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quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

São João Nepomuceno Neumann

S. João Nepomuceno Neumann | provinciadorio
05 de janeiro
São João Nepomuceno Neumann

João Nepomuceno nasceu na Boêmia, atual República Tcheca, aos 28 de março de 1811. Seus pais deram aos seis filhos ótima educação cristã, e quatro deles entraram para a vida religiosa. Já aos 12 anos, estudante em Budweis, destacava-se pela aplicação em seguir seriamente a Deus. Nutria enorme veneração pelo sacerdócio, apesar de se considerar indigno dele; entrou no seminário de Budweis em 1831.

Autodidata e com grande facilidade para línguas, aprendeu Italiano, Francês, Alemão, Tcheco, Latim e Inglês. Mas, por haver excesso de presbíteros na diocese, o Bispo decidira adiar as ordenações por tempo indeterminado. João não desistiu, e afinal conseguiu uma carta de recomendação para o Bispo de Nova Iorque, viajando para lá em 1836. Logo foi ordenado na Catedral de São Patrício, em 25 de junho de 1836.

A diocese de Nova Iorque possuía então apenas 36 padres para mais de duzentos mil católicos. Iniciou imenso ministério sacerdotal, especialmente nas regiões de imigração alemã, nas quais enfrentou numerosas hostilidades de pessoas contrárias à Religião.

O fervor que conhecera na Congregação do Santíssimo Redentor de Rochester o levou a ingressar nesta Ordem religiosa em 1842. Seu desejo pessoal de santidade coincidia com a ideia do fundador, Santo Afonso Maria de Ligório, que recomendava recusar as vocações medíocres ou simplesmente duvidosas: ‘Poucos e santos’, dizia a seus missionários”.

Em breve foi nomeado superior dos redentoristas de Pittsburg. Acreditava que a obediência radical atraía a graça divina, como o observa o célebre Pe. Philipon, “a observância – absolutamente fiel – duma regra religiosa, aprovada pela sabedoria da Igreja, bastaria para encaminhar as almas aos cumes mais elevados da santidade. Daí dizer o Papa João XXII: ‘Dai-me um dominicano que observe fielmente sua regra e constituições e, mesmo sem milagres, eu o canonizarei’”. Como superior, foi assim exemplar, e não exigia de seus subalternos nada que ele próprio não estivesse pronto a praticar.

Em 1847 foi eleito pela Congregação como o superior dos redentoristas nos Estados Unidos. A congregação contava à época apenas com 30 membros. Mas durante os seus dois anos no cargo foram fundadas dez novas casas. Deixou a função com os padres redentoristas bem preparados para serem uma congregação autônoma, o que ocorreu em 1850.

Foi nomeado Bispo de Filadélfia em 1852, onde, como em todos os lugares por onde passara, demonstrou zelo exemplar. Sua diocese era muito grande e se desenvolvia com muita rapidez. Por isso decidiu introduzir no país a educação católica, organizando um sistema diocesano de escolas: é considerado o fundador das escolas católicas nos EUA. Aconselhado pelo próprio Papa, fundou o Instituto das Irmãs da Ordem Terceira de São Francisco para cuidar destas escolas. Construiu mais de 80 igrejas durante o seu bispado, e iniciou a catedral de São Pedro e São Paulo. Também estabeleceu inúmeras instituições religiosas e introduziu a devoção das Quarenta Horas de Adoração Eucarística.

Descobriu ainda tempo para escrever numerosos artigos em revistas e jornais católicos, publicou dois catecismos e uma História da Bíblia para estudantes; profundamente devoto de Nossa Senhora, recebeu um convite formal de Pio IX para estar presente na solene promulgação do dogma da Imaculada Conceição,

Pouco antes do Natal de 1859, conversando com um irmão leigo, perguntou-lhe se preferiria uma morte repentina ou falecer após longa doença, e a escolhida foi a segunda, “a fim de preparar-me melhor para a eternidade”; João ponderou: “Um cristão, sobretudo um religioso, deve estar sempre preparado para uma boa morte, e se ela vier de modo súbito, isso não deixará de ter suas vantagens: evitará para nós e para aqueles que nos assistem muitas tentações de impaciência e, além do mais, deixará muito menos tempo ao demônio para nos perturbar. Em qualquer caso, porém, a forma de morte que Deus nos envie será a melhor para nós”.

Em 5 de janeiro de 1860, apesar do mal-estar que sentia, saiu para tomar providências relativas a um assunto da diocese: de saúde frágil, sempre se manteve muito ativo. Subitamente, caiu na rua e logo faleceu.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

A imensa obra de São João Neumann, num país enorme e sem grande tradição católica, foi sedimentada em poucos, mas sólidos princípios: amor ao sacerdócio, seriedade na busca da santidade, devoção a Nossa Senhora, obediência exemplar às normas seguidas. Trata-se de uma questão de qualidade, não de quantidade – poucos e santos, no dizer de Santo Afonso Maria de Ligório. De fato, no primeiro ato formal da Igreja, apenas 11 Apóstolos (São Matias ainda não escolhido para ocupar o lugar de Judas Iscariotes), com a graça do Espírito Santo, conseguiram a conversão de 3.000 mil pessoas, em Pentecostes. Devemos nos preocupar seriamente com a nossa santidade pessoal, pois só assim poderemos servir bem a Deus.

Oração:

Senhor, por intercessão de São João Neumann, dai-nos a graça de perseverar ao longo de toda a vida na obediência a Vós e à Vossa Igreja, para que estejamos sempre preparados para o encontro definitivo que certamente teremos Convosco. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, obediente até a morte de Cruz, e Nossa Senhora, Escrava do Senhor. Amém.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

O simbolismo dos números na Sagrada Escritura

Cléofas

O simbolismo dos números na Sagrada Escritura

 POR PROF. FELIPE AQUINO

Alguns aspectos do simbolismo dos números

O “Simbolismo dos números” era patrimônio da sabedoria não só dos famosos pitagóricos e platônicos (gregos), mas também dos povos orientais e, diga-se explicitamente, dos israelitas. Eis as principais expressões desta mentalidade na Sagrada Escritura:

O Simbolismo do número como tal

O número por si costuma significar ordem, harmonia. É o que explica a afirmação de SB 11,20: Deus tudo dispôs “conforme medida, número e peso”. É também o que ilustra a admoestação de Jesus: “Mesmo os cabelos de vossa cabeça estão todos contados. Não temais!” (Mt 10,30); o Senhor, com isto, ensina que a Providência Divina dispõe ordenadamente até as mínimas circunstâncias da vida humana.

Por conseguinte, a história dos justos é geralmente apresentada dentro de um quadro numérico, ou seja, com a indicação de datas ou cifras equivalentes a datas- coisa que frequentemente falta na linhagem dos ímpios.

Já que os números frequentemente indicam qualidades, entende-se que as expressões de plural na Sagrada Escritura não designam sempre multidão, extensão, mas intensidade de um predicado.

Por exemplo, ocorrem no texto hebraico da Sagrada Escritura substantivos em forma plural que inegavelmente designam o único Deus, o Deus de Israel. Assim:

Elohim, plural de ‘El, Deus ou Forte’ (Gn 5,22; 6,9.11; 7,18; Dt 4,35; Is 46,9);

Qedoshim, plural de Qadosh, Santo (Js 24,19; Os 12,1; Pr 9,10; 30,3);

Elyonim, plural de Elyon, Excelso (Dn 7,18).

Estas formas de plural não indicam multiplicidade de sujeitos ou desuses, mas são maneiras de realçar a qualidade expressa pelo respectivo nome: a fortaleza, a santidade, a sublimidade do único Deus. Aplicando a Deus os termos concretos “Fortes, Santos, Excelsos”, os israelitas queriam dizer que o Senhor é a Fortaleza, a Santidade, a Sublimidade mesma (em hebraico, o conceito abstrato era expresso pelo plural do termo concreto).

Aliás, sabe-se que também os povos pagãos, referindo-se a uma Divindade, empregavam formas de plural. O deus lunar Sin era chamado ilani scha ilani, os deuses dos deuses, isto é, o deus supremo. Os vassalos cananeus do Egito dirigiam-se ao Faraó mediante a fórmula ilania, “os seus deuses”.

O simbolismo peculiar de alguns números

Dentre os números, gozavam de preferências os ímpares. Julgava-se em certos círculos (mormente no pitagorismo, a partir do séc. VI a. C.) que o número um é por excelência o Princípio não produzido, perfeito; o número dois, que se origina pela intervenção do vazio ou do intervalo na unidade, parecia essencialmente imperfeito. Em geral, os números pares eram considerados inferiores, moles ou femininos, quebradiços, por admitirem divisão em duas partes inteiras; ao contrário, os números ímpares, opondo-se a isto, eram tidos por fortes, viris, perfeitos.

1. O número sete

O número sete é dos mais dotados de valor simbólico na mentalidade antiga e na Escritura Sagrada.

O significado importante do septenário entre os orientais compreende-se pelo fato de que estes povos dividiam o tempo conforme as fases da Lua. Em Israel, a estima geral dedicada ao número sete parecia sancionada pela própria Bíblia, que reconhecia e promulgava, já em suas primeiras páginas, a distribuição do tempo em semanas (cf. Gn 1, 1-2, 4a).

Visto que o número sete determina períodos mais ou menos completos, definidos, da vida humana, atribuíam-lhe o significado de totalidade, plenitude e perfeição. É com este sentido que ele ocorre, por exemplo,

a) nas fórmulas de contratos e juramentos: Abraão deu a Abimeleque sete ovelhas como penhor de que cumpriria sua palavra (cf. Gn 21, 30). De resto, os hebreus derivaram o verbo shaba, prestar juramento, dizer palavra firme, da mesma raiz que sheba, sete;

b) sempre que se queira exprimir a totalidade, tão grande quanto seja; assim o discípulo de Cristo há de perdoar setenta vezes sete vezes, isto é, indefinidamente, sempre que haja ocasião para isto (cf. Mt 18, 21s.; Lc 17, 4). O autor de Pr 24, 16 se refere a sete (=todas as) quedas do justo. Veja-se ainda Gn 4, 15.24 (a vingança de Caim e a de Lameque).

Um fenômeno literário interessante ainda solicita atenção: no texto hebraico de 2Sm 12, 6 lê-se que o homem que haja roubado uma ovelha é obrigado a restituir quatro outras (de acordo com a lei formulada em Êx 20, 37; cf. Lc 19, 8). Eis porém, que os judeus de Alexandria, ao traduzirem o trecho para o grego, em lugar de “quatro” puseram “sete ovelhas”. Esta tradução, à primeira vista, é estranha; contudo ela se explica muito bem, se se penetra na mentalidade dos tradutores: no caso, longe de atribuir a “sete” significado quantitativo, matemático, quiseram por meio deste número indicar melhor o que o texto original subentende, a saber: que se há de fazer a compensação cabal, exata do furto cometido (de resto, em Pr 6, 31 está dito que o ladrão deve restituir sete vezes o que roubou!);

c) quando se quer indicar um dia ou um ano de repouso, de renovação, ano que mais se assemelhe à perfeição da vida celeste; tal dia ou tal ano é determinado pelo número sete (sétimo dia ou sábado, sétimo ano ou ano sabático, ano jubilar ou quinquagésimo [7 x 7 + 1]). Cf. Gn 2, 2; Êx 20, 10; Lv 25, 1-17.

2. O número três

O número três gozava também de grande estima entre os semitas, não somente por ser o primeiro composto ímpar, mas também porque o triângulo equilátero constitui um dos símbolos mais expressivos de firmeza e perfeição; é figura que sobre qualquer de suas bases está sempre em pé, não se deixando de modo nenhum derrubar.

O ternário ocorre com frequência na Escritura, embora mais parcimoniosamente do que o número sete. Sejam aqui mencionados apenas os três filhos de Noé (Gn 6,10), os três amigos de Jó (2, 11), os três justos de Ezequiel (14, 14), os três companheiros de Daniel (3, 23), os três anjos que apareceram a Abraão (Gn 18,2), os três dias passados por Jonas no ventre do monstro marinho (2, 1)…

Em cada um destes trechos, o sentido do número três há de ser analisado à luz do gênero literário adotado pelo hagiógrafo.

3. O número dez

O número dez tornou-se importante entre os antigos pelo fato de que o homem primitivo, ao contar, recorria aos dedos de suas mãos; desta praxe se originou o sistema decimal. Em tais circunstâncias, o número dez foi tido como símbolo de um “todo completo, fechado em si”. É certamente este o significado que lhe compete nas genealogias dos setitas (Gn 5, 1-32) e dos semitas (Gn 11, 10-32): o hagiógrafo, ao mencionar dez Patriarcas em cada uma, de modo nenhum entendia dizer quantas gerações mediaram respectivamente entre Adão e Noé, Noé e Abraão, mas apenas queria referir-se a todos quantos (…) tenha realmente havido, ficando a cifra exata desconhecida tanto ao escritor como ao leitor. O que interessava ao autor sagrado era dizer que entre Adão e Noé, Noé e Abraão, a série dos tempos foi preenchida sem algum acontecimento digno de nota para a historiografia religiosa.

Sejam mencionados ainda:

Os dez servos (=um grupo completo), as dez dracmas (= número redondo), as dez virgens (= todos os cristãos), nas parábolas de Cristo (Lc 19, 13; 15, 8; Mt 25, 1);

O catálogo (taxativo, não exaustivo) de dez adversários que não conseguem arrebatar ao cristão o amor de Cristo (Rm 8, 38s.);

A menção de dez vícios (não exaustiva), que excluem do reino de Deus (1 Cor 6, 9s);

A série de dez milagres narrados sucessivamente para comprovar a autoridade de Jesus após o importantíssimo sermão sobre a montanha (Mt 8s.);

As dez prescrições dirigidas a quem queira subir à montanha do Senhor (Sl 14).

4. O número doze

O número doze adquiriu apreço em virtude da divisão do ano em doze meses, divisão que já babilônios e egípcios observavam. Era natural que a cifra, abrangendo um período definido em si, simbolizasse, por sua vez, totalidade ou plenitude.

Na Sagrada Escritura, o número doze é básico para a história do povo de Deus. Este constava de doze tribos, portadoras da fé e da esperança messiânicas; em consequência, o reino messiânico mesmo é frequentemente assinalado pelo número doze. Com efeito, ele se propaga mediante a pregação dos Apóstolos, escolhidos pelo Senhor para constituírem o elo entre as doze tribos (a totalidade) do antigo Israel e a plenitude do novo Israel, agora recrutado dentre todas as nações. Baseado sobre os doze Apóstolos quais pedras fundamentais, o reino messiânico é descrito no Apocalipse como Cidade Santa, a nova Jerusalém, cuja estrutura é impregnada do mesmo número: tem doze portas, guardadas por tribos de Israel; sobre cada qual das pedras da base acha-se o nome de um dos Apóstolos; a cidade, sendo quadrada, tem doze mil estádios de lado; a muralha perimetral mede cento e quarenta e quatro côvados (cf. Ap 21, 12.14.16s. 20s.). Tais indicações significam o caráter de plenitude, consumação, que toca à nova Jerusalém ou à Igreja de Cristo; esta constitui o reino teocrático por excelência, em que os bens outrora outorgados às tribos de Israel se acham multiplicados e oferecidos a todos os homens.

Retirado do livro: “Para entender o Antigo Testamento”. Estêvão Bettencourt. Ed. Santuário: Aparecida, SP. 1990. pp. 78-83.

Fonte: https://cleofas.com.br/

Paróquia em que Pelé foi batizado celebra missa por ele

Foto: Pia batismal em que Pelé foi batizado - Cristiano Sávio /
Prefeitura de Três Corações
Por Gustavo Amorim Gomes

SÃO PAULO, 30 Dez. 22 / 12:42 pm (ACI).-

A paróquia em que Pelé foi batizado celebrou missa pela alma do maior jogador de futebol de todos os tempos ontem (29). Pelé morreu ontem aos 82 anos em São Paulo onde estava internado no Hospital Israelita Albert Einstein fazendo tratamento paliativo por causa de um câncer no cólon.

Igreja Matriz da Paróquia Sagrada Família, em Três Corações (MG), celebrou a missa às 19h. Orações pela alma do falecido estão previstas para todo o dia de hoje (30).

Em abril do ano passado, Pelé enviou à paróquia uma foto como lembrança pelos 80 anos de seu batismo, feito em 6 de abril de 1941.

A paróquia preserva a pia batismal em que Pelé foi batizado em uma capela na entrada da igreja. O registro do batismo é mantido no acervo do Museu Terra do Rei, na Casa de Cultura de Três Corações.

A diocese de Campanha (MG), a que pertence Três Corações, publicou um comunicado nas redes sociais na noite de ontem (29) em que se solidariza com os familiares de Pelé e recorda o batismo na Paróquia Sagrada Família.

Primórdios da era cristã

Dom Paulo Mendes Peixoto | arquidiocesedeuberaba

PRIMÓRDIOS DA ERA CRISTÃ

Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)

Grande parte das realidades da nova cultura e do momento presente se fundamenta nas riquezas provindas do passado. Nem tudo é totalmente novo no que normalmente costumamos chamar de “modernidade”. Talvez a grande virtude de hoje é a capacidade de unir o passado com o presente, como aquele pai de família que foi capaz de tirar de “seu tesouro coisas novas e velhas” (Mt 13,52). 

A Igreja celebra a solenidade da Epifania do Senhor. É um termo que envolve o contexto do nascimento de Jesus Cristo, tendo como significado a palavra “manifestação”. É o Menino Deus que, ao nascer numa simples e humilde manjedoura, em meio a animais, revela-se como uma verdadeira luz, que brilha e é percebida pelos pastores que estavam a pastorear seu rebanho de ovelhas. 

Ainda vivenciando o bonito clima das festas natalinas e de ano novo, a memória da Epifania do Senhor continua atualizando o gesto misericordioso e revelador de Deus para a nova humanidade. A luz divina brilha nos corações sensíveis e abertos para acolher os dons e as bençãos proporcionados pela vida de Cristo. Além de se manifestar aos Reis Magos, manifesta-se em nós em sua Palavra. 

Todos os povos e as culturas não podem ficar totalmente herméticas e insensíveis diante da manifestação de Deus também nos novos tempos. A Epifania não é um fato apenas do passado ou dos primórdios da era cristã, porque Deus assumiu a nossa natureza e continua exercendo sua missão libertadora e salvadora na história da vida humana. Ele está próximo e é amigo da humanidade. 

Os Reis Magos, ao ir pelo caminho guiados por uma estrela até o encontro da manjedoura, onde estava o Menino Deus, viram ali a presença de uma verdadeira luz para o mundo. Eles ficaram alegres e voltaram por outro caminho totalmente transformados, certamente cheios de esperança, diferente do Rei Herodes, que queria matar o menino, evitando que se tornasse um de seus concorrentes. 

O encontro com Cristo deve estabelecer transformação e mudança de rumo na vida das pessoas, principalmente nas atitudes, nos hábitos, nos pensamentos e no comportamento. É o Cristo dos primórdios do passado, mas com o mesmo vigor nos dias de hoje, que ilumina os caminhos e abre espaço para a realização do bem, para fazer com que as maravilhas da nova cultura sejam saudáveis.

O cristianismo é sal, não açúcar, dizia Ratzinger, futuro Bento XVI

Maxisport / Shutterstock.com
Por Jesús Colina - Miriam Diez Bosch

Se havia algo que Ratzinger detestava, era a improvisação ou a falta de sentido.

Qual é o segredo de Bento XVI? Como ele se tornou o Mozart da teologia do século XX e sucessor do apóstolo Pedro numa época em que o barco da Igreja foi tão fustigado por ventos violentos?

Esta foi a pergunta que fizemos, quase 30 anos atrás, ao monsenhor Josef Clemens, que era o secretário pessoal do então cardeal Joseph Ratzinger, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. Mons. Clemens seria mais tarde consagrado arcebispo e ocuparia cargos importantes na Santa Sé. Sua resposta esclarece muitas dúvidas.

A influência de um gigante

“Aos 23 anos, Joseph Ratzinger dedicou dois anos da sua vida a estudar um dos maiores pensadores da história, Santo Agostinho, sobre quem escreveu a sua tese de doutorado”, disse-nos então monsenhor Clemens. “Quando você passa tanto tempo imerso no pensamento de uma mente tão brilhante, a sua própria mente muda, se aprofunda, se torna muito mais sensível e aguda”.

Esta informação facilita muito o entendimento do que Joseph Ratzinger nos diria mais tarde como teólogo e como Papa: o cristianismo é fogo. Não é, portanto, algo “chato”, mas algo que nos pede a paixão da fé para renovar o mundo – e sem esquecer quem é quem move o mundo.

Se havia algo que Ratzinger detestava, era a improvisação ou a falta de sentido: as coisas têm uma razão, não são apenas “porque sim”. O cristianismo é “sal”, não “açúcar”, costumava repetir.

Assim também se entende por que Bento XVI não foi um Papa brando ou manipulável. Ratzinger também era feito dessa matéria ígnea. Com os pés no chão, mas a alma no céu, sempre voltada ao sublime, o pontífice bávaro marcou a Igreja de maneira inusitada.

Não é em vão que ele se torna o Papa que renuncia: esse gesto o coloca num lugar sem precedentes na história da Igreja. E na história, simplesmente.

A grandeza da humildade

Ratzinger havia refletido muito sobre o Gênesis. Se há algo que Deus não tolera, é o orgulho. O orgulho humano arrogante que não se reconhece como criatura, que acredita poder dominar a natureza, que explora os seres humanos.

Ratzinger escreveu que o programa da modernidade é não querer mais ser imagem de Deus, mas imagem de nós mesmos; conferir a nós mesmos o poder sobre o mundo, sem respeitar o poder de Deus nem esperar nada d’Ele. E para ele, esquecer e dar as costas a Deus são as portas para a destruição e a devastação. E Ratzinger estava certo. Ele tinha meditado detidamente sobre o Espírito e a criação. E acreditava firmemente no Espírito que repara, que perdoa, que cria, que faz novas todas as coisas. Este Espírito criador e renovador não se deixa limitar, e o Papa bávaro era ciente disso. A Igreja pode ter os seus limites, mas o seu Espírito não.

A Igreja Católica se compromete com a tolerância, o respeito, a amizade e a paz entre todos os povos. Bento XVI o afirmou ao comparar as raízes comuns de judeus e cristãos. O Papa alemão não acreditava num Deus caprichoso, que teria feito o mundo sem saber o que queria.

Se quiser transformar a sua mente e o seu pensamento, você também pode seguir os passos de Ratzinger, mergulhando nos escritos de grandes espíritos, como o seu mestre Santo Agostinho. Se preferir, você pode ainda começar com a primeira encíclica do próprio Bento XVI, “Deus é amor”, que não perdeu nada do seu frescor depois de tantos anos. Ele nos acompanha com as suas linhas.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Padres recomendam livros de Bento XVI

Bento XVI / Shutterstock

Roma, 03 Jan. 23 / 03:55 pm (ACI).- Uma das maiores características do papa emérito Bento XVI foi sua grande contribuição intelectual e espiritual para a vida da Igreja.

Por isso, três padres recomendam estes textos de Bento XVI.

"Relatório sobre a Fé"

O padre Jorge Luis Hidalgo, vigário da paróquia de São João Bosco de la Pampa na Argentina, sugere a leitura de "Relatório sobre a Fé", livro no qual o jornalista Vittorio Messori publica uma extensa entrevista com o então cardeal Joseph Ratzinger e no qual “fala precisamente do grave problema que a fé sofre hoje”.

O padre dominicano Nelson Medina disse que em "Relatório sobre a fé", Bento XVI "mostra com muita clareza uma leitura do mundo contemporâneo e como nesse mundo contemporâneo o anúncio de Deus como Senhor é a única coisa que pode abrir um caminho para o futuro da Europa e da humanidade em geral”.

Catequese sobre os Padres da Igreja

Padre Nelson Medina também recomenda o catecismo de Bento XVI sobre os Padres da Igreja.

"O papa Bento, em seu ministério como pontífice, quis ajudar a todos nós a nos aproximarmos desses grandes mestres e poder redescobrir neles as chaves fundamentais para a leitura da revelação bíblica e também para o crescimento do reino do Evangelho em cada um de nós", diz Medina.

Compêndio do Catecismo da Igreja Católica

Para o padre Javier Olivera Ravasi, padre argentino que dirige o projeto apologético "Que no te la cuenten" (QNTLC), uma das obras mais importantes em que Bento XVI participou "na minha humilde opinião, sem dúvida, é o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica que ele orientou quando ainda era prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé”.

Trilogia sobre Jesus de Nazaré

O padre Antonio María Domenech, da diocese de Cuenca, Espanha, fala do valor do livro em três volumes sobre a vida de Jesus de Nazaré escrito por Bento XVI.

O padre espanhol disse que o primeiro volume fala da infância de Jesus; o segundo, sobre a vida de Cristo desde o seu Batismo até à sua Transfiguração; e o terceiro narra o que aconteceu desde a entrada em Jerusalém até a Ressurreição.

O padre Jorge Luis Hidalgo diz que Bento XVI escreveu estes três volumes sobre a vida de Jesus de Nazaré "para dar uma explicação católica adequada dos santos Evangelhos e para afastar a ideia que existe na exegese contemporânea de que a Bíblia é um mito".

Fonte: https://www.acidigital.com/

Santa Ângela de Foligno

Santa Ângela de Folígno | institutohesed
04 de janeiro
Santa Ângela de Folígno

Santa Ângela era da Itália, nasceu de uma rica família da cidade de Folígno no ano de 1248. Por isso ela é chamada de Santa Ângela de Foligno. Desde cedo teve uma educação nobre, viveu em meio à fartura e aos prazeres mundanos. Seus pais não lhe deram uma educação cristã e pouco se preocupavam com a religião. Ângela herdou essa marca de paganismo. Viveu numa sociedade que valorizava demais as aparências e a vaidade.

Ângela casou-se muito nova com um cavaleiro de sua terra, teve muitos filhos e cuidava bem deles. Gostava de festas e divertimento, mas enxergava a vida além das realidades materiais. Gostava de roupas novas, joias, aparências tudo que uma vida mundana oferece. Mais tarde, seus pais se converteram e aconselhavam Santa Ângela a mudar de vida, mas ela não lhes dava ouvidos. Os pais passaram a rezar muito por ela.

História da conversão de Santa Ângela

Tudo parecia ir bem com Ângela, até que uma grande tragédia aconteceu em sua vida: dois de seus filhos morreram tragicamente. Então, as coisas das quais Santa Ângela gostava e nas quais colocava sua confiança, passaram a não ter mais sentido para ela.

Aparências? De que valem os elogios dos outros se seu coração está em pedaços? O que o mundo pode oferecer a alguém que tem perdas tão grandes? Assim, com o coração partido, cansada de viver de aparências e vendo que esse gosto pelas aparências a conduzia a um buraco cada vez maior, Ângela começou a olhar para si mesma à procura da verdade e de um sentido na vida.

Santa Ângela enfrenta a verdade

Ângela foi sincera em sua busca e Deus a atendeu. Mais tarde, em sua autobiografia, ela escreveu: Descontente de mim mesma, comecei a pensar seriamente em minha vida. Deus mostrou meus pecados, e minha alma encheu-se de pavor! Prevendo a possibilidade da minha condenação, tamanha era a minha vergonha, que não tive coragem de confessar todos os meus pecados. Assim, várias vezes ocorreu que recebi o Santo Sacramento em pecado. Vi minha consciência atormentada dia e noite. Pedi a Nossa Senhora para me conduzir a um sacerdote esclarecido para fazer minha confissão geral. Esta oração foi atendida, mas não senti nenhum amor a Deus, mas tanto mais arrependimento, dor, e vergonha dos meus pecados. Convertendo-se, Ângela ficou firme e fiel no caminho do amor e da santidade, santificando-se na dedicação à sua família. Alcançou a graça de um grande arrependimento de seus pecados e uma poderosa devoção a Sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo.

Dificuldades na vida de Santa Ângela

Santa Ângela tinha reconstruído sua vida, agora com base no Evangelho e na fé em Deus. Porém, mais perdas aconteceriam: seu marido e filhos (todos) faleceram vítimas de doenças. O sofrimento foi muito grande, como é de se esperar. Porém, Ângela segurou na mão de Deus e procurou uma vida de oração.

Foi então que ela fez uma peregrinação a Assis. Lá, teve uma profunda experiência do amor de Deus e modificou radicalmente a sua vida. Vendeu seus bens e doou aos pobres, viveu uma vida recolhida em oração e, sempre que podia, ia a Assis em peregrinações.

Vida de obras e oração

Aos pés do crucifixo, Santa Ângela santificou sua viuvez, fez voto de castidade e pobreza e entrou para a Ordem Terceira de São Francisco. Tinha revelações e visões de Jesus. Sentiu em si mesma muitos sofrimentos da Cruz de Cristo. Passou também por grandes tentações. Estas, na verdade, eram o maior sofrimento de Santa Ângela. Foi fortemente tentada a abandonar a fé e a voltar ao materialismo de sua vida passada.

Santa Ângela, porém, com muita oração e sacrifício, superava todas as provações. Ela escreveu: Seria mais tolerável para mim sofrer todas as dores, suportar as torturas mais horrorosas dos mártires, que me ver exposta às tentações diabólicas contra a pureza. Ela orava e visitava os pobres ajudando material e espiritualmente a todos. Um dia ela teve um sonho com São Francisco de Assis dizendo para ela ir para Assis. Lá, ela escreveu relatando vários acontecimentos místicos sobre a Paixão de Jesus Cristo. Em seu livro Experiências Espirituais narra que chegou a sentir todas as dores do flagelo de Jesus. Este livro passou a ser a base na formação das religiosas de seu tempo e rendeu a Santas Ângela o título de Mestra dos Teólogos.

Falecimento de Santa Ângela

Antes de morrer, Santa Ângela recebeu os sacramentos e ficou feliz de ficar livre de todas as tentações diabólicas. Ela faleceu no dia em que tinha profetizado. Foi no dia 4 de janeiro de 1309. Está enterrada na Igreja de São Francisco de Assis, em Folígno na Itália. Foi canonizada pelo Papa Inocêncio Xll.

Mensagem de Santa Ângela

Santa Ângela nos ensina que a vaidade, a confiança nas aparências, a busca dos elogios dos outros e dos prazeres mundanos são coisas que não dão sentido a uma vida humana. O ser humano é muito mais que tudo isso e precisa de muito mais que isso: precisa de verdade, de amor e de Jesus Cristo.

Oração a Santa Ângela

Ó Deus, Pai e Senhor nosso, a vida de Santa Ângela nos ensina o quão perigoso é confiar nas aparências, nos elogios vazios, na vaidade e nos bens materiais. Ela nos ensina também o quanto é agradável a Vós a conversão sincera do coração ao evangelho. Queremos deixar tudo o que em nossa vida é injustiça e egoísmo, tudo o que prejudica os outros a fim de conhecer-Vos melhor e servir-Vos através de nossos irmãos, sobretudo os mais necessitados. Santa Ângela, rogai por nós.

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Pelé, a essência do futebol brasileiro

Pelé, a essência do futebol brasileiro | Agência Brasil-EBC

Pelé, a essência do futebol brasileiro

Ex-jogador ajudou a seleção a ser admirada em todo o mundo

 

Publicado em 29/12/2022  - Por Márcio Guedes 

Pelé é a própria essência do futebol brasileiro. Foi com ele e com a admirável seleção de 1958 que deixamos de lado um certo complexo de inferioridade e começamos a ser admirados pelo mundo. Era uma época provinciana, de continentes isolados, e a partir dele começamos a ganhar o tricampeonato mundial e a ser respeitados com a ajuda luxuosa de uma geração de craques. Especialmente Garrincha, que nos liderou em 1962 na ausência de Pelé.

Já era um momento no qual em muitos lugares do mundo, mesmo em uma pequena vila da China, o nome de Pelé passou a ser mais conhecido do que o do Brasil, como se fosse um autêntico rei. Tempos de simplicidade no qual não havia dezenas de assessores e nos quais repórteres como eu entravam em vestiários e concentrações, ou eram logo atendidos ao telefone.

Pelé foi sempre celebrado e respeitado (mesmo quando parou) por sua elegância, personalidade e por ser sempre reconhecido como o maior jogador da história. Seus lances mágicos na Copa de 1970 estarão sempre em nossa memória, um privilégio para quem o acompanhou ao vivo.

Pelé foi o maior dos maiores, mesmo dos grandes Messi, Maradona, Zidane e Ronaldo. Talvez só no Brasil há quem o critique por fatos de sua vida pessoal. Mas perfeição não existe nem para um rei. E Pelé, que nos deu tantas alegrias, não perderá a majestade em nenhum plano.

A “Pequena Teresa”, nascida há 150 anos, um imenso tesouro para o nosso tempo

Carmel de Lisieux I Shutterstock I Montage Canva
Por Mathilde de Robien

Em 2 de janeiro de 2023, a Igreja celebra o 150º aniversário do nascimento de Santa Teresa de Lisieux, em 2 de janeiro de 1873, em Alençon. A Unesco será associada a este aniversário para a bienal de 2022-2023. Este é um sinal forte de que a influência de Teresa vai muito além da Igreja e dos crentes: como mulher de paz, amor e cultura, ela realmente toca toda a humanidade.

Quem diria que a mulher carinhosamente conhecida como “Pequena Teresa” seria homenageada por um dos principais organismos internacionais do mundo? A cada dois anos, a UNESCO honra a memória das pessoas que trabalharam nos campos da paz, da educação e da ciência. O fato de a Unesco ter incluído Santa Teresinha na lista de aniversários para 2022-2023 significa que o mundo inteiro reconhece o legado e a influência desta jovem freira carmelita da Normandia que se tornou doutora da Igreja. “Os 193 Estados do mundo consideraram unanimemente que a promoção do aniversário de Teresa de Lisieux era um bem para a humanidade”, disse Nicole Ameline, delegada da França na ONU, à RCF em dezembro passado.

O santuário de Lisieux propôs o nome de Santa Teresa de Lisieux em novembro de 2020, tendo em vista o 150º aniversário de seu nascimento. Em 11 de novembro de 2021, a Conferência Geral dos países membros da Unesco validou sua inscrição. “Uma jovem francesa conhecida no mundo inteiro, uma mulher de cultura, educação e ciência, Teresa de Lisieux, através de sua personalidade e seu trabalho, sondou as profundezas do coração humano e abriu possíveis respostas aos homens e mulheres deste mundo em busca de sentido, em busca da paz pessoal e universal”, explicou Padre Olivier Ruffray, reitor do santuário de Lisieux.

Mulher de paz

Ela que desejava “viajar pela terra” e “proclamar o Evangelho nas cinco partes do mundo e até mesmo nas ilhas mais remotas” pode se regozijar de que sua mensagem universal de vida, paz e amor tenha irradiado através dos oceanos e seja agora reconhecida como um bem considerado desejável pela UNESCO. Teresa sempre promoveu a paz. Paz da alma e paz entre os povos. Ela trabalhou para isso durante sua vida, mas também após sua morte. Parece difícil de acreditar, mas as andanças das relíquias de Teresa deram origem a milagres de paz. “Em vários lugares, vimos graças ocorrerem no próprio lugar por onde passaram as relíquias de Santa Teresinha”, disse o Padre Olivier Ruffray à Aleteia.

Mulher de amor

A grande luta que Teresa levou ao longo de sua vida, desde sua conversão na noite de Natal em 1886 até o final de sua vida, foi a luta pelo amor. Uma força motriz por trás de todas as suas ações diárias, e uma que tocou os países membros da Unesco. “Sem amor, todas as obras não são nada, mesmo as mais brilhantes”, escreveu ela em seus manuscritos autobiográficos. Uma luta que a tornou uma “guerreira de armadura”, como aponta brilhantemente Jean de Saint-Cheron em seu ensaio Eloge d’une guerrière (Grasset). Uma guerra travada em nome do amor, nas menores coisas da vida, mas travada de uma forma radical. “O mais impressionante é que esta luta se estende ao amor em ação daqueles que ela não ama, no sentido sentimental do termo”, porque “Teresa entendeu que o amor não era apenas uma história de sentimentos, mas sobretudo uma história de vontade e atos de vontade”, conta Jean de Saint-Cheron a Aleteia.

Mulher de cultura

Outro elemento que favoreceu sua inclusão na lista de aniversários da Unesco foi sua produção de escritos – cartas, manuscritos autobiográficos, poesias, peças de teatro, etc. A História de uma Alma, traduzida em mais de 80 idiomas, é uma das obras literárias mais vendidas no mundo (500 milhões de cópias). “Ela é uma verdadeira artista”, explica Padre Olivier Ruffray.

Um escopo universal

Teresa tem um impacto universal porque ela é capaz de “alcançar cada homem e cada mulher naquele que é o grande desejo que anima toda a humanidade: o desejo de felicidade, o desejo de amor”, enfatiza Jean de Saint-Cheron. “Santa Teresinha não é apenas uma figura para os crentes, mas para toda a humanidade, sem distinção de convicções religiosas”, acrescenta o Padre Laurent Berthout, encarregado das relações com a mídia para a diocese de Bayeux e Lisieux. Afeta, portanto, crentes e não-crentes, mas também todos os povos do mundo. A prova está nos incontáveis santuários dedicados a ela no mundo inteiro: BrasilCazaquistão, …

Uma espiritualidade extraordinária

A Unesco não ignorou a dimensão espiritual de cada ser humano ao escolher prestar tributo a Teresa de Lisieux. Sua absoluta confiança na oração, seu amor por Jesus, sua intensa vida interior fazem dela uma mulher de notável espiritualidade. O crisol no qual surgiu sua imensa intuição espiritual, que se chama “o caminho pequeno”, esse “caminho de confiança e amor”, é o fundamento de sua vida. Este “caminho de confiança e entrega total de si mesmo à graça do Senhor”, como diria João Paulo II. Ela então abriu o caminho para milhões de pessoas ao redor do mundo usarem seu “elevador espiritual” para se aproximarem de Deus. Como eles fazem isso? Fazendo-se pequeno, como uma criança que se abandona nos braços de sua mãe, humilde e confiante, para ir para os braços de Jesus.

Um ano rico em eventos

Esta homenagem prestada pela Unesco implica numerosos eventos que acontecerão especialmente em toda a França ao longo de 2023: uma conferência na Unesco, provavelmente em abril de 2023, um filme sobre a vida de Santa Teresa produzido pelo Santuário, o centenário de sua beatificação… Tantas oportunidades para conhecer melhor a imensa “Pequena Teresa”, para nos colocarmos em sua escola de amor, e para nos voltarmos para ela para confiar as provações de nossas vidas.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF