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domingo, 12 de janeiro de 2020

Festa do Batismo do Senhor

+ Dom Sérgio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
Concluindo o Tempo do Natal, a Igreja celebra a festa do Batismo do Senhor. O Evangelho segundo Mateus, hoje proclamado, narra o fato que motiva esta festa litúrgica. Trata-se de um momento decisivo da manifestação de Jesus Cristo ao mundo, como Filho de Deus Salvador e Messias-Servo. Embora o testemunho de João Batista a respeito de Jesus fosse muito importante, o Evangelho enfatiza o testemunho maior do Espírito e do Pai, revelando quem é Jesus Cristo.
Neste Tempo de Natal, podemos afirmar que no Batismo do Senhor ocorre um prolongamento da Epifania, há pouco celebrada, isto é, uma espécie de “segunda Epifania”, despertando em nós a fé em Jesus Cristo. Os dois momentos de manifestação de Jesus Cristo como Salvador são marcados pela simplicidade, assumindo ele inteiramente a nossa condição humana. No nascimento, através da fragilidade de uma criança envolta em faixas e deitada na humilde manjedoura; no Batismo, ao se colocar no meio do povo pecador que se aproximava de João Batista em busca de conversão.
Em Jesus Cristo, cumpre-se plenamente a profecia de Isaías sobre o “Servo” eleito e amado por Deus, no qual repousa o Espírito. Meditamos, hoje, o primeiro dentre os quatro cânticos de Isaías a respeito do Servo de Javé e de sua missão. O que Isaías anuncia aplica-se a Jesus, segundo o relato do Evangelho: “Eis o meu servo – eu o recebo; eis o meu eleito – nele se compraz minha alma; pus meu espírito sobre ele” (Is 42,1).
No nosso Batismo, o amor do Pai também se faz sentir, acolhendo a cada um de nós como seu “filho amado”. O Batismo cristão é oferecido a todos e não apenas ao povo da Antiga Aliança. O apóstolo Pedro reconhece que “Deus não faz distinção entre as pessoas” (At 10,34). Por isso, os que clamam a Deus como Pai querido são chamados a reconhecer e a tratar a todos como irmãos.
Aproveitemos esta festa litúrgica para agradecer a Deus a graça do Batismo recebido e para refletir a respeito de nossa vida batismal, a ser vivida com maior empenho durante este ano, através da participação na Igreja e do testemunho cristão cotidiano. Valorizar o Batismo implica também em ajudar os que não são batizados a acolherem a graça do Batismo e motivar os pais a batizarem seus filhos. É necessário dar maior atenção aos que receberam o batismo, mas não seguem a Cristo, nem participam da vida da Igreja. É cada vez mais importante, em nossos dias, testemunhar a fé em Cristo, com simplicidade e coragem, buscando sempre com a graça de Deus.
Arquidiocese de Brasília / O Povo de Deus

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF