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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Santa Doroteia

Santa Doroteia (A12)
06 de fereiro
Localização: Turquia (Capadócia)
Santa Doroteia

No dia 6 de fevereiro, a Igreja celebra a memória de Santa Doroteia, uma figura venerada por sua profunda espiritualidade e compromisso com a fé. Nascida no final do século III, em Cesareia da Capadócia, atual Turquia, Doroteia foi criada em uma família cristã devota, o que moldou sua jornada de vida desde cedo.

Doroteia destacou-se pela sua inteligência e beleza, mas seu coração estava voltado para algo maior. Ela escolheu dedicar sua vida a Cristo e auxiliar os necessitados. Sua benevolência a levou a distribuir suas posses entre os pobres, tornando-se um exemplo de caridade e compaixão na sociedade em que vivia. Sua decisão de permanecer celibatária em uma cultura onde o casamento era uma norma demonstrou sua dedicação inabalável à fé.

espiritualidade de Santa Doroteia era notável. Ela buscava aprofundar sua compreensão das Escrituras e praticar os ensinamentos de Jesus em sua vida cotidiana. Sua devoção foi testada quando enfrentou perseguições durante o reinado do imperador Diocleciano, que buscava erradicar o cristianismo. Mesmo diante da ameaça de tortura e morte, ela se recusou a renunciar à sua fé, inspirando outros a permanecerem firmes também.

Reflexão:

O legado de Santa Doroteia transcende gerações. Sua coragem diante da adversidade e seu compromisso com os valores cristãos a tornaram um símbolo de fé inabalável. Ela é celebrada como uma padroeira da caridade, lembrando-nos da importância de auxiliar os menos afortunados e de sermos compassivos com aqueles que estão em necessidade. A devoção a Santa Doroteia continua a inspirar muitos a enfrentar desafios com fé e amor.

Oração:

Santa Doroteia, exemplo brilhante de devoção e caridade, nós te louvamos por tua vida de fé inabalável e amor pelos necessitados. Inspirados por tua coragem diante das adversidades, pedimos que nos concedas a força para enfrentar os desafios da vida com a mesma determinação que demonstraste. Que possamos seguir teu exemplo de generosidade, compartilhando nossos dons com os menos afortunados e espalhando o amor de Cristo por onde quer que passemos. Nós te suplicamos, Santa Doroteia, que intercedas por nós diante de Deus, para que possamos crescer em nossa fé, buscar a sabedoria das Escrituras e viver uma vida de autêntico compromisso cristão. Que teu legado de compaixão e devoção possa continuar a tocar os corações daqueles que buscam orientação espiritual e inspiração. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

O esplendor da paz de Francisco

A oração de São Francisco na igreja de San Damiano, detalhe, Histórias de São Francisco, Giotto, basílica superior, Assis | 30Giorni

O esplendor da paz de Francisco

«Deste homem, de Francisco, que respondeu plenamente ao apelo de Cristo crucificado, emana ainda hoje o esplendor de uma paz que convenceu o sultão e pode verdadeiramente derrubar muros». Um artigo para 30Giorni do prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.

pelo Cardeal Joseph Ratzinger

Quando, na quinta-feira 24 de Janeiro, sob um céu chuvoso, partiu o comboio que deveria levar a Assis os representantes de um grande número de Igrejas cristãs e comunidades eclesiais, juntamente com representantes de muitas religiões do mundo, para darem testemunho e rezarem por paz, este trem me pareceu um símbolo da nossa peregrinação pela história. Não somos, de fato, todos passageiros do mesmo trem? O fato de o trem ter escolhido como destino a paz e a justiça, a reconciliação dos povos e das religiões, não é uma grande ambição e, ao mesmo tempo, um esplêndido sinal de esperança? Por todos os lugares, passando pelas estações, grandes multidões se reuniam para saudar os peregrinos da paz. Nas ruas de Assis e na grande tenda, lugar do testemunho comum, fomos novamente envolvidos pelo entusiasmo e pela alegria cheia de gratidão, em particular de um grande grupo de jovens. As saudações das pessoas eram dirigidas principalmente ao homem idoso vestido de branco que estava no trem. Homens e mulheres, que na vida quotidiana muitas vezes se confrontam com hostilidade e parecem divididos por barreiras intransponíveis, saudaram o Papa, que, com a força da sua personalidade, a profundidade da sua fé, a paixão que os move pela paz e pela reconciliação, extraiu o impossível do carisma de seu cargo: convocar em uma peregrinação pela paz representantes do cristianismo dividido e representantes de diferentes religiões. Mas o aplauso, dirigido em primeiro lugar ao Papa, exprimiu também um consenso espontâneo para todos aqueles que com ele procuram a paz e a justiça, e foi um sinal do profundo desejo de paz que os indivíduos sentem perante a devastação que nos rodeia. causada pelo "ódio e pela violência". Mesmo que às vezes o ódio pareça invencível e se multiplique implacavelmente na espiral da violência, aqui, por um momento, percebeu-se a presença da força de Deus, a força da paz. Vêm à mente as palavras do salmo: “Com o meu Deus saltarei muros” ( Sl 18,30). Deus não nos coloca uns contra os outros, mas Aquele que é Um, que é Pai de todos, ajudou-nos, ao menos por um momento, a transpor os muros que nos separam, fazendo-nos reconhecer que Ele é paz e que Ele não é, podemos estar perto de Deus se estivermos longe da paz.

Duas imagens do Dia de Assis: acima, o mufti da mesquita de Roma enquanto coloca a lâmpada no tripé colocado em frente ao palco; à direita, um grupo de líderes religiosos não cristãos | 30Giorni

Em seu discurso, o Papa citou outra pedra angular da Bíblia, a frase da Carta aos Efésios: “Cristo é a nossa paz. Ele fez de ambos um só, derrubando o muro de separação: a inimizade” ( Ef 2:14). Paz e justiça são nomes de Cristo no Novo Testamento (para “Cristo, nossa justiça”, veja por exemplo 1Cor 1, 30). Como cristãos, não devemos esconder esta nossa convicção: a confissão de Cristo, nossa paz, por parte do Papa e do Patriarca Ecumênico foi clara e solene. Mas é por isso mesmo que há algo que nos une além das fronteiras: a peregrinação pela paz e pela justiça. As palavras que um cristão deve dizer a alguém que se propõe a tais fins são as mesmas que o Senhor usou em sua resposta ao escriba que havia reconhecido no duplo mandamento que exorta a amar a Deus e ao próximo a síntese do Antigo Testamento. Mensagem do Testamento: «Não estais longe do Reino de Deus» ( Mc 12, 34).

Para uma correta compreensão do evento de Assis, parece importante considerar que não se tratou de uma autorrepresentação de religiões que seriam intercambiáveis ​​entre si. Não se tratava de afirmar a igualdade das religiões, que não existe. Assis foi antes a expressão de um caminho, de uma busca, de uma peregrinação pela paz, que só o é se estiver unida à justiça. De fato, onde falta justiça, onde os direitos dos indivíduos são negados, a ausência de guerra só pode ser um véu atrás do qual se escondem a injustiça e a opressão.

Com seu testemunho pela paz, com seu compromisso pela paz na justiça, os representantes das religiões empreenderam, até o limite de suas possibilidades, um caminho que deve ser um caminho de purificação para todos. Isto também se aplica a nós, cristãos. Só chegamos verdadeiramente a Cristo se chegamos à sua paz e à sua justiça. Assis, a cidade de São Francisco, pode ser a melhor intérprete desse pensamento. Mesmo antes de sua conversão, Francisco era cristão, assim como seus concidadãos. E até mesmo o exército vitorioso de Perugia, que o jogou na prisão como prisioneiro e o derrotou, era formado por cristãos. Foi só então, derrotado, prisioneiro, sofrendo, que ele começou a pensar no cristianismo de uma nova maneira. E só depois desta experiência lhe foi possível ouvir e compreender a voz do Crucifixo que lhe falava na pequena igreja em ruínas de São Damiano que, portanto, se tornou a própria imagem da Igreja do seu tempo, profundamente danificada e em ruínas. declínio. Só então ele viu como a nudez do Crucifixo, sua extrema pobreza e humilhação contrastavam com o luxo e a violência que antes lhe pareciam normais. E só então ele realmente conheceu Cristo e também entendeu que as Cruzadas não eram o caminho certo para defender os direitos dos cristãos na Terra Santa, mas sim que a mensagem de imitar o Crucifixo tinha que ser levada ao pé da letra.

Deste homem, de Francisco, que respondeu plenamente ao chamado de Cristo crucificado, emana ainda hoje o esplendor de uma paz que convenceu o sultão e pode realmente derrubar muros. Se nós, como cristãos, empreendemos o caminho rumo à paz seguindo o exemplo de São Francisco, não devemos temer perder a nossa identidade: é justamente então que a encontramos. E se outros se juntarem a nós na busca pela paz e pela justiça, nem eles nem nós precisaremos temer que a verdade seja pisoteada por clichês. Não, se caminharmos seriamente em direção à paz, então estaremos no caminho certo, porque estamos no caminho do Deus da paz ( Rm 15:32), cujo rosto se tornou visível para nós, cristãos, pela fé em Cristo.

Fonte: https://www.30giorni.it/

Em que tempos estamos vivendo?

O Tempo de Deus (Facebook)

EM QUE TEMPOS ESTAMOS VIVENDO?

Dom Leomar Brustolin
Arcebispo de Santa Maria (RS)

Podemos Como podemos definir o tempo em que estamos vivendo? O racionalismo da modernidade entrou em crise, mas o que veio depois? Há muitas respostas para essas perguntas, sob diversas perspectivas, nem sempre convergentes.

A Filosofia, por exemplo, apresenta reflexões sobre a era da hipermodernidade, do pós-moralismo e da sociedade da decepção, conforme as categorias definidas por Gilles Lypovetsky, além da teoria da complexidade formulada por Edgar Morin. Na Sociologia, emergem concepções como a modernidade líquida, de Zygmunt Bauman, e a sociedade em rede, de Manuel Castells.

Nas últimas décadas ocorreram transformações profundas no mundo e na própria percepção da realidade. As inovações tecnológicas e os novos meios de comunicação alteraram nossa relação com o corpo, a cultura, a religião e até com Deus.

Impactos da pós-modernidade na fé

Podemos identificar duas leituras principais sobre a realidade contemporânea e sua influência no âmbito da fé. Para alguns estudiosos essa “pós-modernidade” feriu três aspectos vitais da identidade religiosa: imaginação, memória e sentido de pertença.

A imaginação pode ser reduzida à superficialidade. A memória pode ser sufocada pelo imediatismo. E o sentido de pertença pode ser atropelado pelo ritmo frenético da vida cotidiana. Há certa ausência de repouso e de raízes que induz a uma paralisia interior, apesar de todo frenesi exterior.

Esse cenário cria uma aparente contradição: ao mesmo tempo em que as pessoas estão cada vez mais conectadas digitalmente, estão menos conectadas consigo mesmas. O excesso de estímulos ao nosso redor dificulta o tempo necessário para o silencio, a reflexão e o discernimento. Quando o desejo se torna cego e o afeto perde a dimensão do compromisso, até mesmo a religião pode se reduzir à mera atenção ou a um mero objeto de consumo, guiado pela lógica de mercado.

Uma nova abertura espiritual

Por outro lado, há quem faça uma leitura mais positiva da situação. Esse momento de crise do progresso e da racionalidade exagerada pode levar a uma consciência diferenciada em direção a uma nova espiritualidade. Levar a um despertar espiritual e a uma maior valorização da comunidade.

Entendemos, ainda, que é preciso ter uma postura equilibrada. Ou seja, não rejeitar completamente a cultura contemporânea, mas tentando moldá-la à nossa visão ideal. Assim como não podemos ignorar os desafios éticos que essa nova realidade impõe.

Como cristãos, somos chamados a discernir os acontecimentos e reconhecer os sinais da presença de Deus. Conforme a constituição pastoral Gaudium “Compete-nos, discernir os acontecimentos, nas exigências e nas aspirações de nossos tempos […], quais sejam os sinais verdadeiros da presença ou dos desígnios de Deus.” (Gaudium et Spes n.1).

Vivemos um tempo único e irrepetível. Tudo depende da forma como nos posicionamos diante da realidade. Abrir os olhos, cultivar o pensamento crítico, escutar os sinais e perceber Deus em meio aos conflitos humanos – isso é buscar a sabedoria da vida em meio aos revezes de todos os tempos.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Brasileiros encontram Papa Francisco no Vaticano e ganham doces do Pontífice

Francisco Lacourt, seu irmão, Benjamin Lacourt e seu primo Renan com o Papa Francisco (Vatican Media)

Victor Hugo Barros - Cidade do Vaticano

Milhares de fiéis participaram da oração das Vésperas com o Papa Francisco no fim da tarde do último sábado (01/02), na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Entre eles, uma família de sete brasileiros, que viveu um momento especial junto ao Papa Francisco, no fim da cerimônia. Vindos de Porto Alegre (RS), eles estão aproveitando as férias para conhecer a Itália. 

“Foi muito emocionante porque como nós fomos os primeiros quase a entrar, nós conseguimos sentar na lateral para ver o Papa Francisco passar. E nós estávamos com grande expectativa principalmente porque as crianças estavam juntas e elas vieram com muita fé também para ver o Papa Francisco. E quando terminou a celebração e o Papa Francisco passou, ele veio gentilmente passando por cada um de nós, entregou balas para as crianças. Foi um momento muito importante para nós e para elas porque é um momento de acolhida também da Igreja conosco e do Papa Francisco”, conta Jéssica Crestani, que estava junto de sua família no momento em que viram o Papa Francisco.

Sentados na nave da Basílica, em meio a milhares de peregrinos - entre eles muitos religiosos que celebravam o Dia da Vida Consagrada - os familiares foram surpreendidos pelo encontro com o Papa. Foi o próprio pontífice quem se dirigiu até eles, distribuindo sorrisos e doces para os pequenos.

“Nós nunca imaginamos que estaríamos tão próximos do Papa, inclusive as crianças ganhando balas dele. Então foi um momento muito emocionante que foi proporcionada a nossa família, graças a Deus. Nós estamos muito felizes. Nós fomos embora aquele dia sorrindo, agradecendo e renovando a nossa fé de que milagres são possíveis sim, pois para nós isso foi um verdadeiro milagre”, testemunha Jessica.

O encontro de dois Franciscos

Entre as crianças, Francisco Lacourt, de nove anos, encontrou seu homônimo, o Papa. “Ele tem o nome de Francisco em homenagem ao Papa Francisco e era o sonho da Daviane (mãe de Francisco) este encontro entre os dois, pelo menos estar no mesmo local. Mas nunca imaginávamos que o nosso Francisco encostaria nas mãos do Papa. Então teve este encontro de mãos, encontro de dois Franciscos”, confidencia Crestani.

Um momento que ficará marcado na vida do pequeno Francisco. Ele não esconde a alegria em poder viver este encontro junto ao Santo Padre. 

“Eu também senti muita emoção quando eu encostei no Papa. Eu também me senti muito abençoado”, garante o menino.

Seu irmão, Benjamin Lacourt e seus primos Clara e Renan também receberam balas do Santo Padre. Um gesto simples, mas que marcou a vida de Francisco.

“Ele também me deu bala e foi muito gentil. Foi emocionante eu encontrar o Papa. Fiquei muito, muito feliz”, relembra.

Jéssica e parte da família após o encontro com o Santo Padre (Vatican Media)

Com a fé fortalecida

O desejado, mas inesperado encontro, marcou a história da família. Agora, para eles, o dia 1° de fevereiro será uma data para recordar.

“É um momento que vai ficar para a história da nossa família, para o resto das nossas vidas. Então foi um dia muito, muito especial e emocionante, que nós vamos guardar. E também para nós foi um dia de grande fé porque foi um momento único que Deus nos proporcionou em nossas vidas”, garante Jessica.

Assim como com a família de Jéssica, muitas outras crianças também foram presenteadas com o carinho e as balas do Papa Francisco. Sinais simples, mas que evidenciam a proximidade e o carinho do Santo Padre.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

São Brás, o médico que se tornou santo

© Montage Aleteia

Cibele Battistini - publicado em 03/02/25

Desde jovem, ele demonstrou notável sabedoria e compaixão,motivos pelos quais se tornou médico e sacerdote.

Blaise de Sebaste, conhecido por nós como São Brás, nasceu na Armênia, no século III. Ainda jovem, iniciou seus estudos em medicina e filosofia. No entanto, frente tantas misérias humanas, ele decidiu seguir conjuntamente a vocação ao sacerdócio, tornando-se bispo de Sebaste, onde exerceu seu ministério até o ano de sua morte, em 316. São Brás dedicou a vida a Deus, através dos cuidados não só do corpo, mas principalmente da alma das pessoas que o encontravam.

Durante o reinado do imperador romano Licínio, houve grande perseguição aos cristãos liderada por Agricolau, governador da Capadócia. São Brás vivenciou a situação de precariedade que seu povo pastoreado vivia. Refugiou-se no Monte Argeu, vivenciando a solidão e na oração, guiando suas ovelhas. Encontrado pelos guardas do governo Agrícola, foi à prisão. E ali, no caminho, uma mãe desesperada acorreu a ele, trazendo nos braços o filho já desfalecido por estar engasgado com uma espinha de peixe. No mesmo instante, São Brás rezou e abençoou o menino, e suas orações foram atendidas. O garoto foi milagrosamente curado! Esse foi o primeiro milagre que moveu grande comoção e devoção ao santo, venerando-o como protetor da garganta.

Depois de preso, São Brás foi martirizado, tendo seu corpo flagelado e rasgado por ganchos para, enfim, ser decapitado. 

Um rito dedicado a São Brás

A tradição de fé e devoção a São Brás é tão especial que um rito foi desenvolvido para celebrar esta bênção: no dia 3 de fevereiro, em que celebramos sua memória, o sacerdote, munido com duas velas em forma de cruz, abençoa cada um dos fiéis contra os males da garganta, rezando a seguinte oração: “Por intercessão de São Brás, Bispo e Mártir, livre-te Deus do mal da garganta e de qualquer outro mal. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém”

Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/02/03/sao-bras-o-medico-que-se-tornou-santo

A virtude Escatológica da Esperança

«A esperança é a virtude teologal pela qual desejamos o Reino dos céus e a vida eterna como nossa felicidade, pondo toda a nossa confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos não nas nossas forças, mas no socorro da graça do Espírito Santo»   (AFP or licensors)

"Esperar é aguardar algo que já nos foi dado: a salvação no amor eterno e infinito de Deus. Aquele amor, aquela salvação que dão sabor ao nosso viver e que constituem a base sobre a qual o mundo permanece de pé, apesar de toda a maldade e crueldades causadas por nossos pecados de homens e de mulheres. Esperar, portanto, é acolher esse presente que Deus nos oferece todos os dias. Esperar é saborear a maravilha de ser amado, procurado, desejado por um Deus".

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

O mundo de hoje tem muita necessidade desta virtude cristã! O mundo precisa da esperança, assim como tem tanta necessidade da paciência, uma virtude que caminha de mãos dadas com a esperança. Os homens pacientes são tecelões de bem. Desejam obstinadamente a paz, e embora alguns tenham pressa e queiram tudo e já, a paciência tem a capacidade da espera. Até quando muitos à sua volta cederam à desilusão, quem é animado pela esperança e é paciente, torna-se capaz de atravessar as noites mais escuras. 

Em 8 de maio de 2024, o Papa Francisco concluía seu ciclo de catequeses "Os vícios e as virtudes", com uma reflexão sobre "A esperança", onde ressaltava que "Esperança e paciência caminham de mãos dadas!". Esperança, esta, que não engana, como reza o título da Bula de Proclamação do Jubileu 2025 que estamos vivendo.

Dando sequência a sua série de reflexões sobre este tema,  Pe. Gerson Schmidt* nos fala hoje sobre "A virtude Escatológica da Esperança":

"O Ano Jubilar 2025 tem como tema sermos todos “Peregrinos de Esperança”, num mundo mergulhado de crises, guerras, revoltas, falta de fé e busca de reconciliação. Refletimos já o aspecto de sermos todos peregrinos, pois, conforme a liturgia reza, não temos aqui “cidade permanente, mas buscamos a cidade que há de vir”. O Caderno do Jubileu número 23, - “A Igreja Peregrina rumo à plenitude”, de autoria de Achim Schütz, concentra-se na questão da relação entre o tempo e a eternidade. O Caderno proposto pela Sagrada Congregação para a Evangelização, a pedido do Papa Francisco, apresenta o capítulo 4 intitulado: “A virtude Escatológica da Esperança”. Baseia-se nas suas reflexões nos números 48 a 51 da Constituição sobre a Igreja, a Lumen Gentium, que aponta a índole escatológica da nossa vocação. A virtude da esperança, tema rico de nosso Papa, é a virtude por excelência que determina o caráter escatológico dos fiéis da Igreja.

O autor diz que “a esperança Cristã não é uma utopia, nem tem as características de uma fantasia. Essa última oferece as perspectivas de condições que não tem nenhum fundamento na realidade. Cavalo com três cabeças ou com asas tem, inegavelmente, características fantásticas. Um animal assim não existe no mundo. É construído pelo engenho humano, combinando, de modo bizarro, vários elementos que existem realmente. Na base de uma fantasia, portanto, há um sujeito humano que utiliza as suas capacidades criativas, de tal modo, a invocar um ser que jamais foi visto no reino da experiência real. Utopia é um pouco diversa. Mesmo nesse caso, o homem cria algo da sua imaginação a partir de elementos da realidade, que são combinados conforme seu desejo. Um estudante de medicina poderia imaginar ter frequentado todas as aulas prescritas em menos de três anos e poder reivindicar, finalmente o título de doutor”. A esperança cristã não é utópica, nem fantasiosa, mas é real, verdadeira porque se assegura e se alicerça naquele que ressuscitou e nos dá razão para acreditar na sua presença, atuação e na sua obra redentora.

Papa Francisco tem refletido em seu Pontificado a virtude da esperança. Na Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro, em 2013, a sua mensagem ecoava assim: “não deixem que lhes roubem a esperança”. Nosso Sumo Pontífice, com os gestos e palavras, é uma testemunha dessa esperança, entendida como ação espiritual de quem não se rende à noite do mal no mundo. Aquele que vive da esperança, afirma o Pontífice, colabora com Deus para “fazer novas todas as coisas”. A esperança, um dom de Deus, também é uma tarefa que todo cristão deve cultivar, alerta o Papa Francisco no novo livro "A esperança é uma luz na noite" (em língua original "La speranza è una luce nella notte"), uma antologia que reflete sobre essa virtude, também tema do Ano Santo. O livro publicado em novembro do ano passado, disponível nas editoras, é um grande subsídio para esse ano Jubilar 2025.

Reflete o Papa Francisco: "O Jubileu de 2025, ano santo que eu quis que fosse dedicado ao tema 'Peregrinos de esperança', é uma ocasião propícia para refletir sobre essa virtude cristã fundamental e decisiva. Especialmente em tempos como os que estamos vivendo, em que a terceira guerra mundial em pedaços que está se desenrolando diante de nossos olhos pode nos levar a assumir atitudes de desânimo sombrio e cinismo mal disfarçado. A esperança, por outro lado, é um dom e uma tarefa para todo cristão. É um dom porque é Deus quem a oferece a nós. Esperar, de fato, não é um mero ato de otimismo, como quando, às vezes, esperamos passar em um exame na universidade (“esperamos conseguir”) ou esperamos que o tempo esteja bom para o passeio fora da cidade em um domingo de primavera (“esperamos que faça tempo bom”). Não, esperar é aguardar algo que já nos foi dado: a salvação no amor eterno e infinito de Deus. Aquele amor, aquela salvação que dão sabor ao nosso viver e que constituem a base sobre a qual o mundo permanece de pé, apesar de toda a maldade e crueldades causadas por nossos pecados de homens e de mulheres. Esperar, portanto, é acolher esse presente que Deus nos oferece todos os dias. Esperar é saborear a maravilha de ser amado, procurado, desejado por um Deus que não se fechou em seus céus impenetráveis, mas que se fez carne e sangue, história e dias, para compartilhar o nosso destino”."

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Não tenham medo de trazer filhos ao mundo, diz papa Francisco a casais jovens

Papa Francisco com um grupo de crianças no Vaticano | Vatican Media

Não tenham medo de trazer filhos ao mundo, diz papa Francisco a casais jovens.

Por Walter Sánchez Silva*

2 de fevereiro de 2025

O papa Francisco encorajou os jovens casais a não terem medo de trazer filhos ao mundo, como parte do 47º Dia Mundial da Vida, celebrado hoje (2) na Itália sob o lema “Transmitir a vida, esperança para o mundo”.

Nas suas palavras depois da oração do Ângelus na Praça de São Pedro, no Vaticano, o papa uniu-se aos bispos italianos “para expressar gratidão às tantas famílias que acolhem de bom grado o dom da vida e para encorajar os jovens casais a não terem medo de trazer filhos ao mundo”.

Francisco também saudou o “Movimento Pró-Vida Italiano, que celebra seu 50º aniversário” e que anunciou neste domingo que a Manifestação Nacional pela Vida acontecerá em 10 de maio em Roma.

 “Sobre o tema do valor primordial da vida humana, reitero o ‘não’ à guerra, que destrói, destrói tudo, destrói a vida e leva a desprezá-la. E não esqueçamos que a guerra é sempre uma derrota”, disse Francisco.

“Neste Ano Jubilar, renovo meu apelo, especialmente aos governantes de fé cristã, para que se empenhem ao máximo nas negociações para por fim a todos os conflitos em curso. Rezemos pela paz na martirizada Ucrânia, Palestina, Israel, Líbano, Mianmar, Sudão e Kivu do Norte”, exortou o papa.

Francisco recordou também que amanhã (3), o Vaticano acolherá o Encontro Internacional sobre os Direitos da Criança, com o tema ‘Vamos amá-las e protegê-las, “que tive a alegria de promover e do qual participarei”.

“É uma oportunidade única para colocar no centro da atenção do mundo as questões mais urgentes que dizem respeito à vida das crianças. Convido vocês a se unirem em oração pelo bom êxito”, disse.

A rainha Rania da Jordânia; a senadora vitalícia italiana Liliana Segre, sobrevivente do campo de concentração nazista de Auschwitz; o ativista indiano Kailash Satyarthi, ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 2014 junto a Malala Yousafzai; Al Gore, ex-vice-presidente dos EUA, são alguns dos participantes deste evento, que o papa anunciou em 20 de novembro.

No dia que anunciou o encontro o papa disse que "será uma oportunidade para identificar novos caminhos que visam ajudar e proteger milhões de crianças que ainda não têm direitos, vivem em condições precárias, são exploradas e abusadas e sofrem as consequências dramáticas das guerras".

*Walter Sánchez Silva é jornalista na ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, com mais de 15 anos de experiência cobrindo eventos da Igreja na Europa, América e Ásia.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/61109/nao-tenham-medo-de-trazer-filhos-ao-mundo-diz-papa-francisco-a-casais-jovens

Francisco: prepararei uma Exortação Apostólica dedicada às crianças

O Papa durante o Encontro Internacional sobre os Direitos da Criança  (Vatican Media)

O Papa concluiu o Encontro Internacional sobre os Direitos da Criança realizado nesta segunda-feira, no Vaticano, e anunciou seu desejo de dar continuidade ao compromisso assumido no evento com um texto magisterial a ser publicado no futuro. Francisco agradeceu a todos os oradores por terem transformado a Residência Apostólica num “observatório” aberto sobre a realidade da infância “ferida, explorada, negada”.

Salvatore Cernuzio – Vatican News

No final do Encontro Internacional sobre os Direitos da Criança realizado, nesta segunda-feira (03/02), no Vaticano, o Papa Francisco anunciou, em seu discurso de encerramento do evento, que pretende "preparar uma Exortação Apostólica dedicada às crianças".

Francisco expressou sua sincera gratidão a todos os participantes no final do Encontro sobre os Direitos da Criança. "Graças a vocês, as salas da Residência Apostólica tornaram-se hoje um “observatório” aberto para a realidade da infância em todo o mundo, uma infância que infelizmente é muitas vezes ferida, explorada, negada", disse o Pontífice. "A sua presença, a sua experiência e a sua compaixão deram vida a um observatório e, sobretudo, a um "laboratório": em vários grupos temáticos, vocês desenvolveram propostas para a proteção dos direitos das crianças, considerando-as não como números, mas como rostos", sublinhou Francisco.

"Tudo isso dá glória a Deus, e a Ele o confiamos, para que o seu Espírito Santo o torne fecundo e fértil", disse ainda o Papa.

Cerca de 40 oradores de alto nível, entre políticos, Prémios Nobel, representantes do mundo da cultura, da economia, da Igreja, do judaísmo e do islamismo, revezaram-se na mesa oval montada da Sala Clementina para o Encontro Internacional sobre os Direitos da Criança. Um evento desejado pelo Papa Francisco e organizado pelo Pontifício Comitê para a Jornada Mundial da Criança, dividido em duas sessões e marcado por sete painéis temáticos. O Papa - depois de ter aberto o encontro esta manhã com um longo discurso no qual reiterou a importância da vida, da infância, dos sonhos das crianças e também dos seus silêncios - concluiu os trabalhos com o anúncio de uma Exortação Apostólica dedicada às crianças com o objetivo de “dar continuidade” ao compromisso lançado nesta segunda-feira no Encontro e “promovê-lo em toda a Igreja”.

"As crianças nos observam"

O Papa citou o padre Ibrahim Faltas, vigário da Custódia da Terra Santa, que falou pouco antes. Em particular, o Papa disse que ficou impressionado com a frase: "As crianças nos observam". "Foi também o título de um filme famoso: as crianças nos observam", acrescentou em referência ao famoso filme de 1944 de Vittorio De Sica. As crianças "nos observam para ver como seguimos na vida", sublinhou Francisco.

A carta das crianças

No início da sessão da tarde, o Papa quis ler alguns trechos da carta que, esta manhã, um grupo de crianças das escolas católicas de Roma, da comunidade indonésia e das Escolas da Paz de Santo Egídio e Auxilium deram a ele junto com alguns desenhos. "Querido Papa Francisco, escrevemos a você em nome das crianças de toda a Terra", diz a carta lida pelo Papa. "Queremos agradecer porque você se preocupa conosco e com o nosso futuro, nos ama e nos protege. Muitas crianças sofrem por causa da fome, da guerra, da cor diferente da pele, de desastres ambientais". "Queremos um mundo mais justo, sem divisões entre os povos, entre ricos e pobres, entre jovens e idosos", continua a carta. "Um mundo que seja também mais limpo, onde a poluição não destrua as florestas, não suje o mar e não mate tantos animais. Entendemos que é mais importante salvar a Terra do que ter muito dinheiro".

A oitava exortação do pontificado

A Exortação Apostólica sobre as crianças anunciada, nesta segunda-feira (03/02), pelo Papa Francisco será a oitava do seu pontificado, começando com Evangelii Gaudium de 2013 e terminando com C'est la confiance de 2023. Será um novo capítulo de um magistério marcado pela atenção a uma categoria frágil e vulnerável, vítima de abuso sexual e não só, de exploração, de violência, crianças privadas da infância, da brincadeira e do tempo livre, como destacado em muitos painéis nesta segunda-feira. O Papa também dedicará um evento jubilar às crianças nos dias 24 e 25 de maio, na expectativa da segunda edição da Jornada Mundial da Criança, após a primeira realizada em maio passado no Estádio Olímpico de Roma, ocasião em que o Papa reiterou que, neste mundo de guerras, “é sempre possível fazer a paz”. E fazer a paz a partir da contribuição dos pequeninos, de suas necessidades e de seus desejos.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Dos Tratados sobre os Salmos, do Pseudo-Hilário

O Senhor é Minha Luz (Liturgia das Horas.online)

Dos Tratados sobre os  Salmos, do Pseudo-Hilário

(Ps. 132: PLS 1,244-245)            (Séc. IV)

Todos os fiéis tinham um só coração e uma só alma

Vede como é bom e alegre habitarem juntos os irmãos. Bom e alegre é habitar na unidade com os irmãos, porque vivendo deste modo, juntam-se à unidade da Igreja e, dizendo-se irmãos, concordam na caridade de um só querer.

Já na primeira pregação dos apóstolos existia este grande preceito, conforme lemos: Todos os fiéis possuíam um só coração e uma só alma.

Convém, portanto que o povo de Deus seja de irmãos em um só Pai, uma unidade em um só Espírito, vivam unânimes em uma só casa, sejam membros de um só corpo.

Bom e alegre é habitarem os irmãos na unidade. O profeta encontra uma comparação para esta alegria e bondade: Como o óleo sobre a cabeça, que desce pela barba de Aarão, até à orla de suas vestes. O óleo de Aarão foi um bálsamo composto de perfumes, que o ungiu por sacerdote. Agradou a Deus que assim, primeiramente, fosse consagrado seu sacerdote. Nosso Senhor também foi ungido invisivelmente, de preferência a seus companheiros. Unção não terrena; não derramada de um chifre, como se ungiam os reis, mas unção com o óleo da alegria, depois da qual, conforme a lei, Aarão foi chamado de “Cristo”, isto é, “o ungido”.

Como esta unção expele os imundos espíritos do coração de quem a recebe, também pela unção da caridade, começamos a exalar a concórdia, tão suave a Deus, como diz o apóstolo: Somos o bom odor de Cristo. Assim, pois, como a primeira unção, e de Aarão sacerdote, foi agradável a Deus, do mesmo modo é bom e alegre habitarem os irmãos na unidade.

O óleo desceu da cabeça à barba. A barba é o distintivo da idade adulta. Não é bom sermos crianças em Cristo, a não ser, como já se disse, crianças na malícia, não no entendimento. O apóstolo chama todos os infiéis de criancinhas, que ainda não suportam alimento sólido, precisam de leite. Ele diz: Dei-vos leite a beber e não alimento sólido; ainda não éreis capazes e nem mesmo agora o sois.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

domingo, 2 de fevereiro de 2025

O significado dos 7 dons do Espírito Santo

Os 7 dons do Espírito Santo (Canção Nova)

O significado dos 7 dons do Espírito Santo

Francisco Vêneto - publicado em 27/01/17

Qual é a diferença entre sabedoria, entendimento e ciência? E por que o “temor de Deus” é diferente do medo?

FORTALEZA

Com o dom da fortaleza, Deus nos dá a coragem necessária para enfrentarmos as circunstâncias desafiadoras da vida e a firmeza de caráter para suportarmos as perseguições e tribulações decorrentes do nosso testemunho cristão, rejeitado e combatido pelo mundo. Foi graças ao dom da fortaleza que os santos recusaram as falsas promessas e enfrentaram as ameaças da mundanidade, muitos com o sacrifício da própria vida.

Imagens ilustrativas via blog Almas Castelos | Aleteia

SABEDORIA

O dom da sabedoria nos leva a distinguir entre o que é essencial e o que não é; entre o que realmente importa e o que é meramente secundário. Ser sábio é saber escolher e apreciar o bem em meio às muitas alternativas sedutoras que se colocam diante do nosso livre arbítrio, confundindo o nosso julgamento com aparências que precisam ser desmascaradas. A sabedoria não necessariamente envolve inteligência, cultura e entendimento: é outro tipo de conhecimento; é a capacidade singela de enxergar ou intuir o bom, o belo e o verdadeiro a partir da referência do Absoluto, não do relativo. É o dom de “saber viver” em Deus, na bondade, na verdade e na beleza, ainda que não se entendam muitas coisas no sentido intelectual do termo “entender” – aliás, o entendimento é outro dom divino, que veremos em seguida.

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ENTENDIMENTO

Este dom torna a nossa inteligência capaz de compreender e assimilar os conteúdos das verdades reveladas, auxiliando-se também da ciência, que ilumina a razão a fim de conhecermos melhor a criação e chegarmos assim ao Criador. Pode parecer um tanto confuso, à primeira vista, distinguir entre a sabedoria, o entendimento e a ciência. De fato, são dons complementares entre si, mas há distinção entre eles. Expliquemos dando um exemplo: há pessoas simples que, mesmo sem entenderem o vasto significado da liturgia, dos dogmas e das orações, sabem apreciar o sabor das coisas de Deus e dão testemunho de intensa devoção e piedade, sendo capazes de inspirar e ajudar os outros a viverem uma vida espiritual mais profunda, ainda que esses outros tenham maiores talentos intelectuais. Essas pessoas simples possuem o dom da sabedoria, mas lhes falta o entendimento – que é o dom de compreender o sentido das coisas de Deus. Com o dom do entendimento, o cristão contempla com mais lucidez e consciência o mistério da Santíssima Trindade, o amor de Cristo pela humanidade, o significado da Sagrada Eucaristia, dos sacramentos, dos ritos litúrgicos, da moral católica etc. E onde é que entra o dom da ciência? A ciência nos ajuda nessa compreensão fornecendo-nos um tesouro crescente de informações sobre a criação como precisamente isso: criação, obra do Criador.

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CIÊNCIA

É o dom divino que aperfeiçoa as nossas faculdades intelectivas e nos ajuda a compreender a realidade como obra do Criador, iluminados, simultânea e harmoniosamente, pela fé e pela razão – “as duas asas que elevam o espírito humano à contemplação da Verdade”, conforme a bela descrição apresentada pela encíclica “Fides et Ratio”, do Papa São João Paulo II. O dom da ciência, portanto, nos abre à contemplação do Criador mediante o conhecimento da criação. É importante observar que se trata do dom da ciência de Deus, não da ciência das coisas do mundo; ele envolve o reconhecimento da criação como meio para a contemplação de Deus. Graças ao dom da ciência, os santos, por exemplo, souberam ver Deus atrás das criaturas como que através de um espelho. São Francisco de Assis compôs o “cântico das criaturas” ao Senhor porque todos os seres criados, desde as flores até as aves, desde a água até o fogo e o sol, lhe eram ocasião para contemplar e amar a Deus, Criador de tudo o que há. O dom da verdadeira ciência nos leva, mediante o reto conhecimento e reconhecimento das criaturas como criaturas, a vislumbrar o Criador. Entre as criaturas não se incluem apenas os demais seres tangíveis, mas também as próprias ações e comportamentos humanos, que fazem parte do mundo criado: o dom da ciência, portanto, nos ajuda ainda a saber como agir – e, neste sentido, evoca o dom do conselho.

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CONSELHO

É o dom que permite à alma o reto discernimento sobre como responder às circunstâncias da existência, tanto no tocante às próprias decisões quanto na hora de orientar os irmãos a trilharem o caminho do bem.

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PIEDADE

É a graça de Deus na alma que proporciona o relacionamento filial e profundo com Deus, mediante a oração e as práticas piedosas ensinadas pela Igreja. É o dom da devoção, do fervor, da experiência de viver em comunhão permanente com Deus.

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TEMOR DE DEUS

O nome deste dom pode causar estranheza e confusão, pois muitos o entendem em sentido negativo, como se devêssemos ter medo de Deus. Na verdade, trata-se do dom divino que nos leva a “temer” por Deus no sentido de não querer que Ele seja desprezado e deixado de lado, nem pelos outros, nem por nós mesmos. É o santo temor de que Deus seja ofendido; ao mesmo tempo, é o sadio temor das consequências do afastamento de Deus – consequências que não consistem num castigo imposto por Deus, mas sim na decorrência natural da nossa própria possibilidade de optar por viver longe d’Ele: Deus respeita a nossa liberdade a tal ponto que não nos impede de odiá-lo se assim escolhermos; por isso mesmo, Ele tampouco impede as consequências desse ódio voluntário, que se resumem no afastamento eterno de Deus decretado por nós próprios com a nossa liberdade e arbítrio. O dom do santo temor de Deus nos ajuda, assim, a evitar tudo o que nos afasta d’Ele – ou seja, o pecado; e não por medo de castigo, mas pela justa consciência de que, ao nos afastarmos d’Ele, nós próprios O perdemos voluntariamente.

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Fonte: https://pt.aleteia.org/2017/01/27/os-7-dons-do-espirito-santo-numa-explicacao-facil-de-entender

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF