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sábado, 5 de agosto de 2017

Transfiguração do Senhor

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+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
No centro da passagem da Transfiguração encontra-se o convite do Pai para escutar a voz de Jesus Cristo: Este é o meu Filho amado, no qual eu pus todo meu agrado. Escutai-o” (Mt 17,5). Esta é a atitude a ser cultivada por todos nós. Este é o caminho para que a “transfiguração” aconteça na vida das pessoas, das famílias e da sociedade, tantas vezes, desfiguradas pelas situações de pecado ou de angústia causada pela grave crise que sofremos.
É preciso ter a sua Palavra “diante dos olhos, como lâmpada que brilha em lugar escuro, até clarear o dia e levantar-se a estrela da manhã em nossos corações”, conforme a Segunda Carta de Pedro. Para isso, necessitamos ser discípulos que se disponham a subir a “alta montanha”, conforme a expressão empregada por Mateus (Mt 17,1); “para orar”, segundo explicita Lucas (Lc 9,28).
Contudo, o discípulo não sobe sozinho o monte da Transfiguração; não realiza tal experiência por sua própria conta. “Sobe” porque o Senhor o “toma consigo”. A graça de Deus precede e acompanha a subida; a acolhida da graça nos leva a caminhar para o alto. Além disso, o discípulo não sobe só, mas em comunhão; sobem juntos! Os discípulos que vivem da oração e da escuta da Palavra se revelam, ao mesmo tempo, como discípulos em comunhão.
Aqueles que sobem o Tabor, uma vez encontrando-se com o Senhor transfigurado, não podem se instalar comodamente sobre o monte, ainda que seja sincero o desejo de construir tendas e de lá permanecer. É preciso descer o Monte para a missão, na certeza que o Senhor ressuscitado nos acompanha e sustenta. Jesus tocando os discípulos disse-lhes: “levantai-vos e não tenhais medo”. E eles desceram em direção à multidão, especialmente, aos doentes e a toda a gente sofrida.
Devemos sair ao encontro das ovelhas feridas e caminhar em busca das ovelhas desgarradas, revelando-lhes o rosto misericordioso de Jesus. A Igreja orante, que vive da Palavra e da Eucaristia, se faz Igreja solidária e servidora dos que mais sofrem. A Igreja que contempla a glória do Senhor sobre o monte Tabor se dispõe a contemplar o rosto de Cristo Sofredor no calvário, reconhecendo-o nas feições dos pobres, dos enfermos e das vítimas das muitas formas de violação à vida e à dignidade das pessoas.  É preciso subir o Tabor para dispor-se a subir o Calvário, com Cristo.
Neste primeiro domingo do mês vocacional, somos convidados a rezar especialmente pelas vocações sacerdotais, refletindo sobre a sua importância na Igreja. Agradeçamos cordialmente a dedicação pastoral de nossos padres e rezemos por eles, para que sejam fiéis e felizes na vivência do sacerdócio, contando sempre com a graça de Deus, com a oração e o apoio da comunidade.
Arquidiocese de Brasília

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF