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domingo, 22 de fevereiro de 2015

O CAMINHO DE PEDRO

Roma, Bento XVI disse: “Ora, confiamos a Santa Igreja aos cuidados do seu Sumo Pastor, Nosso Senhor Jesus Cristo”. Na Audiência Geral de Quarta-feira de Cinzas, acrescentou: Sustenta-me e ilumina-me a certeza de que a Igreja é de Cristo, à qual não poderá faltar Sua condução e Seu cuidado”. Palavras fundamentais para recordar a todos a identidade da Igreja: não uma instituição como outra, mas uma entidade criada por Jesus Cristo como comunidade de fé que, nos séculos, atravessou diversas culturas, leva aos Continentes a mensagem e o testemunho da obra do Senhor Deus dos homens. Uma obra realizada mediante a estirpe de Abrão e o Povo da Antiga Aliança, concretizados na pessoa de Jesus de Nazaré, Palavra e Acontecimento, Filho de Deus que nos revela o Pai para revelar a dignidade e o destino de cada pessoa humana. 
Em uma série de textos e de imagens, a Rádio Vaticano, graças ao trabalho do biblista Pe. Francesco Rossi De Gasperis, e das fotos gentilmente emprestadas pelo Pe. Giuliano Savina, pároco de duas igrejas em Milão e por Giusy Capra do Ordo Virginum da mesma Igreja ambrosiana, propõe em seu site, no Facebook e nos Boletins em diversas línguas, o material para aprofundar a realidade do Corpo de Cristo que é a Igreja e o significado do Ministério do Bispo de Roma, Sucessor de Pedro.
O Cristianismo não é de per si uma religião entre todas sobre a Terra. Estas são uma tentativa dos homens de se colocarem em relação com o Transcendente. Estas são o resultado da procura de Deus e criam símbolos, ritos, linguagens e orações da civilização na qual nascem e se desenvolvem. Também o Cristianismo assumiu alguns destes sinais e símbolos. Mas este muito mais que uma religião: nasce da procura do Homem, da pessoa humana, da parte de Deus. Este é antes de tudo uma única fé oferecida pelo Senhor à humanidade, desde Abraão até Jesus, para entrar em contato com ela e se revelar a si mesmo.
O Cristianismo é uma fé na Palavra e no Encontro. O Evento-Palavra vivente e escrita inspirada pelo Pai que por sua vez inspira e, graças ao Espírito Santo, torna válido e eficaz o dinamismo interno de todas as etapas da história humana, que aconteceram da Criação até à glória escatológica. É Jesus o Nazareno (= descendente de Davi), o Filho Encarnado, feito pelo Pai, Cristo (Messias) glorioso e Senhor mediante Sua ressurreição dos mortos (Rm 1,1-4). O Mistério de sua transfiguração gloriosa, operada através de Sua Páscoa de morte e de ressurreição, unifica e conduz a existência de todos os seres e de toda a realidade do universo no tempo e na eternidade.
É Ele, o hebreu, o filho de Maria e de Israel, que na realidade de Sua Pessoa historiciza e, em perfeita continuidade entre Seu corpo terreno e o Seu corpo gloriosos, promove e assegura pela eternidade a permanência e a validade da história na glória celeste. É Ele que garante a identidade e a unidade dinâmica ente as várias etapas da Antiga e da Nova Aliança, não através de um simples processo de transformação, mas através de uma transfiguração conduzida pelo Pai com a assunção da humanidade da Terra ao Céu: de Abrão a Abraão, de Jacó a Israel, de Simão filho de Jonas a Kephas (=Pedro), de Saulo a Paulo...Nele recebem sentido e solidariedade eterna a eleição de Abrão e a do Rei Davi, os Doze de Jacó e os doze de Jesus, o ministério de Moisés e o de Simão-Pedro, a maternidade de Maria mãe de Jesus e da Igreja. 
(Monte Sinai, Convento de Santa Catarina, século IV).
Bento XVI explicou este conceito com as seguintes palavras: “Neste Tempo de Quaresma, no Ano da Fé, renovamos nosso compromisso no caminho de conversão, para superar a tendência de nos fecharmos em nós mesmos e por dar, ao contrário, espaço para Deus, olhando com os seus olhos a realidade diária. À alternativa entre o fechamento em nosso egoísmo e a abertura ao amor de Deus e aos outros, poderemos dizer que corresponde a alternativa das tentações de Jesus: alternativa, isto é, entre o poder humano e o amor pela Cruz, entre uma redenção vivida somente com os bens materiais e uma redenção como obra de Deus, no qual tivemos a primazia na existência. Converter-se significa não fechar-se na busca do próprio sucesso, do próprio prestígio, da própria posição, mas fazer com que todo dia, nas pequenas coisas, a fé em Deus e o amor se tornem a coisa mais importante. Enquanto saibamos, dia a dia, nossa compreensão da economia de Deus em nossa história seja sempre maior, experimentamos em nós a consolação da Palavra e do Espírito Santo no Abba-Pai.
(Rádio Vaticano).

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF