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domingo, 21 de julho de 2019

16º DOMINGO DO TEMPO COMUM: ORAR E SERVIR

+ Dom Sérgio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
O Evangelho segundo S. Lucas narra a visita que Jesus fez à casa de Marta e Maria. Ambas acolhem Jesus, embora de diferentes modos. A dona da casa, Marta, recebeu Jesus ocupando-se dos afazeres da casa. Sendo ela quem recebeu Jesus em sua casa (Lc 10,38), pode-se deduzir que agia assim para acolher bem a Jesus, pois não haveria sentido recebê-lo e não lhe dar a devida atenção. Jesus não censura Marta por estar trabalhando, mas por “andar agitada por muitas coisas”. Vivemos numa época em que as pessoas andam demais preocupadas e agitadas por muitas coisas. Por isso, perdem a paz e a alegria de viver. Não se pode viver assim!
Maria, irmã de Marta, recebe Jesus de outro modo: “sentou-se aos pés do Senhor e escutava a sua palavra”. O que Maria estava fazendo era muito importante e sempre muito necessário na vida cristã. Hoje, é preciso repetir o seu gesto: colocar-se diante do Senhor, para escutar a sua palavra e conversar com ele.  Contudo, Marta achou que sua irmã estava errada, agindo daquele modo. Por isso, chegou a dizer a Jesus: “Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha com tanto serviço?”, acrescentando, “manda que ela me venha ajudar!”. Em resposta, Jesus lhe diz que Maria estava certa, pois o que ela estava fazendo era muito necessário e não podia ser negado.
Marta e Maria representam duas dimensões da vida cristã: o trabalho e a oração. Ambas são importantes! Por meio do trabalho cotidiano, o cristão pode unir-se a Jesus e glorificá-lo. Necessitamos de gente disposta a atuar, com dedicação, nas comunidades, pastorais e movimentos eclesiais. Necessitamos de cristãos atuantes na sociedade. Necessitamos de Marta! Contudo, sem a oração e a escuta da Palavra, corre-se o risco de perder-se em meio às preocupações, agitado por muitas coisas. É preciso imitar Maria para poder cumprir bem as tarefas cotidianas e superar os desafios. É preciso unir-se a Jesus pela oração para continuar unido a ele em meio às atividades do dia a dia. Assim sendo, esta passagem nos faz pensar no modo como estamos trabalhando e na maneira como estamos rezando. Qual é o tempo que temos dedicado à oração pessoal, em família ou em comunidade? Qual a importância que temos dado à leitura e meditação da Palavra de Deus, a adoração ao Santíssimo Sacramento, ao santo rosário e a participação nas missas? É preciso refazer a experiência de Maria, colocar-se aos pés do Senhor para escutá-lo. Em resposta ao Evangelho meditado, não bastam boas intenções, embora seja um bom começo querer sinceramente melhorar. É preciso organizar melhor o dia a dia a fim de encontrar o devido tempo para orar mais e melhor, assim como para servir os irmãos.
Arquidiocese de Brasília / O Povo de Deus

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF