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quinta-feira, 5 de maio de 2022

Santo Ângelo

S. Ângelo | arquisp
05 de maio

Santo Ângelo

Uma tradição muito antiga nos trás a luz sobre a vida de Ângelo. Os registros indicam que ele nasceu em 1185, na cidade de Jerusalém, de pais judeus pela religião, chamados José e Maria, nomes muito comuns na região. E que eles se converteram após Nossa Senhora ter avisado Ângelo, durante as orações, que ele teria um irmão, o que lhes parecia impossível, porque seus pais eram idosos. Mas isso aconteceu. Emocionados, receberam o batismo junto com a criança, à qual deram o nome de João. Mais tarde, ele também vestiu o hábito carmelita.

Ângelo viveu em muitos conventos da Palestina e da Ásia Menor. Recebeu muitas graças do Senhor, sobretudo o dom da profecia e dos milagres, depois de viver cinco anos no monte Carmelo, mesmo lugar onde viveu o profeta Elias. Entrou para a Ordem do Carmo quando tinha apenas dezoito anos e, em 1213, foi ordenado sacerdote.

Ainda segundo a tradição, Ângelo saiu do monte Carmelo com os primeiros carmelitas que foram para Roma a fim de obter do papa Honório III a aprovação da Regra do Carmelo, e depois imigraram para a Sicília.

Lá, ao visitar a basílica de São João, se encontrou com os sacerdotes, que se tornaram santos, Domingos de Gusmão e Francisco de Assis, instante em que previu e anunciou a sua morte como mártir de Jesus Cristo.

Dentre seus grandes feitos, o que mais se destaca é o trabalho de evangelização que manteve entre os hereges cátaros daquela cidade. A história narra que ele conseguiu converter até uma mulher que, antes disso, mantinha uma vida de pecados, até mesmo uma relação incestuosa com um rico senhor do lugar.

No dia 5 de maio de 1220, Ângelo fez sua última pregação na igreja de São Tiago de Licata, na Sicília. Nesse dia foi morto, vítima daquele rico homem, que não se conformou com o abandono e a conversão de sua amante, encomendando o assassinato.

Venerado pela população, logo uma igreja foi erguida no lugar de seu martírio, onde foi sepultado o seu corpo. A Igreja canonizou o mártir santo Ângelo em 1498. Porém somente em 1662 as suas relíquias foram transladadas para a igreja dos carmelitas. O seu culto se difundiu amplamente no meio dos fiéis e na Ordem do Carmo.

Santo Ângelo foi nomeado padroeiro de muitas localidades, inicialmente na Itália, depois em outras regiões da Europa. Sua veneração se mantém até os nossos dias, sendo invocado pelo povo e devotos nas situações de suas dificuldades. Os primeiros padres carmelitas da América difundiram a sua devoção, construindo igrejas, nomeando as aldeias que se formavam, e expandiram o seu culto, que também chegou ao Brasil.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

quarta-feira, 4 de maio de 2022

EUA: Amazon pagará viagens de funcionárias para fazer aborto

Ivanko80 | Shutterstock
Por Francisco Vêneto

A empresa reembolsará despesas de viagem a funcionários que precisem de procedimentos médicos em outras regiões.

A gigante norte-americana do varejo Amazon anunciou que pagará viagens de funcionárias nos EUA para fazerem aborto caso não contem com clínicas disponíveis num raio de até 161 quilômetros da sua residência.

A empresa divulgou que reembolsará em até US$ 4.000 por ano (cerca de R$ 20 mil) as despesas de viagens de funcionários que precisem de procedimentos médicos não disponíveis nas proximidades nem na modalidade de atendimento online.

A iniciativa cobre uma vasta gama de tratamentos e, portanto, não inclui apenas o aborto; no entanto, este foi o procedimento que mais chamou atenções porque reforça o posicionamento pró-aborto da empresa em reação às restrições legais adotadas recentemente por diversos Estados do país.

A Amazon confirmou à rede BBC que o benefício inclui cuidados bariátricos, oncologia, anomalias congênitas até 24 meses após o nascimento do bebê, tratamentos de saúde mental e serviços de pacientes internados por uso problemático de drogas. Os benefícios serão oferecidos a todos os empregados que aderiram a qualquer um dos dois planos de saúde oferecidos pela empresa.

Possível mudança na lei do aborto nos EUA

A Suprema Corte norte-americana deverá julgar em junho um caso capaz de reverter a sentença conhecida como Roe versus Wade, de 1973, que legalizou o aborto em todo o território dos EUA.

Cabe recordar que a sentença se baseou numa farsa que acabou sendo reconhecida pela própria mulher que havia acionado a Justiça pedindo autorização para realizar um aborto. Ela mentiu que a gravidez tinha sido fruto de estupro.

Se a sentença for agora revogada, cada Estado norte-americano voltará a ter o direito de determinar a própria legislação sobre o aborto.

Além da Amazon, outras empresas declararam que pretendem reembolsar suas funcionárias que optarem por viajar para outros Estados a fim de praticar abortos. É o caso da Yelp e do Citigroup. Este último admitiu que a medida é uma “resposta a mudanças nas leis de saúde reprodutiva em certos Estados”.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

São Rábano Mauro: compositor do Veni Creator

S. Rábano Mauro | Guadium Press
O século IX foi marcado por pecados hediondos, cometidos por importantes membros das sociedades eclesiástica e civil. A fim de orientar as pessoas no meio dessas trevas, Deus suscitou varões que brilharam por suas altíssimas virtudes, entre os quais São Rábano Mauro.

Redação (03/05/2022 08:53Gaudium Press) Filho de pais nobres, São Rábano nasceu no ano de 780, em Mogúncia, e desde criança recebeu formação religiosa na Abadia de Fulda, ambas cidades localizadas na Alemanha.

Depois foi estudar no Mosteiro de São Martinho de Tours, na França, onde se tornou aluno do célebre Alcuíno que, sob a orientação de Carlos Magno, organizou o ensino na Europa de então.  São Rábano praticou com tal perfeição a obediência que Alcuíno lhe deu o sobrenome Mauro, em memória do discípulo predileto de São Bento, que se destacara nessa virtude.

Tendo sido ordenado sacerdote, São Rábano Mauro, em 822, foi nomeado abade do Mosteiro de Fulda. O esplendor de seus dons, virtudes e cultura se difundiram por todas as regiões, fazendo com que a essa casa religiosa acorressem alunos da Franca, Inglaterra, Alemanha e até de Roma bem como de outras cidades da Itália. Bispos, reis, príncipes e pessoas de destaque o consultavam. Famílias reais, principescas e de alta nobreza enviavam seus filhos para serem educados no Mosteiro de Fulda.

Passado algum tempo, o Rei da França Luís, o Bonachão, e seus filhos – que guerreavam entre si por motivos egoístas –, quiseram obter apoio de São Rábano em suas desavenças, mas ele não aceitou. Para evitar q ue o mosteiro fosse objeto de vingança de algum desses partidos, demitiu-se do cargo de abade – que exercera durante 20 anos – e foi viver numa ermida nas proximidades de Fulda, onde se dedicou à oração e ao estudo.

Cinco anos depois, tendo falecido o Arcebispo de Mogúncia, o povo dirigiu-se à ermida e lhe rogou que fosse seu sucessor. Percebendo que era a vontade de Nosso Senhor, deu seu assentimento.

Concepção mística do universo

São Rábano Mauro escreveu diversas obras entre as quais comentários sobre quase toda a Bíblia, dirigidos a monarcas para a formação moral deles.

 “Preocupado com o apostolado intelectual, desejoso de formar os monges e o clero e, através deles, o povo cristão, ele se esforça em interessar os príncipes por sua ação e, com suas instâncias, contribui eficazmente na continuação da obra de Carlos Magno.”

No Tratado Sobre o universo, São Rábano apresenta uma concepção mística do cosmo: o conhecimento não deve se limitar à estrita materialidade dos seres; é preciso compreender que eles são símbolos de realidades espirituais.

A respeito desse importantíssimo tema, Dr. Plinio Corrêa de Oliveira ensina:

“Entre as caraterísticas da alma, quero destacar aqui uma das mais nobres, isto é, a aptidão de relacionar as coisas da matéria com as do espírito, e umas e outras com Deus.

“Todo o universo foi criado à imagem e semelhança de Deus. De onde existirem analogias entre todas as criaturas. Pois seres análogos a um terceiro são, por isso mesmo, análogos entre si. Daí as coisas materiais terem o poder de exprimir as espirituais.

“E um dos usos mais nobres que se possa fazer de cada uma, e de todas no conjunto, consiste em lhes conhecer essa expressão espiritual. Através dessa expressão, a inteligência conhece melhor as coisas do espírito. Serventia excelsa que tem a matéria até para os bem-aventurados após a ressurreição, quando, entretanto, verão Deus face a face.”

São Rábano Mauro redigiu também tratados sobre Psicologia, Pedagogia, gramática.  Compôs muitas poesias e sua obra genial foi o cântico em louvor do Espírito Santo Veni Creator Spiritus (Vinde Espírito Criador), que se espraiou por todo o mundo.

Faleceu em 856 e sua memória é celebrada em 4 de fevereiro.

Excomunhão de um Rei e dois Arcebispos

Outro varão que iluminou o século IX foi o Papa São Nicolau I – pontificado de 858 a 867 –, o qual defendeu firmemente a superioridade do poder papal sobre o poder temporal, tornando-se um precursor do grande São Gregório VII, que governou a Igreja de 1073 a 1085 e, entre outros gloriosos feitos, batalhou de modo admirável contra o ímpio Henrique IV, Imperador do Sacro Império Romano Alemão.

Em 860, Lotário II, Rei da Lotaríngia – região que corresponde atualmente à Bélgica, Holanda bem como partes da França e da Alemanha –, repudiou sua esposa, Theutberga, e se uniu a uma péssima mulher, que era irmã do Arcebispo de Colônia.

Os Arcebispos dessa cidade e o de Tréveris, ambas na Alemanha, apoiaram vergonhosamente o divórcio de Lotário II e seu “casamento” com a concubina. São Nicolau excomungou os três.

Os prelados se revoltaram contra o Papa e, em 864, chegaram mesmo a incitar o Imperador Luís II a invadir Roma, mas esse crime, pela intervenção da imperatriz, não foi perpetrado. Três anos depois, São Nicolau entregou sua alma a Deus.

Castigo infligido por Deus

Em 869, Adriano II, sucessor de São Nicolau I, recebeu no Mosteiro de Monte Cassino, Itália, Lotário II e o Arcebispo de Colônia.

Após as conversações, Adriano II foi celebrar a Missa e, na hora da comunhão, disse a Lotário: “Se estais de fato arrependido do crime de adultério, e tendes o firme propósito de não mais o cometer, receba o Sacramento da vida eterna. Mas se vossa penitência não é sincera, não tenhais a temeridade de receber o Corpo e o Sangue de Cristo, pois será vossa própria condenação.”

Lotário, aferrado a seu pecado, comungou bem como diversos membros de sua comitiva que estavam mancomunados com ele. Em seguida, iniciaram sua viagem rumo à França.

Ao chegarem à cidade de Lucca – Noroeste da Itália –, uma estranha doença acometeu quase todos eles: os cabelos, as unhas e a própria pele se desprendiam do corpo, causando terríveis dores, convulsões e a morte. Os que haviam comungado sacriligamente – Lotário II, o Arcebispo de Colônia e outros integrantes do séquito real – foram atingidos por esse mal e faleceram. Somente aqueles que não tinham cometido o sacrilégio ficaram isentos dessa doença e se mantiveram vivos.

Peçamos a Nossa Senhora que urgentemente faça cessar os pecados muitíssimos mais graves praticados abertamente em nossos dias, e seja instaurado em todo esplendor o Reino de Maria.

Por Paulo Francisco Martos

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Uma regressão macabra da humanidade

L'Osservatore Romano

03 maio 2022

No início do «mês dedicado à Mãe de Deus» o Papa Francisco convidou «todos os fiéis e comunidades a recitar todos os dias de maio o Rosário pela paz», pensando em particular «na cidade ucraniana de Mariupol, “cidade de Maria”, barbaramente bombardeada e destruída». A exortação ecoou na praça de São Pedro no final do Regina Caeli recitado ao meio-dia de 1 de maio da janela do Palácio apostólico do Vaticano. Anteriormente o Pontífice, como de costume, comentou o Evangelho do domingo, falando sobre a terceira aparição de Jesus Ressuscitado aos apóstolos.

Estimados irmãos e irmãs
bom domingo!

O Evangelho da Liturgia hodierna (Jo 21, 1-19) narra a terceira aparição de Jesus Ressuscitado aos Apóstolos. É um encontro que tem lugar no lago da Galileia e diz respeito sobretudo a Simão Pedro. Tudo começa com ele que diz aos outros discípulos: «Vou pescar» (v. 3). Nada de estranho, era pescador, mas tinha abandonado aquela profissão desde quando, precisamente nas margens do lago, tinha deixado as redes para seguir Jesus. E agora, enquanto o Ressuscitado se faz esperar, Pedro, talvez um pouco desanimado, propõe aos outros o regresso à vida anterior. E os outros aceitam: «Também nós vamos contigo». Mas, «Naquela noite nada apanharam» (v. 3).

Também nos pode acontecer, por cansaço, desilusão, talvez por preguiça, de esquecer o Senhor e negligenciar as grandes escolhas que fizemos, contentar-nos com qualquer outra coisa. Por exemplo, não dedicamos tempo a falar uns com os outros em família, preferindo passatempos pessoais; esquecemos a oração, deixando-nos levar pelas próprias necessidades; negligenciamos a caridade, com a desculpa das urgências diárias. Mas, fazendo assim, ficamos desapontados: foi precisamente a deceção que sentiu Pedro, com as redes vazias, como ele. É uma estrada que te leva para trás e não te satisfaz.

E o que faz Jesus com Pedro? Volta novamente para a margem do lago onde tinha escolhido Pedro, André, Tiago e João, os quatro. Ele não repreende — Jesus não repreende, toca o coração, sempre — mas chama ternamente os discípulos: «Amigos» (v. 5). Depois convida-os, como antes, a lançarem de novo as redes, com coragem. E mais uma vez as redes se enchem até transbordar. Irmãos e irmãs, quando as nossas redes estão vazias na vida, não é o momento de sentir pena de nós mesmos, de nos divertirmos, de regressar aos velhos passatempos. É tempo de recomeçar com Jesus, é tempo de encontrar a coragem para recomeçar, é tempo de se fazer ao largo com Jesus. Três verbos: repartir, recomeçar, fazer-se ao largo. Sempre, perante uma desilusão, ou uma vida que perdeu um pouco o sentido — “hoje sinto que voltei atrás...” — parte de novo com Jesus, recomeça, faz-te ao largo! Ele está à tua espera. E pensa apenas em ti, em mim, em cada um de nós.

Pedro precisava daquele “choque”. Quando ouve João clamar: «É o Senhor!» (v. 7), mergulha imediatamente na água e vai em direção a Jesus. É um gesto de amor, porque o amor vai além do útil, do conveniente e do devido; o amor gera espanto, inspira impulsos criativos e gratuitos. Assim, enquanto João, o mais novo, reconhece o Senhor, é Pedro, o mais velho, que se lança para ir ao seu encontro. Naquele mergulho há todo o entusiasmo recém-descoberto de Simão Pedro.

Prezados irmãos e irmãs, hoje Cristo Ressuscitado convida-nos a um novo impulso, todos nós, cada um de nós, convida-nos a mergulhar no bem sem medo de perder algo, sem calcular demasiado, sem esperar que outros comecem. Porquê? Não esperar os outros, porque para conhecer Jesus tem é preciso arriscar. É preciso arriscar com coragem, e recomeçar, e recomeçar arriscando, correr riscos. Perguntemo-nos: sou capaz de algum ímpeto de generosidade, ou impeço os impulsos do coração e fecho-me no hábito, ou no medo? Lançar-se, mergulhar. Esta é a palavra de Jesus hoje.

Então, no final deste episódio, Jesus dirige a Pedro, três vezes, a pergunta: «Amas-me?» (vv. 15.16). O Ressuscitado pergunta hoje também a nós: Amas-me? Porque na Páscoa Jesus quer que o nosso coração ressuscite; porque a fé não é uma questão de conhecimento, mas de amor. Amas-me? pergunta Jesus a ti, a mim, a todos nós, que temos as redes vazias e muitas vezes temos medo de recomeçar; a ti, a mim, a todos nós, que não temos coragem de mergulhar e talvez tenhamos perdido o impulso. Amas-me? pergunta Jesus. A partir de então, Pedro deixou de pescar para sempre e dedicou-se ao serviço de Deus e dos irmãos, a ponto de dar a vida aqui, onde nos encontramos agora. E nós, queremos amar Jesus?

Que Nossa Senhora, que prontamente disse “sim” ao Senhor, nos ajude a redescobrir o impulso do bem.

No final da oração, o Papa recordou a beatificação do dia anterior em Milão de Armida Barelli e do padre Mario Ciceri, lançou um apelo a favor da paz na Ucrânia e, por ocasião do Dia dos trabalhadores, fez um apelo a favor de um renovado «compromisso para que o trabalho seja dignificado em toda a parte e para todos». Por fim, fez referência ao Dia mundial da liberdade de imprensa, que se celebra a 3 de maio, e saudou os fiéis presentes, incluindo os membros da associação “Meter”, que «combatem a violência e os abusos contra menores».

Prezados irmãos e irmãs!

Ontem, em Milão, foram beatificados o padre Mario Ciceri e Armida Barelli. O primeiro foi um vice-pároco da zona rural; dedicou-se à oração e à confissão, visitou os doentes e acompanhava os jovens no oratório, como educador manso e guia seguro. Um exemplo brilhante de pastor. Armida Barelli foi a fundadora e animadora da Juventude Feminina da Ação Católica. Viajou por toda a Itália para chamar as jovens ao compromisso eclesial e civil. Colaborou com o padre Gemelli na criação de um instituto secular feminino e da Universidade Católica do Sagrado Coração, que celebra hoje o seu dia anual e em sua honra intitulou-o “Com coração de mulher”. Um aplauso aos novos Beatos!

Hoje começa o mês dedicado à Mãe de Deus. Gostaria de convidar todos os fiéis e comunidades a rezar o Terço pela paz todos os dias de maio. O meu pensamento dirige-se imediatamente à cidade ucraniana de Mariupol, “cidade de Maria”, barbaramente bombardeada e destruída. Também agora, a partir daqui, renovo o apelo à criação de corredores humanitários seguros para as pessoas presas na siderurgia daquela cidade. Eu sofro e choro, pensando no sofrimento do povo ucraniano e em particular dos mais débeis, dos idosos e das crianças. Chegam relatos terríveis de crianças expulsas e deportadas.

E enquanto assistimos a uma regressão macabra da humanidade, pergunto-me, juntamente com tantas pessoas angustiadas, se estamos realmente à procura da paz; se existe a vontade de evitar uma contínua escalation militar e verbal; se estamos a fazer tudo o que é possível para silenciar as armas. Peço-vos, não nos arrendamos à lógica da violência, à espiral perversa das armas. Tomemos o caminho do diálogo e da paz! Rezemos.

E hoje é a festa do trabalho. Que seja um incentivo à renovação do nosso compromisso para que o trabalho possa ser digno em toda a parte e para todos. E que o mundo do trabalho inspire a vontade de desenvolver uma economia de paz. Gostaria de recordar os operários que morreram no trabalho: uma tragédia difundida, talvez demasiado.

Depois de amanhã, 3 de maio, é o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, patrocinado pela UNESCO . Presto homenagem aos jornalistas que pagam pessoalmente para servir este direito. No ano passado, 47 morreram e mais de 350 foram presos em todo o mundo. Um agradecimento especial àqueles que corajosamente nos informam sobre os flagelos da humanidade.

Saúdo todos vós, romanos e peregrinos da Itália e de muitos países. Em particular, saúdo os fiéis que vieram da Espanha, Portugal e dos Estados Unidos da América, bem como da paróquia maronita de Nazaré e de Santa Rita em Varsóvia. Saúdo o coro “Jubilate” de Conselve e os estudantes de Mascalucia. Um pensamento especial para a Associação “Meter”, que combate há muitos anos a violência e o abuso contra menores, colocando-se sempre do lado dos mais pequeninos. E também uma saudação para os jovens da “Imaculada”.

Feliz domingo a todos! E, por favor, não vos esqueçais de rezar por mim. Bom almoço e até à vista!

Fonte: https://www.osservatoreromano.va/pt

Já são 100 cardeais e bispos que alertam para o risco de cisma na Alemanha

Foto de bispos e cardeais. Crédito: Daniel Ibáñez (ACI)

Roma, 03 mai. 22 / 03:46 pm (ACI).- Já são 100 cardeais e bispos de todo o mundo que alertam para o risco de cisma da Igreja na Alemanha, devido ao andamento do polêmico Caminho Sinodal no país europeu. Eles assinaram uma “carta fraterna” para alertar os bispos alemães. Entre os signatários estão os brasileiros dom José Guimarães, arcebispo emérito do Ordinariado Militar, e dom Adair José Guimarães, bispo de Formosa (GO).

O Caminho Sinodal é um polêmico processo de vários anos que começou em dezembro de 2019 e envolve bispos e leigos da Alemanha para discutir a forma como o poder é exercido na Igreja, a moralidade sexual, o sacerdócio e o papel das mulheres na Igreja, temas sobre os quais já manifestaram, publicamente e em várias ocasiões, posturas contrárias à doutrina católica.

Em 11 de abril, pouco mais de 70 bispos, entre eles os cardeais Francis Arinze, Raymond Burke, George Pell e Wilfred Napier, agora acompanhados pelo italiano Camillo Ruini e pelo chinês Joseph Zen-ze kiun, enviaram uma “carta fraterna” aos bispos da Alemanha para alertar do perigo de cisma.

Entre os 100 signatários, há dois brasileiros, um arcebispo argentino, dois uruguaios, alguns da Hungria e também da Ucrânia, que assim se juntam aos bispos dos EUA, Canadá, Tanzânia e Camarões, entre outros.

Na carta, os bispos explicam que o que acontece na Igreja Católica em um país pode influenciar outros, expressando assim “nossa preocupação crescente acerca da natureza inteira do processo do ‘Caminho Sinodal’ e do conteúdo de seus vários documentos”.

“A seriedade de nossas observações brota da confusão que o Caminho Sinodal já causou e continua a causar, e o potencial de cisma na vida da Igreja que vai inevitavelmente resultar”, alertam os bispos.

Os bispos expressam sua preocupação em sete indicações que têm suas raízes no capítulo 12 da Carta de São Paulo aos Romanos, especialmente na advertência para não se conformar "com este mundo".

Entre as preocupações dos cardeais e bispos estão que “as ações do Caminho Sinodal solapam a credibilidade da autoridade da Igreja, incluindo a do papa Francisco, a antropologia e a moral sexual cristãs, e a confiabilidade da Escritura”.

Eles também apontam que os textos do Caminho Sinodal “parecem muito mais inspirados por análises sociológicas e ideologias políticas contemporâneas, inclusive de gênero” e que parece “reinterpretar e diminuir o significado da liberdade cristã”.

“O Caminho Sinodal mostra mais submissão e obediência ao mundo e às ideologias do que a Jesus Cristo como Senhor e Salvador”, alertam também os bispos.

Em maio de 2021, padres e agentes pastorais da Igreja na Alemanha abençoaram casais homossexuais em um evento intitulado "O amor vence", em mais de 100 lugares em todo o país, com o apoio de vários bispos, como o presidente da conferência episcopal, dom Georg Bätzing, e em rebelião aberta contra a proibição explícita da Congregação para a Doutrina da Fé da Santa Sé, publicada em 15 de março daquele ano.

O cardeal Reinhard Marx, arcebispo de Munique, ex-presidente da Conferência Episcopal Alemã e um dos promotores do caminho sinodal, propôs em fevereiro o fim do celibato para os padres da Igreja Católica.

Em 31 de março, ele disse que  o Catecismo da Igreja Católica “não está gravado em pedra” e “também é permitido duvidar do que ele diz”.

Os bispos que querem aderir à carta fraterna podem escrever para episcopimundi2022@gmail.com

Você pode ler a carta fraterna completa neste link: https://www.acidigital.com/noticias/cardeais-e-bispos-advertem-caminho-sinodal-alemao-nao-vos-conformeis-com-este-mundo-68165.

Fonte: https://www.acidigital.com/

O Papa: confiemos a Maria a paz na Europa

Nossa Senhora Auxiliadora | Vatican News

Na audiência geral desta quarta-feira (04), Francisco, recordando que o mês de maio é dedicado à Mãe de Deus, exortou as pessoas a rezarem o terço todos os dias. E saudando os fiéis nas principais línguas da audiência, também em português, pediu-lhes que confiassem a paz no continente europeu à Virgem Maria.

Vatican News

No mês de maio, que começamos há pouco, o povo de Deus expressa com particular intensidade sua devoção à Virgem Maria. Neste mês tradicionalmente mariano, o Papa exorta as pessoas a rezarem o terço todos os dias. Nesta manhã, na audiência geral, dirigindo-se aos peregrinos na sua saudação em italiano, o Santo Padre convidou "todos a venerar a Mãe de Jesus com confiança filial: olhar para ela como mestre de oração e de vida espiritual". As mesmas palavras foram também dirigidas por Francisco aos fiéis de língua portuguesa:

Começamos há pouco o mês de maio, que tradicionalmente chama o povo cristão a multiplicar os gestos diários de veneração à Virgem Maria. O segredo da sua paz e coragem era esta certeza: ‘a Deus, nada é impossível’. Precisamos aprender isto com a Mãe de Deus; mostremo-nos agradecidos, rezando o terço todos os dias. Que Deus vos abençoe e Nossa Senhora vos proteja!

Confiar a paz na Europa a Maria

Ao saudar os fiéis de língua alemã, o Papa disse ainda:

Convido-vos a invocar sua intercessão por suas intenções pessoais, pelas intenções da Igreja e pela paz no mundo”.

Por fim, o Papa Francisco recordou que ontem, na Polônia, foi celebrada a solenidade da Bem-Aventurada Virgem Maria, Rainha do país. Aos fiéis poloneses, ele dirigiu estas palavras:

Em Jasna Góra vós recordastes do Beato Cardeal Wyszyński, que vos ensinou a confiar em Maria nos momentos mais difíceis da sua história. Seguindo seu exemplo, confiem à Santíssima Virgem o destino de sua pátria e a paz na Europa”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Floriano

S. Floriano | Canção Nova
04 de maio
São Floriano

São Floriano é o padroeiro dos bombeiros, protetor contra os incêndios e de todos os que combatem o fogo. É também protetor dos limpadores de chaminés. Ele viveu no século III d.C. Sua festa é celebrada no dia 4 de maio. Sua imagem conta a história de sua vida. Vamos conhece-la.

A farda de São Floriano

A farda de São Floriano, com detalhes em dourado e azul, revela que ele foi oficial do exército romano, ocupando um cargo acima do de centurião. De fato, ele atuou numa legião fixada na região da atual Áustria, no vale do rio Danúbio. Devido à sua inteligência, perspicácia e coragem, foi designado administrador militar numa vila chamada Noricum, onde sua legião se fixara.

A cruz na mão esquerda

A cruz na mão esquerda de São Floriano simboliza a fé cristã que ele professava mesmo sendo um oficial do exército romano. Fixado numa legião romana distante de Roma foi mais fácil para ele e para milhares de soldados viverem a fé cristã. Com efeito, um grande número de mártires cristãos dos séculos II e III eram soldados romanos.

O balde de São Floriano

O balde de São Floriano, às vezes segurado por ele, ou, às vezes, por um anjo, retrata a missão que ele assumiu em sua legião. Em determinada época do ano a região de Noricum era assolada por incêndios que ameaçavam seriamente a vila. Por isso, São Floriano treinou e coordenou um grupo de soldados que se tornaram especialistas no combate ao fogo. Este grupo passou a se chamar "Combatentes do Fogo". Certa vez, um grande incêndio surpreendeu a vila de madrugada. O fogo se alastrou tão rapidamente que os soldados não tiveram tempo para combatê-lo. Por isso, São Floriano fez uma oração pedindo a Deus um milagre. Em seguida, sentiu no coração o impulso de pegar um balde de água e atirá-la ao fogo. Quando fez isso, o fogo cessou imediatamente, para espanto de todos. Por causa disso, muitos soldados de sua legião se tornaram cristãos. E, também por causa disso, ele é o protetor dos bombeiros, protetor contra os incêndios e de todos os combatentes do fogo.

O anjo ao lado de São Floriano

O anjo ao lado de São Floriano significa o Mensageiro que levou seu pedido até Deus. Significa também a proteção de Deus para com todos aqueles que dedicam suas vidas pelo bem do próximo.

O estandarte branco com a cruz vermelha

O estandarte branco com a cruz vermelha sustentado pelo braço esquerdo de São Floriano significa que, além de ser cristão, ele propagou a fé cristã onde estava, principalmente entre os soldados de sua legião, sob seu comando. A cruz vermelha também simboliza o sangue de Cristo e dos mártires. São Floriano passará por esta dura prova de fé.

A pedra de moinho

A pedra de moinho ao lado de São Floriano nos fala de seu martírio. Por ordem do Imperador Diocleciano, o comandante da legião à qual São Floriano pertencia começou a agir contra os cristãos. Assim, ele prendeu São Floriano e mais quarenta soldados liderados por ele sob a acusação de terem se tornado cristãos. O comandante exigiu que eles renunciassem à fé em Jesus Cristo e adorassem ao imperador, que era visto em todo o império como um "deus". São Floriano e os demais soldados recusaram-se a obedecer, alegando que: 1) o imperador não era um "deus", mas Jesus Cristo, sim; 2) a fé em Cristo era um bem precioso demais; 3) a fé não atrapalhava o império e não era incompatível com a função dos soldados, mas, pelo contrário, enobrecia tal função. O comandante, porém, não aceitou tais argumentos e mandou torturar São Floriano e os quarenta soldados. Como eles permaneceram firmes, sem renunciar a Cristo, o comandante mandou mata-los. São Floriano foi amarrado a uma pedra de moinho e atirado no rio Ens, que banhava a vila. Assim, ele deu sua vida pelo fogo abrasador que é a fé em Jesus Cristo. Isso aconteceu em 4 de maio do ano 304 e este dia tornou-se o dia da festa de São Floriano.

Oração a São Floriano

"Ó Deus, que envia ao mundo homens e mulheres para nos lembrar que o seu amor está acima de todas as coisas, dai-nos, pela intercessão de São Floriano, buscar sempre a união convosco e com todas as pessoas de boa vontade. Por Cristo Nosso Senhor. Amém!"

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

terça-feira, 3 de maio de 2022

A dimensão ética da educação católica

A educação Católica | CNBB Norte 2

Dom Antônio de Assis
Bispo auxiliar de Belém do Pará (PA)

A DIMENSÃO ÉTICA DA EDUCAÇÃO CATÓLICA (Parte 18)

A identidade da educação católica traz consigo um modo próprio de se expressar; uma das suas mais profundas características é a dimensão ética. Na verdade, há uma natural relação entre educação e ética porque o desenvolvimento humano pressupõe respeito à verdade sobre a pessoa e a tudo aquilo que é justo e autêntico nos processos educativos.

A conexão ética também é necessária para garantir a boa qualidade das relações entre educador e educando, assegurar os conteúdos essenciais da formação e a justa metodologia. A dimensão ética da educação católica é essencial pois contribui para a preservação do seu rosto, dinamismo, finalidade, dimensões, amplos e profundos horizontes.

Uma vez que vivemos numa sociedade, muitas vezes, profundamente abalada por crises e escândalos de corrupção, somos convidados a aprofundar a nossa consciência de sermos educadores que tem um perfil específico, bases profundas, virtudes nobres, identidade própria.

Enfim, o elemento ético específico da educação católica, não é outro que o Amor. O amor educa incondicionalmente. Isso se expressa na relação inseparável entre ternura e firmeza, misericórdia e justiça, palavras e atitudes, métodos e finalidade, realidade presente e esperança. Por isso a Igreja sempre menção à figura do educador como Bom Pastor. Muito significativa é a frase de Dom Bosco: “Educação é coisa do coração”. Somente quem ama, está preparado para educar.

O sentido da ética na educação

O papel da ética na educação é aquele, preservá-la de tudo aquilo que contraria o legítimo desenvolvimento humano integral que está alicerçado no respeito incondicional pela dignidade humana.

 A ética tem a função de manter a íntima relação entre educação, verdade e justiça em relação aos recursos humanos que precisam ser desenvolvidos. Sem o espírito ético na gestão da educação, o educador corre o perigo de se tornar um tirano na relação com os seus educandos e as instituições estariam à deriva dos caprichos dos seus gestores. O caráter crítico da ética preserva a educação de ser atividade estratégica a serviço da manipulação do conhecimento.

A ética orienta a exposição dos conteúdos da educação afim de lhe garantir a devida fidelidade em vista do pleno desenvolvimento humano e estimula o justo respeito para com as etapas e exigências metodológicas dos processos educativos. Por exemplo, as exigências típicas da educação infantil são diferentes daquelas do ensino médio e do ensino superior.

A ética rege a educação alertando seus gestores para o respeito às condições básicas que garantem o sadio, íntegro e pleno processo de desenvolvimento do educando. O educador que zela pela dimensão ética do seu serviço deixa-se orientar, antes de tudo, pelas legítimas aspirações humanas que constituem as bases da natureza da educação. São legítimas aspirações humanas a felicidade, o amor, o respeito, a liberdade, a justiça, a paz, o bem-estar etc.

Ética na gestão educacional

Uma das realidades mais chocantes em nossa sociedade brasileira na atualidade é o drama da corrupção na área da educação. Esse mal, lamentavelmente, está em todos os níveis da gestão educacional; trata-se do desvio de recursos financeiros, da negligência da execução de políticas educacionais, do sucateamento do patrimônio escolar, violência na relação professor x aluno e vice-versa), aliciamento ideológico, abuso de autoridade, assédio moral e sexual, desvio de funções, negligência de conteúdos etc.

A ética na gestão educacional envolve a todos os sujeitos na diversidade de níveis de saberes, funções e atividades no zelo para com a promoção da educação. Em nível institucional a escola está ao centro com outras instituições educacionais.

Todo educador vinculado a uma instituição educacional, seja escola, fundação, instituto, universidade, é chamado a reavivar continuamente a consciência das suas responsabilidades morais e éticas para ser justo, honesto e transparente na gestão da educação, naquilo que lhe compete. As exigências morais são muitas, como por exemplo:  a obediência aos parâmetros institucionais que podem ser o projeto político pedagógico, o plano de desenvolvimento institucional com seus compromissos específicos; a fidelidade aos princípios e valores institucionais; o senso de respeito, comunhão e sinergia com as autoridades internas e colegas ( isso significa não isolar-se, não viver murmurando, ser capaz de somar caminhar com, falar a mesma linguagem…);  a consciência e atitudes que evidenciem o senso de corresponsabilidade; o cultivo de uma mentalidade interdisciplinar, aberta e diologante; a fidelidade para com o cronograma de exposição dos conteúdos programáticos; o sentido de pertença institucional que leva o educador a evitar tudo aquilo que possa prejudicar a instituição; a sensibilidade preventiva, a contribuição com atitudes de Responsabilidade Social da instituição etc. Por isso, a gestão de uma instituição educacional católica é sempre uma tarefa exigente. A fidelidade ao perfil da educação católica tem um alto preço que lhe pede a atitude de contínua renovação do seu ânimo e dos bons ideais.

Ética na relação educador e educando

Na relação educador educando está uma das mais exigentes e delicadas cargas de atitudes éticas para os educadores de modo geral, em suas mais variadas responsabilidades, seja na gestão, na secretaria, na disciplina, na sala de aula ou em outra função. Vejamos algumas dessas exigências éticas.

Respeito incondicional pelo ser humano: o estudante é, antes de tudo, uma pessoa merecedora de todo respeito; só educa quem é capaz de acolher, escutar, respeitar, servir o ser humano; esse princípio é de fundamental importância para o educador, seja professor, técnico ou gestor; educar é um serviço delicado que requer empatia, simpatia, confiança, paciência, consciência da necessidade de processo, acompanhamento. Essas atitudes são concretas e exigentes porque o educando não é um recipiente passivo que só recebe, mas é um sujeito inteligente, livre e responsável, capaz de interagir com o seu educador, mas em processo de amadurecimento e que precisa ser motivado.

A maturidade socioafetiva: a qualidade da relação entre um educador e um educando, depende muitas vezes da maturidade afetiva e do equilíbrio emocional e sexual do educador. Um educador desequilibrado nas dimensões socioafetiva e sexual, tende a incorrer em grave perigo de instaurar uma relação de violência com os seus educandos. Infelizmente, não são poucos os educadores condenados por aliciamento afetivo, abuso sexual, gratificações injustas, vingança, autoritarismo, injustiça nas avaliações, injúria, difamação, agressividade etc.

Discernimento e prudência: o bom educador é chamado a cultivar uma atitude de contínuo discernimento e prudência no relacionamento com seus educandos. As virtudes do discernimento e da prudência fortalecem o educador para que seja capaz de evitar a tomada de atitudes extremistas e agressivas no calor da pressão das circunstâncias de risco e posturas ambíguas. Essas duas virtudes orientam suas palavras, gestos, atitudes, decisões.

Ternura e firmeza:  o educador é chamado, em todas as ocasiões, a conservar o  equilíbrio entre razão e coração. A conjugação entre ternura e firmeza, se refere à íntima relação entre amor e verdade que sempre devem caminhar juntos (cfr. Sl 85,11); a verdade preservada, liberta e promove o sujeito. Quando um educador movido pela ternura e bondade, negligencia a verdade e oculta exigências necessárias para o educando, está sendo omisso no exercício da sua profissão. Por outro lado, a firmeza não deve ser confundida com grosseria.

Confidencialidade: o educador que zela pela relação com seus educandos atrai a confiança deles e passa a ser depositário dos mais profundos e íntimos conteúdos de confidências. Dessa forma, os educadores, muitas vezes, são chamados a se exercitarem na responsabilidade da educação paterna, fazendo todo o possível para não perder a confiança dos educandos por causa das confidências. A confiança traída é dolorosa e gera um profundo impacto negativo na pessoa traída. Quando um estudante perde a confiança no seu educador este já não terá mais sobre ele nenhum influxo positivo. A questão do sigilo e da confidencialidade são delicadas. Essa é uma questão a ser levada a sério quanto ao serviço de secretaria, disciplina, de conselho de classe, de orientação educacional, psicológica etc.

O reconhecimento dos limites da própria competência: esta é outra questão muito importante para um educador, bem como para outros profissionais. A educação envolve muitos saberes, ciências, competências, habilidades. Muitas vezes, é no ambiente escolar que são revelados graves problemas pessoais e familiares. Nem sempre o educador que acolhe uma confidência está habilitado profissionalmente para ajudar o estudante. É a hora do honesto reconhecimento de competências, da interdisciplinaridade, da motivação para o necessário e justo encaminhamento do caso para outro profissional. Essa passagem deve ser motivada, serena, prudente e segura.

PARA REFLEXÃO PESSOAL:

Você acha importante a reflexão sobre a ética na educação?

Qual aspecto da ética na educação você acha mais exigente?

Na sua opinião quais podem ser as consequências da falta de ética na educação?

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Cinco grandes poetas católicos

Dante Alighieri, são João da Cruz, Alexander Pope, santo Efrém, o Sírio, e
Gérard Manley Hopkins. Crédito: Domínio público

DENVER, 03 mai. 22 / 02:33 pm (ACI).- Quase ninguém lê, muito menos compra poesia, no entanto, durante séculos, se não milênios, os poetas foram considerados sábios visionários, cronistas de seu tempo e pessoas que podiam colocar em palavras o que os demais simplesmente aspiravam alcançar.

Mas assim como na antiguidade temos Homero e Virgílio, com o surgimento do cristianismo também surgiram grandes autores. A seguir, apresentamos cinco poetas:

1. Dante Alighieri (1265-1321)

“Dante e Shakespeare dividem o mundo entre eles, não há um terceiro”, assim disse o poeta anglicano T.S. Eliot, e ele provavelmente não estava errado. Mesmo que Dante não tivesse escrito sua "Comédia" - o adjetivo "Divina" veio logo após sua morte -, sua obra La Vita Nuova teria sido suficiente para lhe garantir um lugar na posteridade.

Ele, no entanto, escreveu a grande epopeia da trilogia cristã - embora a maioria das pessoas pare depois do Inferno - e durante a década de 1990 Dante teve entre seus tradutores ao inglês o ganhador do prêmio nobel Seamus Heaney, o poeta Robert Pinsky e W.S. Mervin.

Parte da atração é que Dante faz o que todos nós gostaríamos de fazer: depois de descer ao Inferno, subir ao Purgatório e depois ao Céu, e viver para contar a história. O fato de o poeta ter narrado essa viagem com um esquema conhecido como terza rima torna algumas partes particularmente memoráveis; de fato, a oração de são Bernardo à Santíssima Virgem Maria reaparece na Divina Comédia.

O próprio Dante era um católico sério, e papas como Bento XV, são Paulo VI e Francisco elogiaram sua genialidade e contribuição ao catolicismo.

2. São João da Cruz (1542-1591)

São João da Cruz compôs "A Noite Escura da Alma", título universalmente conhecido. No entanto, o santo espanhol foi um daqueles poetas que "viu o crânio debaixo da pele" e a alma dentro do cérebro.

Suas "Canções da alma que se alegra por ter alcançado o alto estado de perfeição, que é a união com Deus, pelo caminho da negação espiritual", traçam com notável celeridade e clareza, quão rápido a alma pode acabar em uma união mística com Nosso Senhor: “com sua mão serena / em meu colo soprava / e meus sentidos todos transportava”. Este poema também se encontra na Liturgia das Horas. O fato de são João ter composto a maior parte de sua poesia enquanto estava preso nas mãos da Ordem Carmelita, que tentava reformar, lhe dá ainda mais vigor e asas.

3. Alexander Pope (1688-1744)

Nasceu em uma família católica e foi educado principalmente em casa, até os doze anos, por padres católicos, porque as leis tornavam o anglicanismo a religião do Estado e impediam os membros de outras confissões de ter acesso uma educação convencional inclusive na universidade.

Pope, que frequentou algumas escolas católicas clandestinas e foi autodidata, sofria da doença de Pott, que afetou sua coluna e atrasou seu crescimento, por isso sua altura era de 1,37 metro.

Desde que se recusou a se render à nova igreja da coroa da Inglaterra, foi proibido de morar em Londres e, portanto, foi deixado de fora do cânone da era de Augusto da Inglaterra, com Jonathan Swift, Samuel Johnson e Samuel Pepys.

O que Alexander Pope fez? Ele escreveu poesias cujos versos são citados até hoje em diversos idiomas: "Um pouco de conhecimento é algo perigoso", "Os tolos precipitam-se onde os anjos temem pisar" e o inesquecível "Errar é humano, perdoar é divino."

Não contente em escrever alguns dos versos mais famosos da poesia inglesa, Pope também construiu seus famosos Jardins de Twickenham, permitindo que seu círculo literário saísse de Londres e o visitasse.

4. Santo Efrém, o Sírio (306-373)

Também conhecido como santo Efrém diácono e “A Harpa do Espírito Santo”, foi o eclesiástico que compreendeu a importância dos hinos, das canções inspiradas e da poesia não só na piedade popular, mas também na própria liturgia.

Como Pope, o que importa é toda a obra de santo Efrém, não tanto as obras individuais. E como são João da Cruz ele era certamente um místico, mas também um asceta.

A descrição de Alban Butler de santo Efrém é reveladora: “Sua aparência era certamente a de um asceta: ele era de baixa estatura, nos dizem, calvo, sem barba, com a pele enrugada e seca como um caco de cerâmica; sua roupa era toda remendada, da cor da sujeira, chorava muito e nunca ria”.

Apesar de sua extrema sobriedade e de se recusar à ordenação, inclusive ao diaconato que lhe foi imposto mais tarde em sua vida, ironicamente santo Efrém nos deu e nos dá alegria através de seus cantos e hinos, que são a glória da Igreja siríaca e seus inspirados poemas que, mesmo traduzidos continuam sendo edificantes.  

5. Gerard Manley Hopkins (1844-1889)

Gérard Manley Hopkins se converteu ao catolicismo e mais tarde foi ordenado padre jesuíta. É um dos raros inovadores da poesia vitoriana, embora sua fama e inovações, como o chamado "ritmo saltado", tenham sido reconhecidas apenas depois de sua morte.

Hopkins estava tão à frente em termos de invenção poética que ninguém sabia o que fazer com isso, até que o modernismo (1900-1950) reconheceu que nele a poesia inglesa havia dado um grande salto.

Seu uso do cavalgamento (passar de uma linha para outra) é impressionante e impulsivo. Por exemplo, no poema "A grandeza de Deus": "Reúne em uma grandeza, como o exsudato de óleo / Esmagado". Em todas as outras eras, a palavra "Esmagado" apareceria na mesma linha de "óleo"; mas Hopkins entendeu o nível visual (assim como o sonoro) da poesia, e a queda dessa palavra a torna ainda mais eficaz.

Hopkins era um britânico convertido ao catolicismo e sua adesão à Companhia de Jesus o afastou de sua família por um tempo. No entanto, sua influência sobre os poetas da primeira metade do século XX não pode ser subestimada e meia dúzia de seus poemas aparecem nos quatro volumes do Ofício Divino.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF