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quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Vaticano estabelece medidas de controle para evitar abusos contra a Eucaristia

Imagem referencial. Foto: Flickr São José (CC-BY-NC-ND 2.0)
Vaticano, 10 Jul. 17 / 10:45 am (ACI).- A Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos denunciou os abusos contra a Eucaristia e a “negligência pelo sagrado” e sugere uma série de medidas de controle que garantam a validade do pão e do vinho usados na consagração.
Através de uma carta circular dirigida aos Bispos diocesanos, a Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos recorda, a pedido do Papa Francisco, “as normas existentes e sugerem-se algumas indicações práticas” sobre o pão e vinho para a Eucaristia.
Na carta, são recordadas as normas a respeito da matéria eucarística indicadas no Código de Direito Canônico e no Missal Romano, que já foram explicadas na Instrução Redemptionis Sacramentum desta Congregação de 25 de março de 2004.
Assim, indica que “pão que se utiliza no santo Sacrifício da Eucaristia deve ser ázimo, unicamente feito de trigo, confeccionado recentemente, para que não haja nenhum perigo de que se estrague por ultrapassar o prazo de validade”. Portanto, “não pode constituir matéria válida, para a realização do Sacrifício e do Sacramento eucarístico, o pão elaborado com outras substâncias”.
Além disso, acrescentou que “é um abuso grave introduzir, na fabricação do pão para a Eucaristia, outras substâncias como frutas, açúcar ou mel”.
Em relação ao vinho, afirma que “deve ser natural, do fruto da videira, puro e dentro da validade, sem mistura de substâncias estranhas”, e insiste que “não se deve admitir sob nenhum pretexto outras bebidas de qualquer gênero, pois não constituem matéria válida”.
Sobre o uso de pão e vinho adequado para pessoas com intolerâncias alimentares, explica que “as hóstias completamente sem glúten são matéria inválida para a eucaristia. São matéria válida as hóstias parcialmente desprovidas de glúten, de modo que nelas esteja presente uma quantidade de glúten suficiente para obter a panificação, sem acréscimo de substâncias estranhas e sem recorrer a procedimentos tais que desnaturem o pão”.
Entretanto, a Congregação “decidiu que a matéria eucarística confeccionada com organismos geneticamente modificados pode ser considerada válida”.
Sobre o mosto em substituição ao vinho fermentado normalmente, afirma: “Mosto, isto é, o sumo de uva, quer fresco quer conservado, de modo a interromper a fermentação mediante métodos que não lhe alterem a natureza (p. ex., o congelamento), é matéria válida para a eucaristia”.
Do mesmo modo, insiste que “os Ordinários têm competência para conceder a licença de usar pão com baixo teor de glúten ou mosto como matéria da Eucaristia em favor de um fiel ou de um sacerdote”.
Em sua carta, a Congregação recorda que, sobretudo “aos bispos diocesanos”, que “lhes compete providenciar dignamente tudo aquilo que é necessário para a celebração da Ceia do Senhor. Ao Bispo, primeiro dispensador dos mistérios de Deus, moderador, promotor e garante da vida litúrgica na Igrejaque lhe está confiada compete-lhe vigiar a qualidade do pão e do vinho destinado à Eucaristia e, por isso, também, aqueles que o fabricam”.
A Congregação sublinha a necessidade de garantir, através de certificados adequados, a “validade desta matéria eucarística”. Neste sentido, explica que, “enquanto até agora, de um modo geral, algumas comunidades religiosas dedicavam-se a preparar com cuidado o pão e o vinho para a celebração da Eucaristia, hoje estes vendem-se, também, em supermercados, lojas ou mesmo pela internet”.
Por isso, indica que “Ordinário deve recordar aos sacerdotes, em particular aos párocos e aos reitores das igrejas, a sua responsabilidade em verificar quem é que fabrica o pão e o vinho para a celebração e a conformidade da matéria”.
Com o objetivo de garantir o cumprimento destas normas gerais e, “considerando a complexidade de situações e circunstâncias, como é o fato da negligência pelo sagrado, adverte-se para a necessidade prática de que, por incumbência da Autoridade competente, haja quem efetivamente garanta a autenticidade da matéria eucarística da parte dos produtores como da sua conveniente distribuição e venda”.
Finalmente, sugere-se, por exemplo, “que a Conferência Episcopal encarregue uma ou duas Congregações religiosas, ou outro Ente com capacidade para verificar a produção, conservação e venda do pão e do vinho para a Eucaristia num determinado país ou para outros países para os quais se exporta. Recomenda-se, ainda, que o pão e o vinho destinados à Eucaristia tenham um tratamento conveniente nos lugares de venda”.
ACI Digital

Bispo convoca a dizer “não” à inserção da ideologia de gênero na BNCC



      Dom Antonio Carlos Rossi Keller / Foto: Facebook Diocese de Frederico Westphalen
REDAÇÃO CENTRAL, 13 Set. 17 / 08:00 am (ACI).- O Bispo da Diocese de Frederico Westphalen (RS), Dom Antonio Carlos Rossi Keller, convocou todos os brasileiros a expressarem “o seu vigoroso ‘não’” à inserção da “antinatural” ideologia de gênero na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que deve entrar em vigor a partir de 2018 nas escolas brasileiras.
O apelo do Prelado foi feito por meio de uma nota sobre o risco da ideologia de gênero, publicada nesta terça-feira, 12 de setembro, Memória Litúrgica do Santíssimo Nome de Maria.
Em seu texto, Dom Keller recorda, conforme asseverou o Papa Bento XVI em janeiro de 2013, que a Igreja tem “a missão de precaver o Povo de Deus dos perigos iminentes”. Nesse sentido, decidiu escrever tal “Nota Pastoral com votos de que possa ela chegar – com saudações de bênção e paz – ao maior número de pessoas neste momento crucial da História”.
O Prelado inicia sua reflexão explicando que a ideologia de gênero, difundida a partir das décadas de 1960 e 1970, ensina que a masculinidade e a feminilidade são construídas pela cultura, e não determinadas pelo sexo biológico. Assim, apresenta, “em oposição à Biologia” diversas variantes ao ser humano, como masculino, feminino ou neutro.
“Ora, para fazer a sociedade aceitar, passivamente, tal ideologia que, se aplicada, destruiria por completo a humanidade, há um longo trabalho em curso”, adverte, ao indicar que essa “‘desconstrução’ cultural gradativa” começa pela família e pela educação escolar.
“Como não perceber, portanto, que a tentativa de inserção da ideologia de gênero na BNCC atende a interesses ideológicos colonizadores bem determinados, e não ao genuíno bom-senso do povo brasileiro que rejeitou, vigorosamente, tão nefasta ideologia em todos os âmbitos educacionais (nacional, estadual e municipal) nos quais ela, sorrateiramente e à força, tentou adentrar?”, questiona.
Neste ponto, Dom Keller fez referência ao Plano Nacional e aos Planos Estaduais e Municipais de Educação, dos quais a ideologia de gênero foi retirada após grande mobilização da população, presente em audiências públicas e votações, tanto no Congresso Nacional, como nas Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores.
Além disso, sublinha que a Igreja se coloca efetivamente contrária a tal ideologia e, para tal, cita as palavras do Papa Francisco na exortação apostólica pós-sinodal Amoris Laetitia, em cujo numeral 56 incluiu “dentre os vários desafios no campo educacional das novas gerações a malévola ideologia de gênero”.
Em Amoris Laetitia, o Santo Padre adverte que “preocupa o fato de algumas ideologias deste tipo, que pretendem dar resposta a certas aspirações por vezes compreensíveis, procurarem impor-se como pensamento único que determina até mesmo a educação das crianças”.
“Uma coisa é compreender a fragilidade humana ou a complexidade da vida, e outra é aceitar ideologias que pretendem dividir em dois os aspectos inseparáveis da realidade. Não caiamos no pecado de pretender substituir-nos ao Criador. Somos criaturas, não somos onipotentes. A criação precede-nos e deve ser recebida como um dom”, continua a exortação.
Nesse sentido, o Bispo de Frederico Westphalen assinala que “aceitar e/ou promover a ideologia de gênero é voltar-se, radicalmente, contra Deus, o Autor da natureza humana distinta, mas complementar do homem e da mulher”.
“A pergunta a ser feita é: quem, em sã consciência, deixaria seus filhos – crianças e adolescentes – entregues a um currículo fundamentado em uma ideologia antinatural e anticientífica, como é a famigerada ideologia de gênero?”, pergunta.
Assim, convoca todos os cidadãos a que digam “não” à inserção da ideologia de gênero na BNCC e, “uma das formas úteis de fazê-lo”, conforme indica o Bispo, é por meio de uma petição online dirigida ao Ministério da Educação lançada pela plataforma CitizenGo.
“Nossa pecaminosa omissão certamente custará caro a crianças e adolescentes envoltos, obrigatoriamente, nas escolas, à doutrinação da ideologia de gênero a partir do ano letivo de 2018”, adverte o Prelado.
Para assinar a petição indicada por Dom Antonio Keller, basta acessar o site: www.citizengo.org/pt-pt/node/87279.
Para ler a nota do bispo na íntegra, acesse: http://www.diocesefw.com.br/noticia/291
ACI Digital

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Exposição blasfema é encerrada depois da mobilização de católicos

Fachada do Santander Cultural em Porto Alegre / Foto: Facebook Santander Cultural
PORTO ALEGRE, 11 Set. 17 / 04:30 pm (ACI).- Após a mobilização de católicos contra uma exposição blasfema e que promovia a pedofilia, o Santander Cultural, em Porto Alegre (RS), decidiu encerrar a mostra no domingo, 10 de setembro.
A exposição “Queermuseu – Cartografia da Diferença na Arte Brasileira” foi aberta no dia 15 de agosto e seguiria até o dia 8 de outubro.  A mostra contava com 270 obras que, segundo a entidade abordavam as “questões de gênero e diferença”.
Entretanto, as obras apresentavam blasfêmias contra símbolos religiosos, como hóstias nas quais escreveram nomes de órgãos sexuais, além de imagens indicando pornografia, pedofilia e zoofilia.
Diante disso, cristãos iniciaram nas redes sociais uma mobilização contra a exposição, expressando sua indignação e repúdio à mostra. Entre as iniciativas, muitos ingressaram na página de Facebook do Santander Cultural, conseguindo rebaixar a sua nota de avaliação para 1,4, além de outros que anunciaram o cancelamento de suas contas na instituição financeira.
Frente a esta mobilização o Santander Cultural anunciou no domingo, 10 de setembro, o encerramento da exposição, após receberem “diversas manifestações críticas”. “Pedimos sinceras desculpas a todos os que se sentiram ofendidos por alguma obra que fazia parte da mostra”, acrescenta em nota.
“O objetivo do Santander Cultural é incentivar as artes e promover o debate sobre as grandes questões do mundo contemporâneo, e não gerar qualquer tipo de desrespeito e discórdia”, afirma a instituição, ressaltando que promovem a reflexão “sem interferir no conteúdo para preservar a independência dos autores”.
Entretanto, informa que desta vez “ouvimos as manifestações e entendemos que algumas das obras da exposição Queermuseu desrespeitavam símbolos, crenças e pessoas, o que não está em linha com a nossa visão de mundo”.
Após o anúncio do encerramento da exposição, Padre Augusto Bezerra, um dos impulsionadores da campanha contra a mostra nas redes sociais, expressou que “o gigante acordou”.
“Que sirva de exemplo a qualquer um que tente algo do tipo”, declarou o sacerdote, ressaltando que “estamos avançando e não vamos cessar nossa militância cristã. Sim, cristãos posicionados e fazendo frente aos males presentes”.
Por sua vez, a Arquidiocese de Porto Alegre (RS) divulgou uma nota nesta segunda-feira, na qual “manifesta a sua estranheza diante da promoção da exposição realizada junto ao Santander Cultural, na capital gaúcha, que utiliza de forma desrespeitosa símbolos, elementos e imagens, caricaturando a fé católica e a concepção de moral que enleva o corpo humano e a sexualidade como dom de Deus”.
A Arquidiocese ressalta que ultimamente se tem “assistido ataques discriminatórios à cultura judaico-cristã que contribuiu na formação cultural do ocidente”. Assim, reforça que “eliminar as dificuldades jamais pode significar desrespeitar o outro e suas crenças, especialmente porque, ao se tratar do imaginário simbólico da fé, entra-se num campo delicado de significados e sentidos que a ninguém é dado o direito de desprezar”.
“Em tempos de terrorismo e intolerância, não se constroem pontes com agressão e desrespeito pelo o que é mais íntimo e sagrado no outro: sua fé e seu corpo”, sublinha.
Assim, exorta a continuar “trabalhando por um humanismo solidário com uma atitude de paz que não precisa agredir e ofender quem tem pensamento diferente”. “São Francisco de Assis, medieval e cristão que continua a iluminar a contemporaneidade, ensina-nos a ver o outro como irmão e nos faça a todos instrumentos de paz”, conclui.
ACI Digital

Bispos do Equador rechaçam exposição de artes que zomba de católicos

Centro Cultural Metropolitano de Quito / Crédito: MET
QUITO, 10 Ago. 17 / 03:00 pm (ACI).- Uma exposição de arte blasfema, na se apresentam obras ofensivas contra Jesus, contra a Virgem Maria e os bispos, inaugurada no dia 29 de julho, em Quito, gerou o rechaço por parte da Igrejado Equador.
A exposição, sob responsabilidade da curadora Rosa Martínez, é intitulada “A intimidade é política”, conta com o apoio de várias instituições públicas e privadas, entre elas ONU Mulheres Equador, e permanecerá no Centro Cultural Metropolitano de Quito (MET) até o dia 29 de outubro deste ano.
Através de um comunicado emitido no dia 1º de agosto, a Conferência Episcopal Equatoriana (CEE) expressou a sua “preocupação e desconforto” ao acompanhar de perto as imagens blasfemas nas redes sociais.
“Estamos preocupados, porque teve o patrocínio de instituições sérias, como a Município de Quito, chamadas a respeitar os direitos de todos os cidadãos, tanto crentes como não crentes”, detalha a carta.
Do mesmo modo, os bispos assinalaram que há uma inconformidade, “porque os grupos organizadores desta exposição pictórica, em nome da liberdade de expressão, violam os direitos fundamentais das outras pessoas que discordam das suas posições ideológicas”.
“Supostamente, lutam contra a homofobia, mas não deixam de zombar e promover a fobia contra os cristãos, especialmente contra os cristãos católicos”, acrescentaram.
Finalmente, os bispos manifestaram que em nome de muitos cristãos agradecem “a todas as pessoas que, independentemente da sua posição social, política e religiosa, se pronunciaram com firmeza e clareza para expressar sua inconformidade pela grotesca zombaria aos símbolos religiosos”.
Por outro lado, a plataforma internacional de defesa da família CitizenGO já começou uma campanha de abaixo-assinado para retirar a exposição blasfêmia.
Para assinar, basta acessar o site.
ADVERTÊNCIA: AS imagens podem ferir a sensibilidade dos leitores. Para ver a obra de arte blasfema, acesse aqui.
ACI Digital

Igreja condena peça blasfema que apresenta Jesus como violador

Imagem referencial / Foto: Pixabay (Domínio Público)
Roma, 27 Abr. 17 / 08:00 am (ACI).- A controversa peça de teatro que apresenta Jesus violando uma mulher muçulmana foi condenada pela Igrejana Croácia, que instou os responsáveis a tomarem medidas, porque “ofende Deus, o homem e a nação”.
A peça intitulada “Nossa violência e sua violência” foi escrita pelo croata Oliver Frljic, que há algumas semanas dirigiu na Polônia um espetáculo teatral que mostra com uma imagem de São João Paulo II.
Através de um comunicado, a Arquidiocese de Split (Croácia) condenou a nova obra blasfema de Frljic que usa como contexto a atual crise de refugiados que chegam à Europa, do Oriente Médio e do Norte da África.
“Instamos a todos os responsáveis (...) a tomar medidas para que (a obra) não ofenda as pessoas nem humilhe a cultura”, assinalou a Arquidiocese no texto dirigido ao Ministro de Cultura, às autoridades em Split e ao teatro da cidade.
Advertiram que peça de Frljic “ofende Deus, o homem e a nação” e “provocou uma condenação local e internacional”.
A peça blasfema é apresentada durante o Festival Marulic, dedicado à memória do poeta do renascimento croata, defensor do humanismo cristão e cujas obras foram influenciadas pela Bíblia.
Nesse sentido, a Arquidiocese advertiu que a apresentação do espetáculo de Frljic é uma ofensa à memória de Marulic.
ACI Digital

sábado, 9 de setembro de 2017

23º Domingo do Tempo Comum: A correção fraterna!

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília

Estamos vivenciando o mês especialmente dedicado à Bíblia, ocasião especial para crescer na escuta e na vivência da Palavra de Deus. O Salmo que rezamos hoje nos alerta: “Não fecheis o coração; ouvi, hoje, a voz de Deus!” (Sl 94).
Neste mês da Bíblia, continuamos a meditar o Evangelho segundo Mateus. Estamos lendo, com a Igreja, o capítulo 18, voltado especialmente para a vida em comunidade. Jesus se dirige aos seus discípulos orientando a vida comunitária. O texto, hoje proclamado, destaca a correção fraterna, sinal de amor e de responsabilidade diante do irmão que peca.
A verdadeira correção fraterna é um sinal de amor ao próximo e uma consequência da vida fraterna. Ela exclui o rancor, a fofoca ou os comentários que destroem o outro. O objetivo deve ser ajudar a superar os erros, ao invés de condenar a viver no pecado. Por isso, a verdadeira “correção fraterna”, segundo a própria expressão, ocorre apenas onde há fraternidade. A palavra de Jesus se refere ao relacionamento entre irmãos. “Se o teu irmão pecar contra ti...”, afirma o Senhor (Mt 18,15). A palavra “irmão” pressupõe alguém que está na comunidade e que necessita de ajuda fraterna para superar o pecado.  O primeiro passo ocorre no âmbito pessoal, pois Jesus fala em corrigir o irmão “a sós”, “em particular”. Não conseguindo, busca-se ajuda de outros dois ou três irmãos e, por fim, recorre-se à Igreja (Mt 18,16-17). A intenção sincera deve ser ajudar, pois “o amor não faz nenhum mal contra o próximo”, conforme afirma S. Paulo (Rm 13,10).
A correção ao irmão que erra é também sinal de responsabilidade perante o próximo. O profeta Ezequiel alerta sobre a responsabilidade pessoal em advertir o ímpio a respeito de sua conduta, para que ele não morra, mas tenha a vida (Ez 37,7-9).
Não é fácil praticar a correção fraterna, mas ela se faz cada vez mais necessária. Não é justo ficar falando mal das pessoas. Não é correto ficar indiferente diante de erros, que muitas vezes chegam a destruir a vida de quem erra e de sua família. Por isso, a oração se faz tão necessária. Jesus está no meio daqueles que se reúnem em seu nome e rezam unidos. A correção fraterna deve ser acompanhada da oração e iluminada pela Palavra de Deus; ela é fruto de uma comunidade unida pelo amor e pela oração. 
O Mês da Bíblia nos motiva a por em prática a Palavra de Deus. Por isso, procure aproximar-se mais do seu irmão, especialmente daquele que necessita recomeçar a vida, contando com a misericórdia de Deus e a presença fraterna dos irmãos.
Arquidiocese de Brasília

Do Sermão sobre as Bem-aventuranças, de São Leão Magno, papa

(Sermo 95,4-6: PL 54, 462-464)       (Séc.V)

A bem-aventurança do reino de Cristo
Após ter proclamado a felicíssima pobreza, o Senhor acrescenta: Bem-aventurados os que choram porque serão consolados (Mt 5,4). Estas lágrimas que têm a promessa da consolação eterna nada têm a ver com a comum aflição deste mundo; nem tornam bem-aventuradas as queixas arrancadas a todo o gênero humano. É outro o motivo dos gemidos dos santos, outra a causa das lágrimas felizes. A tristeza religiosa chora o pecado dos outros ou o próprio. Não se acabrunha porque se manifesta a divina justiça, mas dói-se do que se comete pela iniquidade humana. Sabe ser mais digno de lástima quem pratica a maldade do que quem a sofre, porque a maldade mergulha o injusto no castigo. A paciência leva o justo até à glória.  
 Em seguida diz o Senhor: Bem-aventurados os mansos porque possuirão a terra por herança (Mt 5,5). Os mansos e quietos, humildes, modestos e aflitos a suportar toda injúria recebem a promessa de possuir a terra. Não se considere pequena ou sem valor esta herança, como se fosse diferente da celeste morada, pois não se entende que sejam outros a entrar no reino dos céus. A terra prometida aos mansos e a ser dada aos quietos é a carne dos santos que, graças à humildade, será mudada pela feliz ressurreição e vestida com a glória da imortalidade, nada mais tendo de contrário ao espírito na harmonia de perfeita unidade. O homem exterior será então a tranquila e incorruptível possessão do homem interior.  
Os mansos a possuirão numa paz perpétua e nada diminuirá de sua condição, quando o corruptível se revestir da incorruptibilidade e o mortal se cobrir com a imortalidade (1Cor 15,54); a provação se mudará em prêmio, o ônus de outrora agora será honra.
www.liturgiadashoras.org

quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Papa Francisco dá início a 20ª Viagem Apostólica Internacional

Papa Francisco dá início a 20ª Viagem Apostólica Internacional
“Venho como peregrino de esperança e de paz”: assim o Papa Francisco saúda os colombianos às vésperas de sua 20ª viagem apostólica internacional, que tem início na quarta-feira, 6 de setembro.

“Querido povo da Colômbia, daqui alguns dias visitarei o seu país. Virei como peregrino de esperança e de paz para celebrar com vocês a fé no nosso Senhor e também para aprender com sua caridade e perseverança na busca da paz e da harmonia.”
O Papa agradece antecipadamente a acolhida ao Presidente colombiano, aos bispos do país e a todos que trabalharam para esta visita se realize. Francisco cita também o lema da viagem, “Façamos o primeiro passo” e a importância de ir ao encontro do outro, estender a mão e trocar o sinal da paz.
Colômbia em busca da paz
“A paz é o que a Colômbia busca e para qual trabalha há muito tempo. Uma paz estável, duradoura, para que possamos nos ver e nos tratar como irmãos, não como inimigos. A paz nos recorda que somos todos filhos do mesmo Pai que nos ama e nos conforta.”
O Pontífice declara-se “honrado” de visitar a Colômbia, “terra rica de história, cultura, fé, homens e mulheres que trabalharam com determinação e perseverança para torná-la um local em que reine a harmonia e a fraternidade, em que o Evangelho é conhecido e amado.
Proteger o meio ambiente da exploração selvagem
Para Francisco, o mundo de hoje necessita de conselheiros de paz e de diálogo e também a Igreja é chamada a esta tarefa, “para promover a reconciliação com o Senhor e com os irmãos, mas também a reconciliação com o meio ambiente, que é uma criação de Deus e que estamos explorando de modo selvagem”.
Que esta visita, conclui o Papa, seja um abraço fraterno a cada colombiano. “Eu os abraço com afeto e peço ao Senhor que os abençoe, que proteja o país e lhe conceda a paz. E peço à Nossa Mãe, a Virgem Santa, que cuide de vocês. Não se esqueçam de rezar por mim. Obrigado e até logo.”
(Matéria da Rádio Vaticano)
CNBB

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

O domínio da “tela” nas crianças e pré-adolescentes

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Mídia Digital, Ernst & Young
Redação (Terça-feira, 05-09-2017, Gaudium Press) Tivemos a oportunidade, em artigo anterior, de nos perguntar se somos viciados digitais, assim como confirmar como esse fenômeno nos "rouba" o espaço que reservamos para os nossos e para Deus. Queremos considerar agora o crescimento do acesso, uso e abuso de dispositivos digitais por parte de crianças e pré-adolescentes.
Segundo numerosos pediatras, psicólogos e educadores, o fenômeno do "domínio da tela", é prejudicial ao normal desenvolvimento emocional e intelectual de uma criança pois, deixam de interagir com o mundo ao seu redor, isolando-se no mundo digital.
Mas acontece que, ao lado das crianças, encontramos pais constantemente apegados a dispositivos digitais. Isso os impossibilita, de certa forma, a estabelecer normas, uma vez que não são exemplo vivo do que não deve ser feito. Consideram mais cômodo, menos trabalhoso, dar mais liberdade, colocar um pequeno dispositivo em suas mãos, em vez de compartilhar, estar com ele, escutar-lhe.
A Dra. Steiner-Adair, autora do singular livro "A grande desconexão: proteção da infância e relações familiares na era digital", ressalta dois importantes momentos no relacionar-se com a criança ou o pré-adolescente: a ida ao colégio, e mais ainda a volta do mesmo; porque aqui têm que conter-lhe suas andanças, suas preocupações, suas alegrias.
Os pais ficam preocupados, não sabem como lidar com esta situação difícil. Existem vantagens e desvantagens. As vantagens, dizem alguns, são o comunicar-nos com nossos filhos, que os jogos desenvolvem o pensamento, que na pré-adolescência trocam com amigos aumentando seu relacionamento social.
Mas, Ignacio Gath, psicólogo do Instituto de Neurologia Cognitiva de Buenos Aires, objeta que o pré-adolescente ficará exposto a sites inapropriados, que se corre o risco de que cheguem a ele pessoas desconhecidas, expondo-os a situações de vulnerabilidade. O debate é amplo...
As crianças pedem celulares em idades cada vez mais novas, por que não... se todos o têm?, dizem eles. Mas, pergunta-se: quais são os benefícios para o seu bem-estar, tanto emocional quanto social?
A psicóloga mexicana Tania Castro chama de "órfãos digitais" os "filhos cujos pais permitem mergulhar na tecnologia sem restrição alguma, com o objetivo de mantê-los tranquilos e sem protestar. Qual é o risco?, se pergunta esta psicóloga. É que, com o uso excessivo destes dispositivos eletrônicos os transforma em uma "babá eletrônica". A televisão, em seu lugar de relevância, vai sendo gradualmente deslocada para os tablets, os celulares (com seus jogos e redes sociais), dando lugar para que "se perca o vínculo comunicativo entre pais e filhos" (ACI, 14 de maio de 2017).
Pesquisas em vários países mostram que as crianças passam entre 5 a 6 horas por dia na frente da tela, seja TV, celular ou Tablet. Reclamação singular das crianças no Reino Unido: 27% diz que seus pais têm normas duplas sobre a tecnologia... Diríamos nós: são "viciados digitais" e querem impedir que seus filhos sejam; o mau exemplo os trai. Há confrontos nas respostas: 60% dos pais acreditam que seu filho gasta muito tempo no dispositivo móvel em casa, mas 21% das crianças sentem que seus pais não ouvem porque estão em mensagens, ligações ou textos em seus celulares. Espantem-se: no Reino Unido, 39% das crianças se comunica por texto, e-mail ou redes sociais com seus pais, estando na mesma casa!
Este fenômeno de "encaixar a chupeta", da "baba eletrônica", da "paternidade distraída", dos "órfãos digitais", nos leva à consequente preocupação sobre a excessiva presença da tela nas crianças e pré-adolescentes.
As associações pediátricas alertam sobre o uso, especialmente em bebês, pois pode causar problemas de aprendizagem e psicomotricidade. Isso, muitos pais não sabem. Às vezes, pode produzir distúrbios de fala (ou específicos da linguagem) em crianças de 4 ou 5 anos que viveram acompanhados deles durante toda a infância. "Porque a imagem não tem uma palavra que acompanhe o processo de aprendizagem, é tanta a velocidade não parece ser um processamento adequado. As crianças preferem ver e interagir com o mundo digital em vez de criar cenários no mundo real. A redução da manipulação de objetos afeta a motricidade" (Clarín de Buenos Aires, 1-3-2017).
Ainda há repercussões sobre o comportamento, a saúde, o estudo: o uso excessivo em pré-adolescentes produz insônia e falta de descanso que levam a dificuldades de atenção, reduzindo o desempenho escolar; a diminuição da atividade física e exposição ao sol dá transtornos de peso; a troca on-line dificulta a aquisição de habilidades comunicacionais e sociais (um conflito on-line se soluciona com um clique, apagando o contato ou bloqueando-o).
Uma clara explicação é da psicóloga argentina Ileana Fischer, que coordena equipes no Centro Rascovsky. Recomenda -entre outras coisas- não dar telefone celular a menores de 2 anos. É o que vemos, crianças que ainda não falam, com os telefones celulares ou tablets de seus pais, impedindo isso que explorem o mundo de seu ambiente e se relacionem com os que os rodeiam.
Confirmando esta recomendação, a Academia Americana de Pediatria, com base em um estudo de 2010 da Kaiser Family Foundation, declara: "o cérebro de uma criança desenvolve-se rapidamente durante esses primeiros anos e as crianças aprendem melhor interagindo com as pessoas, do que com telas". Distrai-los com telas não é a solução, você tem que ensinar-lhes para que se acalmem ou divertam-se por si mesmos.
Mais radicais em suas propostas estão a Academia Americana de Pediatria e a Sociedade Canadense de Pediatria: as crianças não devem usar dispositivos eletrônicos portáteis antes dos 12 anos de idade. Afirmação surpreendente! E por que proporiam isso? Vejamos as observações de Cris Rowan, terapeuta pediátrico e especialista em desenvolvimento infantil, autor do livro "Infância virtual", entra em polêmica propondo banir o uso para crianças menores que essa idade. Numerosas razões são colocadas no quadro de discussão, vejamos apenas algumas: 1) a exposição excessiva às tecnologias, mostrou-se associada a um deficit de atenção, atrasos cognitivos, problemas de aprendizagem, impulsividade e diminuição da autorregulação, por exemplo, crises de raiva. 2) Pouco movimento, desenvolvimento tardio. O movimento melhora a atenção e a capacidade de aprendizagem. 3) Aumento da obesidade. 4) De 9 e 10 anos, privados de sono, classificações afetadas negativamente. 5) Uso abusivo, fator causal no aumento da depressão infantil, ansiedade, transtornos de vinculação, deficit de atenção, comportamento infantil problemático. 6) Conteúdos violentos podem causar agressão infantil. 7) E quando são de alta velocidade contribuem para o deficit de atenção, diminuição da concentração e da memória. Quem não pode manter a atenção não pode aprender.
Deixamos em suas mãos estas informações para uma melhor ação neste delicado problema familiar. Que Deus e a Virgem os ajudem.
Por Pe. Fernando Gioia, EPpadrefernandogioia@heraldos.info
(Originalmente publicado em LA PRENSA GRÁFICA de El Salvador, 4 de setembro de 2016)
Traduzido para o português por Emílio Portugal Coutinho


Conteúdo publicado em gaudiumpress.org, no link http://www.gaudiumpress.org/content/89720-O-dominio-da--ldquo-tela-rdquo--nas-criancas-e-pre-adolescentes#ixzz4rvSWIgI9
Autoriza-se a sua publicação desde que se cite a fonte. 

Do Comentário sobre o Evangelho de João, de Orígenes, presbítero

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(Tomus 10,20:PG14, 370-371)                (Séc.I)


Cristo falava do templo do seu corpo
Destruí este templo e em três dias o reedificarei (Jo 2,19). Os apegados ao corpo e às coisas sensíveis, creio, parecem indicar os judeus, que irritados por terem sido expulsos por Jesus, acusando-os de transformarem a casa do Pai em mercado de seus produtos, pedem um sinal. Por esse sinal devia Jesus justificar o seu procedimento e provar que era o Filho de Deus, o que eles na sua incredulidade não queriam admitir. Mas o Salvador ajuntou uma palavra sobre seu corpo, como se falasse daquele templo; aos que interrogavam: Que sinal mostras para assim fazeres?, responde: Destruí este templo e em três dias o reedificarei.  
Todavia ambos, tanto o templo como o corpo de Jesus, compreendidos como unidade, parecem-me ser figura da Igreja. Por ter sido edificada com pedras vivas; feita casa espiritual para o sacerdócio santo (1Pd 2,5). Edificada sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo sua máxima pedra angular o Cristo Jesus (Ef 2,20), existindo em verdade, como templo. Se, porém, por causa da palavra: Vós sois o corpo de Cristo e membros uns dos outros (1Cor 12,27), se entender serem destruídas e deslocadas as junturas e disposições das pedras do templo, como se lê no Salmo 21 sobre os ossos de Cristo, pelas ciladas das perseguições e tribulações e por aqueles que combatem a unidade do templo por contradições, levantar-se-á o templo e ressuscitará o corpo ao terceiro dia. Após o dia da maldade que pesa sobre ele, e após o dia da consumação que se seguir.  
Seguirá de perto o terceiro dia do novo céu e da terra nova, quando esses ossos, quero dizer, toda a casa de Israel, serão reerguidos, no grande domingo, em que a morte é vencida. Assim a ressurreição de Cristo depois da paixão contém o mistério da ressurreição do corpo total de Cristo. Como aquele corpo de Jesus, sensível, foi pregado na cruz, sepultado e depois ressuscitado, assim todo o corpo dos santos de Cristo com ele foi pregado na cruz e agora já não vive mais. Cada um deles, à semelhança de Paulo, não se gloria em coisa alguma a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo por quem está crucificado para o mundo e o mundo para ele.  
Por isto não apenas foi cada um de nós, junto com Cristo, pregado à cruz e crucificado para o mundo, mas também, junto com Cristo, sepultado: Fomos consepultados com Cristo, diz Paulo (Rm 6,4) e acrescenta como quem já recebeu as aras da ressurreição: E com ele ressuscitamos (cf. Rm 6,4).
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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF