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sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

O erro que você não pode cometer no exame de consciência de fim de ano

Shutterstock
Por Matilde Latorre

Siga estes passos propostos por Santo Agostinho e comece 2023 com um novo impulso vital.

O fim de ano está aí! E, desde os tempos antigos, esta é uma ocasião natural para fazer uma pausa no caminho da vida, um exame de consciência e, assim, poder agradecer a Deus pelos dons recebidos. Uma maneira ideal de começar o novo ano com um novo impulso vital…

Santo Agostinho de Hipona (354-430) ofereceu em seu livro mais lido, “Confissões” a chave para entender o significado do exame de consciência: uma reflexão, na oração, para avaliar a vida com os olhos de Deus.

Grande conhecedor de Santo Agostinho, o cardeal Carlo Maria Martini SI, arcebispo de Milão (1927-2012), observou que “o exame de consciência é a primeira das práticas de piedade que desaparece quando a vida interior começa a declinar”. 

Por que isso acontece? Provavelmente porque o exame de consciência se tornou para muitos uma prática formal, de pouca utilidade, em que se limitam a responder à pergunta: “Que pecados cometi?”

Como recomenda Santo Agostinho, nosso exame de consciência deve responder à pergunta central: “Quem sou eu diante de ti, meu Deus?”; “Como vivo diante de ti, pai?”

Santo Agostinho propõe três etapas a percorrer para compreendermos a vida à luz de Deus. São três momentos que também podem ser analisados ​​na preparação para a confissão sacramental. 

1CONFISSÃO DE LOUVOR

Todo exame de consciência deve começar respondendo à pergunta: por que motivo devo louvar a Deus, principalmente neste momento?

É a “confissão de louvor” ou de ação de graças. Trata-se de colocar a nossa vida à luz do amor misericordioso de Deus. 

2CONFISSÃO DE VIDA

Depois de nos colocarmos na presença de Deus, surge espontaneamente a “confissão de vida”. 

Trata-se de responder às perguntas: “Que aspecto da minha vida não agrada ao olhar de Deus e por que minha pobre vida não está à altura dos dons e do amor de Deus?” 

A confissão de vida não consiste em arrependimento amargo, em autopiedade, em sentimento de culpa.

A confissão de vida é confessar: “Senhor, tu me conservaste no teu amor até agora e eu não pude retribuir, viver à altura da minha vocação”.

É o momento de reconhecer o que me distancia de Deus, o que mancha a harmonia da minha relação com Ele, os meus pecados para com os outros e com os dons que o Senhor me deu.

A confissão de vida reconhece as ofensas causadas ao coração de Deus. Assim, sofremos com Ele, pelas feridas que causamos. Em última análise, nossa dor pela dor que infligimos a Ele deve nos levar a um ato de amor.

3CONFISSÃO DE FÉ

Desta forma, a confissão de vida, nos leva então à confissão de fé: a certeza de que Deus, com o seu amor, me acolhe e me cura. O ato de dor torna-se uma manifestação de fé e, consequentemente, de amor. 

Daí surge não só o propósito de arrependimento, mas também a resolução específica que adotarei para que, em 2023, minha vida esteja em harmonia com o amor de Deus.

A confissão de fé é a própria essência da fé cristã: fé em Jesus Salvador, fé no Evangelho de Jesus, que salva o homem do pecado

É chegado o momento de dizer: “Senhor, creio na tua força que me sustenta na minha fraqueza, creio no poder dos teus dons, que fortalecem a minha fraqueza e iluminam a minha falta de serenidade, que iluminam o meu caminho escuro e sombrio; Eu creio que tu és o Salvador da minha vida, que morreste na cruz pelos meus pecados.”

Em suma, Santo Agostinho e tantos contemplativos ao longo da história mostram-nos que o exame de consciência, se for verdadeiro, torna-se necessariamente um ato de amor a Deus. 

Te Deum

Por isso, após este exame de consciência, a Igreja recomenda encerrar o ano com a proclamação do “Te Deum”, hino que há séculos os cristãos atribuem (não por acaso) a Santo Ambrósio e a Santo Agostinho, por ocasião do batismo deste último pelo primeiro, em 387, na catedral de Milão.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pelé: "Deus me deu o dom de saber jogar futebol"

Papa recebeu em 2014 camiseta da seleção autografa por Pelé
Vatican News

"Deus me deu o dom de saber jogar futebol, porque realmente é só um dom de Deus. Meu pai me ensinou a usá-lo, me ensinou a importância de estar sempre pronto e treinado, e que além de jogar bem, devia ser também um homem." A declaração foi publicada pelo jornal vaticano em 2009.

Bianca Fraccalvieri - Vatican News

Quem foi melhor: Pelé ou Maradona?

Em seus quase 10 anos de pontificado, o Papa ouviu e fez esta pergunta inúmeras vezes quando encontrou com brasileiros em suas audiências.

A opinião de Francisco não conhecemos, mas sabemos do valor que o Pontífice atribui ao esporte, assim como os seus antecessores que se encontraram com Pelé.

Francisco não teve a ocasião, mas ganhou do Rei, em 21 de fevereiro de 2014, uma camiseta da seleção brasileira autografada com os dizeres: "Para o Papa Francisco, com respeito e admiração. Edson Pelé".

Na Alemanha, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, em 20 de agosto de 2005 Bento XVI recebeu Pelé por ter sido escolhido pela prefeitura como "embaixador" do evento. "Parece que a gente está falando mais perto de Cristo quando é abençoado pelo Papa. Ele pegou nas minhas mãos e falou assim: 'O esporte é muito importante para o ser humano. Foi uma benção maravilhosa."

Em seus 82 anos de vida, o Rei ainda foi recebido por dois santos: São João Paulo II e São Paulo VI.

O jornal vaticano, L'Osservatore Romano, publicou em sua edição de 9 de julho de 2009, a seguinte declaração:

"Deus me deu o dom de saber jogar futebol, porque realmente é só um dom de Deus. Meu pai me ensinou a usá-lo, me ensinou a importância de estar sempre pronto e treinado, e que além de jogar bem, devia ser também um homem.

De certos valores tive ainda o privilégio de falar com três Papas. Com efeito, me considero um homem muito abençoado porque pude encontrar e receber a bênção de Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI. Daqueles encontros guardo com prazer as fotografias que o Vaticano me enviou. Com esses três Pontífices pude falar da minha vida e de Deus. Foram momentos muito importantes para mim, que ficaram no coração."

Santa Anísia

Santa Anísia | ACI Digital
30 de dezembro
Santa Anísia

REDAÇÃO CENTRAL, 30 Dez. 22 / 06:00 am (ACI).- Santa Anísia foi uma virgem e mártir do século III. Ela nasceu em Tessalônica, na Grécia, no ano 284. Quando ainda era nova ficou órfã de pai e mãe e herdou uma grande fortuna. Anísia usou seus bens para a caridade e se dedicou a ajudar os pobres e necessitados. Nessa época, os cristãos geralmente compartilhavam o que possuíam com outros membros da Igreja.

Uma resposta sem hesitação

No tempo do governador Ducisio começou uma perseguição na Tessalônica para impedir que os cristãos se reunissem e celebrassem a sagrada liturgia, e incorporassem mais cristãos mediante o batismo.

A tradição conserva o relato do martírio de Anísia. Era o ano 304 e, depois de cumprir com os seus deveres, Anísia foi ao lugar onde a comunidade se reunia para celebrar a missa. De repente, ela foi interceptada por um dos guardas do imperador, que bloqueou seu caminho e perguntou aonde ela estava indo.

A santa confessou que era cristã e que estava a caminho da missa. A firmeza de sua resposta provocou o ódio do guarda, que a matou imediatamente.

Anos depois da morte de Anísia, a paz voltou à Tessalônica após o Édito de Milão, os cristãos daquela região construíram um oratório no lugar onde a jovem foi assassinada.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Um ícone do esporte: Pelé

OMAR TORRES | AFP
Pelé durante os Jogos Pan-Americanos de 1995
Por Cardeal Dom Orani João Tempesta

O falecimento de Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, desperta, sem dúvida alguma, em nós, diversas reflexões. Desejo destacar três delas:

A notícia comoveu a todos e foi rapidamente difundida. Aquele que fez acontecer muitas alegrias no futebol com sua arte e carisma terminou seus dias neste mundo. A sua história tantas vezes contada deverá ainda a ser aprofundada com essa visão do dever cumprido ao chegar o limiar da eternidade. Com a morte de Edson Arantes do Nascimento muitas reflexões brotam nas pessoas que viveram essa época da história do futebol brasileiro, e também mundial.

Eu vivi a minha juventude na “era Pelé”. Quando ele participou da conquista da primeira copa mundial de futebol eu tinha 8 anos. Aos poucos o time do Santos e do Brasil sempre contaram com a sua presença. Praticamente minha juventude foi nesse clima. Depois da Copa do Qatar e depois de tantos ícones do futebol mundial terem se destacado no passado e no presente é importante retomar e agradecer por aquilo que ele representou para o esporte brasileiro nestes últimos 70 anos. O tempo passa e as situações se modificam, mas somos chamados a não esquecer pessoas que marcaram nossa nação. É claro que no momento de sua partida me vêm à mente as experiências e emoções vividas nessa importante etapa da vida. Estavam iniciando as transmissões por televisão e as internacionais vinham mais ou menos pelo rádio. Recordo de muitas partidas estarmos juntos a torcer diante da TV em preto-e-branco. Aos poucos, porém rapidamente, as coisas foram se transformando. Experiências que me ajudaram a viver uma época e que são lições de vida ainda hoje. É importante refletir sobre a contribuição dele para o esporte em nosso país.

Edson Arantes do Nascimento (1940-2022) – depois conhecido mundialmente como Pelé ou o “Rei do Futebol”, devido à sua grande projeção nessa modalidade esportiva entre os anos de 1956 a 1974 – é mineiro de Três Corações, mas que, aos quatro anos de idade, se mudou com os pais, Sr. João e Dona Celeste, para Bauru, SP, onde logo começou a brincar de bola na rua com outras crianças de sua idade.

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Dico, como era chamado pela família, passou a se destacar no gol. Seu modelo era o goleiro José Lino da Conceição Faustino, o Bilé, amigo de time de seu pai, e que atuava no Vasco de São Lourenço (MG). Como era muito criança, Edson, nosso futuro grande jogador brasileiro, não conseguia, ao fazer as defesas em seu gol, gritar: “Segura Bilé”. Acabava, então, por bradar entusiasmado: “Segura, Pilééé!”. Daí, veio seu apelido, Pelé, com o qual se tornou mundialmente conhecido.

Depois de trabalhar como engraxate nas ruas de Bauru, Pelé jogou em vários times amadores da região até ser convidado para o Clube Atlético de Bauru, ainda em formação. Vendo, no entanto, o talento do garoto, Waldemar de Brito, também jogador e responsável pelo ingresso de Pelé no Clube Atlético de Bauru, apresentou-o, em 1956, ao Santos Futebol Clube. Estreou, no segundo tempo, em um jogo de Santos e Corinthians de Santo André, SP. O time alvinegro praiano venceu seu rival por 7×1, sendo o sexto gol de Pelé.

No ano de 1957, com apenas 16 anos, nosso “Rei do Futebol” já era titular do Santos e o mais jovem artilheiro do Campeonato Paulista com 36 gols marcados. Entre Pelé e o Santos Futebol Clube ocorreu como que um casamento, pois aí atuando, nosso grande jogador ganhou, entre 1956 a 1974, além de dez títulos estaduais e seis campeonatos nacionais, duas Libertadores (à época chamada Copa Campeões da América), em 1962, contra o Peñarol, do Uruguai, e, em 1963, contra o Boca Juniors, da Argentina. É claro que os títulos de Campeão Mundial interclubes marcaram época com epopeias famosas, como aquela contra o Milan no Maracanã.

Depois de marcar, em 1969, o seu milésimo gol contra o Vasco da Gama, no Maracanã, em 1974, num jogo entre Santos e Ponte Preta, na Vila Belmiro, Pelé se ajoelhou no gramado, pediu perdão por deixar o “Peixão”, mas estava de partida para o New York Cosmos, nos Estados Unidos. Completara 1116 jogos no Santos com 1091 gols marcados. Já estávamos em outra fase desse esporte dando passos para o que vemos hoje.

A título de sadia curiosidade, Pelé, depois de apenas 10 meses jogando no Santos, já foi convocado para a Copa Roca (atual Superclássico das Américas). As duas partidas ocorreram em nosso País. Foi a estreia de Pelé com a camisa do Brasil e ocorreu no Maracanã. A Argentina venceu por 2 a 1, mas o gol brasileiro foi de Pelé. Na partida de volta, no Pacaembu, em São Paulo, o Brasil ganhou por 2 a 0, com um gol de Pelé e outro de Mazzola. Foi o primeiro título de Pelé pela Seleção Brasileira. Com apenas 17 anos, jogou, em 1958, na Copa do Mundo na Suécia, e fez seis gols. Mereceu, por isso, dos franceses o título de “Rei do Futebol”. Em 1977, Pelé deixou o futebol com muitos títulos conquistados (seria extenso por demais mencioná-los já que estão disponíveis aos interessados nas redes sociais sérias ou revistas de futebol) e 1281 gols feitos, sendo até agora o maior artilheiro da história do futebol.

Entre tantos outros detalhes da vida pessoal do “Rei do Futebol”, cumpre destacar que de 1995 e 1998, foi ministro do Esporte, no governo federal, época em que criou a “Lei Pelé”, a revolucionar a prática desportiva no Brasil. Muito atuou em favor dos Direitos Humanos e da Paz no futebol, de modo a merecer, nestas áreas, nosso respeito, admiração e gratidão (Informações colhidas na Infoescola, on-line). Sabemos que na vida pessoal nem tudo foi fácil e exemplar, sabemos que as falhas humanas machucam muitas pessoas, mas em nossas vidas somos chamados a ter a clareza da beleza de dons que a pessoa tem e que procura coloca-los em prática. Neste caso é a arte do futebol que traria depois muitos outros para alegrarem os seus países com o dom do esporte. Basta pensar no desenvolvimento do futebol a partir dos anos 60 em nosso país e que o tornou uma unanimidade nacional.

Reflexões

O falecimento de Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, desperta, sem dúvida alguma, em nós, diversas reflexões. Desejo destacar três delas.

A finitude da vida humana: O Cardeal Raniero Cantalamessa, OFM Cap., escreve: “Quando nasce um homem — escrevia [Santo Agostinho — nota nossa] — fazem-se tantas hipóteses: talvez será belo, talvez será feio; talvez será rico, talvez será pobre; talvez viverá muito, talvez não… Mas de nenhum se diz: talvez morrerá, talvez não morrerá. Esta é a única coisa absolutamente certa da vida. Quando sabemos que alguém está doente de hidropisia (à época, esta doença era incurável, hoje são outras), dizemos: ‘Coitado, deverá morrer; está condenado, não há remédio’. Mas não deveríamos dizer a mesma coisa sobre alguém que nasce? ‘Coitado, deverá morrer, não há remédio, está condenado!’. Que diferença há se em um tempo mais ou menos longo ou breve? A morte é a “doença mortal” que se contrai ao nascer (cf. Santo Agostinho, Sermo Guelf. 12,3 (Miscellanea Agostiniana, I, pp. 482ss. Primeira pregação do Advento de 2020). Quem discordaria destas afirmações?

Elas não são, todavia, motivo de medo doentio ou pavor, mas convite a enfrentarmos a realidade tal como ela é, buscando viver os mandamentos da Lei de Deus que Nosso Senhor assim resume: “‘Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’” (Mt 22,37-39), praticar os sacramentos e nunca se esquecer de que a divina e infinita misericórdia de Deus nos acompanha neste mundo em demanda da pátria definitiva, a Jerusalém do alto.

A fugacidade deste mundo: A morte de alguém nos lembra, com muito realismo, que este mundo é passageiro – “a figura deste mundo passa” (1Cor 7,31), ou que aqui não temos morada fixa – “Foi pela fé que ele habitou na terra prometida, como em terra estrangeira, habitando aí em tendas com Isaac e Jacó, coer­deiros da mesma promessa. Porque tinha a esperança fixa na cidade assentada sobre os fundamentos (eternos), cujo arquiteto e construtor é Deus” (Hb 11,9-10). Ora, isso, longe de trazer desespero, nos cumula, não obstante a tragicidade da morte, de alegria. Traz em nós o forte desejo de ser mensageiros de Deus, pelo testemunho e pela palavra, neste mundo, a fim de recebermos do Senhor as alegrias eternas de quem agiu com misericórdia para com o próximo neste mundo (cf. Mt 25,31-40). Ora, não poderíamos incluir o futebol como uma forma de obra boa a unir os povos e ter neste ponto Pelé como exemplo?

A importância do esporte para a fraternidade humana: no dia 23 de novembro último, em sua Audiência Geral na Praça de São Pedro, o Papa Francisco disse: “Envio minhas saudações aos jogadores, torcedores e espectadores que acompanham de vários continentes o Mundial de Futebol no Catar. Que este importante evento seja uma ocasião de encontro e confraternização entre as nações, promovendo a fraternidade e a paz entre os povos”. Sabemos como nós nos despedimos da Copa do Mundo do Qatar a 9 de dezembro passado assim como nos entusiasmamos com a épica disputa da final em que a Argentina se sagrou tricampeã mundial. Já em 14 de junho de 2018, por ocasião da Copa do Mundo de Futebol, na Rússia, o Santo Padre assim se expressava: “Envio uma saudação cordial aos jogadores e àqueles que acompanharão o Campeonato Mundial de Futebol, que começa hoje na Rússia. Espero que este evento esportivo seja uma oportunidade válida de encontro e de fraternidade”, escreveu em sua conta de Twitter.

Possa, portanto, o grande legado de Pelé, o “Rei do Futebol”, ajudar-nos, de modo grato a Deus pelo dom da sua vida, a ser mais e mais sal da terra e luz do mundo (cf. Mt 5,13-14). Um jovem que foi respeitado e promovido pelo esporte e trabalhou em muitas obras sociais. Teve várias dificuldades pessoais, mas marcou sua época. Os problemas deixamos na misericórdia de Deus. Porém é bom lembrar as boas situações que viveu e colaborou com a humanidade que carece de bons exemplos. Afinal, Deus também fala por meio de seus filhos e filhas, nossos irmãos e irmãs!

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Adeus ao Rei Pelé

Pelé  (ANSA)

O futebol perdeu nesta quinta-feira (28/12) o maior jogador de todos os tempos. O Brasil perdeu o maior ídolo de sua história. A imprensa brasileira e do mundo inteiro destaca que mundo perdeu Pelé, o Rei do futebol.

Vatican News

Edson Arantes do Nascimento, mais simplesmente Pelé, faleceu às 15h27 desta quinta-feira aos 82 anos, após um período de internação no hospital Albert Einstein, em São Paulo. Pelé não resistiu a complicações de um câncer no cólon e morreu em decorrência de falência múltipla dos órgãos. Ele foi internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, no dia 29 de novembro para uma reavaliação do tratamento por quimioterapia

No último boletim divulgado, em 21 de dezembro, os médicos afirmaram que o câncer de cólon havia progredido e que o rim e coração de Pelé exigiam cuidados. Segundo informações da Imprensa brasileira o velório de Pelé será realizado na Vila Belmiro, estádio onde jogou durante quase 20 anos. Ele será enterrado no Memorial Necrópole Ecumênica, em Santos, onde o Rei do futebol tinha um espaço reservado desde 2003.

Ele passou para a história da Seleção brasileira onde marcou 95 gols. Defendeu o Santos por quase 20 anos e conquistou três Copas do Mundo, em quatro participações.

Edson Arantes do Nascimento nasceu na cidade mineira de Três Corações em 23 de outubro de 1940. No entanto, passou boa parte de infância e adolescência em Bauru, no interior de São Paulo. Foi lá que o grande jogador de futebol começou a jogar, influenciado pelo seu pai, Dondinho.

Depois, Pelé fixou residência em Santos, mas virou um autêntico cidadão do mundo jogando futebol. Primeiro, como jogador profissional. Depois da aposentadoria, em razão de compromissos como garoto-propaganda e embaixador do esporte.

Pelé fez o Santos e a seleção virarem gigantes Conhecido como o "Rei do Futebol" e o "Atleta do Século". Ao longo da carreira, fez mais de 1200 gols, entre jogos do Santos, da seleção brasileira e do New York Cosmos (EUA), seu último clube.

São Paulo decretou 7 dias de luto oficial.

O monumento do Cristo Redentor ficará iluminado nas cores do Brasil durante toda a noite desta quinta-feira, a partir das 18h, em homenagem ao atleta do século, que encantou o mundo inteiro em vida e sempre será uma grande inspiração a todos os brasileiros, destaca um comunicado  do Santuário Cristo Redentor.

Sagrada Família

Sagrada Família de Nazaré | A12
30 de dezembro
Sagrada Família

Quando Deus quis, no seu amor, enviar seu Filho para morar entre nós, Ele escolheu uma família para receber Verbo Divino. Com isso Deus marcou com maior dignidade a família humana e mostrou que esta instituição é essencial para o desenvolvimento da pessoa.

A família de Nazaré tornou-se assim o modelo para as famílias cristãs do mundo. A bondade de Maria e a justiça de José deveriam ser as virtudes procuradas pelos pais e mães de família. Em Nazaré, Jesus aprendeu a andar, correr, brincar, comer, rezar, cresceu, estudou, foi aprendiz e auxiliar de seu pai adotivo José, a quem amava muito e por ele era muito amado também.

Jesus nasceu numa verdadeira família para receber tudo o que necessitava para crescer e viver, mesmo sendo muito pobre. Teve o amor dos pais unidos pela religião, trabalhadores honrados, solidários com a comunidade, conscientes e responsáveis por sua formação escolar, cívica, religiosa e profissional.

Essa família é o modelo de todos os tempos. É exemplar para toda a sociedade, especialmente nos dias de hoje, tão atormentada por divórcios e separações de tantos casais, com filhos desajustados e todos infelizes. A família deve ser criada no amor, na compreensão, no diálogo, com consciência que haverá momentos difíceis e crises.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR

Reflexão:

Cada homem e cada mulher que deixam o pai e a mãe para se unirem em matrimônio e constituir uma nova família não o podem fazer levianamente, mas devem fazê-lo somente por um autêntico amor, que não é uma entrega passageira, mas uma doação definitiva, absoluta, total até a morte.

Oração:

Ó Deus de bondade, que nos destes a Sagrada Família como exemplo. Concedei-nos imitar em nossos lares as suas virtudes para que, unidos pelos laços do amor, possamos chegar, um dia, às alegrias da vossa casa. Por Cristo Senhor Nosso. Amém.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

A percepção da Igreja como “luz refletida” que une os Padres do primeiro milênio e o Concílio Vaticano II

A Transfiguração, mosaico da primeira metade do século XI do mosteiro
de Hosios Loukas, Chaidari, Atenas | 30Giorni
Arquivo 30Dias - 07/08 - 2011

REFLEXÕES SOBRE O MISTÉRIO E A VIDA DA IGREJA

A percepção da Igreja como “luz refletida” que une os Padres do primeiro milênio e o Concílio Vaticano II.

O último Concílio reconhece que o ponto de origem da Igreja não é a própria Igreja, mas a presença viva de Cristo, que edifica pessoalmente a Igreja. A luz que é Cristo se reflete, como num espelho, na Igreja

pelo cardeal Georges Cottier, O.P.

Cardeal Georges Cottier | 30Giorni

No já próximo 2012 vão se completar os cinquenta anos do início do Concílio Vaticano II. Meio século depois, esse que foi um acontecimento maior na vida da Igreja continua a suscitar debates – que provavelmente se intensificarão nos próximos meses – a respeito de qual é a interpretação mais adequada daquela assembleia conciliar.

As disputas de caráter hermenêutico, embora certamente importantes, correm o risco de se tornar controvérsias para especialistas. Ao passo que pode interessar a todos, sobretudo no momento presente, descobrir qual foi a fonte inspiradora que animou o Concílio Vaticano II.

A resposta mais comum reconhece que aquele evento era movido pelo desejo de renovar a vida interior da Igreja e também adaptar sua disciplina às novas exigências, para voltar a propor com novo vigor sua missão no mundo atual, atenta, na fé, aos “sinais dos tempos”. Mas, para ir mais a fundo, é preciso perceber qual era o rosto mais íntimo da Igreja que o Concílio se propunha a reconhecer e a representar para o mundo, em seu intento de atualização.

O título e as primeiras linhas da constituição dogmática conciliar Lumen gentium, dedicada à Igreja, são iluminadores, nesse sentido, em sua clareza e simplicidade: “Sendo Cristo a luz dos povos, este Sacrossanto Sínodo, congregado no Espírito Santo, deseja ardentemente anunciar o Evangelho a toda criatura e iluminar todos os homens com a claridade de Cristo que resplandece na face da Igreja”. No incipit de seu documento mais importante, o último Concílio reconhece que o ponto de origem da Igreja não é a própria Igreja, mas a presença viva de Cristo, que edifica pessoalmente a Igreja. A luz que é Cristo se reflete, como num espelho, na Igreja.

A consciência desse dado elementar (a Igreja é, no mundo, o reflexo da presença e da ação de Cristo) esclarece tudo o que o último Concílio disse sobre a Igreja. O teólogo belga Gérard Philips, que foi o principal redator da constituição Lumen gentium, evidencia justamente esse dado no início de seu monumental comentário ao texto conciliar. Segundo ele, “a Constituição sobre a Igreja adota desde o início a perspectiva cristocêntrica, perspectiva que se afirmará com insistência ao longo de toda a exposição. A Igreja está profundamente convencida disto: a luz dos povos se irradia não dela, mas de seu divino Fundador; ao mesmo tempo, a Igreja sabe muito bem que, refletindo-se em seu rosto, essa irradiação alcança a humanidade inteira” (La Chiesa e il suo mistero nel Concilio Vaticano II: storia, testo e commento della costituzione Lumen gentium. Milano: Jaca Book, 1975, v. I, p. 69). Uma perspectiva que Philips retoma até as últimas linhas de seu comentário, em que repete que “não nos cabe profetizar sobre o futuro da Igreja, sobre seus insucessos e desenvolvimentos. O futuro desta Igreja, que Deus quis fazer o reflexo de Cristo, Luz dos Povos, está em Suas mãos” (ibid., v. II, p. 314).

A percepção da Igreja como reflexo da luz de Cristo aproxima o Concílio Vaticano dos Padres da Igreja, que desde os primeiros séculos recorriam à imagem do mysterium lunae, o mistério da lua, para sugerir qual era a natureza da Igreja e a ação que lhe convém. Como a lua, “a Igreja resplandece não por luz própria, mas pela luz de Cristo” (“fulget Ecclesia non suo sed Christi lumine”), diz Santo Ambrósio. Para Cirilo de Alexandria, “a Igreja é iluminada pela luz divina de Cristo, que é a única luz no reino das almas. Há, portanto, uma só luz: nessa única luz resplende todavia também a Igreja, que não é porém o próprio Cristo”.

Nesse sentido, merece atenção a opinião dada recentemente pelo historiador Enrico Morini, num artigo publicado no site www.chiesa.espressonline.it, de Sandro Magister.

Segundo Morini – que é professor de História do Cristianismo e das Igrejas na Universidade de Bolonha –, o Concílio Vaticano II pôs-se “na perspectiva da mais absoluta continuidade com a tradição do primeiro milênio, segundo uma periodização não puramente matemática, mas essencial, uma vez que o primeiro milênio de história da Igreja foi o da Igreja de sete concílios, ainda indivisa [...]. Promovendo a renovação da Igreja, o Concílio não pretendeu introduzir algo novo – como desejam e temem, respectivamente, progressistas e conservadores –, mas retornar ao que se havia perdido”.

A observação pode gerar equívocos, se for confundida com o mito historiográfico segundo o qual o itinerário histórico da Igreja é uma progressiva decadência e um distanciamento crescente de Cristo e do Evangelho. Também não é possível dar crédito a contraposições artificiosas, segundo as quais o desenvolvimento dogmático do segundo milênio não seria conforme à Tradição compartilhada durante o primeiro milênio da Igreja indivisa. Como evidenciou o cardeal Charles Journet, apoiando-se também no beato John Henry Newman e em seu ensaio sobre o desenvolvimento do dogma, o depositum que recebemos não é um depósito morto, mas vivo. E tudo o que é vivo se mantém vivo desenvolvendo-se.

Ao mesmo tempo, devemos perceber como um dado objetivo a correspondência entre a percepção da Igreja expressa na Lumen gentium e a já compartilhada nos primeiros séculos do cristianismo. Em outras palavras, a Igreja não deve ser pressuposta como um sujeito fechado em si mesmo, preestabelecido. A Igreja se atém ao dado de que a sua presença no mundo floresce e permanece como reconhecimento da presença e da ação de Cristo.

Às vezes, também em nossa mais recente atualidade eclesial, essa percepção do ponto de origem da Igreja parece para muitos cristãos ofuscar-se, e parece acontecer uma espécie de reviravolta: de reflexo da presença de Cristo (que com o dom de Seu Espírito edifica a Igreja), passa-se a perceber a Igreja como uma realidade material e idealmente empenhada em atestar e realizar por si mesma sua presença na história.

Desse segundo modelo de percepção da natureza da Igreja, que não é conforme à fé, derivam consequências concretas.

Se a Igreja percebe-se no mundo como reflexo da presença de Cristo, como deve ser, o anúncio do Evangelho só pode acontecer no diálogo e de modo livre, renunciando a qualquer meio de coerção, quer material, quer espiritual. É o caminho indicado por Paulo VI em sua primeira encíclica, Ecclesiam Suam, publicada em 1964, que expressa perfeitamente o olhar para a Igreja que é próprio do Concílio. O modo como o Concílio encarou as divisões entre os cristãos e, depois, entre os fiéis de outras religiões reflete a mesma percepção da Igreja. Assim, o pedido de perdão pelas culpas dos cristãos, que surpreendeu e gerou discussões no corpo eclesial quando foi apresentado por João Paulo II, também é perfeitamente consoante com a consciência de Igreja que até aqui descrevi. A Igreja pede perdão não por seguir lógicas de etiqueta mundanas, mas porque reconhece que os pecados de seus filhos ofuscam a luz de Cristo, que ela é chamada a refletir em seu rosto. Todos os seus filhos são pecadores chamados pela ação da graça à santidade. Uma santificação que é sempre dom da misericórdia de Deus, que deseja que nenhum pecador – por mais horrível que seja o seu pecado – seja acorrentado pelo maligno na via da perdição. Assim, podemos compreender a fórmula do cardeal Journet: a Igreja é sem pecado, mas não sem pecadores.

A referência à verdadeira natureza da Igreja como reflexo da luz de Cristo têm também implicações pastorais imediatas. Infelizmente, no atual contexto, registramos a tendência de alguns bispos a exercerem seu magistério por meio de pronunciamentos pela mídia, em que frequentemente se dão prescrições, instruções e indicações sobre o que devem ou não devem fazer os cristãos. Como se a presença dos cristãos no mundo fosse o produto de estratégias e prescrições e não surgisse da fé, ou seja, do reconhecimento da presença de Cristo e de sua mensagem. Talvez, no mundo atual, fosse mais simples e reconfortante poder ouvir pastores que falam a todos sem dar a fé por pressuposta. Como reconheceu Bento XVI durante sua homilia em Lisboa em 11 de maio de 2010, “muitas vezes preocupamo-nos afanosamente com as consequências sociais, culturais e políticas da fé, dando por suposto que esta fé existe, o que é cada vez menos realista”

Ninguém se salva sozinho! - Papa Francisco

Papa Francisco | Vatican News

NINGUÉM SE SALVA SOZINHO! – PAPA FRANCISCO

Dom Carlos José

Bispo da Diocese de Apucarana – Paraná

“O Senhor falou a Moisés, dizendo: “Fala a Aarão e a seus filhos: Ao abençoar os filhos de Israel, dizei-lhes: ‘O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face, e se compadeça de ti! O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz! ’ Assim invocarão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei” (Nm 6,22-27).

Abençoados por Deus que nos enviou seu Filho, o Príncipe da Paz, vivenciamos o Santo Natal na alegre certeza de que tudo se renova em Cristo e com Cristo, o Senhor do Universo e Redentor da humanidade. O Natal é a certeza de que Deus está presente no meio de nós, sempre e em todas as situações.

A beleza das festividades natalinas, dos abraços e dos encontros não podem se limitar a momentos apenas, mas devem ser realmente um novo modelo de vida, um broto de esperança que levem a caminhos inéditos que gerem renovadas posturas diante do mundo atual.

“Juntos, ninguém pode salvar-se sozinho”, com esse apelo marcante, o Papa Francisco, com imensa sabedoria, em sua mensagem para a Celebração do 56º Dia Mundial da Paz, a realizar-se em 01 de janeiro de 2023, exorta o povo de Deus a um recomeço, não cada um por si mesmo, mas unidos com um mesmo objetivo que busca um bem maior, pois é nítido que separados, com individualismo, nada se constrói.

A humanidade grita por socorro, clama por paz. São Paulo nos adverte constantemente sobre a vigilância, o agir e se transformar enquanto há tempo, pois, “Com efeito, vós próprios sabeis perfeitamente que o Dia do Senhor chega de noite como um ladrão” (I Ts 5,1-2). Essa verdade incontestável sobre a qual nos fala o Apóstolo Paulo, deveria ser o nosso despertar para a mudança tão necessária.

O Papa Francisco não se cansa de nos lembrar dos efeitos devastadores causados pela Pandemia que, além das dolorosas perdas humanas, causou e continua causando grandes problemas nas estruturas humanitárias e sociais mundo afora. Sabemos que a Pandemia gerou desgastes irreparáveis, porém, notamos que houve uma mobilização mundial para que se estancasse o mais rápido possível as causas e se amenizasse seus efeitos; houve um despertar de consciência sobre o cuidar uns dos outros, sobre a responsabilidade que temos sobre a vida do próximo, mesmo que desconhecido, e pudemos perceber que ‘juntos’ é mais fácil superar as situações.

Está mais que na hora de repensarmos atitudes, omissões e posturas. A paz deve ser construída pensando no todo e não apenas naquilo que me cai bem ou me interessa, mas o coletivo é o que importa. A vigilância deve ser constante, assim como constante deve ser nosso empenho na construção do bem comum. Se realmente aprendemos algo com a vivência do Natal, a hora é agora de colocarmos em prática o nosso sim diante do desejo de Deus de que façamos parte de seu plano de amor e salvação, e esse plano não inclui desavenças, conflitos e guerras. É um plano harmônico onde todos possam viver de forma a usufruir os bens que a Casa Comum oferece.

Temos o mais belo exemplo de aceitação da vontade Divina bem diante de nossos olhos e coração. Nesse primeiro domingo de 2023 a Santa Igreja celebra Santa Maria, Mãe de Deus, a Mulher do Sim e da entrega absoluta de sua vida ao Pai e à humanidade. A Virgem Maria não titubeou ao deixar seus próprios sonhos de lado para passar a viver os desejos do Pai e assim, dar-se a si mesma como Sacrário Vivo para que o Filho Unigênito, o Príncipe da Paz fosse gerado para nossa salvação. Do ventre puríssimo da Santa Mãe de Deus brotou a Vida Nova, o sentido de todas as coisas se fez novo e a Luz inundou todas as trevas, de ontem, de hoje e de amanhã.

A paz só se torna possível quando deixamos o egoísmo e olhamos para a necessidade do próximo e o ajudarmos, quando o abraço, a partilha, o perdão e o cuidado forem mais importantes que os bens materiais e consumo exagerado, aí a paz será mais viável.

Que a Virgem Maria e São José nos ensinem e auxiliem a sermos construtores de dias melhores, onde possa transbordar a esperança, a fé e a fraternidade. Que 2023 seja de novas atitudes de paz e acolhimento para todos. Juntos, aos pés da Mãe de Deus, unidos a Cristo, feliz 2023 a todos.

Em 2022 sequestrados, presos ou mortos mais de 100 religiosos e religiosas

Cristãos perseguidos | Vatican News

A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, relatou que neste ano de 2022 foram assassinados 12 sacerdotes e 5 religiosas em vários países, enquanto que foram sequestrados, 42 sacerdotes e 9 religiosas, todos na África. O país de maior alarme entre assassinatos e sequestros é a Nigéria. A situação preocupante na Nicarágua.

Tiziana Campisi e Debora Donnini – Vatican News

A Nigéria é o país onde a maioria dos sacerdotes e religiosos foram mortos e sequestrados este ano. São informações da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre que publicou o "Relatório sobre os cristãos oprimidos por sua fé 2020-2022", no qual constata-se o triste número de sacerdotes e consagrados assassinados, sequestrados e presos em 2022 em vários países: mais de 100. O convite que a Fundação faz  a todos os países envolvidos é para garantir a segurança e a liberdade dos sacerdotes, religiosas e outros agentes pastorais que trabalham para servir aos mais necessitados. Enquanto que a Fundação pede aos amigos e benfeitores que rezem por aqueles que ainda estão na prisão e pelas comunidades e famílias daqueles que perderam suas vidas. O número de sacerdotes mortos durante o ano é de 12, dos quais quatro na Nigéria, três no México, assassinados por membros de cartéis de narcotráfico, e dois na República Democrática do Congo. Cinco religiosas perderam suas vidas, incluindo duas no Sudão do Sul e as outras três no Haiti, Moçambique e na República Democrática do Congo.

A perseguição religiosa aumentou no último ano

O diretor da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, Alessandro Monteduro, disse ao Vatican News, que no mundo as áreas onde os cristãos sofrem mais discriminação e às vezes perseguição se encontram em uma vasta região da África. Em particular no Sahel, no Chade, Níger, Mali, Burkina Faso e Nigéria, e também no Sul da Ásia - Índia, Paquistão, Mianmar - e depois na Coréia do Norte e na China, onde a Acs relata casos de detenção forçada. Em 75% dos 24 países onde há perseguição religiosa, acrescenta Monteduro, a opressão dos cristãos aumentou, assim como a opressão contra todas as minorias religiosas. "Em Burkina Faso, por exemplo", continua o diretor da ACS Itália, "60% do país não pode mais ser alcançado pelas organizações humanitárias porque está sob o controle de terroristas, e as comunidades cristãs foram forçadas a deixar os lugares onde viviam ou se mudaram para os países vizinhos".

Quase 8 mil cristãos assassinados em ódio à fé entre 2021 e 2022

Monteduro aponta que há 400 milhões de cristãos vivendo em terras de perseguição, e que na Nigéria, os que mais perseguem os que professam sua fé em Cristo são as organizações terroristas jihadistas - aderentes do Estado Islâmico e Boko Haram. Os extremistas pertencem às comunidades Fulani, os pastores que tentam tomar posse de terras cultivadas principalmente por cristãos. O diretor da ACS Itália aponta que entre 2021 e 2022, quase 8 mil cristãos foram assassinados em ódio à fé, perseguidos porque o cristianismo contém um núcleo de justiça social que não é bem-vindo e causa aborrecimento àqueles que militam em grupos para-terroristas, jihadistas. Em particular, conclui Monteduro, a atividade dos missionários é assustadora porque espalha o amor, contribui em propagar um clima de harmonia que, em vez disso, é hostil àquela ideia de sociedade que os jihadistas querem para si mesmos e para os outros. Os missionários, em suma, são vistos como pacificadores, aqueles que constroem canais de diálogo e que estão próximos ao Ocidente e a seus valores.

Clérigos retidos

Pelo menos 32 clérigos foram detidos, alegadamente como meio de intimidação e coerção. Os casos mais recentes dizem respeito a quatro sacerdotes da Igreja Católica Greco-Ucraniana que trabalhavam na Ucrânia ocupada pela Rússia e que foram presos enquanto realizavam atividades pastorais. Dois deles foram mais tarde libertados e "deportados" para território ucraniano, os outros dois permanecem sob custódia e podem enfrentar acusações de terrorismo e teme-se que possam ser torturados na prisão. “É muito preocupante", diz a ACS, "a situação na Nicarágua, onde 11 membros do clero foram presos ou detidos". Entre eles estão pelo menos dois seminaristas, um diácono, sete sacerdotes e o bispo de Matagalpa. Em 10 de janeiro, Dom Rolando Alvarez, atualmente em prisão domiciliar, terá que comparecer ao tribunal sob a acusação de "ameaça à integridade nacional". Enquanto que dois meses atrás foram presos um bispo e dois sacerdotes na Eritréia, pelos quais as autoridades não deram nenhuma explicação. Um sacerdote foi preso em Mianmar durante protestos contra o regime, e várias freiras e dois diáconos foram presos na Etiópia durante o conflito de Tigray no final de 2021, mas libertados em 2022.

O Milagre e dois outros filmes que irão fisgar sua atenção do começo ao fim

Aidan Monaghan courtesy of Netflix
Florence Pugh como Lib Wright e Kíla Lord Cassidy como Anna O’Donnell
em cena de O Milagre
Por Beatriz Camargo

Selecionamos três histórias recém-lançadas no streaming que abordam temas que vão além da religião.

Com a chegada das festas de final de ano e das férias, os serviços de streaming intensificam seus lançamentos presenteando os assinantes com novos filmes e estreias aguardadas.

Assim, entre as boas surpresas deste ano, algumas novidades chamam a atenção pelos títulos que tendem a evidenciar o viés religioso das histórias. Esse é o caso de Três Cristos, protagonizado por Richard Gere, e que provavelmente já chamou sua atenção no catálogo da Netflix.

Do mesmo modo, você também já deve ter se deparado com a sugestão de “O Milagre” em sua tela, outra novidade da popular rede de streaming.

Além deles, temos ainda As linhas tortas de Deus, filme que tem sido muito recomendado nas redes sociais. Mas será que vale a pena assisti-los?

Portanto, não deixe de conferir nossas breves resenhas e descubra se vale – ou não – dedicar suas horas de descanso assistindo a estas histórias.

O Milagre

Longe de ser uma história edificante, o filme se passa na Irlanda em 1862, 13 anos após a Grande Fome que abalou todo o país. A enfermeira Lib Wright (Florence Pugh) chega a uma pequena comunidade fervorosamente devota para examinar a jovem Anna O’Donnell (Kíla Lord Cassidy).

A menina de 11 anos está sem comer há mais de quatro meses, sobrevivendo apenas do que ela chama de “maná dos céus”.

Contudo, sob um clima de tensão e mistério, a missão de Lib é descobrir o que realmente está acontecendo — mesmo que, para isso, tenha de desafiar a fé de toda a comunidade.

Dirigido pelo chileno Sebastian Lelio, o filme é baseado no aclamado livro homônimo escrito por Emma Donoghue.

Embora sua trama seja completamente fictícia, o tema do longa é inspirado nos vários episódios de “jejuns milagrosos” que ocorrerem até o século XIX.

Um adendo importante: este filme é recomendável para maiores de 14 anos.

https://youtu.be/yEKBntF0--8

Três Cristos

Na década de 1950, era comum que pessoas doenças mentais fossem mantidas em hospitais psiquiátricos. Além de altas doses de sedativos, esses pacientes costumavam receber tratamentos como terapia de choques elétricos e raramente recebiam atendimento psicoterapêutico.

É exatamente este o contexto de Três Cristos, filme baseado em uma história real: o estudo de caso psiquiátrico The Three Christs of Ypsilanti, de 1964. No longa-metragem, Dr. Alan Stone (Richard Gere) é um psiquiatra que decide estudar três pessoas esquizofrênicas paranoicas que apresentam transtorno de identidade idêntico: todos alegam ser a reencarnação de Jesus Cristo.

Com o intuito de se aproximar dos pacientes e entender mais de suas doenças, Dr. Stone rompe barreiras e enfrenta o ceticismo dos colegas médicos ao iniciar uma terapia inovadora baseada na troca de correspondências, dispensando por completo os tratamentos que afetavam os internos fisicamente.

https://youtu.be/-XsHsfR0IVI

As linhas tortas de Deus

Também ambientado em um hospital psiquiátrico, este longa-metragem espanhol apresenta uma intrincada história de investigação e é uma adaptação da obra literária ficcional de Torcuato Luca de Tena.

Na trama, a detetive particular Alice Gould (Bárbara Lennie) forja documentos para conseguir se internar num hospital onde um jovem paciente morreu de forma misteriosa.

À medida que suas investigações avançam, ela se vê envolvida numa espiral de crime em que terá de provar sua inocência e, principalmente, sua sanidade.

Como um bom filme de suspense, ele envolve os expectadores do começo com uma trama repleta de reviravoltas que irão agradar os fãs do gênero.

https://youtu.be/ZuHdZdq7DFg

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF