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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Do Comentário sobre o Livro dos Provérbios, de Procópio de Gaza, bispo

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Do Comentário sobre o Livro dos Provérbios, de Procópio de Gaza, bispo

(Cap.9:PG 87-1,1299-1303)                 (Séc.VI)
A Sabedoria de Deus misturou o vinho e pôs a mesa para nós
A Sabedoria construiu para si uma casa. O poder por si subsistente de nosso Deus e Pai preparou para si próprio uma casa: o universo onde ele habita por sua virtude. No universo colocou também o homem que ele criou à sua imagem e semelhança, composto de natureza visível e invisível.
Ergueu, então, sete colunas. O Espírito Santo deu os seus sete dons ao homem depois de criado e conformado a Cristo, para que cresse em Cristo e observasse seus mandamentos. Por estes dons, o homem espiritual chega à perfeição e se fortalece, pelo enraizamento na fé, na participação da vida sobrenatural. Sua fortaleza é dinamizada pela ciência, enquanto que sua ciência se manifesta pela fortaleza.
Assim, a natural nobreza do espírito humano é elevada pelo dom da fortaleza, e predisposta a procurar com fervor e a desejar inteiramente as vontades divinas, pelas quais tudo foi criado. Pelo dom do conselho, torna-se capaz de distinguir, entre o que é falso e as santíssimas vontades de Deus, incriadas e imortais. Deste modo tornamo-nos capazes de as meditar, ensinar e cumprir. Pelo dom da prudência, enfim, somos levados a aprovar e aceitar estas mesmas vontades e não outras. Estas três virtudes exaltam o natural esplendor do espírito.
Misturou em sua taça o vinho e preparou a mesa. Neste homem, em quem, como em uma taça, mesclam-se a natureza espiritual e a corpórea, Deus uniu à ciência das coisas o conhecimento dele próprio como o criador de tudo. Este dom da inteligência, tal qual o vinho, faz o homem embriagar-se de tudo quanto se refere a Deus. Sendo assim, graças a ele,que é o pão celeste, nutrindo as almas pela virtude e inebriando e deleitando pela doutrina, a Sabedoria dispõe tudo como as iguarias do celeste banquete para os que dele desejam participar.
Enviou os seus servos, chamando-os em alta voz à sua mesa, dizendo. Enviou os apóstolos, a serviço de sua divina vontade na proclamação do Evangelho, que provindo do Espírito está acima de toda a lei, quer escrita, quer natural, a fim de chamar todos a si. Nele próprio, como numa taça, mediante o mistério da encarnação, fez-se a mistura admirável das naturezas divina e humana, de maneira pessoal, isto é hipostática, sem confusão. Enfim, pelos apóstolos ele proclama: Quem é insensato, venha a mim. Quem é insensato, porque julga em seu coração que Deus não existe, abandone a impiedade, venha a mim pela fé, e saiba que sou eu o criador de tudo e Senhor.
Aos carentes de sabedoria ele diz: Vinde, comei comigo o meu pão e bebei o vinho que misturei para vós. Tanto àqueles que não têm obras da fé quanto aos mais perfeitos em sua doutrina ele chama: “Vinde, comei o meu corpo que à semelhança do pão dos fortes vos nutre; e bebei o meu sangue, que como vinho de doutrina celeste vos deleita e conduz à deificação; pois de modo admirável misturei o sangue à divindade para vossa salvação”.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Da Vida eslava de Constantino

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 Cirilo e Metódio - os fundadores do alfabeto russo - lingua da Rússia (RUSSOBRAS)

Cirilo, natural de Tessalônica, recebeu uma excelente formação em Constantinopla. Juntamente com seu irmão, Metódio, dirigiu-se para a Morávia, a fim de pregar a fé católica. Ambos compuseram os textos litúrgicos em língua eslava, escritos em letras que depois se chamaram “cirílicas”. Chamados a Roma, ali morreu Cirilo, a 14 de fevereiro de 869. Metódio foi então ordenado bispo e partiu para a Panônia, onde exerceu intensa atividade evangelizadora. Muito sofreu por causa de pessoas invejosas, mas sempre contou com o apoio dos Pontífices Romanos. Morreu no dia 6 de abril de 885 em Velehrad (República Tcheca). O Papa João Paulo II proclamou-os patronos da Europa junto com São Bento.
(Cap.18: Denkschriften der kaiserl. Akademie der Wissenschaften, 19, Wien 1970, p. 246)

Fazei crescer a vossa Igreja e a todos reuni na unidade
Constantino Cirilo, fatigado por muitos trabalhos, caiu doente; e quando já havia muitos dias que suportava a enfermidade, teve uma visão de Deus e começou a cantar: “O meu espírito alegrou-se e o meu coração exultou, quando me disseram: Vamos para a casa do Senhor”.
Depois de ter revestido as vestes de cerimônia, assim permaneceu todo aquele dia, cheio de alegria e dizendo: “A partir de agora, já não sou servo nem do imperador nem de homem algum na terra, mas unicamente do Deus todo-poderoso. Eu não existia, mas agora existo e existirei para sempre. Amém”. No dia seguinte, vestiu o santo hábito monástico e, acrescentando luz à luz, impôs-se o nome de Cirilo. E assim permaneceu durante cinquenta dias.
Chegada a hora de encontrar repouso e de emigrar para as moradas eternas, erguendo as mãos para Deus, orava com lágrimas: “Senhor meu Deus, que criastes todos os anjos e os espíritos incorpóreos, estendestes o céu, fixastes a terra e formastes do nada todas as coisas que existem; vós que sempre ouvis aqueles que fazem vossa vontade, vos temem e observam vossos preceitos, atendei a minha oração e conservai na fidelidade o vosso rebanho, a cuja frente me colocastes, apesar de incompetente e indigno servo.
Livrai-o da malícia ímpia e pagã dos que blasfemam contra vós; fazei crescer a vossa Igreja e a todos reuni na unidade. Tornai o povo perfeito, concorde na verdadeira fé e no reto testemunho; inspirai aos seus corações a palavra da vossa doutrina; porque é dom que vem de vós ter-nos escolhido para pregar o Evangelho de vosso Cristo, encorajando-nos a praticar as boas obras e a fazer o que é de vosso agrado. Aqueles que me destes, a vós entrego, porque são vossos; governai-os com vossa mão poderosa e protegei-os à sombra de vossas asas, para que todos louvem e glorifiquem o vosso nome, Pai, Filho e Espírito Santo. Amém”.
Depois de ter beijado a todos com o ósculo santo, disse: “Bendito seja Deus que não nos entregou como presa aos dentes de nossos invisíveis adversários, mas rompeu suas armadilhas e nos libertou do mal que tramavam contra nós”. E assim adormeceu no Senhor, com quarenta e dois anos de idade.
O Sumo Pontífice ordenou que todos os gregos que estavam em Roma, juntamente com os romanos, se reunissem junto de seu corpo com velas acesas e cantando; e que suas exéquias fossem celebradas do mesmo modo como se celebram as do próprio Papa. E assim foi feito.
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domingo, 12 de fevereiro de 2017

Do Comentário sobre o Diatéssaron, de Santo Efrém, diácono

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(1,18-19:SCh 121,52-53)       (Séc.IV)

A Palavra de Deus, fonte inexaurível de vida
Que inteligência poderá penetrar uma só de vossas palavras, Senhor? Como sedentos a beber de uma fonte, ali deixamos sempre mais do que aproveitamos. A palavra de Deus, diante das diversas percepções dos discípulos, oferece múltiplas facetas. O Senhor coloriu com muitos tons sua palavra. Assim, quem quiser conhecê-la, pode nela contemplar aquilo que lhe agrada. Nela escondeu inúmeros tesouros, para que neles se enriqueçam todos os que a eles se aplicarem.
A palavra de Deus é a árvore da vida a oferecer-te por todos os lados o fruto abençoado, à semelhança do rochedo fendido no deserto que, por todo lado, jorrou a bebida espiritual. Comiam, diz o Apóstolo, do alimento espiritual e bebiam da bebida espiritual.
Se, portanto, alguém alcançar uma parcela desse tesouro, não pense que este seja o único conteúdo desta palavra, mas considere que encontrou apenas uma porção do muito nela contido. Se só esta parcela esteve a seu alcance, não diga que essa palavra seja pobre e estéril, nem a despreze. Pelo contrário, visto que não pode abraçá-la totalmente, dê graças por sua riqueza. Alegra-te por seres vencido, não te entristeças por te ultrapassar. O sedento enche-se de gozo ao beber e não se aborrece por não poder esgotar a fonte. Vença a fonte a tua sede, mas não vença a tua sede a fonte. Pois, se tua sede se sacia sem que a fonte se esgote, quando estiveres novamente sedento, dela poderás beber. Se, porém, saciada tua sede também se secasse a fonte, tua vitória redundaria em mal.
Dá graças, então, pelo que recebeste. Pelo que ainda restou e transbordou não te entristeças. Aquilo que recebeste e a que chegaste é a tua parte. O que sobrou é tua herança. Se, por fraqueza tua, em uma hora não consegues entender, em outras horas, se perseverares, poderás recebê-lo. Não te esforces, com maligna intenção, por beber de um só trago aquilo que não pode ser tomado de uma vez. Não desistas, por indolência, de tomá-lo aos poucos.
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A dignidade humana é inviolável desde a concepção até o último suspiro, diz o Papa

Photo published for Papa Francisco: Acolher e proteger a vida desde a concepção até a morte natural


VATICANO, 10 Fev. 17 / 05:00 pm (ACI).- “Em primeiro lugar está a dignidade inviolável de cada pessoa humana, desde o momento da concepção até o seu último suspiro”, afirmou o Papa Francisco na manhã de hoje, no Vaticano, durante a audiência aos participantes no encontro da Comissão Caridade e Saúde da Conferência Episcopal Italiana.
Na Sala Clementina do Palácio Apostólico do Vaticano, o Santo Padre advertiu contra a cultura do descarte, “que penaliza os mais fracos”, e pediu que se coloque no centro dos cuidados de saúde aos doentes e não os deixe em segundo plano.
O Pontífice elogiou o trabalho de muitos profissionais de saúde, “que com as suas mãos tocam todos os dias na carne de Cristo que sofre, e isso é uma grande honra e uma grande responsabilidade”.
Também se referiu aos voluntários “que, com generosidade e competência, tudo fazem para aliviar e humanizar os longos e difíceis dias de tantos doentes e idosos solitários, sobretudo os pobres e indigentes”.
O Papa indicou que vivemos em um tempo marcado por “fortes mudanças sociais e culturais e, atualmente, podemos constatar uma situação de luzes e sombras”.
Em relação às luzes, reconheceu que, “certamente, a pesquisa científica registrou avanços  e estamos agradecidos pelos preciosos resultados obtidos para curar, se não mesmo derrotar, algumas patologias”.
Nesse sentido, expressou confiança de que “esse mesmo empenho seja assegurado para as doenças raras e esquecidas, às quais nem sempre é dada a devida atenção, com o risco de dar lugar a novos sofrimentos”.
Entretanto, “juntamente com as luzes existem algumas sombras que ameaçam prejudicar o sofrimento dos nossos irmãos e irmãs doentes”, advertiu.
Nesse sentido, assinalou que “o setor no qual a cultura do descarte evidencia as suas consequências dolorosas é, precisamente, o da saúde. Quando a pessoa doente não é colocada no centro e considerada na sua dignidade, geram-se atitudes que podem levar até mesmo a especular sobre as desgraças dos outros. E isto é muito grave!”.
Para prevenir que essa cultura do descarte arraste os que sofrem, pediu para “permanecer vigilantes, sobretudo quando os pacientes são idosos com uma saúde muito comprometida, se estão a sofrer de doenças graves e onerosas”.
Além disso, advertiu contra a mercantilização da atenção da saúde, “o modelo que converte o serviço de saúde em um negócio, se é adotado de forma indiscriminada, em vez de otimizar os recursos disponíveis, acaba produzindo descartes humanos. Otimizar recursos significa usá-los de forma ética e solidária e não penalizar os mais frágeis”.
“A pobreza crescente no campo da saúde entre as camadas desfavorecidas da população, devido à dificuldade de acesso aos tratamentos, não deixe ninguém indiferente e se multipliquem os esforços de todos para que os direitos dos vulneráveis sejam tutelados”, sublinhou.
Acidigital

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Das Homilias sobre o Gênesis, de Orígenes, presbítero

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(Hom. 8,6.8.9: PG 12,206-209)           (Séc.III)

O sacrifício de Abraão
Abraão tomou a lenha do sacrifício e colocou-a sobre os ombros de seu filho Isaac. Tomou na mão o fogo e o cutelo, e foram ambos juntos. Ora, Isaac, carregando a lenha para o próprio holocausto, é uma figura de Cristo carregando sua cruz. No entanto levar a lenha para o holocausto é ofício de sacerdote. Torna-se então ele mesmo a vítima e o sacerdote. O que se segue: e foram ambos juntos refere-se a essa realidade, porque Abraão, como sacrificador, leva o fogo e o cutelo; mas Isaac não vai atrás e sim a seu lado, para que se veja que, juntamente com ele, exerce igual sacerdócio.
E depois? Disse Isaac a seu pai Abraão: Pai! Neste momento, uma palavra assim parece uma tentação. Como terá abalado o coração paterno esta palavra do filho que ia ser imolado! Mesmo endurecido pela fé, Abraão responde com voz branda: Que queres, filho? E ele: Vejo o fogo e a lenha, mas onde está a ovelha para o holocausto? Abraão respondeu: Deus providenciará uma ovelha para o holocausto, meu filho.
Impressiona-me a resposta cuidadosa e prudente de Abraão. Não sei o que via em espírito, pois responde olhando para o futuro e não para o presente: Deus mesmo providenciará uma ovelha. Assim fala do futuro ao filho que indaga pelo presente. O Senhor providenciava para si um cordeiro em Cristo.
Abraão estendeu a mão para pegar a faca e imolar o filho. O anjo do Senhor chamou-o do céu, dizendo: Abraão, Abraão. Respondeu ele: Eis-me aqui. Tornou o anjo: Não toques no menino nem lhe faças nenhum mal. Agora sei que temes a Deus.
Comparemos estas palavras com as do Apóstolo a respeito de Deus: Ele não poupou seu Filho, mas entregou-o por todos nós. Vede Deus rivalizando com os homens em magnífica generosidade. Abraão, mortal, ofereceu a Deus o filho mortal, que não morreria então. Deus entregou à morte por todos o Filho imortal.
Olhando Abraão para trás, viu um carneiro preso pelos chifres entre os espinhos. Dissemos acima, creio, que Isaac figurava Cristo e, no entanto, também o carneiro parece figurar Cristo. É muito importante ver como ambos se relacionam a Cristo: Isaac que não foi morto e o carneiro que o foi. Cristo é o Verbo de Deus, mas o Verbo se fez carne.
Padece, portanto, Cristo, mas, na carne; morre enquanto homem do qual o carneiro é figura; já dizia João: Eis o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo. O Verbo, porém, permanece incorrupto, isto é, Cristo segundo o espírito; a imagem deste é Isaac. Por isto ele é vítima e também pontífice segundo o espírito. Pois aquele que oferece a vítima ao Pai, segundo a carne, este mesmo é oferecido no altar da cruz.
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domingo, 5 de fevereiro de 2017

Angelus: ser luz e sal contra os germes poluidores do egoísmo

Papa reza o Angelus com os fiéis na Praça S. Pedro - ANSA
Cidade do Vaticano (RV) – Na oração do Angelus na Praça S. Pedro (05/02), o Papa falou aos fiéis das metáforas do sal e da luz propostas pelo Evangelho de Mateus neste V Domingo do Tempo Comum.
“As palavras de Jesus são endereçadas aos discípulos de todos os tempos, portanto também a nós”, comentou Francisco. Ele nos convida a ser um reflexo da sua luz, através do testemunho das boas obras. De fato, é, sobretudo, o nosso comportamento que – no bem e no mal – deixa um sinal nos outros. A luz da fé não é nossa propriedade, mas somos chamados a fazê-la resplandecer no mundo mediante as boas obras, não as palavras. “E quanta necessidade o mundo tem da luz do Evangelho que transforma, cura e garante a salvação a quem o acolhe!”, afirmou o Papa.
Já o sal é um elemento que, enquanto dá sabor, preserva o alimento da alteração e da deterioração – “na época de Jesus não tinha geladeira!”, brincou Francisco.
Portanto, a missão dos cristãos na sociedade é a dar “sabor” à vida com a fé e o amor que Cristo nos doou e, ao mesmo tempo, "manter distantes os germes poluidores do egoísmo, da inveja, da maledicência e assim por diante. Esses germes corrompem o tecido das nossas comunidades, que devem ao invés brilhar como locais de acolhimento, de solidariedade e de reconciliação".
Para realizar esta missão, acrescentou, "é preciso que nós por primeiro sejamos libertados da degeneração corruptora das influências mundanas, contrárias  a Cristo e ao Evangelho; e esta purificação jamais acaba, deve ser feita continuamente. Deve ser feita todos os dias!".
O Papa concluiu: “Cada um de nós é chamado a ser luz e sal no próprio ambiente de vida cotidiana. Que a nossa Mãe nos ajude a deixar-nos sempre purificar e iluminar pelo Senhor, para nos tornar ‘sal da terra’ e ‘luz do mundo’".

Rádio Vaticano

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Dos Capítulos sobre a Perfeição Espiritual, de Diádoco de Foticéia, bispo


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(Cap.6,26.27.30: PG65,1160.1175-1176)                 (Séc.V)

A ciência do discernimento dos espíritos
vem da percepção da inteligência

A luz da verdadeira ciência está em discernir sem errar o bem e o mal. Feito isto, a via da justiça que leva a mente a Deus, sol da justiça, introduz então a inteligência naquele infinito fulgor do conhecimento, que lhe faz procurar daí em diante, com segurança, a caridade.

Os que combatem precisam manter sempre o espírito fora das agitações perturbadoras para discernir os pensamentos que surgem: guardar os bons, vindos de Deus, no tesouro da memória; expulsar os maus e demoníacos dos antros da natureza. O mar, quando tranqüilo, deixa os pescadores verem até o fundo, de sorte que quase nenhum peixe lhes escape; mas, agitado pelos ventos, ele esconde na turva tempestade aquilo que se via tão facilmente no tempo sereno. Assim, toda a perícia dos pescadores se vê frustrada.

Somente, porém, o Espírito Santo tem o poder de purificar a mente. Se o forte não
entrar para espoliar o ladrão, nunca se libertará a presa. É necessário, portanto, alegrar em tudo o Espírito Santo pela paz da alma, mantendo em nós sempre acesa a lâmpada da ciência. Quando ela não cessa de brilhar no íntimo da mente, conhecem-se os ataques cruéis e tenebrosos dos demônios, o que mais ainda os enfraquece sendo eles manifestados por aquela santa e gloriosa luz.

Por esta razão diz o Apóstolo: Não apagueis o Espírito, isto é, não causeis tristeza ao Espírito Santo por maldades e maus pensamentos, para que não aconteça que ele deixe de proteger-vos com seu esplendor. Não que o eterno e vivificante Espírito Santo possa extinguir-se, mas é a sua tristeza, quer dizer, seu afastamento que deixa a mente escura sem a luz do conhecimento e envolta em trevas.

O sentido da mente é o paladar perfeito que distingue as realidades. Pois como pelo paladar, sentido corporal, sabemos discernir sem erro o bom do ruim quando estamos com saúde e desejamos as coisas delicadas, assim nossa mente, começando a adquirir a saúde perfeita e a mover-se sem preocupações, poderá sentir abundantemente a consolação divina e conservar, pela ação da caridade, a lembrança do gosto bom para aprovar o que for ainda melhor, conforme ensina o Apóstolo: Isto peço: que vossa caridade cresça sempre mais na ciência e na compreensão, para discernirdes o que é ainda melhor.
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segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Arquidiocese celebra Missa de 7º dia do padre Miguel Bulnes

A Arquidiocese de Brasília convida para a Missa de 7º dia de falecimento do padre Miguel Bulnes, que ocorrerá no dia 27 de janeiro, às 20h, na Paróquia Santa Mãe de Deus, localizada em Santa Maria. A Missa será presidida pelo cardeal Sergio da Rocha.
Padre Miguel Rolando Bulnes Ramires passava férias em Honduras, país de origem, quando sofreu um acidente vascular cerebral (AVC), no dia 03 de janeiro, ficando internado desde então, mas infelizmente, não resistiu.
A Missa de corpo presente e sepultamento ocorreram ontem, 22, em Honduras, onde moram seus familiares.
Padre Miguel Rolando tinha 53 anos, era formado pelo Seminário Redemptoris Mater e foi ordenado em Brasília, em 02 de dezembro de 2000. Atualmente era vigário na paróquia Santa Mãe de Deus.
 Toda a comunidade está convidada a participar deste momento de oração.
A Paróquia Santa Mãe de Deus fica na, CL 215 AE “G” , Santa Maria

 Por Kamila Aleixo
Arquidiocese de Brasília

domingo, 22 de janeiro de 2017

Nota de falecimento: Padre Miguel Bulnes falece em Honduras

É com profundo pesar que comunicamos o falecimento do padre Miguel Rolando Bulnes Ramires, por volta das 22h da noite desta sexta-feira, 20/01.

 
O sacerdote passava férias em Honduras, país de origem, quando sofreu um acidente vascular cerebral (AVC), no dia 03 de janeiro, ficando internado desde então, lutando pela recuperação, mas infelizmente, não resistiu. 
 
Miguel Rolando Bulnez tinha 53 anos. Formado pelo Seminário Redemptoris Mater, foi ordenado em Brasília, em 02 de dezembro de 2000, e atualmente era vigário paróquia na Santa Mãe de Deus, localizada em Santa Maria.
 
No momento, não temos informações sobre velório e sepultamento.
 
Que Deus, Pai de misericórdia e bondade, receba-o de braços abertos na morada eterna e console, com todo amor, a todos os familiares e amigos.
 

"En la vida y en la muerte somos de Dios" - 
Esta imagem é uma homenagem dos hondurenhos
 
Por Gislene Ribeiro
Arquidiocese de Brasília

sábado, 21 de janeiro de 2017

Do Tratado sobre as Virgens, de Santo Ambrósio, bispo

Santo Ambrósio
(Lib. 1, cap. 2.5.7-9:PL 16, [edit. 1845], 189-191)            (Séc.IV)

Ainda não preparada para o sofrimento
e já madura para a vitória!
Celebramos o natalício de uma virgem: imitemos sua integridade; é o natalício de uma mártir: ofereçamos sacrifícios. É o aniversário de Santa Inês. Conta-se que sofreu o martírio com a idade de doze anos. Quanto mais detestável foi a crueldade que não poupou sequer tão tenra idade, tanto maior é a força da fé que até naquela idade encontrou testemunho.
Haveria naquele corpo tão pequeno lugar para uma ferida? Mas aquela que quase não tinha tamanho para receber o golpe da espada, teve força para vencer a espada. E isto numa idade em que as meninas não suportam sequer ver o rosto zangado dos pais e choram como se uma picada de alfinete fosse uma ferida!
Mas ela permaneceu impávida entre as mãos ensanguentadas dos carrascos, imóvel perante o arrastar estridente dos pesados grilhões. Oferece o corpo à espada do soldado enfurecido, sem saber o que é a morte, mas pronta para ela. Levada à força até os altares dos ídolos, estende as mãos para Cristo no meio do fogo, e nestas chamas sacrílegas mostra o troféu do Senhor vitorioso. Finalmente, tendo que introduzir o pescoço e ambas as mãos nas algemas de fero, nenhum elo era suficientemente apertado para segurar membros tão pequeninos.
Novo gênero de martírio? Ainda não preparada para o sofrimento e já madura para a vitória! Mal sabia lutar e facilmente triunfa! Dá uma lição de firmeza apesar de tão pouca idade! Uma recém-casada não se apresaria para o leito nupcial com aquela alegria com que esta virgem correu para o lugar do suplício, levando a cabeça enfeitada não de belas tranças mas de Cristo, e coroada não de flores mas de virtudes.
Todos choram, menos ela. Muitos se admiram de vê-la entregar tão generosamente a vida que ainda não começara a gozar, como se já tivesse vivido plenamente. Todos ficam espantados que já se levante como testemunha de Deus quem, por causa da idade, não podia ainda dar testemunho de si. Afinal, aquela que não mereceria crédito se testemunhasse a respeito de um homem, conseguiu que lhe dessem crédito ao testemunhar acerca de Deus. Pois o que está acima da natureza, pode fazê-lo o Autor da natureza.
Quantas ameaças não terá feito o carrasco para incutir-lhe terror! Quantas seduções para persuadi-la! Quantas propostas para casar com algum deles! Mas sua resposta foi esta: “É uma injúria ao Esposo esperar por outro que me agrade. Aquele que primeiro me escolheu para si, esse é que me receberá. Por que demoras, carrasco? Pereça este corpo que pode ser amado por quem não quero!” Ficou de pé, rezou, inclinou a cabeça.
Terias podido ver o carrasco perturbar-se, como se fosse ele o condenado, tremer a mão que desfecharia o golpe, e empalidecerem os rostos temerosos do perigo alheio, enquanto a menina não temia o próprio perigo. Tendes, pois, numa única vítima um duplo martírio: o da castidade e o da fé. Inês permaneceu virgem e alcançou o martírio.
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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF