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terça-feira, 23 de junho de 2020

Destruição de Jerusalém no ano 70

“Dias virão em que os inimigos farão trincheiras, te sitiarão e te apertarão de todos os lados. Esmagarão a ti e a teus filhos, e não deixarão em ti pedra sobre pedra. ”
GadiumPress

“Dias virão em que os inimigos farão trincheiras, te sitiarão e te apertarão de todos os lados. Esmagarão a ti e a teus filhos, e não deixarão em ti pedra sobre pedra. ”

Redação (22/06/2020 11:19, Gaudium Press) Deus castigou o mundo na época de Noé através da água; Sodoma e Gomorra, pelo fogo e enxofre; e Jerusalém, por meio dos soldados romanos comandados pelo general Tito, no ano 70.

Um cometa em forma de espada apareceu sobre Jerusalém

Assim, cumpriu-se a profecia que Nosso Senhor fez quando, caminhando com os Apóstolos, ao ver Jerusalém, começou a chorar e afirmou:

“Dias virão em que os inimigos farão trincheiras, te sitiarão e te apertarão de todos os lados. Esmagarão a ti e a teus filhos, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não reconheceste o tempo em que foste visitada” (Lc 19, 43-44).

Jerusalém já havia sido destruída por Nabucodonosor, no século VI antes de Cristo, devido às abominações ali praticadas. No Templo, judeus chegaram a adorar ídolos diante dos quais moviam turíbulos com incenso e se prosternavam como sinal de adoração (cf. Ez 8, 10-16). Rejeitaram o Profeta Jeremias que os advertia incansavelmente, e foram castigados de modo terrível.

Veio Nosso Senhor Jesus Cristo, mas ímpios judeus O crucificaram.  Depois perseguiram a Santa Igreja e mataram muitos cristãos. Em certo momento, chegou o espantoso castigo.

Desde o ano 66, soldados romanos, comandados por Vespasiano – que depois se tornou Imperador –, devastavam diversas regiões da Palestina e muitos judeus tinham se refugiado em Jerusalém. Considerando a gravidade da situação e, sobretudo, tendo presente a advertência do Redentor “os que estiverem na cidade afastem-se dela” (Lc 21, 21), os cristãos que habitavam Jerusalém abandonaram-na e se estabeleceram numa localidade chamada Pela, na atual Jordânia .   

Com base em escritos do historiador judeu Flávio Josefo e do Padre Darras, faremos uma síntese do que ocorreu.

Deus enviou sinais de que puniria a cidade. Um cometa em forma de espada apareceu sobre Jerusalém, durante um ano. Alguns dias antes de começar a investida contra a cidade, dirigida então pelo general Tito, filho de Vespasiano, certa noite uma luz intensa iluminou o altar do Templo, durante meia hora.

Havia na cidade um milhão e duzentas mil pessoas

Aproximava-se a solenidade da páscoa judaica do ano 70. Tito deixou que todos os peregrinos, provenientes de outros lugares, entrassem em Jerusalém. Assim, havia na cidade perto de um milhão e duzentas mil pessoas, segundo Flávio Josefo.

Exceto a parte que dava para um vale profundo, Jerusalém era cercada por resistentes muralhas, com 90 torres.

Os romanos começaram seus ataques utilizando aríetes, mas não conseguiam abalar as muralhas; os judeus faziam investidas que causavam muitas baixas entre os sitiantes.  Então, Tito transportou seu quartel-general para um local próximo das muralhas, que era “o mesmo lugar que Godofredo de Bouillon, chefe da Primeira Cruzada, deveria ocupar mil anos mais tarde”. 

Em Jerusalém havia dois partidos que guerreavam entre si; um chefiado por João de Giscala, e outro por Simão bar Gioras, os quais se tornaram déspotas e cometiam horrendos crimes. Os estrondos provocados pelas fortes pancadas dos aríetes nas muralhas causavam pânico em Jerusalém.  Então, os dois partidos se uniram e iniciaram contra-ataques aos sitiantes.

A pedido de Tito, Flávio Josefo, de um lugar bem alto próximo à muralha, bradou aos sitiados que eles deveriam se entregar aos romanos, para salvar o Templo, o povo, a cidade. Os tiranos e seus asseclas não se comoveram, mas muitos do povo fugiram para junto dos romanos.

Horrores causados pela fome

Começou, então, a faltar trigo e logo a fome se fez sentir. Quem apresentasse o menor sintoma de que pretendia fugir era degolado. Pessoas armadas penetravam nas casas. Se encontravam um homem válido, o matavam porque havia se alimentado às escondidas; caso fosse um alquebrado pela fome tiravam-lhe a vida para ser uma boca a menos…

Os que conseguiam escapar através dos aquedutos subterrâneos eram pegos pelos soldados romanos, que os crucificavam à vista dos sitiados, ou lhes cortavam o nariz, as orelhas, as mãos e os devolviam à cidade.
Alguns desses fugitivos tinham engolido ouro ou pedras preciosas. Os árabes que os captavam abriam os ventres deles e remexiam suas entranhas à procura de joias.

Uma mulher, pertencente a uma das mais nobres famílias de Israel, matou seu filho bebê, assou o corpo, comeu a metade e escondeu o restante. A fumaça e o cheiro atraíram os facínoras que por ali rondavam. Eles entraram na casa e, ao tomarem conhecimento da realidade, fugiram apavorados.

Após alguns meses de assédio, a fome aumentou de tal modo que, do alto das muralhas, cadáveres eram jogados para fora da cidade, a fim de não causar pestes. 

Incêndio do Templo

Os romanos construíram um muro que envolvia toda a cidade, tomaram a Torre Antônia e saltaram para diante do Templo. Houve encarniçadas lutas de espadas que duraram desde nove horas da noite até às sete do dia seguinte. Depois de grande mortandade, os romanos voltaram à Torre.

O Templo possuía dez portas; cada uma delas media dez metros de altura e cinco de largura e era recoberta de lâminas de ouro e prata. Em seu interior, bem no alto, havia grandes cachos de uva, esculpidos em ouro. A fachada era toda recoberta de lâminas de ouro.  O telhado estava semeado de pontas de ouro, para evitar que as aves lá pousassem e o sujassem.

Tito queria de todos os modos salvar o Templo. Mas um soldado romano fez-se levantar por um companheiro e atirou por uma janela aberta um pedaço de madeira aceso.  O general gritou para que fosse apagado o início de incêndio… mas em vão.

Os romanos penetraram no Templo e ficaram horrorizados: “Em volta do altar havia montes de cadáveres… rios de sangue corriam por todos os degraus.”  Quando entrou no Templo, Tito ficou extasiado vendo a sua magnificência, e colheu objetos para decorar seu triunfo, entre os quais o véu do Santo dos Santos, a mesa dos pães da proposição, o candelabro de sete braços de ouro.
O fogo tornou-se tão violento que o monte sobre o qual estava construído parecia arder todo inteiro.

Os romanos queimaram o que restava da cidade e derrubaram suas muralhas. Tito mandou que as destruíssem até os alicerces. Restou apenas um pedaço do muro de arrimo do Templo, conhecido hoje como “muro das lamentações”.   

Por Paulo Francisco Martos
(in “Noções de História da Igreja” – 15)
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1- Cf. LLORCA, Bernardino. Historia de la Iglesia Católica – Edad Antigua. 6. ed. Madri: BAC, 1990, v. I, p. 172.
2- DARRAS, Joseph Epiphane. Histoire Génerale de l’Église. Paris : Louis Vivès. 1869, v. VI, p. 291.
3- JOSEFO, Flavio. História dos hebreus – II parte. v. 8. Tradução do Padre Vicente Veloso, com o título Guerra dos judeus contra os romanos. São Paulo: Editora das Américas. 1956. p. 285.

SS. ZACARIAS E ISABEL, PAIS DE S. JOÃO BATISTA

SS. Zacarias e Isabel
SS. Zacarias e Isabel  (© BAV, Vat. gr. 1162, f. 159r)

“No tempo de Herodes, rei da Judeia, havia um sacerdote chamado Zacarias, que pertencia à classe sacerdotal de Abias; Isabel, sua mulher, também era descendente de Arão. Ambos eram justos aos olhos de Deus, obedecendo, de modo irrepreensível, todos os mandamentos e preceitos do Senhor. Mas, eles não tinham filhos, porque Isabel era estéril e ambos tinham idade avançada” (Lc 1, 5-7).

Hoje, a Liturgia celebra a festa de um casal de Santos, o primeiro, depois de Maria e José, do qual falam as Escrituras. O Evangelho de Lucas começa, exatamente, com a história destes dois esposos, que eram justos diante de Deus, fiéis e observantes. Porém, tinham um espinho no coração por não poder conceber um filho. Naquela época, a esterilidade também era uma causa de marginalização.

Mutismo, entre sinal e castigo
A história de Zacarias e Isabel ensina-nos que jamais devemos perder a esperança, porque "nada é impossível para Deus".
Zacarias era um sacerdote da oitava classe, ou seja, a de Abias, uma das 24 estabelecidas por Davi, que regulamentavam os turnos semanais de serviço no Templo. Casou-se com Isabel, que também era descendente de uma família sacerdotal, e se estabeleceu em Ain Karin. Seu matrimônio não foi agraciado pelo nascimento de um filho, sobretudo, em um tempo em que a esterilidade era motivo de marginalização. No entanto, a união do casal era sólida: ambos se amavam e viviam uma vida de retidão.
Certo dia, enquanto Zacarias estava no Templo, recebeu a visita do arcanjo Gabriel, que lhe preanunciava a gravidez da sua esposa. No entanto, embora fosse um homem piedoso, pediu, ao mensageiro de Deus, uma prova. Por isso, ele ficou mudo até o oitavo dia do nascimento do filho, quando a criança devia ser circuncidada: a sua língua se soltou para confirmar que o nome dele seria João.

Um casal tocado pela Graça
Se um amor for verdadeiro, desenvolve-se e produz frutos com o tempo: a semente torna-se uma grande árvore! Por isso, o evangelista Lucas inicia a sua narração, falando deste casal tocado pela Graça procriadora de Deus. Desta forma, quis demonstrar que o Senhor faz maravilhas na vida de quem confia Nele, que sabe esperar e aguarda o tempo da sua intervenção.
Estes dois grandes Santos ensinam-nos também que um coração, que realmente ama, experimenta o poder do Senhor, não baseado em seus próprios projetos, mas na Sua vontade, que sempre é soberana e na qual devemos confiar com fé incondicional.

Traziam no ventre a história da salvação
Logo, o papel de Isabel, contra toda e qualquer previsão, era ser a mãe daquele que estava destinado a preparar o caminho de Jesus: João Batista. Isabel sentia, dentro de si, esta graça, como ainda a vida, que crescia em seu ventre: esta vida exultou, dentro dela, pela visita inesperada da sua prima Maria. A Virgem também havia recebido o anúncio do Anjo, ao qual disse sim, imediatamente, porque, do mesmo modo, estava cheia de graça. Eis o encontro de duas mulheres, que traziam no ventre a história da salvação.

“Benedictus”
Quando Zacarias voltou a falar, com o nascimento de seu filho João, pronunciava palavras de louvores a Deus: o “Benedictus”, também conhecido como Cântico de Zacarias, com o qual agradecia a Deus pelo acontecimento prodigioso: "Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu seu povo; fez nascer por nós um poderoso Salvador, na casa de Davi, seu servo, como havia anunciado pela boca de seus Santos e profetas, desde o início dos tempos...".
Após essas palavras de Zacarias e Isabel, não foi dito mais nada nos Evangelhos. De fato, não havia necessidade de dizer mais nada para quem sabia que, o verdadeiro sentido da vida consiste em viver de misericórdia!


Vatican News

S. JOSÉ CAFASSO, PRESBÍTERO DE TURIM

S. José Cafasso, Enrico Reffo
S. José Cafasso, Enrico Reffo

José Cafasso era formador de “párocos e sacerdotes diocesanos”, ou melhor, de “sacerdotes santos”, entre os quais São João Bosco.
Ao comentar sobre a vida de São José Cafasso, Bento XVI disse que este religioso piemontês instituiu uma "escola de vida e de santidade sacerdotal".
Foi na cidade de Turim, em 1800, que nasceu o apelativo comum dado àquela pessoa que era vista como modelo de vida sacerdotal luminosa: o “Santo da forca”. Trata-se de uma definição ligada diretamente à sua obra ao lado dos condenados à morte nas prisões "Le Nuove" de Turim. Hoje, o lugar, em desuso, foi transformado em um comovente museu, memorial das condições humilhantes em que viviam os encarcerados. Com os presos, - dos quais, hoje, é Padroeiro – ele usava de imensa misericórdia, poderoso veículo do amor paterno e consolador de Deus.

Precisamente pela sua assídua missão ao lado dos últimos, ele é recordado também como um dos chamados “Santos Sociais de Turim”: cerca de dez religiosos e leigos iluminados, que, entre os séculos XIX e XX, se dedicavam às emergências da cidade e a todos os necessitados.


Verdadeiro pastor
José Cafasso nasceu em uma família de camponeses, em Castelnuovo d’Asti, em 1811, e foi ordenado sacerdote, em Turim, em 1834. Transcorreu grande parte da sua vida no internato eclesiástico da capital piemontesa, do qual se tornou diretor.
Conterrâneo e diretor espiritual de Dom Bosco (1815-1888), Padre Cafasso distinguiu-se, não só por seu magistério no Seminário maior de Turim, mas também pela sua doçura e serenidade que sabia transmitir às pessoas. Assim, tornou-se tão familiar entre seus concidadãos, que lhe fizeram a proposta de ser um representante na Câmara do Reino, mas Cafasso não aceitou: “No Juízo final, - comentou – deverei prestar contas ao Senhor, que me perguntará se fui um bom padre e não se fui um bom deputado”.

Verdadeiro pastor
O que lhe interessava era a figura do verdadeiro pastor, com uma vida interior rica e um profundo zelo pastoral: assíduo na oração, engajado na pregação, dedicado à celebração da Eucaristia e ao ministério da Confissão.
Logo, São José Cafasso tentou encarnar este modelo na formação dos jovens sacerdotes, para que, por sua vez, fossem formadores de outros sacerdotes, religiosos e leigos.
Esta herança difundiu-se, não apenas em Turim, mas também ao longo do tempo, como testemunha a profunda devoção a São José Cafasso, que faleceu naquela cidade em 23 de junho de 1860, aos 49 anos.
Seus restos mortais descansam no Santuário da Consolata em Turim.

Vatican News

segunda-feira, 22 de junho de 2020

Albino Luciani: o sorriso da vida cristã

Papa João Paulo I

A intervenção do prefeito da Congregação para as Causas dos Santos na apresentação do livro sobre João Paulo I, meu irmão Albino


do cardeal José Saraiva Martins
Momento da apresentação do livro sobre o Papa Luciani, publicado por 30Giorni, realizado no Almo Collegio Capranica, em Roma, em 11 de dezembro de 2003. Oradores da esquerda para a direita: padre Roberto Busa, senador Giulio Andreotti e cardeal José Saraiva Martins
Momento da apresentação do livro sobre o Papa Luciani, publicado por 30Giorni, realizado no Almo Collegio Capranica, em Roma, em 11 de dezembro de 2003. Oradores da esquerda para a direita: padre Roberto Busa, senador Giulio Andreotti e cardeal José Saraiva Martins
1. Estou particularmente satisfeito por participar da apresentação do livro Meu irmão Albino. Memórias e memórias da irmã do Papa Luciani . Antes de tudo, porque é uma oportunidade significativa para expressar meu profundo apreço e toda minha estima pela meritória revista 30Giorni e suas supostas iniciativas editoriais.
O trabalho realizado pela revista poderia, de fato, ser comparado, servatis servandis , a um púlpito de papel , no sentido de que contribui para a difusão da verdade, à luz do Evangelho.
30 diascom suas iniciativas editoriais, entra nas dobras do mundo contemporâneo, lendo eventos, vicissitudes e propondo reflexões profundas que despertam interesse.
Lendo 30Days - e confesso que sempre o faço com muito prazer - varia no campo cultural, sem nunca perder de vista o objetivo, digamos apostólico, que é permear o ambiente em que o homem se move e vive hoje, especialmente para que ele possa encontrar a Cristo. Basicamente, é assim que a revista deve ser "sal e fermento", no mundo do papel impresso.
Parece-me uma grande caridade, o que Antonio Rosmini chamou de caridade da inteligência , e eu gosto de reconhecer 30Giornia contribuição real que oferece à Igreja no mundo de hoje.
Parece óbvio, mas necessário, apresentar esses meus sentimentos ao diretor do Senado Giulio Andreotti, 30Giorni , e expressar seu desejo de continuar a emprestar por muito tempo esse carisma autoritário e qualificado, ocupando este cargo.
2. O outro motivo de alegria, não secundário, e sim o principal objetivo de nosso encontro hoje à noite é a apresentação deste belo livro escrito por Stefania Falasca com uma atitude jornalística, não sem participação apaixonada, juntamente com uma habilidade suave e cativante de contar. O livro parece muito bem, também graças à esplêndida reportagem fotográfica de Massimo Quattrucci.
Para a apresentação do livro, também usarei duas citações, que não estão no livro, mas não são estranhas, como você pode julgar.
O primeiro empresto de um escritor dinamarquês que, na época, gozava de certa notoriedade no ambiente eclesiástico das primeiras décadas do século XX. Isso também se deve à sensação que havia convertido o luteranismo ao catolicismo: Giovanni Joergensen, que era fascinado por São Francisco de Assis e escreveu sua biografia - que é sua obra mais conhecida - e chegou a morar permanentemente em Assis. Escreveu também uma biografia de Santa Catarina de Siena e, finalmente, de Dom Bosco, editada pelo salesiano Pe Cojazzi, que na época era tutor do jovem Pier Giorgio Frassati. Tomo a citação desta última biografia de Dom Bosco, que infelizmente não pode ser encontrada e esgotada - quem sabe talvez 30Diaspode pressionar para republicá-lo, talvez em uma versão atualizada do ponto de vista estilístico. Joergensen escreve parafraseando, com grande respeito, o livro sagrado: «Permito-me começar a vida de Dom Bosco com estas palavras:" No começo havia a mãe "... seu nome era Margherita Occhiena e era camponesa piemontesa" (G. Joergensen, Dom Bosco , Editora Internacional, Turim 1929, pp.19-20).
A praça da igreja paroquial de Forno di Canale, em uma foto da década de 1920
A praça da igreja paroquial de Forno di Canale, em uma foto da década de 1920
Sufragado pelo que li, com grande interesse, do testemunho de Antonia Luciani sobre seu irmão Albino, relatado no livro que é apresentado hoje à noite, gostaria de dizer que começaria uma bela biografia de Luciani com o estilo Joergensen, ou seja: «No início havia a mãe ... o nome dela era Bortola Tancon e ela era uma mulher montanhosa veneziana».
Você vai me permitir ter confiança no assunto. Indo a Belluno para a abertura da fase diocesana da causa da canonização do papa Luciani, em 23 de novembro passado, contou o atual vigário geral de Belluno - e o padre Giorgio Lise, postulador, que está aqui conosco esta noite. ele poderá confirmar - que era natural da mesma aldeia de Don Albino, que se chamava Forno di Canale, hoje Canale d'Agordo, e que assistiu e serviu à missa algumas vezes para Luciani. Mas o mais interessante foi essa observação: "Na aldeia", disse ele, "mesmo quando já estava à frente como monsenhor e como bispo, quando falava dele, sempre se dizia Dom Albino della Bortola". Depois, acrescentou um detalhe ainda mais eloquente: "Quando conversamos sobre o pai de Luciani, as pessoas o indicaram como Giovanni della Bortola, algo bastante incomum e estranho, mas isso indica bem a presença forte e significativa dessa mulher ao lado de seu marido e filho".
3. Recordando uma das últimas citações que o servo de Deus Albino Luciani fazia de sua mãe, nos sermões, nas lições, nos discursos, nos escritos, o que foi feito durante a audiência geral da quarta-feira, 27 de setembro - onde ele disse sobre o ato de caridade : "Minha mãe me ensinou, mas eu ainda recito agora, várias vezes ao dia" - , A irmã do papa Luciani, Antonia (no livro da página 38), observa que Don Albino dedicou seu primeiro livro, Catequética em migalhas , lançado em 1949, apenas um ano após a morte de sua mãe: «À doce memória de minha mãe. mãe, minha primeira professora de catecismo ». E ele continua contando a Albino como uma criança que uma vez fez um tema sobre sua mãe, na quarta série, onde, entre outras coisas, escreve: "Ela deve estar vestida porque é camponesa, mas sabe ler, escrever bem e também contar". A irmã Nina também acrescenta que a mãe "era uma mulher enferrujada , como dizemos na região de Veneto, muito simples, mas de grande temperamento, força de vontade, energia" (no livro da página 38).
Outro episódio muito saboroso contado pela signora Antonia diz respeito à grande paixão que Albino teve pela leitura: «Ele sempre carregava livros, mesmo quando ia cortar a grama nas montanhas. Berto, "o outro irmão que mais tarde fez do professor toda a sua vida", chamou-o de "o leitor ávido". "" Eu lembro ", continua a irmã e a cena se move", a primeira vez que ela leu a história de uma alma de Santa Teresa de Lisieux. Ele tinha dezessete anos. Lembro-me bem, porque ele até pedira dinheiro à mamãe para comprá-lo. Ele dizia: 'Se eu pudesse ter o dinheiro ...'. De fato, ele leu a resenha deste livro em um jornal que tinha pai e queria muito tê-lo "" (conforme encontrado no livro da página 53). Depois de tantas décadas, a Sra. Nina impressionou, viva, na memória vários episódios da vida de Santa Teresina, aprendidos por seu irmão Albino, que ele sabia contar tão bem como fazê-los permanecer vivos na mente.
De pé, a mãe de Albino Luciani, Bortola Tancon (esquerda) e, sentados, os avós maternos
De pé, a mãe de Albino Luciani, Bortola Tancon (esquerda) e, sentados, os avós maternos
Ainda com relação à mãe, a irmã Antonia conta (no livro da página 74) que, quando o bispo nomeou monsenhor Luciani primeiro provicário e depois vigário geral de Belluno, a mãe perguntou ao filho: «Albino, o que é isso que você tem? dado a fazer? ». Na resposta do filho que explica que lhe é pedido mais trabalho para a Igreja, a mãe comenta: "Se assim for, isso significa que vou rezar mais por você". A mãe de Dom Bosco teria dito o mesmo. E também nossas santas mães, deixe-me acrescentar.
A reflexão feita até agora nos serve para entender o grande papel da família, em particular da mãe, no crescimento, na formação de uma pessoa e que, para dizer com os Joergensen, "uma criança será santa se a mãe estiver a caminho de Deus" (G. Joergensen, Dom Bosco , op . Cit ., P. 20).
A santidade, portanto, tem uma pedagogia própria; é melhor dizer que existe uma pedagogia da santidade , da qual João Paulo II também fala na carta Novo millennio ineunte , onde escreve: "Os caminhos da santidade são pessoais, e exigem uma pedagogia real da santidade. santidade , capaz de se adaptar aos ritmos de cada pessoa. Deve integrar as riquezas da proposta dirigida a todos com as formas tradicionais de ajuda pessoal e de grupo e com as formas mais recentes oferecidas nas associações e movimentos reconhecidos pela Igreja "(n. 31). Durante uma audiência geral, Albino Luciani, em diálogo com o garoto que chamou perto dele para ajudar o Papa, disse: "Quando eu era menino, minha mãe me disse:" Você estava muito doente quando criança "; Eu, que não lembrava mais, acreditava na mamãe. Eu acreditei no que ela me disse, mas ainda mais acreditei nela porque ela era a mãe » e depois comparei esse discurso ao relacionamento que os fiéis devem ter com o Senhor.
No estreito vínculo entre Albino Luciani e mãe Bortola, há toda uma pedagogia da santidade que deve ser redescoberta e re-proposta com coragem em nossos programas pastorais. O livro de Falasca que 30Giorni teve a feliz idéia de realizar, tem esse mérito: entrar na dimensão doméstica e familiar, fazendo-nos descobrir o véu sobre a santidade dessa família Luciani, em sua simplicidade e ordinária.
4. Agora passo para a segunda citação, da qual eu disse no início, externa ao livro, mas não estranha. Tomo isso do livreto publicado por Città Nuova, que publica o curso dos exercícios espirituais realizados pelo cardeal Van Thuân ao papa e à cúria romana há alguns anos. O cardeal, estando um dia em Melbourne, na Austrália, para a pregação de um curso de exercícios espirituais, disse: "Com grande consolo, li na parede as seguintes palavras de esperança:" Não há santo sem passado, como não há pecador sem futuro "" (em Witnesses of Hope , New City, Rome 2000, p. 47).
A primeira visita do Bispo Luciani a Canale d'Agordo, em 6 de janeiro de 1959;
A primeira visita do Bispo Luciani a Canale d'Agordo, em 6 de janeiro de 1959;
Muito se pode dizer da esperança de Albino Luciani como padre, confessor (especialmente em Agordo, e há um capítulo inteiro sobre esse aspecto de Luciani, quase inédito até agora, da página 60 à página 65), bispo, patriarca e pontífice. em pecadores. Mas despertou muito interesse e curiosidade em descobrir o "passado" desse candidato à santidade, o servo de Deus Albino Luciani, um passado no qual o livro se prolonga e se estende, em grandes detalhes, como encorajador como sempre, eu diria, e o que nos ajuda a sentir a santidade próxima e verdadeiramente possível.
No retrato de família que surge de uma conversa ao vivo com Nina Luciani e que Stefania Falasca se transformou neste livro, agradável de ler, são feitas descobertas emocionantes. Por exemplo, na página 44, é dito que quando o pequeno Albino, em 1915, adoeceu com pneumonia brônquica, porque no inverno daquele ano - cheio de neve - um dia ele correu descalço na neve e sua mãe retrucou que era tudo molhado. Fiquei empolgado ao ler essa passagem, porque eu também, quando criança, fui pega e dominada várias vezes por minha mãe, porque fugi da cama para brincar na neve.
Então Albino estava animado, lemos na página 46: «Tão animado. Quando mamãe ia aos campos trabalhar, ele sempre fugia dela, fugia com outras crianças e tinha que ficar atrás dele, porque você nunca sabia o que ele podia fazer ». Convido você a se divertir lendo o episódio de cartuchos e palmadas que isso trouxe para Albino. Ou o episódio relatado na página seguinte, quando na escola ele deu um ladrão à professora porque não lhe devolveu um livro que lhe emprestara. Quando os pais são convocados para a escola, o pai diz à esposa: "Bortola, você pede desculpas ao professor, eu não vou, porque, se eu for, perco a paciência e bato nele" (página 47). Este episódio ainda foi contado por seu irmão no almoço que aconteceu quando Luciani se tornou bispo, comentando-o, no discurso ao irmão recém-consagrado e provocando uma grande risada nos parentes e amigos presentes, com as seguintes palavras: «Não acredite que ele sempre foi um santo ... mesmo que depois tenha dado muita satisfação à mãe ».
Muito boa é a história do estilingue, por causa do qual, por um tempo, ele não se tornou franciscano. Maravilhosa é a história dos verões que passamos juntos com a família, quando o Albino era um jovem seminarista ou apenas um padre. Quero ler uma parte, não resisto à tentação, porque é muito bonito: "Dos verões que passamos juntos, as imagens que me restaram mais vivas" confidencia Madame Nina são as de Val Garés, onde você foi cortar a grama 'Relva. [...] As imagens mais bonitas que mantenho são quando subi as montanhas imediatamente após o amanhecer, para ajudar Berto e Albino a fazer o feno. Eu marquei claramente a memória daqueles amanheceres nos prados, cobertos de lírios brancos, e o Albino com sua batina cortando a grama "(página 54).
5. Como não posso ir mais longe, convido você a descobrir as muitas coisas bonitas que cada página do livro contém. Por último, mas não menos importante, mesmo que seja encontrada nos fundos, a homilia de dom Luciani, que fez na igreja paroquial de seu país, acaba de consagrar o bispo de Vittorio Veneto. É uma obra-prima da espiritualidade, pastoralidade e catequese. O autor do livro, escolhendo esta homilia entre as centenas que se conhecem, faz uma escolha muito inteligente, porque, de fato, nessa homilia há todos os Luciani, o que ele era e também o que será mais tarde como Papa. Ou seja, nela se encontra a completude de seu pensamento e seu programa pastoral.
A aparência do mestre de catequese Luciani é mencionada várias vezes no livro (por exemplo, na página 55). Durante a abertura da causa de beatificação, em Belluno, foi lido um pensamento de Albino Luciani sobre a catequese, que eu particularmente gostei: «O mais bonito dos ministérios é o ministério pastoral. Mas o catecismo é ainda mais bonito. Nada se compara a isso. É o ministério mais puro, mais desapegado de qualquer reivindicação. O que não é catecismo não é nada aos meus olhos " (A. Luciani, Illustrissimi , Carta a Dupanloup, ed. Messaggero Padova, pp. 300-301; cf. Opera omnia , vol. I, pp. 405-406).
Paulo VI visitando Veneza em 16 de setembro de 1972
Paulo VI visitando Veneza em 16 de setembro de 1972
Termino com um último pensamento do servo de Deus Albino Luciani sobre santidade, que me acompanhou desde que o ouvi precisamente na cerimônia de abertura da causa em Belluno, e acho que também pode ser um convite eficaz e persuasivo para todos vocês presentes aqui esta noite responder afirmativamente ao chamado à santidade que o Senhor nos dirige, assim como nosso Don Albino. O pensamento é o seguinte: "A santidade vivida é muito mais extensa do que a santidade oficialmente proclamada. O papa canoniza, é verdade, apenas santos autênticos ... Se fizermos uma espécie de seleção aqui na terra, Deus não fará isso no céu; ao chegar ao paraíso, provavelmente encontraremos mães, trabalhadoras, profissionais, estudantes colocadas acima dos santos oficiais a quem veneramos na terra "( Opera omniavol. VI, p. 16)
Provavelmente, gostaria de acrescentar mais explicitamente, também querendo envolver sua presença, também encontraremos jornalistas, escritores, fotógrafos e políticos.
Estou convencido de que o livro apresentado hoje à noite não precisa de muita propaganda, porque se o fizer sozinho e certamente será bem-sucedido, como já aconteceu até agora. Pela minha parte, mais uma vez, também publicamente, certifico meu agradecimento por seu trabalho à autora Stefania Falasca, ao fotógrafo Massimo Quattrucci e, pelo cuidado e apresentação elegante, também do design tipográfico, à editora 30Giorni que nos oferece um volume que vale a pena ler e espalhar entre amigos e conhecidos.

Revista 30Dias

Conheça a história de dois irmãos ordenados sacerdotes no mesmo dia

Pe. Connor (esquerda) e Pe. Peyton Plessala.
Crédito: Catholic News Agency (Agência em inglês do grupo ACI)
ALABAMA, 19 Jun. 20 / 10:45 am (ACI).- Em tempos de pandemia de coronavírus, os irmãos Peyton e Connor Plessala prostraram-se em frente ao altar, entregaram suas vidas ao serviço de Deus e da Igreja Católica em uma Missa privada, em 30 de maio, na Catedral Basílica da Imaculada Conceição em Mobile, Alabama (Estados Unidos)
Peyton, de 27 anos, e Connor, de 25 anos, passaram boa parte de suas vidas focados em temas próprios de sua juventude, como estudos acadêmicos, excursões, amigos, namoradas e esportes, e sempre foram mais próximos do que os "melhores amigos", disse Connor à CNA, agência em inglês do grupo ACI.
Ambos tinham muitas opções e caminhos que poderiam ter escolhido para suas vidas; no entanto, “por alguma razão, Deus escolheu nos chamar e o fez. Tivemos a sorte de contar com os fundamentos de nossos pais e de nossa educação para escutá-lo (a Deus) e depois dizer ‘sim’”, afirmou Peyton.
"Passamos tanto tempo no seminário nos preparando para ser efetivos um dia (...) conversando sobre nossos planos, sonhos, esperanças e coisas que poderíamos fazer um dia em um futuro hipotético... Agora estamos aqui e mal posso esperar para começar", disse Peyton e expressou seu entusiasmo de começar a ajudar na educação e nas escolas católicas e de ouvir confissões.
Os pais dos novos sacerdotes são médicos que cresceram no sul da Louisiana, onde, segundo Peyton, você é católico, a menos que declare o contrário. Quando Connor e Peyton eram muito jovens, a família se mudou para o Alabama.
Eles iam à Missa todos os domingos com seus dois irmãos mais novos e foram educados na fé e no que Peyton chama de "virtudes naturais": como ser pessoas boas e decentes, a importância de escolher sabiamente seus amigos e o valor da educação. Para os novos sacerdotes, embora seus pais sempre tenham sido católicos, não eram do tipo de família que "rezava o Terço em volta da mesa", disseram.
Praticar esportes coletivos, como futebol, basquete e beisebol, incentivados por seus pais, também ajudou a formar neles as virtudes naturais, pois ensinou-lhes o valor do trabalho duro, do companheirismo e de dar o exemplo aos demais.
Apesar de frequentar escolas católicas e ter "palestras vocacionais" anuais, nenhum deles realmente considerou o sacerdócio como uma opção para suas vidas até o início de 2011, quando viajaram com seus colegas de escola para Washington, D.C., para a Marcha pela Vida, a maior reunião anual pró-vida nos EUA.
Naquela viagem, os rapazes ficaram impressionados com o entusiasmo e a alegria de seu guia de grupo do Colégio Católico McGill-Toolen, que era um sacerdote recém-ordenado. Nesta viagem, ambos sentiram o chamado, mas apenas Connor considerou ingressar no seminário após terminar o colégio e, no outono de 2012, começou seus estudos no St. Joseph Seminary College (Seminário de São José), em Covington, Louisiana.
Para Peyton, o caminho para o seminário não foi tão direto, mas na viagem: “Percebi pela primeira vez: ‘Cara, eu poderia fazer isso. [O sacerdote guia] está tão em paz consigo mesmo, tão alegre e se divertindo muito. Eu poderia fazer isso. Esta é uma vida que eu realmente poderia fazer", disse.
Após a conclusão do ensino médio, Peyton seguiu seu plano original e estudou por três anos no programa para ingressar na faculdade de medicina na Universidade do Estado de Luisiana. Lá, começou a namorar com uma menina que conheceu e durou 2 anos.
Em seu primeiro ano de faculdade, Peyton liderou um grupo de estudantes do ensino médio de seu colégio na viagem anual da Marcha pela Vida. Durante o evento, em um momento de adoração ao Santíssimo Sacramento, percebeu a voz de Deus perguntando: "Você realmente quer ser médico?" A resposta foi "não".
“E no momento em que escutei isso, meu coração estava mais em paz do que... talvez, em toda a minha vida. Nesse momento, pensei: 'Vou ao seminário'. Por um momento, tive o propósito de uma vida. Tinha uma direção e um objetivo. Eu simplesmente sabia quem eu era”, afirmou, e disse que, como resultado de sua decisão, deveria terminar seu relacionamento com a namorada e assim o fez.
Por sua parte, Connor lembrou que quando Peyton ligou para lhe contar sua decisão de ir ao seminário, "fiquei chocado (...). Fiquei extremamente emocionado porque estaríamos juntos novamente” disse Connor. Foi assim que, no outono de 2014, Peyton ingressou no seminário e, embora os dois sempre tivessem sido amigos, seu relacionamento melhorou desde então.
Peyton, como irmão 18 meses mais velho, era quem incentivava e dava os conselhos, mas com a sua entrada no seminário, pela primeira vez Connor disse que se sentiu como o “irmão mais velho”, mas como sempre, os dois tinham as próprias ideias e enfrentavam os desafios de formas diferentes”.
A experiência de assumir o desafio de se tornar sacerdotes ajudou o relacionamento deles a amadurecer.
Embora Connor tivesse entrado dois anos antes no seminário, os dois conseguiram ficar na mesma turma de ordenação. Peyton disse que seus pais são constantemente bombardeados com a pergunta: “O que fizeram para que a metade de seus filhos ingresse no seminário”.
Para Peyton, dois foram os fatores-chave em sua educação que ajudaram todos os seus irmãos a crescerem como católicos comprometidos. Primeiro, frequentaram escolas católicas com uma forte identidade de fé.
Mas para os irmãos, ainda mais importante era a experiência de reunir-se em família todas as noites para rezar e estar juntos. "Jantamos em família todas as noites, independentemente da logística necessária para que isso funcione", disse Peyton.
"Se tivéssemos que comer às 16h porque um de nós tinha um jogo naquela noite, ou se tivéssemos que comer às 21h30, para esperar que alguém chegasse em casa depois do futebol... Sempre fazíamos um esforço para comer juntos e rezávamos antes desta comida”, explicou Peyton.
Quando Peyton e Connor contaram que entrariam no seminário, seus pais os apoiaram muito em sua vocação, mesmo que suspeitassem que sua mãe estivesse triste porque, provavelmente, acabaria tendo menos netos. Outros jovens que eles conheceram deixaram o seminário porque seus pais não os apoiaram, disse Peyton.
"Sim, os pais sabem o melhor, mas quando se trata das vocações dos filhos, Deus é quem sabe, porque Deus é o único que chama", comentou Connor.
Ninguém em sua família, nem mesmo eles, esperava ou previa que poderiam ser chamados ao sacerdócio, pois eram "meninos normais" que praticavam sua fé, saíam no ensino médio e tinham muitos interesses variados.
"Acho que todos os jovens que realmente praticam sua fé provavelmente pensaram nisso pelo menos uma vez, simplesmente porque conhecem um sacerdote e ele provavelmente disse: 'Ei, você deveria pensar sobre isso'", disse.
A esse respeito, Peyton contou que perguntou a muitos de seus amigos católicos e devotos, que agora são casados, ​​se eles consideraram o sacerdócio antes de discernir para o matrimônio. Quase todo mundo disse que pensou nisso por uma semana ou duas, mas não aderiram à ideia.
Em vez disso, a ideia do sacerdócio não desapareceu para eles. “Ficou gravada em mim e depois ficou comigo durante 3 anos. E, finalmente, Deus disse algo como: ‘Já é hora. É hora de fazê-lo’”, disse Peyton.
Para Connor, dar o passo de ir ao seminário quando ainda estava discernindo foi a melhor maneira de decidir se Deus realmente o chamava para ser sacerdote. Por isso, encoraja todos os jovens que se fazem a pergunta sobre o sacerdócio a irem para o seminário.
"Vá para o seminário. Você não será pior por isso. Começará a viver uma vida dedicada à oração, formação, a entrar em si mesmo, aprender quem você é, conhecer as suas fortalezas e debilidades, e aprender mais sobre a fé. Todas essas coisas são boas”, disse Connor.
O seminário não é um compromisso permanente. Se um jovem vai para o seminário e percebe que o sacerdócio não é para ele, não será pior. Pelo contrário, "converte-se em um homem melhor, com uma melhor visão sobre si mesmo, que rezou muito mais do que se não tivesse ido ao seminário”, acrescentou.
Da mesma forma que para muitas pessoas de sua idade, os caminhos de Peyton e Connor para a sua vocação definitiva foram sinuosos. “A grande dor dos millenials é ficar sentado e tentando pensar no que querem fazer da vida durante tanto tempo que a vida simplesmente passa”, disse Peyton. “Por isso, uma das coisas que gosta de incentivar nos jovens que estão discernindo é a fazer algo a respeito”.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF