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segunda-feira, 22 de junho de 2020

Paróquia brasileira ganha relíquia de primeiro grau de Santo Antonio de Pádua

Relíquia de Santo Antônio de Pádua.
Foto: Facebook Paróquia Sto. Antônio, Diocese de Sinop (MT)
REDAÇÃO CENTRAL, 19 Jun. 20 / 03:48 pm (ACI).- Após 44 anos de história, a Paróquia de Santo Antônio, na diocese de Sinop, no Mato Grosso, pôde receber em seu templo uma relíquia de primeiro grau com massa óssea do seu padroeiro. A deposição no relicário foi feita no sábado passado, 13, pelo bispo diocesano, Dom Canísio Klaus, durante a celebração festiva do dia de Santo Antonio.
“O costume de depositar relíquias de santos no interior das igrejas remonta os primeiros séculos da Igreja Católica. Essa comunhão dos santos significa nossa união e ligação. A Igreja é corpo de Cristo”, afirmou Dom Canísio.
Durante a celebração, o bispo se dirigiu ao relicário, localizado na entrada da igreja, para colocar as relíquias após um momento de oração.
“Que sejamos cada vez mais movidos pela santidade, que possamos viver também as virtudes de Santo Antonio e que ele seja o nosso grande intercessor na busca pela santidade, que é a vocação para a qual todos fomos chamados. Como nos pede o próprio Cristo Jesus, ‘sede santos como Eu sou santo’”, motivou o prelado.
Também no início da celebração, a artista plástica, Mari Bueno, que executou a arte do relicário, informou que a doação da relíquia foi prometida em 2015, pelo padre Enzo Poiana, que na época era o reitor da Basílica de Pádua, na Itália, onde está o corpo de Santo Antonio. Um ano após, em 2016, ele faleceu de infarto e a concretização do envio só foi possível a partir de um novo pedido.
“Poucas igrejas no mundo tem uma relíquia como essa. Na Igreja Católica, as relíquias são classificas em três graus conforme a maior ou menor importância. Uma relíquia de primeiro grau contém parte do corpo, tais como ossos, unhas, cabelos e sangue. As de segundo grau são objetos de uso pessoal, como roupas, cajados e crucifixo. Já as que são de terceiro grau são objetos que foram tocados ou que tocaram o corpo do santo” explicou Mari. 
O documento da Província Italiana de Santo Antonio de Pádua dos Franciscanos Menores Conventuais, lido pelo pároco, padre Roberto Gottardo, destacou que o envio da relíquia ex massa corporis de Santo Antônio (‘do corpo de Santo Antônio’) é feita para a edificação de todas as pessoas que freqüentam a paróquia.
“É importante observar que as relíquias que estamos doando não são para o culto pessoal, mas destinam-se à veneração pública dos fiéis. Estamos convencidos que a sua presença será fonte de inspiração para todas as pessoas. Que nosso santo interceda por todos, conduzindo-os a um amor incondicional ao Senhor e a um testemunho convincente de vida cristã”, disse o texto.
Confira o vídeo da transmissão:
ACI Digital

Cruz é restaurada como "sinal de esperança" em meio à pandemia

Cruz de ferro forjado na Catedral de Nossa Senhora Auxiliadora e
São Pedro de Alcântara. Créditos: Diocese de Shrewsbury
REDAÇÃO CENTRAL, 20 Jun. 20 / 07:00 am (ACI).- O Bispo de Shrewsbury (Inglaterra), Dom Mark Davies, elogiou a restauração da cruz no topo de uma catedral como "um sinal de esperança" em meio à pandemia de coronavírus.
Em 16 de junho, Dom Davies indicou que a restauração da cruz de ferro forjado na Catedral de Nossa Senhora Auxiliadora e em São Pedro de Alcântara é um sinal de esperança "na vitória da vida e do amor".
“Erguida acima da catedral, esta cruz continuará brilhando no horizonte de Shrewsbury pelas próximas gerações", acrescentou.
Em um comunicado de imprensa, a Diocese de Shrewsbury indicou que, devido à ferrugem e outros danos, a cruz estava em "extrema necessidade" de reparo.
O especialista em conservação M. Salt Limited removeu a cruz pela primeira vez desde sua instalação em 1856, ano em que a catedral foi inaugurada, para repará-la e pintá-la. O campanário do templo também foi restaurado no dia em que as igrejas católicas na Inglaterra foram autorizadas a reabrir para a oração privada após o fechamento devido ao coronavírus.
A Diocese indicou que a cruz de ferro forjado é um exemplo inicial da obra do movimento de Artes e Ofícios, inspirada em parte pelas ideias do arquiteto Augustus Pugin.
"Não há provas documentais que mostrem quem desenhou e encomendou a cruz, embora os arquitetos suspeitem que foi o filho de Pugin, Edward, quem assumiu a responsabilidade de terminar a catedral depois da morte de seu pai em 1852”, acrescentou.
O especialista em conservação, Mike Salt, sugeriu que a cruz foi criada por Jean Tijou, um ferreiro francês huguenote que fez portas e portões para o Palácio de Hampton Court, o palácio favorito do rei Henrique VIII.
Salt indicava que as lâminas ornamentadas no corpo da cruz são feitas de ferro forjado com carvão vegetal, uma técnica de gravação associada a Tijou, na qual o metal se forma martelando o lado oposto.
"Portanto, na minha opinião, a cruz é historicamente importante não apenas porque representa o melhor do movimento [Arts and Crafts], mas porque mostra que ainda é possível reproduzir o trabalho de Tijou em um ambiente moderno", assinalou.
O trabalho na cruz é parte de um ambicioso projeto de restauração na catedral, que é uma das menores da Inglaterra.
Como parte deste projeto, o bispo Davies devolveu o Tabernáculo ao centro da catedral. Ele também obteve permissão para remover as plataformas de madeira criadas na década de 1980 para estender o tabernáculo.
"As catedrais da Inglaterra foram construídas para criar um espaço sagrado para o povo de nossa terra", indicou Dom Davies em sua coluna no Catholic Herald, em 2019. "Em Shrewsbury, buscamos renovar esta missão para que nossa catedral possa continuar apresentando a visão da fé católica às novas gerações que talvez saibam pouco sobre sua beleza”, acrescentou.
"Esta missão é, em última análise, levar-nos a reconhecer Jesus Cristo verdadeiramente presente no mistério e na realidade da Eucaristia", concluiu.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
ACI Digital

Cruz de mais de 1200 anos antiguidade encontrada no Paquistão

LAHORE, 22 Jun. 20 / 09:40 am (ACI).- Uma enorme cruz de mármore foi descoberta no alto das montanhas do Baltistão (Paquistão); acredita-se que tem até 1.200 anos e seja um sinal da presença de uma antiga civilização cristã na zona.
A equipe de expedição que visitou o local para estudar a descoberta foi liderada pelo vice-chanceler Muhammad Naeem Khan, junto com Zakir Hussain Zakir, diretor acadêmico da Universidade do Baltistão; e Ishtiaq Hussain Maqpoon, diretor de relações externas. Aldeões locais e guias de montanha também estiveram presentes.
O vice-chanceler Khan descreveu a descoberta da cruz como "se descesse em Karakarum diretamente dos céus".
"A enorme cruz de pedra de mármore que pesa 3-4 toneladas e mede aproximadamente 2x1,5m foi encontrada a cerca de dois quilômetros do acampamento, no alto das montanhas de Kavardo, Baltistão, com vista para o rio Indo", disse o equipe de expedição em um comunicado à imprensa, em 14 de junho.
A universidade planeja entrar em contato com universidades europeias e norte-americanas para desenvolver laços acadêmicos e, assim, determinar a data exata da "Cruz de Kavardo", como foi chamada.
Segundo o pesquisador Wajid Bhatti, é uma cruz de Thoman e uma das maiores cruzes descobertas no subcontinente.
Ao longo dos séculos, a cruz é um símbolo do cristianismo. "A Cruz de Kavardo", como foi chamada, é a primeira evidência de uma cruz sagrada no Baltistão; portanto, as notícias trouxeram alegria a muitos fiéis e o desejo de continuar estudando-a e divulgando-a.
“É uma grande notícia para todos nós que uma cruz antiga tenha sido encontrada em Skardu. Isso mostra que o cristianismo existiu nessa área e deve haver uma igreja e casas de cristãos. Atualmente, não há famílias cristãs nessa área, mas elas já estiveram presentes”, disse Mansha Noor, diretora executiva da Cáritas Paquistão.
"Solicito às autoridades que convidem historiadores internacionais para aprender mais sobre a história precisa da cruz", acrescentou.
Outras pessoas na área também expressaram sua alegria pela descoberta da cruz antiga, como Norman Gill, um banqueiro católico morador de Karachi, que acredita que "os cristãos locais deveriam ter permissão para visitar a área e ver a cruz, depois que todas as formalidades forem concluídas”, disse à UCA News.
Segundo um escrito do século IV, de Eusébio de Cesaréia, pai da história da Igreja, os apóstolos Tomé e Bartolomeu foram enviados para Pártia, atual Irã e Índia. Perto do estabelecimento do segundo império da Pérsia (ano 226), havia bispos no noroeste da Índia, Afeganistão e Baluchistão (que inclui partes do Irã, Afeganistão e Paquistão), além de leigos e clérigos envolvidos em atividades missionárias.
Depois, com a chegada dos portugueses ao subcontinente indiano, no século XVI, chegaram os missionários jesuítas que se estabeleceram em Lahore, em 1570. O cristianismo se consolidou devido ao trabalho dos missionários entre os séculos XVIII e XIX.
No entanto, devido à recente agitação político-religiosa, muitos cristãos migraram para o Sri Lanka ou Tailândia. “As minorias religiosas paquistanesas se veem obrigadas a viver de acordo com o artigo 31 da Constituição do Paquistão, que fala sobre o estilo de vida islâmico. Esta é a razão pela qual o número de minorias religiosas diminuiu no país: em 1947, eram 23% e agora são menos de 5%”, assinalou Anjum James Paul, presidente da Associação de Professores das Minorias, à agência vaticana Fides, em 2018.
A situação piorou com a introdução da lei de blasfêmia em 1987, inspirada na Sharia, a lei islâmica usada para castigar até com a morte qualquer ofensa de palavra ou obra contra Alá, Maomé ou o Corão.
Em 2017, o “MasLibres.org” afirmou que, desde a sua promulgação, 1.450 pessoas foram acusadas de blasfêmia e 60 perderam a vida por causa disso. “A blasfêmia condena os cristãos e as minorias religiosas no Paquistão a viverem sob ameaça permanente de morte”, ressaltou.
Segundo o Escritório de Informação Diplomática do Ministério das Relações Exteriores, no Paquistão, um país principalmente muçulmano, os cristãos representam atualmente 1,5% da população, em comparação com a maioria islâmica que representa cerca de 95%.
Em 2016, a ACN indicou que o Paquistão era "o país com o maior número de 'madrasahs' ou escolas corânicas do mundo". "É o país formador e ‘treinador’ de milhares de futuros talibãs. Exporta o jihadismo para o Afeganistão e para o resto do mundo. O hiper extremismo islâmico é a principal ameaça à liberdade religiosa", afirmou.
A presença de cristãos do Paquistão se concentra principalmente em Punjab, mas também estão em "lugares mais remotos em todo o país, como na fronteira com o Afeganistão e na montanha do Himalaia", disse um porta-voz da fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) que esteve no Paquistão, em um relatório de 2019.
Nesses bairros, há uma presença de comunidades cristãs dispersas que vivem na pobreza e os territórios costumam estar delimitados por cercas e protegidos pela polícia e pelo exército contra a ameaça do terrorismo cometido por fundamentalistas islâmicos, acrescentou.
95% dos cristãos não sabem ler ou escrever e trabalham no campo em condições de semiescravidão. Famílias inteiras estão envolvidas na fabricação de tijolos e ganham entre 7 e 8 dólares por mil tijolos, disse a ACN, em 2017. Em 2019, o porta-voz explicou que os cristãos que fazem esses tijolos com suas próprias mãos estão localizados no norte e leste do Paquistão e exigem que sejam feitos cerca de 160 tijolos para obter o equivalente a 1 dólar.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
ACI Digital

S. TOMÁS MORO, MÁRTIR INGLÊS

S. Tomás Moro, século XVII
S. Tomás Moro, século XVII 

Tomás tinha uma grande fama de homem íntegro e jovial, um Juiz justo, culto e estimado pelos humanistas europeus, tanto que Erasmo de Roterdã, lhe dedicou sua obra "Elogio da Loucura"; era muito amado pelo povo, pela sua caridade; conhecido pelo seu senso de humorismo e sua fina inteligência, como transparecem em suas obras e em sua vida. Porém, ele era, acima de tudo, um homem de grande fé.
Filho de advogado, nasceu em Londres em 1478. Em sua vida privada, frequentava os franciscanos, em Greenwich, e, por um período, na Cartuxa de Londres. A seguir, casou-se com Jane Colt, da qual teve quatro filhos. Ao ficar viúvo, casou-se novamente, esta vez com Alice Middleton. Como esposo e pai, dedicou-se à educação intelectual e religiosa de seus filhos, em sua casa, sempre aberta a amigos.


Um astro em ascensão
Em sua vida pública, Tomás trabalhou como membro do Parlamento e assumiu diversos cargos diplomáticos. Em 1516, escreveu sua obra mais famosa "Utopia". Tornou-se, novamente, Juiz e presidente da Câmara Comunal. Como conselheiro e secretário do rei, comprometeu-se com a Reforma Protestante. Contribuiu para a elaboração da obra "A defesa dos sete Sacramentos", que valeu a Henrique VIII o título de “Fidei defensor”. Uma ascensão irrefreável até chegar ao ápice: foi o primeiro leigo a ser nomeado Grão-Chanceler. Transcorria o ano 1529.
Alguns anos depois, em 1532, sua vida teve uma mudança determinante: Tomás pediu demissão. Assim, para a sua família, abriram-se as portas de uma vida de pobreza e abandono.

“Morro como servo fiel do rei, mas, primeiro, como servo de Deus”
Sua história entrelaçou-se com a vida do rei Henrique VIII: decidido de se casar com Ana Bolena, o soberano pediu ao Arcebispo anglicano de Cantuária, Tomás Cranmer, para declarar nulo e sem efeito seu casamento com Catarina de Aragão; em uma escalada de oposição, chegou até a pedir também para que o Papa Clemente VII aceitasse sua liderança como chefe da Igreja na Inglaterra.
Em 1534, o Ato de Supremacia e o Ato de Sucessão marcaram o momento decisivo. Tomás já havia se retirado do mundo político. Logo, não podia aprovar a decisão do rei e, acima de tudo, não queria abjurar à lealdade ao Papa.
Em 1534, Tomás foi preso na Torre de Londres, mas não foi suficiente para se retratar. A "conduta" do silêncio, que havia adotado, não foi suficiente para se salvar. Então, enfrentou um processo, durante o qual pronunciou sua famosa apologia sobre a indissolubilidade do matrimônio, o respeito pelo patrimônio jurídico, inspirado nos valores cristãos, a liberdade da Igreja em relação ao Estado. Por isso, Tomás Morus foi condenado por alta traição e decapitado em 6 de julho. Após alguns dias, João Fisher, de quem era um grande amigo, também foi condenado pelas mesmas ideias. Desta forma, estes dois Santos são recordados, juntos, pela liturgia da Igreja, no mesmo dia, 22 de junho.
Tomás Morus foi um homem apaixonado pela Verdade, “admirado pela sua ‘integridade’, – afirmou Bento XVI, em seu discurso no Westminster Hall - com a qual teve a coragem de seguir a sua consciência, mesmo à custa de desagradar ao soberano, de quem também era ‘bom servidor’, de escolher servir primeiro a Deus".


Vatican News

S. JOÃO FISHER, BISPO DE ROCHESTER, MÁRTIR INGLÊS

S. João Fisher, bispo de Rochester, século XVII
S. João Fisher, bispo de Rochester, século XVII 

"Povo cristão, vim aqui para morrer pela minha fé na Santa Igreja Católica de Cristo".
Estas foram as últimas palavras de João Fisher, antes de ser decapitado, em 22 de junho de 1535. Assim, o Bispo de Rochester, após reiterar, por três vezes, seu não à submissão do clero ao rei da Inglaterra, morreu como mártir. Eis o fim do "homem mais culto e o Bispo mais santo", como o definiu Erasmo de Roterdã, do qual era grande amigo.

Uma cultura fora do comum
João nasceu em uma família rica de Yorkshire, mas, logo, demonstrou ter uma inteligência extraordinária.
Aos 14 anos, ingressou na Universidade de Cambridge e se formou em Teologia. Aos 22, foi, excepcionalmente, ordenado sacerdote, tornando-se confessor e capelão pessoal da condessa Margarida Beaufort, futura avó de Henrique VIII. Juntos, fundiram o “Saint John’s” e o “Christ’s College”, do qual foi vice-chanceler. Ali, impôs o estudo de latim, grego ou hebraico, as línguas da Bíblia, para uma maior familiaridade com as Escrituras. Como um grande latinista, aos 48 anos, começou a estudar grego e, aos 50, também hebraico.

O Bispo contra a Reforma
Em 1504, João Fisher foi consagrado Bispo de Rochester, uma das dioceses menores e mais pobres do país, da qual não quis mais sair, – embora tivesse tido a possibilidade – chamando-a para sempre "minha pobre esposa".
Em 1523, sustentado por sua profunda cultura, começou a lutar contra a Reforma Luterana, que se difundia também na Inglaterra. Naqueles anos, esteve ao lado do rei, para salvaguardar a primazia da Igreja de Roma, e publicou a “De veritate corporis et sanguinis Christi in Eucharistia”, com a qual recebeu o título de "defensor da fé".

Conflito com Henrique VIII
As relações com Henrique VIII deterioraram-se quando ele se divorciou de Catarina de Aragão - da qual João era confessor - para se casar com Ana Bolena. Porém, o Papa não lhe concedeu a dispensa. Então, o soberano pediu a mediação do Bispo de Rochester, que, no entanto, não foi contra o Pontífice Romano. Irritado, o rei exigiu que o prelado lhe jurasse fidelidade. A resposta de João foi taxativa: "Somente até onde a lei de Cristo permitir". Assim, deu-se a ruptura.
Em 1534, Henrique VIII elaborou um Ato de Supremacia, que devia ser assinado por todos os Bispos e a ele se submeter. Aqui, teve origem a Igreja Anglicana, que não reconhece o Papa, mas o Rei, como a máxima autoridade religiosa. Dom João Fisher não concordou. Por isso, em 13 de abril daquele ano, foi preso e encarcerado na Torre de Londres. Assim, a sede episcopal de Rochester ficou vacante.

Amizade com Moro na prisão e o martírio
Durante o período de prisão e do processo, com o qual foi condenado à morte, João encontrou um velho amigo na prisão: Tomás Morus, um jurista leigo, que também havia sido condenado à pena capital por não ter jurado obediência ao rei. Eles não estavam na mesma cela, mas, naqueles dias, se ajudavam e se encorajavam mutuamente, compartilhando o pouco que tinham.
No entanto, em Roma, o Papa Paulo II decidiu criar o Cardeal João Fisher, em uma tentativa desesperada de salvá-lo do martírio. Porém, Henrique VIII rejeitou libertá-lo para enviá-lo a Roma.
Enfim, chegou o trágico dia 22 de junho, quando João foi acordado pelos guardas, com o aviso de que a sua execução tinha sido marcada para às 10 horas daquele mesmo dia. No patíbulo, antes de morrer, o Bispo negou, por mais três vezes, sua fidelidade a Henrique VIII. Alguns dias depois, a mesma sorte coube a Tomás Morus. Por isso, a Igreja Católica fixou a memória litúrgica dos dois Santos no mesmo dia.
Ambos foram beatificados, com outros 54 mártires ingleses, pelo Papa Leão XIII e canonizados por Pio XI. Os restos mortais dos dois Santos descansam na Capela de São Pedro “in Vincoli” da Torre. Hoje, São João Fisher e São Tomás Morus são venerados também pela Igreja Anglicana.


Vatican News

S. PAULINO, BISPO DE NOLA, ITÁLIA

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“Os corações devotados a Cristo rejeitam as Musas e estão fechados para Apolo”, assim escrevia Paulino ao mestre Décimo Magno Ausônio, que o tinha iniciado na arte da retórica e da poética. Paulino era jovem de temperamento artístico. Descendia de rica família patrícia romana (nasceu em 355 em Bordeaux, onde o pai era funcionário imperial) e, favorecido na carreira política por grandes amizades locais, tornou-se cônsul substituto e governador da Campânia. Teve também a felicidade de encontrar o bispo Ambrósio de Milão e o jovem Agostinho de Hipona, pelos quais foi encaminhado para a conversão a Cristo. Recebeu o batismo aos vinte e cinco anos. Durante uma viagem à Espanha conheceu e desposou Teresa.
Após a morte prematura do único filhinho, Celso, decidiram de comum acordo dedicar-se inteiramente à ascese cristã, conforme o modelo de vida monacal em moda no Oriente. Assim, de comum acordo desvencilharam-se das grandes riquezas que pos-suíam, distribuindo-as em vários lugares aos pobres, e se retiraram para a Catalunha a fim de dar início a uma experiência ascética original. Paulino já era quarentão batido. Muito conhecido e admirado na alta sociedade, era querido também pelo povo, que com grande alarido pediu ao bispo de Barcelona que o ordenasse sacerdote.
Paulino aceitou com a condição de não ficar inscrito entre o clero daquela região. Não aceitou também o convite de Ambrósio que o queria em Milão. Paulino acariciava sempre o ideal monástico de vida devota e solitária. De fato foi logo para a Campânia, em Nola, onde a família possuía o túmulo de um mártir, são Félix. Deu início à construção de um santuário, mas se preocupou antes de tudo em erigir uma hospedaria para os pobres, adaptando-lhe o primeiro andar para mosteiro, onde se retirou com Teresa e alguns amigos em comunidade monástica.
Os contatos com o mundo eram através de correspondência epistolar (chegaram a nós 51 cartas). Eram endereçadas a amigos e personalidades de maior projeção no mundo cristão, entre os quais estava precisamente Agostinho. Para os amigos fazia poemas nupciais e poesias de consolações. Mas para pôr fim àquela mística quietude, em 409 foi escolhido para bispo de Nola. Estavam para chegar à Itália anos de grandes tempestades. Genserico havia passado o mar à frente dos vândalos e se apressava a sa-quear Roma e todas as cidades da Campânia. Paulino se revelou verdadeiro pai, preocupado com o bem espiritual e material de todos. Morreu aos 76 anos, em 431, um ano depois do amigo santo Agostinho.
Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.

domingo, 21 de junho de 2020

A Igreja terá três novos beatos: Dois são da América Latina

Imagem referencial. Crédito: Unsplash
Vaticano, 20 Jun. 20 / 08:00 am (ACI).- O Papa Francisco aprovou os decretos que darão à Igreja três novos beatos: o venezuelano Gregorio Hernández, o argentino Frei Mamerto Esquiú e o alemão Francisco María de la Cruz; além disso, reconheceu as virtudes heroicas da religiosa mexicana Gloria María de Jesus Elizondo García e o martírio da religiosa italiana Maria Laura Mainetti, assassinada em um sacrifício satânico.
A Santa Sé informou que, em 19 de junho, o Papa recebeu o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Cardeal Angelo Becciu, e autorizou a promulgação dos seguintes decretos:
  • O milagre atribuído à intercessão do Venerável Servo de Deus Mamerto Esquiú, da Ordem dos Frades Menores e Bispo de Córdoba (Argentina). Nasceu em 11 de maio de 1826, em San José de Piedra Blanca, e morreu em 10 de janeiro de 1883, em La Posta de El Suncho (Argentina).
  • O milagre atribuído à intercessão do Venerável Servo de Deus Francisco María de la Cruz (no século: Juan Bautista Jordán). Sacerdote fundador da Sociedade do Divino Salvador e da Congregação das Irmãs do Divino Salvador. Nasceu em 16 de junho de 1848, em Gurtweil (Alemanha), e morreu em 8 de setembro de 1918, em Tafers (Suíça).
  • O milagre atribuído à intercessão do Venerável Servo de Deus José Gregorio Hernández Cisneros. Leigo que nasceu em 26 de outubro de 1864, em Isnotú (Venezuela), e morreu em 29 de junho de 1919, em Caracas (Venezuela).
  • O martírio da Serva de Deus Maria Laura Mainetti (no século: Teresina Elsa), religiosa professa da Congregação das Filhas da Cruz, Irmãs de Santo André. Nasceu em Colico (Itália), em 20 de agosto de 1939, e foi assassinada em 6 de junho de 2000, em Chiavenna (Itália), quando foi retirada de seu convento e esfaqueada por três adolescentes em um sacrifício satânico.
  • As virtudes heroicas da Serva de Deus Glória Maria de Jesus Elizondo García (no século: Esperanza). Foi Superiora Geral da Congregação das Missionárias Catequistas dos Pobres. Nasceu em 26 de agosto de 1908, em Durango (México), e morreu em Monterrey (México), em 8 de dezembro de 1966.
ACI Digital

João Paulo II será homenageado em concerto online com músicos do mundo inteiro

No centenário de nascimento de São João Paulo II, fiéis relatam ...
Canção Nova
https://youtu.be/uFmQZGP6i2U
A música clássica e sacra vai dar o tom do concerto online deste domingo (21) pelo centenário de nascimento do Papa polonês. A partir das 20h na Itália (15h no horário de Brasília) 40 artistas provenientes de 10 países irão se reunir virtualmente para o concerto que será transmitido ao vivo pelo site www.jp2concert.com.

Vatican News

Neste domingo (21), a partir das 20h na Itália (15h no horário de Brasília), 40 músicos provenientes do mundo inteiro vão participar de um concerto online de música clássica. O evento, organizado pela Fundação Cultura e Artes, vai homenagear São João Paulo II por ocasião do centenário de nascimento do Papa polonês.

Originalmente, o concerto deveria acontecer no Lincoln Center em Nova York, mas, por causa da pandemia do coronavírus, será realizado em modalidade online. Dessa forma, uma grande planteia no mundo inteiro poderá seguir o evento que será transmitido ao vivo pelo site www.jp2concert.com e ficará disponível até o final da próxima terça-feira, dia 23 de junho.

Os músicos que vão participar do concerto são provenientes de 10 países: Polônia, Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, Coreia, Itália, Japão, Taiwan, Turquia e Suíça. Entre eles estará inclusive o atual vencedor do Concurso Internacional de Violino, Veriko Tchumburidze, além de H. Wieniawski, Piotr Pławner, Janusz Wawrowski e Adam Palma, que vão tocar no programa que compreende peças de música sacra e clássica.

O concerto é patrocinado pelo presidente da Conferência Episcopal da Polônia, o arcebispo Stanisław Gądecki; pelo arcebispo de Nova York, o cardeal Timothy Michael Dolan; pelo arcebispo emérito de Cracóvia, que foi secretário particular de João Paulo II, cardeal Stanisław Dziwisz; e pelo cônsul geral da Polônia em Nova York.

Vatican News - AP

Papa acrescenta três invocações à Ladainha de Nossa Senhora, uma para os migrantes

Decisão do Papa foi comunicada pela Congregação para o Culto Divino
Decisão do Papa foi comunicada pela Congregação para o Culto Divino
“Mater Misericordiae” (Mãe da Misericórdia), “Mater Spei” (Mãe da Esperança) e “Solacium migrantium” (Conforto ou Ajuda dos Migrantes): essas são as três novas invocações inseridas na Ladainha de Nossa Senhora, que tradicionalmente conclui a oração do Terço, por decisão do Papa Francisco. Dom Arthur Roche, secretário da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos: são orações ligadas à atualidade da vida.

Alessandro De Carolis – Vatican News

A decisão do Papa Francisco foi comunicada pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, numa carta endereçada aos presidentes das Conferências Episcopais. “Inúmeros são os títulos e as invocações que a religiosidade popular cristã, no decorrer dos séculos, reservou à Virgem Maria, via privilegiada e segura do encontro com Cristo”, escrevem na carta o cardeal Robert Sarah e o arcebispo Arthur Roche, prefeito e secretário do dicastério vaticano.
“Mater Misericordiae” (Mãe da Misericórdia), “Mater Spei” (Mãe da Esperança) e “Solacium migrantium” (Conforto ou Ajuda dos Migrantes) são as três novas invocações inseridas na Ladainha de Nossa Senhora, que tradicionalmente conclui a oração do Terço. A primeira invocação será inserida depois de "Mater Ecclesiae", a segunda depois de "Mater divinae gratiae" e a terceira depois de "Refugium peccatorum”.

Orações que nasceram dos “desafios” da vida
Não obstante seja antiga, a ladainha – que se tornou célebre a partir do Santuário da Santa Casa de Loreto (e por isso também chamada de ‘ladainhas lauretanas’), não perde o contato com a realidade. “Vários Papas decidiram incluir invocações”, recordou o arcebispo Roche. São João Paulo II incluiu, por exemplo, “Mãe da família”.
“O Terço, o sabemos, é uma oração dotada de grande potência e, portanto, neste momento, as invocações à Virgem são muito importantes para quem está sofrendo com a Covid-19 e, entre eles, os migrantes que deixaram a sua terra”, concluiu o secretário do dicastério.

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XII Domingo do Tempo Comum - Ano "A": O TEMOR DE DEUS, PRINCIPIO DA SABEDORIA

Dom José Aparecido
Adm. Apost. Arquidiocese de Brasília
Neste 12º Domingo do tempo comum, a Igreja coloca nos lábios do sacerdote uma súplica que nos enche de esperança nesse tempo de particular aflição e de medo: “Senhor, nosso Deus, dai-nos por toda a vida a graça de vos amar e temer, pois nunca cessais de conduzir os que firmais no vosso amor”. O temor de Deus, bem diferente do medo que paralisa, é um dom do Espírito Santo que nos orienta para a sabedoria e se harmoniza muito bem com a piedade filial. No amor filial, o respeito e a ternura se abraçam. Quem assim “teme” a Deus, “não tem medo”.
Jeremias vive um combate interior entre a experiência de sentir-se seduzido por Deus (20,7) e a de maldizer o dia em que nasceu (20,14) e, nesse contexto, eleva a Deus uma oração de confiança (20, 10-13). O temor a Deus se transforma em louvor e faz fenecer o medo que a injustiça dos inimigos lhe provoca. Estes sentimentos de confiança também são expressos pelo salmista: “O Senhor é minha luz e minha salvação, a quem poderia eu temer? O Senhor é o baluarte de minha vida, perante quem tremerei?” (Sl 26, 1-2).
Na segunda leitura, vemos São Paulo ir além da justiça da lei e convida os cristãos de Roma a pôr toda a confiança no Senhor, porque “o dom da graça de Deus concedido através de um só homem, Jesus Cristo, se derramou em abundância sobre todos” (5, 15). O pecado não se compara com o dom da graça de Deus. A experiência da misericórdia do Senhor comunica paz.
O trecho do evangelho se abre com Jesus conclamando os Apóstolos à coragem profética: “Não tenhais medo dos homens…” (Mt. 10,26). E Jesus repete várias vezes a exortação a não ter medo, garantindo fortaleza àqueles que se entregam ao anúncio do Evangelho: “todo aquele que se declarar a meu favor diante dos homens, também eu me declararei em favor dele diante do meu Pai que está nos céus” (v. 32). No Pai que tudo vê encontramos a fortaleza, a luz, a verdade que salva.
Diante de tantas aflições do tempo presente – as contendas políticas e ideológicas, o terror dessa enfermidade que ceifa tantas vidas – vem espontânea a pergunta: onde está Deus? O discípulo, seduzido pelo amor de Jesus, responde sem titubear: Ele está aqui! Pela ação do Espírito Santo, o Ressuscitado, o Emanuel, permanece conosco. Jesus é o Deus que se faz próximo, que nos acolhe na sua intimidade como discípulos. Nada perturba a quem encontra nesse Deus tão próximo o abraço consolador da misericórdia.
“Aquele que crê – já dizia Bento XVI – não se assusta diante de nada, porque sabe que está nas mãos de Deus, sabe que o mal e o irracional não têm a última palavra, mas o único Senhor do mundo e da vida é Cristo, o Verbo de Deus encarnado, que nos amou até se sacrificar a Si mesmo, morrendo na Cruz para a nossa salvação”.
A Virgem Maria, Mãe da Igreja está sempre com seu Filho, está sempre conosco.
Folheto: "O Povo de Deus"/Arquidiocese de Brasília

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF