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sábado, 28 de março de 2020

Do Livro dos Números: 20,1-13; 21,4-9

As águas de Meriba e a serpente de bronze
Naqueles dias, 20,1 toda a comunidade dos filhos de Israel chegou ao deserto de Sin, no primeiro mês, e o povo permaneceu em Cades. Ali morreu Maria e ali mesmo foi sepultada.
2Como não havia água para o povo, este juntou-se contra Moisés e Aarão, 3e, levantando-se em motim, disseram: “Antes tivéssemos morrido, quando morreram nossos irmãos diante do Senhor! 4Para que trouxestes a comunidade do Senhor a este deserto, a fim de que morrêssemos, nós e nossos animais? 5Por que nos fizestes sair do Egito e nos trouxestes a este lugar detestável, em que não se pode semear, e que não produz figueiras, nem vinhas, nem romãzeiras, e, além disso, não tem água para beber?”
6Deixando a comunidade, Moisés e Aarão foram até a entrada da Tenda da Reunião, e prostraram-se com a face em terra. E a glória do Senhor apareceu sobre eles. 7O Senhor falou, então, a Moisés, dizendo: 8“Toma a tua vara e reúne o povo, tu e teu irmão Aarão; na presença deles ordenai à pedra e ela dará água. Quando fizeres sair água da pedra, dá de beber à comunidade e aos seus animais”.
9Moisés tomou, então, a vara que estava diante do Senhor, como lhe fora ordenado. 10Depois, Moisés e Aarão reuniram a assembleia diante do rochedo, e Moisés lhes disse: “Ouvi, rebeldes! Poderemos, acaso, fazer sair água desta pedra para vós?” 11E, levantando a mão, Moisés feriu duas vezes a rocha com a vara, e jorrou água em abundância, de modo que o povo e os animais puderam beber.
12Então o Senhor disse a Moisés e a Aarão: “Visto que não acreditastes em mim, para manifestar a minha santidade aos olhos dos filhos de Israel, não introduzireis este povo na terra que lhe vou dar”. 13Estas são as águas de Meriba, onde os filhos de Israel disputaram contra o Senhor, e ele lhes manifestou a sua santidade.
21,4 Os filhos de Israel partiram do monte Hor, pelo caminho que leva ao mar Vermelho, para contornarem o país de Edom. Durante a viagem o povo começou a impacientar-se, 5esse pôs a falar contra Deus e contra Moisés, dizendo:“Por que nos fizestes sair do Egito para morrermos no deserto? Não há pão, falta água, e já estamos com nojo desse alimento miserável”.
6Então o Senhor mandou contra o povo serpentes venenosas, que os mordiam; e morreu muita gente em Israel. 7O povo foi ter com Moisés e disse: “Pecamos, falando contra o Senhor e contra ti. Roga ao Senhor que afaste de nós as serpentes”. Moisés intercedeu pelo povo, 8e o Senhor respondeu: “Faze uma serpente abrasadora e coloca-a como sinal sobre uma haste; aquele que for mordido e olhar para ela viverá”. 9Moisés fez, pois, uma serpente de bronze e colocou-a como sinal sobre uma haste. Quando alguém era mordido por uma serpente, e olhava para a serpente de bronze, ficava curado.

Responsório             Jo 3,14.15.17

R. Como Moisés ergueu na haste a serpente no deserto,
assim o Filho do Homem há de ser levantado.
* Para que, quem nele crer, não pereça para sempre,
mas possua a vida eterna.
V. Deus enviou seu Filho ao mundo,
para que o mundo seja salvo
e não para julgá-lo. * Para que.

Existe Santa Corona, mártir e padroeira das epidemias resistentes?

Imagem referencial / Crédito: Unsplash
BERLIM, 28 Mar. 20 / 07:00 am (ACI).- Várias agências de notícias, incluindo a Agência Alemã de Imprensa (DPA), informaram nos últimos dias que uma mártir da tradição cristã primitiva chamada "Corona" foi venerada no passado como a santa padroeira contra as epidemias resistentes.
Dizem que Santa Corona, de 16 anos, foi executada no século II por professar sua fé no Oriente, provavelmente na Síria. Suas relíquias foram mantidas na cidade de Aachen, no oeste da Alemanha, por mais de mil anos, mais precisamente desde 997 d.C.
Daniela Lövenich, porta-voz da Catedral de Aachen, disse à DPA: “Entre outras coisas, Santa Corona é considerada uma santa padroeira contra epidemias. É isso que a torna tão interessante neste momento”.
Na quarta-feira, 25 de março, a agência Reuters publicou um artigo no qual informou que a Catedral de Aachen decidiu retirar as relíquias da pouco conhecida Santa Corona para exibi-las quando a pandemia de coronavírus passar, como parte de uma exposição sobre artesanato em ouro.
Atualmente, os especialistas estão limpando meticulosamente o medalhão de ouro, bronze e marfim, que estava oculto à vista do público durante os últimos 25 anos.
Brigitta Falk, chefe do Tesouro da Catedral de Aachen, contou detalhes sobre a lenda do brutal martírio de Santa Corona. Dizem que a jovem cristã foi amarrada a duas palmeiras curvas que destroçaram a menina quando foram abertas novamente.
"Essa é uma história muito assustadora e fez com que ela se convertesse na padroeira dos lenhadores”, disse e acrescentou que foi pura casualidade que também se convertesse na santa padroeira para resistir às epidemias.
As relíquias de Corona, que teriam sido levadas a Aachen pelo rei Otto III em 997, foram guardadas em um túmulo debaixo de um piso na catedral, que ainda pode ser visto, até o ano 1911 ou 1912 quando foi colocada no relicário.
O relicário, que mede 93 centímetros de altura e pesa 98 kg, agora está sendo polido para os visitantes.
"Tiramos o relicário um pouco antes do planejado e agora esperamos mais interesse devido ao vírus", disse Daniela Lövenich à Reuters.
Existe realmente uma "santa contra as epidemias"? O que diz a tradição da Igreja
"Não há notícias reais sobre sua vida", assinala a Lexikon des Mittelalters, uma enciclopédia alemã sobre a história e a cultura da Idade Média, escrita por autores de todo o mundo, reunindo mais de 36 mil artigos em nove volumes.
Dizem que Corona sofreu a morte na Síria ou no Egito no século II; suas relíquias foram do Egito, passando por Chipre e Sicília, até Otricoli (norte da Itália); dali Otto III a levou para Aachen.
"Corona foi particularmente invocada pelos caçadores de tesouros e açougueiros", indica o livro. Inclusive, o texto assinala que não se sabe nada sobre um patronato especial contra epidemias.
A edição de 1931 fala que não se tem certeza que o nome “Corona” se refira à moeda “corona”, que era conhecida antes do século XVI. Assim, a santa teria sido chamada assim, sobretudo, por “assuntos de dinheiro, loteria, jogos de azar” e de “schatzgraben”, que o Lexikon des Mittelalters condena expressamente como superstição.
A referência à possível veneração da Santa Corona por jogadores supersticiosos desapareceu em edições posteriores do Lexikon, mas também não há referência a invocações especiais da mártir em tempos de epidemia.
Na edição atual do Lexikon, concluída em 2001, a época de seu martírio remonta à época do imperador Antoninus Pius ou Diocleciano. Especialmente na Baviera e na Baixa Áustria, foi venerada "como patrona da sorte" e "patrona dos caçadores de tesouros". No entanto, não há referências a patronatos adicionais, como veneração por lenhadores, açougueiros ou contra epidemias.
Até agora, apenas a “Enciclopédia Ecumênica dos Santos" emitiu a Santa Corona como padroeira contra epidemias.
No entanto, não existe uma fonte exata sobre este patronato. O site é operado pelo pastor protestante aposentado Joachim Schäfer. De acordo com suas próprias declarações, "muitos leitores (...) ajudam com seu conhecimento dos detalhes, conselhos e correções".
"Sempre recebemos mensagens que exigem explicações 'oficiais' ou certos pontos de vista e interpretações. Não representamos nenhuma posição oficial de nenhuma igreja ou outro grupo; independência é muito importante para nós”, indicou
Ainda não está claro quais são as fontes, em última instância, responsáveis pelo fato de que Santa Corona tenha sido nomeada como padroeira contra as epidemias.
O Tesouro da Catedral de Aachen já recebeu um pedido explícito de informação sobre este tema por parte da CNA Deutsch, agência em alemão do Grupo ACI.
A Catedral de Aachen, construída pelo imperador Carlos Magno no século IX, é uma das mais antigas da Europa. Carlos Magno foi enterrado lá em 814 e foi usada para a coroação de reis e rainhas alemães.
Publicado originalmente em CNA Deustch. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
ACI Digital

sexta-feira, 27 de março de 2020

Papa Francisco: Abraçar o Senhor para abraçar a esperança

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Vatican News
Com o cenário inédito da Praça São Pedro vazia com o Papa Francisco diante da Basílica Vaticana, o Pontífice afirmou que é "diante do sofrimento que se mede o verdadeiro desenvolvimento dos povos”. Francisco falou ainda da ilusão de pensar "que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente".


Bianca Fraccalvieri - Cidade do Vaticano

Abraçar o Senhor para abraçar a esperança: esta é a mensagem do Papa Francisco aos fiéis de todo o mundo que, neste momento, se encontram em meio à tempestade causada pela pandemia do coronavírus.
Diante de uma Praça São Pedro completamente vazia, mas em sintonia com milhões de pessoas através dos meios de comunicação, o trecho escolhido para a oração dos féis foi a tempestade acalmada por Jesus, extraído do Evangelho de Marcos.
E foi esta passagem bíblica que inspirou a homilia do Santo Padre, que começa com o “entardecer…”.
“Há semanas, parece que a tarde caiu. Densas trevas cobriram as nossas praças, ruas e cidades; apoderaram-se das nossas vidas, enchendo tudo de um silêncio ensurdecedor e de um vazio desolador… Nos vimos amedrontados e perdidos.”
Estamos todos no mesmo barco
Estes mesmos sentimentos, porém, acrescentou o Papa, nos fizeram entender que estamos todos no mesmo barco, “chamados a remar juntos”.
Neste mesmo barco, seja com os discípulos, seja conosco agora, está Jesus. Em meio à tempestade, Ele dorme – o único relato no Evangelho de Jesus que dorme – notou Francisco. Ao ser despertado, questiona: «Porque sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?» (4, 40).
“A tempestade desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas e supérfluas seguranças com que construímos os nossos programas, os nossos projetos, os nossos hábitos e prioridades. Mostra-nos como deixamos adormecido e abandonado aquilo que nutre, sustenta e dá força à nossa vida e à nossa comunidade.”

A ilusão de pensar que continuaríamos saudáveis num mundo doente

Com a tempestade, afirmou o Papa, cai o nosso “ego” sempre preocupado com a própria imagem e vem à tona a abençoada pertença comum que não podemos ignorar: a pertença como irmãos.
“Na nossa avidez de lucro, deixamo-nos absorver pelas coisas e transtornar pela pressa. Não nos detivemos perante os teus apelos, não despertamos face a guerras e injustiças planetárias, não ouvimos o grito dos pobres e do nosso planeta gravemente enfermo. Avançamos, destemidos, pensando que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente. Agora, sentindo-nos em mar agitado, imploramos-Te: «Acorda, Senhor!»”
O Senhor então nos dirige um apelo, um apelo à fé. Nos chama a viver este tempo de provação como um tempo de decisão: o tempo de escolher o que conta e o que passa, de separar aquilo que é necessário daquilo que não é. “O tempo de reajustar a rota da vida rumo ao Senhor e aos outros.”  

A heroicidade dos anônimos

Francisco cita o exemplo de pessoas que doaram a sua vida e estão escrevendo hoje os momentos decisivos da nossa história. Não são pessoas famosas, mas são “médicos, enfermeiros, funcionários de supermercados, pessoal da limpeza, transportadores, forças policiais, voluntários, sacerdotes, religiosas e muitos – mas muitos – outros que compreenderam que ninguém se salva sozinho”.
“É diante do sofrimento que se mede o verdadeiro desenvolvimento dos nossos povos”, afirmou o Papa, que recordou que a oração e o serviço silencioso são as nossas “armas vencedoras”.
A tempestade nos mostra que não somos autossuficientes, que sozinhos afundamos. Por isso, devemos convidar Jesus a embarcar em nossas vidas. Com Ele a bordo, não naufragamos, porque esta é a força de Deus: transformar em bem tudo o que nos acontece, inclusive as coisas negativas. Com Deus, a vida jamais morre.

Temos uma esperança

Em meio à tempestade, o Senhor nos interpela e pede que nos despertemos. “Temos uma âncora: na sua cruz fomos salvos. Temos um leme: na sua cruz, fomos resgatados. Temos uma esperança: na sua cruz, fomos curados e abraçados, para que nada e ninguém nos separe do seu amor redentor.”
Abraçar a sua cruz, explicou o Papa, significa encontrar a coragem de abraçar todas as contrariedades da hora atual, abandonando por um momento a nossa ânsia de onipotência e posse, para dar espaço à criatividade que só o Espírito é capaz de suscitar. “Abraçar o Senhor, para abraçar a esperança.” Aqui está a força da fé e que liberta do medo. Francisco então concluiu:
 “Deste lugar que atesta a fé rochosa de Pedro, gostaria nesta tarde de confiar a todos ao Senhor, pela intercessão de Nossa Senhora, saúde do seu povo, estrela do mar em tempestade. Desta colunata que abraça Roma e o mundo, desça sobre vocês, como um abraço consolador, a bênção de Deus.”
Ao final da homilia, o Pontífice adorou o Santíssimo e concedeu a bênção Urbi et Orbi, com anexa a Indulgência Plenária.

Vatican News

Como lucrar indulgência plenária com a Bênção Urbi et Orbi do Papa Francisco?


Papa Francisco. Crédito: Vatican Media
Vaticano, 27 Mar. 20 / 10:30 am (ACI).- Nesta sexta-feira, 27 de março, o Papa Francisco concederá às 18h de Roma (14h no horário do Brasil) a bênção Urbi et Orbi – para a cidade e para o mundo – diante de uma praça de São Pedro que ficará vazia devido à pandemia de coronavírus, mas que será uma oportunidade para os fiéis obterem indulgência plenária se acompanharem a transmissão pelos meios de comunicação.
“Presidirei um momento de oração no átrio da Basílica de São Pedro. Com a Praça vazia. Desde já, convido todos a participarem espiritualmente através dos meios de comunicação. Ouviremos a Palavra de Deus, elevaremos a nossa súplica, adoraremos o Santíssimo Sacramento, com o qual, ao término, darei a Bênção Urbi et Orbi à qual será unida a possibilidade de receber indulgência plenária", indicou o Papa no domingo, 21 de março.
Será uma bênção Urbi et Orbi extraordinária, pois os pontífices costumam concedê-la apenas em 25 de dezembro e no Domingo de Páscoa.
Catecismo da Igreja Católica explica que a indulgência “é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa, (remissão) que o fiel bem-disposto obtém, em condições determinadas, pela intervenção da Igreja que, como dispensadora da redenção, distribui e aplica por sua autoridade o tesouro das satisfações (isto é, dos méritos) de Cristo e dos Santos”.
As indulgências, que podem ser parciais ou plenárias, podem ser lucradas para si mesmos ou pela alma de um falecido. Não se pode lucrar por outra pessoa viva.
Para lucrar a indulgência plenária é preciso cumprir com três condições: confissão dos pecados, receber a Santa Comunhão e oração pelas intenções do Papa. Esta oração, indica o Vaticano, "é deixada para a escolha dos fiéis, mas se sugere um 'Pai-Nosso' e uma 'Ave Maria'".
O Vaticano especifica ainda que “é conveniente, mas não é necessário que a Confissão sacramental, e em especial a sagrada Comunhão e a oração pelas intenções do Papa sejam feitas no mesmo dia em que se cumpre a obra indulgenciada, mas é suficiente que estes ritos sagrados e orações se cumpram dentro de alguns dias (cerca de 20), antes ou depois do ato indulgenciado”.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
ACI Digital

Missionário salesiano é o primeiro bispo a falecer por coronavírus

Dom Angelo Moreschi. Créditos: Secretaria Católica da Etiópia
Roma, 26 Mar. 20 / 06:00 pm (ACI).- Um bispo de origem italiana que realizava seu trabalho missionário na Etiópia é o primeiro prelado católico a falecer pela pandemia mundial de coronavírus. Morreu em 25 de março.
Dom Angelo Moreschi, de 67 anos, dirigia o Vicariato Apostólico de Gambella (Etiópia), uma região missionária de 25 mil católicos na parte ocidental do país. Faleceu na quarta-feira, na cidade italiana de Brescia, na região da Lombardia, que se tornou o epicentro europeu da pandemia de COVID-19.
Membro da ordem religiosa salesiana de Dom Bosco, Dom Moreschi foi missionário na Etiópia desde 1991 e foi ordenado bispo em janeiro de 2010.
"A comunidade salesiana em todo o mundo lamenta a morte do vigário apostólico de Gambella (Etiópia), Dom Angelo Moreschi, SDB, falecido na quarta-feira, 25 de março, em Brescia (Itália), devido à infecção de Covid-19", lamentaram os salesianos de Dom Bosco em um comunicado enviado através do escritório de informação da ordem. 
O secretário-geral da conferência dos bispos da Etiópia anunciou a notícia e enviou "profundas condolências ao clero, à família religiosa e desconsolada e aos fiéis leigos no Vicariato Apostólico de Gambella”.
Além disso, expressaram aos fiéis a “proximidade e orações dos membros da Conferência dos Bispos Católicos da Etiópia e de toda a Igreja Católica na Etiópia. Que sua alma descanse em paz".
Dom Moreschi foi reconhecido na Etiópia por seu ministério pastoral a serviço dos jovens e dos pobres. No dialeto local, recebeu o título de "Abba", que significa "Pai".
"Em sua missão, inicialmente como prefeito e depois como vigário apostólico, sempre encarnou a predileção salesiana em ajudar as crianças, acompanhando-as com um espírito prático e um forte zelo apostólico", disseram os salesianos de Dom Bosco.
"Em suas visitas aos povoados, ainda recordam quando o salesiano chegava com um veículo 4x4 maltratado, ou em uma lancha a motor nos povoados ao longo do Rio Baro, quando as estradas ficavam inundadas, e imediatamente começava a distribuir biscoitos multivitamínicos para as crianças desnutridas”, acrescentaram.
Os salesianos enfatizaram que o bispo Moreschi “deixa essa terra depois ter servido por 46 anos  como salesiano aos jovens, aos pobres e ao seu rebanho de almas: 38 como sacerdote e como bispo por mais de 10 anos".
Mais de 60 sacerdotes morreram na atual pandemia de coronavírus, que já matou mais de 21 mil pessoas em todo o mundo. Vários bispos contraíram o vírus em diversos países.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
ACI Digital

Conheça o “apóstolo do telefone”: Sacerdote liga para idosos para combater isolamento

Padre João Alves / Foto: Facebook Paróquia da Vera Cruz
Lisboa, 26 Mar. 20 / 12:00 pm (ACI).- Devido à pandemia de coronavírus COVID-19, muitos países vivem a quarentena e o isolamento social; para enfrentar esta situação e não deixar idosos e doentes sozinhos, um sacerdote português acabou se tornando um “apóstolo do telefone”.
Padre João Alves é pároco de Vera-Cruz, na Diocese de Aveiro (Portugal), e nos últimos dias tem se dedicado ao “ministério do telefone” para se fazer presente e conversar com os idosos e os doentes de sua paróquia.
Em declarações à Agência Ecclesia, do episcopado português, o sacerdote expressou que “foi simples perceber que, com minha redução do tempo de serviço, daquilo que é próprio do ministério de sacerdote e neste tempo de Quaresma, tinha de sentir que continuava ao serviço das pessoas”.
Assim, logo pensou no “ministério do telefone”, pediu “a lista de contatos dos doentes que são visitados na paróquia” e começou a realizar os telefonemas para as dezenas de contatos de sua lista.
Os telefonemas, segundo o presbítero, são realizados “regularmente” e inclui idosos “mais sós ou isolados”.
“Algumas pessoas atendem o telefone apreensivas por viver este tempo com insegurança; outras não saem de casa habitualmente, mas preocupam-se com as notícias e estão assustadas”, relatou Pe. Alves.
O pároco contou ainda que algumas pessoas “se emocionam pelo contato e proximidade e manifestam depois a sua alegria no contato telefônico”.
Nas ligações, o sacerdote procura saber se as pessoas estão precisando de algo, “se têm tudo em casa”, promete “oração e uma nova chamada telefônica”.
“É uma forma diferente de estar e de dar consciência a estas pessoas que a Igreja tem este contato de proximidade e que elas fazem parte das preocupações da comunidade”.
Desse modo, Pe. Alves integrou a paróquia na iniciativa “Vizinhos de Aveiro”. Trata-se, segundo Ecclesia, de uma plataforma de cidadania ativa, que disponibiliza acompanhamento dos moradores em situação de maior vulnerabilidade, “através de jovens da comunidade paroquial”.
Em seu site, “Vizinhos de Aveiro” explica que “o sentimento de isolamento tem impacto grave em grupos mais desprotegidos da nossa comunidade”. Por isso, explica que a iniciativa é “um grupo de acompanhamento cívico à Covid-19 para alertar e ajudar nossa comunidade a superar os desafios em união”.
ACI Digital

quarta-feira, 25 de março de 2020

Papa Francisco: A defesa da vida não é uma ideologia, é uma realidade

Papa durante a audiência. Foto: Vatican Media
Vaticano, 25 Mar. 20 / 08:59 am (ACI).- O Papa Francisco enfatizou nesta quarta-feira, 25 de março, durante a Audiência Geral realizada na Biblioteca do Palácio Apostólico, que “a defesa da vida, para a Igreja, não é uma ideologia, é uma realidade. Uma realidade humana que compromete todos os cristãos”.
O Papa recordou em sua catequese que “há 25 anos, nesta mesma data de 25 de março, que na Igreja é a festa solene da Anunciação do Senhor, São João Paulo II promulgava a Encíclica Evangelium vitae, sobre o valor e a inviolabilidade da vida humana”.
O Santo Padre explicou que, no Evangelho do dia, que narra a Anunciação e o “sim” de Maria ao projeto de Deus, “a Virgem acolhe a Palavra que se faz carne, e aceita com confiança cuidá-lo. Aceita converter-se na mãe do Filho de Deus. Assim, em Maria, realiza-se o encontro de Deus com o homem”.
Destacou que "o elo entre a Anunciação e o ‘Evangelho da vida’ é íntimo e profundo, como destacou São João Paulo II na Encíclica".
"Hoje, nos encontramos oferecendo de novo esse ensinamento no contexto de uma pandemia que ameaça a vida humana e a economia mundial", enfatizou Francisco.
Essa situação “nos faz sentir-nos ainda mais comprometidos com a palavra com a qual começa a Encíclica. É esta: O Evangelho da vida está no coração da mensagem de Jesus. Acolhido pela Igreja cada dia com amor, é anunciada com fidelidade corajosa como boa nova para os homens de toda época e cultura".
O Papa insistiu que este Evangelho da vida “deve ser anunciado de forma prioritária. E penso com gratidão no testemunho silencioso de tantas pessoas que, de várias maneiras, estão se sacrificando a serviço dos doentes, dos idosos, de quem é só e mais indigente. Colocam em prática o Evangelho da vida, como Maria que, ao acolher o anúncio do anjo, foi ajudar a prima Isabel”.
Enfatizou que "a vida que somos chamados a promover e defender não é um conceito abstrato, mas se manifesta sempre numa pessoa em carne e osso: uma criança recém-nascida, um pobre marginalizado, um doente sozinho e desanimado ou em estado terminal, aquele que perdeu um emprego ou não consegue encontrá-lo, um migrante rejeitado ou segregado”.
"Todo ser humano é chamado por Deus a gozar da plenitude da vida", lembrou, "e sendo confiado à preocupação materna da Igreja, toda ameaça à dignidade e à vida humanas repercute no coração da Igreja, nas suas ‘vísceras’ maternas”.
Denunciou que “os atentados à dignidade e à vida das pessoas continuam, infelizmente, nesta nossa era, que é a era dos direitos humanos universais; Estamos diante de novas ameaças e nova escravidão, e a legislação nem sempre oferece a proteção da vida humana para os mais fracos e vulneráveis”.
“A mensagem da Encíclica Evangelium vitae, portanto, é mais atual do que nunca. Para além das emergências, como a que vivemos, trata-se de agir no plano cultural e educativo para transmitir às gerações futuras a atitude de solidariedade, do cuidado e do acolhimento, sabendo que a cultura da vida não é patrimônio exclusivo dos cristãos, mas pertence a todos aqueles que, lutando pela construção de relacionamentos fraternos, reconhecem o valor próprio de cada pessoa, mesmo quando são frágeis e sofrem”.
O Papa Francisco concluiu sua catequese repetindo que “toda vida humana, única e irrepetível, constitui um valor inestimável. Isto deve ser anunciado sempre novamente, com a coragem da palavra e a coragem das ações. Isso exige solidariedade e amor fraterno pela grande família humana e por cada um de seus membros".
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
ACI Digital

terça-feira, 24 de março de 2020

Assis: Missa no túmulo de São Francisco pelo fim da pandemia

Basílica de São Francisco em Assis
Basílica de São Francisco em Assis
“Assis, sente sua responsabilidade de testemunhar esperança, consolo e alegria”. Palavras do arcebispo Dom Domenico Sorrentino bispo de Assis na celebração eucarística no Túmulo de São Francisco, confiando ao Padroeiro da Itália este momento tão difícil.

Jean-Baptiste Sourou/Jane Nogara – Assis

No domingo 22 de março, o bispo de Assis dom Domenico Sorrentino presidiu uma celebração eucarística no Túmulo do Santo Padroeiro da Itália, São Francisco de Assis. O bispo pediu ao santo a sua intercessão neste momento difícil e o fim da pandemia em todo o mundo. Na ocasião afirmou: “Assis, marcada pelo seu carisma sente nestes dias toda a tristeza pela Itália, mas também toda a sua responsabilidade de testemunhar esperança, consolo e alegria”.

Homem, saúde, economia

A celebração contou com a participação em streaming de muitos jovens que deveriam participar exatamente nestes dias do evento “A Economia de Francisco”, desejado pelo Papa Francisco em Assis. O arcebispo Sorrentino recordou que “a crise do coronavírus mostrou mais uma vez como tudo está relacionado, e o aspecto da saúde pública é inevitavelmente ligado ao aspecto econômico”. Esta grande prova, explicou, "nos obriga a tomar consciência de que, mesmo com toda a tecnologia e ciência do nosso tempo, é suficiente um vírus para mudar completamente nossas vidas, nosso modo de viver”. Com esta consciência, torna-se mais do que nunca urgente “uma economia que seja cada vez mais marcada por critérios de inclusão e de fraternidade”, reiterou. Dom Sorrentino desejou então que o encontro destes dias, “A Economia de Francisco”, adiado para novembro “possa se realizar com entusiasmo ainda maior iluminado pelos problemas que esta crise mundial está fazendo surgir”.

A súplica ao Santo Padroeiro

No final da celebração eucarística, o bispo de Assis fez uma súplica particular a São Francisco pela Itália e pelo mundo, pela cura dos que são atingidos pelo vírus, pelos que estão cuidando deles, pelos problemas do momento, para que possamos ir ao encontro do futuro unidos e animados pela confiança e esperança.
Na ocasião estavam em comunhão espiritual com o Túmulo de São Francisco a comunidade dos Frades da Custódia da Terra Santa e o arcebispo Pierbattista Pizzaballa, Administrador Apostólico do Patriarcado Latino de Jerusalém.

Vatican News

Santa Catarina da Suécia, padroeira das virgens

REDAÇÃO CENTRAL, 24 Mar. 20 / 05:00 am (ACI).- Santa Catarina da Suécia foi a quarta filha de Santa Brígida, padroeira da Europa. É uma religiosa considerada a santa padroeira das virgens e, geralmente, é representada com um cervo selvagem ao seu lado, o qual, segundo a tradição, vinha ajudá-la quando jovens sem castidade tentavam atrapalhá-la.

Foi uma mulher simples e pobre que dedicou muitas horas do dia à meditação da paixão e morte de Cristo, à oração dos salmos penitenciais e ao Ofício da Virgem Maria. Costumava visitar os pobres e enfermos nos hospitais, realizava trabalhos domésticos e rezava nos lugares de culto.
Catarina nasceu na Suécia, em 1331 ou 1332. Aos 7 anos, foi encarregada à abadessa do convento de Risberg para que continuasse recebendo a educação católica compartilhada por seus pais. Foi assim que cresceu nela um desejo para a vida de automortificação e consagração total a Deus.
Apesar disso, aos 13 anos, seu pai decidiu casá-la com um nobre de ascendência alemã, Eggart von Kürnen. Depois do casamento, Catarina persuadiu seu esposo – que era crente – a manter um voto de castidade, o qual cumpririam até o final.
Em 1349, depois do falecimento de seu pai, Catarina chegou a um acordo com seu marido e partiu junto com Santa Brígida (sua mãe) em uma peregrinação para venerar os túmulos de São Pedro e São Paulo, em Roma.
Ao chegar, recebeu a notícia de que seu esposo tinha morrido e, tempos depois, recusou qualquer oferta de casamento. Foi assim que Catarina decidiu viver com sua mãe, imitando fervorosamente sua vida ascética e sua pertença a Deus.
Em 1372, Catarina e seu irmão Birger acompanharam sua mãe a uma peregrinação à Terra Santa. Brígida faleceu logo após seu retorno a Roma e seu corpo foi enviado à Suécia para que fosse enterrado em Vadstena, no convento onde fundou a Ordem do Santíssimo Salvador.
Catarina viveu e dirigiu o convento que sua mãe fundou até 1375, quando regressou a Roma para promover sua canonização. Apesar de não obter resultados, conseguiu a ratificação na aprovação das regras da ordem brigidina, por volta de 1378.
Após cinco anos, voltou para sua terra natal e a Diocese lhe entregou formalmente a direção da nova ordem religiosa. Pouco tempo depois, ficou doente e faleceu em 24 de março de 1381. Em 1484, Inocêncio VIII deu permissão para sua veneração como santa. Sua festa é celebrada pela Igreja em 24 de março.
ACI Digital

segunda-feira, 23 de março de 2020

"As pessoas abandonarão a Igreja se a Igreja as abandonar durante a epidemia" diz secretário do Papa

Padre Yoannis e Papa Francisco
Foi divulgada uma carta que o Padre Yoannis Lahzi Gadi, secretário do Papa Francisco, enviou a um grupo de sacerdotes. A carta, que foi aprovada pelo Papa, é um apelo a que todos os sacerdotes abandonem a epidemia do medo e comecem a agir segundo a lógica de Deus e não segundo a lógica dos homens: 
Quo vadis, Domine? (Senhor, para onde vais?)
É um episódio atribuído ao apóstolo Pedro que, segundo a tradição, fugiu de Roma para escapar das perseguições de Nero, teria encontrado Cristo, que carregava uma cruz nos ombros e ia na direcção de Roma. Pedro perguntou a Jesus: “Domine, quo vadis?” (Senhor, para onde vais?) E à resposta de Jesus: “Eo Romam iterum crucifigi.” (Vou a Roma para ser crucificado novamente.) Pedro compreendeu que tinha de voltar para Roma para enfrentar o martírio.
Pedro tinha, humanamente falando, todo o direito de escapar para salvar a sua vida da perseguição e talvez fundar outras comunidades e outras igrejas, mas, na realidade, de acordo com a lógica do mundo, as pessoas agiam como Satanás, ou seja, pensando como homens e não segundo Deus. Jesus, voltando-se, disse a Pedro:
“Vai-te da minha frente, Satanás, porque os teus pensamentos não são os de Deus, mas os dos homens.” (Mc 8, 33).
Cristo, no Evangelho de João, ao falar do “Bom Pastor” e do mercenário, chama a Si mesmo de “Bom Pastor”, que não apenas cuida das ovelhas, mas conhece-as pessoalmente e dá, até, a vida por elas. Jesus é o “guia” seguro das pessoas que procuram o caminho que conduz a Deus e aos irmãos.
Na epidemia do medo que todos estamos enfrentando, por causa da pandemia de corona vírus, todos corremos o risco de nos comportarmos como mercenários e não como pastores.
Não podemos e não devemos julgar, mas vem-nos à mente a imagem de Cristo, que encontra Pedro assustado e iludido, não para o censurar mas para ir morrer em seu lugar. Pensamos em todas as almas amedrontadas e abandonadas porque nós, pastores, seguimos as instruções civis – o que é correcto e certamente necessário neste momento para evitar o contágio – mas corremos o risco de deixar de lado as instruções divinas – o que é um pecado.
Pensamos como homens e não segundo Deus, colocamo-nos entre os assustados e não entre os médicos, enfermeiros, voluntários, trabalhadores e pais da família que estão na linha de frente. Penso nas pessoas que vivem alimentando-se da Eucaristia, porque acreditam na Presença Real de Cristo na Sagrada Comunhão. Penso nas pessoas que agora devem ser contentar-se com seguir a transmissão da Missa em streaming. Penso nas almas que precisam de conforto espiritual e de se confessar. Penso nas pessoas que certamente abandonarão a Igreja, quando esse pesadelo acabar, porque a Igreja as abandonou quando precisavam.
É bom que as igrejas permaneçam abertas. Os padres devem estar na linha de frente. Os fiéis devem encontrar coragem e conforto olhando para os pastores. Os fiéis devem saber que, a qualquer momento, podem correr a refugiar-se nas igrejas e paróquias e encontrá-las abertas e prontas para os acolher. A Igreja deve ser chegar às pessoas também através de um “número verde” para o qual a pessoa possa ligar para ser consolada, pedir combinar uma confissão, para receber a Sagrada Comunhão comunicado ou para que seja dada a entes queridos.
Devemos aumentar as visitas às casas, casa por casa, usando todas as precauções necessárias para evitar o contágio; nunca nos fechando mas sim vigiando. Caso contrário, acontece que são entregues nas casas as refeições, as pizzas, mas não a Comunhão, especialmente a pessoas idosas, doentes e carentes. Acontece que supermercados, quiosques e tabacarias permanecem abertos, mas não as igrejas.
O Governo tem o dever de garantir cuidado e apoio material às pessoas, mas nós temos o dever de fazer o mesmo com as almas. Que nunca se diga: “Eu não vou a uma igreja que não me veio visitar quando eu precisava”.
Portanto, aplicamos todas as medidas necessárias, mas não nos deixamos condicionar pelo medo. Peçamos a Graça e a coragem de nos comportarmos segundo Deus e não segundo os homens!
Don Yoannis Lahzi Gadi


Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF