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quarta-feira, 31 de maio de 2023

"Faz com que o teu alimento seja o teu remédio": Projeto Quinoa promove estilo de vida saudável

Os participantes no Projeto Quinoa recebem um pequeno livro de receitas e um saquinho de quinoa para levar para casa, após uma sessão sobre a nutrição e uma demonstração culinária (Foto: Catherine McWilliams)  (Foto Credit Catherine McWilliams)

A luta contra a fome das famílias pobres de trabalhadores migrantes em Long Island, uma ilha na costa leste dos Estados Unidos, inspirou a Irmã Maria Jesús a criar um projeto de nutrição beneficente intitulado "A quinoa é um super alimento". Várias famílias conseguiram melhorar sua nutrição e, portanto, seu bem-estar graças à iniciativa.

Catherine McWilliams e Andrea Morale

Filha da Sabedoria, a irmã Maria Jesús Pinedo Aguilar, partilha a alegria de cozinhar a quinoa e os incríveis benefícios nutricionais deste antigo “superalimento” com a comunidade cristã de imigrantes da paróquia de Santo Hugo de Lincoln em Huntington Station, Nova Iorque.

A luta contra a fome das famílias de trabalhadores imigrantes pobres em Long Island foi exacerbada pela pandemia e pela inflação económica. Graças a um apoio generoso, a irmã Maria ajuda estas famílias com um projeto nutricional benéfico intitulado «A quinoa é um superalimento». Rica fonte de proteínas, minerais, vitaminas e outros nutrientes, a quinoa tornou-se popular devido aos seus muitos benefícios para a saúde.

A inspiração na base do projeto

Quando imaginou o projeto pela primeira vez, a irmã Maria estava a desempenhar o seu ministério com a comunidade cristã de imigrantes da paróquia. Eles falavam-lhe das dificuldades que tinham em fornecer refeições saudáveis às suas famílias quando regressavam a casa cansados após muitas horas de trabalho. «Nas minhas conversas com os imigrantes, tive modo de conhecer as suas esperanças, preocupações e sofrimentos», escreve na descrição do projeto. A irmã Maria cita a preocupação de um paroquiano: «Chego a casa cansado depois de horas de trabalho; a única coisa que quero é descansar, dormir, mas também tenho fome... Tomo banho e saio para comprar comida barata, mas estou preocupado porque não é suficientemente nutriente».

A irmã Maria sabia que devia dar a sua contribuição para resolver o problema e ajudar a comunidade de imigrantes a comer alimentos mais saudáveis. Juntamente com as suas irmãs Filhas da Sabedoria, Marilyn Soeder, Bernadette Sassone e Teresa de Jesús Aguilar Avila, já se tinha dedicado há muitos anos ao serviço da comunidade de imigrantes da paróquia como parte da Comunidade intercultural da sua Congregação, iniciada em 2015. O seu objetivo é oferecer serviços humanos e espirituais à comunidade cristã de imigrantes.

Ir. Maria partilha várias receitas com os participantes, que têm a oportunidade de as preparar e experimentar durante a aula (Foto: Ir. Marilyn Soeder, DW)

A comunidade por detrás do projeto

A irmã Maria refletiu e rezou a fim de  encontrar um modo para resolver este problema relacionado com a nutrição. Falou com o pároco, padre Robert Smith, que apoiou a sua ideia do Projeto Quinoa. Ela pediu à direção das Filhas da Sabedoria uma contribuição para financiar a compra de quinoa e a impressão de pequenos livros de receitas para distribuir às famílias. As suas irmãs responderam com um generoso apoio e encorajamento ao projeto. A irmã Maria encontrou então um fornecedor que estava disposto a oferecer  sacos de quinoa a um custo reduzido.

Os benfeitores apoiam o projeto

Graças a generosos benfeitores, foi possível concretizar o projeto. A partir de maio de 2021, a irmã Maria começou a convidar membros da comunidade de imigrantes para uma apresentação sobre os benefícios da quinoa para a saúde, partilhando também alguns pratos preparados à base de quinoa e uma bebida saudável e refrescante à base de fruta. Desde então, o programa continuou com grande sucesso, com apresentações a grupos de mulheres e homens e ao grupo de jovens da paróquia. A oração é um componente importante das apresentações, e a irmã Maria frisou que «a vida é um dom que Deus nos oferece com amor». Ela também cita Hipócrates, o pai da medicina, que diz: «Deixa que o teu alimento seja o teu remédio».

Cada sessão começa com a oração (Foto: Catherine McWilliams)

A parte educativa do projeto

«O nosso corpo é uma máquina perfeita», disse a irmã Maria a um grupo de jovens de língua espanhola, falando sobre a importância de comer alimentos ricos em potássio, magnésio, proteínas, gorduras boas, fibras, vitaminas a, c e d; e uma dieta saudável para o coração que inclua uma variedade colorida de vegetais, frutas, legumes e grãos e, naturalmente, quinoa. «A quinoa é um maravilhoso superalimento», disse-lhes, explicando que contém muitos nutrientes essenciais para a saúde.

Julio Velasquez, responsável do grupo de jovens, disse que o programa educativo da irmã Maria sobre a quinoa está realmente a fazer a diferença na ajuda às famílias hispânicas imigrantes que frequentam a paróquia. Elas levam agora uma vida mais saudável, fazendo melhores escolhas alimentares. «Isto ajuda as nossas famílias a ser saudáveis», disse. «Ajuda as nossas famílias a fazer melhores escolhas sobre o que comer».

«Estou muito grata à irmã Maria e ao modo como ela nos ensina a alimentar-nos. E a comida estava fantástica», disse Patricia Alcantara, que assistiu à apresentação. «Hoje aprendi tantas coisas —  até agora desconhecidas para mim — sobre o modo  como a comida pode ser um remédio».

Aprender uma correta nutrição é fundamental para cada apresentação (Foto: Catherine McWilliams)

Sobre a irmã Maria

Tendo crescido no Peru, a irmã Maria sempre viu a sua mãe usar quinoa em sopas, saladas e sobremesas para a família, amigos e vizinhos necessitados. «A minha mãe nasceu e cresceu na região dos Andes, onde a quinoa é cultivada... Ela sabia que era um superalimento», recorda a irmã Maria. «Na oração, lembrei-me da minha mãe e do modo como ela preparava a comida todos os dias com alegria e sacrifício. Ela sabia como combinar os alimentos de acordo com o seu valor nutricional, e eram deliciosos». E acrescenta: «A minha mãe trabalhava muito e ajudava muitas pessoas pobres».

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Corpo da irmã Wilhelmina é colocado em urna de vidro após procissão solene nos EUA

Freiras cantam durante procissão com o corpo da irmã Wilhelmina Lancaster, OSB, em Gower, Missouri (EUA), em 29 de maio de 2023. - Crédito da foto: Joe Bukuras/CNA

REDAÇÃO CENTRAL, 30 Mai. 23 / 04:22 pm (ACI).-

O corpo da irmã Wilhelmina Lancaster, OSB, freira afro-americana cujos restos mortais surpreendentemente intactos chamaram a atenção em uma abadia no estado do Missouri, EUA, foi colocado ontem (29) em uma urna de vidro após uma procissão solene liderada por membros da comunidade que ela fundou.

Por volta das 17h, dezenas de freiras beneditinas de Maria, Rainha dos Apóstolos, carregaram o corpo de sua fundadora ao redor da abadia de Nossa Senhora de Éfeso, recitando o terço e cantando hinos. Alguns dos milhares de peregrinos que visitaram a abadia durante o feriado americano de Memorial Day acompanharam a procissão.

https://twitter.com/i/status/1663326226163826689

A procissão, sob forte sol ao fim do final da tarde, teve seu ápice dentro da igreja da abadia, onde o corpo da freira foi colocado em uma urna de vidro especialmente preparada. Flores rodearam o corpo e decoraram a tampa da urna, onde se encontra uma imagem de são José segurando o Menino Jesus. A igreja estava cheia de peregrinos, incluindo muitos padres e religiosas de outras ordens.

A irmã Wilhelmina, que fundou a ordem beneditina em 1995, quando tinha 70 anos, morreu em 2019. Esperando encontrar apenas ossos, suas irmãs exumaram seus restos mortais em 18 de maio com a intenção de sepultá-los em um recém-concluído santuário de São José, mas descobriram que seu corpo parecia estar surpreendentemente bem preservado.

As irmãs dizem que pretendiam manter sua descoberta em segredo, mas a notícia acabou se espalhando, chamando a atenção da mídia mundial e levando milhares de peregrinos à abadia. Um voluntário disse à CNA, agência de notícias em inglês da EWTN, que mais de mil veículos chegaram ontem à propriedade, mas nenhuma contagem oficial estava disponível.

Até o momento, não houve nenhuma declaração oficial de que o corpo da irmã Wilhelmina estaria "incorrupto", o que seria um possível sinal de santidade, nem há uma causa de canonização formal em andamento, um processo rigoroso que pode levar muitos anos.

O bispo de Kansas City-St. Joseph, dom James Vann Johnston, disse que uma "investigação completa" é necessária para responder a "perguntas importantes" levantadas pelo estado de seu corpo, mas não chegou a dizer se esta análise será feita.

Urna de vidro no qual está o corpo da irmã Wilhelmina. - Foto: Joe Bukuras/CNA

Antes da procissão de ontem, os peregrinos novamente esperaram na fila ao longo do dia por uma oportunidade de ver e tocar o corpo da irmã Wilhelmina antes de ser colocado na urna de vidro, onde permanecerá acessível para exibição pública.

Entre os que foram ontem estavam Tonya e William Kattner, de Excelsior Springs, Missouri. “Você precisa experimentar a magia e o milagre disso”, disse Tonya Kattner. “Especialmente com tudo que está acontecendo no mundo hoje, algo assim traz esperança”, disse William Kattner.

Kate e Peteh Jalloh, de Kansas City, dizem que ver o corpo bem preservado da irmã Wilhelmina é uma "bênção". - Foto: Joe Bukuras/CNA

Kate e Peteh Jalloh, de Kansas City, Missouri, também não queriam perder a chance de ver a irmã Wilhelmina. “Acredito fortemente na fé católica. Eu acredito em milagres e nunca vi nada assim antes. Há muita coisa acontecendo na minha vida e este é o melhor momento para receber essa mensagem de uma freira”, disse Kate Jalloh. “Poderia levar mais um século para vermos algo assim”, acrescentou.

Janie Bruck veio com suas primas, Kristy Cook e Halle Cook, todas de Omaha, Nebraska. "Vim para testemunhar o milagre. Acredito que estamos em uma revolução de Jesus e Ele está nos enviando muitos sinais”, disse Bruck. Kristy Cook, uma ex-policial de Omaha, disse que ficou surpresa ao ver que o corpo da irmã Wilhelmina não tinha odor de decomposição.

As irmãs agradeceram publicamente aos muitos policiais locais, pessoal médico e voluntários que ajudaram a administrar o fluxo de peregrinos durante o feriado.

Entre os voluntários estava Lucas Boddicker, de Kearney, Missouri, que se juntou aos membros de seu conselho dos Cavaleiros de Colombo com sede na Igreja Católica de St. Anne, próxima a Plattsburgh, Missouri, para guiar veículos visitantes a um estacionamento improvisado em um campo aberto. Outros cavaleiros das paróquias locais ajudaram a montar tendas e distribuíram hambúrgueres, frutas e garrafas de água gratuitamente.

"Isso é uma coisa que os cavaleiros fazem muito bem”, diz Boddicker. “Eles divulgam quando precisamos de mão de obra.”

Os padres ouviram confissões em um grande campo gramado por horas, alguns usando árvores como sombra, enquanto crianças brincavam no terreno da abadia.

Três religiosas da ordem dos Pobres de Jesus Cristo, com sede em Kansas City, Kansas, disseram que se sentiram inspiradas ao ver o corpo da irmã Wilhelmina.

Uma das religiosas, a irmã Azucena, disse que “queria chorar”, enquanto rezava ao lado da religiosa. “Eu apenas tive esse sentimento de paz e amor. Compartilhamos uma vocação. Sua fidelidade ao Senhor e seu amor, pude sentir isso ali”, disse.

Jason e Jessica Ewell (esquerda ) e Trish Bachicha (esquerda) ficaram supresos com o estado de preservação do corpo da irmã Wilhelmina. - Foto: Joe Bukuras/CNA

Um casal da Pensilvânia, Jason e Jessica Ewell, ambos cegos, estavam visitando Kansas City quando ouviram na manhã de ontem sobre o corpo da irmã Wilhelmina. “É algo legal fazer parte do início desta história”, disse Jessica Ewell. “Eu estava pedindo a intercessão dela pelos filhos do nosso casamento”, disse. “Muitas pessoas pensam 'Ah, é a cegueira', mas não, não é nada disso'”, disse.

"Ontem eu estava em um lugar onde eu disse, 'Deus, eu preciso de algo agora'", disse ela. “Sempre ouvimos falar desses milagres. Mas eles estão muito distantes e sempre acontecem com outras pessoas”.

Trish Bachicha, mãe de Jessica, disse acreditar que Deus está enviando uma mensagem. “Ele está dizendo 'estou vivo e bem e não esqueci de você' ", disse.

Fonte: https://www.acidigital.com/

“Paremos este horror da tortura!”: forte apelo do Papa à comunidade internacional

A intenção de oração para o mês de junho: rezar pela abolição da tortura | Vatican News

O novo Vídeo do Papa de intenção de oração para o mês de junho faz um forte apelo à abolição da tortura e para se “colocar a dignidade da pessoa acima de tudo”. Francisco denuncia desde as formas mais violentas como as mais sofisticadas de tortura e, horrorizado pela maneira como continua a ser uma prática habitual, o Pontífice pede à comunidade internacional um comprometimento “concreto" para a abolição dessa prática e no apoio às vítimas.

Andressa Collet - Vatican News

“A tortura. Meu Deus, a tortura! A tortura não é uma história do passado. Infelizmente, faz parte da nossa história atual. Como é possível que a capacidade humana para a crueldade seja tão grande?”

É o que Francisco pergunta com horror, visivelmente desolado, no novo Vídeo do Papa com a intenção de oração para o mês de junho, que se confia a toda a Igreja Católica através da Rede Mundial de Oração do Papa. A mensagem do Pontífice é um apelo forte à abolição da tortura, em todas as suas formas e em todo o mundo: 

"Existem formas de tortura muito violentas, outras mais sofisticadas, como os tratamentos degradantes, a anulação dos sentidos ou as detenções em massa em condições desumanas que tiram a dignidade da pessoa. Mas isso não é uma novidade. Pensemos no próprio Jesus, como foi torturado e crucificado."

O momento da denúncia, e a intenção da própria oração, não é por acaso: no próximo dia 26 de junho comemora-se o Dia Internacional das Nações Unidas de Apoio às Vítimas da Tortura, lembrando a data de 1987, quando entrou em vigência na Convenção da ONU contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanas ou Degradantes (convenção ratificada por 162 países) aprovado em 1984.

Assista o vídeo:

https://youtu.be/85KYGjGkXEM

Ecce homo (Eis o homem)

Imagens de presos em condições desumanas – amarrados a uma cadeira, encapuzados, com as mãos atadas – aparecem no Vídeo do Papa deste mês, que reconstrói lugares e práticas de tortura em vigor em várias partes do mundo. Baldes de água com trapos, cordas, baterias elétricas, alicates, martelos, facões... Esse inquietante inventário de uma hipotética sala de tortura acompanha as palavras de Francisco, e sublinha que quem tenta reduzir o homem a uma "coisa" perde, acima de tudo, a sua humanidade.

Foi o que aconteceu também com os torturadores de Jesus quando o flagelaram, espancaram e zombaram dele. Jesus experimentou a tortura durante a sua Paixão e morreu com as suas marcas: as feridas de espinhos e dos chicotes, hematomas de golpes, pulsos inchados por cordas. Os detalhes do Ecce homo do santuário homônimo de Mesoraca, na província de Crotone (Itália), impressionantes pelo seu realismo, dão conta de tudo isso no vídeo.

Uma prática proibida que continua existindo

A tortura é uma prática que remonta aos tempos antigos. Nos séculos XVIII e XIX, os países ocidentais aboliram o uso oficial da tortura no sistema judicial e hoje o seu uso é totalmente proibido pelo direito internacional. No entanto, é uma realidade que continua a acontecer em muitos países.

O Fundo das Contribuições Voluntárias das Nações Unidas para as Vítimas de Tortura ajudou em cada ano, desde 1981, uma média de 50 mil vítimas de tortura em países de todas as regiões do mundo. Isto ocorre com frequência, naturalmente, em zonas de conflito, como a agressão russa contra a Ucrânia, onde houve relatos de tortura por parte de soldados russos contra militares e civis ucranianos.

Mas também, e em parte devido às novas tecnologias, aumentou o uso de práticas de tortura não sangrentas, como as psicológicas. Para agravar ainda mais, existe uma persistente lacuna de responsabilização por tortura e maus-tratos em todo o mundo, causada em parte pela negação sistêmica, obstrução e evasão deliberada de responsabilidade por parte das autoridades públicas; este cenário dificulta a contagem e o acompanhamento das vítimas.

O chamamento de Francisco

Eis, pois, o apelo do Papa a toda a comunidade internacional para a abolição da tortura e garantia de apoio às vítimas. Já num discurso de 2014, Francisco tinha assinalado que “estes abusos se poderão deter unicamente com o firme compromisso da comunidade internacional em reconhecer [...] a dignidade da pessoa humana sobre todas as coisas”.

“Paremos este horror da tortura. É essencial colocar a dignidade da pessoa acima de tudo. Caso contrário, as vítimas não são pessoas, são 'coisas' e podem ser objeto de maus tratos desmedidos, causando a morte ou danos psicológicos e físicos permanentes por toda a vida. Rezemos para que a comunidade internacional se empenhe concretamente na abolição da tortura, garantindo apoio às vítimas e aos seus familiares.”

Jesus Cristo, torturado e crucificado

O Padre Frédéric Fornos, diretor internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, comentou sobre a intenção do mês de junho: “quaisquer que sejam as razões, a tortura não pode ser legitimada. Francisco disse-o claramente muitas vezes, por exemplo: 'Torturar pessoas é um pecado mortal! Que as comunidades cristãs se comprometam a apoiar as vítimas de tortura' (tuíte de 26 de junho 2018). Jesus Cristo, rosto de Deus para os cristãos, fez-se próximo de todos os torturados ao longo da história na sua Paixão. Por isso, como nos diz Francisco na Fratelli tutti: ‘Cada ato de violência cometido contra um ser humano é uma ferida na carne da humanidade’ (FT 227). Este mês de oração e ação pela abolição de todas as formas de tortura, seja de detidos, presos ou vítimas de sequestro, é também um apelo para garantir ‘o apoio às vítimas e aos seus familiares’”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Visitação da Virgem Maria

Visitação de Nossa Senhora | Convento da Penha

31 de maio

Nossa Senhoa da Visitação

Origens

A devoção a Nossa Senhora da Visitação originou-se entre os primeiros franciscanos. Trata-se de uma devoção totalmente inspirada no Novo Testamento, mais precisamente no Evangelho de São Lucas 1, 39-56. Quando o anjo Gabriel anunciou a Maria que ela seria a Mãe do Salvador, ele disse que Isabel, prima de Maria, já idosa, estava no sexto mês de gravidez por um milagre de Deus. Por isso, Maria foi às pressas até a região montanhosa da Judéia, à cidade de Aim Karim, para visitar Isabel. Daí o nome de Nossa Senhora da “Visitação”.

https://youtu.be/5TSZPR0DVnA

O encontro de duas santas

Quando Maria chegou e saudou Isabel, João Batista, a criança no ventre de Isabel, estremeceu no seu seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. (Lc 1, 39-41) Sim. Foi um encontro especial. Maria levava Jesus em seu ventre. Isabel, carregava João Batista. Os dois primos também se encontraram neste momento e o Espírito Santo se fez presente. As palavras que Isabel disse a Maria neste momento, como frisa são Lucas, foram inspiradas pelo Espírito Santo. Por isso, elas se tornaram uma frase da oração rezada milhões de vezes por milhões de pessoas todos os dias: a Ave Maria.

Uma frase da Ave Maria

São Lucas escreve: “Ora, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio; Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou em alta voz: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.” (Lc 1, 41-42) Essas palavras de Santa Isabel, inspiradas pelo Espírito Santo, passaram a fazer parte da oração da Ave Maria. É exatamente isso que dizemos quando rezamos: “Bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.”

A visitação

Maria visita Isabel primeiramente porque crê nas palavras do Anjo Gabriel. Este, como vimos, afirmou que Isabel estava no sexto mês de gravidez. Em segundo lugar, esta visita, sem dúvida, é uma visita de serviço, de amor, de partilha. Maria precisava partilhar com alguém a maravilha que estava acontecendo em seu ventre: Jesus, o Filho de Deus estava sendo gerado. Mas, com quem partilhar algo tão grande? José, o noivo, ainda não o sabia. E, se não fosse por intervenção divina, não compreenderia. Isabel, porém, compreenderia, porque estava vivendo também um milagre: uma gravidez na velhice. Maria, vivia milagre infinitamente maior, mas sentia que Isabel poderia compreender e ajudar. Tanto que Isabel, tocada por Deus, percebe imediatamente a gravidez de Maria e exclama: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.” (Lc 1, 41) Certamente nos três meses que Maria ficou com Isabel, as duas se ajudaram, conversaram muito e falaram com liberdade sobre as coisas de Deus que aconteciam em suas vidas.

O grande Louvor de Maria na Visitação

Foi na Visitação que Maria entoou seu cântico de gratidão e louvor a Deus chamado de Magnificat, do Latim, que significa “glorifica”. Este é o primeiro verbo usado por Maria no Magnificat: “Minha alma glorifica ao Senhor”. A oração do Magnificat é a oração da Visitação de Nossa Senhora. Por isso, reze-a sempre, lembrando da alegria de Maria e de seu gesto de amor ao visitar sua prima, para servir e partilhar a vida.

Magnificat

E Maria disse: Minha alma glorifica ao Senhor,

meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador.

Porque olhou para sua pobre serva.

Por isto, desde agora, todas as gerações me proclamarão bem-aventurada,

Porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo.

Sua misericórdia se estende, de geração em geração, sobre os que o temem.

Manifestou o poder do seu braço: desconcertou os corações dos soberbos.

Derrubou do trono os poderosos e exaltou os humildes.

Saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos.

Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia,

Conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre.”

Lc 1, 46-55

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Como era no princípio, agora e sempre, amém.

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

Santa Camila Batista da Varano

Santa Camila Batista da Varano | A12

31 de maio

Santa Camila Batista da Varano

Camila, nascida em 1458, era filha ilegítima do Duque de Camerino, na Itália, gerada antes do seu casamento com Joana Malatesta. A madrasta a acolheu com amor, e Camila cresceu na corte, bela, inteligente, de espírito vivo, caridosa e piedosa. Gostava de cantar e dançar, e tinha dom para a filosofia e teologia. Ainda criança, ouvindo uma pregação sobre a Paixão de Jesus, fez um voto de toda sexta-feira derramar ao menos uma lágrima recordando os Seus sofrimentos; mas isto era difícil de conciliar com sua vida divertida, e ela se sentia mal por toda a semana quando não conseguia chorar esta lágrima.

Adolescente, recebeu e interessou-se pelas atenções de um pretendente, mas um sermão na Quaresma a inclinou para Deus; e com o auxílio de Frei Francisco de Urbino começou a amadurecer sua vocação religiosa, contra a qual na verdade relutou. A família, especialmente o pai, desejava para ela um casamento de vantagens políticas para o ducado. Mas Camila recusou, e após sete meses de grave doença, compreendeu o chamado de Deus e se decidiu pela vida religiosa.

Em 1481, com 23 anos, finalmente entrou no mosteiro das Irmãs Pobres de Santa Clara de Urbino, adotando o nome de Irmã Batista. Fez os votos definitivos em 1483, e redigiu “As Recordações de Jesus”, registrando as instruções e admoestações de Jesus que Dele recebera ainda no palácio paterno.

No ano seguinte, seu pai constrói um mosteiro em Camerino, movido por saudades, e Irmã Batista, com outras oito irmãs, nele funda uma nova comunidade de clarissas, sob a regra própria de Santa Clara e não das urbinistas. Ali foi humilde, servindo atentamente às necessidades das irmãs; várias vezes foi eleita abadessa, e viveu anos de intensas experiências místicas centradas na Paixão e Morte de Cristo, mas também com visões de Nossa Senhora, Santa Clara e dos anjos.

Entre 1488 e 1490, sofreu grande crise espiritual, e escreveu livros. "As Dores Mentais de Jesus na Sua Paixão", de 1488, serviu como guia de meditação para grandes santos, e deve ter sido baseado nas revelações que o Senhor dignou-Se a lhe mostrar sobre todos os tormentos da Sua agonia. Seu confessor, Beato Domenico de Leonessa, a instruiu a escrever sua autobiografia, chamada “A vida Espiritual”, redigida em 1491. Outras obras se seguiram, como “Instruções ao Discípulo”, dirigida ao sacerdote franciscano João de Fano.

Em 1501, os tumultos políticos na Itália da época atingiram Camerino. O devasso Papa Alexandre VI excomunga o pai de Camila, Júlio, por interesses políticos, e seu general, César Borgia (que inspirou o livro “O Príncipe” de Maquiavel, por causa da sua infame conduta), prende Júlio e seus três irmãos. Camila e outra irmã clarissa, parente dos Varano, fogem refugiadas para Fermo, e depois seguem a pé para Atri, onde são recebidas pela duquesa Isabel Piccolomini.

Também conseguem escapar a mãe de Camila, seu irmão mais novo João Maria e seu sobrinho Sigismundo. Em 1503 Júlio e irmãos foram assassinados, mas após a morte de Alexandre VI e portanto com o fim do apoio a César Borgia, os Colonna e o papa Júlio II ajudaram João Maria a retomar Camerino. A abadessa Camila Batista perdoou os inimigos, retornando à cidade. Em 1505 retorna a Fermo para fundar um mosteiro clarissiano por ordem do Papa. Em 1511 morre sua amada mãe adotiva, Joana Malatesta.

A triste decadência dos costumes eclesiásticos, nesta época, que aliás serviriam em parte como motivo para a heresia protestante de Martinho Lutero em 1517, levava Irmã Batista a um tão grande desejo de correção na Igreja que, de acordo com uma irmã, não conseguia dormir nem comer, ficando por isso gravemente doente.

Em 1521, vai a São Severino, nas Marcas, para fundar um novo mosteiro. Ficou conhecida como reformadora da Ordem de Santa Clara por observar com radicalidade a sua Regra, por exemplo cultivando com empenho a pobreza pessoal e comunitária. Por esta época, escreveu “A Pureza do Coração”, a pedido de um religioso, um itinerário de perfeição a partir da sua experiência de vida.

Irmã Batista escreveu em Latim e majoritariamente no seu dialeto da Umbria, um legado místico famoso e notável pela originalidade, espiritualidade e linguagem vividamente pictórica. Por isso foi considerada uma das maiores eruditas do seu tempo e admirada por São Filipe Néri e Santo Afonso. Contribuiu também para a instituição dos Capuchinhos, intercedendo ao Papa Clemente VIII em favor da aprovação deste ramo franciscano em 1524; o beato Mateus de Bascio, seu fundador, antes de ser frade havia sido protegido dos Varano.

 Em 1524, na festa de Corpus Christi, 31 de maio, irmã Batista faleceu em decorrência da peste que assolou a Itália. A exumação do corpo, 30 anos depois, o revelou em perfeito estado de conservação. Nova exumação em 1593 expôs a língua ainda fresca e vermelha.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Há um aspecto especialmente importante na vida e espiritualidade de Santa Camila Batista, que a permitiu escolher uma vida de seguimento radical e árduo a Deus sob uma Regra monástica, ser profundamente caridosa, sempre atenta às necessidades do próximo, e inclusive perdoar os assassinos da sua família. Um aspecto que raramente se vê hoje em dia, infelizmente: a sensibilidade para Deus, para a Sua Paixão, e para a Sua Igreja. Pode ser que uma menina ainda inocente (como deve ser mesmo a infância) sinta como ela um desejo legítimo de chorar sempre os sofrimentos do Senhor na Sua Páscoa, mas ficar de fato verdadeira e seguidamente triste por não o conseguir já não seria comum ou normal. Sensibilidade, ainda mais para as coisas de Deus, e mesmo entre crianças e jovens, parece ser muito mais raro do que deveria, em especial nos lares ditos católicos… e igualmente pouco valorizada ou mesmo lembrada. Ouvimos, como Camila, sermões na Quaresma e na Páscoa, durante anos a fio. Alguma vez será preciso também escutá-los com os ouvidos da alma, se de fato desejamos nos converter para participarmos da Ressurreição de Cristo. É sim necessário nos adoentarmos pelos sofrimentos do Senhor, também no Seu Corpo Místico que é a Igreja, que sofre com os golpes do exterior e ainda mais com as infecções interiores; pois se não participarmos dos sofrimentos de Jesus, para consolá-Lo e reparar por eles, morreremos na alma da peste da indiferença, que nada mais é do que uma expressão da soberba, do orgulho que transformou um anjo no diabo.

Oração:

Pai de infinita bondade, por Vossa misericórdia e pela intercessão de Santa Camila Batista, sensibilizai as almas para Vós e para a Vossa obra de amor por nós, de modo a que, através da obediência e caridade, atentos à Vossa Palavra e às necessidades dos irmãos, mantenhamos em perfeito estado de conservação o coração e a língua, para com o primeiro acompanhar as pulsações do Vosso, e a segunda só proclame a Vossa verdade e louve a Vossa majestade, que precisa ser reconhecida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.

terça-feira, 30 de maio de 2023

Os idosos e a acolhida

Fotografija je simbolična | Halfpoint | Shutterstock

O ponto importante é que os velhos não sejam “descartados”, esquecidos e abandonados num asilo, nas mãos de um cuidador ou até mesmo num cômodo da casa, no qual pouco vamos.

As mudanças culturais e no perfil demográfico das populações, no mundo inteiro, tem tornado a velhice um problema social. É notório que vivemos cada vez mais, aumentando o período em que vivemos de aposentadorias, impactando o sistema previdenciário dos países. Por outro lado, famílias cada vez menores contam com menos filhos adultos para compartilharam os cuidados com seus pais. Por fim, numa sociedade cada vez mais individualista e autocentrada, onde o trabalho nos consome cada vez mais, a própria atenção dada aos idosos se torna um peso cada vez maior.

O valor dos idosos na família

O Papa Francisco dedica uma parte da encíclica Amoris laetitia (AL 48, 191-193) justamente para refletir sobre o papel dos idosos na família e falou em duas belas audiências sobre os desafios, o valor e a importância dos avós no seio das famílias (4 de março e 11 de março de 2015).

Na primeira, citando Bento XVI, observa: “A qualidade de uma sociedade, gostaria de dizer de uma civilização, julga-se também pelo modo como se tratam os idosos e pelo lugar que lhes reservam na vida comum. É verdade, a atenção aos idosos distingue uma civilização. Numa civilização presta-se atenção ao idoso? Há lugar para o idoso? Esta civilização irá em frente se souber respeitar a sabedoria, a experiência dos idosos. Numa civilização em que não há espaço para os idosos ou onde eles são descartados porque criam problemas, tal sociedade traz em si o vírus da morte”.

Contudo, na prática, as situações nem sempre correspondem a esse ideal. Limitações físicas e psíquicas dos idosos, traumas e mágoas do passado, dificuldades financeiras e varga de trabalho são impedimentos reais a uma atenção maior aos idosos. A “família extensa” do passado, na qual avós, tios, primos e agregados (pessoas adotadas ou amigos muito próximos) colaboravam juntos no cuidado dos idosos, dos doentes e das crianças, é cada vez mais rara. Na “família nuclear”, o pai e a mãe estão cada vez mais sozinhos diante da responsabilidade de cuidar não só dos filos, mas também dos idosos e até de parentes com doenças graves.

Muitas formas de cuidar

As formas de se lidar com essa situação são variadas, nenhuma isenta de dificuldades, particularmente quando se somam limitações físicas e econômicas dos idosos. Algumas famílias repartem o ônus do cuidado entre os jovens: uns cuidam do idoso em suas casas enquanto outros ajudam com os custos com saúde, sempre elevados. Quando as limitações físicas são maiores e a situação financeira permite, cuidadores profissionais podem permitir que o idoso permaneça em sua residência e/ou continue próximo da família. Casas de repouso e similares podem se tornar alternativas interessantes, mas quem cuida com carinho de seus idosos sabe que esses locais não eximem os mais jovens de uma série de trabalhos, como selecionar uma casa adequada, fiscalizar os serviços prestados, fazer visitas periódicas para que o idoso não se sinta abandonado etc. Isso tudo sem falar nos custos, que podem ser altíssimos…

Gostaria de deixar claro que esse artigo não quer “recomendar” uma forma ou outra de acompanhamento ao idoso. Cada família tem suas limitações e seus recursos, devendo cuidar dos velhos em função disso. O ponto importante é que os velhos não sejam “descartados”, esquecidos e abandonados num asilo, nas mãos de um cuidador ou até mesmo num cômodo da casa, no qual pouco vamos.

A acolhida nos ajuda a sermos mais cristãos

Uma associação italiana, Famílias para a Acolhida, se dedica justamente a acompanhar famílias que se dedicam às mais variadas experiências de acolhida – adoção, guarda, hospedagem, cuidado de anciões e doentes. Na sua versão mais “radical”, a família prepara um quarto de hospedes que será ocupado pela primeira pessoa que necessitar, seja um viajante, um órfão, um ancião ou um doente. O grupo, contudo, se dedica também famílias que se propõem à adoção, que tem idosos ou doentes e precisam de acompanhamento.

Um dos coordenadores dessa associação me explicou que haviam aprendido que a acolhida àquele que necessita é a melhor forma de evitar o “aburguesamento” das famílias e de seus filhos. Esse termo, hoje em dia, precisa ser explicado. “Aburguesamento” é a tendência, dominante em nossa sociedade, de se deixar levar pelo comodismo e pelo individualismo, pela perda de qualquer ideal que não seja o próprio sucesso financeiro, pela redução do amor a uma troca de afetos que se abandona quando o outro parece não nos corresponder mais. O aburguesamento, assim entendido, é o maior perversor de uma família cristã – e o mais difícil de ser combatido, pois esconde-se em todas as situações e contextos, inclusive quando se procura fazer o bem e infundir bons valores aos jovens.

Ao encontrar uma pessoa acolhida em sua casa, dizia esse meu amigo, as crianças entendem naturalmente, pela observação de uma situação concreta, que não são o centro do mundo, que existem outras pessoas que sofrem mais do que elas e que precisam de apoio, aprendem a tolerância em relação ao outro e descobrem a alegria que vem de doar-se a outro. Tudo isso, que em seu caso refere-se a uma experiência profundamente radical, vale para qualquer uma de nossas famílias, quando acolhemos nossos idosos e doentes, nossos parentes e amigos em dificuldade.

Cuidar do idoso é bom também para nós

Cuidar de um idoso (seja lá qual for a modalidade possível e necessária na vida de cada um de nós) não é diferente de adotar uma criança ou mesmo criar o próprio filho. Nos três casos, o sucesso depende da nossa pouca expectativa. Não é justo (ainda que seja compreensível) esperar deles um retorno, pois fazemos para o bem deles e não para o nosso. Toda expectativa, seja de reconhecimento, seja de colaboração, acaba gerando frustração e dificultando a convivência. Além disso, não fazemos por retribuição ao que aconteceu no passado (em alguns casos, nem mesmo temos boas recordações daquelas pessoas). Fazemos porque tem que ser feito agora, porque percebemos que – de alguma forma – o sofrimento deles seria doloroso também para nós.

Quando cuidamos de um outro, seja um idoso, um doente ou uma criança, temos que aprender a sair de nós mesmos, olhar para o outro e reconhecer que, naquele momento, o importante é o bem dele – e não o nosso. Não é fácil, é um aprendizado, mas é fundamental para nossa relação entre esposos, com filhos, colegas de trabalho, alunos etc. Ninguém é feliz se não consegue sair de si mesmo. O autocentrismo é como uma trepadeira parasita que vai crescendo sobre outra planta, asfixiando-a. Para cuidar deles, temos que nos afastar do autocentramento e assim aprendemos a ser mais felizes e a ser uma companhia melhor para todos aqueles que amamos

O gesto de cuidar exercita em nós a virtude da ternura – e a ternura tem um curioso mecanismo de “retroalimentação”. Quanto mais ternura damos, mais ternura recebemos – não do outro, mas de nós mesmos. O coração terno se alimenta a si mesmo, sem precisar de retribuição. Então, diante das dificuldades inevitáveis no cuidado com o outro, se a raiva pelos aborrecimentos é maior que a ternura dispensada, ganha a raiva e o aborrecimento; se a ternura fala mais alto que a raiva, ganha a ternura, e ela nos recompensa.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Peregrinos da esperança

Peregrinos da esperança - Jubileu 2025 | Vatican News

PEREGRINOS DA ESPERANÇA

Dom Dirceu de Oliveira Medeiros
Bispo de Camaçari (BA) 

“Todo escriba (…) é semelhante a um homem que tira do seu tesouro coisas novas e velhas.” (Mt 13, 52) 

O Concílio Vaticano II nos ensinou a ler os sinais dos tempos, sempre a partir da Palavra de Deus e com o olhar do Cristo Ressuscitado. É preciso sempre partir de Cristo, a Palavra Encarnada do Pai. 

Se é verdade que precisamos ter um olhar na direção do céu, pois somos cidadãos do céu, também é verdade que é preciso ler a realidade com os óculos da fé. O cenário que se descortina diante de nós é cada vez mais desafiador. As pesquisas têm revelado o aumento do número dos chamados “descrentes”, sem Igreja e etc.  

Como repropor a beleza do Evangelho e ungir tais pessoas com o óleo da alegria? O grande areópago que se revela a nós hoje é composto por essa realidade e pelo mundo virtual. Ainda não somos capazes de transitar por esse terreno, as vezes fértil e as vezes pantanoso. 

Mas o que mais salta aos olhos é constatar que as mudanças em curso apontam para algo muito mais estrutural que conjuntural. Não se trata de mudanças em aspectos secundários ou de menor relevância, mas uma mudança profunda que trará algo novo, certamente com aspectos favoráveis e desfavoráveis à fé. Sabiamente as diretrizes da Igreja tem falado em mudança de época e não em época de mudanças. Destacaria em particular três novos dados que marcam nossa época e em pouco tempo. A velocidade das mudanças tem sido cada vez mais acelerada. Há quem afirme que a tecnologia está evoluindo mais rápido do que a capacidade humana. 

Mas voltemos aos três novos dados que impactaram a todos nós e, consequentemente a Igreja e o desafio da Evangelização. Primeiramente o crescimento de um extremismo político que gerou uma polarização sem precedentes e crescente na sociedade. Esse extremismo veio acolitado de um abandono do razoável ou da razão. Este irracionalismo se veste de negacionismo. O segundo aspecto que emergiu em tão pouco tempo é a força das redes sociais e novas tecnologias que se tornaram um lugar, que por um lado é um recurso, mas por outro, um desafio à convivência humana e a Evangelização. Por fim, a pandemia, que impactou a humanidade em todos os aspectos: econômico, social, psicológico e outros. Não devemos subestimar suas consequências.  

Ao convocar o Jubileu do Ano de 2025, o Papa Francisco, em sua carta ao Prefeito para o Dicastério para a Nova Evangelização, considera o impacto da pandemia e diz: “Mas, nos últimos dois anos, não houve nação que não tenha sido transtornada pela inesperada epidemia (…) O próximo Jubileu poderá favorecer imensamente a recomposição dum clima de esperança e confiança, como sinal dum renovado renascimento do qual todos sentimos a urgência. Por isso escolhi o lema Peregrinos de esperança.” 

Atendamos ao apelo do Santo Padre, profeta da Esperança e desde já nos preparemos!

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Arquidiocese de Brasília realiza tradicional Festa de Corpus Christi na Esplanada dos Ministérios

 

Festa de Corpus Christi | arqbrasilia

No próximo dia 08/06, quinta-feira, a Arquidiocese de Brasília realizará a tradicional Festa de Corpus Christi na Esplanada dos Ministérios.

Com programação durante todo o dia, a Solenidade é celebrada, na Arquidiocese, neste formato, há 45 anos, contando com a participação de milhares de fiéis que se dirigem ao centro da Capital Federal para louvar e bendizer a presença do Senhor no Santíssimo Sacramento.

As atividades começam por volta das 6h da manhã com a montagem do tapete no gramado central da Esplanada dos Ministérios realizada por alguns movimentos e serviços da Arquidiocese, bem como alguns grupos de jovens. Durante toda a manhã os fiéis presentes na montagem se vezam na confecção das artes, animação com músicas e oração para preencher diversos quadros com temáticas religiosas feitas de serragem, borra de café, sal e outros materiais. Por este tapete passará, na procissão, o Santíssimo Sacramento levado pelo Cardeal Arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa.

Na parte da tarde, diversos padres atenderão confissões na tenda montada atras do palco onde será celebrada a Santa Missa. Às 16h começam os ensaios dos cantos da celebração e a animação dos fiéis que chegarão à Esplanada das diversas cidades do Distrito Federal. Às 16h45, a procissão de entrada da Celebração sai em direção ao palco, contando com a participação dos seminaristas, todo o clero e os bispo sob a presidência do Arcebispo de Brasília, Cardeal Paulo Cezar Costa.

Após a Santa Missa, acontecerá a tradicional procissão com o Santíssimo Sacramento que percorrerá o quadrilátero da Esplanada dos Ministérios de frente para a Catedral. Nesta procissão, onde o Santíssimo Sacramento é levado no papamóvel que foi usado na visita de São João Paulo II a Brasília, são dadas três bênçãos: aos doentes, aos governantes e às famílias.

São esperadas 70 mil pessoas nesta grande celebração de fé na presença real de Jesus Cristo na Eucaristia. Um esquema especial de segurança, bem-estar, além do transporte público está sendo preparado para bem acolher os fiéis que se dirigem à Esplanada para a Celebração. Acompanhe o portal e as redes sociais da Arquidiocese para mais informações.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF