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quarta-feira, 31 de dezembro de 2025

Ano Novo: 5 motivos teológicos para não acreditar em superstições

Bildagentur Zoonar GmbH | Shutterstock

Cibele Battistini - publicado em 31/12/25

A fé católica, fundada na revelação divina e na razão iluminada pela graça, sempre se posicionou de forma clara contra a superstição.

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Embora práticas supersticiosas estejam culturalmente difundidas — como acreditar em “azar”, amuletos, horóscopos ou sinais místicos desvinculados de Deus — a Igreja ensina que tais atitudes contradizem a fé verdadeira. A seguir, apresentamos cinco motivos teologais que explicam por que um católico não deve aderir à superstição.

1 - A SUPERSTIÇÃO VIOLA O PRIMEIRO MANDAMENTO

O Primeiro Mandamento — “Amar a Deus sobre todas as coisas” — exige que toda confiança última esteja em Deus. A superstição, ao atribuir poder sobrenatural a objetos, rituais ou sinais, desloca essa confiança.

O Catecismo da Igreja Católica é explícito:

“A superstição é um desvio do culto que prestamos ao verdadeiro Deus” (Catecismo da Igreja Católica, n. 2111).

Quando alguém acredita que um objeto “traz sorte” ou que um gesto evita o mal independentemente da vontade divina, passa a atribuir poder salvífico a algo criado, o que se aproxima da idolatria.

2 - A SUPERSTIÇÃO CONTRADIZ A VIRTUDE TEOLOGAL DA FÉ

A fé teologal é a adesão livre e consciente à verdade revelada por Deus. Superstições não se baseiam na Revelação, mas no medo, na ignorância ou em tradições culturais sem fundamento teológico.

São Tomás de Aquino ensina que:

“A superstição é um vício oposto à religião, pois oferece culto indevido ou de modo indevido”
(Suma Teológica, II-II, q. 92, a. 1).

Assim, a superstição não é apenas um erro intelectual, mas um desvio moral que enfraquece a fé autêntica.

3 - A SUPERSTIÇÃO NEGA A PROVIDÊNCIA DIVINA

A fé católica professa que Deus governa todas as coisas com sabedoria e amor. Acreditar que acontecimentos dependem de “sorte”, “azar” ou forças ocultas é negar, ainda que implicitamente, a ação da Providência.

A Sagrada Escritura afirma:

“Todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm 8,28).

Santo Agostinho criticava duramente a crença em presságios e sinais supersticiosos, afirmando que eles afastam o cristão da confiança filial em Deus.

4 - A SUPERSTIÇÃO INSTRUMENTALIZA O SAGRADO

No cristianismo, os sacramentos e sacramentais não são “amuletos”. Seu efeito depende da graça de Deus e da disposição interior do fiel, não de um automatismo mágico.

O Catecismo ensina:

“A atitude supersticiosa pode afetar até mesmo o culto que prestamos ao verdadeiro Deus, quando se atribui uma importância quase mágica a certas práticas” (CIC, n. 2111).

Usar objetos religiosos como proteção automática, sem fé, conversão ou vida sacramental, transforma o sagrado em instrumento mágico — algo incompatível com a teologia católica.

5 - A SUPERSTIÇÃO ESCRAVIZA O HOMEM AO MEDO, ENQUANTO A FÉ LIBERTA

Cristo veio libertar o ser humano do medo da morte, do mal e das forças ocultas. A superstição, ao contrário, alimenta ansiedade e dependência.

Jesus ensina:

“Não tenhais medo” (Mt 14,27).

São João Paulo II reforça essa ideia ao afirmar que a fé cristã é um encontro com Cristo vivo, não um sistema de ritos para controlar o destino.

A superstição não é uma simples “crendice inofensiva”, mas um desvio teológico que fere a fé, a razão e a liberdade do cristão. O católico é chamado a viver uma fé madura, centrada em Deus, iluminada pela razão e sustentada pela confiança na Providência.

Crer verdadeiramente é abandonar o medo e confiar plenamente naquele que é o Senhor da história.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF