Translate

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Teologia da prosperidade e teologia do coaching.

Written by Jaime Francisco
Por Jaime Francisco de Moura

A Teologia da prosperidade e suas raízes


Esta ideologia segue a confissão positiva e tem suas origens numa antiga heresia conhecida como gnosticismo. Tal heresia data do primeiro e segundo séculos da era Cristã e ensinava que havia uma verdade especial, mais elevada, acessível somente aos iluminados por Deus. Os gnósticos acreditavam que na natureza humana há o princípio do dualismo, isto é, que o espírito e o corpo duas entidades separadas são opostos.

A teologia da prosperidade, nos tempos modernos, teve início com o norte-americano Phineas Parkhurst Quimby (1802-1866). Dedicou-se ao estudo da “cura espiritual”, iniciado com a prática da hipnose, que havia sido introduzida nos Estados Unidos.

Nas Igrejas protestantes, o principal idealizador da teologia da prosperidade foi Essek W. Kenyon, que se destacou nas décadas de 30 e 40. Ele foi influenciado pela Ciência da Mente, Ciência Cristã e pela Metafísica do Novo Pensamento. Aproveitando-se dos conceitos de Mary B. Eddy, ele empenhou-se em pregar a salvação e a cura em Jesus Cristo. Dava ênfase aos textos bíblicos que falam de saúde e prosperidade, além de aplicar a técnica do poder do pensamento positivo.

Se Essek William Kenyon foi o principal idealizador da “teologia da prosperidade”, coube a Kenneth Hagin a sua divulgação maciça por todo o mundo. Em abril de 1933, teria tido uma dramática experiência, que o levou à conversão, quando, por três vezes, teria morrido, vendo os horrores do inferno e retornando à vida. Em 1934, teria também se levantado do “leito da morte” pela “revelação da fé na Palavra de Deus”. Estudando os escritos de Kenyon, divulgou-os em livros, cassetes e seminários, dando sempre ênfase à confissão positiva. Em 1974, fundou o Centro Rhema de Adestramento Bíblico, em Oklahoma.

Com Hagin temos a configuração do falso ensino da “palavra da fé”, conceito tão importante que é o próprio título da principal revista do ministério criado por Hagin, num desenvolvimento das teses apresentadas por Kenyon. Reside aqui a ideia da “confissão positiva”, ou seja, como dizia Kenyon, “o que eu confesso, eu possuo”.
Essa doutrina se origina em uma “aparição”, em uma “visão” e, o que é mais importante, quando o próprio Hagin afirma que se encontrava aborrecido porque via os ímpios prosperarem, enquanto os membros de sua igreja passavam por dificuldades. Ele diz: “Eu costumava me preocupar quando eu via pessoas não salvas obtendo resultados, mas os membros da minha igreja não obtinham resultados. Então clareou em mim o que os pecadores estavam fazendo. Eles estavam cooperados com a lei de Deus – a lei da fé…” (HAGIN, K. Tendo fé em sua fé, p.4,5 apud HOWARD, J).

A primeira consequência danosa que a falaciosa “teologia da prosperidade” causa pode ser vista nos púlpitos das igrejas. Há pastores que transformam o púlpito em uma praça de negócios, e os crentes em consumidores. São obreiros fraudulentos, gananciosos, avarentos e enganadores. São amantes do dinheiro e estão embriagados pela sedução da riqueza. Há pastores que mudam a mensagem para auferir lucros. Pregam prosperidade e enganam o povo com mensagens tendenciosas para abastecer a si mesmos. Muitos têm se aproveitado desta falsa teologia para amealharem riquezas e fazer do evangelho um negócio rentável e cada vez mais crescente. Eles estão mais interessados no dinheiro das ovelhas do que na salvação delas. Negociam o ministério, mercadejam a Palavra e transformam a igreja em um negócio lucrativo.

Outra consequência maligna que a “teologia da prosperidade” tem gerado nos corações daqueles que cristãos dizem ser é o hedonismo, isto é, a busca exacerbada e incessante pelo prazer. O envolvimento com as coisas deste mundo, a busca incessante pelo prazer, que tanto caracteriza o mundo hodierno, é uma das coisas que faz com que se despreze a busca de um tempo dedicado a Deus. Nestes últimos dias, em que há homens “mais amigos dos deleites do que amigos de Deus” (2 Tm 3,4), é natural que “não se tenha tempo para Deus”.

Diversos modismos têm surgido nas igrejas que propagam a teologia da prosperidade. Dentre as inúmeras cito, como exemplo, a “purificação de ambientes”, para “proteção do crente e de sua família”. Nestas chamadas “purificações” são utilizados os mais variados elementos tais como “sal grosso, rosa ungida, óleo de Israel, água do rio Jordão” etc.
Outra consequência terrível da falaciosa teologia da prosperidade é a perda dos ideais cristãos. Muitos cristãos estão preocupados somente com as coisas materiais, com o aqui e o agora, e estão esquecendo que o objetivo precípuo da nossa jornada é morar no Céu. Infelizmente, boa parte das igrejas evangélicas tem perdido a dimensão escatológica do Reino de Deus, quando demonstra privilegiar apenas seu aspecto externo, isto é, o “ter” e não seu lado atemporal ou eterno, o “ser” (1Ts 4,17; 1Co 16,22).

Como a teologia da prosperidade é a base doutrinária das igrejas neopentecostais, ela gera literaturas “ditas cristãs” de auto-ajuda, confissão positiva, batalha espiritual, determinação da bênção, quarta dimensão, sacrifícios por meios de dízimos e ofertas (fogueira de Israel), encontros de células e G12 da onda apostólica.

É fácil identificar as igrejas neopentecostais pelo seu triunfalismo exacerbado, liderança centralizadora e autoritária, seus líderes tem idolatria pela mídia, pregam demasiadamente a total saúde e riqueza, falam demais nos demônios como causadores de todas as desgraças e misérias, atacam vergonhosamente a Igreja Católica e em cima da boa fé dos fiéis constroem seu poderoso império religioso e financeiro.

Teologia do coaching, a substituta da Teologia da Prosperidade

Mas o engraçado é que a teologia da prosperidade já começa a mudar de direção. Seus grandes ícones já foram expostos e desmascarados. Infelizmente ela ainda faz vítimas pela falta de conhecimento do povo, principalmente nas periferias, público alvo desse tipo de “teólogos”. Felizmente ela está cada vez mais marginalizada e ficando limitada a determinadas igrejas. Já está surgindo uma substituta para a tal teologia da prosperidade. É a teologia do coaching.

O que é o coaching?

Um mix de recursos que utiliza técnicas, ferramentas e conhecimentos de diversas ciências como a administração, gestão de pessoas, psicologia, neurociência, linguagem ericksoniana, recursos humanos, planejamento estratégico, entre outras visando à conquista de grandes e efetivos resultados em qualquer contexto, seja pessoal, profissional, social, familiar, espiritual ou financeiro”.

Como o coaching acontece?

“Conduzido de maneira confidencial, o processo de Coaching é realizado através das chamadas sessões, onde um profissional chamado Coach tem a função de estimular, apoiar e despertar em seu cliente, também conhecido como coachee, o seu potencial infinito para que este conquiste tudo o que deseja”.
O coaching utiliza de técnicas humanas num indivíduo que é o centro de tudo para que este alcance seus objetivos humanos. Muitos pastores e líderes tem enveredado por esse caminho. Tratam suas pregações como palestras motivacionais da fé que confundem fé com força e vontade, evangelho com motivacionismo e Cristo com um palestrante. O foco está naquilo que o homem pode fazer através da sua fé pessoal. Fé essa que passa por Cristo, mas que tem seu objeto na própria pessoa e nos seus esforços dirigidos. Muitas “pregações” tem o mesmo objetivo do coaching, ou seja, estão “visando à conquista de grandes e efetivos resultados em qualquer contexto, seja pessoal, profissional, social, familiar, espiritual ou financeiro”. O apelo pode ser até espiritual, mas ainda assim você já deve ter escutado muito coisas do tipo “como ser o melhor marido”, “como atrair e fidelizar pessoas para o reino”, “alcançando sucesso através da fé”. Tudo isso travestido de espiritualidade…

Materialismo

Há um desejo enorme em conquistar coisas. Sejam elas produtos do mercado como carros, casas, roupas, viagens ou algo mais “espiritual” como paz, pessoas, bom casamento, filhos educados, castidade, etc. As pessoas querem conquistar, possuir e avançar, sendo tudo isso fruto não da humilhante auto confrontação e negação de si mesmo, mas da auto-afirmação. O papel do pastor se tornou muito parecido com o do coach: “estimular, apoiar e despertar em seu cliente (ovelha)… o seu potencial infinito para que este conquiste tudo o que deseja”. É exatamente isso que essa mistura humanista-materialista busca: o potencial infinito de cada ser humano para conquistar aquilo que ele deseja. Há uma conexão com o existencialismo, onde o indivíduo e sua busca pessoal por significado em si mesmo passa a ser o centro do pensamento filosófico.

A Teologia do Coaching busca descobrir o potencial de cada pessoa para que ela alcance seus próprios objetivos. Dependência de Deus é algo apenas fantasiado. Orações são feitas apenas para que Deus abençoe nossos planos e para que Ele nos dê apoio em nossa própria empreitada. O sobrenatural é esquecido e Deus vai ficando cada vez mais distante. Na Teologia do Coaching o soberano é o indivíduo com suas decisões de fé e sucesso. Em muitas igrejas tudo que você vai encontrar nos púlpitos são mensagens sobre o que os homens podem fazer para ser alguma coisa melhor do que já são. Até a mistura com conteúdos de coaching, marketing pessoal e psicologia você encontrará. Aliás, tem sido comum pastores e líderes entrarem nesses cursos e palestras para serem mais persuasivos, contagiantes e teatrais (pra não usar manipuladores). O Espírito Santo não tem muito espaço na Teologia do Coaching, mesmo que usem seu nome.

A Teologia do Coaching está substituindo a Teologia da Prosperidade. Esse discurso tem atraído jovens, empresários, profissionais liberais, e todo o tipo de gente, principalmente na classe média. E aqui está a transição entre as duas abordagens. A Teologia da Prosperidade faz uma barganha com Deus crendo que Ele efetuará milagres para benefício material e espiritual do homem. A Teologia do Coaching eliminou a barganha ao deixar Deus de longe, mas passou a ter no próprio homem a força “milagrosa” para seu benefício material e espiritual. Na Teologia da Prosperidade ainda há uma certa dependência de Deus e seu agir sobrenatural, enquanto na Teologia do Coaching o homem declarou sua independência. O relacionamento de barganha foi substituído para o relacionamento de platéia. O Deus da Teologia do Coaching está assistindo e torcendo pelos grandes empreendedores no palco da fé.

Essa é uma teologia mais sutil, que parece mais humilde, mas na verdade transborda soberba ainda mais do que a tenebrosa Teologia da Prosperidade. Seu ambiente menos escandaloso e mais conformado a cultura secular permite que esse tipo de abordagem lote igrejas e obtenha grande aceitação. Geralmente se fala o que as pessoas querem ouvir e pecados são tratados como pedra e obstáculos no caminho que devem ser superados. A pregação fica até mais dinâmica, com uso de mídias, frases de efeito e motivação mútua. Tudo isso associado com o desejo material dos nossos dias só contribuem para que a Teologia do Coaching ganhe terreno.

Conclusão

Teologia da Prosperidade e Teologia do Coaching, ambas são maléficas e distantes do Cristianismo bíblico que leva o homem a negar a si mesmo, humilhar-se diante de Deus e depender dele em tudo. Ter sucesso profissional e conquistar riquezas não é pecado em si, mas isso não pode ser um dos pontos centrais de nossa espiritualidade cristã. Cuidado para não substituir a teologia da prosperidade pela teologia do coaching, em ambas o deus que adoram é o mesmo: o homem.

Fonte:

http://www.ibccoaching.com.br/portal/coaching/o-que-e-coaching/
Veritatis Splendor

Santa Inês, padroeira das jovens, das noivas e da pureza

REDAÇÃO CENTRAL, 21 Jan. 20 / 05:00 am (ACI).- Em 21 de janeiro, celebra-se a Festa de Santa Inês, padroeira das jovens, das noivas, das prometidas em matrimônio, da pureza e dos jardineiros. Em relação à santa, surgiu o costume dos cordeiros brancos, cuja lã se utiliza para fazer os pálios dos Arcebispos.

Seu nome em latim é “Agnes”, associado a “agnus”, que significa cordeiro. Segundo a história mais conhecida, Santa Inês era uma jovem formosa, rica e pretendida por muitos nobres romanos. Não aceitou nenhum, expondo que já estava comprometida com Cristo. Então, acusaram-na de ser cristã.
Foi levada a um prostíbulo, mas anjos e sinais celestes a protegeram. Então, puseram-na em uma fogueira que não a queimou. Finalmente, foi decapitada no ano 304.
Constantina, a filha do imperador Constantino, edificou uma basílica dedicada a ela na Via Nomentana e sua festa começou a ser celebrada em meados do século IV.
No tratado de Santo Ambrósio sobre as virgens, lê-se que por tradição sabe-se que Santa Inês morreu aos doze anos. Antes de seu martírio, manteve-se “inalterável ao ser arrastada por pesadas e estridente correntes”.
“Não tinha ainda idade para ser condenada, mas estava já madura para a vitória… Assim, foi capaz de dar fé das coisas de Deus uma menina que era incapaz legalmente de dar fé das coisas humanas, porque o Autor da natureza pode fazer que sejam superadas as leis naturais”, disse Santo Ambrósio.
Diz-se que o carrasco fez o possível para assustá-la e atrai-la com adulações porque muitos desejaram se casar com ela, mas Santa Inês respondeu: “Seria uma injúria para meu Esposo esperar a ver se eu gosto de outro; Ele me escolheu primeiro, Ele me terá. O que esperas, verdugo, para lançar o golpe? Pereça o corpo que pode ser amado com uns olhos aos quais não quero”.
A santa rezou e dobrou a nuca ante o verdugo que tremia a mão direita para dar o golpe, mas ela permanecia serena. “Em uma só vítima teve lugar um duplo martírio: o da castidade e o da fé. Permaneceu virgem e obteve a glória do martírio”, concluiu Santo Ambrósio.
Santa Inês é representada como uma menina ou jovem orando, com diadema na cabeça e uma espécie de estola sobre os ombros, em alusão ao pálio. É acompanhada por um cordeiro aos seus pés ou em seus braços e rodeada de uma pira, espada, palma e lírios.
ACI Digital

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

São Sebastião, mártir e soldado de Cristo

REDAÇÃO CENTRAL, 20 Jan. 20 / 05:00 am (ACI).- “Glorioso mártir São Sebastião, soldado de Cristo e exemplo de cristão”. Assim inicia a oração dedicada ao santo cuja memória litúrgica é celebrada neste 20 de janeiro pela Igreja e que tem sua vida resumida nessa pequena exortação.

Nascido em Narbonne, no século III, filho de uma família nobre, chegou a ser capitão da Guarda do Palácio Imperial em Roma.
Recebeu o batismo e sempre zelou por ele em sua vida e também na dos seus irmãos.  Era respeitado por todos e apreciado pelo imperador, que desconhecia sua qualidade de cristão. Cumpria a disciplina militar, mas não participava dos sacrifícios idolátricos.
Como bom cristão, exercitava o apostolado entre seus companheiros, visitava e alentava os cristãos presos por causa de Cristo.
Diz-se que um dia foi a um mártir que se sentia desencorajado diante das lágrimas de sua família. O santo o encorajou a ficar firme e dar a sua vida por Jesus Cristo. Desta forma, o homem pôde dar testemunho do glorioso martírio.
Até que, em certa ocasião, foi denunciado ao imperador, que o obrigou a escolher entre ser seu soldado ou seguir Jesus Cristo.
O santo respondeu dizendo que iria continuar a ser um seguidor de Cristo até o fim e foi condenado à morte por flechadas.
Os soldados, então, o levaram ao estádio, despiram-no, amarraram-no a um poste e lançaram sobre ele uma chuva de flechas, dando-o por morto.
Mas, seus amigos perceberam que ele ainda estava vivo. Uma mulher, esposa de um mártir, levou-o para sua casa, onde o manteve escondido. Ela cuidou dele até que ficou restabelecido.
Com a saúde recuperada, apresentou-se novamente diante do imperador, repreendendo-o por perseguir os cristãos.
O imperador, então, mandou que fosse açoitado e, desta vez, Sebastião não resistiu e acabou morrendo, por volta do ano 300.
Seu corpo foi jogado ao lamaçal, mas os cristãos o recolheram e o enterraram na Via Ápia, na célebre catacumba que leva o nome de São Sebastião, local venerado pelos cristãos desde os tempos antigos.
Em Roma, foi construída a basílica em sua honra. Durante séculos, o santo foi invocado como patrono contra a peste e contra os inimigos da religião.
Nesta data, ao recordar o glorioso mártir, trazemos a oração de São Sebastião:
Glorioso mártir São Sebastião, soldado de Cristo e exemplo de cristão, hoje vimos pedir a vossa intercessão junto ao trono do Senhor Jesus, nosso Salvador, por Quem destes a vida. Vós que vivestes a fé e perseverastes até o fim, pedi a Jesus por nós para que sejamos testemunhas do amor de Deus. Vós que esperastes com firmeza nas palavras de Jesus, pedi-Lhe por nós, para que aumente a nossa esperança na ressurreição. Vós que vivestes a caridade para com os irmãos, pedi a Jesus para que aumente o nosso amor para com todos. Enfim, glorioso mártir São Sebastião, protegei-nos contra a peste, a fome e a guerra; defendei as nossas plantações e os nossos rebanhos, que são dons de Deus para o nosso bem e para o bem de todos. E defendei-nos do pecado, que é o maior de todos os males. Assim seja.
ACI Digital

domingo, 19 de janeiro de 2020

Não há lar sem cruz: 7 dores que marcaram a família de Santa Teresinha do Menino Jesus


“Nas famílias sempre, sempre há cruz, sempre. Porque o amor de Deus, o Filho de Deus, abriu-nos também esse caminho. Mas nas famílias também depois da Cruz há Ressurreição”, assinalou o Papa Francisco durante o Encontro Mundial das Famílias Filadélfia 2015. Uma família cuja vida foi profundamente marcada pela Cruz foi a de Santa Teresinha do Menino Jesus e dos seus pais, Santos Zélia e Luís Martin.
Eles tornaram as dores e as tribulações um caminho de santidade.
A seguir, apresentamos sete dores que marcaram a família de Santa Teresinha do Menino Jesus, as quais podem ajudar e dar esperança às pessoas que estão passando por situações semelhantes.

          1. Extrema exigência

Luís e Zélia eram filhos de pais militares, cristãos com uma fé viva.
Entretanto, Zélia foi criada com muita rudeza, autoritarismo e exigência. Dizem que a sua mãe era uma mulher de muito mau caráter.
Por isso, em uma das suas cartas, a santa afirmou que a sua infância e juventude foram tristes “como um sudário” e que sua mãe “era muito severa; era muito boa, mas não sabia dar-me carinho, então eu sofri muito”.
2. Recusados para a vida religiosa
Zélia estudou no colégio interno das religiosas da Adoração perpétua e Luís com os Irmãos das Escolas Cristãs (La Salle). Durante sua juventude e antes de se conhecerem, Maria Zélia queria levar uma vida religiosa no mosteiro das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, enquanto Luís Martin sentia o mesmo desejo de dedicar sua vida a Deus e foi para o mosteiro do Grande São Bernardo. Mas nenhum dos dois foi aceito.
Luís trabalhou como relojoeiro e Zélia se tornou uma famosa empresária com o “ponto de Alençon”, uma famosa renda da época.
Em uma ocasião, ambos atravessaram a rua e Zélia ficou impressionada ao ver um jovem de fisionomia nobre, semblante reservado e boas maneiras. Ela sentiu uma voz dizendo: “Este é o homem predestinado para você”. Eles se conheceram, começaram a namorar e três meses depois de seu primeiro encontro se casaram.
3.  A perda dos filhos
Luís e Zélia tiveram nove filhos, mas sofreram a morte prematura de quatro.
Entre as cinco filhas que sobreviveram estavam Santa Teresinha do Menino Jesus e Leônia, cujo processo de beatificação foi aberto em 2015.
4. Câncer
Aos 45 anos, Zélia descobriu que tinha um tumor no seio e viveu a sua doença com muita esperança cristã até sua morte em 1877.
Após a morte de sua esposa, Luís se viu sozinho para seguir cuidando da sua família. Mudou-se para Lisieux, onde morava o irmão de Zélia; deste modo, a tia Celina pôde cuidar das filhas. Alguns anos depois, as cinco se tornaram religiosas, quatro no Carmelo e uma na Visitação.
5. Holocausto para Deus
Luís tinha uma doença que estava o prejudicando ao ponto de perder as suas faculdades mental. Foi internado no sanatório do Bom Salvador em Caen.
Às vezes, tinha momentos de alívio e se ofereceu como vítima de holocausto a Deus. Faleceu em julho de 1894.
6. Caminho de solidão
Santa Teresinha sofreu muito com a morte da sua mãe e escolheu a sua irmã Paulina como a sua segunda mãe. Depois, Paulina entrou no Carmelo e a pequena Teresa ficou gravemente doente com sintomas de regressão infantil, alucinações e até anorexia.
Em 13 de maio de 1883, depois de vários novenários de Missas e orações, uma imagem da Virgem Maria sorriu para Teresa e ela imediatamente ficou curada.
A santa também sofreu pela doença de seu amado pai, que a chamava de “sua pequena rainha”.
7. Firmes diante das adversidades
Em seu livro “História de uma Alma”, Santa Teresinha escreveu o seguinte sobre seus pais: “Tenho a felicidade de pertencer a pais inigualáveis que nos cercaram dos mesmos cuidados e do mesmo carinho… Sem dúvida, Jesus, em seu amor, quis fazer-me conhecer a mãe incomparável que me dera, mas que sua mão divina tinha pressa de coroar no céu… Minhas primeiras recordações estão repletas dos mais ternos sorrisos e carícias… Eu amava muito papai e mamãe, e lhes demonstrava meu carinho de mil maneiras”.
“Nosso Pai querido beberia na mais amarga e mais humilhante de todas as taças… Em 29 de julho do ano passado, rompendo os laços do seu incomparável servo e chamando-o para a recompensa eterna” (Tirado do livro “História de uma Alma”).
Bíblia Católica News

2º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO "A" - TESTEMUNHAS DO CORDEIRO

+ Dom Sérgio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
No dia seguinte à celebração da festa do Batismo do Senhor, que ocorreu no último domingo, teve início o “Tempo Comum”, caracterizado pela cor litúrgica verde. Neste Ano Litúrgico, a partir do próximo domingo e em todos os outros domingos do Tempo Comum, será proclamado o Evangelho segundo Mateus. Hoje, porém, a Liturgia nos propõe um texto do Evangelho segundo João (Jo 1,29-34). Nele, destaca-se o testemunho de João Batista apresentando Jesus como “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29) e referindo-se a manifestação do Espírito Santo no batismo de Jesus.  “Eu vi e dou testemunho!”, afirma João.  O Evangelho quer nos levar também a dar testemunho de Jesus, assim como fez João Batista, reconhecendo-o como o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”.
O título “Cordeiro de Deus”, aplicado a Jesus, nos mostra que ele é o novo cordeiro, imolado na nova e definitiva Páscoa, o Cordeiro-Servo do Senhor, anunciado pelo profeta Isaías, conduzido à morte para libertar a todos do pecado e da morte. O “Cordeiro” apresentado por João Batista é o cordeiro libertador do Êxodo, o cordeiro redentor anunciado por Isaías, o Cordeiro morto e ressuscitado. É ele que vem a nós em cada Eucaristia. Antes de receber a comunhão eucarística nós proclamamos que ele é o “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, crendo em seu poder e misericórdia, pois reconhecemos que não somos dignos que ele entre em nossa morada. Felizes os que participam da ceia do Cordeiro, conforme proclama o sacerdote na celebração eucarística. Feliz quem pode repetir como João: “eu vi e dou testemunho”.
Nós somos convidados a dar testemunho de Cristo, com simplicidade e coragem, como fez João Batista, “chamados a sermos santos junto com todos os que, em qualquer lugar, invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Cor 1,2). Pela vivência da santidade, no dia a dia, damos testemunho do Cordeiro de Deus, ajudando outras pessoas a segui-lo como verdadeiros discípulos e a participar da vida da Igreja. O anúncio do Evangelho seja sempre mais acompanhado do testemunho de vida!
Em resposta à Palavra anunciada, rezemos o Salmo 39, dizendo com os lábios e o coração: Eis que venho, Senhor! Com prazer, faço a vossa vontade! Esta atitude vivida de modo pleno pelo Cordeiro-Servo, nosso Redentor, seja hoje a nossa atitude diante de Deus, na liturgia e na vida.
Folheto "O Povo de Deus"/Arquidiocese de Brasília

10 razões pelas quais o Terço é tão poderoso

Imagem referencial/ Crédito: Pixabay
REDAÇÃO CENTRAL, 19 Jan. 20 / 05:00 am (ACI).- Pe. Dwight Longenecker, pároco de Our Lady of the Rosary, em Carolina do Sul (Estados Unidos), compartilhou um novo artigo para ‘National Catholic Register’ com 10 razões pelas quais a oração do Terço é uma das mais "poderosas".
“Os santos dizem. Os papas dizem. O Terço é uma arma poderosa contra o mal. Mas, já parou para descobrir por quê?”, escreveu o presbítero na introdução de seu recente artigo. 
A seguir, as 10 razões que explicam o poder do Terço:
1. Porque o Terço envolve a vontade
Sobre o primeiro ponto, Pe. Longenecker explicou: “A vontade humana é poderosa porque é compartilhar o poder de Deus. Dá-nos a vontade de escolher fazer o bem ou fazer o mal, e essa vontade, em si mesma, é uma arma poderosa no âmbito espiritual. É por isso que Satanás visa nos escravizar e incapacitar nossa vontade através de vícios. Quando nossa vontade se une à vontade de Deus através da oração, literalmente aproveitamos a fonte de poder de Deus”.
2. Porque o Terço é físico
O sacerdote revelou que, quando “usamos os aspectos físicos da oração”, como adotar uma postura intencional ou sacramentais como “velas abençoadas, água benta, incensos e quadros ou imagens sagradas”, então, “estamos usando as ferramentas que possuímos e que Satanás não possui”, o que significa uma vantagem.
Pe. Longenecker lembrou que “os anjos, e isso inclui os demônios, são criaturas puramente espirituais. Eles não têm a forma física e, portanto, são inferiores a nós”.
3. Porque o Terço envolve nossas funções linguísticas
O também escritor de livros espirituais recorda que "Satanás não tem os meios da fala física"; em troca, o homem recebeu de Deus "línguas para louvá-lo" e "cordas vocais e ânimo para falar e cantar".
“Por isso, devemos rezar o Terço em voz alta, movendo nossos lábios. Isso compromete nosso corpo físico e nosso intelecto, através dos quais podemos produzir fala”, acrescentou.
4. Porque o Terço implica nossa imaginação
Pe. Longenecker detalha que, quando meditamos os mistérios do Terço, envolvemos a parte não verbal de nossa mente, que se comunica através de imagens "de uma maneira positiva e purificadora".
“Satanás gosta de cativar nossa imaginação através de imagens pecaminosas. Essas imagens podem ser comunicadas através da Internet, televisão ou qualquer estímulo visual, mas também quer que nossa imaginação permaneça em imagens que são destrutivas. Portanto, nossa imaginação pode ser usada para fantasias luxuriosas, imaginações violentas contra nossos inimigos ou desfrutar de lembranças negativas”, recordou.
Portanto, disse que meditar os mistérios do Terço "limpa nossa imaginação e compromete e usa a imaginação para promover a vontade de Deus em vez do mal".
5. Porque recitar o Terço através da linguagem leva à meditação
O sacerdote explica que "nossas mentes geralmente funcionam de maneira linguística: usando a fala e os conceitos da fala para pensar em problemas, pensar no futuro, planejar o que vem depois etc.".
Então, quando se reza o Terço, a imaginação pode ser "limpa" com "a meditação".
"Ao rezar o Terço, esse canal de nossa mente está ocupado e as portas podem se abrir para a imaginação e o que eu chamo de partes ‘sub-linguísticas’ do nosso ser", afirmou.
6. Porque com o Terço é possível acessar experiências passadas para curá-las
Pe. Longenecker comenta que "as emoções verdadeiras são irracionais e inexplicáveis" e, portanto, é "na área emocional da alma onde temos nossas experiências fundamentais".
“No útero materno e nos estágios pré-linguísticos da vida, experimentamos a vida de maneira irracional e emocional. Enquanto rezamos o Terço e o canal linguístico está ocupado e o canal imaginativo está ocupado, o Espírito Santo pode acessar as experiências sub-linguísticas, profundas e cruas de nossos primeiros dias. Se houver feridas e más lembranças emocionais, a Mãe Maria poderá curá-las”, explicou o presbítero.
7. Porque, com o Terço, aplicam-se os mistérios curativos
“Escrevi mais sobre como isso funciona no meu livro 'Rezando o Terço para a cura interna', mas basta dizer que, ao rezar o Terço, os mistérios sobre o nascimento, o ministério, a paixão e a glória de Cristo se abrem e o Espírito Santo os aplica às nossas próprias necessidades internas. Onde há impurezas, são eliminadas. Onde há más lembranças, são curadas. Onde há feridas, o doutor Jesus e a enfermeira Maria atendem às nossas necessidades”, disse o presbítero.
8. Porque o Terço é a arma ideal para a batalha espiritual
Pe. Longenecker foi muito claro neste ponto: “Satanás odeia o Terço. Odeia Maria. Odeia o Evangelho. Odeia Deus. Odeia Cristo, o Senhor. Odeia a oração do Senhor. Odeia a Ave-Maria. Ele odeia você toda vez que reza o Terço por tudo que descrevi anteriormente, porque está entrando no território que ele quer reivindicar como dele. Ele quer controlar a sua vontade e você lhe tira isso. Ele quer controlar as suas palavras, mas você lhe tira isso. Ele quer ter controle sobre sua imaginação, mas você lhe tira isso. Ele quer ter controle sobre suas emoções e seus primeiros anos de vida; você lhe tira isso".
9. Porque as mesmas vitórias sobre o mal descritas nos Evangelhos se aplicam à vida real
O presbítero disse que, "em muitos sentidos, os mistérios do Evangelho dão vida à vitória de Cristo sobre Satanás e, rezando o Terço, podemos aplicar essas vitórias contra a obra de Satanás no mundo".
10. Porque o Terço é acessível e fácil para todos
Finalmente, para Pe. Longenecker, é “incrivelmente surpreendente” que Deus, através do Terço, gere “uma cura muito profunda na vida individual e no mundo da maneira mais acessível e fácil”.
“Não é necessário realizar longas sessões de psicanálise ou aconselhamento. Em vez disso, homens, mulheres, meninos e meninas comuns podem simplesmente rezar o Terço. Todas essas coisas boas acontecem mesmo quando não somos conscientes de que estão ocorrendo estes aspectos profundos de rezar”, ressaltou.
Publicada originalmente em CNA. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
ACI Digital

sábado, 18 de janeiro de 2020

Santa Margarida da Hungria, mediadora da tranquilidade e da paz

REDAÇÃO CENTRAL, 18 Jan. 20 / 05:00 am (ACI).- A Igreja celebra neste dia 18 de janeiro Santa Margarida da Hungria, mediadora da tranquilidade e da paz.

Nasceu em um família de santos. Foi filha do rei Bela IV e de Maria Láscaris, filha do imperador de Constantinopla. Em 1242, antes de nascer, foi oferecida a Deus pela libertação da Hungria dos tártaros.
Quando tinha apenas três anos, foi confiada às religiosas dominicanas de Veszprém e, aos doze anos, foi para o novo mosteiro edificado por seu pai, o rei, em uma ilha do Danúbio, perto de Budapeste, onde fez a profissão pelas mãos de frei Humberto de Romans.
Tomando consciência de sua extraordinária missão, a jovem princesa se dedicou com heroico fervor a percorrer o caminho da perfeição. A ascese conventual do silêncio, da solidão, da oração e da penitência se harmonizaram com um ardoroso zelo pela paz, um grande valor para denunciar as injustiças e uma grande cordialidade com suas companheiras, às quais servia com alegria nos mais humildes serviços.
Sua vida de piedade se qualificava pela devoção ao Espírito Santo, a Jesus crucificado, à Eucaristia e a Maria.
Morreu com apenas 28 anos, nesse mosteiro, em 18 de janeiro de 1270 e seu corpo permaneceu sepultado neste local até 1526. Depois de diversas vicissitudes, suas relíquias foram colocadas na igreja das clarissas de Bratislava (1618), mas desapareceram com a extinção do mosteiro em 1782.
No dia 19 de novembro de 1943, Pio XII a invocava em sua canonização como mediadora “de tranquilidade e de paz fundadas na justiça e na caridade em Cristo, não apenas para sua pátria, mas para todo o mundo”.
ACI Digital

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Vaticano concede "nihil obstat" para o início da causa de beatificação de jovem brasileiro

Marcelo Henrique Câmara / Foto: Arquidiocese de Florianópolis
FLORIANÓPOLIS, 10 Jan. 20 / 12:00 pm (ACI).- A Congregação para as Causas dos Santos concedeu o “nihil obstat” (nada obsta) para o processo de beatificação do jovem brasileiro Marcelo Henrique Câmara, que terá início em março deste ano.
Segundo a Arquidiocese de Florianópolis, o arcebispo local, Dom Wilson Tadeu Jönck, dará início ao processo de beatificação de Marcelo Henrique Câmara, no dia 8 de março de 2020, com sessão solene de instalação do Tribunal Arquidiocesano para a investigação da causa, no Santuário Sagrado Coração de Jesus, na paróquia dos Ingleses.
A Santa Missa está prevista para as 15h, seguida da Primeira Sessão do Tribunal. Neste Santuário, onde Marcelo Câmara serviu como catequista e ministro extraordinário da Sagrada Comunhão, também ficarão sepultados os restos mortais do Servo de Deus.
Caberá ao Tribunal Diocesano verificar a consistência da santidade do jovem Marcelo. Para tal, serão coletados depoimentos e testemunhos acerca de como ele exerceu em grau exemplar as virtudes cristãs; serão analisados os seus escritos e suas palestras já devidamente transcritas; e será averiguada a sua história enquanto jovem e cristão que viveu de modo fiel o seguimento de Cristo.
Com o início do processo, Marcelo Câmara se torna o primeiro candidato a ser declarado santo nascido na Ilha de Santa Catarina.
“No começo deste terceiro milênio, em meio aos desafios de um mundo altamente secularizado, Marcelo nos confirma que a santidade é possível, e é um chamado para todos os estados de vida. É possível ser jovem, e ser santo. Mais que isto, é preciso!”, declarou o postulador da causa, Padre Vitor Feller.
Breve biografia
O jovem leigo Marcelo Henrique Câmara nasceu em 26 de junho de 1979, em Florianópolis (SC). Formou-se em Direito e foi promotor de Justiça no estado catarinense e membro do Opus Dei. Faleceu aos 28 anos, 20 de março de 2008, devido a um câncer.
De acordo com a Arquidiocese de Florianópolis, após intensa conversão em um retiro promovido pelo Movimento de Emaús, Marcelo buscou se santificar na vida cotidiana, ordinária, em meio às realidades temporais, celebrando as alegrias e carregando as cruzes da sua existência, tornando-se um verdadeiro apóstolo da juventude, sobretudo em meio aos grupos de jovens desse movimento.
Participava da vida paroquial na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, no bairro dos Ingleses, onde era catequista de adultos e ministro extraordinário da Sagrada Comunhão.
Dedicou-se ao máximo aos estudos e pesquisas no curso de Direito e, depois, no ensino, como professor titular no IES e professor substituto na Universidade Federal de Santa Catarina.
Mesmo em meio à doença, estudou com afinco para se tornar promotor de justiça, cargo que exerceu por um ano com profissionalismo ético e dedicação evangélica.
Identificou-se com o sofrimento redentor de Cristo no oferecimento da sua enfermidade (leucemia), vivida com alegria e paz cristã, durante quatro anos, em consonância com os ensinamentos de São Josemaria Escriva, fundador do Opus Dei.
A biografia deste jovem é contada no livro “No Caminho da Santidade: a vida de Marcelo Câmara, um Promotor de Justiça”, que pode ser adquirido AQUI.
Mais informações sobre Marcelo Henrique Câmara e seu processo de beatificação também podem ser acessadas no site marcelocamara.org.br.
ACI Digital

Santo Antão, ilustre pai dos monges cristãos

REDAÇÃO CENTRAL, 17 Jan. 20 / 05:00 am (ACI).- Neste dia 17 de janeiro, celebra-se a festa de Santo Antão, também conhecido como Santo Antônio Abade, ilustre pai dos monges cristãos e modelo de espiritualidade ascética.

Seu nome significa “florescente". Nasceu no Egito, por volta do ano 250, de pais camponeses e ricos. Em uma Missa, ressoaram nele as palavras de Jesus: “Se quer ser perfeito, vai, vende tudo o que tem e dá aos pobres”.
Quando seus pais morreram, tinha cerca de 20 anos. Repartiu seus bens entre os pobres e foi fazer penitência no deserto. Ali, passou a ter uma vida de eremita e, mais tarde, viveu junto a um cemitério, refletindo neste tempo sobre a vida de Jesus, que venceu a morte.
Fazia trabalho manual pois tinha ouvido que "o que não quer trabalhar não tem direito de comer" (2Ts 3,10). "Do que recebia guardava algo para sua manutenção e o resto dava aos pobres”, afirma Santo Atanásio na biografia que escreveu sobre o santo.
Organizou comunidades de oração e trabalho. Entretanto, optou, novamente, por ir para o deserto, onde integrou sua vida solitária com a direção e organização de um grupo de eremitas que se encontravam nessa área.
Assim, Santo Antão se tornou um dos iniciadores das comunidades de monges na história do cristianismo, que logo foram se expandindo por todo o mundo e que seguem existindo atualmente.
Junto com o Bispo Santo Atanásio, defendeu a fé contra o arianismo, uma heresia que negava a divindade de Jesus Cristo. Além disso, segundo São Jerônimo, o abade Santo Antão foi amigo de São Paulo, o eremita.
“Orava constantemente, tendo aprendido que devemos orar em privado sem cessar. Além disso, estava tão atento à leitura da Sagrada Escritura, que nada se lhe escapava: retinha tudo, e assim sua memória lhe servia de livros”, destaca Santo Atanásio.
“Todos os aldeões e os monges com os quais estava unido viram que classe de homem era ele e o chamavam ‘o amigo de Deus’, amando-o como filho ou irmão”, acrescenta.
Santo Antão partiu para a Casa do Pai por volta do ano 356, no monte Colzim, perto do Mar Vermelho. É considerado também padroeiro dos tecelões de cestas, fabricantes de pincéis, cemitérios e açougueiros.
ACI Didital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF