As paróquias locais uniram
forças para oferecer ajuda humanitária às comunidades desabrigadas. Voluntários
se mobilizaram para fornecer alimentos, água, roupas e abrigo emergencial às
pessoas afetadas.
Fabrício
Preto | POM Brasil
Na esteira
da recente crise humanitária causada pelas chuvas no Rio Grande do Sul, várias
famílias foram desalojadas na cidade de Canoas. Segundo informações do poder
público local, mais de 15 mil pessoas que residem em Canoas já foram levadas
para um dos mais de 55 abrigos abertos no município.
A água das
chuvas avançou sobre 60% do município e a estimativa é de que mais de 180 mil
pessoas tenham sido atingidas. Nos últimos dias, a Prefeitura contabilizou mais
de 63,8 mil pedidos de resgate e ajuda, que vêm sendo feitos de forma
ininterrupta.
Paróquias
mobilizam ações humanitárias
As
paróquias locais uniram forças para oferecer ajuda humanitária às comunidades
desabrigadas. Voluntários se mobilizaram para fornecer alimentos, água, roupas
e abrigo emergencial às pessoas afetadas. As igrejas abriram suas portas,
transformando seus espaços em centros de acolhimento, onde os desabrigados
puderam encontrar conforto e apoio.
Luciane
Possebon, da paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Canoas, está na linha de
frente de acolhida aos desabrigados e atua na Pascom da Paróquia. O acolhimento
iniciou na sexta-feira (3), pela manhã, reunindo todos os paroquianos da
comunidade.
“Recebemos
em torno de 150 pessoas para serem acolhidas. Nós temos muitos voluntários e é
muito bonito de ver que, em meio a tanta tristeza, tem muita gente querendo
ajudar, com a presença voluntária de médicos e enfermeiros”, destacou Luciane.
Em meio às
necessidades que são urgentes, Luciane informou que foi organizada uma linha de
ações com pessoas colaborando em cada setor.
“Nós
organizamos uma recepção, onde se faz uma triagem das pessoas que estão
chegando, cadastrando seus dados em um computador. Após, as famílias são
encaminhadas para a troca de roupa, pois muitos chegam molhados e com frio. Na
sequência todos recebem alimentação e são atendidos por médicos e também têm
acompanhamento psicológico. As pessoas chegam muito abaladas emocionalmente,
pois muitos passaram cerca de dois dias nos telhados de suas casas e sem se
alimentar. A primeira família que nós recebemos, de mais ou menos 10 pessoas,
tinha um bebê em estado de quase hipotermia. As crianças, mesmo com todas essas
tristezas, estão sempre com um sorriso no rosto, felizes e isso nos motiva a
trabalhar ainda mais”, lembrou.
Os animais
de estimação também estão sendo acolhidos na paróquia. “Nós também estamos
acolhendo os pets das famílias, separados em salas por tamanhos pequeno, médio
e grande e temos recebido doação de rações. Chegam muitas pessoas de outros
estados inclusive realizando doações. E só agradecemos a Deus por presenciar a
ajuda mútua de tantas pessoas. Ontem recebemos um relato de outras pessoas
dizendo o quanto as paróquias estão organizadas nessa ajuda humanitária, e isso
nos anima muito”, finalizou Luciane.
Necessidade de fornecimento de água
Segundo Pe.
Diego Jobim Garcia, da Paróquia Santa Luzia, no Bairro Estância Velha em
Canoas, a comunidade está abrigando em torno de 300 pessoas mais os animais de
estimação. Todas as capelas, salões comunitários, salas e escolas estão
acolhendo, sem contar as famílias que abriram suas portas para receber
desabrigados.
“As fotos
não conseguem ilustrar a totalidade de ações que a paróquia vem realizando. São
doações de todos os tipos, roupas, comidas, materiais essenciais e acolhimento
das crianças. Há necessidade maior de fornecimento de água, em grande
quantidade, para que se possam oferecer alguns serviços, como um banho quente
para quem sai das inundações, isso tem se tornado necessário. Da mesma forma,
necessitamos de colchões, colchonetes, edredons e cobertores. Temos recebido
muitas doações de alimentos e ainda se faz necessário doação de produtos de
higiene e limpeza”, lembrou Pe. Diego.
Alimentação
tem sido a prioridade da paróquia
A paróquia
Nossa Senhora das Graças, em Canoas, está localizada em um dos pontos mais alto
da cidade. Dois terços da cidade foi atingido pelas cheias, sendo os bairros
mais necessitados da região. Segundo Pe. César Leandro Padilha, a paróquia está
acolhendo famílias e sendo ponto de recebimento de doações de água, roupas e
alimentos.
“Em nossa
paróquia o principal trabalho está sendo fazer comida para poder alimentar as
famílias que dependem desses alimentos. Neste domingo (5), somente na paróquia
Nossa Senhora das Graças, foram 7 mil refeições entregues, e mais 4 mil
sanduíches preparados. Hoje o nosso pátio está lotado de pessoas procurando
acolhimento e alimentação”, destacou Pe. Leandro Padilha.
Saiba como ajudar
O Regional Sul 3 da CNBB
organizou uma campanha para socorrer os diversos municípios. Quem desejar
contribuir pode fazer um Pix para a CNBB Regional Sul 3: 33685686001041 (CNPJ).
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