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quinta-feira, 1 de julho de 2021

Intenção de oração do Papa em julho: contra a polarização e o confronto

RCC|Brasil

O Santo Padre, através do Vídeo Papa, destaca o diálogo como “forma de olhar a realidade de uma maneira nova, de viver com entusiasmo os desafios da construção do bem comum”. Ele pede o fim da polarização que divide a sociedade e reza para que “não haja mais espaços de inimizade e de guerra”.

https://youtu.be/nEwSfkNEFs0

Acaba de ser publicado O Vídeo Papa deste mês, que traz a intenção de oração que o Papa Francisco confia à Igreja Católica por meio da Rede Mundial de Oração do Papa. Em julho, o Santo Padre nos convida a ser “construtores do diálogo e da amizade” para assim resolver os conflitos e as causas das divisões que existem na sociedade e entre as pessoas. Só por meio do diálogo, diz o Papa, é possível escapar das constantes polarizações e inimizades sociais que destroem tantas relações.

Francisco pede que rezemos pela construção do bem comum através da ação de homens e mulheres que dialogam, e que também se mantêm ao lado dos mais pobres e vulneráveis.

O diálogo em um mundo polarizado

Embora em geral se possa dizer que, em todo o mundo, o número de mortes nas guerras vem caindo desde 1946, os conflitos e a violência no nível da sociedade ainda são recorrentes. E embora, às veces, os conflitos não se manifestem de forma física, pode-se observar uma polarização crescente que pode contaminar as relações sociais. O Papa já advertia em 2016: “Vemos, por exemplo, com que rapidez aquele que está ao nosso lado deixa de possuir apenas a condição de desconhecido ou imigrante ou refugiado, mas também se torna uma ameaça; tem o status de um inimigo. Desde então, tenho visto com preocupação como a polarização e a inimizade também são um ‘vírus’ que invadiu nossas formas de pensar, sentir e agir”.

No mundo de hoje, destaca Francisco, “uma parte da política, da sociedade e da mídia está determinada a criar inimigos para depois derrotá-lo em um jogo de poder”. Por isso, é necessário “construir a amizade social tão necessária a uma boa convivência”, amizade essa que pode servir de ponte para continuar a criar uma cultura do encontro, que nos aproxime, sobretudo, dos que estão nas periferias, os mais pobres e vulneráveis.

Dialogar para construir o bem comum

Em sua última encíclica, Fratelli tutti (2020), o Papa dedicou o sexto capítulo ao tema do “Diálogo e amizade social”: “O diálogo social autêntico pressupõe a capacidade de respeitar o ponto de vista do outro, aceitando a possibilidade de conter certas convicções ou interesses legítimos” (FT 203). Em sua intenção de julho, ele reforça essa ideia, afirmando que o diálogo é a grande oportunidade “de olhar a realidade de uma maneira nova, de viver com entusiasmo os desafios da construção do bem comum”

Dispor-se ao diálogo é romper com a lógica da polarização para dar lugar ao respeito, sem querer destruir o outro. Pode haver riqueza nas diferenças, mas se não houver diálogo podemos deixá-las se transformar em hostilidade, ameaça e violência. “Viemos de terras distantes, temos costumes, cor de pele, línguas e posição social diferentes; pensamos de forma diferente e até celebramos a fé com ritos diversos. E nada disso nos torna inimigos, pelo contrário, é uma de nossas maiores riquezas”, disse Francisco também há alguns anos.

Homens e mulheres construtores do diálogo e da amizade

padre Frédéric Fornos, SJ, Diretor Internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, observou que esta intenção “ressalta a ênfase do Santo Padre em que “possamos fazer renascer, entre todos, um anseio mundial de fraternidade” (FT8) . O diálogo, o diálogo autêntico, que não cai em monólogos paralelos, deve ser a nossa primeira opção para resolver os conflitos sociais, econômicos e políticos. Todos os estudos acadêmicos internacionais mostram que a polarização cresceu muito nos últimos anos, mesmo nas democracias mais fortes. Por isso, ser arquitetos da amizade e da reconciliação – o que Francisco nos pede – é ainda mais urgente no mundo de hoje, onde – como recordou Bento XVI em sua encíclica Caritas in veritate – a sociedade cada vez mais globalizada nos aproxima, mas não nos faz irmãos. Isso não depende de nossa única força, por isso é necessário rezar por essa intenção. Peçamos a Jesus Cristo que nos ajude neste caminho, Ele é o caminho para uma verdadeira amizade social”. 

O Vídeo do Papa é possível graças à contribuição desinteressada de muitas pessoas. Neste link podem fazer-se donativos. Onde se pode ver o vídeo?

Sobre O Vídeo do Papa

O Vídeo do Papa é uma iniciativa oficial de alcance global que tem como objetivo difundir as intenções de oração mensais do Santo Padre. É desenvolvido pela Rede Mundial de Oração do Papa (Apostolado da Oração). Desde 2016, O Vídeo do Papa teve mais de 158 milhões de nas redes sociais do Vaticano, com seus parceiros, foi traduzido para mais de 20 idiomas e tem cobertura da imprensa em 114 países. Os vídeos são produzidos e realizados com o apoio da Agência La Machi e a equipa O Vídeo do Papa da Rede de Oração, coordenada por Andrea Sarubbi. O projeto conta com o apoio do Vatican Media. Mais informações em: ovideodopapa.org

Sobre a Rede Mundial de Oração do Papa

A Rede Mundial de Oração do Papa é uma obra pontifícia cuja missão é mobilizar os católicos, pela oração e pela ação, face aos desafios da humanidade e da missão da Igreja. Estes desafios apresentam-se como intenções de oração confiadas pelo Papa a toda a Igreja. A sua missão insere-se na dinâmica do Coração de Jesus, uma missão de compaixão pelo mundo. Foi fundada em 1844 como Apostolado da Oração. Está presente em 98 países e dela fazem parte mais de 35 milhões de católicos. Inclui uma seção juvenil, o MEJ – Movimento Eucarístico Jovem. Em março de 2018, o Papa constituiu este serviço eclesial como obra pontifícia e aprovou os seus novos estatutos. O seu Diretor Internacional é o P. Frédéric Fornos, SJ. Mais informação em: popesprayer.va

Fonte: Aleteia

A COMUNHÃO NO TEMPO

Apologética Católica

Dom Adelar Baruffi
Bispo de Cruz Alta (RS)

A COMUNHÃO NO TEMPO

            A celebração de São Pedro e São Paulo, apóstolos, nos ajuda a compreender o significado da comunhão e sinodalidade eclesiais. O Papa Bento XVI, assim disse: “A Tradição é o rio vivo que nos liga às origens, o rio vivo no qual as origens estão sempre presentes. O grande rio que nos conduz ao porto da eternidade” (26 de abril de 2006). A cada ano que celebramos estes dois grandes pilares, olhamos para nossa realidade e dizemos que somos portadores não de pontos mortos, mas de vida, da vida que recebemos de Deus, em Cristo, para vivermos hoje, no mundo esta vida, para a eternidade. Somos hoje, como sempre, enviados a sermos petrinos e paulinos. A comunhão dos homens com Deus Trindade e a consequente comunhão dos homens entre si, são sempre um grande dom, uma graça de Deus e fruto do Espírito Santo. A raiz da comunhão humana está na comunhão com Deus, pelo batismo, e se expressa no respeito e acolhida aos irmãos e irmãs entre si.

            Quem produz esta comunhão com as origens e hoje é o Espírito Santo. Santo Irineu disse: “Onde está a Igreja, ali também está o Espírito de Deus; e onde está o Espírito de Deus, ali está a Igreja e todas as graças; porque o Espírito Santo é verdade” (Adversus haereses, III, 24,1). No primeiro sumário da fé cristã, a comunhão nasce da fé suscitada pela pregação apostólica, alimenta-se no partir do pão e da oração e expressa-se na caridade fraterna. Deste modo, viveram os primeiros cristãos, pois “eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fração do pão e às orações” (At 2,42).

            Nosso Papa Francisco nos ensina que nossa “história dá sinais de regressão”, com “conflitos anacrônicos que se consideravam superados”, bem como com o ressurgimento de “nacionalismos fechados, exacerbados, ressentidos e agressivos” (FT, n.11). Continua dizendo que “mesmo nos media católicos, é possível ultrapassar os limites, tolerando-se a difamação e a calúnia e parecendo excluir qualquer ética e respeito pela fama alheia” (FT, n. 46). Assim, lembremos que a Tradição não é simplesmente a transmissão de alguns pontos, sinais, doutrinas, mas é a transmissão de uma verdade que nos une a todos. Nela somos uma “única família”. “Ela não é a simples transmissão material de quanto foi doado no início aos Apóstolos, mas presença eficaz do Senhor Jesus, Crucificado e Ressuscitado, que acompanha e guia no Espírito a comunidade por ele reunida” (Bento XVI, 26 de abril de 2006).

            Sem dúvidas, a sucessão apostólica se dá pela comunhão eclesial com os apóstolos. Sempre a Igreja se reúne com os apóstolos. A apostolicidade desta vida se dá na comunhão com seu bispo local, da sua Diocese. É sempre este testemunho eclesial, de vida, que dá a garantia do caminho com toda a Igreja. “Mediante a sucessão apostólica é Cristo que nos alcança: na palavra dos Apóstolos e dos seus sucessores é Ele quem nos fala; mediante as suas mãos é Ele quem age nos sacramentos; no olhar deles é o seu olhar que nos envolve e nos faz sentir amados, acolhidos no coração de Deus” (Bento XVI, 10 de maio de 2006).

            A celebração de São Pedro e de São Paulo são motivos reais para vivermos a comunhão no tempo, no hoje. Hoje somos anunciadores do Cristo a todos e, ao mesmo tempo, propagadores de uma vida de unidade eclesial.

Fonte: CNBB

Cúpula internacional defende liberdade religiosa “para todos, em todo lugar, o tempo todo”

O ativista de direitos humanos Chen Guangcheng /
Crédito: Catholic University of America
Por Alejandro Bermúdez

WASHINGTON DC, 30 jun. 21 / 01:45 pm (ACI).- Às vésperas da Cúpula Internacional de Liberdade Religiosa 2021 (IRF na sigla em inglês), os codiretores Samuel Brownback e Katrina Lantos Swett, junto com as mais de 70 organizações parceiras em todo o mundo, publicaram um Carta de Liberdade Religiosa conclamando à proteção do direito humano universal de religião e consciência “para todos, em todo lugar, o tempo todo”.

Cúpula Internacional de Liberdade Religiosa juntará de 13 a 15 de julho em Washington uma ampla coalizão em favor da liberdade de religião para um evento de três dias com opção de participação virtual.

A Cúpula “vai conectar recursos e defensores interessados na liberdade religiosa e destacar os testemunhos de vítimas de perseguição religiosa e restrição à liberdade religiosa”, explicam os organizadores.

A carta declara que “a negação de liberdade religiosa a qualquer pessoa é negar o direito dele ou dela de viver uma vida integralmente humana e de florescer como ser humano” e que “a obtenção pelas nações da liberdade religiosa para todos os seus cidadãos e comunidades religiosas, protegidas pela lei e valorizadas pela cultura, aumentaria significativamente a justiça, a estabilidade e a paz internacionais.”

Ela também declara que “a defesa da liberdade religiosa transcende a disputa partidária e a política, e a proteção da consciência serve como marco fundamental para o florescimento de sociedades justas e livres.”

Por isso a Carta declara:

·         Que todo governo, toda comunidade religiosa, e toda organização política e da sociedade civil no mundo deve se esforçar em busca do objetivo de obter liberdade de religião e consciência para todos, em toda parte, protegida pela lei e valorizada pela cultura.

·         Que a liberdade religiosa deveria ser entendida como três niveis interconectados de direitos:

·         O direito de todo ser humano acreditar livremente em verdades religiosas, ou não acreditar, sem coerção de nenhuma autoridade humana, especialmente do estado, com seus poderes extraordinários.

·         O direito de se juntar a outros numa comunidade religiosa, que também tem liberdade religiosa e os direitos dos crentes e das comunidades religiosas de vivere e agir pacificamente, dentro da sociedade civil e política, de acordo com suas crenças religiosas.

·         Que todas as pessoas de boa vontade, inclusive os líderes de organizações internacionais, nações, religiões, instituições da sociedade civil, organizações de mídia, entidades políticas, devem começar agora a dar passos práticos em direção ao objetivo de obtenção de liberdade religiosa para todos, em todo lugar.

A direção honorária da Cúpula é compartilhada por senadores e deputados republicanos dos EUA e a lista de palestrantes inclui um amplo espectro de líderes religiosos, ativistas e funcionários de organizações governamentais e não-governamentais ligadas à liberdade religiosa.

Entre os palestrantes estão o cardeal Timothy Dolnam arcebispo católico de Nova York; o imã Mohamed Magid da Sociedade Muçulmana da Área de Dulles, na Virginia, EUA; Wai Wai Nu, fundadora da Rede da Paz de Mulheres; Nina Shea, diretora do Centro para Liberdade Religiosa dos EUA; Ewelina Ochab, cofundadora da Coalizão de Reação ao Genocídio; Tristan Azbej, secretário de Estado para Ajuda aos Cirstãos perseguidos, da Hungria; arcebispo Angaelos, arcebispo copta de Londres; Tursunay Ziyawudun, que fala pelas mulheres uigures da China; Ben Rogers, fundador do Observatório de Hong Kong; Bashar Warda, arcebispo caldeu de Erbil; Fawza al-Yusuf, codiretora do Partido de União Democrática do Nordeste da Síria; Nasrin Rasho, ativista dos direitos humanos da Rede de Sobreviventes Yazidi; Chen Guangcheng, ativista chinês de direitos humanos; Irene Weiss, sobrevivente do Holocausto; e Tracy Sabol, âncora principal do programa News Nightly da EWTN.

Espera-se uma saudação do Dalai Lama, líder tibetano, durante a sessão de abertura.

Fonte: ACI Digital

O Papa a empresários cristãos: “Seguir o caminho da economia social"

Economia social | Vatican News

Por ocasião do encontro de empresários cristãos na Argentina, o Papa Francisco enviou uma mensagem em vídeo na qual recorda a importância do trabalho para todos, da volta ao “concreto” e principalmente a “confiança social”, ou seja, agir com transparência e não trair a confiança.

Jane Nogara - Vatican News

O Papa Francisco enviou uma Mensagem em vídeo para a “Asociacion cristiana de dirigentes de empresa” – ACDE – com sede na Argentina, por ocasião da reunião anual com o tema “Hacia un capitalismo más humano”.  O Santo Padre iniciou sua mensagem recordando com satisfação a assinatura em 24 de abril deste ano, do decreto que confirma as virtudes heroicas de Enrique Shaw, um pai e empresário argentino que queria levar o mundo dos negócios a Jesus Cristo. Também, muito amado pela classe trabalhadora.

Economia social

“A visão cristã da economia e da sociedade”, disse o Papa, “que é diferente da visão pagã ou ideológica, é cristã e vem da mensagem de Jesus, das bem-aventuranças, de Mateus 25, dali nasce a visão”.

“E na construção de uma comunidade justa, econômica e socialmente para todos, todos devem participar: sindicalistas e empresários, trabalhadores e dirigentes. Devemos seguir o caminho da economia social”.

Retorno ao concreto

Depois de várias décadas de negócios mediáticos, nos quais acreditava-se em uma riqueza que na realidade não existe, é hora de “retornar à economia do concreto, para não perder o concreto. E o concreto é a produção, o trabalho de todos, que não falte emprego, as famílias, a pátria, a sociedade. O concreto. Em uma sociedade onde existe uma margem muito grande de pobreza, é preciso se perguntar como vai a economia, se é justa, se é social, ou se simplesmente busca interesses pessoais. A economia é social”.

Desafio de criar empregos

E o Pontífice destaca o trabalho do PIME, o Pontifício Instituto para as Missões Estrangeiras para a criação de empregos, porque a criatividade vem sempre de baixo. “Portanto – continuou - avançar em direção ao bem comum, com a criação de empregos. É um desafio, o encontro de vocês é um desafio à criatividade. A criação de empregos, em um momento de pandemia, nos levou a isso, onde [o emprego] está faltando.

Confiança social

“Investir no bem comum, não esconder dinheiro em paraísos fiscais. Investir. O investimento é dar vida, é criar, é criativo. Saber investir, não esconder”.

“As pessoas escondem algo quando não têm a consciência limpa ou quando estão com raiva. Quando escondemos algo é porque alguma coisa está funcionando mal. Clareza, transparência e produção. Investir. E construir gradualmente a confiança social. É muito difícil construir sem confiança social”. Por fim Francisco recorda que a confiança social significa não fazer acordos paralelos quando todos decidem juntos. E conclui com a frase “Com confiança e jamais trair a confiança”.

Mensagem aos empresários cristãos na Argentina:

https://youtu.be/lJBIEpJuLeg

Fonte: Vatican News

São Galo

São Galo | psaojose
01 de julho

São Galo

Filho de pais nobres e ricos, descendente de família tradicional da corte da França, Galo nasceu no ano 489, na cidade de Clermont, na diocese de Auvergne. Foi tio e professor de outro santo da Igreja, o bispo Gregório de Tours.

Na sua época era costume os pais combinarem os matrimônios dos filhos. Por isso ele estava predestinado a casar-se com uma jovem donzela de nobre estirpe.

Mas Galo, desde criança, já havia dedicado sua alma à vida espiritual. Para não ter de obedecer à tradição social, ele fugiu de casa, refugiando-se no convento de Cournou, daquela mesma diocese.

Após intensas negociações, seu pai acabou permitindo que ele ingressasse na comunidade monástica. Foi assim que Galo iniciou uma carreira totalmente voltada para a fé e aos atos litúrgicos. Ele era tão dedicado às cerimônias da santa missa que se especializou nos cânticos. Contam os escritos que, além do talento para a música, era também dotado de uma voz maravilhosa, que encantava e atraía fiéis para ouvi-lo cantar no coro do convento.

Mas suas virtudes cristãs não se limitavam às liturgias. Sua atuação religiosa logo lhe angariou prestígio e, em pouco tempo, foi designado para atuar na corte de Teodorico, rei da Austrásia, atualmente Bélgica. Em 527, quando morreu o bispo Quinciano, Galo era tão querido e respeitado que o povo o elegeu para ocupar o posto.

Se não bastasse sua humildade, piedade e caridade, para atender às necessidades do seu rebanho Galo protagonizou vários prodígios ainda em vida. Um dos mais citados foi ter salvado a cidade de um pavoroso incêndio que ameaçava transformar em cinzas todas as construções locais. As orações de Galo teriam aplacado as chamas, que se apagavam na medida em que ele rezava. Outro muito conhecido foi o que livrou os habitantes de morrerem vítimas de uma peste que assolava a região. Diante da bênção de Galo, o fiel ficava curado da doença.

Ele morreu em 1o de julho de 554, causando forte comoção na população, que logo começou a invocá-lo como santo nas horas de dor e necessidade, antes mesmo de sua canonização ter sido decretada. Com o passar dos séculos, são Galo, foi incluído no livro dos santos da Igreja de Roma, cuja festa litúrgica foi mantida no dia da sua morte, como quer a tradição cristã.

Fonte: http://www.psaojose.org.br/

quarta-feira, 30 de junho de 2021

Dom Paulo Cezar: o Pálio é sinal de obediência ao Papa

Pálio | Guadium Press
Por Dom Paulo Cezar Costa
      Arcebispo de Brasília

Neste dia 29 de Junho celebramos a solenidade dos Apóstolos São Pedro e São Paulo. É o dia em que o Papa abençoa o Pálio dos novos arcebispos. Conversa com a Rádio Varicano – Vatican News o arcebispo de Brasília.

Entre os arcebispos brasileiro nomeados durante o último ano e que recebem o pálio está o arcebispo de Brasília, DF, Dom Paulo Cezar Costa. Dom Paulo não pode – assim como os demais arcebispos brasileiros – estar presente na celebração desta terça-feira com o Papa Francisco na Basílica vaticana. A Rádio Vaticano – Vatican News, ouviu dom Paulo:

Neste dia 29 de junho celebramos a solenidade dos Apóstolos São Pedro e São Paulo, recorda dom Paulo. “É o dia em que o Papa abençoa o Pálio dos novos arcebispos. Deveria estar em Roma nesse dia para receber o Pálio, – continua o arcebispo de Brasília – mas por motivo da Covid-19, das restrições impostas às viagens, não posso estar em Roma. Manifesto minha profunda comunhão com o Papa Francisco com a Sé romana.

O Pálio é sinal de obediência ao Papa – destaca ainda o arcebispo -, é sinal de comunhão com a Sé romana. Significa a autoridade que o metropolita, em comunhão com a igreja de Roma, vem legitimamente investido na sua província. Símbolo de comunhão com o Papa e de profunda comunhão com a Sé romana. No meu caso o Palio – finalizou dom Paulo – será enviado para a nunciatura e o núncio agora diante do povo como é feito em todas as partes do mundo, o arcebispo recebe em Roma o Pálio, mas o Pálio é imposto diante do seu povo, porque é ali, diante do seu povo, na sua província, que ele deve desgastar a vida como presença do Bom Pastor que ele é, em comunhão com a Sé romana, deve ser ali, sinal de comunhão e deve promover a comunhão. (Fonte: Vatican News)

Arquidiocese de Brasilia

Dar mais espaço à consciência

Presbíteros
Por Renan Dantas

Deixar espaço à consciência dos fiéis, sem pretender substituí-la, e ajudá-los ao mesmo tempo na formação da consciência é uma das tarefas do sacerdote.

Parte importante da conversão pastoral à qual nos chama o Papa Francisco consiste em “formar as consciências” em vez de “pretender substituí-las”, em “deixar espaço à consciência dos fiéis” (cfr. Amoris laetitia, 37). É uma indicação valiosa para a Teologia Moral, que quer dar razão da experiência cristã. Com efeito, a moral cristã não é somente uma moral da verdade, pela qual sabemos o que temos de fazer para sermos felizes. É também uma moral da liberdade: o bom cristão avança pelo caminho indicado por Jesus Cristo no Evangelho porque quer, porque está pessoalmente convencido de que esse programa de vida responde plenamente aos seus desejos de felicidade, mesmo que no início não entenda completamente as razões por que dá cada um dos passos que o Senhor lhe pede.

Por este motivo, é lógico que o Papa também tenha pedido para incorporar melhor a consciência das pessoas no acompanhamento pastoral das situações de fragilidade que não respondem objectivamente à proposta do Evangelho (cf. ibidem, 303).

Estas indicações fizeram com que o tema da consciência moral e a sua formação estejam de novo muito presentes no âmbito da pastoral e da teologia moral. Dar mais espaço à consciência das pessoas é sem dúvida o caminho – mais árduo, mas mais autêntico – para formar na verdadeira liberdade interior. Mas, se se utiliza como pretexto para conceder à consciência pessoal um poder de justificação definitivo, como se fosse a norma suprema e inapelável da moralidade, que poderia dispensar-nos de ter de viver como Jesus nos ensinou, então correr-se-ia o risco de deixar de anunciar a verdade que salva.

 A consciência: janela ou concha?

 Este era precisamente o tema da famosa conferência Consciência e verdade que o Cardeal Ratzinger proferiu em 1991. Começa com um episódio de quando era jovem professor universitário na Alemanha. Numa reunião com outros professores, ouviu um dos mais velhos comentar que “era de dar graças a Deus por ter concedido a tantos homens a possibilidade de serem ateus em boa consciência. Se lhes tivesse aberto os olhos e se tornassem crentes, não teriam sido capazes, num mundo como o nosso, carregar no peso da fé e dos seus deveres morais. Contudo, e uma vez que percorrem um caminho diferente em boa consciência, podem igualmente alcançar a salvação”.

Duas coisas o surpreenderam nesse raciocínio: em primeiro lugar, a ideia de que a fé cristã fosse um peso que tornasse mais difícil a salvação – como um castigo ou uma maldição de Deus –, enquanto a consciência errónea seria a verdadeira graça, porque liberta das exigências da verdade e nos oferece a possibilidade de viver uma vida mais “humana”; e, em segundo lugar, a ideia de consciência que o seu interlocutor pressupunha, que não era a de uma janela aberta ao verdadeiro conteúdo da felicidade, mas a de uma concha na qual o homem pode refugiar-se para fugir da realidade, uma justificativa da subjectividade, que o dispensaria de procurar a verdade do seu próprio ser e da sua própria felicidade. Quem não é capaz de perceber a culpa está espiritualmente enfermo. Não é possível transformar a consciência num mecanismo de autojustificação, é necessário recuperar a sua dimensão de transparência do sujeito para o divino, para perceber a grandeza da vocação do homem.

Na teologia moral, são bem conhecidas as causas históricas desta confusão da consciência moral com um mecanismo de autojustificação. Da tendência ao legalismo da moral nos manuais neo-escolásticos – nos quais se apresentava a lei moral como um limite à liberdade pessoal: bom e razoável, mas em todo o caso limite –, um movimento pendular levou à tendência ao subjectivismo, onde o valor da lei moral era relativizado e transformado numa série de imperativos formais – de coerência, benevolência, abertura a toda a realidade, etc. –, com os quais a consciência se legislava a si mesma e determinava autonomamente a obrigação moral em cada situação.

Legalismo e subjectivismo são dois extremos do mesmo problema: pensar que a liberdade e a lei moral são realidades extrínsecas, como dois oponentes que disputam o mesmo terreno, onde o que um possui perde o outro. A forma mentis que está subjacente a estas atitudes continua presente em formas mais mitigadas, sem superar completamente a concepção normativista da lei moral e da consciência.

Como se vê, os problemas são fundamentalmente dois. Em primeiro lugar, no que se refere à lei moral, é necessário mostrar que a moral cristã – e antes disso, a moral humana – não se reduz à coerência consigo mesma, mas exige viver de um certo modo e não de outro. Jesus mostrou-nos um caminho concreto, a sua vida e os seus ensinamentos não podem reduzir-se a imperativos formais, têm um conteúdo, exigente e atraente: um cristão ama a Deus sobre todas as coisas, perdoa ao seu próximo, honra os seus pais, não rouba, não comete actos impuros, não deposita a sua confiança nas riquezas, sofre com bom ânimo a dor e a perseguição, etc. Quem vai por este caminho, mesmo que tropece de vez em quando, encontra a felicidade; quem vai por outros caminhos, dificilmente a encontrará.

Em segundo lugar, no que se refere à consciência, é necessário explicar de onde procede essa capacidade de perceber a verdade moral, essa “voz interior” que aprova ou desaprova as minhas acções e é, ao mesmo tempo, “minha” e “não completamente minha”. Conhecendo a sua natureza, poderemos avaliar em que medida sou responsável pelo que diz essa voz ou posso afirmar que se trata da voz de Deus, e ver até que ponto um erro de consciência me justifica. O tema é importante nos nossos dias. É cada vez mais frequente encontrar pessoas cristãs que não só não vivem de acordo com a sua fé, como têm sérias dificuldades para aceitar na sua consciência a proposta cristã com todas as suas implicações. Aprofundar o fenómeno da consciência – dos seus recursos e das suas fragilidades – pode lançar luz para projectar formas de acompanhamento e de integração que sejam eficazes.

 A consciência e a sua “voz”: o juízo da consciência

 O Concílio Vaticano II apresenta a consciência como um lugar ou instância íntima da pessoa onde ressoa uma voz que dá a conhecer uma lei que o homem não se deu a si mesmo, mas que está escrita no seu coração, e que, portanto, ele deve seguir se quiser ser feliz: é a sua lei, a lei da sua felicidade. Em suma, é uma capacidade para reconhecer a verdade moral, uma verdade que nós não inventamos, mas que de algum modo está em nós. Esta capacidade torna-se efectiva através de uma voz que adverte com indicações concretas, que julga os comportamentos concretos: “faz isto, evita aquilo” (cfr. Gaudium et spes, n. 16).

Para explicar de onde vem essa voz, necessitamos de recorrer à filosofia e, concretamente, à distinção que estabelece entre o exercício directo da razão prática e o seu exercício reflexivo. A razão prática é a razão humana quando guia o agir. Tem um modo de exercício directo pelo qual, a partir do desejo de determinados fins – que a pessoa possui segundo as virtudes que tenha cultivado –, escolhe os meios para realizá-los em cada situação que se apresente. Este modo de exercício termina na decisão: guiar o agir significa propor-se os fins e realizá-los mediante acções concretas.

Mas, além de tomar decisões, a nossa razão está constantemente reflectindo sobre a sua própria actividade: é o exercício reflexivo, graças ao qual tentamos compreender, melhorar e, se for o caso, corrigir o exercício directo. Assim, tiramos conclusões sobre como decidimos, porquê, onde estão o bem e o mal, qual é a nossa ideia da felicidade, o que deveríamos fazer ou não fazer nestas circunstâncias ou naquelas outras, etc. Esta reflexão enriquece-se também com o estudo, com os conselhos que recebemos, etc. Como resultado deste exercício reflexivo, a pessoa constrói a sua ciência moral: como um manual pessoal, onde estão todas as suas convicções sobre o bem e o mal, os motivos, a sua ideia de felicidade, etc., muitas vezes formuladas sinteticamente como normas morais. Quando vou tomar uma decisão (exercício directo) “consulto” a minha ciência moral, e então escuto um juízo sobre a bondade ou maldade da acção que estou para realizar ou que já realizei. Não são as normas que guiam a minha vida, mas as minhas virtudes; as normas exprimem-nas, ensinam-mas e lembram-mas quando me esqueço.

Este juízo de consciência apresenta-se como mais “objectivo”, porque na ciência moral não influem tanto as paixões do momento: é um conhecimento mais “teórico” sobre o bem e o mal, aquilo que “no fundo” sei que é bom ou mal, para além das ganas ou sentimentos desse momento concreto, os quais sim influem na decisão final que tomarei. É por isso que sinto esse juízo como uma voz diferente ou exterior, mas ao mesmo tempo própria, porque se gerou na minha ciência moral. Se amanhã tenho um exame, mas tenho pouca vontade de estudar e o meu clube de futebol joga nessa tarde, sei que tenho de ir estudar, mas começo a procurar outros motivos: estou cansado, posso estudar depois, o meu caso é diferente, etc. A minha vontade procura outros motivos, mas no fundo sei que, embora tenha razões, não tenho razão.

A diferença entre o juízo de consciência e a decisão é o espaço para a moralidade subjectiva: se a minha decisão obedece ao juízo da consciência, faço bem; se lhe desobedeço, cometo uma falta. A diferença entre o juízo de consciência e a verdade moral ou recta razão é o espaço do erro moral. São problemas diferentes, mas ambos são problemas importantes: em qualquer caso, estaríamos a andar na direcção errada.

 A ciência moral e a formação da consciência

 Embora a ciência moral seja um saber mais “objectivo”, em parte desligado das paixões do momento, não podemos pensar que se trata apenas de “informação teórica” ​​sobre o bem e o mal: trata-se das minhas convicções profundas acerca do bom e do mau, da minha identidade moral. Não basta ter ouvido numa aula de catequese que não é bom roubar ou mentir ou dormir com a namorada; é necessário que essas ideias teóricasse convertam em convicções, naquilo que eu verdadeiramente penso que contribui para a minha felicidade: até esse momento, essas ideias propriamente não fazem parte da minha ciência moral. Vê-se, pois, claramente como, na formação da ciência moral, existem:

Factores externos: tudo o que recebo, como a educação na família, na escola, na catequese, mas também o exemplo de outras pessoas próximas, a cultura da sociedade e os costumes dos ambientes em que ando, que transmitem as suas ideias como por osmose.

Factores internos: tudo o que eu faço com aquilo que recebo. Aqui entram as nossas disposições pessoais: se somos reflexivos ou superficiais; se sabemos escutar e se somos dóceis aos conselhos de pessoas sábias e aos ensinamentos da Igreja ou, pelo contrário, se nos aferramos às nossas opiniões e não deixamos que ninguém as discuta; se aproveitamos as dúvidas que apareçam, para tentar esclarecer a consciência pedindo ajuda, ou se as desprezamos e seguimos com negligência. Como se vê, a boa vontade da pessoa tem um peso muito importante na formação da consciência. A virtude da humildade é particularmente importante neste sentido: é a virtude de quem compreendeu que a consciência é uma janela aberta à luz da verdade moral – uma verdade que me transcende – e não uma concha para justificar as minhas opiniões pessoais.

Factores externos e internos combinam-se de modo muito variado em cada pessoa, pois cada um tem uma história particular, com experiências de diferente tipo, pecados e virtudes. Até que ponto os erros de consciência que provêm de uma formação defeituosa da ciência moral se devem a culpas da pessoa (factores internos) e até que ponto eles são produto de factores externos, é muito difícil de determinar: é melhor deixar o juízo a Deus, a não ser que haja elementos claros de culpa. No entanto, na óptica de propor caminhos de acompanhamento e integração, essa não é a pergunta mais importante: a moral cristã não se centra na determinação do grau da culpa subjectiva, mas em como caminhar na verdade para a santidade.

 O erro de consciência e a ajuda para superá-lo

 O Magistério da Igreja sempre teve presente que existe a “ignorância invencível… um juízo erróneo, sem responsabilidade por parte do sujeito” (Catecismo da Igreja Católica, 1793). Se a nossa consciência julga erroneamente a moralidade de um comportamento porque se encontra em ignorância invencível, “não perde a sua dignidade”, pois “não deixa de falar em nome da verdade do bem” (Veritatis splendor, 62), embora involuntariamente não alcance a verdade do bem nesse momento.

Veritatis splendor define a consciência invencivelmente errónea como aquela que está dominada por uma “ignorância da qual o sujeito não é consciente e da qual não pode sair por si mesmo”, e a seguir acrescenta que essa situação a que chegou “não é culpável”. Tradicionalmente, tem-se afirmado que uma consciência invencivelmente errónea é sempre uma consciência certa, isto é, um juízo que não oferece dúvidas, ou porque nem sequer se imagina a possibilidade oposta, ou porque se estudou com honestidade e profundidade o tema em questão e se chegou a uma conclusão errónea de boa-fé. A consciência certa não pode ser identificada simplesmente com a nossa opinião pessoal: é a convicção profunda e honesta de que um certo comportamento é verdadeiramente bom, que me conduz à santidade. Com estas definições, penso que dificilmente se poderia falar propriamente de “ignorância invencível” quando um cristão discorda positivamente de um ensinamento constante do Magistério moral da Igreja, embora ainda não compreenda em profundidade os motivos.

Depois de falar da existência da consciência invencivelmente errónea, o Catecismo faz um importante esclarecimento: “O mal cometido pela pessoa não lhe pode ser imputado. Mas não deixa de ser um mal, uma privação, uma desordem. Portanto, é preciso trabalhar para corrigir a consciência moral dos seus erros” (n. 1793). O erro de consciência é sempre um mal que me afasta da minha verdadeira felicidade. Por isso, nada mais cristão, nada mais pastoral do que ajudar um irmão que está no erro a sair dele, iluminando-o com a luz da razão e da fé, para que possa andar pelo caminho da santidade. Evidentemente, isto não quer dizer que em todos os casos seja suficiente “informar” esse irmão acerca da moralidade de uma acção para lhe exigir imediatamente o seu cumprimento. A experiência da Igreja conhece bem os casos em que é lícito deixar o penitente na ignorância de boa-fé em relação a um pecado material, ou apelar para a lei da gradualidade, etc.

Para ajudar os outros na formação da consciência, é preciso procurar que tanto os factores externos como os internos estejam quanto possível melhor dispostos. Com muitos dos externos, não poderemos fazer muito a curto prazo (as leis, a cultura, a escola, etc.); com outros, sim (uma catequese e um acompanhamento pessoal que expliquem bem as coisas, criar ambientes e actividades onde as pessoas tenham bons exemplos e saboreiem a beleza da vida cristã, etc.). No que diz respeito aos factores internos, é preciso sobretudo ajudar as pessoas a serem humildes e a deixarem-se ajudar, ao mesmo tempo que se procura que cresçam em virtudes e na vida cristã: muitos dos comportamentos que exige a moral cristã só se entendem quando se vai adquirindo uma vida cristã mais sólida, e não necessariamente com mais argumentos. Por isso é tão importante transmitir a vida cristã: ensinar a rezar, a ver Deus como Pai, tornar os fiéis conscientes da sua vocação, procurar que participem numa vida comunitária que lhes transmita a beleza da vida de fé, etc.

O caminho de acompanhamento na formação da consciência tem como meta identificar as minhas convicções profundas com a moral do Evangelho, pelo menos nas questões mais importantes. Então, poderei reconhecer os meus erros e decidir-me a mudar, ainda que se prevejam futuras quedas ou haja situações – mesmo permanentes – de falta importante de liberdade nas quais se estime que não será capaz de se comportar assim a curto prazo. Não vamos falar aqui deste problema complexo, que infelizmente é cada vez menos raro. Gostaríamos apenas de dizer que, no caminho da formação da consciência, é importante não “queimar etapas”. Penso, por exemplo, na plena integração sacramental de pessoas que ainda não são capazes de reconhecer sinceramente erros graves e manifestos e decidirem-se a mudar. Correr-se-ia o risco de pensar que a Igreja mantém uma dupla moral (cf. Amoris laetitia, n. 300).

Não há dúvida de que as situações podem ser variadas e complexas, e que uma receita não pode ser aplicada a todos igualmente. Mas a Igreja não pode render-se à cultura actual e admitir que não é possível formar bem as consciências dos seus filhos. Ela fez isso em épocas talvez mais desumanas do que a actual. A experiência de tantos bons pastores mostra como, contando com o tempo e com a humildade necessária, é possível ajudar os irmãos que erram a encontrar novamente a senda da verdade que os faz felizes.

Fonte: Link Cliturgica.org


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O dia em que Santa Teresa de Ávila foi curada por São José

Renata Sedmakova | Shutterstock
Teresa z Avila klęczy przed Maryją. Obok niej stoi św. Józef.
Por Sebastian Duda

"Até agora, São José nunca deixou de fazer o que lhe pedi. É incrível ver os imensos dons que Deus me deu por meio deste bendito santo; de que perigos ele me libertou, corpo e alma", escreveu Santa Teresa.

Por ocasião do ano de São José, o Papa Francisco recordou repetidamente que o pai adotivo de Jesus era venerado por muitos grandes santos. Entre eles, São João XXIII e seu sucessor imediato, Paulo VI. No entanto, foi a grande mística do século XVI, Santa Teresa de Ávila, que tinha especial veneração por São José. Em seu “Livro da Vida“, a reformadora da Ordem Carmelita confidencia que várias vezes pediu a ajuda do esposo de Maria. Além disso, ela se refere aos frutos surpreendentes de suas orações dirigidas a São José.

Santa Teresa e a cura atribuída a São José

Santa Teresa acreditava firmemente que devia sua cura física ao pai adotivo de Jesus. Quando, aos 18 anos, ela entrou para um convento carmelita em Ávila, sua saúde piorou rapidamente. A doença foi o resultado de práticas ascéticas exaustivas que lhe causaram paralisia e dor insuportável.

Em várias ocasiões, as irmãs do convento prepararam-se para a morte dela. Um dia, a jovem carmelita não conseguia nem levantar as pálpebras. De fato, as Carmelitas fecharam seus olhos, pensando que não havia mais esperança para ela e que, de qualquer maneira, seu corpo logo deveria ser colocado em um caixão. Com suas últimas forças, a jovem carmelita decidiu, então, pedir ajuda a São José. Anos depois, ela escreveu:

“Naquela época, escolhi São José, o Glorioso, meu advogado e patrono, confiando-me a ele. Vi com clareza que, naquela necessidade como em outras maiores, no que diz respeito à honra e à perda de almas, esse pai e chefe me guiou muito melhor do que eu sabia pedir a ele. “

Para a surpresa de todos, Teresa ficou completamente curada. Por isso, daquele momento até o fim de sua vida, ela promoveu a devoção a São José em todos os lugares. Ficou convencida de que a intercessão do pai de Jesus tem um caráter muito especial. Ela explica isso em seu livro autobiográfico:

“Até agora, São José nunca deixou de fazer o que lhe pedi. É incrível ver os imensos dons que Deus me deu por meio deste bendito santo; de que perigos ele me libertou, corpo e alma. Isso foi confirmado – por minha própria experiência, mas também por várias outras pessoas a quem disse para confiar nele. Muitos que, experimentando esta verdade, renovaram sua devoção a ele.”

Imediatamente, Santa Teresa decide preparar celebrações suntuosas em seu convento na memória litúrgica de São José. Uma festa grandiosa em clima de alegria geral com até fogos de artifício!

Frutos espirituais

Só depois de um tempo a carmelita percebeu que esse tipo de expressão de adoração não é suficiente. Muito mais do que os sinais externos de reverência, é a transformação espiritual que é importante. Ela escreveu:

“Tentei celebrar a memória dele com o máximo de esplendor possível. Enchi-me de mais vaidade do que de espírito em querer que fosse feito de forma refinada e bem-sucedida (…) Que o Senhor me perdoe. “

Quais são, então, os frutos espirituais de se recorrer a São José? Acima de tudo, Teresa destaca a eficácia da oração dirigida ao protetor de Jesus. Entretanto, nem sempre se trata da satisfação de um pedido ou desejo concreto, mas da consciência emergente do bem que Deus deseja para cada pessoa. Muitas vezes, esse bem acaba sendo diferente do que é solicitado. A carmelita explica:

“Com a grande experiência que tenho dos benefícios que São José obtém de Deus, gostaria de convencer a todos a se tornarem devotos zelosos deste glorioso santo, porque há um grande benefício para as almas que se confiam aos seus cuidados. Todos os anos, no aniversário dele, pergunto uma coisa a ele e sempre vejo acontecer. Se o pedido estiver um pouco fora de sintonia, ele o direciona para o meu bem maior. “

Santa Teresa e o realismo cristão

Nessa atitude de Santa Teresa de Ávila, algo se revela que o Papa Francisco chama de realismo cristão. Trata-se de um consentimento à ação de Deus para se livrar do medo de não receber os dons concretos que se pode considerar num dado momento – muitas vezes erroneamente – como os mais importantes. O realismo cristão não rejeita nada do que existe.

Foi São José quem o ensinou a Teresa d’Ávila: os pedidos são ouvidos por Deus, mesmo que nem sempre Deus nos ofereça o que nos parece mais justo. É necessário, portanto, entregar – se à vontade de Deus em confiança, o que muitas vezes equivale a um consentimento tácito a um amor que o homem não pode compreender plenamente no momento.

Fonte: Aleteia

Cinco razões para se rezar o Santo Rosário diariamente

Guadium Press

Durante suas aparições em Fátima, Nossa Senhora pediu para que se reze o Rosário todos os dias para se obter a paz.

Redação (29/06/2021 16:55, Gaudium Press) No livro intitulado “Chamadas da Mensagem de Fátima”, de autoria da Irmã Lúcia, uma das videntes de Fátima, a serva de Deus recorda o pedido feito por Nossa Senhora no dia 13 de maio de 1917: “rezem o Rosário todos os dias para obter a paz para o mundo e o final da guerra”.

1º – O Terço é acessível a todos

Na obra, a religiosa apresenta cinco razões para se rezar o Rosário diariamente. A primeira é a de que Deus é um Pai que “se adapta às necessidades e possibilidades dos seus filhos”. E explica: “se Deus, por meio de Nossa Senhora, nos tivesse pedido para irmos todos os dias participar e comungar na Santa Missa, certamente haveria muitos a dizerem, com justo motivo, que não lhes era possível”. Entretanto, “rezar o Terço é acessível a todos, pobres e ricos, sábios e ignorantes, grandes e pequenos”, em qualquer momento e lugar.

Guadium Press

2º – Encontro familiar com Deus

A segunda razão, é a de que esta oração “nos leva ao encontro familiar com Deus, como o filho que vai ter com o seu pai para lhe agradecer os benefícios recebidos, tratar com ele os seus assuntos particulares, receber a sua orientação, a sua ajuda, o seu apoio e a sua bênção”.

3º – Oração mais agradável que podemos oferecer a Deus depois da Santa Missa

Um terceiro motivo apresentado pela Serva de Deus é o de que depois da Santa Missa, o Terço “é a oração mais agradável que podemos oferecer a Deus e de maior proveito para as nossas almas. Se não fosse assim, Nossa Senhora não teria recomendado isso com tanta insistência”, ressalta.

Embora existam muitas orações excelentes para se preparar para receber Jesus na Eucaristia e preservar a nossa relação íntima com Deus, a Irmã Lúcia não acredita que haja “uma oração mais apropriada para as pessoas em geral do que a oração dos cinco ou quinze Mistérios do Rosário”.

Guadium Press

4º – Um meio poderoso para nos ajudar a conservar a Fé

O quarto benefício da recitação diária do Rosário dada pela vidente de Fátima é a de que “o Terço é um meio poderoso para nos ajudar a conservar a Fé, a Esperança e a Caridade”.

5º – O Terço impede os fiéis de caírem no materialismo

A quinta razão apresentada pela Irmã Lúcia é a de que o Terço impede os fiéis de caírem no materialismo. “Aqueles que abandonam a oração do Terço e não tomam diariamente parte no Santo Sacrifício da Missa, nada têm que os sustente, acabando por se perderem no materialismo da vida terrena”. (EPC)

Fonte: https://gaudiumpress.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF