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quinta-feira, 2 de novembro de 2023

A poderosa imagem que nos lembra o que nos espera no Céu

Paramedic1952, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons 
O memorial Matthew Stanford Robison no cemitério de Salt Lake City, EUA)

Por Cerith Gardiner - publicado em 22/03/23 - atualizado em 01/11/23

Um pai amoroso quis simbolizar como o seu filhinho está experimentando uma vida nova junto ao Pai Celestial

É muito fácil sentir-nos estressados e sobrecarregados na vida cotidiana. Entretanto, é importante lembrar que todas as dificuldades e desafios que superamos na terra constituem uma parte da jornada que nos leva para o Céu.

E uma foto recentemente compartilhada nas redes sociais captura este lembrete de forma impactante.

Em sua conta no Facebook, a página Mum Central divulgou a foto de um memorial, num cemitério da cidade norte-americana de Salt Lake City, que consiste na escultura de uma criança em pé sobre a sua cadeira de rodas, elevando-se rumo ao céu.

A preciosa imagem nos lembra que tudo o que suportamos na terra, seja fisicamente, seja mentalmente, é apenas momentâneo.

Relembrando outro jovem inspirador

A imagem também recorda a experiência de quase morte de outro menino que precisava de cadeira de rodas. O jovem, chamado Jonathan, chegou a ser declarado clinicamente morto durante um curto espaço de tempo. Depois de passar por essa experiência extraordinária, ele contou à mãe que tinha chegado ao “Jardim de Jesus”, onde conseguia andar, correr e subir em árvores. A sensação que ele tinha vivido o deixou impactado a tal ponto que ele declarava que não via a hora de morrer de novo!

Felizmente, Jonathan ainda está conosco e inspira milhares e milhares de pessoas com a sua fé e com a sua experiência de vida, muito embora ele não consiga falar, tenha movimentos extremamente limitados e dependa dos olhos para se comunicar. A história de Jonathan, que já compartilhamos em Aleteia, também nos encoraja a abraçar o que temos, pois Deus inspira em cada um de nós um propósito único sobre a face desta terra.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

O Papa no Cemitério de Guerra de Roma: "Chega de guerras, elas destroem a vida"

Santa Missa pelos fiéis defuntos - 02/11/2023 (Vatican Media)

Francisco celebrou a missa de Comemoração de todos os Fiéis Defuntos no Cemitério de Guerra de Roma, entre os túmulos dos que morreram na guerra. Cerca de 300 pessoas estiveram presentes. O Papa recordou a tenra idade dos caídos e expressou sua tristeza: "Tantos mortos inocentes, tantas vidas ceifadas, as guerras são sempre uma derrota. Não há vitória total". Ele exortou a pedir a Deus o dom da paz.

https://youtu.be/dYJXVM_utIY

Salvatore Cernuzio – Vatican News

Hoje, pensando nos mortos, pedimos ao Senhor a paz para que as pessoas não se matem mais nas guerras. Muitos inocentes mortos, muitos soldados que ali perdem a vida. Isso porque as guerras são sempre uma derrota. Sempre.

Francisco levou um buquê de flores brancas, depois uniu as mãos em oração e apoiou o queixo nelas, enquanto, sentado numa cadeira de rodas, se dirigiu rumo ao gramado onde estão as 426 lápides do Cemitério de Guerra de Roma, cemitério que preserva os restos mortais dos militares da Comunidade dos caídos. Este espaço verde criado pelo arquiteto Louis de Soissons após a II Guerra Mundial localizado no bairro Testaccio de Roma, pouco conhecido aos romanos, mas bem visível, Francisco escolheu este ano para celebrar a missa de 2 de novembro, na Comemoração de todos os Fiéis Defuntos.

O Papa no Cemitério de Guerra de Roma (Vatican Media)

As guerras, sempre uma derrota

Uma tradição realizada várias vezes nesses mais de dez anos de pontificado, com celebrações no Cemitério Laurentino, no Cemitério Militar Francês, no Verano, no Prima Porta e no Cemitério Americano em Nettuno. Lugares de memória, de história, de dor que, nestes tempos dilacerados por conflitos, lembram à humanidade qual é a principal consequência da guerra: a morte. De todos, dos vencedores e dos vencidos. "Sem consciência".

"As guerras são sempre uma derrota. Sempre...", disse o Papa na breve homilia, proferida espontaneamente, repetindo o que já tinha dito nos últimos Angelus desde a eclosão da violência no Oriente Médio.

Muitos jovens e idosos na guerra do mundo, até mesmo perto de nós na Europa. Quantas mortes! Destrói-se a vida, sem consciência disso. Não há vitória total, não. Sim, um vence o outro, mas por trás disso está a derrota do preço pago.

Francisco na entrada do Cemitério de Guerra de Roma (Vatican Media)

Vidas ceifadas

O Pontífice chegou ao Cemitério de Guerra de Roma quase meia hora mais cedo. Primeiro ele cumprimentou, na entrada, o grupo de fiéis que já estava ali há algumas horas, apesar da chuva torrencial da manhã. Depois, sob o mausoléu, apertou a mão dos funcionários da Comissão de Túmulos de Guerra da Comunidade (Cwgc), que cuida da manutenção e gestão do cemitério. Em seguida, o habitual passeio entre os túmulos dos caídos em guerra. Francisco olhava, tentando ler os nomes escritos no mármore. Nomes de diferentes nacionalidades, incluindo militares, soldados e até alguns aviadores que morreram como prisioneiros de guerra em Roma. Nomes ladeados pelo brasão da entidade militar à qual pertenciam, por alguns lemas e sobretudo pelas datas que indicam a idade, ainda que muito jovem, dos falecidos.

Olhei a idade desses caídos, a maioria entre 20 e 30 anos. Vidas ceifadas. E pensei nos pais, nas mães que recebem aquela carta: Senhora, tenho a honra de lhe dizer que tem um filho herói. Sim, herói, mas tiraram ele de mim. Tantas lágrimas nestas vidas interrompidas.

O Papa entre as lápides (Vatican Media)

Cerca de 300 pessoas presentes sob sol e chuva

Entretanto, das Muralhas Aurelianas que fazem fronteira com o cemitério, um rápido raio de sol estende-se por alguns momentos e abre caminho através das nuvens cinzentas. A chuva voltou a cair forte assim que terminou a homilia e espalhou o cheiro de grama molhada. A terra faz afundar as cadeiras colocadas em frente ao altar, montado sob uma tenda branca exatamente em frente à Pedra da Memória, ou seja, uma grande cruz de pedra.

Cerca de 300 pessoas estiveram presentes, entre sacerdotes, familiares, idosos, militares, autoridades, incluindo o prefeito de Roma, Roberto Gualtieri. Eles abrem os guarda-chuvas e vestem as capas. Não aplaudem a chegada do Papa, nem comentam nem dizem nenhuma palavra. Mantêm o silêncio que permeia toda a celebração, interrompido apenas pelo choro de uma menina e pelo barulho de uma furadeira nas obras das estradas ali próximas.

Memória e esperança

Esta celebração, disse o Papa no início de sua reflexão, "nos traz dois pensamentos: memória e esperança". A "memória daqueles que nos precederam, que fizeram suas vidas, que terminaram suas vidas". Memória de "tantas pessoas que nos fizeram bem, familiares, amigos, memória também daqueles que não fizeram tanto bem, mas que na misericórdia de Deus foram acolhidos, a grande misericórdia do Senhor".

Depois a esperança, repetiu o Papa: “Esta é uma memória para olhar em frente, para olhar o nosso caminho, a nossa estrada”.

Caminhamos para um encontro com o Senhor. Devemos pedir a graça da esperança... A esperança de todos os dias que nos leva adiante, nos ajuda a resolver os problemas.

O Papa durante a missa (Vatican Media)

Pedir a Deus a paz

Francisco olhou para os acontecimentos atuais, para este mundo ferido pelas guerras. Como no passado, ele dirigiu o seu pensamento às famílias de quem morre no campo de batalha. “Tantas lágrimas nestas vidas interrompidas”, repetiu. Depois exortou os presentes a invocar a paz de Deus e a rezar pelos “nossos defuntos”, de hoje e de ontem, “por todos”.

Que o Senhor receba a todos. E que o Senhor também tenha piedade de nós e nos dê esperança para seguir em frente e encontrá-los todos juntos quando Ele nos chamar. Que assim seja.

No final da liturgia marcada por cantos e orações, pelo sol e pela chuva, ouve a oração do Descanso Eterno. Depois, acompanhado de aplausos e gritos de “Viva o Papa” por trás dos portões, Francisco lentamente se dirigiu em direção à saída, com a cabeça voltada para baixo. Deu um último olhar nas lápides de mármore que contêm uma vida inteira. Uma vida "ceifada".

O Papa no Cemitério de Guerra de Roma (Vatican Media)

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

A morte ensina-nos a viver

A Igreja ensina-nos sobre a morte (Canção Nova)

A MORTE ENSINA-NOS A VIVER

Dom Juarez Albino Destro
Bispo auxiliar de Porto Alegre (RS)

O Dia de Finados, para muitos um simples feriado de 02 de novembro, é o dia em que comemoramos todos os fiéis defuntos. A Igreja Católica, desde os primeiros tempos, cultiva a memória dos falecidos e reza por eles. Mais que celebrar o “Dia dos Mortos”, queremos, isso sim, fazer memória de todos aqueles “que já experimentaram a finitude dessa vida, e que, por Cristo, com Cristo e em Cristo, estão vivos em Deus e para Deus” (cf. CNBB, Todos os povos da terra serão reunidos diante dele; roteiros homiléticos para o Tempo Comum II, Brasília, Edições CNBB, 2023, p. 76). Com esta certeza, devemos ajudar as pessoas “a afastar o ar sombrio e de tristeza, que, muitas vezes, se encontra estampado em suas faces”, convidando-as ou animando-as a “experimentar uma saudade saudável em relação aos seus entes queridos que já não se encontram entre nós” (ibidem). 

Fazer memória dos falecidos é também ocasião para recordarmos que a morte é certa para todos e que podemos melhor projetar nossa vida. “O ser humano tem condições de assumir a sua finitude e, por esta, pensar e projetar a própria existência não objetivando o prazer, que é fugaz e passageiro, mas dando espaço para refletir sobre o autêntico sentido da vida e sobre o anseio por felicidade” (idem, p. 81). Fazer memória dos falecidos faz-nos pensar o que é felicidade e qual o sentido de nossa vida! A morte, pois, ensina-nos a viver! Ou deveria… 

Olhando o Documento de Aparecida (DAp), que é resultado da última Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e Caribenho, realizada em 2007, vemos indicações valiosas para melhor compreender a temática morte-vida. Outros tantos documentos e textos também poderão ajudar, mas Aparecida mantém um encanto. Ou vários encantos! Vale destacar, além do próprio documento conclusivo, o discurso inaugural do, então, papa Bento XVI; sua homilia na missa de abertura dos trabalhos, naquele 13 de maio de 2007, 6º Domingo da Páscoa; e a Mensagem Final dos Participantes a todo o Povo de Deus. O fato de o evento ter sido realizado no Santuário de nossa Padroeira, ambiente mariano, Casa da Mãe, e ter tido o atual papa Francisco como presidente da Comissão de Redação do Documento Final, são outras motivações para “espiarmos” juntos algumas indicações. 

No discurso inaugural, Bento XVI falou da “síntese” entre as culturas dos povos originários e a fé cristã dos missionários, donde nasceu a “rica e profunda religiosidade popular”; elogiou as Comunidades Eclesiais, com a maturidade na fé de muitos cristãos leigos e leigas, catequistas e jovens; salientou o tema da Conferência: “Discípulos e missionários de Jesus Cristo, para que todos os povos nele tenham vida – ‘Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida’(Jo 14,6)”; e, diante de sua pergunta, “por que queremos ser discípulos de Cristo?”, respondeu: “porque esperamos encontrar na comunhão com ele a vida, a verdadeira vida digna deste nome…” (grifo nosso). 

Na homilia da missa que abriu o evento, ao se referir à segunda leitura (Ap 21,10-14.22-23), Bento XVI descreveu o valor escatológico do ícone da Jerusalém Celeste, a harmonia perfeita da cidade santa, iluminada, “meta de nossa peregrinação, pátria que nos espera e pela qual suspiramos” (grifo nosso). Somos chamados a fazer parte desta morada, a própria casa de Deus, a experimentar, desde já, no dia a dia, a beleza deste Amor pleno. Quanto mais animados e mobilizados na caridade, conforme as ações ensinadas por Jesus, mais próximos desta Jerusalém Celeste estaremos, numa “antecipação da cidade santa, resplandecente da glória de Deus”.  

Na mensagem final ao Povo de Deus os participantes da 5ª Conferência dos Bispos assim proclamaram: “Cremos e esperamos ser uma Igreja viva […], viver o nosso ser cristão com alegria e convicção […], formar comunidades vivas […], fortalecer com audácia a pastoral da família e da vida […]. Que este Continente da esperança seja também o Continente do amor, da vida e da paz!” (grifo nosso). 

O Documento Conclusivo de Aparecida foi estruturado em três partes: a vida de nossos povos hoje; a vida de Jesus Cristo nos discípulos missionários; a vida de Jesus Cristo para nossos povos. Podemos dizer que é um texto repleto de indicações sobre a vida (consagrada, contemplativa, cristã, digna, nova, social, trinitária, em Cristo, estilo de, sentido da). O Documento de Aparecida deseja estimular “a ação evangelizadora da Igreja, chamada a fazer de todos os seus membros discípulos e missionários de Cristo, Caminho, Verdade e Vida, para que nele nossos povos tenham vida” (DAp 1). 

Mas sempre teremos aqueles que optam pelos caminhos que levam à morte! “Caminhos de morte são os que levam a dilapidar os bens que recebemos de Deus […], caminhos que traçam uma cultura sem Deus e sem seus mandamentos ou inclusive contra Deus, animada pelos ídolos do poder, da riqueza e do prazer efêmero, a qual termina sendo uma cultura contra o ser humano e contra o bem dos povos” (DAp 13). A cultura da morte cresce e afeta a vida em todas as suas formas (cf. DAp 185). “Ainda que alguns países tenham conseguido acordos de paz superando dessa forma conflitos antigos, em outros continua a luta armada com todas as suas sequelas (mortes violentas, violações dos Direitos Humanos, ameaças, crianças na guerra, sequestros etc.), sem que se possam prever soluções a curto prazo. A influência do narconegócio nesses grupos dificulta ainda mais as possíveis soluções” (DAp 81). 

No entanto, em “um mundo sem Deus, que só vê na morte o final definitivo da existência, Jesus nos oferece a ressurreição e a vida eterna” e nos recorda que Deus “‘não é um Deus de mortos, mas de vivos’ – Mc 12,27” (DAp 109, 129). Devemos “neutralizar a cultura da morte com a cultura cristã da solidariedade” (DAp 480), afinal, não queremos “andar pelas sombras da morte” (DAp 350), mas, sim, no caminho da vida, que “inclui a alegria de comer juntos, o entusiasmo para progredir, o gosto de trabalhar e de aprender, a alegria de servir a quem necessita de nós, o contato com a natureza, o entusiasmo dos projetos comunitários, o prazer de uma sexualidade vivida segundo o Evangelho, e todas as coisas com as quais o Pai nos presenteia como sinais de seu sincero amor” (DAp 356). “A vida é presente gratuito de Deus, dom e tarefa que devemos cuidar desde a concepção, em todas as suas etapas, até a morte natural, sem relativismos” (DAp 464).  

Que neste Dia de Finados, junto à memória de nossos entes queridos chamados à eternidade, possamos aprender, mais uma vez, o valor da vida. E repudiar todo e qualquer sinal de morte em nossa vida.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

A Doutrina Social da Igreja e os Horizontes da Catequese

Doutrina Social da Igreja e a Catequese (cnbb)

Dom Antonio de Assis Ribeiro
Bispo auxiliar de Belém (PA)

A DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA E OS HORIZONTES DA CATEQUESE (Parte 2) 

Continuemos nossa reflexão sobre a Doutrina Social da Igreja e a sua importância para a Catequese. Há pouco após breve cursos sobre a Catequese e a Doutrina Social, na avaliação uma catequista afirma: “essa reflexão nos proporcionou uma grande abertura mental nos fazendo contemplar amplos horizontes da catequese e nos mostrando a beleza da fé encarnada nas múltiplas realidades da vida da sociedade. Significa que não podemos reduzir a catequese à doutrina!” Esse depoimento não está isolado.  

Quando a catequese se reduz à dimensão sacramental e litúrgica puramente em nível pessoal, não levando em conta a pluridimensionalidade da fé, não abraça a totalidade da vida do discípulo de Jesus Cristo em todos os seus níveis de relação. Isso significa que a catequese não deve estar confinada à dimensão religiosa pessoal. Mas deve iluminar as relações sociais da vida do discípulo de Jesus Cristo, como sua dimensão econômica, política, profissional, cultural, lúdica etc. Mas vai além, a fé também deve tocar todas as realidades do bem comum, dentre elas, a natureza e as instituições sociais.    

 A identidade da Doutrina Social da Igreja 

A Doutrina Social da Igreja é o conjunto dos ensinamentos e da sensibilidade da Igreja Católica em relação à dimensão social da vida humana, presente no seu magistério, ou seja, nas encíclicas, declarações, decretos, notas, exortações apostólicas e oficiais pronunciamentos dos papas. São pronunciamentos oficiais, consequência da colegialidade! A Catequese deve assimilar a sensibilidade do magistério da Igreja. 

No II Capítulo do Compêndio da Doutrina Social da Igreja (texto acessível a todos), documento do Pontifício Conselho para a «justiça e paz», encontramos uma longa descrição da identidade e função da Doutrina Social da Igreja. A Igreja tem consciência de que sua reflexão em âmbito social é consequência natural do anúncio do Evangelho que o Senhor lhe confiou que deve se atualizar ao longo da história que é uma mensagem libertadora trazendo consigo as exigências da promoção da justiça e da paz; assim a Doutrina Social da Igreja é palavra que liberta (cf. DSI, 63).  

“Evangelizar o social é, pois, infundir no coração dos homens a carga de sentido e de libertação do Evangelho, de modo a promover uma sociedade à medida do homem porque à medida de Cristo: é construir uma cidade do homem mais humana porque mais conforme com o Reino de Deus” (DSI, 63). A catequese é chamada a promover no discípulo de Jesus a paixão pela edificação da civilização do amor, da justiça e da paz. 

Ao centro e ao mesmo tempo fundamento teológico dessa sensibilidade e atividade da Igreja no campo social, está o mistério da Encarnação do Filho de Deus que assumiu a totalidade do ser humano, com todas as suas dimensões. Com o mistério da Encarnação, o Filho de Deus, abraçou inteiramente o ser humano: ser corpóreo e espiritual. 

“O homem todo, não uma alma separada ou um ser encerrado na sua individualidade, mas a pessoa e a sociedade das pessoas ficam implicado na economia salvífica do Evangelho. Portadora da mensagem de Encarnação e de Redenção do Evangelho, a Igreja não pode percorrer outra via: com a sua doutrina social e com a ação eficaz que ela ativa, não somente não falseia o seu rosto e a sua missão, mas é fiel a Cristo e se revela aos homens como «sacramento universal da salvação» (DSI, 65). Uma catequese desencarnada das realidades humanas, perde sua missão e sentido.   

 Evangelização e promoção humana 

Há uma íntima relação entre evangelização e promoção humana. A evangelização tem como foco a pessoa que não está isolada, mas inserida numa realidade social. Entre evangelização e promoção humana há laços profundos: «laços de ordem antropológica, dado que o homem que há de ser evangelizado não é um ser abstrato, mas é sim um ser condicionado pelo conjunto de problemas sociais e econômicos; laços de ordem teológica, porque não se pode nunca dissociar o plano da criação do plano da Redenção, um e outro a abrangerem as situações bem concretas da injustiça que deve ser combatida e da justiça a ser restaurada; laços daquela ordem eminentemente evangélica, qual é a ordem da caridade: como se poderia proclamar o mandamento novo sem promover na justiça e na paz o verdadeiro e autêntico progresso do homem?» (DSI,66).  

A doutrina social, tem uma função profética porque através da Igreja propõe as consequências diretas para a vida da sociedade contemplando a luta pela justiça e a paz como sinais do Reino de Deus. Essa não pode ser uma preocupação secundária. “Este é um ministério que procede não só do anúncio, mas também do testemunho” (DSI, 67). 

As preocupações da Igreja em relação à Doutrina Social não são de ordem técnica, mas ética, religiosa, espiritual. Não é função da Igreja apontar soluções técnicas para a melhoria da sociedade, mas proporcionar luzes e forças que podem auxiliar a organização e o fortalecimento da comunidade humana segundo a Lei de Deus. “A Igreja tem a competência que lhe vem do Evangelho: da mensagem de libertação do homem anunciada e testemunhada pelo Filho de Deus humanado” (SDI, 68). 

 A Igreja perita em humanidade 

A Igreja, seguindo os gestos, palavras e atitudes de Jesus Cristo que veio para salvar a humanidade, em todos os contextos é servidora da humanidade, promotora e defensora da sua dignidade. Assim, a DSI tem como objetivo propor princípios éticos, definir critérios e apresentar diretrizes gerais a respeito do desenvolvimento humano integral em vista da promoção da paz e da justiça no mundo.  

O eixo fundamental da DSI é a vida da pessoa humana. O ser humano, “criado à imagem e semelhança de Deus” é sagrado e deve ser incondicionalmente acolhido, respeitado, tutelado e promovido. O ser humano jamais perde a sua dignidade. Há uma íntima união da Igreja com toda a família humana. Por isso, o concílio Ecumênico Vaticano II declarou – “As alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos aqueles que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias dos discípulos de Cristo; e não há realidade alguma verdadeiramente humana que não encontre eco no seu coração. Porque a sua comunidade é formada por homens, que, reunidos em Cristo, são guiados pelo Espírito Santo na sua peregrinação em demanda do reino do Pai, e receberam a mensagem da salvação para a comunicar a todos. Por este motivo, a Igreja se sente real e intimamente ligada ao gênero humano e à sua história” (GS,1).  

Deve haver sempre uma profunda relação entre o dinamismo da catequese e a tarefa de promoção da sensibilidade humana. Quando os conteúdos da catequese só ficam na cabeça e não atingem o coração, não contribuem para a formação do bom samaritano, capaz de compaixão e misericórdia para com as pessoas, sobretudo as mais vulneráveis.   

Enfim, a atenção da Igreja para com o ser humano é em vista de salvaguardar a sua dignidade inalienável, preservando a sua totalidade de dimensões de qualquer forma de reducionismos ideológicos, violência política e religiosa, ou agressão cientificista e utilitarista. A Igreja, à luz da Vida de Cristo, reconhece a dignidade da vocação humana, acolhe suas mais profundas aspirações, defende seus direitos naturais, respeita seus limites, educa, acompanha e orienta a humanidade. Por isso, o Papa Paulo VI na Carta encíclica Populorum progressio, não ousou afirmar que a Igreja é “perita em humanidade” (PP, 13).  

 PARA A REFLEXÃO PESSOAL: 

Por que a Doutrina Social da Igreja tem uma função profética? 

Por que há uma íntima relação entre a Igreja e a humanidade? 

O que significa que a Igreja é perita em humanidade?

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Francisco: ser Papa é um processo. Vai-se tomando consciência do que significa ser pastor

Papa Francisco: Ser Papa é um processo (Vatican Media)

O Papa abre o seu coração aos fiéis, na intenção de oração para o mês de novembro, pedindo-lhes orações para que ele possa cumprir a sua missão. "A vossa oração me dá força e me ajuda a discernir e acompanhar a Igreja na escuta do Espírito Santo", diz o Santo Padre.

https://youtu.be/aHqpmdnSZAE

Vatican News

Na mensagem de vídeo do Papa Francisco com a intenção de oração para o mês de novembro, o Santo Padre abre o seu coração aos fiéis, pedindo-lhes orações para que possa cumprir a sua missão.

"Peçam ao Senhor que me abençoe", afirma o Bispo de Roma antes de confessar: "A vossa oração me dá força e me ajuda a discernir e acompanhar a Igreja na escuta do Espírito Santo".

O vídeo publicado pela Rede Mundial de Oração do Papa, tem desta vez um tom íntimo, pois tem como tema a intenção que corresponde a este mês: "Pelo Papa".

Um Papa "não perde a sua humanidade"

As imagens que acompanham as palavras do Santo Padre estão também marcadas pelo tom intimista: uma espécie de narrativa do seu pontificado através das emoções. Além dos momentos mais conhecidos, como os primeiros instantes após a sua eleição, há outros quase inéditos, feitos de abraços e orações em diversas partes do mundo. Une-os a grande humanidade contagiosa do Papa Francisco, confirmada, mais uma vez, pela escolha da intenção de oração para este mês e a mensagem que a acompanha.

Por alguém ser Papa, não perde a sua humanidade. Pelo contrário, a minha humanidade cada dia cresce mais com o povo santo e fiel de Deus. Porque ser Papa também é um processo. Vai-se tomando consciência do que significa ser pastor. E neste processo aprende a ser mais caridoso, mais misericordioso e, sobretudo, mais paciente, como o nosso Deus Pai, que é tão paciente.

"Posso imaginar que todos os Papas, no início do seu pontificado, tiveram esse sentimento de medo, de vertigem, de quem sabe que vai ser julgado com dureza. Porque o Senhor aos Bispos vai pedir contas seriamente", diz ainda Francisco no vídeo.

O Papa pede para ser julgado "com benevolência"

A seguir, o Papa se dirige a todas as pessoas que vão ver e escutar a sua mensagem:

Por favor, peço-lhes que julguem com benevolência. E que rezem para que o Papa, seja ele quem for, hoje é a minha vez, receba a ajuda do Espírito Santo, seja dócil a essa ajuda.

Segundo a tradição do Apostolado da Oração, antigo nome da Rede Mundial de Oração do Papa, desde 1879 os Papas confiam mensalmente uma intenção de oração à Igreja, por meio da Rede Mundial de Oração do Papa. Neste mês, a intenção é a seguinte: "Rezemos pelo Papa, para que no exercício da sua missão continue a acompanhar na fé o rebanho a ele confiado por Jesus e sempre com a ajuda do Espírito Santo".

O Papa conclui o vídeo com um toque de humor: "E rezem por mim. A meu favor".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

HISTÓRIA DOS JUBILEUS: Aberturas inesperadas

Leão XIII abre a Porta Santa em 1900 (30Giorni)

Arquivo 30Dias – 10/1999

HISTÓRIA DOS JUBILEUS: Aberturas inesperadas

Ano Santo de 1900. A questão romana ainda não está superada, tanto que Natã organiza uma provocativa peregrinação às “basílicas seculares”. Mas o Jubileu reserva algumas surpresas: Pascoli que se emociona com o Papa Leão XIII e o Rei Umberto I que adquire a indulgência indo penitente à Scala Santa...

por Serena Ravaglioli

Quando , no dia 24 de Dezembro de 1899, Leão XIII inaugurou o primeiro Jubileu do século XX, já tinham passado setenta e cinco anos desde a última abertura da Porta Santa.

Pio IX, embora tenham ocorrido dois jubileus durante o seu longo pontificado, não teve a alegria de celebrar nenhum Ano Santo de forma completa. Em 1850, perto das revoltas de 1948 e dos acontecimentos da República Romana de Mazzini, Armellini e Saffi, o Jubileu nem sequer foi anunciado e o Papa, que tinha encontrado refúgio no Reino de Nápoles, permaneceu afastado de Roma até Abril. Em 1875 Pio IX promulgou a bula de indicação Gravibus Ecclesiae et huius saeculi calamitatibus , com a qual estendeu o Jubileu a todo o mundo, mas depois, “prisioneiro” no Vaticano, celebrou-o de forma reduzida. A cerimónia de inauguração realizou-se no dia 11 de fevereiro na Basílica de São Pedro, na presença apenas do clero romano e sem a abertura da Porta Santa. Durante o ano não houve peregrinações em grande escala, com exceção de algumas de fiéis franceses, animados por sentimentos não apenas religiosos, mas abertamente anti-italianos. Nos primeiros dias de 1876, foi concedida uma prorrogação especial para a aquisição do Jubileu à recém-fundada Juventude Masculina Católica de Bolonha.

No final do século, a questão romana não estava resolvida e a Santa Sé manteve-se firme aos pedidos feitos após a proclamação de Roma como capital. A partir do momento da sua eleição, porém, Leão XIII adotou uma atitude mais relaxada em relação ao Reino da Itália. Ele também acreditava que era necessário que a Igreja Católica desse um sinal visível de ter mantido um papel de liderança, mesmo após o fim do poder temporal. Esta perspectiva explica, portanto, a firmeza com que quis a promulgação do Jubileu e a sua celebração “de portas abertas”, apesar da opinião contrária dos círculos mais intransigentes da Cúria.

O Estado também quis responder com o mesmo espírito de moderação e disso houve prova nas palavras pronunciadas por Umberto I por ocasião da inauguração da XV legislatura: «O próximo aniversário de um ano que marca uma época na vida católica mundo será para nós uma oportunidade de demonstrar, mais uma vez, como sabemos fazer cumprir os compromissos que assumimos quando, ao alcançar a nossa unidade, afirmamos Roma como capital do Reino”. Prova ainda mais evidente deste desejo de pacificação foi a proibição de manifestações públicas por ocasião do congresso anticlerical realizado para comemorar o terceiro centenário da morte de Giordano Bruno. O próprio Umberto I, juntamente com a rainha Margherita, queriam lucrar com a indulgência do Jubileu; por intermediação do Cardeal Respighi, foi-lhe permitido completar os seus procedimentos penitenciais com uma visita à Basílica dos Santos João e Paulo e à Scala Santa.

A organização do Jubileu, uma vez desmanteladas a maior parte das irmandades e empresas religiosas tradicionais, foi confiada ao Comité Internacional, surgido alguns anos antes em Bolonha com o objetivo de promover a devoção ao Sagrado Coração, que entre outras iniciativas mandou erguer um monumento ao Redentor em vinte dos picos mais famosos dos Alpes e dos Apeninos (foram preparados vinte tijolos com pedras das mesmas montanhas que foram muradas na Porta Santa de San Pietro no final do Ano Santo) . No geral, o Ano Santo foi um sucesso: mesmo segundo observadores "seculares", a organização foi admirável, a realização das cerimónias foi ordenada e também a afluência de peregrinos, vindos tanto da Itália como de muitos países estrangeiros, e em particular da América do Sul, alta, especialmente para eventos “especiais” como a canonização de João Batista de la Salle e a de Rita da Cássia.

Muito deste sucesso pode ser atribuído ao carisma pessoal do Pontífice e ao fervor religioso que a sua figura, aparentemente tão frágil pela idade e pela saúde precária, foi capaz de inspirar. Na realidade, muitos se perguntaram se e como o Papa de noventa anos poderia ter enfrentado as dificuldades associadas às celebrações daquele Ano Santo. Já para a cerimónia de abertura a preocupação foi tal que se considerou oportuno encomendar às Irmãs da Caridade a confecção de paramentos especiais em seda muito leve, na crença de que o Papa não conseguiria suportar o peso dos tradicionalmente usados. Um comovente poema que lhe foi dedicado por Giovanni Pascoli e intitulado A Porta Santa refere-se à aparente fraqueza de Leão XIII e à confiança que soube inspirar no seu papel de pastor de uma humanidade cansada e desejosa de uma paz imortal: «O homem, que quando débil / você murmura, o mundo te ouve,/ pálido herói, guardião/ do alto átrio de Deus.../ desamarra teu avental branco,/ manso escravo de Deus:/ a Porta ainda delira!/ os rebanhos ainda querem/ triste, passa por ali …/ Não nos deixes no corredor/ da nossa vida, diante/ da porta fechada, vagando/ com palavras vãs…».

As preocupações com a saúde do Papa e os receios dos mais pessimistas foram, no entanto, totalmente negados. Leão XIII não só chegou no final do ano (e sobreviveu por mais três anos), mas também pôde participar de todas as cerimônias, até a de encerramento. Pessoalmente, realizou a visita jubilar de uma forma muito particular, ligada ao seu encarceramento voluntário no Vaticano: fez uma viagem penitencial dentro dos palácios apostólicos, até chegar à Basílica de São Pedro, onde entrou atravessando a Porta Santa no seu joelhos.

A tolerância e o respeito com que o Jubileu decorreu durante os primeiros seis meses do ano ruíram parcialmente a partir do final de Julho, devido ao clima de forte tensão desencadeado pelo ataque mortal a Umberto I. A divisão entre clericais e anticlericais parecia tornar-se ainda mais profundo e as manifestações de intolerância tornaram-se mais pronunciadas em ambos os lados. Assim, L’Osservatore Romano foi levado a comentar de forma muito infeliz sobre a inundação desastrosa do Tibre causada pelo desabamento de mais de 200 metros das paredes do Lungotevere: «Talvez a Providência tenha permitido que tais infortúnios mortificassem um pouco, precisamente no Ano Santo, o ousadia arrogante dos novos mestres de Roma". Por outro lado, a celebração do trigésimo aniversário da captura de Roma, organizada pelos maçons romanos liderados pelo futuro prefeito Ernesto Nathan, teve um claro caráter de provocação desdenhosa. Foi então realizado um "contra-jubileu" com procissão às quatro "basílicas seculares" (o Panteão, onde está o túmulo de Vittorio Emanuele II; o Janículo, em memória de Garibaldi e dos garibaldianos que morreram na defesa do Império Romano República; o Capitólio, no monumento a Cola di Rienzo, símbolo do governo secular da cidade; e finalmente a Porta Pia, local da violação). Temendo que o significado da procissão não fosse suficientemente claro, Natã fez questão de esclarecer: «Estes monumentos são mais majestosos do que aqueles que uma multidão de pessoas reunidas visita para obter indulgências».

Fonte: https://www.30giorni.it/

Arquidiocese de Brasília sedia Projeto Padaria Artesanal

Projeto Padaria Artesanal (arqbrasilia)

Arquidiocese de Brasília sedia Projeto Padaria Artesanal que será implementado no Distrito Federal

Na manhã desta quarta-feira (25/10), a Padaria Artesanal foi apresentada para as instituições parceiras que farão parte do projeto piloto, que chega em Brasília com a proposta de fomentar o empreendedorismo entre a população mais vulnerável.

25 de outubro de 2023

O encontro com os representantes das paróquias, ONGs e instituições que vão ser multiplicadoras do projeto ocorreu na Paróquia Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora das Mercês, localizada na L2 Sul, onde é a sede de formação do projeto no Distrito Federal.

“Para nós é uma alegria nos unirmos em torno do pão. É o pão que nos une, o pão sagrado que há milênios e milênios chega até nós. Dessa maneira, temos um produto com grande valor em todos os sentidos, para todas as culturas. Dom Paulo Cezar, na sua sensibilidade, acolheu a ideia e nos pediu para que abraçássemos esse projeto para promovermos as formações aqui em Brasília. De fato, vamos conseguir fazer um grande trabalho, levando a cultura da panificação para as pessoas que talvez nunca teriam acesso, mas que através deste projeto terão condições de adquirir os conhecimentos necessários que vão auxiliar na geração de renda para suas famílias”, frisou Frei Rogério Soares, Administrador da Unidade Polo do Projeto no Distrito Federal.

A iniciativa do projeto de panificação artesanal tem a proposta de ensinar as pessoas de baixa renda todas as etapas para a produção dos pães, por meio de processos caseiros, sem a utilização de equipamentos especiais ou conservantes. Ao todo, serão ensinadas dez receitas saborosas e nutritivas.

“O Projeto da Padaria Artesanal existe há mais de 20 anos. Hoje, nós formalizamos a adesão dos trinta primeiros parceiros multiplicadores aqui em Brasília, através da assinatura de um termo de compromisso. Esse projeto foi criado quando assumi o Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo, com o objetivo de qualificar pessoas desempregadas e em situação de vulnerabilidade social. Na época, nós formamos mais de 99 mil pessoas. Sou muito grata a Arquidiocese de Brasília, através de Dom Paulo Cezar, que me indicou o Frei Rogério para que juntos pudéssemos trazer o Projeto da Cozinha Piloto, onde serão realizadas as formações dos multiplicadores que atuarão nas comunidades. O curso ensina a produção de dez tipos de pães que têm alto valor comercial, além de levar noções de ética, cidadania, saúde e higiene. As receitas são fáceis e de baixo custo. Desta forma, gera renda rapidamente”, destacou Lu Alckmin, madrinha do Projeto Padaria Artesanal.

Inicialmente, o projeto tem a intenção de formar ao menos 25 pessoas a cada trimestre, para que seja possível capacitar 100 pessoas por ano. As entidades cadastradas, que se tornam agentes multiplicadores, receberão os kits do Projeto Padaria Artesanal são compostos por itens fundamentais na produção das receitas do projeto, como forno a gás, liquidificador, fôrmas e uma mesa de aço inox. O curso para os representantes de cada instituição cadastrada vai começar no dia 06 de novembro e será realizado até o dia 20 de novembro deste ano. Devidamente instruídos, eles iniciarão as formações em suas comunidades.

“Esse projeto transformou a minha vida. Eu passava por muitas dificuldades financeiras quando conheci a proposta da Padaria Artesanal. Hoje, eu ajudo a formar multiplicadores desse projeto que mudou totalmente a minha realidade. Com a venda dos pães, eu e minha esposa conseguimos manter a nossa família e até nos formamos no ensino superior. Esse projeto vai alcançar o Brasil inteiro, porque ele é indispensável para quem busca uma possibilidade de gerar renda para sustentar a sua própria família”, destacou o Chef Brown.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

Afinal, quem são “Todos os Santos”?

Todos os Santos (Aleteia)

Por Canção Nova - publicado em 30/10/15

Padre explica por que a Igreja celebra todos os santos.

No dia 1º de novembro, a Igreja celebra a solenidade de Todos os Santos (no Brasil, liturgicamente a solenidade é celebrada no domingo). Para explicar por que esta festa foi instituída e o que ela representa, o Canção Nova em Foco foi conversar com o Pe. Fernando Santamaria, especialista em Escatologia.

O padre explica que a vocação à santidade é universal, ou seja, não é reservada para poucos. Todos os homens e mulheres são chamados a serem santos. As pessoas que correspondem a este chamado, e que, portanto, viveram e morreram em Cristo se encontram com Ele no Reino Celeste. No Livro do Apocalipse, capítulo 20, São João afirma que é uma multidão. Porém, nem todos chegarão a ser canonizados pela Igreja; então, esta solenidade existe para recordar todos os fiéis que estão no céu.

“São esses nossos irmãos e irmãs, de diferentes estados de vida, diferentes idades, que nós acreditamos que já contemplam a face do Senhor e já estão nesta dimensão triunfante da Igreja, esses que celebramos na Solenidade de Todos os Santos. Mas essa festa existe também, para recordarmos que todos nós somos chamados ao Reino Celestial”.

Para exemplificar, padre Fernando compara a festa a um monumento histórico, erguido para recordar soldados mortos em uma guerra. Não se sabe o nome dos soldados mortos em batalha, mas o monumento é erguido para fazer memória a todos eles.

“A solenidade de todos os santos é comparável a esse ato civil. Há uma data e um marco para lembrar de todos num só [dia]. Lembramos de todos os santos e santas que não foram canonizados mas que se encontram na glória”.

Assim como muitos fiéis costumam celebrar seu santo de devoção e pedir sua intercessão, especialmente no dia dedicado a eles, neste primeiro de novembro, é possível pedir a intercessão de todos os santos.

Santos canonizados ao longo da história da Igreja, e também no século XXI, como São João Paulo II, são prova de que a vocação à santidade é possível. Entretanto, o padre destaca que assumir essa vocação não é obra pessoal, mas um projeto de Deus, somente possível com a graça d’Ele, ou seja, não se pode ter a pretensão de querer ser santo pelas próprias forças.

“Os santos com muito esforço, muita graça de Deus, pelo mérito de Cristo, se santificaram, ao ponto de também agora terem méritos […] Nenhum santo cura, liberta ou faz milagre. O único que faz milagre é Deus, mas Ele quis, por intercessão da Virgem Maria, dos santos e dos anjos, distribuir as Suas graças”.

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Canção Nova

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF