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sábado, 28 de junho de 2025

Por que os católicos devem ajudar os cristãos do Líbano

Antoine Mekary | ALETEIA

Daniel R. Esparza - publicado em 25/06/25

O Patriarca Maronita exortou a comunidade internacional a apoiar as comunidades cristãs remanescentes na região como um investimento estratégico na estabilidade.

O Cardeal Bechara Raï, Patriarca da Igreja Católica Maronita, adverte que a contínua migração de cristãos do Oriente Médio poderia desestabilizar toda a região, removendo uma força vital para a moderação.

“Os cristãos contribuíram para formar um Islã moderado”, disse o Cardeal Raï em uma entrevista à Ajuda à Igreja que Sofre (ACN). “Se o Oriente Médio for esvaziado de cristãos, os muçulmanos perderão a sua moderação.”

As observações do patriarca ocorrem em meio à contínua turbulência na Síria, no Iraque e no Líbano, onde a guerra, a pobreza e a insegurança levaram dezenas de milhares a emigrar. No Líbano, o único país da região onde os cristãos não são uma minoria, as condições se deterioraram.

Segundo o Banco Mundial, a pobreza aumentou de 12% em 2012 para 44% em 2022. Nesse período, o Líbano também caiu 23 posições no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU. Desde então, naturalmente, o Líbano sofreu a ofensiva de Israel contra o Hezbollah, com muitas áreas destruídas.

Eles dependem da ajuda da Igreja

Enquanto os muçulmanos no Líbano frequentemente recebem apoio de países muçulmanos vizinhos, Raï afirmou que os cristãos dependem quase inteiramente de instituições da Igreja — muitas das quais estão sob severa pressão financeira.

“Os cristãos estão pobres, e isso afeta o acesso a alimentos, medicamentos e cuidados hospitalares”, observou ele.

O Cardeal Raï, de 85 anos, pediu aos governos que mudem sua abordagem em relação às comunidades cristãs na região.

“Não se trata de focar em números, mas no valor que a presença dos cristãos acrescenta”, disse ele.

Ele apontou para as escolas católicas, muitas das quais atendem a um corpo discente majoritariamente muçulmano, como exemplos do tipo de coexistência que é possível.

“No sul, em nossas escolas católicas, todos os alunos são muçulmanos. Essas escolas fazem de tudo para permanecer abertas — especialmente nas montanhas — para o bem dos cidadãos.”

Ele contrastou as proteções constitucionais do Líbano para a coexistência cristã-muçulmana com a situação na Síria, no Iraque e na Jordânia, onde os cristãos são frequentemente considerados cidadãos de segunda classe.

“O modelo libanês inclui valores cristãos e muçulmanos. Queremos que continue assim — não apenas para o Líbano, mas também para a Síria e o Iraque”, disse ele.

O cardeal também alertou para as consequências a longo prazo da "fuga de cérebros" que o Líbano tem enfrentado, com cerca de 77.000 profissionais deixando o país apenas em 2021. “Há o perigo de que cristãos e muçulmanos emigrem, e então quem controlará a Síria? Quem controlará o Iraque? Quem controlará o Egito? Ninguém sabe.”

Estratégia de estabilidade

O Patriarca Maronita instou a comunidade internacional a apoiar as comunidades cristãs remanescentes na região — não como uma questão de solidariedade religiosa, mas como um investimento estratégico na estabilidade.

“Se eles forem forçados a sair, as consequências não serão apenas espirituais — serão políticas.”

As instituições de caridade que apoiam os cristãos no Líbano incluem a Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), a Associação Católica de Bem-Estar do Oriente Próximo (CNEWA) e a Catholic Relief Services (CRS).

Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/06/25/por-que-os-catolicos-devem-ajudar-os-cristaos-do-libano/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF