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segunda-feira, 5 de junho de 2023

Francisco de Assis e a natureza: cortesia e reverência

Francisco de Assis e a natureza | Santuário de Canindé

FRANCISCO DE ASSIS E A NATUREZA: CORTESIA E REVERÊNCIA

Dom Beto Breis
Bispo de Juazeiro (BA)

Encerramos recentemente a Semana Laudato Si’, celebrando o oitavo aniversário da Encíclica do Papa Francisco sobre o cuidado da criação. Sua proposta de uma ecologia integral encontra em Francisco de Assis “um modelo belo e motivador”. De fato, os números 10 a 12 desse histórico documento apresentam as características do Poverello que tem inspirado seu pontificado, a começar pela proximidade com os pobres, a escuta atenta de seus clamores e a “o urgente desafio de proteger a nossa casa comum” (13).

A partir de sua profunda e original experiência da paternidade de Deus e de uma vivência surpreendente e inaudita da dimensão horizontal dessa fé, o Assisiense não se colocava acima das outras obras da Criação, mas ao lado delas, consciente de que este planeta é a grande Casa que o Pai terno e amoroso preparou para todos. Compreendia que somos todos irmãos e irmãs nesta casa comum e o ser humano é chamado a ser o representante de Deus no seu cuidado e preservação. Dominar não é antropocentricamente subjugar todos os seres ao bel-prazer de interesses e ambições desmedidos, mas manter a casa (domus) habitável e acolhedora. Se o Cântico das Criaturas, composto por Francisco já cego dos olhos na proximidade da irmã morte, expressa de forma estupenda essa reconciliação e interação com a natureza, os primeiros biógrafos do Santo atestam como Francisco em todas as criaturas reconhecia as marcas indeléveis do Criador e se confraternizava com todas elas, sem desejo de posse e sem atitude depredatória. O Irmão Universal, que acolhe e reverencia indistintamente a todos a partir dos mais pobres e desprezados, é também o irmão cósmico, que não se define pelo que o diferencia das demais obras geradas pelo Artista Divino, mas pelo que com elas possui em comum, numa grande confraternização.

São Boaventura de Bagnoreggio, um dos seus primeiros biógrafos, chega a afirmar que Francisco reconhecia nas coisas belas o Belo por excelência, a fonte e origem de tudo o que existe nesse espaço vital que é a Terra. Os elementos da natureza tornam-se memória explícita do seu Autor e daí sua contemplação e reverência como possibilidade de comunhão e celebração com Ele. Assim, Boaventura sugere que todos os seres criados são como vestígios que permitem o reconhecimento do Criador.  Essa compreensão franciscana repercutiu fortemente em Giotto (1266-1337), iniciador da linguagem artística ocidental, precursor do Renascimento e bastante ligado aos frades menores de Florença. O primeiro grande ciclo giottesco é justamente o de Assis (Basílica de São Francisco) e nestes afrescos é evidente a conclusão de que o pintor bebeu nas fontes do Pobrezinho e de seus companheiros a percepção absolutamente realista do sagrado e positiva da realidade circundante. Rompendo o rigor do dourado bizantino, a Criação (céu esplendidamente azul, cascatas, árvores, montanhas da verde e bela Úmbria…) passa a ser compreendida como caminho, e não obstáculo para se adentrar no Mistério. Beleza e verdade, sem dualismos, pois tudo o que provém da Fonte da Vida é epifânico e diáfano (manifestação) de sua Bondade e presença.

Recordar Francisco de Assis e sua cortesia neste tempo de mudanças climáticas, de ameaças graves aos direitos dos povos originários com o Marco Temporal, de avanço de ávidas mineradoras em grande parte do território de nosso Regional e outras tantas expressões do descuidado humano com a casa-Terra, pois, é relevante. A propósito, sabe-se hoje que não é possível defender a Amazônia sem defender os seus moradores e habitantes. Os povos originários e populações tradicionais além de guardiões de hábitos e costumes milenares são também grandes defensores das florestas.

Como nosso caro Francisco de Roma, importa deixar-se impactar pelo seu atualíssimo testemunho para sermos também nós profetas da vida e defensores da Criação, num modo radicalmente novo de viver e conviver com os irmãos e irmãs que partilham conosco esse habitat comum ainda tão belo e encantador.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Dom Roberto Francisco: Reavivar o sonho da sustentabilidade

Dom Roberto Francisco - Bispo de Campos (RJ) | Vatican News

A conversão à simplicidade, ao consumo consciente e sustentável precisa ser assumida por todos os cristãos e pessoas de boa vontade, compromissos firmes já pautados na economia de Francisco e de Clara.

Dom Roberto Francisco Ferrerìa Paz - Bispo Diocesano de Campos (RJ)

Neste ano celebramos o jubileu de ouro do Dia Mundial do Meio Ambiente sugerido na Conferência de Estocolmo. O país anfitrião será a República de Côte d’Ivoire com o apoio dos Países Baixos. O tema escolhido para este cinquentenário terá como foco as soluções para a poluição plástica que se constitui uma ameaça crescente a todos os ecossistemas.

Neste sentido foi aprovada na quinta sessão da Assembleia das Nações Unidas (UNEA-5.2) em Nairóbi uma importante resolução para acabar com a poluição plástica, tendo efeito jurídico vinculante até 2024. As estatísticas expressam um verdadeiro grito que brota do fundo do mar, 400 milhões de toneladas de lixo químico despejados por ano.

Também merecem reflexão e atenção os microplásticos, ou seja, pequenas partículas de plástico de até 5 mm de diâmetro que se ingerem em alimentos, água e ar. Cada pessoa do planeta consome mais de 50.000 partículas de plástico por ano, e muitas mais se a inalação for tomada em conta. Torna-se necessária uma nova economia do plástico e uma erradicação e limpeza profunda do lixo marinho, acompanhando todo o ciclo do plástico.

No oitavo ano da Encíclica Laudato Si, queremos unir-nos com um coração de cuidadores e guardiães da Terra e das Águas, para preservar a vida, a saúde e a harmonia na Casa Comum. Este empenho como afirma o título só terá uma resposta generosa e criativa reavivando o sonho de Deus sobre toda a Criação, estabelecendo como Noé uma verdadeira Aliança da Vida, com os povos nativos e originários, para respeitar e venerar os desígnios divinos e a comunhão com todos os seres.

A conversão à simplicidade, ao consumo consciente e sustentável precisa ser assumida por todos os cristãos e pessoas de boa vontade, compromissos firmes já pautados na economia de Francisco e de Clara, caminhos de restauração e cuidado para com nossa amada Casa Comum. Louvado seja Deus!

https://youtu.be/R2h3BKDaAZU

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Dia Mundial do Meio Ambiente

Dia Mundial do Meio Ambiente | Calendarr

Dia Mundial do Meio Ambiente

5 de Junho

O Dia Mundial do Meio Ambiente é comemorado anualmente em 5 de Junho e tem como objetivo promover atividades de proteção e preservação do meio ambiente.

A data serve como alerta à sociedade sobre os perigos de negligenciarmos a tarefa de cuidar do mundo em que vivemos.

Todos os anos, as Nações Unidas dão um tema diferente ao Dia Mundial do Meio Ambiente. Esta foi a forma encontrada pela ONU para dar ideias de atividades que promovam a conscientização da população para preservar o meio ambiente.

Em 2022, ao completar 50 anos desde a origem do Dia mundial do meio ambiente, o tema escolhido para a comemoração foi "Uma Só Terra". 

Origem do Dia do Meio Ambiente

O Dia do meio ambiente foi escolhido, porque no dia 5 de junho de 1972 foi realizada a Conferência de Estocolmo.

Essa foi a primeira conferência das Nações Unidas sobre o ambiente humano. Ela teve início no dia 5 e terminou no dia 16 de junho, e reuniu vários governos e ONG's.

A partir de então, o dia 5 de junho consta no calendário da ONU - Organização das Nações Unidas como o Dia Mundial do Meio Ambiente.

E para complementar essa data, em 1981, foi criada a Semana Nacional do Meio Ambiente, que é comemorada na primeira semana de junho.

Calendarr

Importância do Dia Mundial do Meio Ambiente

Essa data é importante para nos conscientizarmos sobre a necessidade de preservarmos os recursos naturais. Além disso, para refletirmos sobre os impactos ao meio ambiente provocados pela atividade humana, uma vez que é perceptível o crescente número de problemas ambientais ao longo dos anos.

Proteger e melhorar a relação entre a sociedade e a natureza é um dever de todos e pequenas ações podem ter grandes impactos, por isso a necessidade de discutir o tema.

Por exemplo, quando as pessoas jogam lixo no chão os materiais são arrastados pela chuva e se acumulam nos bueiros. Com isso, a água não tem para onde escoar e aumentam as chances de ocorrer alagamentos e até enchentes.

Hábitos que ajudam o meio ambiente

Confira algumas dicas de ações simples que você pode fazer no seu dia a dia e colaborar para a preservação do meio ambiente.

1. Jogue o lixo em locais adequados. Exemplo: não jogue lixo no chão e não jogue o óleo comestível no encanamento.

2. Pratique o consumo consciente. Exemplo: evite desperdiçar comida e comprar mais do que precisa.

3. Economize energia elétrica. Exemplo: em casa, mantenha a luz acesa apenas no cômodo que você está e deixe na tomada só os aparelhos que estiver usando.

4. Reutilize materiais. Exemplo: recipientes de vidro podem se tornar peças de decoração ou servir para armazenar outras coisas.

5. Economize água. Exemplo: ao escovar os dentes mantenha a torneira fechada e diminua o tempo com o chuveiro aberto no banho.

6. Diminua a utilização de materiais descartáveis. Exemplo: para o trabalho ou escola leve seu próprio copo na bolsa.

7. Separe o lixo corretamente para que os resíduos tenham o destino correto. Exemplo: em casa, identifique baldes para cada tipo de lixo.

O que fazer para celebrar o meio ambiente?

·         Pintar um mural sobre a natureza;

·         Ajudar a limpar uma praia;

·         Fazer coisas com material reciclado;

·         Plantar uma árvore;

·         Fazer um mini jardim em sua casa;

·         Começar a separar o lixo para ser reciclado;

·         Ajudar a limpar um parque público;

·         Brincar ao ar livre.

Frases para refletir sobre o meio ambiente

"Ambiente limpo não é o que mais se limpa e sim o que menos se suja." (Chico Xavier)

"É triste pensar que a natureza fala e que o gênero humano não a ouve."  (Victor Hugo)

"Cada dia a natureza produz o suficiente para nossa carência. Se cada um tomasse o que lhe fosse necessário, não havia pobreza no mundo e ninguém morreria de fome." (Mahatma Gandhi)

Outras datas relacionadas com o meio ambiente

Confira algumas outras datas que chamam a atenção para assuntos relacionados com o meio ambiente e que são importantes para conscientização.

·         Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas – 16 de março

·         Dia Mundial da Água – 22 de março

·         Dia da Conservação do Solo – 15 de abril

·         Dia da Terra – 22 de abril

·         Dia Internacional da Biodiversidade – 22 de maio

·         Dia Mundial dos Oceanos – 8 de junho

·         Dia da Proteção das Florestas – 17 de julho

·         Dia da Árvore – 21 de setembro

·         Dia do Consumo Consciente – 15 de outubro

Leia também: Semana do Meio Ambiente

Outras Datas Comemorativas

·         Abr 28 SEX

Dia Nacional da Caatinga

 

·         Jun 01 QUI

Semana do Meio Ambiente

 

·         Jun 05 SEG

Dia Nacional da Reciclagem

 

·         Jun 05 SEG

Dia da Ecologia

 

·         Set 16 SÁB

Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio

 

·         Nov 06 SEG

Dia Internacional para a Prevenção da Exploração do Meio Ambiente em Tempos de Guerra e Conflito Armado

Fonte: https://www.calendarr.com/

domingo, 4 de junho de 2023

Deus e os jovens na geração Z

Shutterstock I BAZA Production

Por Francisco Borba Ribeiro Neto

As recentes mudanças indicam um aspecto importante tanto para a “nova evangelização” quanto para a educação dos jovens que já crescem em famílias cristãs. Veja aqui:

Os jovens estão se tornando menos religiosos? A resposta que encontramos para essa pergunta normalmente é “sim, estão”. Pelo menos, isso é o que estamos vendo na maioria do mundo cristão, seja predominantemente católico ou evangélico. Contudo, no mundo islâmico parece estar havendo o processo contrário… E em muitos países “mais ateus” também parece estar havendo um aumento da religiosidade entre os jovens.

Essas observações são o resultado da pesquisa internacional “Global Religion 2023“, realizada pela Ipsos, uma empresa de análise de mercados, sobre o tema das religiões na atualidade. Não se trata de uma pesquisa destinada a construir um quadro completo das religiões no mundo, mas principalmente voltada a indicar tendências, a partir da análise de alguns países considerados mais significativos.

A religião declarada

Um dos aspectos interessantes deste estudo foi comparar a filiação religiosa, em diferentes países, para as grandes gerações atuais definidas pela literatura especializada: os baby boomers (nascidos entre o final da Segunda Grande Guerra e o início dos anos ’60, quando houve uma explosão de natalidade no mundo); a geração X (nascida entre o início da década de ’60 e o a década de ’80, crescendo após o fracasso dos projetos utópicos de 1968); os millennials (nascidos entre os anos ’80 e ’90, que se formaram durante a derrocada do projeto cultural moderno e o advento da pós-modernidade) e a geração Z (nascida aproximadamente entre 1995 e 2010, a primeira a conviver integralmente com o nosso mundo digital). O outro foi analisar não só a religião declarada, mas também as práticas religiosas e a importância da fé para a vida das pessoas. As conclusões apresentadas no parágrafo inicial desse texto nasceram de uma comparação entre a primeira geração (os baby boomers, hoje com mais de 60 anos) e a última (a geração Z, hoje formada por jovens e adultos com menos de 30 anos).

Uma observação interessante dessa pesquisa, como dito no início, foi que a religiosidade das novas gerações tende a ser maior do que a dos mais velhos em países “mais ateus”. De modo geral, as religiões hegemônicas tendem a perder fiéis no período recente, enquanto as religiões minoritárias tendem a crescer numericamente. Sociólogos especializados no estudo das religiões já apontaram essa tendência em outros estudos. Com o aumento dos intercâmbios culturais e da autonomia dos indivíduos, novas opções religiosas se tornaram possíveis (inclusive a não fé, que também é uma opção religiosa), aumento o pluralismo e a diversidade religiosa. A fragmentação demográfica do cristianismo no Brasil, com cada vez mais confissões religiosas cristãs e a redução porcentual da população católica, é um exemplo característico.

A religião vivida

Contudo, um outro aspecto também pode ser observado: a redução do número de fiéis “por tradição”, aqueles que professam uma religião apenas porque seus pais a professavam e/ou porque é a mais comum na comunidade em que vive, enquanto cresce o número de fiéis “por conversão”, aqueles que encontraram um sentido em sua vida ao descobrirem Deus numa determinada religião. Se a perda de fieis pode ser considerada má notícia para as religiões, esse aumento de fieis convertidos é muito desejável. Deus, que nos ama, não se interessa por estar em nossos documentos, mas sim em nosso coração e em nosso modo de viver. No estudo da Ipsos observou-se, por exemplo, que em países como a Alemanha e a Suécia, onde a porcentagem de ateus é elevada, o número de jovens que dizem acreditar em Deus está aumentando na geração Z.

Essas mudanças indicam um aspecto importante tanto para a “nova evangelização” quanto para a educação dos jovens que já crescem em famílias cristãs. As tradições e os valores religiosos devem ser mantidos e cultivados, afinal, é também por eles que a fé é transmitida e alimentada, mas os jovens devem redescobrir a fé a partir de um encontro pessoal, de uma experiência religiosa renovada e própria de cada um. Podemos ter um grande evento com milhares de jovens comemorando a fé, como uma Jornada Mundial da Juventude ou um festival de música católica, mas são aqueles encontros que acontecem no coração de cada um deles de um modo particular que contam. Por isso, tanto o anúncio quanto a educação da fé têm que deixar espaço e valorizar a liberdade e as particularidades da experiência de cada um que se converte (ou que “se converte mais”, como deve acontecer com todos nós que já somos convertidos).

A grande contribuição dos movimentos e novas comunidades para a história recente da Igreja foi exatamente isso: apresentando o mesmo Fato cristão a partir de uma grande diversidade de carismas e modos de ser, permitiram que cada um encontrasse aquela modalidade mais adequada a seu coração e pudesse experimentar uma conversão objetiva, que implicava até em uma socialização específica, sem deixar de participar de uma única Igreja Católica.

Voltemos a nossa pergunta inicial: os jovens estão se tornando menos religiosos? Sem dúvida estão menos apegados às tradições religiosas de seus pais, mas o que se passa no coração de cada um de nós permanece um segredo confiado à nossa liberdade e à onisciência de Deus. Muitos que se diziam religiosos no passado talvez não fossem verdadeiramente. Hoje, esses jovens são mais sinceros consigo mesmos na questão religiosa – e isso pode ser um grande ganho quando se trata de encontrar de fato Aquele pelo qual o nosso coração anesia.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Doze chaves para compreender o dogma da Santíssima Trindade

12 chaves sobre  Santíssima Trindade | ACI Digital

REDAÇÃO CENTRAL, 04 Jun. 23 / 06:00 am (ACI).- Hoje, a Igreja celebra a solenidade litúrgica da Santíssima Trindade, mistério central da fé cristã. A seguir, apresentamos doze dados importantes que deve saber sobre esta celebração:

1. A palavra Trindade nasceu do latim

Provém da palavra “trinitas”, que significa “três” e “tríade”. O equivalente em grego é “triados”.

2. Foi utilizada pela primeira vez por Teófilo de Antioquia

O primeiro uso reconhecido do termo foi o dado por Teófilo de Antioquia por volta do ano 170 para expressar a união das três divinas pessoas em Deus.

Nos três primeiros dias que precedem a criação do sol e da lua, o Bispo vê imagens da Trindade: “Igualmente os três dias que precedem a criação dos luzeiros são símbolo da Trindade: de Deus, de seu Verbo e de sua Sabedoria” (Segundo Livro a Autólico 15,3).

3. Trindade significa um só Deus e três pessoas distintas

O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (CCIC) explica assim: “A Igreja exprime a sua fé trinitária ao confessar um só Deus em três Pessoas: Pai e Filho e Espírito Santo. As três Pessoas divinas são um só Deus porque cada uma delas é idêntica à plenitude da única e indivisível natureza divina. Elas são realmente distintas entre si pelas relações que as põem em referência umas com as outras: o Pai gera o Filho, o Filho é gerado pelo Pai, o Espírito Santo procede do Pai e do Filho” (CCIC, 48).

4. A Trindade é o mistério central da fé cristã

Sim, e o Compêndio explica desta maneira: “O mistério central da fé e da vida cristã é o mistério da Santíssima Trindade. Os cristãos são batizados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (CCIC, 44).

5. A Igreja definiu de forma infalível o dogma da Santíssima Trindade

O dogma da Trindade se definiu em duas etapas, no primeiro Concílio de Niceia (325 d.C.) e no primeiro Concílio de Constantinopla (381 d.C.).

No Concílio de Niceia foi definida a divindade do Filho e se escreveu a parte do Credo que se ocupa Dele. Este Concílio foi convocado para fazer frente à heresia ariana, que afirmava que o Filho era um ser sobrenatural, mas não Deus.

No Concílio de Constantinopla foi definida a divindade do Espírito Santo. Este Concílio combateu uma heresia conhecida como macedonianismo (porque seus defensores eram da Macedônia), que negava a divindade do Espírito Santo.

6. A Trindade se sustenta na revelação divina deixada por Cristo

Só se pode provar a Trindade através da revelação divina que Jesus nos trouxe. Não se pode demonstrar pela razão natural ou unicamente a partir do Antigo Testamento. O CCIC explica:

“O mistério da Santíssima Trindade pode ser conhecido pela pura razão humana? Deus deixou alguns vestígios do seu ser trinitário na criação e no Antigo Testamento, mas a intimidade do seu Ser como Trindade Santa constitui um mistério inacessível à pura razão humana e até mesmo à fé de Israel antes da Encarnação do Filho de Deus e da missão do Espírito Santo. Esse mistério foi revelado por Jesus Cristo e é a fonte de todos os outros mistérios” (CCIC, 45).

Embora o vocabulário utilizado para expressar a doutrina da Trindade tenha levado um tempo para se desenvolver, pode-se demonstrar os diferentes aspectos desta doutrina com as Sagradas Escrituras.

7. A Bíblia ensina que existe um só Deus

O Fato de que só haja um Deus se manifestou no Antigo Testamento. Por exemplo, o livro de Isaías disse:

“Vós sois minhas testemunhas, diz o Senhor, e meus servos que eu escolhi, a fim de que se reconheça e que me acreditem e que se compreenda que sou eu. Nenhum deus foi formado antes de mim, e não haverá outros depois de mim” (Is 43,10).

 “Eis o que diz o Senhor, o rei de Israel, seu Redentor, o Senhor dos exércitos: Eu sou o primeiro e o último, não há outro Deus afora eu” (Is 44,6).

8. O Pai é proclamado como Deus inúmeras vezes no Novo Testamento

Por exemplo, nas cartas de São Paulo se narra o seguinte: “Bendito seja Deus, o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias, Deus de toda a consolação (...)” (2Cor 1,3).

“Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo. Há um só Deus e Pai de todos, que atua acima de todos, por todos e em todos” (Ef 4,5-6).

9. A Bíblia também demonstra que o Filho é Deus

Isto é proclamado em várias partes do Novo Testamento, incluindo o começo do Evangelho de São João:

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. (...) E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1,1.14).

Também:

“Depois disse a Tomé: Introduz aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas homem de fé. Respondeu-lhe Tomé: Meu Senhor e meu Deus!” (Jo 20,17-18).

10. O Espírito Santo é Deus e assim afirmam as Escrituras

No livro dos Atos dos Apóstolos, o Espírito Santo é retratado como uma pessoa divina que fala e à qual não se pode mentir:

“Enquanto celebravam o culto do Senhor, depois de terem jejuado, disse-lhes o Espírito Santo: Separai-me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho destinado” (At 13,2).

“Pedro, porém, disse: Ananias, por que tomou conta Satanás do teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo e enganasses acerca do valor do campo? Acaso não o podias conservar sem vendê-lo? E depois de vendido, não podias livremente dispor dessa quantia? Por que imaginaste isso em teu coração? Não foi aos homens que mentiste, mas a Deus” (At 5,3-4).

11. A distinção de três Pessoas divinas é demonstrada com a Bíblia

A distinção das Pessoas se pode demonstrar, por exemplo, no fato de que Jesus fala ao seu Pai. Isso não teria sentido se fosse uma e a mesma pessoa.

“Por aquele tempo, Jesus pronunciou estas palavras: Eu te bendigo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequenos. Sim, Pai, eu te bendigo, porque assim foi do teu agrado. Todas as coisas me foram dadas por meu Pai; ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelá-lo” (Mt 11,25-27).

O fato de que Jesus não é a mesma pessoa que o Espírito Santo se revela quando Jesus – que esteve operando como Paráclito (em grego, Parakletos) dos discípulos – diz que vai orar ao Pai e que o Pai lhes dará “outro Paráclito”, que é o Espírito Santo. Isso mostra a distinção das três Pessoas: Jesus que ora; o Pai que envia; e o Espírito Santo que vem:

“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco. É o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conhecereis, porque permanecerá convosco e estará em vós” (Jo 14,16-17).

12. O Filho procede do Pai e o Espírito procede do Pai e do Filho

“É certamente de fé que o Filho procede do Pai por uma verdadeira geração. Segundo o Credo Niceno-Constantinopolitano, Ele é “gerado antes de todos os séculos”. Mas a procedência de uma Pessoa Divina, como o termo do ato pelo qual Deus conhece sua própria natureza é propriamente chamada geração” (Enciclopédia Católica).

O fato de que o Filho é gerado pelo Pai está indicado pelos nomes dessas Pessoas. A segunda pessoa da Trindade não seria um Filho se não tivesse sido gerado pela primeira pessoa da Trindade.

O fato de que o Espírito Santo procede do Pai e do Filho se reflete em outra declaração de Jesus:

“Quando vier o Paráclito, que vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade, que procede do Pai, ele dará testemunho de mim” (Jo 15,26).

Isso representa o Espírito Santo que procede do Pai e do Filho (“que vos enviarei”). As funções exteriores das Pessoas da Trindade refletem suas relações mútuas entre si. Também se pode dizer que o Espírito Santo procede do Pai por meio do Filho.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF