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terça-feira, 20 de abril de 2021

Último Relatório da AIS: 67% da população mundial sofre graves violações à liberdade religiosa

Seguranças na porta de uma Igreja no Paquistão.
Foto: Fundação AIS

KONIGSTEIN, 20 abr. 21 / 10:00 am (ACI).- A edição de 2021 do Relatório de Liberdade Religiosa no Mundo (RFR) elaborado pela Fundação Pontifícia Internacional Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) reporta que a liberdade religiosa é seriamente violada em um em cada três países do mundo, sendo os cristãos os mais perseguidos. 

De acordo com este relatório, apresentado oficialmente em Roma e outras grandes cidades ao redor do mundo hoje (20 de abril), esse direito fundamental tem sido desrespeitado por 62 dos 196 países ao redor do mundo.

De acordo com o estudo, em 26 desses países as pessoas são consideradas perseguidas e, em 95% deles, a situação piorou em comparação à anterior análise.

Na lista de países que não respeitam a liberdade religiosa, alguns países africanos apareceram por primeira vez: Burkina Faso, Camarões, Chade, Comores, República Democrática do Congo, Mali e Moçambique, por parte do continente africano assim como Malásia e Sri Lanka, na Ásia.

Essas estatísticas refletem uma das principais conclusões do Relatório: a radicalização do continente africano, especialmente na África Subsaariana e Oriental, onde houve um aumento dramático na presença de grupos jihadistas. Violações da liberdade religiosa - incluindo perseguições extremas, como assassinatos em massa - ocorrem atualmente em 42% de todos os países africanos: Burkina Faso e Moçambique são dois exemplos paradigmáticos disso.

A radicalização não afeta apenas o continente africano: o relatório revela um aumento das redes islâmicas transnacionais que se estendem do Mali a Moçambique na África subsaariana, passando pelas Comores no Oceano Índico e nas Filipinas no Mar do Sul da China, com o objetivo de criar um chamado "califado transcontinental".

O texto destaca outra nova tendência: abuso da tecnologia digital, redes cibernéticas, vigilância em massa baseada em inteligência artificial (IA) e tecnologia de reconhecimento facial para aumentar o controle e a discriminação em algumas das nações com o pior registro de liberdade religiosa. Isso é evidente na China, onde o Partido Comunista Chinês vem oprimindo grupos religiosos com a ajuda de 626 milhões de câmeras de vigilância de IA e scanners de smartphones. Grupos jihadistas também estão usando tecnologia digital para radicalização e recrutamento de seguidores.

De acordo com outros dados, pesquisas mostraram que em 42 países (21% do total) que recusar-se a mudar de religião pode ter sérias consequências legais e/ou sociais que vão desde o ostracismo familiar até a pena de morte.

Além disso, o relatório denuncia o aumento da violência sexual usada como arma contra minorias religiosas; crimes contra mulheres e meninas que são abduzidas, estupradas e forçadas a se converter.

Hoje, cerca de 67% da população mundial, cerca de 5,2 bilhões de pessoas, vivem em países onde ocorrem graves violações da liberdade religiosa - incluindo as mais populosas do planeta: China, Índia e Paquistão. Em muitos deles, as minorias religiosas são as mais atacadas. Como indicado no relatório, a perseguição religiosa por governos autoritários tem se intensificado. Desculpas pela supremacia étnica e religiosa em alguns países asiáticos de maioria hindu e budista levaram a uma maior opressão das minorias, muitas vezes reduzindo seus membros a cidadãos de segunda classe. A Índia é o exemplo mais extremo, mas políticas semelhantes são implementadas no Nepal, Sri Lanka e Mianmar.

No Ocidente, afirma o relatório, houve um aumento da "perseguição educada", termo cunhado pelo Papa Francisco para descrever como novas normas culturais e valores conflitam com a liberdade individual dos direitos de consciência e marginalizam a religião "para os distritos fechados de igrejas, sinagogas ou mesquitas".

A pesquisa também aborda o profundo impacto da pandemia COVID-19 sobre o direito à liberdade religiosa. Dada a escala da emergência, os governos consideraram necessário impor medidas extraordinárias, em alguns casos aplicando limitações desproporcionais à adoração religiosa em comparação com outras atividades seculares. Em alguns países, como Paquistão ou Índia, a ajuda humanitária foi negada às minorias religiosas. Especialmente nas redes sociais, a pandemia foi usada como pretexto para estigmatizar certos grupos religiosos como supostamente as causas ou propagadores da pandemia.

Refletindo sobre a seriedade das descobertas da RFR, o presidente executivo internacional da ACN, Dr. Thomas Heine-Geldern, disse: "Infelizmente, apesar das - certamente importantes - iniciativas da ONU e do pessoal para embaixadores da liberdade religiosa, até o momento, a resposta da comunidade internacional à violência motivada pela religião - e à perseguição religiosa em geral - pode ser descrita como fraca e tarde demais."

 "Infelizmente, apesar das - embora importantes - iniciativas da ONU e do pessoal das embaixadas da liberdade religiosa, até o momento, a resposta da comunidade internacional à violência baseada na religião e à perseguição religiosa em geral pode ser classificada como muito pouco, tarde demais."

Publicado pela primeira vez em 1999, o relatório analisa a cada dois anos o quanto o direito humano fundamental à liberdade religiosa, protegido pelo artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, é respeitado, e o faz considerando todas as religiões dos 196 países do mundo.

Para ver o texto na íntegra, acesse: https://acninternational.org/religiousfreedomreport

ACI Digital

Santo Teodoro

S. Teodoro | nossasagradafamilia
20 de abril

Hoje é dia de São Teodoro, devoto de São Jorge, e nascido com uma linda vocação para espalhar a Palavra de Deus.

Teodoro que significa "Dom de Deus", condiz com as habilidades e talentos especiais. Foi um religioso nascido durante o século VI na Galícia, atual França.

São Teodoro e suas Orações

Desde pequeno São Teodoro demonstrava o dom para a igreja, conta a história que apenas com oito anos já procurava locais mais afastados e escondisdos para fazer sua orações, chegando na sua adolescencia a cavar uma gruta na capeta de São Jorge para concentrar-se apenas na oração e contemplação.

Devoção a São Jorge

Desde pequeno São Teodoro foi devodo de São Jorge, pois conta que sua mãe teve dificuldades durante a gestação, e ocorreram complicações em seu parto, sendo assim desde pequeno os seus pais pediam a proteção do Santo Guerreiro.

Porém apesar de viver no seio de uma família religiosa, os pais de São Teodoro demonstravam grande preocupação com tanta fé. Porém uma noite São Jorge apareceu no sonho da mãe de Teodoro, e pediu para que se acalmasse.

O Sonho e os Milagres

Após o sonho da mãe de São Teodoro, começaram a ocorrer milagres na gruta escavada pelo jovem, o que começou a atrair inúmeros fiéis.

Vida Religiosa de São Teodoro

Teodoro ainda não tinha idade para isso, mas o bispo da cidade vizinha de Anastasiópolis assumiu a tutela do rapaz e o ordenou sacerdote. E mal voltou para sua cidade natal, o povo o elegeu bispo. No cargo ele permaneceu por dez anos, quando abandonou tudo e voltou à sua vida solitária de penitência e oração contemplativa.

Morte e Canonização

Novamente as graças passaram a fazer parte do cotidiano da gruta de Teodoro, onde grandes multidões o procuravam. Teodoro ali ficou até o dia 20 de abril de 613, quando morreu. Sua festa é muito celebrada pelos católicos do mundo todo, especialmente na França, Alemanha e entre os cristãos de língua eslava.

https://www.nossasagradafamilia.com.br/

segunda-feira, 19 de abril de 2021

Ouça agora a música “Entrego a Tí”, lançamento de Betinho de Assis

Catholicus

O videoclipe está disponível no canal de Betinho no YouTube e a canção nas plataformas digitais

O cantor católico Betinho de Assis conta com mais de 20 anos de ministério e dedica sua vida a pregar o Evangelho e a evangelizar por meio da música.

Natural de Agudos, aos 16 anos Betinho teve a oportunidade de participar pela primeira vez de um Grupo de Oração e foi batizado no Espírito Santo onde aconteceu uma nova maneira de viver.

A nova música de trabalho de Betinho, intitulada “Entrego a Tí”, é uma canção que nos leva a orar profundamente, entregando para Deus tudo o que somos, sentimos e temos. Não adie mais a sua entrega a Deus, hoje é o dia da Salvação, é esse o momento de se entregar a Deus. O lançamento já está disponível nas plataformas digitais.

https://youtu.be/yvPfwH9-8Us

Por Redação Catholicus

Monges que deram a vida para defender a Eucaristia são beatificados

Mártires de Casamari. Crédito: Vatican News
Por Walter Sánchez Silva

Vaticano, 19 abr. 21 / 09:43 am (ACI).- O cardeal Marcello Semeraro, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, beatificou seis monges cistercienses mártires da Eucaristia, neste sábado, 17 de abril.

O cardeal italiano presidiu a missa de beatificação na Abadia cisterciense de Casamari, na Itália, onde estão sepultados os sacerdotes Simeone Cardon, Domenico Zawrel, e os religiosos Maturino Pitri, Albertino Maisonade, Modesto Burgen e Zosimo Brambat, que em 13 de maio de 1799 foram mortos por ódio à fé enquanto defendiam a Eucaristia.

Segundo Vatican News, o cardeal Semeraro disse em sua homilia que o martírio dos novos beatos está "distante no tempo", mas isso "não o torna menos relevante".

“Eram homens frágeis e medrosos: vulneráveis, como todos somos um pouco e como se demonstra especialmente nesta fase da pandemia”, disse o Cardeal.

“Esses mártires não eram heróis 'de histórias em quadrinhos', mas pessoas normais. Eram homens medrosos, como todos nós. Não eram 'guerreiros', mas testemunhas do amor de Jesus que dizia aos seus discípulos: 'Não tenham medo!'".

O prefeito ressaltou que o testemunho destes mártires fala também ao povo de hoje: “Nenhum de nós poderá perseverar no seguimento de Cristo sem tribulação, sem conflito, sem 'combate espiritual'”, afirmou.

O cardeal Semeraro destacou a importância deste combate "para matar os desejos e os afetos desordenados para sempre fazer a vontade de Deus", como fizeram esses monges.

“Eles cuidam de nós. Esta é a certeza reconfortante que deve invadir os nossos corações”, destacou.

Depois de rezar o Regina Caeli neste domingo na Praça de São Pedro, o Papa Francisco afirmou que “em 1799, quando os soldados franceses em retirada de Nápoles saquearam igrejas e mosteiros, estes mansos discípulos de Cristo resistiram com coragem heroica, até à morte, para defender a Eucaristia da profanação”.

“Que o seu exemplo nos estimule a um maior compromisso de fidelidade a Deus, capaz também de transformar a sociedade e de a tornar mais justa e fraterna. Um aplauso aos novos Beatos!”, disse o Pontífice.

O martírio em Casamari

Na noite de 13 de maio de 1799, o mosteiro cisterciense de Casamari (Itália), foi palco do assassinato de cinco religiosos por revolucionários franceses que tentavam criar no antigo reino de Nápoles uma república satélite da República Francesa. Um sexto monge da comunidade foi assassinado três dias depois.

No contexto da Revolução Francesa, a recém-criada República tentou estabelecer um regime aliado no Reino de Nápoles, que ocupava o centro e a metade sul da atual Itália, onde reinava a Casa de Bourbon.

No entanto, a tentativa fracassou e os revolucionários fugiram de forma desorganizada para o norte, pressionados pelas tropas de Bourbon e seus aliados ingleses.

Na fuga, saquearam várias cidades italianas, assassinando muitos moradores e atacando o clero e as propriedades da Igreja.

Depois de saquear e profanar o famoso mosteiro de Montecassino, os revolucionários franceses chegaram à cidade de Isola del Liri, onde em 12 de maio de 1799 assassinaram mais de quinhentas pessoas que se refugiaram dentro da igreja de São Lourenço Mártir.

No dia seguinte, os revolucionários chegaram à Abadia de Casamari com a intenção de saqueá-la. Quando chegaram, alguns dos monges fugiram, mas seis deles ficaram para proteger a Eucaristia.

A abadia carecia de objetos de valor para os revolucionários que, cegos pela raiva por não poder levar riquezas e por seu ódio anticlerical, assassinaram cinco dos monges com suas baionetas. O sexto monge, Zosimo Brambat, morreu três dias depois.

ACI Digital

Os mais vulneráveis, os mais afetados e a fila de vacinação

Ricardo Jayme / AGIF
Por Francisco Borba Ribeiro Neto

Os idosos mais pobres enfrentam dificuldades de acesso aos postos de saúde e locais de vacinação.

Ninguém, em sã consciência, quer morrer de Covid-19, nem ficar trancado em casa, impossibilitado de trabalhar, ir à missa ou encontrar os amigos. É natural, portanto, que esperemos com ansiedade para sermos vacinados e ficarmos imunizados – ou, ao menos, passarmos a ter baixa probabilidade de adoecermos gravemente com o vírus. Contudo, o crescimento do número de infectados e mortos em 2021, mais o advento das vacinas, desnudou uma série de perversidades, que podem até ser não-intencionais, mas nem por isso deixam de acontecer, decorrentes das desigualdades socioeconômicas de nosso País.

Na cidade de São Paulo, um levantamento mostrou que nos bairros mais pobres, com menores índices de desenvolvimento humano (IDH), a mortalidade por Covid-19, atualmente, é mais elevada do que nos bairros ricos, mas a porcentagem de idosos já vacinados é menor. Por exemplo, no bairro de Cidade Tiradentes (zona leste de São Paulo), apenas 42% dos idosos tinha sido vacinada e a taxa de mortalidade, entre eles, é de 2,7%. No mesmo período, em Pinheiros, na zona oeste da cidade, onde a mortalidade dos mais velhos por Covid-19 é a metade (1,4%), a vacinação havia atingido 91% dos idosos.

Em teoria, o Estado deu as mesmas possibilidades de vacinação para todos. Na prática, isso não é verdade. A rede de postos de saúde e locais de vacinação é mais densa em bairros tradicionais, de ocupação antiga, do que nas periferias, de ocupação recente. Os idosos mais pobres enfrentam dificuldades de acesso aos postos, como ruas precárias, falta de dinheiro para sua locomoção e dos acompanhantes (mesmo que os ônibus sejam gratuitos para os mais velhos), ausência de parentes que possam levá-los. O acesso à informação sobre como e quando se vacinar também é limitado e trata-se de uma população particularmente vulnerável a fake news. Por todos esses fatores, justamente aqueles idosos que mais precisam receber as vacinas são os que menos estão sendo vacinados.

Quem são os mais vitimados

Logo no início da pandemia, dizia-se que a Covid-19 era uma “doença de rico”. Era pega em viagens internacionais ou eventos sociais frequentados por essas pessoas. A realidade rapidamente mudou e hoje são os bairros pobres que apresentam maior número de infectados pelo vírus. Três fatores causaram essa mudança:

1. Os trabalhadores de menor renda têm mais dificuldade de aderir ao home office. Muitos deles se dedicam aos chamados serviços essenciais. Com isso, se expõem mais à contaminação. Uma pesquisa em Belo Horizonte revelou que 62% dos internados por Covid-19 eram faxineiros, garis ou auxiliares de limpeza. Porcentagem duas vezes maior do que a de aposentados (30%). Empregadas domésticas, diaristas e cozinheiras respondiam por mais 6%… Somadas, todas as outras profissões perfaziam apenas 2% dos hospitalizados. Os dados podem mudar, conforme a realidade local, mas esses e outros profissionais dos serviços essenciais, como motoristas de ônibus e policiais, estão entre os mais afetados pela Covid-19. No Estado de São Paulo, mais policiais militares morreram vítimas do vírus em março de 2020 do que em serviço nos 10 meses anteriores (10 contra 9). Um outro estudo mostrou que, depois que iniciaram-se as aulas presenciais, a incidência de Covid-19 entre professores de SP é três vezes maior do que entre população adulta em geral.

2. As condições de habitação também influem nesse quadro. Famílias que moram em casas pequenas ou mesmo em condomínios e prédios com muito contato entre vizinhos têm mais dificuldade em isolar seus doentes e praticar distanciamento social. A maior distância do local de trabalho à moradia e a duração da viagem em transporte público também aumenta a exposição ao vírus. Assim, as pessoas pobres dos bairros periféricos se contaminam com mais facilidade.

3. Os estudos têm mostrado ainda que os serviços de saúde estão menos disponíveis nos locais mais pobres. Com isso, os doentes são menos acompanhados por especialistas e a probabilidade de não se curarem aumenta. Fatores como baixo número de leitos disponíveis em hospitais e falta de médicos para realizar o atendimento explicam o número elevado de mortes em algumas regiões do Brasil.

Com isso, apesar dos vírus não escolherem entre ricos e pobres, as desigualdades socioeconômicas passam a ser determinantes na mortalidade frente à Covid-19.

Um olhar justo e solidário para a fila de vacinação

Essa realidade bem merece o juízo sobre a saúde dado por Bento XVI, em 2010: “Também no campo da saúde, parte integrante da existência de cada um e do bem comum, é importante instaurar uma verdadeira justiça distributiva que garanta a todos, com base nas suas necessidades objetivas, os cuidados adequados […] a Doutrina Social da Igreja sempre evidenciou a importância da justiça distributiva e da justiça social nos vários âmbitos dos relacionamentos humanos (cf. Caritas in veritate, CV 35). Promove-se a justiça, quando se acolhe a vida do outro e se assume a responsabilidade por ele, correspondendo às suas expectativas, porque nele se entrevê o semblante do próprio Filho de Deus, que por nós se fez homem […] ‘A justiça é o primeiro caminho da caridade’ (CV 6)”. 

Todos temos direito aos recursos necessários para preservar nossa saúde. Ninguém faz beneficência ao reconhecer esse direito do outro. É um dever de justiça. Contudo, num contexto de carência de recursos, critérios de prioridade devem ser utilizados. As normas para distribuição das vacinas precisam ser coordenadas pelos órgãos públicos e uma decisão individual, seja “vou me vacinar agora” ou “vou me vacinar mais tarde, porque outros precisam mais do que eu”, não seria nem praticável, nem útil. Contudo, todos podemos colaborar para construir uma opinião pública que pressione os governos a vacinar primeiro os mais vulneráveis ou que correm maiores riscos.

Existem muitas possibilidades para uma distribuição mais justa das vacinas entre a população. Além do critério etário, pode-se priorizar os profissionais de serviços essenciais, as categorias hospitalizadas em maior proporção, aumentar o esforço de vacinação nas áreas com maior número de casos, etc. Alguns, por exemplo, defendem que a população negra seja vacinada prioritariamente, pois os estudos mostram que estão numa situação mais vulnerável, são mais frequentes entre os profissionais de serviços essenciais e entre a população dos bairros pobres – seria um critério sintético que ajudaria a se vacinar um processo de vacinação mais justo e equitativo.

Bento XVI concluía, na Mensagem acima citada: “É necessário o esforço conjunto da parte de todos, mas é preciso também e sobretudo uma profunda conversão do olhar interior. Somente se contemplarmos o mundo com o olhar do Criador, que é olhar de amor, a humanidade aprenderá a viver sobre a face da terra na paz e na justiça, destinando com equidade[*] a terra e os seus recursos para o bem de cada homem e de cada mulher […] ‘que se adote um modelo de desenvolvimento fundado na centralidade do ser humano, na promoção e partilha do bem comum, na responsabilidade, na consciência da necessidade de mudar os estilos de vida e na prudência, virtude que indica as ações que se devem realizar hoje, em previsão do que poderá acontecer amanhã’ (Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2010, n. 9).

[*] Equidade é diferente de igualdade. Uma distribuição igualitária dá a mesma coisa a todos, uma distribuição equitativa dá a cada um conforme a sua necessidade. O mais necessitado, numa lógica equitativa, deve ganhar o suficiente para satisfazer a sua necessidade. A doutrina social da Igreja defende a equitatividade (cf. Compêndio da Doutrina Social da Igreja, CDSI 171ss).

Aleteia

Se Nero quisesse vacinar Roma

Guadium Press

Redação (18/04/2021 10:52Gaudium PressO povo de Roma, reunido, vocifera às portas do palácio. O que deseja? Fazer uma revolução? Não propriamente. Reclama por alimento? Embora a situação econômica da Urbe esteja bastante abalada, não é isso que pede. O que quer ele então? Muito simples: a morte daquele que responde pelo título de “Pontífice”. Mas por que uma atitude tão drástica? Seu procedimento está intolerável, e como dialogar com quem acredita ser Deus e tem muito poder nas mãos? A única solução é lançá-lo no Tibre…

Estamos em junho do ano 68 d.C., às portas do palácio do imperador Nero.

O que aconteceu para tanto ódio contra seu soberano?

O vírus do fogo

Como todos os anos, Roma teve de aturar um verão tórrido em 67. Sem chuvas, as eternas fontes começaram a secar. Tiveram que usar as reservas de água (destinadas a apagar um eventual incêndio) para matar a sede: o óbvio aconteceu…

Após seis dias ardentes, só quatro das quatorze regiões da cidade escaparam ilesas ao incêndio, que se propagou mais rápido do que qualquer epidemia. Antes de procurar uma “vacina”, os cidadãos precisavam encontrar o “transmissor”.

Quem costuma abusar do poder, acaba sendo o primeiro a ser acusado de qualquer problema; se não tem essa culpa, possui outras… Não demoraram a responsabilizar Nero pelo incêndio: acaso não deve ser culpado, uma vez que enquanto Roma ardia ele compunha, inspirado pela infernal visão, versos sobre o incêndio de Troia?

A fim de salvar a sua pele, o césar precisava transferir a raiva geral para outrem. Por sugestão de sua esposa, Sabina Poppea, esta recaiu sobre os cristãos — aquela seita do judaísmo, que vivia como os judeus, mas não era aceita por eles.

Coincidência: para evitar novos “contágios”, a primeira providência foi reprimir as atividades da Igreja… De fato, para evitar um novo incêndio, mais do que abastecer as reservas de água, mais do que reforçar os vigias responsáveis por combater incêndios, mais do que qualquer coisa, é preciso parar o culto católico! Nada mais evidente.

Precaução sanitária ou perseguição religiosa?

Inicia-se a “vacinação” do Império contra a “doença do Cristianismo”: a primeira grande perseguição à Igreja; o anfiteatro do Vaticano (único que não foi destruído) se enche de vítimas; homens, mulheres e crianças são lançados às feras; virgens são violadas, antes de serem assassinadas; uma simples acusação basta para tornar um inocente réu de morte.

Curioso analisar que as autoridades já não se preocupavam se os cultos ofereciam algum risco ao Império. Até parecia que a Santa Missa e os demais Sacramentos eram de si os grandes “transmissores” desse “vírus do fogo”.

Aos olhos dos homens o imperador era um defensor da saúde pública — ao menos ele acreditava nisso — porém aos olhos de Deus (e da História) era perseguidor da Igreja.

Deus não podia ficar indiferente.

O verdadeiro contagiado foi descoberto

Passados poucos anos, após ter feito loucuras, injustiças e impiedades, o Divus Nero,[1] em vez de reconstruir a cidade e dar moradia ao povo, empregou os tesouros e construtores do Império para que se levantasse um suntuoso palácio-cidade, como jamais se vira antes, chamando-o Domus Aurea (Casa de ouro): os cidadãos se indignaram.

Pior: o príncipe, não querendo partilhar das agruras da capital, empreendeu uma viagem à Grécia, não por motivos políticos, mas unicamente para gozar a vida, chegando ao ponto de ele mesmo figurar em espetáculos teatrais!

Assim são os tiranos: quando o seu território está numa fase muito complicada, não ficam para ajudar de perto; contentam-se em decretar leis e fogem para se divertir.

O povo percebeu que a “vacina” da perseguição anti-cristã não resolveu o problema. Certamente ele era o verdadeiro “contagiado”, que com suas “vacinas” transmitia outras doenças mais mortíferas, e decidiram “curá-lo”.

Na madrugada de 9 ou 10 de junho Lucius Claudius Nero, foi despertado pela gritaria da multidão que desejava matá-lo. “Morte ao matricida!”, exclamavam — o povo pensava na mãe do imperador,[2] e Deus na Santa Madre Igreja: o mesmo castigo serviu para os dois crimes.

O vírus é eliminado

Se até então estava otimista e confiante em si, nesse momento, foi tomado de terror: abandonado pela guarda pretoriana, sem parentes nem amigos (pois tinha mandado assasiná-los), odiado por todos, viu que seria obrigado a mergulhar no Tibre, dentro do costumeiro saco.[3] Temendo a “vacina” do povo, decidiu suicidar-se.

Assim se encerraram os dias daquele que se julgava onipotente.

Ele cria que, atacando a Igreja, firmava o seu poder e conquistava a estima do povo; na realidade, não conseguiu destruir a “infectada”, e muito menos ser considerado o salvador poderoso.

De fato, Deus não permite que sua Igreja fique doente; Ele sempre a cura de qualquer enfermidade.

O que faria Nero hoje se quisesse vacinar Roma?

Por Cláudio Neves

https://gaudiumpress.org/

Deir al-Surian: resgate de manuscritos cristãos

Página de um manuscrito da Biblioteca Deir al-Surian
(foto: Angélica Tarnowska) 
(@angelicatarnowska Levantine Foundation )

Há 20 anos, uma fundação anglo-egípcia trabalha para conservar, preservar e restaurar uma das mais importantes e prestigiosas coleções de manuscritos antigos: textos cristãos de valor histórico excepcional, mantidos em segredo por séculos.

Jean Charles Putzolu

Deir al-Surian é um dos mosteiros mais antigos que o mundo moderno conhece. Foi fundado no século VI, depois de Cristo, mas é apenas uma hipótese, da qual muitos compartilham. Na verdade, o mosteiro de Santa Maria Mãe de Dio é um dos quatro, dos cerca de 600, construídos entre os séculos III e VI, que sobreviveram à erosão. Ao longo dos anos, Deir al-Surian, situado no deserto de Nitria, perto de Alexandria, no Baixo Egito, foi sede de várias comunidades monásticas, do Levante à Etiópia, mas, sobretudo, da Síria.

Vista ao mosteiro Deir al-Surian (foto: Angélica Tarnowska)

Mateus, Abraão e Teodoro foram os três monges sírios que, no século IX, receberam a tarefa de fundar, neste lugar, a primeira Biblioteca, para preservar os manuscritos cristãos. A seguir, no século X, foi enriquecida com 250 manuscritos, que o abade Moisés de Nisbi havia trazido, após sua viagem a Bagdá, que durou cinco anos. Desde então, o Mosteiro Deir al-Surian conserva os escritos cristãos mais antigos em copta, siríaco, árabe e etíope, bem como as obras dos primeiros Padres da Igreja, como São João Crisóstomo e Gregório Niceno.

Trata-se de manuscritos únicos e excepcionais, que permaneceram em "segredo" por muito tempo, até quando, nos séculos XVIII e XIX, alguns visitantes roubaram algumas obras: algumas foram doadas ao Papa Clemente XI e, hoje, se encontram na Biblioteca Vaticana, enquanto outras foram parar na Biblioteca Britânica. Para evitar tais desvios, os monges de Deir al-Surian fecharam e lacraram a porta da Biblioteca. Logo, por mais de um século, esta Biblioteca ficou oculta aos olhos do mundo, até quando tiveram início as obras de restauração, nos anos Noventa do século passado.

https://youtu.be/N5IeuP24ZR0

Fragmentos de manuscritos sob o pavimento

O bibliotecário Abouna Bigoul estava indo ao “kip”, - a torre quadrada e fortificada do mosteiro, - quando avistou fragmentos de manuscritos sob um pavimento, que estava desabando por causa da reforma. Alguns daqueles manuscritos estavam em péssimas condições, por terem permanecido, durante séculos, debaixo dos pés dos monges. Abouna Bigoul era o padre bibliotecário e, por isso, tinha absoluta certeza do valor daqueles volumes da coleção do mosteiro. Porém, não era um especialista e nem saberia como restaurar aquelas páginas preciosas, tampouco os textos antigos, mas precisavam, absolutamente, ser preservados da destruição. Assim, precisamente naquele momento, o padre ortodoxo escreveu para Elisabeth Sobczynski, encarregada da manutenção dos arquivos em Londres: “Senhora, descobrimos fragmentos de manuscritos muito antigos entre os escombros de uma sala secreta, cujo pavimento desabou. Alguns pesquisadores, que trabalhavam na restauração dos afrescos da nossa igreja, me indicaram seu nome. A senhora poderia vir ajudar-nos? Eu sou apenas o bibliotecário, não saberia o que fazer…”.

Elisabeth leu e releu aquela mensagem, surpreendida por ter sido escolhida para resolver o problema. Então, voou para o Egito para encontrar, no deserto, o bibliotecário daquele mosteiro.

Obra de restauração de um manuscrito

No início, o Conselho de Administração do mosteiro não confiou muito. Por isso, Elisabeth teve que esperar vários dias sem ver um livro, até que, no quinto dia, o bibliotecário apareceu com um enorme molho de chaves. Juntos, dirigiram-se para a porta da Biblioteca. Abouna Bigoul quebrou os sigilos e a porta se abriu em meio a uma nuvem de poeira. Assim, Elisabeth descobriu um tesouro: "Foi um momento único na minha vida", - disse mais tarde; - "uma emoção sem precedentes". Ela se encontrou, com grande admiração, diante de 1.200 volumes. Em 2005, um fragmento, de modo particular, chamou a sua atenção, por causa da sua data “Novembro de 411”, que se encaixava, perfeitamente, com a última página de um volume, que havia encontrado na Biblioteca Britânica: um manuscrito precioso, com textos da antiguidade grega, escrito em língua siríaca. De fato, na última página havia uma lista de nomes de cristãos perseguidos e assassinados por um rei persa. A lista havia sido elaborada, a pedido do Bispo siríaco, Maruta, em homenagem à memória dos mártires. No final da página do fragmento, encontrado em Deir al-Surian, havia a assinatura de Maruta e a data. A sua "assinatura" fez com que esta página se tornasse o texto cristão mais antigo, com data exata.

Há dezenas de anedotas semelhantes que podem ser narradas. A própria descoberta de tais manuscritos representa uma verdadeira história em si, pois, seu conteúdo é a narração da nossa história. Por isso, deve-se fazer de tudo para salvá-los.

Veja o documentário completo sobre os manuscritos de Deir al-Surian, realizado pela “Levantine Foundation”

Link https://youtu.be/SwA2IybZZg0

“Levantine Foundation” (Fundação Levantina)

Elisabeth Sobczynski ficou encantada. Mas, seus meios são limitados. Sozinha, nada pode fazer, a não ser alimentar sua paixão e curiosidade. Porém, gostaria que esta herança literária e cristã inestimável fosse transmitida às gerações futuras. É impensável deixar perecer um dos dois Evangelhos de João, completo e mais antigo, traduzido em língua copta, que sobreviveu até hoje. Para iniciar uma boa campanha de manutenção e formação de técnicas de conservação era preciso arrecadar fundos. Por isso, Elisabeth criou a “Fundação Levantina”, que contou com o apoio do Príncipe Carlos. Os doadores apareceram, rapidamente, e a campanha pôde começar.

A nova Biblioteca de Deir al-Surian (foto: Angélica Tarnowska)

Desde então, até hoje, foram restaurados 130 manuscritos e 300 fragmentos, graças, de modo particular, à generosidade do “British Council” e do “British Department for Digital, Culture, Media and Sport”, que sustentaram, nos últimos dois anos, a “Fundação Levantine”, permitindo a conservação de 22 Códigos. Nem todas as obras precisam ser restauradas, mas outras centenas terão que passar pelas mãos expertas da equipe de manutenção, comprometida com esta aventura. No ano passado, por causa da pandemia, as campanhas foram suspensas, mas deverão ser retomadas em 2022. Elisabeth terá que convocar os doadores para financiar as próximas campanhas. A pandemia, certamente, não impedir...

Elisabeth Sobczynski e o bibliotecário do mosteiro
(foto: Angélica Tarnowska)

Para as gerações futuras

Um dos compromissos assumidos este ano diz respeito aos mais jovens, para que saibam qual o caminho que a história percorreu para chegar até nós. A “Fundação Levatine” lançou um projeto pedagógico intitulado “as maravilhas da escritura”, ou seja, como os livros antigos ou “códigos” foram escritos ao longo da história. A Fundação realizou um vídeo para crianças, de 9 a 11 anos, cuja versão completa é em inglês e árabe, destinado aos professores de ensino fundamental, no Egito e em todas as partes, bem como aos que desenvolvem programas educativos em museus e bibliotecas. Desta forma, pretende sensibilizar todos sobre a importância histórica da escritura e mostrar qual a origem de um simples caderno, mediante técnicas de encadernação copta, que foram as bases para a atual realização de livros, desde o século I d.C.

https://youtu.be/ymInoH6ybpU

Vatican News

Hospital do Papa anuncia importante descoberta na luta contra o câncer

Imagem de pesquisa. Foto: Nature / Hospital Bambino Gesù
Por Miguel Pérez Pichel

Vaticano, 16 abr. 21 / 11:00 am (ACI).- Uma nova pesquisa do Hospital Pediátrico Bambino Gesù permitirá desenvolver novos tratamentos contra o câncer. Trata-se da descoberta sobre o mecanismo de divisão celular dos tumores.

O Hospital da Santa Sé informou nesta quinta-feira dia 16 de abril que, em uma pesquisa em colaboração com a Universidade de Roma Tor Vergata e outros centros europeus e norte-americanos, publicada na revista Nature, foi possível identificar os mecanismos do ciclo celular por meio dos quais as células, também as células tumorais, amadurecem e proliferam.

As conclusões das pesquisas do Bambino Gesù e de seus colaboradores lançam luz sobre o que regula a vida da Ciclina D, molécula essencial na divisão celular. “O interruptor que liga e desliga a atividade da Ciclina D é uma proteína chamada Ambra 1: quando não funciona, desencadeia um processo que leva à formação rápida de diversos tipos de tumores”, detalhou o comunicado à imprensa do Hospital.

Essa descoberta "abre caminho para terapias específicas que inibem o sistema de defesa das células malignas em direção à sua autodestruição".

O comunicado explica que “o ciclo celular consiste em uma série de eventos concatenados e finamente regulados que permitem a divisão das células; um processo vital por meio do qual as células de todo o organismo se formam a partir de um óvulo fecundado, assim como o processo pelo qual se renovam as células da pele, do sangue, dos órgãos”.

Esse processo “é regulado pelas Ciclinas, grupo de proteínas classificadas com as letras A, B, C, D e sucessivas. Cada uma delas cumpre uma função específica de divisão celular que se produzem e destroem em uma alternância precisa até o nascimento de novas células”.

“O mecanismo regulatório dessas moléculas já era quase totalmente conhecido, exceto, até hoje, a Ciclina D. Com o estudo coordenado pelo Bambino Gesù, define-se finalmente o processo inteiro”, enfatiza o comunicado.

Explica também que "no decorrer do processo de divisão, os genes responsáveis ​​pelo controle do ciclo celular podem sofrer mutações que estão na origem de muitos tipos de tumores".

“Essas anomalias geralmente se desenvolvem durante a replicação do patrimônio genético (DNA) que é transferido para as células-filhas: se o mecanismo falhar, os erros posteriores acumulados nesta fase crucial tornam-se a causa de mutações, tumores e morte celular”, conclui o comunicado.

ACI Digital

Santo Expedito

S. Expedito | ArqSP
19 de abril

Santo Expedito foi martirizado na Armênia, no século II. Ele era militar, foi decapitado no dia 19 de abril de 303, sob o imperador Dioclesiano, que subira ao trono de Roma em 284.

Levava uma vida devassa; mas um dia, tocado pela graça de Deus, vendo uma grande luz, tudo mudou em sua vida. Foi então que lhe apareceu o Espírito do mal, em forma de corvo, e lhe segredou “cras….! cras….! cras….!” palavra latina que quer dizer: “Amanhã…! amanhã…! amanhã…!, isto é – Deixe para amanhã! Não tenha pressa! Adie sua conversão!”.

Mas Santo Expedito, pisoteando o corvo, esmagou-o, gritando: HODIE! Quer dizer: HOJE! Nada de protelações! É pra já!” É por isto que o Santo Expedito é invocado nos casos que exige solução imediata, nos negócios em que qualquer demora poderia causar prejuízo. No Brasil, sobretudo, Santo

Expedito é invocado nos negócios, o santo da “ultima hora”, num sim, sem adiamentos.Origem histórica: Mártir de Metilene, é pouco conhecido dos historiadores, mas sua existência é certa. Santo Expedito, segundo a tradição, era armênio, não se conhecendo o lugar de seu nascimento, mas parece provável que seja Metilene, localidade onde sofreu seu martírio. A Armênia é uma região da Ásia Ocidental, situada ao Sul do Cálcaso, entre o Mar Negro e o Mar Cáspio, nas margens dos Rios Tigre e Eufrates.

Essa região foi sempre considerada uma terra de predileção. Aliás, pelo testemunho da Sagrada Escritura, foi sobre as montanhas armênias do Ararat que a Arca de Noé pousou quando as águas do dilúvio baixaram (Gênesis, 8.5). A Armênia foi uma das primeiras regiões a receber a pregação dos apóstolos Judas Tadeu, Simão e Bartolomeu, mas também local de inúmeras perseguições aos cristãos. Essa região foi regada com o sangue de muitos mártires, entre eles Santo Expedito. Sua cidade natal (com toda probabilidade) não passa hoje de uma pequena localidade chamada Melatia, cidade construída no século II pelo imperador romano Trajano.

A partir de Marco Antonio, tornou-se residência da 12ª Legião, conhecida como “Fulminante”, cuja missão era defender o império romano dos bárbaros asiáticos. Hoje Metilene é uma cidade mística e simples, onde sua população vive em calma, longe das agitações políticas. Além de Santo Expedito, que foi levado à morte a 19 de Abril de 303, sob o poder de Deocleciano, lá veneram-se outros Santos mártires, entre eles: São Polieucto, outro oficial do exército romano que foi martirizado no século III.

Deocleciano subiu ao trono de Roma em 284. Por seu ambiente e por seu caráter, parecia oferecer aos cristãos garantias de benevolência, pois havia em seu palácio a liberdade de religião, sendo, inclusive, sua esposa Prisca e sua filha Valéria, cristãs, ou ao menos, catecúmenas. Sob influências de Galero, seu genro, pagão convicto, determinou a perseguição dos cristãos, ordenando a destruição de igrejas e livros sagrados, a cessação das assembléias cristãs e a abjuração de todos os cristãos.

Galero, sempre incitado por sua mãe, também pagã, queria abolir para sempre o Cristianismo e através de insinuações maldosas e hábeis calúnias, fez crer a Deocleciano, que o cristianismo conspirava de várias formas contra a augusta pessoa do imperador. Deocleciano, então, empreendeu a exterminação sistemática dos cristãos, envolvendo, inclusive, os membros de sua própria família e os servidores de seu palácio. Foi uma hecatombe sangrenta: oficiais, magistrados, o bispo da Nicomédia (Antino), padres, diáconos, simples fiéis foram assassinados ou afogados em massa. Somente em 324, com a retomada da autoridade do imperador cristão Constantino, foi que tiveram fim as terríveis perseguições que durante três séculos tinham ensangüentado a Igreja.

Para fazer a novena de Santo Expedito é necessário orar durante nove dias seguidos, sozinho ou em grupo. Deve-se rezar um credo, depois a oração a Santo Expedito, sem esquecer de pedir a benção desejada. Em seguida, um Pai Nosso e ascender uma vela. Para finalizar diga: “Gloria ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, agora e sempre pelos séculos Amém”. Durante os nove dias peça perdão a Deus por seus pecados e mantenha bons pensamentos. Depois resta apenas ter fé e esperar pela graça.

Oração do Santo Expedito: Meu Santo Expedito, das causas justas e urgentes, interceda por mim junto ao Nosso Senhor Jesus Cristo. Socorra-me nesta hora de aflição e desespero, meu Santo Expedito, Vós que sois um Santo guerreiro, Vós que sois o Santo dos aflitos, Vós que sois o Santos dos desesperados, Vós que sois o Santo das causas Urgentes, proteja-me; ajudam-me; dai-me forças, coragem e serenidade. Atendei ao meu pedido (faça o seu pedido) Meu Santo Expedito! Ajuda-me a superar estas horas difíceis, proteja-me de todos que possam me prejudicar. Proteja minha família, atenda ao meu pedido com urgência, devolvendo-me a paz e a tranqüilidade, ó meu Santo Expedito, vos serei grato pelo resto de minha Vida e levarei seu nome a todos que têm fé.

Devoção:  À palavra do Evangelho pregada e vivida

Padroeiro: Das causas urgentes

Arquidiocese de São Paulo

domingo, 18 de abril de 2021

O Papa no Regina Coeli: não existe um cristianismo à distância

Papa Francisco no Regina Coeli  (Vatican Media)

Francisco recordou que o Evangelho deste domingo é caracterizado por três verbos muito concretos, que em certo sentido refletem nossa vida pessoal e comunitária: olhar, tocar e comer. O Santo Padre voltou à janela do Palácio Apostólico com vista para a Praça São Pedro de onde rezou com fiéis a oração do Regina Coeli.

Silvonei José - Vatican News

Jesus não é um "fantasma", mas uma Pessoa viva. Ser cristãos não é antes de tudo uma doutrina ou um ideal moral, é uma relação viva com Ele, com o Senhor Ressuscitado: foi o que disse o Papa Francisco na alocução que precedeu o Regina Coeli, a oração do tempo pascal. Neste 18 de abril, Francisco voltou à janela do Palácio Apostólico com vista para a Praça São Pedro de onde rezou com fiéis a oração mariana.

No terceiro domingo da Páscoa, o Santo Padre recordou que voltamos a Jerusalém, ao Cenáculo, como se guiados pelos dois discípulos de Emaús, que haviam escutado com grande emoção as palavras de Jesus no caminho e depois o reconheceram "no partir do pão". Agora, no Cenáculo, o Cristo ressuscitado aparece no meio do grupo de discípulos e os saúda, dizendo: "A paz esteja convosco"!  Mas eles estão assustados – disse o Papa - e acreditam "que veem um fantasma". Então Jesus lhes mostra as feridas em seu corpo e diz: "Olhem para minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Toquem em mim! E para convencê-los, ele pede comida e a come sob o olhar atônito deles.

Há um detalhe aqui nesta descrição, disse o Papa. O Evangelho diz que os apóstolos, pela grande alegria, ainda não acreditavam.

"Tal era a alegria que eles tinham que não podiam acreditar que era verdade. E um segundo detalhe: eles ficaram atônitos, espantados, espantados porque o encontro com Deus sempre os leva ao estupor. Vai além do entusiasmo, além da alegria, é outra experiência. E eles estavam alegres, mas uma alegria que os fazia pensar: mas não, isto não pode ser verdade, não, não pode...(?) assim... É o estupor da presença de Deus. Não se esqueça deste estado de espírito, que é tão bonito".

Esta página do Evangelho – continuou Francisco - é caracterizada por três verbos muito concretos, que em certo sentido refletem nossa vida pessoal e comunitária: olhar, tocar e comer. Três ações que podem dar a alegria de um verdadeiro encontro com Jesus vivo.:

"Olhem para minhas mãos e meus pés" - diz Jesus. Olhar não é apenas ver, é mais, envolve também intenção, vontade. É por isso que é um dos verbos do amor. Mães e pais olham para seus filhos; os apaixonados se olham um para o outro; um bom médico olha atentamente para seu paciente... Olhar é um primeiro passo contra a indiferença, contra a tentação de virar nosso rosto diante das dificuldades e sofrimentos dos outros. Olhar. Eu vejo ou olho Jesus?".

Em seguida o Santo Padre falou do segundo verbo, tocar:

“Ao convidar os discípulos a tocá-lo, para constatar que ele não é um fantasma, toque-me, Jesus indica a eles e a nós que a relação com Ele e com os nossos irmãos não pode permanecer "à distância", não existe um cristianismo à distância, não existe somente um cristianismo no nível do olhar. O amor pede para olhar e também a proximidade, pede contato, a partilha da vida. O bom samaritano não se limitou a olhar para o homem que encontrou meio morto ao longo da estrada: inclinou-se, curou suas feridas, e o carregou em seu cavalo e o levou para a pousada. E assim com o próprio Jesus: amá-lo significa entrar numa comunhão de vida, uma comunhão com Ele”.

Falando depois do terceiro verbo, comer, disse que o mesmo expressa bem a nossa humanidade na sua mais natural indigência, ou seja, nossa necessidade de nos alimentarmos para poder viver:

“Mas comer, quando o fazemos juntos, em família ou entre amigos, torna-se também uma expressão de amor, de comunhão, de festa... Quantas vezes os Evangelhos nos mostram Jesus que vive esta dimensão de convivência! Também ressuscitado, com seus discípulos. Ao ponto de o Banquete eucarístico se tornar o sinal emblemático da comunidade cristã. Alimentar-se juntos com o corpo de Cristo. Este é o centro da vida cristã”.

O Papa Francisco recordou que esta página do Evangelho nos diz que Jesus não é um "fantasma", mas uma Pessoa viva, que Jesus quando se aproxima de nós nos enche de alegria até ao ponto de não acreditarmos e nos deixa atônitos com aquele estupor que somente a presença de Deus nos dá, porque Jesus é uma pessoa viva.

Ser cristãos - continuou o Santo Padre - não é antes de tudo uma doutrina ou um ideal moral, é uma relação viva com Ele, com o Senhor Ressuscitado: “olhamos para Ele, tocamos n’Ele, nos alimentamos d’Ele e, transformados por Seu Amor, olhamos, tocamos e alimentamos os outros como irmãos e irmãs. Que a Virgem Maria – concluiu - nos ajude a viver esta experiência de graça”.

O Papa na janela do Palácio Apostólico

Nas últimas semanas, a janela do Palácio Apostólico permaneceu fechada em 21 de março e 5 de abril, enquanto a recitação do Angelus em 28 de março, Domingo de Ramos na Basílica de São Pedro, e o Regina Coeli do domingo passado - com o Papa na Igreja do Santo Espírito, in Sássia, para a Festa da Divina Misericórdia - foram conduzidos pelo Santo Padre ao término das duas celebrações.

O primeiro lockdown do ano passado tinha mantido os fiéis distantes da Praça São Pedro de 8 de março a 24 de maio, com o Papa conduzindo as orações dominicais transmitidas ao vivo diretamente da Biblioteca do Palácio Apostólico. Depois disso, o Pontífice havia retornado por alguns meses, até 20 de dezembro, a recitar a oração dominical da janela de seu escritório que dá para a Praça São Pedro. Depois, foi suspensa novamente a recitação com os fiéis na Praça até 7 de fevereiro, sendo novamente retomada até 14 de março e, por fim, como mencionado, o último fechamento em 21 de março passado.

https://youtu.be/ayH3ZRp5doI

Vatican News

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF