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terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Papa e o Patriarca de Moscou: Defendamos a vida, a família e busquemos a reconciliação

Foto : O Papa Francisco e o Patriarca Kirill de Moscou / Crédito : Captura do YouTube CTV
HAVANA, 13 Fev. 16 / 12:51 pm (ACI).- O Papa Francisco e o Patriarca ortodoxo russo Kirill de Moscou assinaram ontem no aeroporto internacional José Martí de Havana (Cuba) uma declaração conjunta que ressalta a importância da defesa da vida e o valor da família tradicional, conformada por um homem e uma mulher.
Em declarações aos jornalistas, o Papa Francisco explicou que o texto “não é uma declaração política. Não é tampouco uma declaração sociológica. É uma declaração pastoral também quando fala do secularismo e de temas concretos como a manipulação genética e esse tipo de coisas”.
“Repito, é pastoral”. É o resultado do diálogo de “dois bispos que se encontram com preocupações pastorais” e “isto me deixa contente”, acrescentou o Santo Padre.
Na declaração, o Papa e o Patriarca afirmam que “a família é o centro natural da vida humana e da sociedade. Estamos preocupados com a crise da família em muitos países. Ortodoxos e católicos partilham a mesma concepção da família e são chamados a testemunhar que ela é um caminho de santidade, que testemunha a fidelidade dos esposos nas suas relações mútuas, a sua abertura à procriação e à educação dos filhos, a solidariedade entre as gerações e o respeito pelos mais vulneráveis”.
“A família funda-se no matrimônio, ato de amor livre e fiel entre um homem e uma mulher. É o amor que sela a sua união e os ensina a acolher-se reciprocamente como um dom”, acrescenta.
“Lamentamos que outras formas de convivência já estejam postas ao mesmo nível desta união, ao passo que o conceito, santificado pela tradição bíblica, de paternidade e de maternidade como vocação particular do homem e da mulher no matrimônio, seja banido da consciência pública”, indica ainda o texto assinado em ocasião histórica, onde um Romano Pontífice e o Patriarca dos Ortodoxos de Moscou se encontraram pela primeira vez em quase mil anos.
Por outro lado, ambos líderes fizeram um chamado a que se respeite “o direito inalienável à vida. Milhões de crianças são privadas da própria possibilidade de nascer no mundo. A voz do sangue das crianças não nascidas clama a Deus”.
A declaração que assinaram Francisco e o Patriarca também rechaça a eutanásia e indica que esta “faz com que as pessoas idosas e os doentes comecem a sentir-se um peso excessivo para as suas famílias e a sociedade em geral”.
“Estamos preocupados também com o desenvolvimento das tecnologias reprodutivas biomédicas, porque a manipulação da vida humana é um ataque aos fundamentos da existência do homem, criado à imagem de Deus. Consideramos nosso dever lembrar a imutabilidade dos princípios morais cristãos, baseados no respeito pela dignidade do homem chamado à vida, segundo o desígnio do Criador”, assinala a declaração que consta de 30 pontos programáticos.
Outro dos temas mais importantes do texto foi o genocídio contra os cristãos no Oriente Médio sobretudo na Síria e Iraque.
“Na Síria, no Iraque e em outros países do Oriente Médio, constatamos, com amargura, o êxodo maciço dos cristãos da terra onde começou a espalhar-se a nossa fé e onde eles viveram, desde o tempo dos apóstolos, em conjunto com outras comunidades religiosas”, expressaram.
Do mesmo modo, fizeram um chamado à comunidade internacional: “Pedimos a ação urgente da Comunidade internacional para prevenir uma nova expulsão dos cristãos do Oriente Médio. Ao levantar a voz em defesa dos cristãos perseguidos, queremos expressar a nossa compaixão pelas tribulações sofridas pelos fiéis de outras tradições religiosas, também eles vítimas da guerra civil, do caos e da violência terrorista”.
Entre os demais pontos do texto o Papa e o Patriarca Kirill pedem proteção para a liberdade religiosa, a unidade dos cristãos e a convivência harmoniosa com outras religiões, falam contra a pobreza e a miséria e deixam uma mensagem de ânimo aos jovens.
Os presentes
O Papa Francisco deu de presente ao Patriarca Kirill de Moscou um relicário que contém relíquias de São Cirilo, um dos patronos da Europa, que estavam na paróquia de São Clemente em Roma. Vale recordar que o nome Kirill em russo é o nome Cirilo em latim.
Também deu ao patriarca um cálice e uma patena feitos de prata. Estes obséquios têm gravado “Presente do Papa Francisco a Sua Santidade o Patriarca Kirill”.
O último presente foi a encíclica Laudato Si´ autografada e encadernada em couro branco.
Por sua parte o Patriarca Kirill lhe deu de presente ao Papa uma réplica da imagem da Virgem de Kazán, considerada a “Protetora da Rússia”.
acidigital

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF