significado na sua vida esse encontro com Jesus. Se antes não conseguia calar-se ao saber que o Messias estava perto, que faria depois de ter sido chamado e curado pelo Mestre? A Virgem Maria nos ajudará a nos aproximarmos do seu Filho com a fé de Bartimeu para lhe pedirmos luz e força para segui-lo no caminho.

[1] São Josemaria, Amigos de Deus, n. 195.

[2] Francisco, Homilia, 4-III-2016.

[3] San Josemaria, Amigos de Deus, n. 196.

Fonte: https://opusdei.org/pt-br

Racismo: até quando?

Basta de racismo! \ TJDFT

RACISMO: ATÉ QUANDO?

Cardeal Sergio da Rocha 
Arcebispo de Salvador (BA)

O grave e preocupante problema do racismo no futebol veio à tona novamente, ocupando grande parte da mídia, devido ao caso ocorrido na Espanha, atingindo duramente o jogador brasileiro conhecido como Vinícius Júnior (Vini), vítima também de outras manifestações. Infelizmente, o racismo persiste no cenário contemporâneo, causando dor e indignação na vida de inúmeras pessoas e de suas famílias, deixando feridas abertas e cicatrizes profundas. 

Uma sociedade, de fato democrática, não pode tolerar manifestações racistas, seja nas arenas dos esportes, seja nos campos da vida.  Embora atingindo também outros grupos sociais, o preconceito racial e étnico atinge, sobretudo, a população negra. Passos significativos e portadores de esperança têm sido dados na legislação civil para a superação desta chaga social, principalmente através da penalização dos infratores.  Mas o caminho a percorrer é longo para a sua erradicação, exigindo sempre mais efetividade na aplicação da justiça, mas também no âmbito da prevenção, através de uma nova cultura fundamentada na dignidade inviolável de cada pessoa, no respeito às diversas culturas e raças, na convivência fraterna e pacífica. Os poderes públicos têm muito a fazer no combate ao racismo, mas é preciso um esforço permanente e incansável envolvendo a sociedade civil organizada, as escolas, as universidades e as diversas confissões religiosas, dentre outros. Além disso, cada um pode contribuir muito para a superação do preconceito racial nos ambientes em que vive, jamais justificando ou reproduzindo atitudes preconceituosas. A resposta à pergunta “até quando” depende também de cada um de nós. Não se pode perder a capacidade de indignação ética diante de manifestações racistas. O desrespeito e a banalização da vida, com as suas várias expressões, não podem ser incorporados ao cotidiano como algo tolerável ou inevitável. 

O racismo é sempre desumano e desumanizador; representa uma grave ofensa ao Criador e a negação do amor ao próximo ensinado por Jesus. A dignidade está inerente à condição de ser humano; não ocorre por concessão de alguma pessoa ou instituição social. É um dado antropológico a ser reconhecido e tutelado pelas instituições sociais, que não podem jamais ignorá-la ou permitir a sua violação. O não reconhecimento da real dignidade de cada pessoa, por diversos motivos, como a cor da pele, a cultura, a religião ou a condição social, gera desrespeito, discriminação, violações à vida e aos seus direitos fundamentais. O ser humano, “imagem e semelhança” de Deus, possui uma dignidade incomparável, a ser reconhecida em qualquer condição ou situação. Entretanto, as pessoas ou grupos mais vulneráveis, as vítimas de injustiças e preconceitos, necessitam de maior atenção e solidariedade. O caso de racismo no futebol nos leve a estar vigilantes e comprometidos com a superação dos preconceitos e da intolerância nas arenas da vida.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Por trás de cada trabalhador há uma família, diz o papa a empresários da América Latina

O papa saúda a filha de um membro da orquestra após a audiência geral. / Vatican Media

Por Almudena Martínez-Bordiú

Vaticano, 01 Jun. 23 / 10:05 am (ACI).- "Por trás de cada trabalhador há uma família e a sociedade como um todo”, disse o papa Francisco hoje (1º) ao receber no Vaticano os membros do Conselho Empresarial da América Latina.

Em seu discurso, o papa Francisco disse que os empresários reunidos em Roma, Itália, estão trabalhando nestes dias para enfrentar os problemas sociais “que afetam a todos nós”; como trabalho, migração, mudança climática ou desenvolvimento humano integral.

Francisco os aconselhou a abordar o seu trabalho “a partir de uma cultura do encontro” e disse que os valores dessa cultura “são aqueles que inspiram o mundo empresarial para poder se defender das sombras do mal”.

Para o papa Francisco, essas “sombras” são aquelas que invadem os empresários “quando o lucro a todo custo distorce as nossas relações a ponto de degradar ou escravizar as próprias pessoas”.

Ele disse que a cultura do encontro, ao contrário, “expressa a busca pelo bem comum, ajudando assim a dissipar essas sombras”.

“E estes valores devem ser traduzidos concretamente nos inúmeros esforços e sacrifícios diários que as suas empresas fazem para progredir, formar e atualizar os seus trabalhadores, evitar conflitos e evitar a dor da demissão, também conscientes de que por trás de cada trabalhador há uma família e a sociedade como um todo”.

O papa Francisco os encorajou a ser “como os primeiros seguidores de Jesus, construtores de redes”.

“O serviço que prestam não é abstrato, mas para cada pessoa e para cada povo”, disse Francisco, acrescentando que por isso é necessário agir em conjunto, “sem passar por cima de ninguém e sem deixar ninguém para trás. Um desafio bastante complexo”.

Francisco falou da "valiosa ferramenta das redes" e os convidou a usar o Evangelho como "bússola" e a nunca perder "a âncora da esperança". “E agora podemos navegar, com a confiança de que é Deus quem nos guia e nos acompanha na estrada”, concluiu.

Fonte: https://www.acidigital.com/

JMJ 2023: organização do encontro de Lisboa quer chegar aos 30 mil voluntários

Lisboa, Santarém e Setúbal: Dioceses de acolhimento da JMJ 2023

Os voluntários da JMJ devem ter disponibilidade total para acompanhar o encontro entre 23 de julho e 7 de agosto.

Rui Saraiva – Portugal

Na terça-feira 30 de maio, o programa Ecclesia da RTP2, conduzido pelo jornalista Paulo Rocha, transmitiu uma entrevista a dois voluntários da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Lisboa, Manuel Ravara e Heloísa Bajerski.

O Manuel é português e colabora com a Direção de Acolhimento e Voluntariado. Assinala que o “número ideal” de voluntários “seriam os 30 mil” para um trabalho para o qual “mais de 25 mi voluntários já começaram o seu processo de inscrição”.

Mais de 25 mil voluntários já começaram inscrição

“Mais de 25 mil voluntários já começaram o seu processo de inscrição, cerca de 20 mil já concluíram a inscrição. Estamos contentes, com este número já conseguimos organizar a jornada, mas continuamos a chamar voluntários, para chegar ao nosso número ideal, que seriam os 30 mil”, revelou o voluntário.

Os voluntários podem colaborar em áreas tão diferentes como a logística, a pastoral ou a comunicação. Manuel Ravara, é um estudante de engenharia mecânica, que está a gerir o contacto com os voluntários ajudando na inscrição que decorre até dia 5 de junho.

“Nós temos inscrições de voluntários de mais de 100 países diferentes”, adiantou Manuel Ravara nesta entrevista sublinhando que o convite do voluntariado é feito para todos.

A Heloísa Bajerski, por sua vez, é uma jovem brasileira com formação em comunicação e que está a colaborar na divulgação da Jornada de Lisboa sobretudo nas redes sociais.

“Neste momento da minha vida, parece que tudo se encaixou”, referiu a jovem que está em Lisboa há cerca de uma semana e que vai participar pela primeira vez numa JMJ.

“Há um desafio muito grande, de levar a mensagem, de divulgar a Jornada de Lisboa. O digital é uma ajuda, estamos presentes nas redes sociais, no site, na aplicação, com mais de 20 páginas de Facebook, 5 perfis no Instagram, para tentar alcançar o maior número de pessoas”, revelou Heloísa.

A Agência Ecclesia informa que para se ser voluntário na JMJ Lisboa 2023, é necessário ter mais de 18 anos, à data de 23 de julho, e ter disponibilidade total para acompanhar a Jornada entre 23 de julho e 7 de agosto, em Lisboa.

Os voluntários centrais são aqueles que colaboram nas tarefas e atividades relacionadas com os eventos centrais da Jornada: os encontros com o Papa, o Festival da Juventude, os eventos de abertura, a Cidade da Alegria ou os pontos de informação na cidade, entre outros.

Os voluntários paroquiais ajudam nos eventos e necessidades que vão existir nas paróquias que acolhem a JMJ Lisboa 2023, após uma formação específica e a formação de equipas, com os respetivos chefes.

Os voluntários deverão colaborar em tarefas muito concretas como a informação aos peregrinos ou a distribuição dos kits e da alimentação.

As dioceses de acolhimento desta JMJ são Lisboa, Santarém e Setúbal.

Laudetur Iesus Christus

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Justino e as sementes do Verbo

Public Domain

Por Reportagem local

Trata-se de um conceito iluminador sobre como Deus vai preparando todo ser humano para conhecer e aderir à Verdade plena.

O mártir São Justino (100-165) foi um filósofo leigo a quem o Papa Emérito Bento XVI definiu como “o mais importante dos Padres Apologistas do segundo século”.

Um apologista é aquele que faz uma apologia, ou seja, uma defesa de uma ideia ou doutrina, contestando argumentos contrários. Justino escreveu diversos textos apologéticos em defesa do cristianismo nascente, em particular um que é intitulado simplesmente “Apologias” e outro conhecido como “Diálogo com o Judeu Trifão“.

Nessas obras, como resume o Papa Bento, São Justino trata do “projeto divino da criação e da salvação que se realiza em Jesus Cristo, o Logos, isto é, o Verbo Eterno, a Razão Eterna, a Razão Criadora“, bem como faz uma “crítica implacável em relação à religião pagã e aos seus mitos, por ele considerados diabólicas despistagens no caminho da verdade“.

Trajetória

Os pais de Justino eram pagãos de origem grega que lhe deram excelente educação em filosofia, literatura e história. O jovem, que nasceu na Samaria, começou a ler as Sagradas Escrituras depois de encontrar um ancião que falou da religião cristã como “a única que fala de Deus devidamente e de maneira que a alma fica plenamente satisfeita“. É sobre esta experiência, aliás, que ele fala em sua obra “Diálogo com o Judeu Trifão“.

Justino tinha em torno de 30 anos quando se converteu.

Mais tarde, ele fundou em Roma uma escola em que ensinava a religião cristã, entendida como aquela que contém a verdadeira filosofia e a arte de viver de forma correta.

Essa apologia lhe rendeu o martírio por decapitação, já que a pregação da religião cristã era brutalmente reprimida pelo paganismo então oficial no Império Romano.

As “sementes do Verbo”

Uma das ideias mais inspiradas da obra de São Justino, e muito elogiada pelo Papa Bento XVI, é a das “sementes do Verbo”: Justino afirmou todo homem participa do Logos, ou seja, do Verbo Eterno de Deus, e, portanto, traz em si uma “semente do Verbo”, que pode germinar e chegar à plenitude. Isto quer dizer que em cada cultura humana existem sementes da Verdade que podem frutificar, à medida que os mitos vão cedendo espaço ao reconhecimento da Verdade plena, revelada por Deus ao longo da história e culminada em Cristo, que é a própria Verdade, Caminho e Vida.

Segundo Bento XVI, “a obra de Justino marca a opção decidida da Igreja antiga pela filosofia, mais pela razão do que pela religião dos pagãos“. Antes ainda, São João Paulo II já havia escrito sobre ele na importantíssima encíclica “Fides et Ratio“: Justino foi um “pioneiro de um encontro positivo com o pensamento filosófico, ainda que no sinal de um cauto discernimento“.

O Magistério da Igreja também reforça, na “Dominus Iesus“, número 12, que “é o Espírito que infunde as ‘sementes do Verbo’, presentes nos ritos e nas culturas, e as faz amadurecer em Cristo“.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF