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domingo, 18 de março de 2018

5º Domingo da Quaresma: Queremos ver Jesus

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília

Estamos nos aproximando da Semana Santa. O Evangelho da missa deste Domingo já nos introduz na meditação da Paixão do Senhor. Jesus fala de sua morte, do “grão de trigo” que morre para frutificar. Ele sente-se “angustiado”, antecipando o que vai se passar no Jardim das Oliveiras (Getsêmani). Contudo, a “hora” a que Jesus se refere, sua paixão e morte, não se reduz ao sofrimento humano. É a “hora” da glorificação do Pai pela fidelidade do Filho até o fim, “elevado” na cruz. É a “hora” da glorificação pela vitória de Cristo sobre o “chefe deste mundo”, sobre o pecado e a morte. Segundo a Carta aos Hebreus, na “consumação de sua vida, tornou-se causa de salvação eterna”  (Hb 5,9).
Por meio da morte e ressurreição de Jesus, acontece a nova Aliança. A profecia de Jeremias (Jr 31,31-34), proclamada na primeira leitura, é um dos mais importantes textos sobre o tema da Aliança. Ele ressalta que a nova Aliança é bastante diferente da antiga. A lei do Senhor será inscrita no coração e não mais em tábuas de pedra. O realizador será o Messias. Enquanto Moisés se limita a promulgar a antiga Aliança, Jesus “realiza” a nova por sua morte e ressurreição. Ao invés do sacrifício de cordeiros, é o sangue de Jesus, o cordeiro imolado na cruz, que sela a nova Aliança, eliminando os sacrifícios antigos.
O Evangelho se refere também aos gregos que procuraram os discípulos para ver Jesus. “Queremos ver Jesus” (Jo 12,21), pedem eles. Aqueles gregos, estrangeiros em Jerusalém, representam inúmeras pessoas que também hoje querem ver Jesus, necessitam dele, mas não conseguem chegar até ele. Os discípulos de hoje devem ajudar as pessoas a encontrar Jesus. Para tanto, é preciso ter um coração missionário, ser uma comunidade missionária; ir ao encontro dos que estão fora da comunidade ou dos que mais sofrem para compartilhar com eles a “alegria do Evangelho”.  Entretanto, não basta “ver” Jesus. É preciso acolher a sua palavra que nos convida a sermos também o “grão de trigo” que se consome em favor dos irmãos para produzir muitos frutos. Quando nos tornamos o “grão de trigo”, glorificamos a Deus na celebração eucarística e na vida cotidiana.
No próximo domingo, estaremos iniciando a Semana Santa, com o Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor. Organize o seu tempo para participar das principais celebrações da Semana Santa. Como vai a sua vivência quaresmal? É tempo de conversão e penitência, de perdão e reconciliação, de oração e caridade. Ajude a superar a violência através da vivência do lema da Campanha da Fraternidade: “vós sois todos irmãos” (Mt 23,8).
Arquidiocese de Brasília

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF