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segunda-feira, 5 de outubro de 2020

São Benedito, o Negro

Arq.SP
Hoje é um dia muito especial para o povo brasileiro. Comemora-se o dia de são Benedito, um dos santos mais queridos e cuja devoção é muito popular no Brasil. Cultuado inicialmente pelos escravos negros, por causa da cor de sua pele e de sua origem - era africano e negro -, passou a ser amado por toda a população como exemplo da humildade e da pobreza. Esse fato também lhe valeu o apelido que tinha em vida, "o Mouro". Tal adjetivo, em italiano, é usado para todas as pessoas de pele escura e não apenas para os procedentes do Oriente. Já entre nós ele é chamado de são Benedito, o Negro, ou apenas "o santo Negro".

Há tanta identificação com a cristandade brasileira que até sua comemoração tem uma data só nossa. Embora em todo o mundo sua festa seja celebrada em 4 de abril, data de sua morte, no Brasil ela é celebrada, desde 1983, em 5 de outubro, por uma especial deferência canônica concedida à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB.

Benedito Manasseri nasceu em 1526, na pequena aldeia de São Fratelo, em Messina, na ilha da Sicília, Itália. Era filho de africanos escravos vendidos na ilha. O seu pai, Cristóforo, herdou o nome do seu patrão, e tinha se casado com sua mãe, Diana Lancari. O casamento foi um sacramento cristão, pois eram católicos fervorosos. Considerados pela família à qual pertenciam, quando o primogênito Benedito nasceu foram alforriados junto com a criança, que recebeu o sobrenome dos Manasseri, seus padrinhos de batismo.

Cresceu pastoreando rebanhos nas montanhas da ilha e, desde pequeno, demonstrava tanto apego a Deus e à religião que os amigos, brincando, profetizavam: "Nosso santo mouro". Aos vinte e um anos de idade, ingressou entre os eremitas da Irmandade de São Francisco de Assis, fundada por Jerônimo Lanza sob a Regra franciscana, em Palermo, capital da Sicília. E tornou-se um religioso exemplar, primando pelo espírito de oração, pela humildade, pela obediência e pela alegria numa vida de extrema penitência.

Na Irmandade, exercia a função de simples cozinheiro, era apenas um irmão leigo e analfabeto, mas a sabedoria e o discernimento que demonstrava fizeram com que os superiores o nomeassem mestre de noviços e, mais tarde, foi eleito o superior daquele convento. Mas quando o fundador faleceu, em 1562, o papa Paulo IV extinguiu a Irmandade, ordenando que todos os integrantes se juntassem à verdadeira Ordem de São Francisco de Assis, pois não queria os eremitas pulverizados em irmandades sob o mesmo nome.

Todos obedeceram, até Benedito, que sem pestanejar escolheu o Convento de Santa Maria de Jesus, também em Palermo, onde viveu o restante de sua vida. Ali exerceu, igualmente, as funções mais humildes, como faxineiro e depois cozinheiro, ganhando fama de santidade pelos milagres que se sucediam por intercessão de suas orações.

Eram muitos príncipes, nobres, sacerdotes, teólogos e leigos, enfim, ricos e pobres, todos se dirigiam a ele em busca de conselhos e de orientação espiritual segura. Também foi eleito superior e, quando seu período na direção da comunidade terminou, voltou a reassumir, com alegria, a sua simples função de cozinheiro. E foi na cozinha do convento que ele morreu, no dia 4 de abril de 1589, como um simples frade franciscano, em total desapego às coisas terrenas e à sua própria pessoa, apenas um irmão leigo gozando de grande fama de santidade, que o envolve até os nossos dias.

Foi canonizado em 1807, pelo papa Pio VII. Seu culto se espalhou pelos quatro cantos do planeta. Em 1652, já era o santo padroeiro de Palermo, mais tarde foi aclamado santo padroeiro de toda a população afro-americana, mas especialmente dos cozinheiros e profissionais da nutrição. E mais: na igreja do Convento de Santa Maria de Jesus, na capital siciliana, venera-se uma relíquia de valor incalculável: o corpo do "santo Mouro", profetizado na infância e ainda milagrosamente intacto. Assim foi toda a vida terrena de são Benedito, repleta de virtudes e especiais dons celestiais provindos do Espírito Santo.
Arquidiocese de São Paulo

O purgatório, o inferno e o céu que Santa Faustina Kowalska viu

ACI Digital

REDAÇÃO CENTRAL, 05 out. 20 / 06:00 am (ACI).- Santa Faustina Kowalska, a quem foi revelada a Divina Misericórdia, certo dia perguntou ao Senhor por quem devia rezar; algum tempo depois, Deus concedeu a Irmã Faustina revelações, visões do céu, do purgatório e do inferno com uma mensagem para todos os seres humanos.

1. O purgatório

Uma noite, “vi o Anjo da Guarda que me mandou acompanhá-lo. Imediatamente encontrei-me em um lugar enevoado, cheio de fogo, e, dentro deste, uma multidão de almas sofredoras. Essas almas rezavam com muito fervor, mas sem resultado para si mesmas; apenas nós podemos ajudá-las”, assinalou Santa Faustina.

“E perguntei a essas almas qual era o seu maior sofrimento. Responderam-me, unânimes, que o maior sofrimento delas era a saudade de Deus. Vi Nossa Senhora que visitava as almas no Purgatório. As almas chamam a Maria ‘Estrela do Mar’. Queria conversar mais com elas, mas meu Anjo da Guarda fez-me sinal para sair. Saímos pela porta dessa prisão de sofrimento. [Ouvi então uma voz interior] que me dizia: ‘A Minha misericórdia não deseja isto, mas a justiça exige’”.

2. O inferno

Em um retiro de oito dias em outubro de 1936, Santa Faustina Kowalska viu o abismo do inferno com vários tormentos. Em seguida escreveu a sua visão a pedido do próprio Cristo.

“Hoje, conduzida por um Anjo, fui levada às profundezas do Inferno. É um lugar de grande castigo, e como é grande sua extensão. Tipos de tormentos que vi: O primeiro tormento que constitui o Inferno é a perda de Deus; o segundo, o contínuo remorso de consciência; o terceiro, o de que esse destino já não mudará nunca; o quarto tormento, é o fogo, que atravessa a alma, mas não a destrói; é um tormento terrível, é um fogo puramente espiritual aceso pela ira de Deus”, descreveu a santa.

Do mesmo modo, assinalou que “o quinto é a contínua escuridão, um horrível cheiro sufocante e, embora haja escuridão, os demônios e as almas condenadas veem-se mutuamente e veem todo o mal dos outros e o seu”.

“O sexto é a continua companhia do demônio; o sétimo tormento, o terrível desespero, ódio a Deus, maldições, blasfêmias. São tormentos que todos os condenados sofrem juntos, mas não é o fim dos tormentos. Existem tormentos especiais para as almas, os tormentos dos sentidos. Cada alma é atormentada com o que pecou”.

Por outro lado, indicou que existem terríveis prisões subterrâneas, abismos de castigo, onde um tormento se distingue do outro. “Eu teria morrido vendo esses terríveis tormentos” – explicou Santa Faustina – “se não me sustentasse a onipotência de Deus. Estou escrevendo isso por ordem de Deus, para que nenhuma alma se escuse dizendo que não há Inferno, ou que ninguém esteve lá e não sabe como é”.

3. O céu

No dia 27 de novembro de 1936, a santa escreveu uma visão do céu, na qual pôde ver suas belezas incomparáveis e a felicidade que nos espera depois da morte e como todas as criaturas glorificam e agradecem a Deus sem cessar.

Ela indicou que esta fonte de felicidade é invariável em sua essência, mas é sempre nova, derramando felicidade para todas as criaturas. “Deus me tem feito entender que há uma coisa de um valor infinito a Seus olhos, e isso é, o amor a Deus; amor, amor e novamente amor, e nada pode comparar-se a um só ato de amor a Deus”.

Do mesmo modo, contou que “Deus em sua grande majestade, é adorado pelos espíritos celestiais, de acordo com seus graus de graças e hierarquias em que são divididas, não me causou temor nem susto; minha alma estava cheia de paz e amor; e quanto mais conheço a grandeza de Deus, mais me alegro de que Ele seja O que é”.

“Regozijo-me imensamente em Sua grandeza e me alegro de que sou tão pequena, já que sinto tão pequena, Ele me carrega em Seus braços e me aperta a Seu coração”, destacou Santa Faustina Kowalska.

ACI Digital

S. FAUSTINA KOWALSKA

Santa Faustina, Santuário de São João Paulo II em Cracóvia 

Santa Faustina Kowalska, a grande apóstola da Divina Misericórdia, nasceu no dia 25 de agosto de 1905, na pequena aldeia polonesa de Glogowiec. Seus pais, Mariana e Stanislaw Kowalski, humildes camponeses, mas cristãos fervorosos, transmitiram-lhe uma fé profunda e autêntica.

Faustina foi batizada com o nome de Helena. Aos sete anos, sentiu-se chamada para a vida religiosa. Porém, não tendo a autorização dos pais, nada pôde fazer.

Terceira de dez filhos, Faustina deixou a escola, depois de três anos, para trabalhar como doméstica na casa de algumas famílias ricas, a fim de manter a si e à sua família.

Aos vinte anos, amadureceu, definitivamente, a escolha da vida religiosa, animada por uma visão de Cristo sofredor, que lhe disse: “Até quando terei que a suportar? Até quando você vai me enganar?”

Abundantes graças divinas

No dia 10 de agosto de 1925, a Santa entrou para o convento das Irmãs da Bem-aventurada Virgem Maria da Misericórdia, em Varsóvia, onde recebeu o nome de Irmã Maria Faustina. Ela transcorreu treze anos de vida religiosa em vários conventos da Congregação, trabalhando na cozinha, no jardim e na portaria. Mas, desempenhou todos os seus trabalhos com dedicação e humildade, discrição e disponibilidade.

Irmã Faustina recebeu abundantes graças do Senhor, entre as quais os estigmas, sinais visíveis mais evidentes; recebeu, outrossim, numerosas revelações e visões, que – a pedido de seus confessores – anotou em seu Diário, hoje traduzido em várias línguas.

Santa Faustina Kowalska morreu com apenas 33 anos, em 5 de outubro de 1938, em Cracóvia, consumida pela tuberculose.

A secretária da Divina Misericórdia

Em 22 de fevereiro de 1931, a Santa anotou em seu Diário: “Estando na minha cela, vi o Senhor Jesus vestido com uma túnica branca: com uma mão abençoava e com a outra batia no peito e das suas vestes saíam dois grandes raios: um vermelho e o outro pálido [...]. Após alguns instantes, Jesus me disse: “Pinte uma imagem do que você está vendo e escreva em baixo ‘Jesus, eu confio em vós’.” Quero que esta imagem seja venerada, antes de tudo, na capela de vocês e, depois, no mundo inteiro. Prometo que a alma que venerar esta imagem, jamais perecerá... porque eu mesmo a protegerei com a minha glória” (D. 47-48).

A imagem foi logo pintada e teve grande propagação, com as outras formas de culto à Divina Misericórdia, como Jesus havia pedido à Irmã Faustina: a festa da Divina Misericórdia, no primeiro domingo depois da Páscoa; a reza do terço da Divina Misericórdia; a oração da hora da Misericórdia (às 15 horas).

Jesus confiou, à humilde religiosa polonesa, que gostava de ser chamada “secretária do meu mistério mais profundo”, a sua mensagem de amor aos homens: “No Antigo Testamento, mandei os profetas, ao meu povo, por meio de raios; hoje, eu envio você, com a minha misericórdia, a toda a humanidade. Não quero punir a humanidade sofredora, pelo contrário, quero curá-la e apertá-la ao meu coração misericordioso” (D. 522).

A devoção de Dom Wojtyła

A devoção a Jesus Misericordioso difundiu-se rapidamente na Polônia, logo após o falecimento da Irmã Faustina.

Nos anos sessenta, o então Arcebispo de Cracóvia, Dom Karol Wojtyła, promoveu o processo informativo concernente à vida e às virtudes de Faustina. Ao tornar-se Papa, João Paulo II presidiu à sua Beatificação, em 18 de abril de 1993, e à Canonização em 30 de abril de 2000. Na mesma ocasião, anunciou também o Domingo dedicado à Divina Misericórdia (primeiro domingo depois da Páscoa). Às vésperas desta festa, no dia 2 de abril de 2005, o Papa polonês foi para a Casa do Pai.

Santa Faustina Kowalska foi um dos santos Padroeiros do Jubileu da Misericórdia, convocado pelo Papa Francisco.

Vatican News

domingo, 4 de outubro de 2020

Bispos e padre alertam: grupo "Católicas pelo Direito de Decidir" não é católico

Facebook da organização Católicas pelo Direito de Decidir
por Associação Pró-Vida de Anápolis-GO

Bispos dos EUA e padre pró-vida brasileiro denunciam: movimento abortista visa confundir mediante o uso estratégico do termo "católico".

Com a persistente campanha de desinformação e manipulações pseudocientíficas em favor da legalização do livre extermínio de bebês em gestação, volta à tona, esporadicamente, o nome da organização “Católicas pelo Direito de Decidir”, que, na realidade, não é católica porque se posiciona explicitamente contra a doutrina católica a respeito de vários temas, a começar pelo aborto.

As informações seguintes sobre essa organização abortista surgida nos Estados Unidos na década de 1970 procedem de artigo escrito pelo pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz, presidente do Pró-Vida de Anápolis, e publicado em 4 de janeiro de 2008 no site desta associação.

Surgimento e vínculos

O pe. Lodi recorda, em seu texto, que a Igreja Católica se opôs frontalmente, em 1970, à lei abortista do Estado de Nova Iorque, estopim para a aprovação do aborto em todo o território dos Estados Unidos em 1973. Diante disto, três membros do grupo pró-aborto NOW (“National Organization for Women” – Organização Nacional para as Mulheres) fundaram, ainda em 1970, a organização CFFC (“Catholics For a Free Choice” – Católicas pelo Direito de Decidir).

A organização, que na realidade é abertamente anticatólica, já nasceu, portanto, com o objetivo de confundir o público e manipulá-lo em favor da agenda abortista mediante o estratégico uso do termo “católica”.

Um dos primeiros atos públicos das CFFC, de acordo com o artigo do pe. Lodi, foi ridicularizar a Igreja coroando uma feminista com o título de “papisa Joana I” na escadaria da Catedral de São Patrício, em Nova Iorque.

A primeira sede das CFFC se localizou nas dependências da “Planned Parenthood Federation of America” (PPFA), também em Nova Iorque. Trata-se da filial estadunidense da IPPF, International Planned Pareenthood Federation (Federação Internacional de Planejamento Familiar), atualmente proprietária da maior rede de clínicas de aborto da América do Norte. Conhecida como “a multinacional da morte”, ela tem sede em Londres e filiais em 180 países. Diretores dessa organização foram flagrados recentemente, em vídeo, negociando a venda ilegal de órgãos de bebês abortados em suas instalações.

Objetivo

O objetivo da organização abortista “Católicas pelo Direito de Decidir” é, de acordo com a denúncia do pe. Lodi, infiltrar-se nas paróquias, dioceses, universidades católicas, meios de comunicação e casas legislativas a fim de dar a entender que seria possível, ao mesmo tempo, “ser católico e defender o aborto” – o que, obviamente, é impossível e claramente contrário à verdadeira doutrina católica. Além do aborto, as falsas “católicas” desse movimento defendem várias outras práticas contrárias ao catecismo, como o sexo livre fora do matrimônio, o chamado “casamento” de pessoas do mesmo sexo e todas as formas de reprodução artificial.

Quanto à liturgia, o pe. Lodi relata que as “Católicas pelo Direito de Decidir” assumem rituais e práticas da Nova Era (“New Age“): são devotas do ídolo feminista Sofia, uma variante ideológica da deusa grega da sabedoria, e chegam a compor poesias em honra a Lúcifer. O aborto é tratado como um ato “sagrado”. São recitadas orações a “Deus Pai e Mãe” enquanto a mulher que está abortando é abençoada, abraçada e encorajada a salpicar pétalas de rosas. A ex-freira Diann Neu elaborou uma cerimônia pós-aborto em que a mulher abre uma cova no jardim e deposita os restos mortais de seu bebê, dizendo: “Mãe Terra, em teu seio depositamos esse espírito”.

O maior obstáculo que os promotores do aborto têm encontrado no seio das Nações Unidas é a presença da Santa Sé, reconhecida como Observador Permanente. Em 1999, as “Católicas pelo Direito de Decidir” lançaram a campanha “See Change” (“Mudança de Sé”), com o objetivo, até agora não atingido, de pressionar a ONU a rebaixar o status da Santa Sé ao de simples organização não-governamental (ONG), como é o caso delas próprias.

Por que atacar justamente a Igreja Católica?

Francis Kissling, que foi presidente das “Católicas pelo Direito de Decidir” durante anos, desde 1982, explicou, em entrevista de setembro de 2002:

A perspectiva católica é um bom lugar para começar, tanto em termos filosóficos e sociológicos quanto teológicos, porque a posição católica é a mais desenvolvida. Assim, se você puder refutar a posição católica, você refutou todas as demais. OK. Nenhum dos outros grupos religiosos realmente tem declarações tão bem definidas sobre a personalidade, quando começa a vida, fetos etc. Então, se você derrubar a posição católica, você ganha” (Kissling, Frances. Interview by Rebecca Sharpless. September 13– 14, 2002. Population and Reproductive Health Oral History Project, Sophia Smith Collection. Disponível nesta transcrição, na página 106 – em inglês).

Financiamento

As “Católicas pelo Direito de Decidir” contaram com vultosas doações de fundações de controle demográfico, entre elas a Fundação Ford, a Fundação Sunnen, a Fundação Mc Arthur e a Fundação Playboy. A maior parte dos investimentos tem sido destinada à promoção dos assim chamados “direitos reprodutivos” na América Latina, o que envolve o suposto “direito” ao aborto, além da esterilização e da anticoncepção.

Em 1987, as “Católicas pelo Direito de Decidir” criaram uma filial latino-americana em Montevidéu, no Uruguai, com o nome de “Católicas por el Derecho a Decidir”. Em língua espanhola, publicaram o livro sarcástico “Y María fue consultada para ser Madre de Dios”, em que Nossa Senhora é apresentada como símbolo do “direito a decidir” sobre a prática do aborto. Em 1993, foi criada em São Paulo a filial brasileira “Católicas pelo Direito de Decidir” (CDD).

As CDD e a Campanha da Fraternidade 2008

Na segunda quinzena de dezembro de 2007, as livrarias católicas puseram à venda um DVD produzido pela Verbo Filmes, trazendo na capa o cartaz da Campanha da Fraternidade 2008, com o lema “Escolhe, pois, a vida”, o tema “Fraternidade e defesa da vida” e o logotipo da CNBB.

O que deixou os militantes pró-vida estupefatos foi a participação da Sra. Dulce Xavier, membro das CDD, no bloco IV do vídeo (“Em defesa da vida: pontos de vista”), com uma fala de cinco minutos, criticando a Igreja Católica por não aceitar a anticoncepção, e defendendo a realização do aborto pela rede hospitalar pública para preservar “a vida das mulheres”. A inserção das “Católicas pelo Direito de Decidir” no vídeo tinha sido feita sem a autorização da CNBB, que, quando soube da notícia, exigiu o recolhimento dos DVDs. A Verbo Filmes fez então outra edição, desta vez sem a fala das CDD. No entanto, cópias do DVD com a participação das “Católicas pelo Direito de Decidir” ainda podem ser encontradas, prolongando a confusão junto ao público.

Nota oficial da Conferência Episcopal dos Estados Unidos

Os bispos norte-americanos se pronunciaram com clareza sobre a natureza anticatólica da organização abortista e feminista “Católicas pelo Direito de Decidir”. Confira:

DECLARAÇÃO DA CONFERÊNCIA NACIONAL
DOS BISPOS CATÓLICOS DOS ESTADOS UNIDOS (NCCB), de 10/05/2000

Por muitos anos, um grupo autodenominado “Católicas pelo Direito de Decidir” (Catholics for a Free Choice — CFFC), tem publicamente defendido o aborto ao mesmo tempo em que diz estar falando como uma autêntica voz católica. Esta declaração é falsa. De fato, a atividade do grupo é direcionada para rejeitar e distorcer o ensinamento católico sobre o respeito e a proteção devida à defesa da vida humana do nascituro indefeso.

Em algumas ocasiões a Conferência Nacional dos Bispos Católicos (NCCB) declarou publicamente que a CFFC não é uma organização católica, não fala pela Igreja Católica, e de fato promove posições contrárias ao magistério da Igreja conforme pronunciado pela Santa Sé e pela NCCB.

CFFC é, praticamente falando, um braço do “lobby” do aborto nos Estados Unidos e através do mundo. É um grupo de pressão dedicado a apoiar o aborto. É financiado por algumas poderosas e ricas fundações privadas, principalmente americanas, para promover o aborto como um método de controle de população. Esta posição é contrária à política existente nas Nações Unidas e às leis e políticas da maioria das nações do mundo.

Em sua última campanha, CFFC assumiu um esforço concentrado de opinião pública para acabar com a presença oficial e silenciar a voz moral da Santa Sé nas Nações Unidas como um Observador Permanente. A campanha de opinião pública tem ridicularizado a Santa Sé com uma linguagem que lembra outros episódios de fanatismo anticatólico que a Igreja Católica sofreu no passado.

Como os Bispos Católicos dos Estados Unidos têm afirmado por muitos anos, o uso do nome “Católica” como uma plataforma de apoio à supressão da vida humana inocente e de ridicularização da Igreja é ofensivo não somente aos católicos, mas a todos que esperam honestidade e franqueza em um discurso público.

Declaramos outra vez com a mais forte veemência:

“Por causa de sua oposição aos direitos humanos de alguns dos mais indefesos membros da raça humana, e porque seus propósitos e atividades contradizem os ensinamentos essenciais da fé católica,… Católicas pelo Direito de Decidir não merece o reconhecimento nem o apoio como uma organização católica” (Comitê Administrativo, Conferência Nacional dos Bispos, 1993).

Bibliografia consultada pelo pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz:

CLOWES, Brian. Mulheres católicas pelo direito de decidir. In: PONTIFÍCIO CONSELHO PARA A FAMÍLIA. Lexicon: termos ambíguos e discutidos sobre família, vida e questões éticas. São Paulo: Escolas Profissionais Salesianas, 2007. p. 659-668.

HUMAN LIFE INTERNATIONAL. “Católicas pelo direito de decidir” sem máscaras: idéias sórdidas, dinheiro sujo. Tradução de Teresa Maria Freixinho. Brasília: Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família, 2000.

SCALA, Jorge. IPPF: a multinacional da morte. Anápolis: Múltipla Gráfica, 2004. p. 227-228.

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A partir de publicação de Pró-Vida de Anápolis

Aleteia

Condenado porque a justiça o atendeu: o complexo caso do padre e do aborto

Facebook Pró-Vida de Anápolis / Reprodução (Fair Use)
Pe. Luiz Lodi e mães apoiadas pela Associação Pró-Vida de Anápolis

Padre terá de pagar indenização de quase 400 mil reais, mesmo tendo obtido da própria justiça um habeas corpus em favor de uma nascitura.

Condenado porque a justiça o atendeu: este é o complexo caso do padre pró-vida Luiz Carlos Lodi da Cruz, de Anápolis (GO). O Superior Tribunal de Justiça (STJ) o condenou em 2016 a pagar uma indenização de 60 mil reais porque o padre solicitou à 1ª Vara Criminal de Goiânia, em 2005, um habeas corpus em favor de uma bebê em gestação. O nome da bebê era Geovana. Agora, em 2020, o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a condenação do padre. Por conta de juros e correções, o valor da indenização chega a 398 mil reais.

O caso da bebê Geovana

Os pais da bebê, Tatielle Gomes e José Ricardo Dias, tinham autorização para abortá-la devido a malformação fetal, pois o diagnóstico indicava a síndrome de Body Stalk. Entre as características dessa doença estão o cordão umbilical curto e a parede abdominal aberta. Devido a esta condição, os órgãos da bebê ficavam expostos fora do corpo. A expectativa de sobrevivência da pequena Geovana após o parto, portanto, era de poucas horas ou mesmo minutos.

O casal passou por uma série de consultas médicas sobre o caso da filha. Após o laudo de sete médicos, eles conseguiram na justiça a autorização para realizar o aborto. Considerou-se que a vida de Tatielle, então com 19 anos, também sofria risco.

A justiça concede o habeas corpus

A legislação brasileira, no entanto, não dá específico amparo legal à indução de um bebê em gestação à morte por causa de malformações. Em 2005, aliás, a legislação brasileira não permitia o aborto sequer em casos de anencefalia, situação esta em que o STF o legalizou em 2012, com a ADPF 54.

Neste cenário, o desembargador Aluísio Ataídes da Silva concedeu o habeas corpus conforme a solicitação do pe. Lodi. O aborto, com isto, perdeu a sua autorização legal quando o processo já estava em andamento mediante o uso de medicamentos indutores.

O lado de Tatielle

Em 2008, Tatielle entrou com ação na justiça contra o pe. Lodi.

Ela conta que estava no terceiro de quatro dias durante os quais deveria tomar medicamentos controlados que culminariam no aborto. Naquele terceiro dia, porém, chegou a ordem judicial que impedia o prosseguimento do processo. Tatielle relata que, naquela altura, já estava com seis centímetros de dilatação.

No dia seguinte, o hospital a mandou para casa e ela perdeu o acompanhamento da equipe médica. O motivo da alta foi que o hospital descumpriria a ordem judicial caso mantivesse a jovem internada.

Tatielle passou por sangramentos intensos durante o resto da gestação e, oito dias depois, teve a bebê, que viveu durante cerca de uma hora e 40 minutos após o parto.

Segundo a advogada de Tatielle, Gabriela Rondon, o caso levou a jovem a um processo depressivo cujas consequências se estendem até hoje.

A condenação ao padre

Em 2016, o Superior Tribunal de Justiça condenou o pe. Lodi a pagar a Tatielle uma indenização de 60 mil reais, com correções e juros.

A ministra Nancy Andrighi, do STJ, considerou que o padre abusou dos seus direitos ao pedir a liminar para interromper o aborto. Segundo a ministra, o padre teria buscado, por via estatal, impor os seus conceitos e valores a terceiros, “retirando deles a mesma liberdade de ação que vigorosamente defende para si”. Ela considerou o padre responsável pelas consequências que a interrupção do procedimento de aborto desencadeou. E mais: ao condená-lo, declarou que o padre violou a intimidade do casal para fazer prevalecer “sua posição particular”, agrediu a honra da família ao denominar a atitude tomada por eles de “assassinato” e agiu de forma temerária ao impor a eles “sofrimento inócuo”.

Em agosto de 2020, o STF rejeitou o recurso do padre. Assim, o processo transitou em julgado e agora não restam possibilidades de novas apelações.

Condenado porque a justiça o atendeu

Não se questiona o direito de Tatielle de buscar indenização e compensação pelo drama e pelos traumas que enfrentou.

O que causa grande estranhamento é que essa compensação não seja cobrada da própria esfera da justiça que tomou as decisões referentes ao caso, mas sim de um cidadão que, em conformidade com a lei, consultou a justiça e obteve dela um habeas corpus porque a própria justiça o considerou pertinente.

Por si só, o padre nada poderia impor ao casal. De fato, o que o pe. Lodi fez, sempre com base na legislação vigente, foi pedir a proteção de uma bebê em gestação porque, a seu parecer, a vida da criança exigia salvaguarda não só do ponto de vista moral e religioso, mas, principalmente, do ponto de vista legal, dado que não se previa “direito ao aborto” com base em malformação fetal.

A justiça avaliou e acatou a solicitação do sacerdote.

Depois, no entanto, ele acabou sendo condenado porque a justiça o atendeu.

Perplexidade e questionamentos

Esta é a perplexidade que cidadãos comuns e juristas manifestaram diante das decisões do STJ e, agora, do STF: o fato de que o padre, como cidadão brasileiro, exerceu o seu direito de procurar a justiça para defender um nascituro; a justiça, após avaliar o caso, acatou o pedido; depois, porém, a mesma justiça condenou o cidadão por ter exercido um direito que a própria justiça tinha reconhecido e atendido.

Um jurista que criticou o caso de modo contundente foi o procurador Dr. Rodrigo Pedroso, advogado e mestre em filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), procurador da mesma universidade e membro da União dos Juristas Católicos de São Paulo (UJUCASP). Ele expôs as suas considerações no artigo “Um absurdo judiciário“, de 2016, por ocasião da condenação do pe. Lodi no STJ.

As considerações do Dr. Rodrigo Pedroso

O advogado escreveu na ocasião:

“A decisão, mais que injusta, é duplamente absurda. Em primeiro lugar, porque o padre não foi responsabilizado por um ato material que impediu ou perturbou o cumprimento de uma ordem judicial, como parece fazer crer o título da notícia veiculada sobre o caso no sítio eletrônico do STJ, mas por ter ajuizado uma ação.

Por um segundo aspecto, porém não menos grave, a decisão é também absurda porque o aborto contra o qual o padre propôs a ação é tipificado como crime, não apenas na época do ajuizamento, como igualmente ainda hoje, de acordo com o sentido textual da lei penal.

Efetivamente, no caso, a criança nascitura havia sido diagnosticada com a síndrome de Body Stalk, a qual não está prevista nas dirimentes (causas de isenção de pena) do art. 128 do Código Penal, nem autoriza a prática do aborto segundo o acórdão da famigerada ADPF n. 54, pelo qual o Supremo Tribunal Federal julgou inconstitucional o entendimento de que o aborto em caso de anencefalia do nascituro constitui fato típico, julgamento que foi prolatado apenas em 2012, portanto sete anos depois do fato pelo qual o padre Lodi foi condenado”.

É outra forma de enfatizar o que gera perplexidade no caso do padre, condenado porque a justiça o atendeu.

Insegurança jurídica

As discussões sobre as dramáticas consequências que o caso teve na vida de Tatielle, do seu marido José Ricardo e da própria Geovana são necessárias. E é inegável, certamente, o seu direito de procurar compensação pelo drama que viveram, considerando-se a forma como os fatos aconteceram.

O que gera insegurança jurídica, no entanto, é o risco de condenação para um cidadão que também exerceu o seu direito de consultar o judiciário – e, mais ainda, quando a própria justiça considerou a sua solicitação procedente e a chancelou.

As decisões do STJ e do STF, além disso, geram possível jurisprudência contra outras pessoas que se oponham ao aborto, mesmo nos casos em que a lei não o autoriza de modo específico.

O que disse o pe. Lodi em 2016

Por ocasião da condenação de 2016 pelo STJ, o pe. Lodi publicou uma carta na qual expôs a sua versão do caso. Ele contou que, ao entrar com o pedido, não teve permissão de fazer cópias dos autos do processo. Por isso, teve de “escrever a peça do habeas corpus a mão, em uma folha avulsa“.

O padre prosseguiu dizendo que, mais tarde, leu em jornal local que o desembargador Aluísio Ataídes de Sousa tinha suspendido o alvará que autorizava o aborto. A reportagem, inclusive, afirmava que a decisão do desembargador tinha perdido objeto porque o procedimento já tinha sido realizado. Na realidade, porém, a liminar havia chegado a tempo de impedir o aborto. Diante disso, o pe. Lodi comentou:

“Os pais da criança voltaram a Morrinhos, sua cidade, sem que eu nada soubesse sobre o ocorrido, sempre acreditando na veracidade da notícia do jornal”.

E acrescentou:

“Se eu soubesse que Geovana havia sobrevivido e que seus pais estavam em Morrinhos, sem dúvida eu teria ido visitá-los, acompanhá-los durante a gestação, oferecer-lhes assistência durante o parto (como fizemos com tantas outras gestantes). E, em se tratando de uma criança com risco de morte iminente, batizá-la logo após o nascimento. E, se ela falecesse, para mim seria uma honra fazer suas cerimônias fúnebres acompanhando a família até o cemitério”.

O que diz o padre sobre a decisão do STF em 2020

Sobre a decisão do STF de não acolher o recurso, o pe. Lodi declarou à agência ACI Digital que é preocupante o fato de “criar um precedente”. Ele observa, ademais, que somente ele sofreu o processo, mas não o desembargador que suspendeu o alvará de autorização do aborto. Ainda na carta de 2016, de fato, o sacerdote declarou:

“A condenação do impetrante de um habeas corpus por danos morais é teratológica, pois, se o Tribunal ou Desembargador concedeu a ordem, não foi por ‘obediência’ ao cidadão, mas por verificar que, naquele caso, o juiz estava de fato agindo com ilegalidade e abuso de poder”.

À agência ACI Digital, o padre acrescentou:

“Com essa decisão, qualquer pessoa que queira usar os meios legais para defender a vida e impedir um aborto pode não fazê-lo por medo de entrar na Justiça e depois ser processada (…) É um precedente muito ruim, porque instaurou uma perseguição contra a Igreja Católica. Este caso coloca como oficial que não se pode defender a vida em nome da fé que se professa, mesmo que usando os meios legais para isso”.

Aleteia 

São Francisco de Assis: 12 fatos fascinantes que talvez você não conhecia

ACI Digital

REDAÇÃO CENTRAL, 04 out. 20 / 06:00 am (ACI).- Neste dia 4 de outubro, é celebrada a festa de São Francisco de Assis, um dos santos mais conhecidos e queridos da Igreja, cujo nome foi adotado em sua honra pelo Papa Francisco.

A seguir, 12 fatos fascinantes que talvez não conhecia sobre a vida deste santo:

1. Os retratos mais antigos de São Francisco estão na Itália

O primeiro (esquerda) se encontra no mosteiro beneditino de Subiaco. Foi feito durante uma visita ao mosteiro; neste , São Francisco não tem auréola nem estigmas.

O segundo (direita) está na Basílica inferior de Assis e foi pintado por Cimabue. O afresco completo representa a Virgem com o Menino Jesus entronizados, quatro anjos e São Francisco.

2. Foi chamado Francisco pelo povo da França

Seu pai, Pedro Bernardone, foi um comerciante que trabalhava na França. Como estava neste país quando seu filho nasceu, as pessoas o apelidaram de “Francesco” (o francês), por mais que no batismo tenha recebido o nome de João.

3. Foi prisioneiro de guerra durante um ano

Quando tinha cerca de 19 anos, antes de sua conversão, uniu-se ao exército e lutou em uma guerra travada entre as cidades de Perugia e Assis. Foi feito prisioneiro durante um ano, mas finalmente foi libertado ileso.

4. Sua vida se inspirou em Mateus 10,9

Em Mateus 10,9, Jesus diz a seus discípulos: “Não leveis nem ouro, nem prata, nem dinheiro em vossos cintos”, quando saírem para pregar o Evangelho. Sentiu-se inspirado a fazer o mesmo e começou a viajar na pobreza para pregar o arrependimento.

5. Em um ano, ganhou 11 seguidores

No ano de 12010, havia 12 deles no total, ou seja, como o número dos apóstolos. Então, Francisco redigiu uma regra breve e informal que consistia principalmente nos conselhos evangélicos para alcançar a perfeição. Com ela, foram para Roma a fim de apresenta-la para a aprovação do Papa. Viajaram a pé, cantando e rezando, cheios de felicidade e vivendo das esmolas que as pessoas lhes davam.

6. O Papa Inocêncio III decidiu apoiar os franciscanos depois de um sonho sobrenatural

O Papa Inocêncio III se mostrou adverso ao dar apoio a Francisco e seu novo grupo de seguidores. Então, teve um sonho no qual viu Francisco sustentando com seu corpo a Basílica de São João de Latrão, a catedral da Diocese de Roma, que estava a ponto de desmoronar.

O Santo Padre interpretou o sonho como uma indicação de que Francisco e seu grupo poderiam servir de apoio à Igreja e, assim, deu-lhes o reconhecimento oficial como uma ordem.

7. Assistiu ao IV Concílio de Latrão, onde conheceu São Domingos de Gusmão

O IV Concílio de Latrão foi o concílio ecumênico 12 da Igreja Católica no qual se ratificou a transubstanciação e a primazia papal, entre outras coisas. São Domingos, fundador da Ordem dos Pregadores ou Dominicanos, também esteve presente.

8. Visitou um sultão muçulmano, pregou o Evangelho e o desafiou a uma prova “de fogo” a fim de provar a verdade do cristianismo

Durante a quinta cruzada, Francisco e um acompanhante viajaram a território muçulmano para visitar o sultão do Egito e Síria, Al-Kamil.

O santo pregou diante do sultão e, para demonstrar sua grande fé na religião cristã, desafiou os presentes a um “prova de fogo”, que consistia em que ele e um muçulmano caminhassem por uma trilha em chamas, com a ideia de que o seguidor da religião verdadeira deveria ser protegido por Deus.

Francisco se ofereceu a ir primeiro, mas Al-Kamil recusou o desafio. Entretanto, o sultão ficou tão impressionado por sua fé que deu permissão para Francisco pregar em sua terra.

9. Deteve os milagres de um franciscano falecido

Em 1220, Francisco se retirou do governo da Ordem e nomeou como seu Vigário Pedro Cattani. Entretanto, Pedro morreu apenas cinco meses depois.

As pessoas que visitaram seu túmulo reportaram muitos milagres, o que levou grandes multidões ao local, o que causava problemas na região. Por isso, Francisco rezou a Cattani para que os milagres se detivessem, e estes cessaram.

10. Recebeu os estigmas enquanto realizava um jejum de 40 dias

Os estigmas são uma condição na qual as feridas de Cristo aparecem sobrenaturalmente no corpo de uma pessoa. Um franciscano que o acompanhou disso: “De repente, teve a visão de um serafim, um anjo de seis asas em uma cruz. Este anjo lhe deu o dom das cinco chagas de Cristo”.

Isto aconteceu em 1224, durante um jejum de 40 dias no Monte Alvernia, quando se preparava para a Festa de São Miguel Arcanjo, em 29 de setembro.

11. A primeira pedra da Basílica de São Francisco de Assis foi colocada no dia seguinte de sua canonização

Francisco morreu em 3 de outubro de 1226. Foi declarado santo pelo Papa Gregório IX, em 16 de julho de 1228, e no dia seguinte o Santo Padre colocou pessoalmente a primeira pedra da nova basílica de São Francisco de Assis.

12. Seu túmulo se perdeu durante séculos até que foi redescoberto em 1818

Seu corpo foi transladado para sua basílica em 1230, mas logo foi ocultado pelos franciscanos para protegê-lo dos invasores sarracenos. A localização de seu corpo ficou esquecida e não foi redescoberta até quase seis séculos depois, em 1818.

ACI Digital

XXVII Domingo do Tempo Comum - Ano A

Dom José Aparecido
Adm. Apost. Arquidiocese de Brasília

ARRENDARÁ A VINHA A OUTROS VINHATEIROS…

O mês de outubro é tradicionalmente dedicado ao Santo Rosário e às Missões. No Brasil, as Pontifícias Obras Missionárias, em colaboração com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, e outros organismos, realiza a Campanha Missionária, que neste ano reflete sobre o tema “A vida é missão”, inspirando-se em Isaías 6,8: “Eis-me aqui, envia-me”. A Igreja de Brasília acolhe a Campanha com o propósito de robustecer o seu ardor missionário e, assim como o Papa Francisco disse aos católicos chineses, nós também suplicamos “uma nova efusão do Espírito Santo, para que em vós possam resplandecer a luz e a beleza do Evangelho, poder de Deus para a salvação de quem acredita”.

A Igreja se reconhece na belíssima imagem da Vinha do Senhor apresentada pelo profeta Isaías (cf. LG 6). Este cântico nupcial mostra o amor e os cuidados do Senhor com a Sua vinha: “O que poderia eu ter feito a mais por minha vinha e não fiz?” (Is 5,4), embora num dado momento tenha dela se desencantado. Por isso o começo lírico se converte depois em anúncio de castigos. A casa de Israel deverá reconhecer a sua culpa para voltar a produzir “frutos de justiça e obras de bondade” (5,7). Do contrário, como veremos no Evangelho, o Senhor confiará a vinha a novos vinhateiros: o novo Israel. As vicissitudes históricas do povo da primeira Aliança se tornarão ocasião para a abertura universal do anúncio da salvação.

Na parábola dos vinhateiros homicidas (Mt 21,33-43), Jesus se refere ao rechaço de Israel a seu Deus e à decisão divina de criar para Si um novo povo. Começa com uma evocação implícita da profecia narrada na primeira leitura (Is 5,1-7), dirigindo-se às classes dirigentes de Israel. Deus enviou os profetas, que não recolheram os frutos por Ele desejados, e foram maltratados ou mortos. Finalmente, Jesus se refere a Si mesmo: o divino Vinhateiro enviou Seu Filho. Os profetas eram servos, Jesus é o Filho. Mateus, que escreve para judeus, é o único a dizer que Deus entregará a vinha a um outro povo, aludindo assim à Igreja, novo povo de Deus, que sofre perseguição como o seu Senhor.

O Apóstolo Paulo, já preso por causa do Evangelho, dirige-se aos filipenses, também imersos em adversidades. Ele exorta-os a depositar a confiança no Senhor através da oração: “Irmãos, não vos inquieteis com coisa alguma, mas apresentai as vossas necessidades a Deus, em orações e súplicas, acompanhadas de ação de graças” (Fl 4,6). Se o Senhor, o Esposo, a verdadeira Videira, do qual os filipenses são novos sarmentos, é perseguido, também os ramos o serão. Portanto, é preciso confiar no Senhor, “ocupando-nos de tudo o que é verdadeiro, respeitável, justo, puro…”, e o Deus da paz estará com a Sua Vinha, com o Seu povo.

Com o Rosário, a oração dos simples, suplicamos neste mês a graça de sermos sempre uma Igreja Missionária.

Folheto: "O Povo de Deus"|Arquidiocese de Brasília

Publicada “Fratelli tutti”, a Encíclica social do Papa Francisco

Papa Francisco  (Vatican Media)

Fraternidade e amizade social são os caminhos indicados pelo Pontífice para construir um mundo melhor, mais justo e pacífico, com o compromisso de todos: pessoas e instituições. Reafirmado com vigor o não à guerra e à globalização da indiferença.

Vatican News

Quais são os grandes ideais mas também os caminhos concretos para aqueles que querem construir um mundo mais justo e fraterno nas suas relações quotidianas, na vida social, na política e nas instituições? Esta é a pergunta à qual pretende responder, principalmente, “Fratelli tutti”: o Papa define-a como uma "Encíclica Social" (6) que toma o seu título das "Admoestações" de São Francisco de Assis, que usava essas palavras "para se dirigir a todos os irmãos e irmãs e lhes propor uma forma de vida com sabor do Evangelho" (1). A Encíclica tem como objetivo promover uma aspiração mundial à fraternidade e à amizade social. No pano de fundo, há a pandemia da Covid-19 que - revela Francisco - "irrompeu de forma inesperada quando eu estava escrevendo esta carta". Mas a emergência sanitária global mostrou que "ninguém se salva sozinho" e que chegou realmente o momento de "sonhar como uma única humanidade", na qual somos "todos irmãos". (7-8).

No primeiro de oito capítulos, intitulado "As sombras dum mundo fechado", o documento debruça-se sobre as muitas distorções da época contemporânea: a manipulação e a deformação de conceitos como democracia, liberdade, justiça; o egoísmo e a falta de interesse pelo bem comum; a prevalência de uma lógica de mercado baseada no lucro e na cultura do descarte; o desemprego, o racismo, a pobreza; a desigualdade de direitos e as suas aberrações como a escravatura, o tráfico de pessoas, as mulheres subjugadas e depois forçadas a abortar, o tráfico de órgãos (10-24). Estes são problemas globais que requerem ações globais, sublinha o Papa, apontando o dedo também contra uma "cultura de muros" que favorece a proliferação de máfias, alimentadas pelo medo e pela solidão (27-28).

A muitas sombras, porém, a Encíclica responde com um exemplo luminoso, o do bom samaritano, a quem é dedicado o segundo capítulo, "Um estranho no caminho". Nele, o Papa assinala que, numa sociedade doente que vira as costas à dor e é "analfabeta" no cuidado dos mais frágeis e vulneráveis (64-65), somos todos chamados a estar próximos uns dos outros (81), superando preconceitos e interesses pessoais. De fato, todos nós somos corresponsáveis na construção de uma sociedade que saiba incluir, integrar e levantar aqueles que sofrem (77). O amor constrói pontes e nós "somos feitos para o amor" (88), acrescenta o Papa, exortando em particular os cristãos a reconhecerem Cristo no rosto de cada pessoa excluída (85). O princípio da capacidade de amar segundo "uma dimensão universal" (83) é também retomado no terceiro capítulo, "Pensar e gerar um mundo aberto": nele, Francisco exorta cada um de nós a "sair de si mesmo" para encontrar nos outros "um acrescentamento de ser" (88), abrindo-nos ao próximo segundo o dinamismo da caridade que nos faz tender para a "comunhão universal" (95). Afinal – recorda a Encíclica - a estatura espiritual da vida humana é medida pelo amor que nos leva a procurar o melhor para a vida do outro (92-93). O sentido da solidariedade e da fraternidade nasce nas famílias que devem ser protegidas e respeitadas na sua "missão educativa primária e imprescindível" (114).

O direito a viver com dignidade não pode ser negado a ninguém, afirma ainda o Papa, e uma vez que os direitos são sem fronteiras, ninguém pode ser excluído, independentemente do local onde nasceu (121). Deste ponto de vista, o Papa lembra também que é preciso pensar numa "ética das relações internacionais" (126), porque cada país é também do estrangeiro e os bens do território não podem ser negados àqueles que têm necessidade e vêm de outro lugar. O direito natural à propriedade privada será, portanto, secundário em relação ao princípio do destino universal dos bens criados (120). A Encíclica também coloca uma ênfase específica na questão da dívida externa: embora se mantenha o princípio de que toda a dívida legitimamente contraída deve ser paga, espera-se, no entanto, que isto não comprometa o crescimento e a subsistência dos países mais pobres (126).

Ao tema das migrações é, ao invés, dedicado em parte o segundo e todo o quarto capítulo, "Um coração aberto ao mundo inteiro": com as suas "vidas dilaceradas" (37), em fuga das guerras, perseguições, catástrofes naturais, traficantes sem escrúpulos, arrancados das suas comunidades de origem, os migrantes devem ser acolhidos, protegidos, promovidos e integrados. Nos países destinatários, o justo equilíbrio será entre a proteção dos direitos dos cidadãos e a garantia de acolhimento e assistência aos migrantes (38-40). Especificamente, o Papa aponta algumas "respostas indispensáveis" especialmente para aqueles que fogem de "graves crises humanitárias": incrementar e simplificar a concessão de vistos; abrir corredores humanitários; oferecer alojamento, segurança e serviços essenciais; oferecer possibilidade de trabalho e formação; favorecer a reunificação familiar; proteger os menores; garantir a liberdade religiosa. O que é necessário acima de tudo" - lê-se no documento -, é uma legislação (go­vernance) global para as migrações que inicie projetos a longo prazo, indo além das emergências individuais, em nome de um desenvolvimento solidário de todos os povos (129-132).

O tema do quinto capítulo é "A política melhor", ou seja, a que representa uma das formas mais preciosas da caridade porque está ao serviço do bem comum (180) e conhece a importância do povo, entendido como uma categoria aberta, disponível ao confronto e ao diálogo (160). Este é o popularismo indicado por Francisco, que se contrapõe ao "populismo" que ignora a legitimidade da noção de "povo", atraindo consensos a fim de instrumentalizar ao serviço do seu projeto pessoal (159). Mas a melhor política é também a que protege o trabalho, "uma dimensão indispensável da vida social" e procura assegurar que cada um tenha a possibilidade de desenvolver as suas próprias capacidades (162). A verdadeira estratégia contra a pobreza, afirma a Encíclica, não visa simplesmente a conter os necessitados, mas a promovê-los na perspectiva da solidariedade e da subsidiariedade (187). A tarefa da política, além disso, é encontrar uma solução para tudo o que atenta contra os direitos humanos fundamentais, tais como a exclusão social; tráfico de órgãos, e tecidos humanos, armas e drogas; exploração sexual; trabalho escravo; terrorismo e crime organizado. Forte o apelo do Papa para eliminar definitivamente o tráfico de seres humanos, "vergonha para a humanidade", e a fome, porque é "criminosa" porque a alimentação é "um direito inalienável" (188-189).

A política da qual há necessidade, sublinha ainda Francisco, é aquela centrada na dignidade humana e que não está sujeita à finança porque "o mercado por si só, não resolve tudo": os "estragos" provocados pela especulação financeira mostraram-no (168). Assumem, portanto, particular relevância os movimentos populares: verdadeiros "torrentes de energia moral", devem ser envolvidos na sociedade, de uma forma coordenada. Desta forma - afirma o Papa -, pode-se passar de uma política "para" os pobres para uma política "com" e "dos" pobres (169). Outro desejo presente na Encíclica diz respeito à reforma da ONU: perante o predomínio da dimensão econômica, de fato, a tarefa das Nações Unidas será dar uma real concretização ao conceito de "família de nações", trabalhando para o bem comum, a erradicação da pobreza e a proteção dos direitos humanos. Recorrendo incansavelmente à "negociação, aos mediadores e à arbitragem" - afirma o documento pontifício - a ONU deve promover a força da lei sobre a lei da força (173-175).

Do sexto capítulo, "Diálogo e amizade social", emerge também o conceito de vida como "a arte do encontro" com todos, também com as periferias do mundo e com os povos originais, porque "de todos se pode aprender alguma coisa, nin­guém é inútil, ninguém é supérfluo" (215). Particular, então, a referência do Papa ao "milagre da amabilidade", uma atitude a ser recuperada porque é "uma estrela na escuridão" e uma "libertação da crueldade, da ansiedade que não nos deixa pensar nos outros, da urgência distraída" que prevalecem em época contemporânea (222-224). Reflete sobre o valor e a promoção da paz, o sétimo capítulo, intitulado "Percursos dum novo encontro", no qual o Papa sublinha que a paz é "proativa" e visa formar uma sociedade baseada no serviço aos outros e na busca da reconciliação e do desenvolvimento mútuo. A paz é uma "arte" em que cada um deve desempenhar o seu papel e cuja tarefa nunca terminam (227-232). Ligado à paz está o perdão: devemos amar todos sem exceção - lê-se na Encíclica -, mas amar um opressor significa ajudá-lo a mudar e não permitir que ele continue a oprimir o seu próximo (241-242). Perdão não significa impunidade, mas justiça e memória, porque perdoar não significa esquecer, mas renunciar à força destrutiva do mal e da vingança. Nunca esquecer "horrores" como a Shoah, os bombardeamentos atómicos em Hiroshima e Nagasaki, perseguições e massacres étnicos - exorta o Papa - devem ser sempre recordados, novamente, para não nos anestesiarmos e manterem viva a chama da consciência coletiva. E é importante fazer memória do bem. (246-252).

Parte do sétimo capítulo se detém, então, sobre a guerra: "uma ameaça constante", que representa a "negação de todos os direitos", "o fracasso da política e da humanidade", "a vergonhosa rendição às forças do mal". Além disso, devido às armas nucleares, químicas e biológicas que afetam muitos civis inocentes, hoje já não podemos pensar, como no passado, numa possível "guerra justa", mas temos de reafirmar fortemente "Nunca mais a guerra! A eliminação total das armas nucleares é "um imperativo moral e humanitário"; em vez disso - sugere o Papa - com o dinheiro do armamento deveria ser criado um Fundo Mundial para acabar de vez com a fome (255-262). Francisco expressa uma posição igualmente clara sobre a pena de morte: é inadmissível e deve ser abolida em todo o mundo. "O homicida não perde a sua dignidade pessoal - escreve o Papa – e o próprio Deus Se constitui seu garante" (263-269). Ao mesmo tempo, a necessidade de respeitar "a sacralidade da vida" (283) é reafirmada onde "partes da humanidade parecem sacrificáveis ", tais como os nascituros, os pobres, os deficientes, os idosos (18).

No oitavo e último capítulo, o Pontífice se detém sobre "Religiões ao serviço da fraternidade no mundo" e reitera que o terrorismo não se deve à religião, mas a interpretações erradas de textos religiosos, bem como a políticas de fome, pobreza, injustiça e opressão (282-283). Um caminho de paz entre a religiões é, portanto, possível; por isso, é necessário garantir a liberdade religiosa, direito humano fundamental para todos os crentes (279). Uma reflexão, em particular, a Encíclica  faz sobre o papel da Igreja: ela não relega a sua missão à esfera privada e, embora não fazendo política, não renuncia à dimensão política da existência, à atenção ao bem comum e à preocupação pelo desenvolvimento humano integral, segundo os princípios evangélicos (276-278).

Enfim, Francisco cita o "Documento sobre a fraternidade humana em prol da paz mundial e da convivência comum", assinado por ele mesmo em 4 de fevereiro de 2019 em Abu Dhabi, junto com o Grande Imã de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyib: desta pedra miliar do diálogo inter-religioso, o Pontífice retoma o apelo para que, em nome da fraternidade humana, o diálogo seja adoptado como caminho, a colaboração comum como conduta, e o conhecimento mútuo como método e critério (285).

Vatican News Service – IP - SP

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF