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domingo, 5 de janeiro de 2020

Domingo da Epifania - Ano "A":O AMOR DE DEUS SE MANIFESTOU

+Dom Sérgio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
A solenidade da Epifania do Senhor completa o quadro do nascimento de Jesus Cristo com a presença dos “magos” do Oriente. Sem eles, o presépio ficaria incompleto e não retrataria de modo justo a manifestação do amor de Deus e da salvação para todos, em Jesus Cristo. Na Epifania, destaca-se o amor de Deus revelado às nações representadas por aqueles homens sábios, denominados magos, que vieram de longe para adorar Jesus e oferecer-lhe presentes. São Paulo, na Carta aos Efésios, nos mostra em que consiste o “mistério” que nos foi revelado: “os pagãos são admitidos à mesma herança” do povo da Aliança. O amor de Deus foi revelado no nascimento de Jesus Cristo aos que eram de perto, isto é, ao povo de Israel, representado pelos pastores, mas também aos que eram de fora, aos povos todos.
A palavra grega “epifania”, atribuída a esta solenidade, significa “revelação”, “manifestação”. Deus revela o seu amor e manifesta a sua salvação para todos, Em Jesus Cristo nascido em Belém cumpre-se, de modo admirável, a universalidade da salvação anunciada pelos profetas. Por isso, ao rezar, hoje, o Salmo 71, nós dizemos: “As nações de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor”. Assim, hoje, nós também nos sentimos incluídos no presépio, como participantes do novo Povo de Deus, formado por gente de todas as raças, línguas e nações.
Assim como fizeram os magos, nós caminhamos ao encontro de Jesus menino, que está nos braços de Maria, com a atitude de adoração e com as nossas oferendas. Eles “ajoelharam-se diante dele e o adoraram” (Mt 2,10). Seguindo o exemplo daqueles homens sábios, nós também somos chamados a oferecer ao Menino Jesus os bens mais preciosos que temos, adorando-o como nosso Salvador.
Na celebração do nascimento de Jesus o nosso amor fraterno deve se alargar, estendendo-se especialmente aos que não são amados em nosso mundo, bem como aos que mais sofrem. Nós adoramos o Menino Deus que oferece a todos o seu amor e salvação, dispondo-nos a amar a todos com verdadeira caridade. A estrela que serviu de sinal para eles caminharem até Belém nos recorda que também nós necessitamos da luz de Deus para trilhar o caminho certo. E quando olhamos para o céu, iluminados pela fé, vemos que, na verdade, é ele quem vem ao nosso encontro, é ele quem já caminha conosco. Continue a celebrar e a viver o Natal, com a paz, a esperança e a alegria que Jesus nos traz.  Aproveite este início de novo ano para começar uma vida nova, contando com o amor de Deus revelado no nascimento de Jesus e manifestado a nós na vida cotidiana.
Arquidiocese de Brasília / O Povo de Deus

Hoje é celebrada no Brasil a Epifania do Senhor

ACI Digital
REDAÇÃO CENTRAL, 05 Jan. 20 / 05:00 am (ACI).- A Igreja celebra no dia 6 de janeiro a Solenidade da Epifania (manifestação) do Senhor. No Brasil esta festa é sempre transferida para o domingo mais próximo e, por isso, comemora-se neste dia 5 de janeiro. Hoje, o Evangelho nos apresenta a passagem dos três Reis Magos que oferecem presentes ao Menino Jesus.

Os Magos buscavam Deus nas estrelas e no palácio, mas o encontraram em um humilde presépio com Maria, sua mãe. Levaram-lhe presentes: ouro por sua realeza, incenso por sua divindade e mirra por sua humanidade. Entretanto, foram eles que saíram presenteados porque viram o Salvador do mundo.
Evangelho: Mateus 2,1-12
1 Tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, 2 perguntando: “Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo”.
3 Ao saber disso, o rei Herodes ficou perturbado, assim como toda a cidade de Jerusalém. 4 Reunindo todos os sumos sacerdotes e os mestres da Lei, perguntava-lhes onde o Messias deveria nascer. 5 Eles responderam: “Em Belém, na Judeia, pois assim foi escrito pelo profeta: 6 E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um chefe que vai ser o pastor de Israel, o meu povo”.
7 Então Herodes chamou em segredo os magos e procurou saber deles cuidadosamente quando a estrela tinha aparecido. 8 Depois os enviou a Belém, dizendo: “Ide e procurai obter informações exatas sobre o menino. E, quando o encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-lo”.
9 Depois que ouviram o rei, eles partiram. E a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até parar sobre o lugar onde estava o menino. 10 Ao verem de novo a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande. 11 Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra. 12 Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, retornaram para a sua terra, seguindo outro caminho.

São João Nepomuceno Neumann, Bispo da Filadélfia

REDAÇÃO CENTRAL, 05 Jan. 20 / 07:00 am (ACI).- “Não me arrependi jamais de ter me dedicado à Missão na América”, escreveu uma vez o missionário São João Nepomuceno Neumann, quarto Bispo da Filadélfia, nos Estados Unidos, e fundador do primeiro sistema de educação católica neste país. A festa deste grande religioso redentorista é celebrada neste dia 5 de janeiro.

Neumann nasceu na Bohemia, atual República Tcheca, em 1811. Frequentou a escola em Budweis, onde entrou para o seminário em 1831. Quando já tinha completado sua preparação para ser ordenado, seu bispo decidiu que não realizaria mais ordenações.
João escreveu para vários bispos, mas nenhum queria sacerdotes naquele momento. No entanto, o santo não se desanimou, aprendeu inglês, trabalhando em uma fábrica e, assim, pôde escrever aos bispos dos Estados Unidos.
O bispo de Nova York aceitou ordená-lo e, por isso, teve que deixar sua família e migrar para uma terra distante. Nos Estados Unidos, tornou-se um dos 36 presbíteros para 200 mil católicos e sua paróquia ia desde Ontario, no Canadá, até a Pensilvânia.
Passava a maior parte do tempo visitando os povoados, subindo montanhas para visitar os doentes, ensinando em cabanas e, quando não encontrava uma capela ou um altar, celebrava a Missa numa simples mesa. Fazia de tudo para que seus fiéis não ficassem sem os sacramentos.
Com o tempo, sentiu o chamado a ingressar em uma comunidade religiosa e ingressou aos redentoristas. Fez sua profissão em Baltimore em 1842. Destacou-se por sua piedade e amabilidade. Graças ao seu conhecimento de seis idiomas, estava apto para o trabalho na sociedade norte-americana daquele tempo, onde também havia muito migrantes.
Em 1847, foi nomeado visitador dos redentoristas nos Estados Unidos. Ao fim de seu serviço, seus irmãos religiosos estavam melhor preparados para ser uma “província ou inspetoria religiosa” autônoma. Fato que se concretizou em 1850.
Pe. Neumann foi ordenado Bispo da Filadélfia em 1852. Organizou um sistema diocesano de escolas católicas e se tornou fundador da educação católica no país. Do mesmo modo, fundou as Irmãs da Ordem Terceira de São Francisco, para ensinar nas escolas, e construiu mais de 80 igrejas durante seu episcopado.
São João Nepomuceno Neumann era de baixa estatura e, embora nunca tenha tido uma saúde robusta, realizou uma grande atividade pastoral e literária. Escreveu muitos artigos em revistas, jornais católicos, publicou dois catecismos e até uma história da Bíblia para estudantes.
Em 5 de janeiro de 1860, com apenas 48 anos, morreu de repente enquanto caminhava pela rua, antes mesmo que pudesse receber os últimos sacramentos. Foi beatificado em 1963 pelo Papa Paulo VI e canonizado em 1977 pelo mesmo Pontífice. 
ACI Digital

sábado, 4 de janeiro de 2020

Quem eram os Reis Magos e por que se chamam Melchior, Gaspar e Baltazar?

Adoração dos Reis Magos. Foto: Pintura de Luca Giordano
REDAÇÃO CENTRAL, 04 Jan. 20 / 06:00 am (ACI).- No dia 6 de janeiro, a Igreja celebra a Solenidade da Epifania do Senhor, quando se recorda a adoração dos Reis Magos ao Menino Jesus em Belém. No Brasil, esta celebração é transferida para o domingo mais próximo, que neste ano é 5 de janeiro.
Mas, será que eles eram reis ou magos e seus nomes eram mesmo Melchior, Gaspar e Baltazar? Um sacerdote e teólogo explica estas questões.
Padre Miguel Fuentes, do Instituto do Verbo Encarnado (IVE), explica no site "El Teólogo Responde" que "o termo 'magos' (magoi) que aparece em Mt 2,1 se refere àqueles que eram denominados ‘sábios’ na antiguidade".
"Neste caso, foram homens sábios que vieram do 'Oriente' (Mt 2,1), que pode ser uma referência a Arábia, Mesopotâmia ou algum outro território mais a leste da Palestina".
Pe. Fuentes afirma que "o fato de terem sido guiados por uma estrela (Mt 2,2) sugere que eles eram instruídos em astrologia ou em ciência da navegação e cálculo do tempo por meio das configurações estelares".
"Além de uma tribo de Média chamada assim, os magos aparecem, em sua primeira época, como uma casta sacerdotal de Média e da Pérsia. Eles se dedicaram ao estudo da sabedoria. Estrabão diz que eles eram ‘zelosos observadores da justiça e da virtude’. E Cícero diz que eles são ‘a classe de sábios e doutores na Pérsia’”.
Pe. Fuentes assinala que foi o escritor e teólogo Orígenes, do século III, "quem disse pela primeira vez que foram três magos em virtude dos três presentes oferecidos ao Menino".
O sacerdote afirma ainda que, "antes do século VI, nenhum autor afirmava expressamente que eles eram reis, com exceção de Tertuliano, que sugeriu que eles eram ‘quase reis’".
"Isto se tornou popular por interpretar assim a referência ao Salmo 72,10 (os reis da terra se prosternarão e lhe oferecerão os seus dons) que parece estar implícita no relato de São Mateus".
"A arte já os apresenta como reis desde o século VIII, enquanto nas pinturas das catacumbas de Santa Priscila, do início do século II-IV, são representados apenas como nobres persas", assinala.
No entanto, acrescenta, "o Novo Testamento não fala sobre o número nem sobre a sua suposta realeza".
A partir do século VIII, continua Pe. Fuentes, os Reis Magos "receberam nomes, com algumas variações (os primeiros foram Bithisarea, Melchior e Gathaspa)".
"Os nomes atuais de Gaspar, Melchior e Baltazar, foi-lhes atribuído no século IX pelo historiador Agnello, em sua obra 'Pontificalis Ecclesiae Ravennatis'".
"Na Idade Média, eles foram até mesmo venerados como santos", diz.
"A cena dos magos adorando o Menino Jesus se tornou o tema favorito na arte dos baixos-relevos, miniaturas e vitrais", conclui.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

O Santíssimo Nome de Jesus

REDAÇÃO CENTRAL, 03 Jan. 20 / 05:00 am (ACI).- Neste dia 3 de janeiro, a Igreja celebra do Dia do Santíssimo Nome de Jesus. “Este é aquele santíssimo nome desejado pelos patriarcas, esperado com ansiedade, suplicado com gemidos, invocado com suspiros, requerido com lágrimas, dado ao chegar a plenitude da graça”, dizia São Bernardino de Sena.

A palavra Jesus é a forma latina do grego “Iesous”, que por sua vez é a transliteração do hebraico “Jeshua” ou “Joshua” ou também “Jehoshua”, que significa “Yahveh é salvação”.
O Santíssimo Nome de Jesus começou a ser venerado nas celebrações litúrgicas do século XIV. São Bernardino de Sena e seus discípulos propagaram o culto ao Nome de Jesus. Em 1530, o Papa Clemente VI concedeu pela primeira vez à Ordem Franciscana a celebração do Ofício do Santíssimo Nome de Jesus.
São Bernardino costumava carregar uma pequena imagem que mostrava a Eucaristia com raios saindo dela e, no meio, via-se o monograma “IHS”, abreviação do Nome de Jesus em grego (ιησουσ).
Mais tarde, a tradição devocional acrescentou um significado às siglas: “I”, Iesus (Jesus); “H”, Hominum (dos homens); “S”, Salvator (Salvador). Juntos, querem dizer Jesus, Salvador dos Homens.
Santo Inácio de Loyola e os jesuítas fizeram deste monograma o emblema da Companhia de Jesus.
ACI Digital

Cardeal Müller alerta sobre "veneno mortal" que paralisa a Igreja

Cardeal Gerhard Müller. Crédito: Daniel Ibáñez / ACI Prensa
PHOENIX, 02 Jan. 20 / 10:00 am (ACI).- O Cardeal Gerhard Müller, Prefeito Emérito da Congregação para a Doutrina da Fé, alertou sobre o "veneno mortal" que paralisa a Igreja e propôs um antídoto eficaz para combatê-lo, durante a Missa que presidiu em Phoenix (Estados Unidos), em um importante evento com jovens católicos.
"Não podemos escapar do veneno mortal da serpente se nos tornarmos amigos dela, mas apenas se mantivermos prudentemente a distância e tivermos o antídoto pronto à mão", destacou.
"O veneno que paralisa a Igreja é a opinião segundo a qual devemos nos adaptar ao Zeitgeist, o espírito da época, para relativizar os mandamentos de Deus e reinterpretar a doutrina da fé", disse o Cardeal na Missa que presidiu em 1º de janeiro, Solenidade de Maria Mãe de Deus, em um encontro de jovens líderes católicos da Fraternidade de Estudantes Católicos Universitários (FOCUS), que se realiza na cidade de Phoenix, Arizona.
"O antídoto contra a secularização da Igreja é a verdade do Evangelho e viver a fé no Filho de Deus que me amou e se entregou por mim”, explicou o Purpurado alemão.
Em seguida, o Cardeal destacou que hoje, o desejo de muitos é alcançar uma espécie de "religião civil" ou secular manipulando inclusive alguns elementos da Igreja. “Não consideram que a fé revelada seja verdade, mas gostariam de usá-la como material para construir sua nova religião de unidade mundial. Para ser admitido nessa meta-religião internacional, o preço que a Igreja teria que pagar é renunciar à sua defesa da verdade”, alertou.
Isso, continuou, "não parece ser um problema, uma vez que o relativismo dominante em nosso mundo rejeita a ideia de que realmente podemos conhecer a verdade e se apresenta como garantidor da paz entre as religiões e as posturas”. Além disso, lamentou que existam alguns que desejam “um catolicismo sem dogmas, sem sacramentos e sem um magistério infalível”.
No entanto, "Jesus não pode ser superado pela mudança de épocas, porque a eternidade de Deus abrange todas as eras da história e a biografia de toda pessoa humana".
"Hoje, a frase mágica do tentador é a ‘modernização necessária’. Consequentemente, quem se opuser a essa ideologia será combatido como inimigo e será acusado de ser alguém tradicional”, afirmou o Prefeito Emérito.
Como exemplo dessa "lógica perversa", o Cardeal se referiu à "proteção da vida humana desde a concepção até a morte natural, que é desacreditada ao catalogá-la como uma posição política conservadora ou de direita, enquanto o assassinato do nascituro inocente (aborto) é considerado como um direito humano e, portanto, como algo progressista”.
O Cardeal Müller também alertou para o fato de que alguns procuram manipular a fé, quando "muitos cristãos estão ansiosos e preocupados" e se perguntam se "o cristianismo ainda se encaixa em nosso tempo". “Para alguns, a Igreja Católica ficou para trás 200 anos em comparação com o lugar onde o mundo está hoje. Existe alguma verdade nessa acusação?”.
O Prefeito Emérito destacou também que “a crise na Igreja foi provocada pelo homem e surgiu porque nos adaptamos confortavelmente ao espírito da vida sem Deus. Por isso, em nossos corações, muitas coisas não estão redimidas e anseiam uma gratificação substituta”.
Entretanto, continuou, “quem acredita, não precisa de ideologia; quem espera, não busca drogas; quem ama, não vai atrás da luxúria do mundo que passa junto com ele. Quem ama a Deus e ao próximo encontra a felicidade na entrega de si mesmo”.
Depois de destacar que "a Igreja caminha com os tempos nas mudanças sociais", o Purpurado alemão lembrou que "a fé e a razão são compatíveis" e que com ambas podemos chegar à luz da verdade para entender o sentido da vida.
Finalmente, o Cardeal enfatizou que "a Igreja sabe que estamos perdidos sem o Evangelho de Cristo".
ACI Digital

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

Santos Basílio Magno e Gregório Nazianzeno, doutores da Igreja

REDAÇÃO CENTRAL, 02 Jan. 20 / 05:00 am (ACI).- “Basílio santo nasceu entre santos. Basílio pobre viveu entre os pobres. Basílio filho de mártires sofreu como um mártir. Basílio sempre pregou com seus lábios e com seus bons exemplos e seguirá pregando sempre com seus admiráveis escritos”, afirmou certa vez São Gregório Nazianzeno sobre seu grande amigo São Basílio Magno.

Ambos combateram contra os hereges que negavam a divindade de Jesus e sua festa é celebrada neste dia 2 de janeiro.
São Basílio
São Basílio nasceu em Cesareia (Ásia Menor), por volta do ano 330, em uma família de santos. Seus irmãos foram São Gregório de Niceia, Santa Macrina a Jovem e São Pedro de Sebaste. Seu pai foi São Basílio o Velho, sua mãe, Santa Emélia, e sua avó, Santa Macrina.
Seu companheiro de estudos e inseparável amigo na defesa da fé foi São Gregório Nazianzeno. Quando São Basílio estava no auge de sua carreira profissional, sentiu um grande impulso para abandonar o mundo e foi ajudado por sua irmã Santa Macrina, que, junto à sua mãe viúva e outras mulheres, vivia em uma comunidade em um lugar isolado.
Basílio recebeu o batismo, visitou diversos mosteiros e em um local ermo se entregou ao retiro solitário com a oração e o estudo. Uniram-se a ele alguns discípulos e formou o primeiro mosteiro da Ásia Menor. Seus ensinamentos são vividos até hoje pelos monges do oriente e influenciou até mesmo São Bento, que o considerava seu mestre.
Foi ordenado sacerdote e São Gregório Nazianzeno o incentivou a ajudá-lo com a defesa do clero, as igrejas e as verdades de fé. Foi nomeado primeiro auxiliar do Arcebispo de Cesareia e usou a herança que sua mãe tinha lhe deixado para ajudar os necessitados. Costumava sair com avental e concha distribuindo alimentos.
Mais tarde, substituiu o falecido Arcebispo e defendeu a autonomia da Igreja ante o imperador Valente. Seus fiéis adquiriram o costume de comungar com frequência. Partiu para a Casa do Pai em 1º de janeiro de 379.
São Gregório
São Gregório Nazianzeno nasceu na Capadócia (atual Turquia) no mesmo ano que São Basílio. Seu pai foi São Gregório Maior, Bispo de Nazianzo, sua mãe, Santa Nona, e seus irmãos, Santos Cesáreo e Gorgonia.
Também se uniu a São Basílio na vida solitária, mas foi ordenado sacerdote e demorou um pouco para se render a este serviço. Por volta do ano 372, São Basílio queria consagrá-lo Bispo de Sasima, lugar que estava sobre terrenos em disputa pelas duas Capadócias (território dividido). Isso trouxe inimizade entre os amigos.
Com o tempo, os santos voltaram a se reconciliar e, depois de percorrer várias cidades, São Gregório se estabeleceu em Constantinopla. Foi consagrado Bispo, mas sofreu por difamações e perseguições dos hereges.
O Concílio de Constantinopla (381) estabeleceu e confirmou as conclusões do Concílio de Niceia contra os hereges que negavam a divindade de Cristo e outras verdades de fé.
São Gregório foi nomeado Bispo de Constantinopla, mas seus inimigos colocaram em dúvida a validade de sua eleição. Por isso, para restaurar a paz, o santo voltou a Nazianzo. Ali se tornou Bispo deste território, depois foi para o retiro e partiu para a Casa do Pai em 25 de janeiro do ano 389 ou 390.
ACI Digital

quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

HINO TE DEUM (A VÓS, Ó DEUS, LOUVAMOS)

A vós, ó Deus, louvamos,
a vós, Senhor, cantamos.
A vós, Eterno Pai,
adora toda a terra.

A vós cantam os anjos,
os céus e seus poderes:
Sois Santo, Santo, Santo,
Senhor, Deus do universo!

Proclamam céus e terra
a vossa imensa glória.
A vós celebra o coro
glorioso dos Apóstolos,

Vos louva dos Profetas
a nobre multidão
e o luminoso exército
dos vossos santos Mártires.

A vós por toda a terra
proclama a Santa Igreja,
ó Pai onipotente,
de imensa majestade,

e adora juntamente
o vosso Filho único,
Deus vivo e verdadeiro,
e ao vosso Santo Espírito.

Ó Cristo, Rei da glória,
do Pai eterno Filho,
nascestes duma Virgem,
a fim de nos salvar.

Sofrendo vós a morte,
da morte triunfastes,
abrindo aos que têm fé
dos céus o reino eterno.

Sentastes à direita
de Deus, do Pai na glória.
Nós cremos que de novo
vireis como juiz.

Portanto, vos pedimos:
salvai os vossos servos,
que vós, Senhor, remistes
com sangue precioso.

Fazei-nos ser contados,
Senhor, vos suplicamos,
em meio a vossos santos
na vossa eterna glória.
Oração
Ó Deus, que pela virgindade fecunda de Maria destes à humanidade a salvação eterna, dai-nos contar sempre com a sua intercessão, pois ela nos trouxe o autor da vida. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. 
Conclusão da Hora
V. Bendigamos ao Senhor.R. Graças a Deus.

Das Cartas de Santo Atanásio, bispo

Santo Atanásio
(Epist. Ad Epictetum, 5-9; PG 26, 1058. 1062-1066)             (Séc. IV)

O Verbo assumiu nossa natureza no seio de Maria

O Verbo de Deus veio em auxílio da descendência de Abraão, como diz o Apóstolo. Por isso devia fazer-se em tudo semelhante aos irmãos (Hb 2,16-17) e assumir um corpo semelhante ao nosso. Eis por que Maria está verdadeiramente presente neste mistério; foi dela que o Verbo assumiu, como próprio, aquele corpo que havia de oferecer por nós. A Sagrada Escritura, recordando este nascimento, diz: Envolveu-o em panos (Lc 2,7); proclama felizes os seios que o amamentaram e fala também do sacrifício oferecido pelo nascimento deste Primogênito. O anjo Gabriel, com prudência e sabedoria, já o anunciaram a Maria; não lhe disse simplesmente: aquele que nascer em ti, para não se julgar que se tratava de um corpo extrínseco nela introduzido; mas: de ti (cf. Lc 1, 35Vulg.), para se acreditar que o fruto desta concepção procedia realmente de Maria.
Assim foi que o Verbo, recebendo nossa natureza humana e oferecendo-a em sacrifício, assumiu-a em sua totalidade, para nos revestir depois de sua natureza divina, segundo as palavras do Apóstolo: É preciso que este ser corruptível se vista de incorruptibilidade; é preciso que este ser mortal se vista de imortalidade (1Cor 15,53).
Estas coisas não se realizaram de maneira fictícia, como julgam alguns, o que é inadmissível! Nosso Salvador fez-se verdadeiro homem, alcançando assim a salvação do homem na sua totalidade. Nossa salvação não é absolutamente algo de fictício, nem limitado só ao corpo; mas realmente a salvação do homem todo, corpo e alma, foi realizada pelo Verbo de Deus.
A natureza que ele recebeu de Maria era uma natureza humana, segundo as divinas Escrituras, e o corpo do Senhor era um corpo verdadeiro. Digo verdadeiro, porque era um corpo idêntico ao nosso. Maria é portanto nossa irmã, pois todos somos descendentes de Adão.
As palavras de João: O Verbo se fez carne (Jo 1,14) têm o mesmo sentido que se pode atribuir a uma expressão semelhante de Paulo: O Cristo fez-se maldição por nós (cf. Gl 3,13). Pois da intima e estreita união com o Verbo, resultou para o corpo humano em engrandecimento sem par: de mortal tornou-se imortal; sendo animal, tornou-se espiritual; terreno, transpôs as portas do céu.
Contudo, mesmo tendo o Verbo tomado um corpo no seio da Maria, a Trindade continua sendo a mesma Trindade, sem aumento nem diminuição. É sempre perfeita, e na Trindade reconhecemos uma só Divindade; assim, a Igreja proclama um único Deus no Pai e no Verbo.

Responsório             Cf. Ap 12,1; cf. Sl 44(45),10b

R. Virgem santa e imaculada, eu não sei com que louvores poderei engrandecer-vos!
* Pois Aquele a quem os céus não puderam abranger, repousou em vosso seio.
V. Sois bendita entre as mulheres, e bendito é o fruto, que nasceu de vosso ventre.
*Pois Aquele a quem os céus não puderam abranger, repousou em vosso seio.

2020: a renovação da vida consagrada continua

 Card. João Braz de Aviz anuncia 3 eventos para 2020
Card. João Braz de Aviz anuncia 3 eventos para 2020
Cardeal João Braz de Aviz faz um balanço do ano que passou e anuncia três grandes eventos para 2020: um encontro mundial sobre o diálogo entre os carismas históricos e atuais, um congresso internacional em Ávila, na Espanha, para os Institutos Seculares e um encontro mundial sobre a Ordem das Virgens.

Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano

Renovação: esta é a palavra de ordem quando o assunto é a vida consagrada.
Em entrevista ao Vatican News, o prefeito da Congregação os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Cardeal João Braz de Aviz, faz um balanço do ano que passou e anuncia três grandes eventos para 2020: um encontro mundial sobre o diálogo entre os carismas históricos e atuais, um congresso internacional em Ávila, na Espanha, para os Institutos Seculares e um encontro mundial sobre a Ordem das Virgens.
Nós estamos num momento da vida consagrada de repensamento: os carismas dados à Igreja são dons, têm um valor e um sentido em si muito grande, seja os carismas históricos, seja os novos carismas que estão chegando.

Para os carismas históricos, todo o problema é a sua renovação. Hoje, a questão da abertura do diálogo com a cultura deste momento é fundamental. Mas nós não podemos perder neste diálogo aqueles valores que são tipicamente da vida consagrada: o segmento de Cristo, este é o ponto fundamental da formação na vida consagrada, o segmento do carisma dos nossos fundadores e esta capacidade constante de se renovar, dialogando com a cultura do momento.

O fundador viveu num outro momento histórico, então agora nós temos que atualizar. Isto é feito através da atualização das constituições, dos novos diretórios para a vida consagrada, mas isto é feito à luz do Concílio e do magistério atual. Este caminho os carismas antigos têm que fazer. Os carismas novos têm muita mais facilidade, seja em vocações, seja em presença no mundo de hoje, mas o que falta muitas vezes é uma consolidação da experiência. Há uma experiência muito jovem, nova, que precisa ser consolidada e se ela não tiver as características verdadeiramente da vida consagrada ela não vai subsistir, ela não vai ter força.

E um terceiro ponto é o diálogo entre essas duas realidades. Eu acho que tudo isso está crescendo, mas é preciso que a gente se abra para isso, crie a mentalidade do homem universal, da mulher universal, que dialoga, que abre, que compreende, não em vista de ter mais espaço para o seu carisma, mas em vista de um aprofundamento da própria experiência seja espiritual, seja carismática. Eu acho que este processo está acontecendo devagar na Igreja. Num processo de maior transparência, de maior testemunho, de um testemunho mais comunitário.

Hemorragia da vida consagrada


Dom João manifestou ainda a preocupação de seu Dicastério com o número alto de abandonos na vida consagrada.

“Onde está o problema, por que não há esta fidelidade que continua até o final, que para no meio da consagração? Estamos preparando inclusive um documento nesta direção para que a gente possa aprofundar. O Papa chama este fenômeno, que é bastante amplo, de ‘hemorragia’. Não é bom, é algo que não está bem centralizado e precisamos ver.”

VATICAN NEWS

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF