Translate

domingo, 2 de setembro de 2018

22º Domingo do tempo Comum: Ouvintes e praticantes da Palavra

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
Qual é o tempo que dedicamos à leitura e à meditação da Bíblia? Qual é o lugar que ocupa a Bíblia na sua vida e na vida da sua família? Estamos iniciando o mês especialmente dedicado à Bíblia. Nele, somos convidados a refletir sobre como temos escutado e praticado a Palavra de Deus. Não podemos caminhar sem a luz da Palavra de Deus que orienta os nossos passos. Neste mês, temos um tempo mais intenso de exercício espiritual bíblico para continuar a dar a devida atenção à Palavra no ano todo. É necessário dedicar mais tempo à leitura orante da Bíblia para por em prática a Palavra de Deus. Por isso, leia a Bíblia, ainda que um breve trecho, todos os dias!
Nas missas da maior parte dos domingos do Tempo Comum deste Ano Litúrgico, a Igreja proclama o Evangelho segundo Marcos. O que ocorre na celebração eucarística deve se prolongar na vida. Por isso, procure fazer a leitura orante deste Evangelho. Pode-se, de modo especial, retomar a passagem proclamada no domingo.
A Liturgia da Palavra deste domingo nos convida a sermos ouvintes e praticantes da Palavra. O refrão do Salmo 14, hoje rezado, traz uma pergunta fundamental para a vida cristã: “Senhor quem morará em vossa casa e no vosso monte santo habitará?” A resposta encontra-se no próprio Salmo e nas leituras da missa de hoje.
Conforme o Evangelho proclamado, os fariseus e mestres da lei questionavam Jesus a respeito da observância das leis e costumes pelos seus discípulos. Eles seguiam “preceitos humanos”, a “tradição dos homens”, que o povo tinha dificuldade de conhecer e praticar, ao invés do observarem o “mandamento de Deus”. Jesus os chama de “hipócritas”, por honrarem a Deus com os lábios, mas não com o coração. Ele aproveita a ocasião para ensinar a multidão a respeito daquilo que torna impuro o homem, isto é, o que sai “de dentro do coração humano” (Mc 7,21). Ao invés de preocupar-se com aparências, como faziam os fariseus e como costuma acontecer ainda hoje, é preciso cuidar do interior, do “coração”, a fim de agradar a Deus e praticar a sua Palavra.
O Deuteronômio nos exorta a “guardar os mandamentos”, a “por em prática” a Palavra de Deus como condição para ter a vida (Dt 4,1). Muito diferente da postura dos fariseus perante a Lei, o Deuteronômio ressalta a necessidade da fidelidade e obediência à Palavra, sem jamais deturpar o seu sentido (Dt 4,2). A Carta de São Tiago também nos exorta a sermos “praticantes da palavra e não meros ouvintes”, para “não se deixar contaminar pelo mundo”, ressaltando a caridade para com os pobres e sofredores, tão necessária em nossos dias, enquanto testemunho pessoal e comunitário da fé.
O Povo de Deus / Arquidiocese de Brasília

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF